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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17907: Em busca de... (280): pai de Elisa Gomes, nascida em Geba, em 2/12/1968, filha da lavadeira Maria Assunção Sábado Teixeira, já falecida (em Bafatá, em 1990). O progenitor pode ser um militar da CART 1690 (Geba, 1967/69). A Elisa vive e trabalha em Albufeira (Fernando Chapouto, ex-fur mil op esp, CCAÇ 1426, Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965/67)


1. Mensagem do nosso camarada Fernando Chapouto, originalmemnte com data de 2/12/2016. Por lapso, só agora é publlicada.

[O Fernando Chapouto foi Fur Mil Op Esp/Ranger da CCAÇ 1426, Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965 e 1967]

Assunto - Pedido de Ajuda para encontrar o pai de Elisa Gomes, um  militar português,

Peço aos meus amigos ex combatentes da Tabanca Grande, a encontrar o pai (ou o próprio que se pronuncie,)  de Elisa Gomes, nascida a 2 de dezembro de 1968, em Geba, Guiné – Bissau.

É filha de Maria Assunção Sábado Teixeira lavadeira do pessoal que morava por baixo ou ao lado da igreja.  A mãe faleceu em 1990 em Bafatá, onde se encontra sepultada.

Nesta altura a companhia que ali estava era a CART 1690 [, Geba, 1967/69] que rendeu a minha CCAÇ 1426 [Geba, 1965/67], por este motivo será fácil saber qual o pelotão aí destacado fins de fevereiro,  principio de março de 1968.

Como aqui junto a mim moram alguns africanos, especialmente da Guiné – Bissau,  alguns mesmo de Geba e com quem falo todas as semanas, um deles é primo da Elisa,  falou-me que a prima gostava muito de conhecer o pai, porque todo ser humano tem o direito de conhecer o pai, ela não apareceu por obra e graça do Espírito Santo.

Eu pergunto; de certeza que o referido militar quando regressou,  constituiu família e não abandonou os filhos.

Já falei várias vezes pelo telemóvel com ela, mora em Albufeira onde trabalha, as fotos que envio tirei-as do Facebook,  ao qual eu ainda não me adaptei muito bem.

Espero ter notícias e agradecia esta publicação.

Abraços

Fernando Chapouto

Fotos: Página do Facebook da Elisa Gomes (com a devida vénia...)


2. Comentários dos editores:

Fernando: Lapso nosso, acontece, e não é a primeira vez... Peço-te muita desculpa, a ti e à Elisa... Ainda vamos a tempo de publicar a tua mensagem, como vês... Diz-nos apenas se tens mais alguns elementos novos... A Elisa deve ter tido, através da mãe, mais dados sobre o pai: apelido, posto, especialidade e até, eventualmente, naturalidade... O pai (ou outra pessoa de família) poderá contactar a Elisa Gomes através da sua página do Facebook. Ou contactar os editores que estão obrigados, em casos como este, ao dever de sigilo.

Daqui a pouco menos de um mês, a Elisa vai fazer 49 anos...E que melhor poderia ela desejar ? Um sinal do seu pai ou da família do seu pai!... Oxalá ele esteja ainda vivo e de boa saúde!...

3. Comentário do nosso colaborador permanente José Martins:

Mais um caso acerca dos chamados "filhos do vento".

A boa prática, pelo menos na actualidade, era de que devia ter sido feito o reconhecimento de paternidade e o acompanhamento dos filhos gerados, mesmo que à distância. Tal não aconteceu neste e em muitos casos.

Mas entrando no que interessa: há que saber quem é que é o pai do neófito. Com base no nome, e nos meios militares, não é previsível o acesso ao seu processo individual porque só o mesmo o pode fazer ou, passados pelo menos 25 anos após a sua morte, por outro elemento.

Portanto,  só nos "meios civis" é possível obter os dados para a localização do visado. Quando só havia um operador telefónico e não havia telemóveis,  era possível através das informações da operadora obter alguns elementos. Agora isso é impraticável.

De qualquer forma, se puder ajudar, disponham.

______________

Nota do editor:


7 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17740: Em busca de... (279): Arq. Luís Vassalo Rosa, ex-Cap Mil, CMDT da CART 1661 (Henrique Matos e João Crisóstomo)

terça-feira, 2 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17307: Homenagem aos limianos que morreram pela Pátria nas guerras do ultramar (Mário Leitão) - Parte III





Mário Leitão,  farmacêutico reformado, 
residente em Ponte de Lima, ex-fur mil de Farmácia, Luanda, 1971/73. 



(Continuação)









De Casimiro Rodrigues Alves a José Araújo Sendio   (n=14)
.

1. Continuação da divulgação do artigo publicado na Revista Limiana (I Série, 2007-2014, nº 37, abril de 2014, director: José Pereira Fernandes), da autoria do nosso camarada e grã-tabanqueiro Mário Leitão.

Proprietário da Farmácia Lopes, em Barroselas, Viana do Castelo, farmacêutico reformado, residente em Ponte de Lima, ex-fur mil de farmácia, Luanda, 1971/73, o Mário Leitão tem-se dedicado, de alma e coração, à recolha e tratamento da informação relativa aos limianos,  os naturais do concelho de Ponte de Lima, mortos nos TO de Angola, Guiné e Moçambique bem como no continente ou outros territórios, no cumprimento do serviço militar, no período que abarca a guerra  colonial (1961/74).

A lista (52 nomes no total) é enriquecida com fotos e valiosas notas biográficas. Depois dos 10 primeiros nomes (*), publicam-se os 14 seguintes. Os camaradas mortos no TO da Guiné vão assinalados a vermelho (sublinhado). São 7 nesta lista, tendo pertencido às seguintes subunidades/unidades:

CCAÇ 1790 / BCAÇ 1933
CCS/ BART 6523
CART 1690 / BART 1914
EREC 8840/72 / BCAÇ 3883
CART 1742 / BART 2857
CCAV 1485.

Não há indicação da unidade a que pertenceu o Casimiro Rodrigues Alves.
_____________

Notas do editor:

(*) Postes anteriores da série:

13 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17240: Homenagem aos limianos que morreram pela Pátria nas guerras do ultramar (Mário Leitão) - Parte I

27 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17292: Homenagem aos limianos que morreram pela Pátria nas guerras do ultramar (Mário Leitão) - Parte II

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15619: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (5): Os nossos cartazes de propaganda

















Guiné > Zona leste > Geba > CART 1690 (1967/69) >  Cartazes da propaganda das NT



Fotos: © Alfredo Reis (2007). Todos os direitos reservados.


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do alf mil Alfredo Reis, que nos foi disponibilizado pelo seu amigo e camarada A. Marques Reis.

O Alfredo Reis é veterinário, reformado, vivendo em Santarém. A seleção, a legendagem e a organização temática do álbum (cerac de 170 fotos) são do A. Marques Lopes. (*)

[ Na foto, à esquerda,  o Alfredi Reis e ao seu lado o Domingos Maçarico, em 2010]

2. Comentário dos editores:

Já agora, caros leitores, confiram estas imagens com as que já publicámos em tempos: trata-se da coleção de cartazes de propaganda do Fernando Hipólito,  um camarada que passou pelo CISMI, Quartel da Atalaia, Tavira, 3º turno, 1968, antes de ser mobilizado para Angola. Foi fur mil, CCAÇ 2544, 1969/71. Esteve a maior parte do tempo no leste de Angola, em Lumege. Está reformado da sua atividade de vendedor numa empresa de tintas de impressão.

_____________________

Nota do editor:


Postes anteriores:

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15401: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (4): No regresso a Lisboa, em março de 1969, no N/M Uíge: 1246 passageiros, distribuídos pela 1ª (n=57), 2ª (n=133) e 3ª classes (n=1056)



Foto nº 1 > T/T Ana Mafalda... na viagem de Lisboa-Bissau, em 1967: o alf mil Alfredo Reis é o primeiro da direita. E em segundo plano, à sua direita, se não erro, o Alberto Branquinho, que foi seu colega de liceu em Santarém.  O Branquinho era alferes da CART 1689 / BART 1913 (, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69).


Foto nº 2 > O T/T Uíge, o paquete da Companhia Colonial de Navegação, onde o alf mil Alfredo Reis regressou a casa... tal como muitos de nós.





Foto nº 3 > T/T Uíge > Março de 1969 > Distribuição do contingente militar e familiares, pelas três classes do navio... Entre os alferes milicianos, havia 4 futuros grã-tabanqueiros, ou sejam, membros da nossa Tabanca Grande: o Alberto Branquinho (CART 1689), o António Moreira, o A, Marques Lopes e o Alfredo Reis  (CART 1690)(*)...  O nº de passageiros era de 1246, a grande maioria (as praças) viajando em "terceira classe"... Lembrei-me logo do título do livro do José Rodrigues Miguéis, "Gente da Terceira Classe" (**)

Foto nº 4 > T/T Uíge > Março de 1969 >Cumprimentos de despedida do comandante de bandeira, do Comandante e Oficiais do navio


Foto nº 5 >  T/T Uíge > Março de 1969 > Nome do capitão de bandeira, do comandante, do imediato, do chefe de máquinas, do comissário, do médico e do 1º radiotelegrafista


Foto nº 6 > Menu do jantar de despedida, em 7 de março de 1969

Foto nº 8 > Programa do concerto

Fotos (com exceção da nº 1) do regresso, no T/T Uíge, em março de 1969



Guiné > Zona leste > Geba > CART 1690 (1967/69) >  Continuação da publicação do álbum fotográfico do alf mil Alfredo Reis, que nos foi disponibilizado pelo seu amigo e camarada A. Marques Reis.


Fotos: © Alfredo Reis (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG]




Informação do nosso leitor (e, presume-se, camarada) Gabriel Tavares sobre a figura do Capitão de Bandeira:

Capitâo de Bandeira é o oficial da armada (marinha de guerra) nomeado para representar as autoridades navais a bordo de navio mercante fretado pelo Estado para transporte de guerra (pessoal e material). Tem autoridade sobre toda atripulação. Para as tropas havia o comandante das tropas embarcadas, oficial mais antigo de todos os oficias das forças embarcadas.

Se o Oficial da Armada que tinha de ser da classe de Marinha fosse mais graduado ou antigo que o comandante militar de bordo (comandante das forças embarcadas) acumulava as duas funções.

Esta legislação entretanto foi revogada em 2009.
G.Tavares, 24/11/2015

______________
Notas do editor:

(*) Último poste da série > 20 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15388: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (3): O que é um homem precisava no mato, num miserável destacamento como o de Banjara, em 1967 ?
(**) Gente da terceira classe é o título da crónica que narra a primeira viagem de José Rodrigues Miguéis  [Lisboa, 1901-Nova Iorque,1980] para os Estados Unidos da América. Ao ler este registo autobiográfico, o leitor poderá captar as primeiras impressões de uma realidade social que será desenvolvida nos contos e novelas.

Jornal de bordo - 1935

«(...) É preciso ter viajado num destes transatlânticos para se fazer uma ideia das fronteiras que separam os homens e as classes, mesmo dentro duma casca de noz. E somos poucos, aqui, não mais de cinquenta: que faria se fôssemos os duzentos ou quatrocentos da lotação, só Deus sabe, amontoados na imunda gafaria que é a terceira dos emigrantes. (...)

Ao partir, levavam consigo ao menos uma esperança: agora nem isso lhes resta. Muitos deles, com o sonho, seu único luxo, perderam por lá a saúde e a força de trabalho, que era toda a sua riqueza.
Com estes, os de torna-viagem, embarcaram na Madeira e agora comigo, em Lisboa, alguns portugueses que vão, como eu, à Inglaterra tomar o paquete para os Estados Unidos. Assim se juntam aqui, embora com destinos e em estados de alma opostos, duas correntes da mesma miséria: uma delas, ainda quente do sol da ilusão, parte para a zonas mais temperadas e prósperas do Leste americano; a outra regressa lá do equador e do trópico, fria de desapontamento, amolambada e escrofulosa, para se dispersar por todos os cantos deste nosso mundo cristão e ocidental. Correntes humanas, num inquieto e perpétuo corropio em torno destoutro mar de Sargaços, a vida.(...)»

in «Gente da Terceira Classe», 3.ª ed, Editorial Estampa, 1983 pp. 11 e 12

(Crónica publicada na revista «Seara Nova» nos anos 40 e depois integrada no volume intitulado «Gente da Terceira Classe». A primeira edição data de 1962).

Fonte: © Instituto Camões, 2001 (com a devida vénia...)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15388: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (3): O que é um homem precisava no mato, num miserável destacamento como o de Banjara, em 1967 ?



Foto nº 1 >  A "lavandaria" de Banjara... O detergente OMO eras um bem de primeira necessidade


 Foto nº 2 > Com acúcar, com afeto...



Foto nº 3 > Fósforos e cigarros: outros dois produtos de primeiríssima necessidade no mato...


Foto nº 4 >  Só havia 3 camas e 3 colchões (!)  para as praças do pelotão. o cmdt,  alferes Alfredo Reis, aqui
à entrada de um abrigo...



Foto nº 5 > Inventário das munições existentes no destacamento de Banjara, em 5 de junho de 1967... 7900 cartuchos de 7,9 m/m (para Mauser, usada pela milícia) e 4000 cartuchos de 7,62 m/m (para a G3)... Em caso de ataque, os defensores teriam mesmo que poupar as munições... As munições de G3, a divirdir, por 30 homens, davam para 6 carregadores (de 20)... O ataque a um destacamento como este, à noite, isolado, sem possibilidades de socorro, podia dura 1, 2, 3 horas...



Foto nº 6 > Requisção de material, com data de 9/VI/67:

fósforos, 
palha de aço, 
camisas para petromax de 150 velas, 
torcida e vidro (?) para o frigorífico, 
pregos (...), 
aerogramas, 
selos, 
12 esferográficas (uma vermelha e as outras azuis), 
bloco de cartas, 
OMO e sabão, 
uma garrafa de whisky,  
Sumol ou outros sumos, 
camas e colchões para as praças (só havia 3...), 
500 tijolos (...), 
cabeça para a máquina a petróleo (...),
3 jogos de talheres,  
12 pratos de alumínio, 
1 barril de vinho, 
latas de cerveja 
e 100 gramas de piri-piri... 

Nota final: "Agradecemos o envio dos artigos requisitados e os preços dos que têm de ser pagos por nós".



Guiné > Zona leste > Geba > CART 1690 (1967/69) >  Destacamento de Banjara c. 1967


Fotos: © Alfredo Reis (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG] (*)



Dois antigos alferes da CART 1690: Alfredo Reis (à esquerda)
e Domingos Maçariço (à direita). 24 de julho de 2010:
recordando, 42 anos depois, o ataque ao destacamento de
Banjara. Foto: Alfredo Reis (2010)
1. As fotos (acima. numeradadas de 1 a 6) são do álbum do ex-alf mil Alfredo Reis que, tal como o A. Marques Lopes, pertenceu à CART 1690. juntamente com o António Moreira e o Domingos Maçarico, todos  eles membros da nossa Tabanca Grande.

O Alfredo Reis é veterinário, reformado, vivendo em Santarém.    A seleção, a legendagem e a organização temática do álbum (cerac de 170 fotos) são do A. Marques Lopes. (*)

 Além da sede (Geba), o Alfredo Reis esteve nos vários destacamentos da CART 1690, alguns dos quais, como Banjara e Cantacunda, eram os piores "buracos" do CTIG na época. 

Os destacamentos não tinham luz eléctrica e as condições de segurança eram precárias. Banjara (a noreste, mais próximo de Mansabá) e Cantacunda (a norte) eram os destacamentos mais distante: ficavam a 45 km e 50 km, respetivamente, da sede da companhia, que era em Geba...

Banjara não tinha população civil (apenas milícia em reforço...) e estava cercada por mata densa; era defendida nesta época por um pelotão, 30 efectivos (, podendo ser reforçado); a um quilómetro havia uma fonte onde, alternadamente, os NT e o PAIGC se iam fornecer de água. Às vezes, encontravam-se… Mas havia uma fuga concertada dos dois lados, sem tiroteio. (**)

____________________

Notas do editor:

(*) Postes anteriores da série:

15 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15371: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (1): Eu e o meu pelotão em Cantacunda (Parte I)

19 de novembro de  2015 > Guiné 63/74 - P15386: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (2): A visita, à sede da companhia, do Conjunto Académico João Paulo, em 24 de agosto de 1968



(...) «Banjara fica situada a cerca de 40 Km de Geba e a cerca de 20 Km de Mansabá, na estrada Bissau/Bafatá. Fica no coração da mata do Oio, e teve, antes da guerra colonial, uma unidade industrial de serração de madeiras. (...)

(...) Banjara gozava da fama, e do proveito, de ser o segundo pior destacamento da Guiné, a seguir a Beli, na zona de Madina do Boé. Não apenas pelos ataques mas, sobretudo, pelo perigo que representava, por estar muito isolado da Companhia, e por estar cercado por uma cintura de destacamentos IN, que vigiavam de fora do arame farpado e do alto das gigantescas árvores que o envolviam todos os movimentos da nossa tropa [tinha Sinchã Jobel do lado sul e Samba Culo do lado norte].

O destacamento era constituído por uma caserna, quatro abrigos subterrâneos e um posto de comando, que era uma casa abarracada, sem portas nem janelas, por onde os sardões e as cobras vagueavam livremente, sem nenhum obstáculo que lhes barrasse a passagem, a não ser a presença humana. Tinha ainda outros abrigos à superfície. A envolver este destacamento, que no essencial era uma clareira circular com cerca de mil metros de diâmetro, duas fiadas de arame farpado paralelas e em círculo. O capim era necessário cortá-lo de dois em dois meses, para evitar a aproximação camuflada do IN. As casas de banho, como é de calcular, eram a céu aberto.

A guarnição deste destacamento, comandado por um alferes, variava entre 60 a 80 homens, normalmente (houve alturas em que tinha só um pelotão), bem armados e disciplinados, capazes de aguentar debaixo de fogo uma boas dezenas de horas. O seu comando era rotativo (...).

(..:) O dia, em Banjara, iniciava-se naqueles anos (1967/1968), por volta das 18 horas. A essa hora o Comandante mandava distribuir a 3ª refeição, e as sentinelas avançadas ocupavam os seus postos. Toda a gente vestia então o seu camuflado, calçava as botas e recarregava as armas. Não é que de dia estivessem todos a dormir, mas durante a noite entrava-se em alerta máximo. Durante a noite era rigorosamente proibido acender luzes, fazer fogo e fumar à vista desarmada para não denunciar a presença e a localização de ninguém.


Tomada a 3ª refeição e colocadas as sentinelas, que eram sempre dobradas, iniciava-se toda uma série de rondas de posto a posto, podendo os soldados que estavam de folga, e só nos abrigos subterrâneos, jogar cartas, conviver e confraternizar, pôr a correspondência em dia, etc.  (...)

Durante a noite, de vez em quando, uma sentinela nossa dava um tiro, à aproximação do arame farpado de um macaco ou qualquer outro bicho (podia não ser...). Logo todos corriam para as armas pesadas e, normalmente, o IN respondia com dois tiros ao longe. Então a nossa sentinela, aquela ou outra, respondia passado algum tempo com três tiros. A seguir a resposta de novo do IN, então com 4 tiros. Era um jogo macabro, que nos mantinha constantementevivos e despertos.

O dia amanhecia, então, e, pelas 7 da manhã, iniciava-se a distribuição da 1ª refeição. As horas mortas do pessoal eram gastas, durante o dia, à caça, quando isso era possível e o capim estava seco e caído no chão, a jogar cartas, pôr a correspondência em dia e jogar futebol. O jogo de futebol era normalmente diário, mas sempre a horas diferentes, para não se cair na rotina, e sempre com os abrigos guarnecidos de atiradores.

Terminada a 1ª refeição iniciavam-se os trabalhos de rotina, para o que o efectivo estava dividido em 4 grupos, cada um deles composto por 15 ou 20 homens, comandados por um sargento.Um grupo estava de serviço à água e à lenha para as refeições. Os banhos eram tomados na bolanha a um quilómetro do arame farpado, e sempre com 10 ou 12 homens armados em vigia. Outro dos grupos era o piquete que realizava, normalmente, uma patrulha de reconhecimento nas imediações do aquartelamento. O terceiro grupo estava de prevenção rigorosa e o quarto estava de folga.

Este destacamento tinha apenas uma coluna de reabastecimento por mês, no máximo, mas chegava a estar mais de 2 meses sem alimentos frescos e sem correio. Não havia população civil, apenas militares.(..:)

(...) [Em Outubro de 1969, quando a CART1690 saíu de Geba, a CCAÇ2406, que estava
em Mansabá, colocou um pelotão em Banjara. No entanto, saíu de lá em Janeiro
de 1970, sendo o destacamento desactivado] (...)

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15386: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (2): A visita, à sede da companhia, do Conjunto Académico João Paulo, em 24 de agosto de 1968



Foto nº 1 > Ao centro, um dos elementos do conjunto João Paulo, fardado, com o posto de alferes, dando autógrafos... Seria  o viocalista,  Sérgio Borges ?


Foto nº 2 > O João Paulo Agrela, ao centro, o fundador do grupo, Está fardado, e era furriel (. Morreu em 23/4/2007)



Foto nº 3 > Foto do grupo com militares da CART 1690 

Foto nº 4 > João Paulo (ou Sérgio Borges ?) ao centro, e à sua dois alferes da CART 1690  (um deles, à civil, o Alfredo Reis) e o 1º sargento



Foto nº 5 > Não sabemos quem é levado em ombros. Presume-se que seja um dos elementos do grupo, talvez o vocalista Sérgio Borges (1943-2011) ou então um dos alfgeres da CART 1690. Só o Alfredo Reis poderá esclarecer... De qualquer modo, foi um dia diferente, foi um dia de festa em Geba, o 24 de agosto de 1968...


Guiné > Zona leste > Geba > CART 1690 > 24 de agosto de 1968 > O conjunto musical João Paulo em digressão pela Guiné... Tal como no caso de  outros artistas populares na época, como a Florbela Queiroz, a digressão à  Guiné do Conjunto Académico João Paulo
era uma  iniciativa do Movimento Nacional Feminino (MNF). Este  conjunto fez digressões também por Angola e Moçambique,  durante a guerra colonial, além de países estrangeiros como os EUA. (Por exemplo, um ano depois, estavam em Moçambique a atuar para o BART 2838, 1968/70).

Foram fundadores do grupo, madeirense, pioneiro da música "rock" em Portugal (a par de Os Sheiks, Os Conchas, Chinchilas, Duo Ouro Negro, Quarteto 1111 e Demónios Negros, entre outros) os seguintes elementos:   João Paulo Agrela (1942-2007) (teclas), Carlos Alberto Gomes (guitarra), Rui Brazão (guitarra ritmo), Ângelo Moura (baixo), José Gualberto (bateria, falecido em 2004) e Sérgio Borges (1943-2011) (vocalista).  Não sabemos se todos estes participaram nesta digressão à Guiné, em 1968 ou se estavam na altura a cumprir o serviço militar na Guiné... Três ou quatro elementos do grupo passaram pelo EPI (Mafra), onde fizeram a recruta, no turno de setembro de 1966... Como se vê, dois anos depois  ainda estavam na tropa... Do tempo de Mafra, ficou a canção (pouco conhecida) O Salto (disponível no You Tube).

Fotos: © Alfredo Reis (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG] (*)



Fotograma do vídeo (2' 43''), disponível no You Tube, com a composição O Salto, de 1966, retrato algo cáustico da instrução que era dada na EPI, na famosa Máfrica, por onde passaram alguns dos elementos do Conjunto Académico João Paulo. A voz que se ouve, belíssima, era a do talentoso Sérgio Borges, já falecido. O vídeo utiliza, sem o citar, várias fotos do nosso blogue... Disponível aqui.





Comjunto Académico João Paulo > Os elementos do grupo fizeram, todos,  o serviço militar. Foto: Cortesia da página Sérgio Borges e o Conjunto Académio  João Paulo - Clube de Fâs


Não há indicação de data nem local... Mas a foto pode muito bem  ter sido tirada em 1968, em Bissau, junto ao palácio do governador geral. (Parece-nos descortinar ao fundo uma das paredes laterais do palácio)... Na foto veem-se os seis elementos do conjunto, de camuflado, prontos para partir para o mato (?), mais o alferes do QG que, muto provavelmente, fazia de relações públicas ou de elemento de contacto (?).


1. Foi assim que a agência Lusa deu a notícia da morte do João Paulo:

Morreu João Paulo Agrela, do Conjunto Académico João Paulo
Agência LUSA24 Abr, 2007, 18:33 

(Fonte: RTP, com a devida vénia)

O corpo do artista está em câmara ardente na igreja de Nossa Senhora de Fátima, da Cova da Piedade, e o funeral realiza-se quarta- feira, às 14:00, no cemitério do Feijó.


Capa de um LP com compilações do grupo. Foto:
Cortesia de Sérgio Borges e o Conjunto Académio
João Paulo - Clube de 
Fãs. O João Paulo é o primeiro da
da esquerda, de camisola vermelha,
O Conjunto Académico João Paulo, um dos mais populares grupos musicais portugueses dos anos 60, era constituído por João Paulo Agrela, Sérgio Borges (o vocalista), Carlos Alberto, Rui Moura e Gualberto, todos eles estudantes.

Antes da explosão do "rock" em Portugal, o Conjunto gravou versões de cantores de sucesso da altura como Adamo, Gilbert Bécaud e Charles Aznavour, mas são da sua autoria duas das canções que os tornaram mais conhecidos: "Hully Gully do Montanhês" e "Milena (a da Praia)".




O êxito do conjunto "impôs" a sua vinda da Madeira para Lisboa, onde o empresário Vasco Morgado o contratou para espectáculos no Teatro Monumental e a rádio emitia os seus trabalhos com regularidade.

A projecção do vocalista do grupo [, Sérgio Borges,], que iniciou uma carreira a solo, acabaria por determinar o fim da carreira do conjunto, que tinha tido uma participação no Festival RTP da Canção, em 1966, com «Nunca Direi Adeus».


A Valentim de Carvalho editou em 1993 alguns dos êxitos do grupo num CD intitulado "Os grandes  êxitos do Conjunto Académico João Paulo".  (**)


2. Sobre a história do Conjunto  Académico João Paulo, que era muito popular entre a nossa tropa, no nosso tempo,  ver ainda:



(ii) Sérgio Borges e o Conjunto Académico João Paulo - Clube de fãs

Um facto, desconhecido para muitos, é a revelação da Cecília Supico Pinto na sua biografia, escrita por Sílvia Espírito Santo ("Cecília Espírito Santo,o rosto do Movimento Nacional Feminino, Lisboa, A Esfera dos Livros, 2008, pp. 144): foi ela que "conseguiu que os músicos do 'Conjunto João Paulo' cumprissem o serviço militar actuando no mato em digressões pelas 'províncias' ".

Ela sabia, de resto, da experiência norte-americana na II Guerra Mundial, da importância que tinham, sobre o moral das tropas em África,  as atividades de natureza lúdica, como os espetáculos musicais ao vivo, feitos por artistas em voga, vindos da metrópole.

Enfim, uma forma barata, para o MNF, de entreter a malta... Como é sabido, esta mulher podia tudo, tendo acesso direto e privilegiado a Salazar...


Dois antigos alferes da CART 1690: Alfredo Reis (à esquerda)
e Domingos Maçariço (à direita). 24 de julho de 2010:
recordando, 42 anos depois, o ataque ao destacamento de
 Banjara. Foto: Alfredo Reis (2010)
3. As fotos (acima. numeradadas de 1 a 4) são do álbum do ex-alf mil Alfredo Reis que, tal como o A. Marques Lopes, pertenceu à CART 1690. juntamente com o António Moreira e o Domingos Maçarico  (. Os quatro dão-nos a honra da sua presença à sombra do poilão da Tabanca Grande).

O Alfredo Reis é veterinário, reformado, vivendo em Santarém. Sabemos que não é muito fã da Net...

As fotos chegaram-nos por intermédio do A. Marques Lopes.  A seleção, a legendagem e a organização temática são dele, A. Marques Lopes. (*)

Nesta data, 24/8/1968, o A. Marques Lopes já não estava na CART 1690: depois de regressar da metróple, onde esteve em tratamento e convalescença de um ferimento em combate, foi colocado em Barro, na região do Cacheu, na CCAÇ 3.

Além da sede (Geba), o Alfredo Reis esteve nos destacamentos, alguns dos quais, como Banjara e Cantacunda, eram os piores "buracos" do CTIG na época. (LG)

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 15 de novembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15371: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (1): Eu e o meu pelotão em Cantacunda (Parte I)

(**)  "Os Grandes Êxitos do Conjunto Académico João Paulo", compilação, Vadeca / EMI 7-243-8-27483-2-8, 1993: Track listing:

1 Eu tão só (Et pourtant) | 2 Capri C'est Fini | 3 Ma Vie | 4 Se Mi Vuoi Lasciare

5 Hully Gully do Montanhês | 6 Se Piangi, Se Ridi | 7 Non Son Degno di Te

8 Milena, A da Praia | 9 Ciao | 10 Nunca Direi Adeus | 11 Stasera pago Io 12 | L'amour Est Bleu

13 Cosa Vuoi da Me | 14 Kilimandjaro | 15 Onde Vais Rio que Eu Canto | 16 Canção de madrugar

17 Corre Niña

domingo, 15 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15371: Álbum fotográfico de Alfredo Reis (ex-alf mil, CART 1690, Geba, 1967/69) (1): Eu e o meu pelotão em Cantacunda (Parte I)


Foto nº 1 > O Alf mil Alfredo Reis




Foto nº 2


Foto nº 3 > P Alf mil Alfredo Reis, ao centro


Foto nº 4  > O régulo e uma das esposas. [Julgo que o regulado era o de Manganã, 



Foto nº 5



Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8



Fotos: © Alfredo Reis / A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1.  As fotos são do ex-Alf Mil Alfredo Reis que, tal como o António Moreira, o Domingos Maçarico e o A. Marques Lopes, era da CART 1690.

Os quatro figuram na lista dos membros da nossa Tabanca Grande. O Alfredo Reis é veterinário, reformado, vivendo em Santarém.

As fotos chegaram-nos por intermédio do A. Marques Lopes. (Não é claro, para os editores, quem é autor das legendas, mas esperamos que o A. Marques Lopes ou o Alfredo Reis nos esclareçam posteriormente).

Além da sede (Geba), o Alfredo Reis esteve nos destacamentos, alguns dos quais, como Banjara e Cantacunda, eram os piores "buracos" do CTIG na época.  (LG)





Lisboa > Jantar de Natal 2007 > Os quatro magníficos da CART 1690, todos eles alferes milicianos... Ao fundo, estão o Domingos Maçarico, à esquerda, e o Alfredo Reis, à direita. Em primeiro plano, está o António Moreira, à esquerda, e o António Marques Lopes, à direita. Com os quatro juntos, a CART 1690 faz o pleno em matéria de alferes milicianos... (LG)


Foto: © A. Marques Lopes (2007). Todos os direitos reservados.


(,,,) Mensagem, de Janeiro de 2008, do nosso querido camarigo A. Marques Lopes, ex- Alf Mil At Inf, CART 1690 (Geba) / CCAÇ 3 (Barro) (1967/69) (*):

(...) Tenho-vos falado muitas vezes da CART 1690, sobre a qual há alguns postes no blogue da Tabanca Grande. Já fiz também referência aos alferes que por ela passaram. Mas quero, agora, falar-vos mais em pormenor destes gloriosos alferes, que é como nós próprios nos designamos, porque a nossa glória é continuarmos juntos. É bom que os conheçam pessoalmente. Aqui estão eles, num jantar do Natal de 2007, em Lisboa:

(i) O Domingos Maçarico (ainda um parente afastado do Luís Graça...), nascido na Praia de Mira, é engenheiro agrónomo e membro da Administração do Grupo Espírito Santo;

(ii) o Alfredo Reis, de Santarém, é veterinário e está reformado (embora pratique ainda);

(iii) o António Moreira, de Idanha-a-Nova, é advogado em Torres Vedras e [fez parte, no triénio de 2008/2010] do Conselho Geral da Ordem dos Advogados;

(iv) o A. Marques Lopes é, como sabem, coronel reformado [, fazendo parte dos primeiros cinco primeiros membros da nossa tertúlia, hoje Tabanca Grande: eu, o Sousa de Castro, o Humberto Reis, o A. Marques Lopes e o David Guimarães, por esta ordem cronológica]...

Como todos, também temos a nossa história.

Jovens e estudantes - o Domingos Maçarico no, então, Instituto de Agronomia de Lisboa (conheceu lá o Pepito), o Alfredo Reis no Instituto de Veterinária de Lisboa, também assim chamado então, o António Moreira na Faculdade de Direito de Lisboa e o A. Marques Lopes na Faculdade de Letras de Lisboa - fomos apanhados para frequentar, em Janeiro de 1966, o Curso de Oficiais Milicianos, em Mafra.

De lá saímos, em Julho desse ano, como Atiradores de Infantaria. Andanças por vários lados, a seguir (Lamego, Amadora...), e tornámos a encontrar-nos no RALIS (Regimento de Artilharia de Lisboa), que nos mobilizou para a Guiné, a 4 de Dezembro de 1966.

De 6 de Dezembro deste ano a 23 de Fevereiro de 1967 estivemos no GAGA2 (Grupo de Artilharia Contra Aeronaves n.º 2) a dar a especialidade aos soldados da que foi designada CART 1690, e que foram connosco para a Guiné.

Passámos, depois, pelo RAC (Regimento de Artilharia de Costa) de Oeiras, Carregueira, IAO... e embarcámos em 8 de Abril. Mas, antes, grandes patuscadas e farras tivemos juntos nos bares e baiúcas de Lisboa, acompanhados pelo capitão da companhia, o Guimarães [morto aos 29 na estrada de Geba-Banjara ...] Nessa fase cimentou-se a nossa amizade.

Desembarcados do Ana Mafalda para LDG, começou a Guiné, rio Geba acima. E ficámos em Geba. Eu fiquei na sede da companhia, às ordens do capitão e do Comando do Agrupamento. Eles foram distribuídos pelos destacamentos, por onde também passei, mas por pouco tempo. Já há coisas no blogue sobre Geba.

Em 21 de Agosto de 1967, fui ferido na estrada de Geba para Banjara e fui, uma semana depois, evacuado para o HMP, em Lisboa. O Domingos Maçarico foi ferido em 21 de Setembro de 1967, sendo igualmente evacuado para o HMP. O Alfredo Reis foi ferido na mesma altura, mas esteve apenas vários dias no hospital em Bissau. O António Moreira nunca foi ferido. Ele e o Reis estiveram sempre na companhia, em Geba e destacamentos, até Outubro de 1968.

O Maçarico não voltou à Guiné. Eu voltei em Maio de 1968, mas fui colocado na CCAÇ 3, em Barro.

Depois da minha evacuação para o HMP, fui substituído na companhia pelo alferes Fernando da Costa Fernandes, que foi dado como desaparecido em campanha em 19 de Dezembro de 1967, durante a operação Invisível em Sinchã Jobel: O alferes Fernandes foi, depois, substituído pelo alferes Carlos Alberto Trindade Peixoto, que foi morto em 8 de Setembro de 1968, durante um ataque ao destacamento de Sare Banda.

O Domingos Maçarico, depois de evacuado, foi substituído pelo alferes Orlando Joé Ribeiro Lourenço. Este voltou à metrópole são e salvo, mas nunca alinhou, nem nos encontros da companhia.

Somos nós os quatro, os sobreviventes, como também dizemos, que nos mantemos unidos entre nós e com os elementos da companhia. Com alguns intervalos, e eu explico a seguir.

Entre 1969 e 1974, os meus amigos e camaradas que estão comigo na fotografia, dedicaram-se a acabar os seus cursos e, depois, à vida pofissional, mantendo, embora, contactos entre si. Mas eu estive afastado deles durante esses anos (...).

(...) Há cerca de trinta anos que estes quatro ex-alferes, camaradas e amigos na Guiné, e antes dela, se encontram pelo menos quatro vezes por ano, além dos encontros da companhia. Temos ideias muito diferentes sobre certas coisas, cada um disparando, agora, para seu lado, mas a amizade cimentada na juventude e na guerra mantém-se e está acima de tudo. (...)