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sábado, 1 de agosto de 2015

Guiné 63/74 - P14957: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (13): O meu amigo e camarada Joaquim Jorge, da CCAÇ 616 / BCAÇ 619 (Empada, 1964/66), que vive hoje em Ferrel, Peniche, e que eu não vejo há 50 anos (João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66)


Foto nº 1

Foto nº 2


Fotos: © João Sacôto (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]



1. Mensagem,  com data de 15 de julho último, do João Sacôto, ex-alf mil da CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66): 


Luís, lembro-me muito bem do Joaquim Jorge. 

Se o vires e já que é teu amigo e vizinho, ai do oeste (Lourinhã / Peniche), dá-lhe o meu endereço de email. Ficámos amigos mas há cinquenta anos que não nos vemos.



 Envio-te duas fotografias em que ele está:

(i) Luís, estes são alguns dos, ainda aspirantes, do Batalhão de Caçadores 619 , poucos dias antes do embarque para a Guiné (Foto nº 1): o  1º. da esquerda, sou eu, da CCaç 617; o 6º. é o médico da CCaç 617, Folhadela de Oliveira, o 7º. é o Montes, da CCaç 618 , o 8º. é o Joaquim da Silva Jorge, da CCaç 616;

(ii) na foto nº 2, já em Bissau, em janeiro de 1964, alguns oficiais do BCAÇ 619:  o 2º. sou eu e o 3º. é o Joaquim Jorge. 

Abraço, Sacôto.



Leiria > Monte Real  > Palace Hotel Monte Real > IX Encontro Nacional da Tabanca Grande >  14 de junho de 2014 > O Joaquim da Silva Jorge e a esposa Esmeralda, que residem em Ferrel, Peniche... Garantiu-me que ia mandar as fotos da praxe para poder integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande... o que até agora ainda não fez, certamente por lapso. A sua companhia,a  CCAÇ 616,  reune-se anualmente em Fátima.

É "velhinho" na guerra (ex-alf mil, CCAÇ 616, Empada, 1964/66, companhia que também comandou) e "pira" em Monte Real... Foi em Empada que a guerra começou, não foi em Tite... Estivemos a falar de episódios, ainda mal conhecidos e pior esclarecidos,  desses tempos e lugares... A CCAÇ 616 foi substituir malta açoriana.  

Foto (e legenda): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG]

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Nota do editor:

Último poste de 30 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14947: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (12): Há festa na aldeia!...O Grupo de Bombos do Grilo, Baião, na Tabanca de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13215: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (11): Camarada traz outro camarada, amigo traz outro amigo... Com o Joaquim Jorge, de Ferrel, Peniche, ex-al mil da CCAÇ 616 (Empada, 1964/66), somos já 92 os magníficos grã-tabanqueiros e seus acompanhantes que vamos estar juntos e conviver em Monte Real, no dia 14 de junho próximo... Continuam abertas as inscrições



Lourinhã, Ribamar > Festa anual em honra de N. Sra. Monserrate > 14 de outubro de 2013 > Almoço anual de convívio de amigos do Oeste, organizado pelo Eduardo Jorge Ferreira > Na foto, dois camaradas que estiveram no TO da Guiné, e que são ambos naturais do concelho de Penicge: (i) em primeiro plano, o Joaquim da Silva Jorge, natural de Ferrel, ex-alf mil, CCAÇ 616 / BCAÇ 619, que esteve em Empada (1964/66); e a seguir, (ii) o António Miguel Franco, natural de (ou residente em) Casal Salgueiro, lugar da Estrada, Atouguia; foi capitão miliciano (não sei de cor qual a unidade que ele comandou e em que época; creio que foi já no final da guerra).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem, de 28 do corrente, que mandei ao meu amigo e vizinho (eu, da Lourinhã, e ele de Peniche) Joaquim da Silva Jorge, bancário reformado, ex-alf mil da CCAÇ 616 (Empada, 1964/66):

Joaquim :

Não queres aparecer em Monte Real no IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (*), ou seja, do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que reune já 658 camaradas (e amigos), membros registados desde 23 de abril de 2004, e dos quais 5% infelizmente já morreram ?...

Como sabes, somos uma "espécie em vias de extinção", os ex-combatentes que andaram por aquela terra verde e vermelho que, apesar de tudo,  nos ficou no coração... Da malta tua conhecida, lá do nosso oeste estremenho, vai aparecer: além de mim, o Jorge Pinto (Alcobaça) e  o Eduardo Jorge Ferreira (Vimeiro, Lourinhã).

Há mais de 3 mil marcadores no blogue... Um deles é o "Joaquim Jorge" (com 2 referências; sabias ? clica aqui) .

Monte Real fica a meio caminho do norte e do sul... Já temos neste momento, 83 inscrições [, 92, ao im da tarde de hoje], a duas semanas e meia do encontro, que é a 14 de junho, sábado, no Palace Hotel MOn te Real... Há missa às 11h30, e depois convívio, muito convívio.... O serviço de catering, por 30 morteiradas, inclui aperitivos (13h), almoço (14h) e lanche ajantarado (17h30).

Aparece e traz mais um camarada...

Um alfabravo (ABraço) fraterno. Luis

2. Resposta imediata do nosso camarada Joaquim da Silva Jorge:
Data: 29 de Maio de 2014 às 11:21

Assunto: Convívio da Tabanca Grande,  Monte Real, 14 de Junho

Amigo Luís Graça:

Já tirei licenciatura,  mestrado e estágios em convívios, de maneira que não posso deixar a prática de fora.

Se Deus me permitir, lá estarei em Monte Real no próximo dia 14 de Junho. Recordar é viver e eu quero viver enquanto puder porque depois vamos estar mortos muito tempo.

Aproveito para te informar que o convívio anual da CCAÇ 616, este ano,  será nos dias 26 e 27 de Julho, como de costume no Hotel Pax em Fátima. Comemoramos este ano os 50 anos da partida para a Guiné (08/01/1964). Agradeço que divulgues esta informação.

Por acaso consegues saber o contacto da filha do cabo nº 2514 Fernando Ferreira da minha companhia, falecido em 1991? Podes fazer o favor de me dar o e-mail do Francisco Galveia que era o cifra da minha companhia. Desculpa-me tanto incómodo da minha parte.

Um abraço do
Joaquim Jorge

3. Mensagem, de resposta, de L.G.:

Joaquim:

É com alegria que recebo o desejo de estares com a rapaziada da Guiné que acompanha o nosso blogue, gente de todos os tempos e lugares... Já dei conhecimento ao Carlos Vinhal,. da comissão organizadora, do teu pedido de inscrição.

Vou divulgar a notícia do vosso encontro, que é só em julho. Mas dá-me mais pormenores, manda-me o programa..

E já agora, e partindo do princípio que aceitas o meu convite para integrar a Tabanca Grande, manda-me uma ou mais fotos do teu tempo de Guiné, além de uma atual, tipo passe... Se tiveres uma história ou episódio para contar, melhor... É só esse o preço de ingresso: 2 fotos + 1 história... Faço questão de ser a aprensentar-te às tropas em parada...

Se responderes na volta do correio, serás o grã-tabanqueiro nº 659 ou 660... Mas estás à vontade: não é obrigatório fazer parte (formalmente falando) do blogue para ires ao encontro, em Monte Real, dia 14 de junho... (Este, o de 2014, é já a 9ª edição). Mas tem vantagens para ti e para todos: divulgação de iniciativas, publicação de histórias, partilha de memórias, contactos com a tua malta, etc.).

Aqui tens os contactos pedidos (endereços de email]  da malta da tua companhia (o 1º cabo cripto Francisco Monteiro Galveia e a filha do 1º cabo Ferreira, a Ana Paula Ferreira, a quem dou conheciomento desta mensagem, além dos nossos amigos Jorge Pinto e Eduardo Jorghe Ferreira com quem espero também estar no Vimeiro, a 28 de junho):

Um abração,
Luis
___________________

LISTA DOS  92 INSCRITOS, ATÉ HOJE,  NO NOSSO CONVÍVIO ANUAL, EM MONTE REAL, em 14 DE JUNHO DE 2014. 


[AS INSCRIÇÔES CONTINUAM ABERTAS} (**):

Agostinho Gaspar (Leiria)
Alcídio Marinho e Rosa (Porto)
António Faneco e Tina (Montijo / Setúbal)
António Fernando Marques e Gina (Cascais)
António José Pereira da Costa e Isabel (Mem Martins / Sintra)
António Manuel Sucena Rodrigues + Rosa Pato, António e Ana   
              Brandão (Oliveira do Bairo)
António Maria Silva (Cacém / Sintra)
António Martins de Matos (Lisboa)
António Rebelo (Massamá / Lisboa)
António Sampaio & Clara (Leça da Palmeira / Matosinhos)
António Santos, Graciela & mais 7 do clã (Caneças / Odivelas)
António Sousa Bonito (Carapinheira / Montemor-o-Velho)
Arménio Santos (Lisboa)

C. Martins (Penamacor)
Carlos Vinhal & Dina (Leça da Palmeira / Matosinhos)

David Guimarães & Lígia (Espinho)
Delfim Rodrigues (Coimbra)

Eduardo Campos (Maia)
Eduardo Jorge Ferreira (Vimeiro / Lourinhã)

Fernando Súcio (Campeã / Vila Real)
Francisco (Xico) Allen (Vila Nova de Gaia)
Francisco Baptista e Fátima Anjos (Aldoar / Porto)
Francisco Palma (Estoril / Cascais)

Hugo Guerra, Ema e neto Daniel (Marvila / Lisboa)
Humberto Reis e Joana (Alfragide / Amadora)

Idálio Reis (Sete-Fontes / Cantanhede)

João Alves Martins (Lisboa)
Joaquim Gomes Soares e Maria Laura (Porto)
Joaquim Luís Fernandes (Maceira / Leiria)
Joaquim Mexia Alves (Monte Real / Leiria)
Joaquim Nunes Sequeira e Mariete (Colares / Sintra)
Joaquim da Silva Jorge (Ferrel / Peniche)
Jorge Cabral (Lisboa)
Jorge Canhão & Maria de Lurdes (Oeiras)
Jorge Loureiro Pinto (Agualva / Sintra)
Jorge Rosales (Monte Estoril / Cascais)
José Barros Rocha (Penafiel)
José Casimiro Carvalho (Maia)
José Louro (Algueirão / Sintra)
José Manuel Cancela e Carminda (Penafiel)
Julio Costa Abreu e Richard (Holanda)
Juvenal Amado (Fátima / Ourém)

Luís Encarnação (Cascais)
Luís Graça & Alice (Alfragide /Amadora)
Luís Moreira (Mem Martins / Sintra)

Manuel Augusto Reis (Aveiro)
Manuel Joaquim (Agualva / Sintra)
Manuel Resende, Isaura e Palmira Serra (Cascais)
Manuel dos Santos Gonçalves e Maria de Fátima (Carcavelos / Cascais)
Mateus Oliveira e Florinda (Boston / EUA)
Miguel Pessoa & Giselda (Lisboa)
Mário Gaspar (Lisboa)

Raul Albino e Rolina (Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal)
Rui Silva e Regina Teresa (Sta. Maria da Feira)

Vasco da Gama (Buarcos / Figueira da Foz)
Virgínio Briote e Irene (Lisboa)

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 29 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13207: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (10): Inscrevo-me para reviver um pouco da amizade, embora os camaradas, em Monte Real não sejam aqueles com quem convivi, sei que estão irmanados no mesmo sentimento (Francisco Baptista)

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13174: Tabanca Grande (435): Francisco Monteiro Galveia, a residir em Fronteira, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 616 (Empada, 1964/66), grã-tabanqueiro nº 656

Francisco Monteiro Galveia.
Foto atual

1. Resposta, de ontem,  do Francisco Monteiro Galveia, que passa a ser hoje o membro nº 656 da nossa Tabanca Grande


Aqui estou de novo, Xiko Galveia... A primeira foto foi tirada em Empada na varanda do Posto Administrativo em 1965. Vou procurar enviar novamente uma foto recente (vd. anexo).

Fiz a recruta em Quelus, especialidade em Campo de Ourique e Trafaria, mais  um mês de estágio em Estremoz e  um mês de férias, seguindo-se  a CCaç  616... Amadora, poucos dias,  e o barco Quanza a caminho da Guiné.

Os primeiros dias de viagem foram muito difíceis. O refeitório era no porão com um cheiro a tintas frescas, vómitos por tudo quanto era sítio... Valeu-me ter travado conhecimento com o chefe da cozinha do barco e, a partir daí, passei a ter rancho melhorado, fazendo parte da equipa da cozinha. Ainda levei umas sandes de bifanas para terra. 
1º cabo cripto Galveia,
na varanda do posto adminis-
trativo de Empada (c. 1964/66). 

Chegado a Bissau,  integrei o Centro Cripto local  enquanto a CCaç  616 esteve em Bissau, onde se trabalhava até à exaustão, das 9h às 21h,  com um pequeno intervalo para refeição, das 21h às 9h sem intervalo, mais a passagem de serviços uns aos outros. Quando se  trabalhava de noite, tinha que se descansar  de dia e dormir na caserna onde estava a CCaç  616 instalada com barulhos por todo o lado. 

O centro Cripto tinha pouco pessoal para o serviço que tinha, todos os dias se acumulava mais serviço, mensagens tipo rotina muitas não chegaram a ser decifradas (como haviam de ter resposta), e mesms as de  tipo urgentes passavam de uns dias para outros seguintes. 

As comunicações via rádio eram muito ruins, pelo que as mensagens chegavam sempre adulteradas, muitas vezes, depois de decifrar não se conseguia ler nada que fizesse sentido, chegava a passar por todos os operadores para as descriptar. 

Findo este período,  segue-se Empada em que eu era um desconhecido da maioria dos componentes da CCaç 616 e eu também conhecia poucos companheiros. Posteriormente falarei alguma coisa de Empada. 

Conheço bem o Joaquim Jorge, foi Comandante interino muito tempo da 616, é um homem com um H grande é a pessoa certa para falar dos acontecimentos que nos rodearam.

Um abraço.
Xico Galveia.

2. Comentário de L.G.:

Camarada Galveia, estás apresentado à Tabanca Grande, cabendo-te o lugar nº 656 (**). Podes agora sentar-te à vontade à sombra do nosso mágico, portentoso, protetor poilão. Acreditamos que há um irã bom, acocorado no alto do poilão da Tabanca Grande, que nos protege...contra os diabos maus da vida e do mundo. 

Como grã-tabanqueiro, tens direitos e deveres, sendo o mais importante o direito (e o dever) de honrar a memória de todos os nossos camaradas e de partilhar as tuas memórias.

Fazemos encontros, convívios, almoços, etc., a que não és obrigado a ir. Mas, por exemplo, gostávamos de te conhecer, em carne e osso, em Monte Real, no dia 14 de junho próximo, no IX Encontro Nacional da Tabanca Grande. Desafia o Joaquim Jorge para aparecer.

Um alfabravo (AB) do Luís Graça e demais editores e colaboradores do blogue.

PS - Se quiseres ser conhecido e tratado por Francisco Galveia (como consta na tua página do Facebook) diz-nos que a gente corrige...

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Notas do editor:

(*) Vd,. poste de 19 de maio de 2014 >  Guiné 63/74 - P13165: O nosso livro de visitas (177): Francisco Monteiro Galveia, que vive em Fronteira, Alto Alentejo... Foi 1º cabo cripto na CCAÇ 616 (Empada, 1964/66) e pede para integrar a Tabanca Grande

(**) Último poste da série > 14 de maio de  2014 > Guiné 63/74 - P13138: Tabanca Grande (434): Luís Cândido Tavares Paulino, ex-Fur Mil da CCAÇ 2726 (Cacine e Cameconde, 1970/72) - Grã-Tabanqueiro 655

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13165: O nosso livro de visitas (177): Francisco Monteiro Galveia, que vive em Fronteira, Alto Alentejo... Foi 1º cabo cripto na CCAÇ 616 (Empada, 1964/66) e pede para integrar a Tabanca Grande


Guiné > Região de Quínara > Empada > CCAÇ 616 (1964/66)> O então 1º cabo cripto Francisco Monteiro Galveia.

Foto: © Francisco Monteiro Galveia (2014). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem,  de ontem, do nosso leitor e camarada Francisco Monteiro Galveia:


Sou Francisco Monteiro Galveia, vivo em Fronteira. 

Fui Operador Cripto da CCAÇ 616 (Amadora, Bissau e Empada,1964/1966)

 Peço para integrar a sua Tabanca, 

Só nesta altura tive conhecimento da sua existência, por indicação dum amigo que esteve também na Guinè. Se estiver no sitio certo, posteriormente vou dar mais indicações.

2. Comentário do editor L.G.:

Camarada Galveia, vamos começar por nos tratar por tu. Como camaradas que somos, tratamo-nos por tu, aqui no nosso blogue e nos nossos convivios. Como costumamos dizerm "camarada não tem que ser amigo; é aquele que dorme no mesmo buraco, na mesma cama, no mesmo abrigo"... O tratamento por tu facilita a comunicação entre os camaradas da Guiné. 

Vamos agora ao teu pedido. Mandaste-nos duas ou três fotos, mas só conseguimos abrir a primeira, que puiblicamos acima. Vem sem legenda, presume-se que tenha sido tirada em  Empada, Na volta do correio, manda-nos uma foto atual, tipo passe. Ficam assim cumpridas as regras que estabelecemos para te apresentar. Ah, já me esquecia, foste lacónico a teu respeito, tens que nos dizer mais qualquer coisa do teu tempo na Guiné, enquanto militar da CCAÇ 616. Se tiveres uma ou mais pequenas histórias, manda através do nosso endereço de email que já usaste.

Tínhamos até agora apenas 3 referências à  CCAÇ 616/ BCAÇ 619 (Empada, 1964/66). 

Há duas referências a militares da CCAÇ 616:

(i) O 1º Cabo nº 2514, Fernando das Neves Ferreira, mais conhecido por Cabo 14, e já  falecido, que  está representado na nossa Tabanca Grande pela sua filha Ana Paula Ferreira, desde 2006; 

(ii) O ex-alf mil Joaquim da Silva Jorge, ou  só Joaquim Jorge, natural de Ferrel, Peniche, de que te deves lembrar, e que chegou a comandar a companhia; foi o organizador do encontro do pessoal, em 2013, em Fátima; estou à espera que ele, depois de aceite meu convite, formalize a sua entrada na Tabanca Grande; costuma visitar o nosso blogue e interessa-se pelas histórias da guerra da região de Quínara, contadas por camaradas de outras companhias que vieram depois de vocês para Empada.

Dito isto, tu, camarada Galveia, estás em boa posição de ser o primeiro representante da CCAÇ 616 a sentar-se à sombra do "poilão" da nossa Tabanca Grande que é um espaço virtual onde todos cabemos, os canaradas da Guiné, dos mais "velhinhos", do princípio da guerra (os de 1961/63, aos "piras", os  de 1973/74, que fecharam a guerra...  Em suma, um sítio na Internet onde cabemos todos com  tudo o que nos une e até com aquilo que nos separa.

Temos muito gosto em aceitar o teu pedido para ingressar na Tabanca Grande. Para mais vens de uma  região rica em história e património, que merece ser melhor conhecida e visitada. Se nos responderes de imediato, serás o grã.-tabanqueiro (membro da Tabanca Grande) nº 656, passando o teu nome a constar da lista alfabética de A a Z publicadada na coluna do lado esquerdo. 

 Isto quer  dizer, que o nosso blogue representa já mais do que um batalhão (=4 companhias x 150 homens). . Precisamos, de resto, que entrem 5 a 6 novos membros por mês, para alimentar o blogue com histórias e fotos.  Publicamos também uma média de 4 a 5 postes (textos) por dia.

Aqui fica uma alfabravo (ABraço) da nossa equipa de editores, em serviço, Luís Graça, Carlos  Vinhal e Eduardo Magalhães Ribeiro.

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Nota do editor. 

Último poste da série >

19 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13008: O nosso livro de visitas (176): Sou descendente orgulhoso de um camarada que passou por Bambadinca e procuro os organizadores do convívio anual do pessoal de 1968/71 (A. Martins, filho do fur mil Fernando Martins, já falecido)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12159: Convivios (539): Pessoal da CCAÇ 616 / BCAÇ 619 (Empada, 1964/66), em Fátima, nos dias 19 e 20 do corrente (Joaquim Jorge, ex-alf mil, natural de Ferrel, Peniche)


Lourinhã, Ribamar > Festa anual em honra de N. Sra. Monserrate > 14 de outubro de 2013 > Almoço anual de convívio de amigos do Oeste > O Joaquim da Silva Jorge, natural de Ferrel, Peniche, ex-alf mil, CCAÇ 616 / BCAÇ 619, que esteve em Empada (1964/66).

Foto: © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do meu amigo e nosso camarada Joaquim da Silva Jorge, com data de hoje:



Vai realizar-se no próximo fim de semana, dias 19 e 20 de Outubro, o convívio anual da CCAÇ 616.

O encontro será em Fátima no Hotel Pax. 

A receção será a partir das 14 horas de sábado. Ás 18h30 será a missa, seguindo-se o jantar. Depois do jantar teremos um animado serão com música e baile.

Um abraço do Joaquim Jorge.


2. Comentário de L.G.:

Estive, há dias, em Ribamar, por ocasiões da festa anual da terra, em honra de Na. Sra. Monserrate com uma série de amigos e camaradas da região Oeste, uma boa parte dos quais passou pelo TO da Guiné, durante o período da guerra...

O convívio (, a pretexto de um boa caldeirada, ou não estivessemos nós em terra de gente do mar, terra dos meus antepassados Maçaricos,) foi organizado mais uma vez pelo Eduardo Jorge Ferreira, nosso grã-tabanqueiro, ,ex-alf mil da Polícia Aérea (BA12, Bissalanca, 1973/74), natural de A-dos-Cunhados, Torres Vedras, e que está connosco na Tabanca Grande desde 31/8/2011.

No grupo de convivas, de várias zonas do oeste (Lourinhã, Peniche, Cadaval, Torres Vedras, Mafra, Caldas da Raínha, Alcobça, etc.), fui encontrar alguns "velhinhos" da guerra da Guiné, gente dos primórdios, mas também "periquitos", gente que fechou a guerra e as portas do império...

O Joaquim da Silva Jorge, ou simplesmente oaquim Jorge,   é dos "velhinhos". Reformado da banca (onde foi prospetor, trabalhando muito em Ribamar nessa qualidade...), o Joaquim Jorge é natural de Ferrel, Peniche, tendo sido all mil na CCAÇ 616 / BCAÇ 619, que esteve em Empada (1964/66).

De espírito jovial, o Joaquim Jorge contou-me alguns dos episódios que marcaram a história da sua companhia. Num dada altura, ele teve mesmo que assumir o comando, em substituição do capitão. por razões que já não fixei. Vem, desse tempo,  um forte ligação ao pessoal da companhia, que todos os anos se encontra.

O Joaquim Jorge visita o nosso blogue, conhece os nomes de camaradas que estiveram em Empada depois dele (o Zé Teixeira, o Xico Allen...) mas ainda arranjou pachorra para pedir a sua integração na nossa Tabanca Grande, com direito a guarda de honra e tudo. Aproveito o ensejo para o convidar. Pedi-lhe também para me mandar a notícia do próximo convívio, o que prontamente já fez.


3. Informação complementar:

 O BCAÇ 619 esteve sediado em Catió, ao tempo de camaradas nossos como o J.L.Mendes Gomes (ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil e Catió, 1964/66).

Deste batalhão também é o nosso tabanqueiro João Sacôto (ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619, CatióIlha do Como e Cachil, 1964/66), que muito provavelmente conhece o Joaquim Jorge. O seu nome completo  é João Gabriel Sacôto Martins Fernandes. Entrou para a Tabanca Grande em 29/12/2011. E já aqui contou uma série de histórias da sua unidade. O nosso grã-tabanqueiro nº 532 era amigo do João Bacar Jaló.

Da mesma CCAÇ 616 / BCAÇ 619 [ e não da CCAÇ 617, como aparece por erro num dos nossos postes] também era o já falecido 1º Cabo Fernando Ferreira [foto à direita]... 

O 1º Cabo nº 2514, Fernando das Neves Ferreira, da CCAÇ 616 / BCAÇ 619 (Bissau, Empada, Pirada, Bigene, Ilha do Como, Bafatá, 1964/66), mais conhecido por Cabo 14, está representado na nossa Tabanca Grande pela sua filha Ana Paula Ferreira, desde 2006.

O Cabo 14 morreu precocemente aos 48 anos, em 1991. A filha escreveu sobre ele um texto comovente, em 9/4/2006, e dedicou-lhe um blogue... Foi desenterrar também problemas da vida militar e disciplinar do pai. (Talvez por isso, o Joaquim Jorge, que ficou a comandar a companhia, desde 17/7/65, me tenha pedido o mail da Ana Paula Ferreira, o que já lhe facultei).

Do mesmo batalhão, mas da outra companhia, a CCAÇ 618, temos o João Henrique Pinho dos Santos. Ex-Alf Mil Inf da CCaç 618 / BCAÇ 619,  o João esteve em Susana e Binar no período 1964/66.

Falta-nos, portanto, e se não erro,  um digno representante, vivo,  da CCAÇ 616 (que veio substituir a CCAÇ 417). O Joaquim Jorge vai-nos dar essa honra, a  de aceitar o nosso convite para desempenhar  esse papel, o de primeiro representante da CCAÇ 616. Joaquim, fico à espera de uma foto desse tempo, e de um pequena história, como é da praxe, para complementar os procedimentos para a tua entronização. Pode ser a/s) história(s) do Cabo 14. Gostei de te ver. Um Alfa Bravo. Luis. (**)

PS - Da CCAÇ 616 temos aqui um história contada  pelo Toni Borié, que vive nos States. Será que o Joaquim  Jorge se lembra do 1º cabo Fialho, que era natural Rio Maior, e que depois da peluda  foi emigrante na América   ?  (***)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1148: Cabo 14, um blogue de homenagem de uma filha a seu pai (Ana Ferreira)
  
(...) Entretanto nas minhas diligências, e através do esforço impagável do Sr. Ilídio Costa, sei agora com todos os detalhes qual a companhia de meu pai, Fernando das Neves Ferreira: Companhia de Caçadores nº 616, 3º Pelotão, 1ª secção, atirador, soldado nº 2514/63. Os castigos disciplinares foram alguns e as despromoções também, tendo posteriormente sido transferido para a CART 676/RAP 2,  em Setembro de 1965.

No documento que me foi tão gentilmente fornecido dizia ainda que "esta Companhia, após o desembarque do Batalhão nesta Província em 15.1.64, ficou em Bissau às ordens do Quartel General. Passou novamente a pertencer ao Batalhão em 8.4.64 quando rendeu em Empada a CCAÇ 417. Nesta altura veio comandada pelo Sr. Capitão Mil António Francisco do Vale. Em 2.5.64 este Capitão foi rendido no Comando da Companhia pelo Sr. Capitão José Pedro Mendes Franco do Carmo. Presentemente está sendo comandada desde 17.7.65 pelo Alferes Mil Joaquim da Silva Jorge, em virtude do Sr. Capitão Franco do Carmo ter sido evacuado para a metrópole por doença". (...)


(**) Último poste da série > 14 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12151: Convívios (536): Almoço de confraternização no passado dia 14 de Setembro em Salicos e XX Convívio dos Combatentes do Ultramar, a levar a efeito no próximo dia 20, iniciativas do Núcleo de Lagoa/Portimão da Liga dos Combatentes (Arménio Estorninho)



(...) Também esteve por um pequeno período de tempo na povoação de Catió, onde encontrou pessoal de Rio Maior, lembra-se do seu grande amigo, o Zé de Alfruzemel, pois juntos cozinhavam grandes “patuscadas” para todo o pessoal. Nunca mais lhe saíram do seu pensamento os chuveiros do aquartelamento em Empada, que traziam água quente a cheirar a enxofre, e “encarnada”!.

De uma vez andaram trinta quilómetros de noite, carregados, chegando pela manhã, em auxílio de um batalhão que estava em dificuldades. Os guerrilheiros quando souberam que estavam a chegar os militares da companhia de Empada, fugiram, pois os caçadores da Companhia 616, já eram famosos.(...) 


terça-feira, 16 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11847: Bom ou mau tempo na bolanha (19): O 1.º Cabo Fialho da CCAÇ 616 (Tony Borié)

Décimo nono episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66.



Mais um companheiro combatente, incorporado no exército de Portugal, no ano de 1963, que andou por lá, nas bolanhas e savanas da Guiné, diz ele que aquilo, era só rios e pântanos!

Aquela cara não me era estranha, sempre que com ele me cruzava, via nele algo de combatente. Notava aqueles sintomas que não enganam, alguma alegria, sofrimento, um certo controle nas palavras e, quando por acaso lhe disse que havia passado pela Guiné, ele explica com um certo entusiasmo, todas aquelas coisas que nós combatentes dizemos quando recordamos a nossa passagem por lá, e o nosso envolvimento naquele horroroso conflito.

Depois de regressar da Guiné, esteve 7 anos em Inglaterra, trocou este país pelos USA, onde esteve nos estados da Califórnia, Nova Iorque, Nova Jersey e finalmente, fugindo à neve e ao frio, já aposentado, veio viver no sol da Florida.

O seu nome é Amílcar Vitorino Branco Fialho, diz que é o “1.º Cabo Fialho” da Companhia de Caçadores 616, e até gostava de saber se alguém que pertenceu à sua Companhia ainda se lembra dele, e se for vivo e ler este texto, que diga alô.
Nasceu em Rio Maior, onde cresceu, depois de incorporado no exército, tirou a recruta no RI 5 nas Caldas da Rainha, a especialidade no RI 1, na Amadora, e tal como todos nós, depois de mobilizado para defender Portugal, embarcou em Lisboa, no porão do navio “Quanza”, no Cais de Alcântara, e uma semana depois já pisava terra vermelha da Guiné.

Conta com um certo orgulho nas palavras, que esteve estacionado em Bissau por um período de três meses, fazendo patrulhas e segurança à “Jangada”, que circulava no rio Mansoa, levando material de guerra e militares, que entretanto se iam instalando no norte da província.

Passado este período de ambientação, viajou em lanchas LDM para a povoação de Empada, cujas instalações na altura já se encontravam completas, estando estrategicamente localizadas no meio da população, portanto com aldeias de casas cobertas de colmo, tanto de um lado como do outro. Aqui encontrou outra companhia de naturais, a que chamavam “milícias”, e que sempre operaram em colaboração, onde as patrulhas de reconhecimento eram o seu dia a dia, sofrendo emboscadas, com alguns feridos, que eram evacuados de helicóptero para o hospital de Bissau. Foram progredindo e conseguiram construir um “posto avançado”, a alguns quilómetros de distância, era na margem de um rio, não se recorda do nome, ficou lá um pelotão da sua companhia, juntamente com um pelotão de “milícias”, que eram abastecidos por uma coluna auto, que os visitava frequentemente, mas ficavam lá estacionados por um período de um mês, altura em que outro pelotão os ia substituir.



Lembra-se que do lado de lá do rio, eram as “casas mato” dos guerrilheiros, e que quando havia tiroteio, pelo menos à noite, era como se fosse “fogo de artifício”.

Diz também que a comida era do melhor, além das rolas, pombos verdes e galinhas, que caçava, havia muitas vacas abandonadas nas pastagens, pois os seus donos fugiam a refugiar-se, não sabiam onde, e eles nas patrulhas, traziam as que precisavam. Além de tudo isto, os naturais colaboravam e os militares compravam-lhes: peixe, carne, vegetais e alguma fruta.

Também esteve por um pequeno período de tempo na povoação de Catió, onde encontrou pessoal de Rio Maior, lembra-se do seu grande amigo, o Zé de Alfruzemel, pois juntos cozinhavam grandes “patuscadas” para todo o pessoal. Nunca mais lhe saíram do seu pensamento os chuveiros do aquartelamento em Empada, que traziam água quente a cheirar a enxofre, e “encarnada”!.

De uma vez andaram trinta quilómetros de noite, carregados, chegando pela manhã, em auxílio de um batalhão que estava em dificuldades. Os guerrilheiros quando souberam que estavam a chegar os militares da companhia de Empada, fugiram, pois os caçadores da Companhia 616, já eram famosos.

Se lhe dessem oportunidade, o “1.º cabo Fialho” nunca terminava de lembrar a Guiné. Disse que sofreu a valer com um ataque de abelhas que os “fdp”, dos guerrilheiros lhes prepararam uma vez numa emboscada, e de outra vez, aproximando-se de uma aldeia com “casas mato”, um guerrilheiro que estava de vigia em cima de uma árvore, vendo os militares da companhia de caçadores 616, a tal que era famosa, desceu da árvore e atrapalhado, mandou uma granada que bateu numa árvore, fez ricochete, matando-o assim como mais uns tantos.
E termina dizendo:
- Porra, que sorte!

Regressou a Portugal, à mãe Pátria, em Fevereiro de 1966.

Tony Borie,
Julho de 2013


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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11819: Bom ou mau tempo na bolanha (18): Aqueles olhos azuis! (Toni Borié)

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Guiné 63/74 - P1148: Cabo 14, da CCAÇ 616 / BCAÇ 619 (Empada, 1964/66): um blogue de homenagem de uma filha a seu pai (Ana Paula Ferreira)


Lisboa > 1966 > O Fernando Ferreira, de regresso à terra natal, Lisboa, em dia de inverno, a 3 de Fevereiro de 1966. "Pergunto-me se alguma vez regressou, de facto", escreveu a filha Ana Ferreira. E cita os versos da canção do Zeca Afonso, Menina dos Olhos Tristes: "Menina dos olhos tristes / O que tanto a faz chorar / O soldadinho não volta / Do outro lado do mar"... E explica a sua tristeza, a sua saudade, o seu espanto e a sua revolta: "E era assim que eu costumava adormecer, embalada por histórias de Meninas e Soldadinhos. O meu, o nosso Soldadinho voltou. Não veio numa caixa de pinho, mas a sua alma deve ter ficado junto daqueles que viu despedaçados à sua volta, enrodilhados em panos sangrentos que não cessavam de perguntar : porquê?"... O Ferreira, seu pai, morreria precocemente, 24 anos depois do regresso.

Fonte: Blogue Cabo14 Guiné, de Ana Ferreira (com a devida vénia...).


Louvor por feitos de guerra, na noite de 16/17 de Julho de 1964.

Fonte: Blogue Cabo14 Guiné, de Ana Ferreira (com a devida vénia...).

Fotos: Ana Ferreira (2006)

1. Mensagem de Ana Paula Ferreira, a filha do Cabo 14 (ex-1º Cabo Ferreira, CCAÇ 616, BCAÇ 619, 1964/66)

Olá Luís e todos os caros Tertulianos,

Embora tertuliana silenciosa, tenho lido e tenho tentado manter-me atenta a tudo oque tem sido colocado no site.

Entretanto nas minhas diligências, e através do esforço impagável do Sr. Ilídio Costa, sei agora com todos os detalhes qual a companhia de meu pai, Fernando das Neves Ferreira (1): Companhia de Caçadores nº 616, 3º Pelotão, 1ª secção, atirador, soldado nº 2514/63.

Os castigos disciplinares foram alguns e as despromoções também, tendo posteriormente sido transferido para a CART 676 / RAP 2, em Setembro de 1965.

No documento que me foi tão gentilmente fornecido dizia ainda que "esta Companhia, após o desembarque do Batalhão nesta Província em 15.1.64, ficou em Bissau às ordens do Quartel General. Passou novamente a pertencer ao Batalhão em 8.4.64 quando rendeu em Empada a CCAÇ 417.

Nesta altura veio comandada pelo Sr. Capitão Mil António Francisco do Vale. Em 2.5.64 este Capitão foi rendido no Comando da Companhia pelo Sr. Capitão José Pedro Mendes Franco do Carmo. Presentemente está sendo comandada desde 17.7.65 pelo Alferes Mil Joaquim da Silva Jorge, em virtude do Sr. Capitão Franco do Carmo ter sido evacuado para a metrópole por doença" (2).

Posso enviar-lhe algumas fotos , embora tenha que o fazer através doutro endereço de mail já que este não comporta espaço suficiente para o envio de fotos. Entretanto fica o blogue Cabo14 Guiné, já um pouco mais actualizado (3).

Saudações,

Ana Paula Ferreira,
filha de Fernando Ferreira, Cabo 14 (4)

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Notas de L.G.:

(1) Vd posts de:
8 de Abril de 2006 > Guiné 63/4 - DCLXXXV: Aerograma de Ana Paula Ferreira: o meu pai, o 1º cabo Ferreira (CCAÇ 617, BCAÇ 616, 1964/66)

(...) "Eu sei que deve parecer estranho falar assim, não embarquei para a Guiné, não peguei em armas, não matei ou vi morrer, mas as palavras são poderosas, principalmente quando proferidas por quem viu a sua vida mudada para sempre.

"A minha mãe guarda centenas de aerogramas, fotografias e memórias de um cais de onde viu partir um jovem, que voltou homem amargurado" (...).

9 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCLXXXVI: Cabo 14: pergunto-me se ele algum vez regressou, de facto (Ana Ferreira)

(...) O meu pai esteve na Guiné de 64 a 66, mais exactamante de oito de Janeiro de 1964 a três de Fevereiro de 1966, partindo de Lisboa, onde vivia. Julgo que o quartel onde se encontrava era o da Amadora. Não tinha nenhuma especialidade, era apenas atirador (...).

"Pelos remetentes que encontrei nos aerogramas vejo que percorreu um pouco toda a Guiné: Bissau, Empada, Pirada, Bigene, Ilha do Como (que pelas suas descrições, terá sido um dos piores sítios), Ponderosa, embora, não seja este o verdadeiro nome, ignoro qual seja, Bafatá e mais alguns de certeza, pois sei que já não me lembro com exactidão de tudo o que me contou.

"Bolanhas, G3 carregadas em braços no ar, queimada de aldeias, tabancas destruídas, estadias surrealistas e fugas do hospital de Bissau .... Castigos, louvores, viagens prometidas e desprometidas à metrópole, a guia de marcha, o embarque e o regresso. Mas pergunto-me se alguma vez regressou, de facto (...)".

(2) Mais uma unidade que, durante a sua comissão, teve pelo menos três comandantes. Já aqui nos interrogámos sobre as estranhas doenças que atingiam os capitães, milicianos ou do Q.P....

(3) Belíssima e sentida homenagem de uma filha a seu pai, combatente na Guiné: (...) "Esta não é uma história fácil de se contar. Muitas vezes ouvi-o dizer que tinha que escrever o livro da sua vida. Sei que a parte que mais crucial reportava-se a estes anos passados na Guiné. As emboscadas, os amigos vitimas das minas, as tabancas incendiadas, a fome, a sede e uma vontade súbita de tudo enfrentar; uma vontade indómita de penetrar na mata e matar ou morrer.

"À minha mãe, inundada de aerogramas com palavras de esperança e desespero, diziam-lhe os colegas de guerra que voltavam à metrópole, feridos para não mais voltar: 'A menina desista dele, porque ele não vai voltar'. Cabo 14 , menino quase imberbe que fazias tu, que vias tu, lá nessas terras distantes?" (...).

(4) O nosso camarada Fernando Ferreira morreu em 1991. A filha criou, com grande ternura, um pequeno blogue em sua homenagem. Foi um gesto que nos sensibilizou a todos, os seus amigos da tertúlia a que ela pertence, com todo o mérito.

domingo, 9 de abril de 2006

Guiné 63/74 - P675: Cabo 14: pergunto-me se ele alguma vez regressou, de facto (Ana Ferreira)

Guiné > O 1.º Cabo n.º 2514, Fernando das Neves Ferreira, CCAÇ 616, do BCAÇ 619, Bissau, Empada, Pirada, Bigene, Ilha do Como, Bafatá, 1964/66).

© Ana Ferreira (2006)

Texto da Ana Ferreira, Braga:

Agradeço-lhe imenso as suas palavras de apoio e aceito com muito prazer o convite para integrar a tertúlia. Sinto-me um pouco como uma intrusa, mas sei também que a partilha de memórias e de sentimentos há muito me fez entrar no vosso mundo.

Tenho uma longa tarefa pela frente... o livro que meu pai insistia que deveria escrever, vai ter um eco remoto neste blog que iniciei.

O tempo é sempre pouco, mas a perseverança não.

Como já sabe o meu pai esteve na Guiné de 64 a 66, mais exactamante de oito de Janeiro de 1964 a três de Fevereiro de 1966, partindo de Lisboa, onde vivia. Julgo que o quartel onde se encontrava era o da Amadora. Não tinha nenhuma especialidade, era apenas atirador, mas terei que confirmar nos documentos que ainda restam .

Pelos remetentes que encontrei nos aerogramas vejo que percorreu um pouco toda a Guiné: Bissau, Empada, Pirada, Bigene, Ilha do Como (que pelas suas descrições, terá sido um dos piores sítios), Ponderosa, embora, não seja este o verdadeiro nome, ignoro qual seja, Bafatá e mais alguns de certeza, pois sei que já não me lembro com exactidão de tudo o que me contou.

Bolanhas, G3 carregadas em braços no ar, queimada de aldeias, tabancas destruidas, estadias surrealistas e fugas do hospital de Bissau .... Castigos, louvores, viagens prometidas e desprometidas à metrópole, a guia de marcha, o embarque e o regresso. Mas pergunto-me se alguma vez regressou, de facto.

Saudações,
Ana Ferreira,
Braga
Blogue> Cabo14Guine

sábado, 8 de abril de 2006

Guiné 63/4 - P674: Aerograma de Ana Paula Ferreira: o meu pai, o 1º cabo Ferreira (CCAÇ 617, BCAÇ 619, 1964/66)

Mensagem de Ana Paula Ferreira (que nos mandou um aerograma de hoje):

Não poderia deixar de lhe agradecer pelo seu blogue: procurando algumas informações sobre a Guiné, onde o meu pai esteve de 64 a 66 (Fernando das Neves Ferreira, 1º Cabo, nº 2514, CCAÇ 616, do BCAÇ 619), deparei-me com as suas páginas repletas de testemunhos, fotografias, ou seja, algo que me é tão familiar, não porque lá estive, mas porque conheço as histórias através do meu pai.

Por coincidência iniciei também hoje um blogue sobre este assunto. Há muito tempo que pensava numa forma de dar a conhecer tudo aquilo que ouvi e senti através das palavras do meu pai. Tanta coisa aconteceu e muita gente não esqueceu. Eu não esqueci.

Eu sei que deve parecer estranho falar assim, não embarquei para a Guiné, não peguei em armas, não matei ou vi morrer, mas as palavras são poderosas, principalmente quando proferidas por quem viu a sua vida mudada para sempre.

A minha mãe guarda centenas de aerogramas, fotografias e memórias de um cais de onde viu partir um jovem, que voltou homem amargurado.

Os meus parabéns pela sua iniciativa!

Atentamente,
Ana Paula Ferreira


Comentário de L.G.

Ana: Fico/amos muito sensibilizado(s) pelas suas palavras de carinho e de amor pelo seu pai, que foi nosso camarada, bem como de simpatia pelo nosso blogue. Este é também um ponto de encontro entre gerações, entre nós e os nossos filhos... Você não esqueceu, nós também não.

Gostaria de a convidar para integrar a nossa tertúlia, se assim o desejar. Dê-nos mais notícias suas, diga-nos qual o endereço do seu blogue... Temos ainda poucos testemunhos e documentos do tempo em que o seu pai esteve na Guiné (1964/66). Teremos muito gosto também em divulgar o seu blogue.

Fica aqui também a notícia do 12º almoço/convívio da Companhia de Caçadores 617 – BCAÇ 619 (Guiné 1964/66) em Guimarães, no próximo dia 28 de Maio de 2006.

3. Também o nosso histórico Sousa de Castro quis transmitir à Ana Paula algumas palavras de boas-vindas ao nosso blogue (Como eu faço questão de lembrar, ele é o tertuliano nº 1, o mais antigo, o primeiro a trazer outros camaradas para a nossa tertúlia, e nessa medida um dos co-responsáveis pela abertura das comportas deste rio de memórias da Guiné, cujas águas continuam a correr e a engrossar):

Ana Paula, fiquei muito sensibilizado pelo testemunho e pelo interesse demonstrado sobre estórias da guerra colonial. Graças ao nosso comandante Luís Graça, porque sem ele não teria sido possível o trabalho extraordinário que é o blogue-fora-nada.

Não se encontram, todos os dias, filhos interessados nas estórias que os pais contam sobre aquele tempo desperdiçado. Foram os melhores anos da nossa juventude, embora no meu caso pessoal não estou minimamente arrependido de ter ido para a Guiné, creio que fiquei muito mais rico com aquela experiência. Um dia hei-de lá voltar.

Cumprimentos e, como o Luís diz, faça o favor de entrar para a nossa tertúlia e conte as estórias do seu pai. Se achar bem, pode publicar no seu blogue.

Sousa de Castro (ex- 1º Cabo TRMS, CART 3494, Xime e Mansambo, Jan 72 a Abr 74)