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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9945: Notas de leitura (363): "A CCAÇ 2317 na Guerra da Guiné - Gandembel / Ponte Balana", por Idálio Reis (Belarmino Sardinha)

Monte Real, 21 de Abril de 2012 > VII Encontro da Tabanca Grande > Idálio Reis dedica mais um exemplar do seu livro, "A CCAÇ 2317 na Guerra da Guiné - Gandembel / Ponte Balana", a um dos camaradas presentes.
© Foto de Juvenal Amado


Em mensagem do dia 24 de Maio de 2012, o nosso camarada Belarmino Sardinha (foto à direita) (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau, 1972/74), faz a sua apreciação ao livro "A CCAÇ 2317 na Guerra da Guiné - Gandembel / Ponte Balana", de autoria do nosso camarada Idálio Reis, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 2317 / BCAÇ 2835, Gandembel e Ponte Balana, 1968/69.
Como é sabido, este livro, edição de autor, foi autografado e oferecido aos presentes no último Encontro da Tabanca Grande.


Não vou fazer nenhuma crítica, não sou especialista na área e hoje até começo a ter dúvidas se ainda sei alguma coisa e quando acho que sei, interrogo-me se me lembro…

Quando compro um livro sinto-me na obrigação de o ler, gastei dinheiro, é o mínimo que posso fazer, mas quando alguém se propõe oferecer-me um livro e eu, de pronto e voluntariamente, aguardo para o receber, tenho a obrigação não só de o ler como dizer ao seu autor o que achei…

No caso concreto do livro escrito pelo Idálio Reis, não só devo dar-lhe conhecimento a ele, mas torná-lo público, razão para escrever estas linhas que mais não são que a minha opinião pessoal, pese o que pesar, sobre o que retirei da sua escrita.

Começo por agradecer-lhe o gesto e mais ainda por me considerar seu amigo, espero estar à altura de tal distinção.

Há muito que estava à espera deste livro, fui-me apercebendo pelos escritos no Blogue Luís Graça… ou Tabanca Grande, como preferirem, que coisas interessantes estariam para ser reveladas, não me enganei.

Comecei por verificar não se tratar de um livro de um eu, mas de, um nós. Coisa estranha e diferente dos demais, a particularidade como tudo é relatado, um envolvimento coletivo onde todos foram importantes e onde todos, sem exceção, são referidos pelos seus nomes e assim ficarão lembrados/imortalizados.

A forma como nos introduz naquele espaço de nome Guiné e nos faz a abordagem do povo que ali habita e do circundante, possibilitando a qualquer pessoa, mesmo a quem nada sabia ou sabe sobre aquela gente, como funcionavam as coisas no período mencionado. A forma como estruturou a sua narrativa, diferenciando os diferentes períodos e movimentos de meios no terreno em cada data e situação.

Depois, no descrever propriamente dito dos acontecimentos, a lembrança de todos que nos deixaram, quer por efeitos diretos da guerra, quer por acidentes motivados por esta. A forma como enaltece e reconhece o apoio e o trabalho, além do esforço de todos aqueles que marcaram presença naquele espaço no tempo a que se refere.

A crítica de como eram tratados os militares enviados para aquela terra e como eram de certa forma abandonados, sem uma preparação e apoio devidos, ficando apenas sujeitos ao desenrasca ou ao bom senso de um qualquer superior melhor preparado intelectualmente e por quem eram assumidas as responsabilidades e consequências, morais e patrimoniais.

Chega ao fim do livro sem nunca falar no eu, sempre nós, os militares, despido de qualquer vaidade ou protagonismo que só os grandes homens conseguem ter.

Por tudo que me ofereceu esta leitura, através do livro que irá ajudar a preservar a memória sobre estes homens e sobre tudo que passaram, aqui deixo o meu agradecimento ao autor do livro, que faz o favor de ser meu amigo, só possível por nos termos encontrado neste espaço onde escrevo estas linhas.

O meu obrigado ao Idálio Reis e a todos que não deixam esquecer este período da nossa história vivida, ajudando, sempre, a lembrar os que perderam a vida.
Belarmino Sardinha

Gandembel - Aquartelamento construído de raiz pelos militares da CCAÇ 2317
© Foto de Idálio Reis
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 7 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8385: Parabéns a você (270): Agradecimento de Belarmino Sardinha, aniversariante no dia 5 de Junho

Vd. último poste da série de 25 de Maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9944: Notas de leitura (362): "O Fardo do Homem Negro", de Basil Davidson (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9909: Tabanca Grande (339): João Caramba, ex-1º cabo trms, Pel Rec, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74, alentejano de Beja, nosso grã-tabanqueiro nº 558

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano João Caramba (ex-1.º Cabo TRMS do PEL REC/CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 12 de Maio de 2012:

Olá amigos.
Espero ter a honra de pertencer ao grupo.
Se alguma coisa não estiver correta agradeço a vossa correção.

Um abraço
João Caramba


Uma história recordando a Guiné

Decorria o ano de 1973.

Quando soube que tinha chegado um novo batalhão à zona e que nessa unidade vinham alguns patrícios meus conhecidos, resolvi ir-lhes fazer uma visita. Logo que consegui uma oportunidade fui até lá.

Ao chegar ao destacamento começa a história que vos vou contar, a qual, poderia chamar-lhe trágico-cómica.

À porta de armas, todas as viaturas eram identificadas, registando-lhes a matrícula e a unidade onde pertenciam, só depois era levantada a cancela. Qual não foi o meu espanto quando verifiquei que o soldado de serviço, que eu conhecia bem, era analfabeto, não podendo ler nem registar coisa alguma e, mais grave ainda, era que estava com uma G3 em bandoleira,  coisa que não seria possível em situação normal pois era básico e não estava autorizado a manusear qualquer tipo de arma.

A coluna parou junto à cantina, onde eu me desloquei imediatamente, para falar com o cantineiro, que também era da nossa terra,  e contar-lhe o que se estava a passar.

Ficou tão admirado como eu, indo logo de seguida avisar o Oficial de Dia, pois foi o próprio que lá o tinha colocado, entregando-lhe a sua própria arma. Ao ter conhecimento do que se estava a passar o Sr. Alferes saiu do gabinete de braços por cima da cabeça,  esbracejando e ameaçando que lhe dava uma porrada e que o metia na cadeia e outros mimos mais que nem os bichos gostam.

Quando o soldado se apercebe do que se está a passar sai do posto, de arma em punho, puxa a culatra atrás, mete a bala na câmara e mandou-o parar,  ameaçando fazer-lhe um buraco. Claro está que o Sr. parou de imediato,  tremendo, sem saber o que fazer.

Nesse momento, alguém me fez lembrar que esse rapaz me tinha algum respeito, portanto eu tinha que intervir e assim fiz, com muita calma pedi-lhe que me entregasse a arma e, muito devagar, com a arma apontada para o meu lado, veio entregá-la e ao mesmo tempo cumprimentar-me como se nada se tivesse passado.

Só depois da bala fora da arma é que o Sr. Oficial se aproximou para continuar com alguns insultos. Foi difícil fazê-lo compreender que ali só podia haver um culpado e era ele próprio. Então com muito tempo e paciência lá fui conseguindo dar-lhe a volta de maneira que esta história ficasse por aqui sem vinganças nem castigos e acho que consegui.

Termina assim esta história, que podia ter sido uma tragédia, mas acabou em mais um dos muitos acontecimentos da Guiné, que ficaram nas nossas lembranças.

João Caramba



Monte Real > VII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 21 de abril de 2012 > Foto de Rui Silva, mostrando em primeiro plano, da esquerda para a direita, o nosso editor Luís Graça e dois alentejanos dos quatro costados, o João Caramba, nosso novo grã-tabanqueiro, e o Belarminho Sadinha. Em segundo plano, à esquerda, outro ilustre grã-tabanqueiro de longa data, o Juvenal Amado. O Juvenal e o João pertenceram à  mesma unidade, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74, e são bons amigos.


2. Comentário de CV:

Caro João, bem-vindo à tertúlia. Sabemos que entraste pela mão do nosso camarigo de longa data Juvenal Amado, que se bem me lembro já havia falado de ti em pelo menos um dos seus textos.

Tivemos o prazer da tua companhia, e de tua esposa, no nosso VII Encontro deste ano, em Monte Real, pelo que já és conhecido por muitos de nós.

Já sabes que um dos deveres dos camaradas inscritos na tertúlia é,  dentro da sua disponibilidade,  ir alimentando o Blogue com as suas recordações e fotos. Tens o teu amigo Juvenal como inspirador.

Ao terminar deixo-te um abraço em nome da tertúlia. Passas a ser o tabanqueiro nº 558.

O camarada e amigo
Carlos
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Nota de CV:

Último poste da série > 15 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9903: Tabanca Grande (338): José Carlos Suleimane Baldé, ex-1º cabo at inf, CCAÇ 12 (Contuboel, Bambadinca e Xime, 1969/74)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8385: Parabéns a você (270): Agradecimento de Belarmino Sardinha, aniversariante no dia 5 de Junho

1. Mensagem do nosso camarada Belarmino Sardinha* (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau, 1972/74), com data de 7 de Junho de 2011:

Carlos,
Através das palavras que abaixo seguem, gostava de agradecer a todos os camaradas do blogue o terem-se lembrado do meu aniversário.
Igualmente agradeço aos editores terem disponibilizado o espaço para o efeito.

Com um abraço,
BSardinha


Agradecimento

Meus queridos amigos,
Que bom é fazer parte desta família. Desculpem-me aqueles que por ventura não gostem do termo família ou os que assim não considerem, não digo que nos corra nas veias o mesmo sangue, mas é com sangue que esses verdadeiros laços nos unem. Depois, tem tudo o que existe nas famílias e reconheço-lhe tudo o que necessito e tem de bom, chega-me.

Comentou José Martins haver alguma contenção, discordo vivamente, tantos foram os camaradas que, sem me conhecerem, enviaram os parabéns e tantos outros o fizeram por termos estabelecido laços de amizade só possível através deste espaço. Quantos ainda por dificuldades informáticas ou pessoais o fizeram por telefone e ainda tantos outros por mail direto.

Agradeço a todos que enviaram os parabéns e igualmente a todos que por princípio nunca o fazem, sem esquecer os que se lembraram e não enviaram, aqueles que o evitaram ou acharam não se justificar, merecer, valer a pena ou seja lá qual o motivo pelo que não o fizeram. Prometo que, por mim, estarei de volta para o ano.

Não querendo misturar aqui o que deve ser separado, respondo também à esperança, legítima, de alguns dos camaradas que comentaram, têm no novo Portugal que parecem esperar tenha despontado na véspera do meu aniversário, dia 05, como Português que sou, espero que não seja uma fornada das tão criticadas novas oportunidades…

A todos, sem exceção, agradeço reconhecidamente e envio um caloroso abraço.
BSardinha
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8376: Parabéns a você (269): Manuel Traquina, ex-Fur Mil da CCAÇ 2382 e Belarmino Sardinha, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do STM (Tertúlia / Editores)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8376: Parabéns a você (269): Manuel Traquina, ex-Fur Mil da CCAÇ 2382 e Belarmino Sardinha, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do STM (Tertúlia / Editores)

PARABÉNS A VOCÊ

DIA 5 DE JUNHO DE 2011

MANUEL TRAQUINA

NO DIA DE ONTEM ESTEVE DE PARABÉNS O NOSSO CAMARADA MANUEL TRAQUINA.

EM CONSEQUÊNCIA DO VI ENCONTRO DA TERTÚLIA OCORRIDO NO DIA 4, SÓ HOJE FOI POSSÍVEL VIRMOS AQUI EM NOME DA TERTÚLIA E OS EDITORES DESEJAR AO NOSSO CAMARADA MANUEL TRAQUINA AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.

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Nota de CV:

(*) Manuel Traquina foi Fur Mil na CCAÇ 2382 que esteve em Buba nos anos de 1968 a 1970


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Com os parabéns de Miguel Pessoa

PARABÉNS A VOCÊ

DIA 6 DE JUNHO DE 2011

BELARMINO SARDINHA

NESTE DIA DE FESTA, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR AO NOSSO CAMARADA BELARMINO SARDINHA AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.

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Notas de CV:

Belarmino Sardinha foi 1.º Cabo Radiotelegrafista STM em Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau) nos anos de 1972 a 1974.

Vd. último poste da série de 3 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8367: Parabéns a você (268): António Azevedo Rodrigues, ex-1.º Cabo do Agrupamento 2957 (Tertúlia / Editores)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7672: Ser solidário (100): Viagens Contra a Indiferença (Guiné-Bissau) (3) (Belarmino Sardinha / Fernando Nobre)



1. Fim da apresentação de parte do livro "Viagens Contra a Indiferença", de autoria de Fernando Nobre, médico, fundador e Presidente da AMI, lançado em Dezembro de 2004 pela Editora Temas e Debates, enviado pelo nosso camarada Belarmino Sardinha (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, 1972/74, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau), em 20 de Outubro de 2010.





Viagens Contra a Indiferença (3) Págs. 223 a 227, 313 e 314

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7666: Ser solidário (99): Viagens Contra a Indiferença (Guiné-Bissau) (2) (Belarmino Sardinha / Fernando Nobre)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7666: Ser solidário (99): Viagens Contra a Indiferença (Guiné-Bissau) (2) (Belarmino Sardinha / Fernando Nobre)





1. Continuação da apresentação de parte do livro "Viagens Contra a Indiferença", de autoria de Fernando Nobre, médico, fundador e Presidente da AMI, lançado em Dezembro de 2004 pela Editora Temas e Debates, enviado pelo nosso camarada Belarmino Sardinha (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, 1972/74, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau), em 20 de Outubro de 2010.




Viagens Contra a Indiferença (2) Págs. 216 a 222

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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 23 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7663: Ser solidário (98): Viagens Contra a Indiferença (Guiné-Bissau) (1) (Belarmino Sardinha / Fernando Nobre)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7663: Ser solidário (98): Viagens Contra a Indiferença (Guiné-Bissau) (1) (Belarmino Sardinha / Fernando Nobre)

1. Mensagem do nosso camarada Belarmino Sardinha (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, 1972/74, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau), com data de 20 de Outubro de 2010:

Luís e Carlos,
Trago até vós este texto sobre ajuda humanitária ao povo da Guiné por, embora extenso, parecer-me bastante interessante e ajudar a perceber as dificuldades que, por vezes, impedem melhor e mais rápida ajuda. Trata-se dum período de seis dias, no início da revolta militar em Junho de 1998, vividos pelo médico Fernando Nobre, membro fundador e actual presidente da AMI.

Junto as respectivas autorizações para salvaguarda do blogue.

Deixo, como sempre, a decisão de publicação ao vosso critério, contudo, embora saiba ser uma prática vossa, pedia o favor de colocarem no início ou no fim: Os agradecimentos ao autor e ao editor. In- "Viagens Contra a Indiferença" de Fernando Nobre (Excerto), Edição de Temas e Debates/Círculo de Leitores

Um abraço,
BSardinha





"Viagens Contra a Indiferença", livro de autoria de Fernando Nobre, médico, fundador e Presidente da AMI, lançado em Dezembro de 2004 pela Editora Temas e Debates.

O livro reune 6 histórias e 16 diários de viagem: ao Irão em 1981, Zaire em 1994, Iraque em 1995 e 2003, Argélia, Palestina, Ruanda, em 1996, Nepal em 1995, Senegal, México e Colômbia em 1997, Guiné-Bissau e Honduras em 1998, Timor em 1999 e Chade em 2004.





Viagens Contra a Indiferença (1) Págs. 209 a 215

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 12 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7601: Ser solidário (97): III Concurso de Fotografia a levar a efeito pelos Lions Clube da Senhora da Hora (Jaime Machado / Álvaro Basto)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7344: Convívios (284): 7º Encontro da Tabanca do Centro (Joaquim Mexia Alves/Juvenal Amado)


1. O nosso Camarada Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp / RANGER da CART 3492, (
Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, enviou-nos, com data de 25 de Novembro de 2010, a seguinte mensagem:
7º Encontro da Tabanca do Centro - Almoço a roçar o Natalício

Foi-me confiada, ou melhor, “imposta”, pelo comandante em chefe da Tabanca do Centro, ou se quiserem pelo Régulo da dita, a difícil e espinhosa (não necessito explicar porquê espinhosa, basta dizerem o meu nome) tarefa de dar a conhecer o que foi este encontro ou “combíbio” (por causa do pessoal do norte), festa pré-Natal à volta da mesa onde, um delicioso leitão e/ou cozido, fartura em tempo de crise, nos foi dado comer e chorar por mais.

Diga-se em boa verdade que antes de aceitar a tarefa de resumir a escrito os acontecimentos procurei demover essa ideia da cabeça do Chefe da Tabanca, sem sucesso, acabando mesmo por deixar no livro de reclamações que não havia o direito de ter de escrever imediatamente a seguir ao exímio narrador de acontecimentos que é o JERO, dada a sua graciosidade de escrita. Não tendo conseguido obter o resultado pretendido, achei melhor calçar umas sapatilhas e pôr-me ao caminho, não fosse o Diabo tecê-las e depois não conseguir descalçar a bota.

Feita a introdução vamos aos factos. Asseguro por minha honra que estiveram representadas quase todas as forças em parada, mas não parados pelo menos até encherem a pança. Registou-se, contudo, uma vez mais, a ausência da marinha, já que desde tropas especiais ou de elite, regulares ou feijão verde até à força aérea, todos marcaram presença.

Também as senhoras se fizeram representar desta vez em qualidade e número, no início e fim da mesa. Obrigado pelo belo efeito que deram à mesa e pela gentileza da companhia que nos fizeram, já que nas conversas tiveram que procurar outros interesses.

Não houve louvores a registar, ninguém se destacou em especial o que é facto de monta nos tempos que correm. Omito os nomes dos presentes, aliás, não sei se todos estavam devidamente autorizados pelas cara-metade, o que evita tornar-me um delator e arranjar-lhes complicações que poderiam levar à sua despromoção ou mesmo desterro familiar. Também não houve televisão ou rádio que conseguisse chegar-se à frente com o valor para assegurar a cobertura do acontecimento, ficou assim essa a cargo dos presentes o que me simplifica a tarefa.

Regista-se que tudo decorreu dentro da normalidade, com a presença das caras já habituais a que se juntaram outras estreantes, mesmo de outras Tabancas (locais), num total de 34 elementos, representando todos os escalões etários, mais usados, novos e meio uso.

O almoço começou por ser regado, no seu início, com o delicioso vinho do Zé Manel mas, não passou do início, tivemos que recorrer aos prestimosos fornecedores da Preciosa.

Convém definir, aqui e agora, que o trato dado à Preciosa decorre do que foi dito pelo comandante Mexia na sua intervenção, referindo ser uma criatura preciosa e juntar a esse facto o ser também esse o seu nome. Irei, por isso, com o devido respeito, falar desta senhora que nos atura as madurezas e nos mima com os seus deliciosos petiscos como Preciosa, apenas.

Dizia eu que abrimos com um mimo que nos havia sido prometido, sem aumento do valor do prato, calcule-se isto nos tempos que correm em que qualquer especulador estaria logo a exigir mais um tanto por cabeça, salvo seja, por presença fica melhor, um belíssimo queijo fresco e umas excelentes fatias de presunto. Agradeço o favor de não começarem a salivar, estamos ainda nas entradas.

Tudo tem um fim, acabaram-se as entradas e a abertura da festa e passámos para o já famoso cozido e a novidade proposta pelo Agostinho, leitão da Boavista. Não, não é do Boavista, é mesmo da Boavista. Curiosamente o Agostinho comeu cozido, vai ter de explicar aqui a razão. Ele disse-me, mas eu acho que ele vai ter de chegar-se à frente e contar aqui mesmo o porquê.

Estava a festa a mais de meio, para não dizer no início do fim, quando começaram as ofertas do Zé Brás ao Régulo da Tabanca Joaquim e do JERO também ao Vasco e ao Mexia e de um outro sorteado entre as senhoras presentes, mas esses acontecimentos ficaram a cargo de outros escribas e não vou gastar mais tinta da minha pena. Foi então que chamada a Preciosa, o Vasco, em nome de todos os presentes, entregou-lhe uma colcha de Alcobaça, como lembrança e reconhecimento colectivo pelos “Kilos” que ela nos obriga a perder nos ginásios por causa dos almoços.

Momentos significativos e importantes na camaradagem se registaram durante todo o decorrer do encontro, não se vendo hipocrisia, cinismo, risos forçados, unanimidade de vontades ou pensamentos, mas onde todos continuaram a manter as suas opiniões e divergências e já a interrogarem-se quando é o próximo almoço, agora que temos aí Dezembro com todas as ofertas e demais coisas apetitosas. Ficou assim estabelecido que o próximo, só no mês dos gatos, Janeiro.

Esta história, com h e grande, por ser verdade e eu a assinar por baixo, tornou-se maior por não saber o que escrever, mas não precisam ler, chegados aqui parem e vão dormir ou passear, conforme a hora e o local, certo? Eu sei, um bem-haja para vocês também.

Expostos os factos, fica-me uma dúvida, devo ou não continuar a dar-me com esta gente. Comem bem, bebem melhor, pagam pouco, dão prendas às pessoas, respeitam-se uns aos outros, discutem e sem estarem de acordo não se ofendem, não sei não, vou pensar. Onde raio vou eu gastar as energias?

Um abraço,
Belarmino Sardinha

Notas:

Em primeiro lugar agradecer ao atabancado Belarmino a sua excelente narrativa, bem como, ao Juvenal Amado e Miguel Pessoa a exaustiva, salvo seja, reportagem fotográfica. Outras há, que a gente sabe!
E neste primeiro lugar cabe forçosamente um agradecimento ao Jero pelo presente que nos arranjou para obsequiarmos a Preciosa, bem como os outros presentes que sempre tão camarigamente vai distribuindo.
Em segundo lugar, explicar que o Leitão não era da Boavista, mas sim dum fornecedor da Preciosa.
Em terceiro lugar confirmar que o Agostinho, autor da ideia do leitão, não comeu o dito cujo, pelo que, tendo explicado a razão aos presentes, tem de a explicar aos ausentes, não vão eles pensar que o Agostinho é "racista" e só come Leitão da Boavista!
...Como desejo de Almirante é ordem, (pobre de mim apenas comandante!), aqui se acrescenta com todo o gosto e prazer o comentário do Vasco da Gama!.
Não há bela sem senão... Não acrescento uma pitada ao escrito de mestre Belarmino, pois qualquer acréscimo o tornaria mais pobre, e quero deixar expressa a minha alegria por poder conviver com malta como vocês, sem qualquer excepção.
Num mundo cada vez mais marcado pelo egoísmo a malta responde com vincado altruísmo; num mundo onde as pessoas têm o olhar apontado ao seu umbigo numa manifestação de amor exclusivo a si próprias a malta responde com solidariedade, não só entre os diferentes atabancados, mas também e sobretudo com a ajuda às gentes da Guiné e a camaradas portugueses que vão passando menos bem.
Conhecer o Blogue do Luís Graça e Camaradas da Guiné, responsável pelo disseminar de todos estes maravilhosos encontros, foi o primeiro passo para afastar "fantasmas" que teimavam em povoar os meus sonhos com pesadelos de constantes emboscadas onde, era sempre assim, as armas da minha companhia se encravavam e não conseguiam ripostar ao fogo das dos outros.
Essa angústia que há muito não me atormenta,partiu para bem longe e é hoje substituída pelas dezenas e dezenas de novos/velhos amigos sempre em franco convívio, com um telefonema a propósito da saúde, ou perguntando se algo é necessário, ou mesmo com uma piadinha anti-benfiquista que, aqui o confesso, me faz sempre sorrir, sabendo que o nosso inimigo histórico, o outro da segunda circular, ainda consegue voar abaixo de nós...
Aqui chegado, quero explicar o tal da " bela sem senão".Recebi de um anónimo que deve ter longa prática de cartoonista, ser lagarto mas com imensa piada, estas duas fotografias tiradas no nosso convívio onde "je", para dar uma de intelectual, aparece devidamente retratado com uns apartes ao meu fervor clubista que eu gostaria de ver publicado a este meu comentário.
Peço o favor ao nosso Comandante Mexia Alves que aqui as anexe pois de pronto as envio pelo correio.Para toda a malta um grande abraço e o meu muito obrigado pelos momentos de amizade que todos me proporcionam.Do meu Buarcos lindo, meu encanto e minha alegria, a amizade sincera do

Vasco Augusto R. da Gama
É favor clicar na imagem para ver melhor!

Esta reportagem pode também ser vista no blogue:

http://tabancadocentro.blogspot.com/2010/11/7-encontro-da-tabanca-do-centro-almoco.html
Fotos: © Juvenal Amado (2010). Todos os direitos reservados.
Um grande e camarigo abraço
Joaquim
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Nota de M.R.: