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quarta-feira, 23 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15891: Convívios (733): Encontro do pessoal da CCAÇ 412 (1963/65), dia 14 de Maio de 2016, na Mealhada (Alcídio Marinho, ex-Fur Mil)



1. A pedido do nosso camarada Alcídio Marinho, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65) damos a conhecer o próximo Encontro do pessoal da sua Unidade, a levar a efeito no próximo dia 14 de Maio de 2016, na Mealhada, que comemora este ano os 51 anos do seu regresso à Metrópole. 

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Nota do editor

Último poste da série de 21 de Março de 2016 Guiné 63/74 - P15883: Convívios (732): Almoço do pessoal da CCAÇ 2317, dia 4 de Junho de 2016, em Espinho (Joaquim Gomes Soares, ex-1.º Cabo Atirador de Infantaria)

sábado, 3 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15192: O segredo de ... (27): A minha prenda de Natal de 1963: a destruição de Sinchã Jobel, com o meu engenhoso fornilho montado numa mala de cartão... (Alcídio Marinho, ex-fur mil at inf MA, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)



Leiria > Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > O Alcídio Marinho (Porto, Miragaia), o porta-estandarte da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65).


Foto: © Manuel Resende (2011). Todos os direitos reservados.




Leiria > Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > A Rosa Marinho (Porto, Miragaia), empunhando com elegância, firmeza e determinação o estandarte dos Capacetes Verdes (réplica do original).


Foto: © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados.




Guiné > Mapa geral da província > Escala de 1/500 mil  > 1961 > Detalhe: posição relativa de Sinchã Jobel, a norte de Bambadinca e a noroeste de Bafatá...

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015)


1. Mensagem de Alcídio Marinho [ ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65)]


Data: 25 de setembro de 2015 às 16:09

Assunto: A aestruição da tabanca de Sinchã Jobel


A DESTRUIÇÃO DA TABANCA DE SINCHÂ JOBEL


Como já referi noutro comentário, quando estive no Enchalé, de outubro de 1963 a janeiro de 1964, fizemos diversos patrulhamentos a Mato Cão, a Sucuta, mas a Sinchã Jobel só fomos 2 vezes e eu pessoalmente só uma vez. 

Duas semanas antes do natal de 1963, fomos a Mato Cão que não deu em nada pois os turras descobriram-nos e fugiram, na direção de Sucuta, fazendo fogo de longe sem nenhum efeito. 

Na semana seguinte, resolvi fazer uma patrulha apeada, com 5 soldados, 1 cabo e comigo, junto ao rio Geba, subindo em seguida, para norte em direção à estrada Geba-Saliquinhé-S. Belchior-Flora-Porto Gole. Começamos a ouvir um barulho, pum-pum, parei a malta e fomos ,o cabo e eu, verificar o que se tratava e vimos um grupo de turras a fazer um buraco no chão para montar um fornilho. 

A malta queria atacá-los mas conferindo as cartucheiras deles, elas estavam vazias, só tinham o carregador da G3 e granadas nem vê-las. Determinei:
- Fiquem calados, esperando que eles se fosse embora. 

Assim, eles montaram o fornilho e foram embora. Claro que assistimos,  parecia que estavamos a ver um filme, 10 individuos armados com 2 PPSH (costureirinhas), 2 espingardas(?), várias pistolas e um a montar o fornilho. Eles estavam atentos ao ruidos de carros, só e apenas. depois vimos eles seguirem pela estrada, descontraidos, descendo a encosta, atravessaram o pontão, pela recta de Saliquinhé e subiram a picada para Sucuta junto ao ribeiro que levava muita água (estávamos fim da època das chuvas). 

Fui, em seguida, ao fornilho, desatei o cordão de algodão (mias de 6 metros), deixando-o ficar lá como estava, retirei o detonador do disparador, peguei num prego (que utizava nas armadilhas) enterrei-o no chão e apertei-o novamente o cordão, com um nó. Seguimos para o quartel, para almoçar e todos os soldados tiveram fazer um reforço à Benfica.

No dia 24 de Dezembro, às 5.30 horas carregamos três vacas na GMC, para vendermos, uma para o BCaç 507, outra para o Esq Cav 385 e, outra para o mercado de Bafatá e uma perna da tinha ficado para nós, para a nossa Companhia.
O preço era 900 pesos. Na bolanha do Enchalé, havia para cima de 200 vacas.

Tomamos a estrada, seguindo no meu jipão, de pé, escrutinando a estrada. Quando chegamos em frente ao sitio do fornilho, desci, fui ver o mesmo e estava como quando o havia deixado. Segui a pé e olhando para junto ao pontão, um pouco mais à frente, a terra estava mexida e com uma pequena nuvem de vapor de água. Alto para todas a viaturas, e toca a fazer a segurança nas bermas da estrada.

Desloquei-me ao local e com a minha faca de mato, comecei a retirar muito devagar a terra e lá apareceu a mina nti-carro. Voltei junto do alferes Cardoso Pires
- Pires,  é uma mina!

- Marinho,  e agora?

- Agora, o Condez (furriel miliciano) que estenda para mais largo a segurança e eu vou levantá-la, para não fazer barulho.

Peguei na corda, com cerca de 8 metros, que trazia sempre no jipão e voltei para a mina. Alguns soldados queriam ir para junto de mim, mas eu não deixei,

Continuei, a retirar a terra de cima e dos lados para ver se estava armadilhada, mas não estava. Atei-a no puxador , estendi-a, puxando de esticão, retirei a mina.

Esperei 5 minutos,  e rodando o prato no sentido contrário do relógio, retirei o detonador, e a mina ficou desactivada. Tapei o buraco com a terra e as viaturas passaram junto dele, para que, se viessem ver, os rodados estavam fora do local da mina e eles não mexeriam na terra, esperando que alguém passassem por cima.

Seguimos para Bafatá e tratamos de tudo, regressando cerca das 13.30 horas. Chegamos entretanto à entrada da tal reta - Saliquinhé, Com os meus soldados subi a encosta, para vigiar, continuando a coluna na referida reta, mas,  na subida da encosta, começou o tiroteiro. Com um tiro furaram a coxa a um soldado. Eram 14.30 e a emboscada durou até ás 18 horas.

Mais tarde, contarei as peripécias dessa emboscada

Como montava armadilhas, resolvi fazer uma que tivesse um poder de destruição enorme

Assim, numa mala de cartão castanha, preparei a armadilha. Utilizei trotil e C4, corpos de granadas desactivadas e serrados, pregos (galeotas), bocados de panelas de ferro fundido e parafusos. Arranjei na Mecânica uma mola e esferas de rolamentos.

Alcído Marinho, foto atual... Um dos nossos
"veteraníssimos"...Um, camarada que tem muitas
histórias por contar...
Na mala enchi com o C4, fiz um buraco onde coloquei a esfera de metal e a mola ficou em obliquo. No aro no fundo da mola atei um terminal do detonador eléctrico, o outro terminal liguei-o ao terminal duma canoa de pilhas de um rádio.

O outro terminal da canoa ficou com a ponta no meio da circunferência no fundo da mola. Assim, se mala se mantivesse direita e ao alto nada acontecia, no entanto de a virassem, a esfera saia do buraco, entrava na mola e nada a parava, indo embater com o outro terminal completando a explosão.

Fechei a mala com a chave e levei-a para a berma da estrada no cimo da encosta, para Saliquinhé, onde a deixei como se alguém se tivesse esquecido dela.

Ficamos internados no mato à espera. Cerca da 11 horas apareceu um grupo de turras,  passaram junto ao fornilho e um viu a mala, tentou abri-la, mas o comandante, um cabo-verdiano, disse-lhe qualquer coisa e começaram a descer rapidamente a encosta, verificando o local da mina, seguindo pela reta, e chegando ao fim, começaram a subir para Sucuta e Sinchã Jobel.

Ficamos a ver o grupo, e o transportador da mala, com ela na mão, dançava, e eu pedia a todos os deuses para que ele não virasse a mala, para não explodir.

Já era quase meio dia e nós olhavamos na direção de Sinchã Jobel, à espera da explosão.

Então ouvimos distintamente uma grande explosão seguida de outras, que duraram mais de um quarto de hora, seguramente.

Voltamos, então, para o quartel, e foi um falatório, contando por todos, para o Alferes, outros furrieis e os outros camaradas que não tinham visto o fumo, mas tinham ouvido as explosões

No dia 26 vieram de Bafatá, outras forças e fizemos uma batida mas não chegamos a Sinchã Jobel, no entanto, apanhamos diverso material e detivemos vários guerrilheiros que, reportaram no Batalhão, que a tabanca havia sido totalmente destruida, com dezenas de mortos.

Explicaram que o portador "da carta a Garcia",  isto é a armadilha, havia sido levada para a morança  do paiol e,  ao tentarem abri-la, ela explodiu, e por simpatia todas as munições. Por isso nós ouvíamos explosões e tiros, eram as munições e os sobreviventes a fazer fogo, pois pensavam que estavam a ser atacados

Assim, foi destruida a tabanca de Sinchã Jobel

Alcidio Marinho 
CCaç 412

Cumprimentos

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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15168: O nosso querido mês de férias (8): Ganhei o "Prémio Governador da Guiné", embarquei em 31/10/1964 num Dakota Skymaster ("se cais, morres"), tive uma viagem atribulada... Do outro pessoal da CCAÇ 412 apenas um alferes veio de férias, no entanto, três alferes tiveram as esposas em Bafatá (Alcídio Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412, 1963/65)

1. Texto do Alcídio Marinho [ex-fur mil inf, CCAÇ 412, (Bafatá, 1963/65); vive no Porto]:

A minha vinda de férias à metrópole teve uma estória curiosa.

Até meio do ano 1964, creio que ninguém era autorizado a vir de férias à Metropole, quem queria gozar férias e tinha direito, ia para Bissau.

Ora, como o 3.º pelotão da CCAÇ 412 fora  destacado para o Enxalé, de 28/Out/1963 a 25/1/1964, então comecei a montar armadilhas todos os dias,por carolice e necessidade, e como não tinha curso, fui agraciado com um louvor pelo Comandante da Companhia Capitão Braga (de alcunha o lambreta pois com os  lábios fazia um barulho que se assemelhava a uma lambreta) [de seu nome completo, Manuel Joaquim Gonçalves Braga, cap inf].

Quando já estava em Cantacunda (de junho/1964 a fevereiro/1965), perto de Fajonquito, durante o mês de outubro, tivemos conhecimento que o sr. Brigadeiro Schulz [, um ano depois promovido a genereal,] , havia constituído um prémio, o  "Prémio Governador da Guiné", para agraciar os combatentes que se notabilizasse na efectivação de baixas ao inimigo ou outros feitos em combate.

Qual foi o meu espanto, quando recebi a informação do sr. Capitão que me havia sido atribuído o referido prémio e que podia ir gozar um mês de férias onde desejasse.
Assim marquei a minha vinda a casa.
Como já não se passava na estrada, Bafatá - Banjara - Mansabá - Mansoa - Bissau, tive que ir para Bissau de barco. À época os barcos iam até ao Capé e Contuboel. Tomei o barco em Bafatá e rumei a Bissau, no dia 30/Out/1964. 


C54 Skymaster, da Força Aérea dos EUA.  Desenvolvido  pela Douglas Aircraft Company, teve o seu primeiro voo em 1938, Produziram-se cerca de 1200 unidades entre 1942 e 1947. Deixou de estar operacional em 1975.  [A nossa FAP recebeu 17 aviões, C-5r4 e EDC Skymaster entre 1947 e 1974, segundo informação de António Luís, um dos editores da página Pássaro de Ferro . Crónica da Aviação, onde também colaboração o nosso grã-tabanqueiro José Matos]

Foto: Cortesia de Wikipedia.


Embarquei em 31/10/1964, em Bissalanca, num avião da Força Aérea (Dakota-Skymaster ou "se cais morres"), rumo ao Sal-Cabo Verde, com passagem pelo aeroporto militar dos Gambos-Canáras mas quando chegámos a Lisboa, estava uma tempestade enormíssima, pois que todos os
aeroportos da Península Ibérica estavam encerrados. Quando estava a amanhecer, olhamos pelas janelas e só víamos mar e depois depois uma ilha, era a ilha do Sal, outra vez.

No avião vinha, no meio, um motor de um F-86 e um paraquedista de maca acompanhado de uma enfermeira e outros militares.

Desembarcámos e fomos comer às instalações da CCaç 413 que havia ido connosco para
a Guiné-Mansoa, tendo a meio da comissão sido deslocada para o Sal-Cabo Verde.

Aí comemos lagosta a todas as refeições, eles já enjoavam a lagosta. Éramos todos conhecidos pois como nós também pertenciam Ao BC 10-Chaves e os sargentos éramos todos do mesmo curso-1961.
O Aeroporto do Sal, era só uma pista e no final da mesma havia a torre de controle.

Na tarde desse dia, tornamos a embarcar e quando arrancámos para levantar, ouvimos um estrondo da rebentação de um pneu e só paramos a cerca de 5 ou 6 metros da torre.

Como não havia pneu suplente ficamos três dias no Sal até chegar um pneu, no avião da TAP. No dia 3 de Novembro, reembarcámos para Lisboa onde chegamos no dia 4.

Passei essas Férias em Amarante, Chaves, Verin-Espanha, (onde tinha uma namorada espanhola) e Porto. Passados os trinta dias apresentei-me nos Adidos-Lisboa, mas não havia alojamento, fui instalar-me numa Pensão na Rua Rodrigo da Fonseca, a aguardar passagem aérea para Bissau, o que veio a suceder só no dia 6 de dezembro. Chegado a Bissau apanhei um barco civil, para Bafatá, seguindo de novo até Cantacunda.

Nas Canárias comprei um relógio por 500 escudos e uma máquina fotográfica Konica também por 500 escudos.

Do outro pessoal da CCAÇ 412 apenas um alferes veio de férias, no entanto, três alferes tiveram as esposas em Bafatá

Alcidio Marinho
22 de setembro de 2015 às 13:18
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Nota do editor:

Ultimo poste da série > 27 de setembro de 2015 >Guiné 63/74 - P15165: O nosso querido mês de férias (7): Entre 15 de Fevereiro e 21 de Março de 1971, a ilusão de estar longe da guerra (Carlos Vinhal)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15090: (Ex)citações (290): Que ele havia, no meu tempo, coisas estranhas no céu, havia... Se eram aeronaves inimigas ou ovnis, não sei... (Henrique Cerqueira, Bissorã, 1972/74; Alcídio Marinho, Xitole e Bafatá, 1963/65)



A metralhadora ligeira Dreyse 7,9 mm m/938, de fabrico alemão...

1. Dois comentários ao poste P15086 (*):

1.1. Henrique Cerqueira [, ex-fur mil,  3.ª CCAÇ/BCAÇ 4610/72, e CCAÇ 13, Biambe e Bissorã, 1972/74; vive no Porto]:

Já em determinada altura eu comentei aqui neste blogue a situação dos MiG na Guiné. Pois que em 1973,  perto do final do ano ( já não consigo precisar...), nós,  as tropas sediadas em Bissorã e na altura estando eu na CCAÇ 13, recebemos uma espécie de panfleto com imagens dos MiG 19 e 21 e junto dessas imagens umas instruções de como reagir ao avistar essas aeronaves...

Claro que o(s)mentor(es) desse papelinho achavam que talvez fossemos super-homens com os poderes de ouvirmos e vermos os aviões antes de passarem, visto que os ditos são supersónicos.

Mas o mais ridículo da informação contida no famigerado panfleto era que devíamos adaptar a mira antiaérea na metralhadora Dreyse [, metralhadora ligeira Dreyse 7.9mm m/938, ] e disparar para os ditos aviões.

Bom, a malta partiu a moca a rir e,  infelizmente,  rasgámos os ditos panfletos e assim hoje não tenho essa prova documental de tanta burrice que havia nas mentes de alguns dos nossos comandos superiores da altura. Poderá ainda haver alguém se lembre desta façanha, alguém que tenha passado por Bissorã nessa altura até 1974.

Já agora acrescento que em 1973/74 tivemos informações que os pilotos eram estrangeiros (cubanos, russos,  checos e afins...) e que pelos vistos os candidatos a pilotos naturais da Guiné em instrução de voo deram cabo de uma data de aeronaves e tiveram que adiar por uns tempos a utilização por pilotos guineenses (o que nunca veio a acontecer,  como se sabe não é?...).

Fui aqui contando do que me lembro da altura em relação a esse tema dos Aviões MiG. Alguma coisa pode ser só histórias de "caserna",  mas o dito panfleto é mesmo real.

Henrique Cerqueira
1.2. Alcídio Marinho [ ex-fur mil inf, CCAÇ 412 
(Bafatá, 1963/65); vive no Porto:

Amigos:

Nessa altura,  julho de 1963,  estava eu destacado no Xitole em reforço do Pelotão Independente, não me recordo o dia, fomos fazer uma incursão na região de Mina, quando ouvimos o troar dum F-16 (Sabre) e o alferes Cardoso Pires ordenou que precisavámos de nos deslocar rapidamente para uma clareira pois podíamos ser confundidos com turras. 

De facto, o piloto viu qualquer coisa em baixo e voltou a passar rente às árvores para verificar e fez a manobra de balouçar as asas, confirmando que nos tinha reconhecido. Passado pouco tempo ouvimos um troar doutro jacto,  vindo de sudeste, da direcção da Aldeia Formosa. Fizemos a manobra anterior, mas qual é o nosso espanto que o aparelho era totalmente diferente, dirigia-se na direcção do Fiofioli, mas de repente fez uma curva rápida e desapareceu para Sul.

Quando chegamos ao Xitole mandamos um rádio informando o sucedido.

Também no fim de maio desse ano,  num patrulhamento, com actividade diurna e nocturna, na região da Ponta do Inglês, eram cerca da 11 da noite e ouvimos o barulho dum heli, que pairava com uma potente luz apontada para baixo... De repente vimos que baixava, comunicámos rápido para Bafatá, informando o facto. Passada cerca de meia hora levantou e seguiu para Sul.

Mais tarde,  já em setembro ou outubro de 1964, estávmos em Catacunda-Norte, perto de Fajonquito, também perto das 11 da noite,  ouvimos um hélio,  vindo de norte (Senegal), vinha em nossa direção, de repente virou em direção oeste para a região de Cambaju Grande e Banjara. Dizíamos Cambaju Grande para distinguir da tabanca Cambaju que ficava na estrada entre Fajonquito e Colina do Norte, junto à fronteira do Senegal.

Claro que estes aparelhos não podiam ser nossos, pois a nossa Força Aérea não circulava de noite. A única vez que vi atividade aérea, foram um Dakota e uma Auster ou Dornier que vieram buscar uns feridos a Bafatá, já perto das 10 da noite, pois tivemos que fazer a segurança à pista e colocar garrafas de cerveja com mechas acesas.

Normal era actuarmos em sintonia com os T-6 em muitas operações.

Alcidio Marinho
ex-fur mil
CCAÇ 412 - 3º Pelotão
9 abr 1963 / 29 abr 1965
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Notas do editor:

(**) Último poste da série > 4 de setembro de  2015 > Guiné 63/74 - P15072: (Ex)citações (289): A propósito de Casamansa: a Guiné-Bissau não devia alimentar orgulhos caducos e tem a obrigação de respeitar as fronteiras coloniais existentes, se quiser continuar a existir como país.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14945: O segredo de... (19): António Medina (ex-fur mil, CART 527, 1963/65, natural de Cabo Verde, mais tarde empregado do BNU, e hoje cidadão norte-americano): Desenfiado em Bissau por três dias, por causa dos primos Marques da Silva, fundadores do conjunto musical "Ritmos Caboverdeanos"... Teve de se meter num táxi, até Teixeira Pinto, que lhe custou mil pesos, escapando de levar uma porrada por "deserção"!




Capa e contracapa do disco de 45 rotações,  em vinil,  um EP gravado na Alemanha,  o primeiro, do conjunto Ritmos Caboverdeanos: "Mornas e Coladeras". (c. década de 1960). Label: Teldec ‎– T 75536, Teldec ‎– 45-9/64216, Teldec ‎– RC 1/67.

Cortesia de Discogs.com




1.  Mensagem, de 24 do corrente,  do António C. Medina:


[, foto à direita, o camarada Antonio C[ândido da Silva] Medina, ex-fur mil inf, CART 527, Teixeira Pinto, Bachile, Calequisse, Cacheu,Pelundo, Jolmete e Caió, 1963/65; natural de Santo Antão, Cabo Verde, foi funcionário do BNU, Bissau, de 1967 a 1974; vive hoje nos EUA desde 1980; é nosso grã-tabanqueiro desde 1/2/2014]


Prezado camarada Luis:

Em anexo estou remetendo a descriçãoo de uma minha loucura praticada aquando da minha vida militar em Cacheu.

Se achares conveniente publicá-la no Blogue te agradeço. Diz o que tiveres por conveniente.

Um abraço do Medina


2. LOUCURA... DE UM MILICIANO

por António C. Medina


Em Junho de 1964 andava o terceiro pelotão da CART 527,  destacado em Cacheu, quando numa bela tarde se recebeu instruções para,  no dia seguinte, de manhã cedo, eu apanhar a estrada com o meu grupo que nos levaria a Bissau para um reabastecimento de géneros alimentícios.

Anteriormente, era a Manutenção Militar,  sediada em Bissau, que distribuía e transportava os géneros para o mato para serem entregues aos vaguemestres das companhias que tivessem mais fácil acesso e menos riscos. Desde que o inimigo se mostrou nas estradas atacando nossas colunas, deixaram de o fazer e passou a ser o transporte garantido sob escolta dos operacionais. a quem cabia essa dura tarefa.

Tudo a postos com homens, viaturas e material de guerra, bem de manhãzinha deixamos Cacheu,  chegando a Bissau em boa hora para se carregar as GMC e os Unimog. O critério adoptado era quem chegasse primeiro seria o primeiro a ser reabastecido com batatas, folhas de bacalhau, vinho, azeite, farinha, latarias, grades de cerveja, etc, etc, para o sustento dos militares.

Também se aproveitava para se dar uma passeata pela cidade, tomar algumas cervejas com acompanhamento de saborosos camarões ou ostras cozidas na esplanada dos senhores Espada e Veralonga, apreciar um frango de churrasco com limão e malagueta do Restaurante Santos, comprar alguma coisa de interesse pessoal como máquina fotográfica, aparelhos de rádio alimentados a pilhas, lindas colchas, objectos de uso caseiro, bibelôs vindos de Macau, garrafas de whisky de especial qualidade e outros mais objectos que constituissem novidade e boa prenda para os familiares, tudo a preço convidativo, e pago com escudos da Guiné, notas e moedas emitidos pelo Banco Nacional Ultramarino (BNU), arbitrariamente conhecido pelo nativo como “pesos“ desde os primórdios da época colonial.

Aconteceu que logo assim à nossa chegada, por ter patrícios amigos trabalhando no BNU, aí me desloquei para os cumprimentar, tomando conhecimento da estadia de três primos direitos que faziam parte do conjunto musical  "Ritmos Caboverdeanos" (*)  em digressão ao Senegal e Guiné. Estavam eles hospedados em casa de um patrício,  empregado do BNU. Como é obvio,  procurei-os de imediato  e a partir daí a malta meteu-se em copos e petiscos, como por exemplo um suculento e caseiro pitch-patch (sopa de ostras com limão e malagueta), e depois conversa fiada, música de Cabo Verde, variada e tão bem interpretada por serem eles exímios tocadores.

Curtia eu o ambiente,  matando saudades da terra, quando o nosso primeiro cabo Augusto me localizou e me informou que tudo estava preparado para seguirmos viagem para Teixeira Pinto, pois já se fazia tarde e teríamos de atravessar ainda o rio Mansoa pela jangada em João Landim, antes que a maré vazante nos surpreendesse.

Sentindo-me eufórico pelos uísques e cervejas, perdi a noção da responsabilidade que tinha nos meus ombros, apontando o nosso cabo Augusto como comandante da coluna e ordenando que de imediato seguissem viagem. Que à chegada informasse o alferes daquela minha decisão e que voltaria logo assim me fosse possível.

Passei tres dias em Bissau “numa boa”, como hóspede estive na Pensão Chantre, na Praça do Liceu Honório Barreto, vestido à civil com calças e camisa do colega furriel miliciano Autilío Goncalves,  da CCAÇ 412.  da zona leste, de férias em Bissau. Assisti e participei de um baile no campo de basquetebol do BNU,  como convidado especial dos meus primos Marques da Silva (**).

O ultimato chegou precisamente ao fim da tarde desse terceiro dia, o nosso capitão conseguira uma ligação para o BNU e,  falando com o empregado que o atendeu e me conhecia,  pediu a ele que me informasse da situação de “DESERTOR” a que eu estava sujeito se não me apresentasse no dia SEGUINTE EM TEIXEIRA PINTO (!), que logo de seguida também teria de comunicar o assunto ao Comando do Batalhão de Bula [, ten cor Hélio Felgas].

A consciência veio à tona ficando eu envolvido pelo medo e com receio de apanhar uma pena de prisão e ser transferido par zona mais perigosa como castigo. No dia seguinte decidi ir ao Quartel General,  em Santa Luzia, saber se haveria alguma coluna que estivesse indicada para Teixeira Pinto e pudesse eu aproveitá-la. A informação foi negativa, que já não tinham mais viagens para o interior,  o que me alarmou um pouco.

Procurando na minha mente uma solução e,  com uma calma aparente, cerca do meio dia resolvi aproximar-me de um taxista estacionado na Praça Honório Barreto, dizendo-lhe que precisava de um transporte urgente para Teixeira Pinto. Que era eu militar, que tinha perdido a coluna que saira de manhã cedo mas que impreterivelmente teria de me apresentar naquela mesma tarde ao quartel. 

Fez-me diversas perguntas, como era a estrada, se nada tinha acontecido,  ao que sempre respondi negativamente. Ponderou ele por alguns longos minutos, notou ele durante a conversa que era eu cabo-verdiano,  acabando também por me confessar que era natural da Praia,  Cabo Verde,  e assim se estabeleceu uma dupla confiança. Me aliviei um pouco quando me disse que receberia mil pesos (escudos da Guiné),  o que de imediato liquidei por antecipação.



Guiné > Cópia de uma nota de cem escudos (ou "pesos",  emitida pelo BNU (Banco Nacional Ultramarino), em circulação no meu tempo (c. 1969/71)... Julgo que já existissem no tempo do António Medina (c. 1963/65). Foram 10 notas como esta que ele teve de pagar a um taxista, seu patrício, que ganhou o dia,  levando-o de volta, em junho de 1964, ao quartel onde estava a CART 527, em Teixeira Pinto, depois de uma "deserção" de 3 dias em Bissau... Mil pesos dava para comprar 10 garrafas de uísque velho... (LG)

Imagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2006).


De nome Daniel, simpático, conversador, encheu o depósito do automóvel. Fomos à Pensão Chantre onde troquei as roupas do Autílio por calções e camisa de caqui sem divisas, com o miolo descoberto. À saída pedi à senhora,   minha patrícia e proprietária,  dona Antoninha,  que me desse a minha [pistola metralhadora] FBP  que lhe confiara para guardar em local seguro, o que ela prontamente assim fez,  para depois ser escondida debaixo do assento traseiro do automóvel. 

Guiné, Região do Oio,
Olossato, 1963. CART 527. Fur mil
António Medina, equipado
de pistola metralhadora FBP
Ocupando o assento ao lado do condutor, partimos para a nossa viagem aventura. À chegada a João Landim para se atravessar o Mansoa,  notei a presença de uma nativa de cesto à cabeça, já minha conhecida em Cacheu por vender ostras e camarões no quartel,  pelo que lhe ofereci uma boleia, ocupando o banco traseiro. Logo após o arranque do automóvel, já na outra margem com estrada de terra batida,  pedi então ao condutor que não parasse por razão alguma e que mantivesse uma boa velocidade mais que a habitual mas que lhe permitisse manobrar o automóvel  com segurança.

E assim lá fomos,  debaixo de uma grande tensão,  à espera de sermos emboscados a qualquer momento, o que não aconteceu. Horas depois entrávamos em Teixeira Pinto pela avenida principal, visitando uma pequena cervejaria local para nos refrescarmos com uma Sagres cada um,   antes da minha entrada triunfal (?) no quartel. O táxi tomou então o caminho de regresso sem qualquer incidente até chegar em Bissau.

E O NOSSO CAPITÃO ?

Preparado para ouvir um grande raspanete desse meu comandante, com justa razão vi nele cara de poucos amigos, adiantando ele em me chamar a atenção de já termos sido emboscados naquela mesma estrada, acrescentando que o meu procedimento de aventura indicava que já estava eu APANHADO  (expressão usada para os malucos no exército), desculpando-me eu com a presença dos meus familiares em Bissau, há já  algum tempo sem contacto.

Tinha eu ainda de seguir para Cacheu onde me encontrava aquartelado, ao que ele ordenou que me levassem sob escolta reforçada com duas autometralhadoras, sem nunca tão pouco se referir uma só vez ao assunto de deserção. Estava eu perdoado por tamanha loucura e falta de cumprimento das ordens dos meus superiores.

Meu Comandante, presto-lhe a devida vénia por tamanha compreensão e que Deus o proteja.


2. Comentário de LG:

António, como tive ocasião de to dizer, por email,  é uma história que merece título de caixa alta!... Temos, de há muito (desde 30 de novembro de 2008), uma série chamada "O segredo de...". 

É uma "espécie de confessionário" onde cada de nós pode vir "confessar" pequenos/grandes segredos que tem guardado na "caixinha de Pandora" que é a memória (**)...

Contigo já lá vão 19 postes. Podiam ser mais,  se alguns dos nossos camaradas não se acanhassem, com receio (hoje, injustificado) de serem objeto de crítica ou censura por parte dos seus pares... Como sabes, uma das nossas regras de ouro é não "julgar" o comportamento de nenhum camarada, vivo, incluindo os nossos comandantes operacionais...

Nem sempre é fácil respeitar e fazer respeitar esta regra fundamental do nosso blogue. No teu caso, dá para perceber que o teu coração foi bem mais forte  que a razão... Não ganhaste para o "susto" quando o teu capitão te chamou "à terra", ou mlehor, "à pedra"... Mas deste uma lição de desenrascanço, à boa maneira portuguesa... "All's well that ends well", tudo está bem quando acaba bem...

Arranjei, na Net, esta raridade, que é a capa do primeiro EP que os teus primos gravaram [vd. fotos acima]... Era um conjunto musical, os "Ritmos Caboverdeanos",  bem cotado na época, ao ponto de vir tocar a Dacar, Bissau, Lisboa.... Faz-me o favor de completar a legenda com os nomes dos músicos, na foto abaixo...

E obrigado pela tua partilha... É menos um segredo na tua "caixa de Pandora"... Ficas, por certo, mais aliviado e nós, mais "ricos", em termos de informação e conhecimento sobre aquele tempo e lugar que nos coube na lotaria da história!

Abraço grande!... Luís
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Notas do editor:

(*) António Marques da Silva ("Tony Marques", piano) era um dos fundadores do conjunto "Ritmos Caboverdeanos", da ilha de São Vicente. Havia mais dois irmãos: Lulu Marques (acordeão) e Djosa Marques (bateria)...



Os irmãos Tony Marques (piano) e Djosa Marques (bateria) parecem estar bem identificados, pelo nosso editor LG,  na capa do seu primeiro disco.  O terceiro mano Marques da Silva era o Lulu Marques (acordeão), que pode bem ser o elemento que está à direita do baterista. Restantes elementos: Djack Felicia (viola baixo),  Humberto Bettencourt (viola solo) e  Longino Baptista (voz).

O conjunto está representado em Cap Vert : anthologie 1959-1992 = Cape Verde : anthology 1959-1992 [Paris : Buda Musique, (1992?) ] onde estão representados alguns dos melhores intérpretes da música caboverdiana da segunda metade do séc. XX:

Fernando Quejas; Amândio Cabral; Djosinha; Mité Costa; Titina; Bana; Luis Rendall; Humbertona; Tututa; Taninho; Chico Serra; Morgadinho; Luís Morais; Frank Mimita; Frank Cavaquim; Jon Spedinha; Norberto Tavares; Zézé di Nha Reinalda; Zeca di Nha Reinalda; Caetaninho; Travadinha; Cesária Évora; Celina Pereira; Dany Silva; Boy Ge Mendes; Centaurus; Ritmos Caboverdianos; Voz de Cabo Verde; Conjunto Kola; Tubarões; Bulimundo; Grupo Cultural Mantenha; Finaçon; Cabo Verde Show.

 (**) Últimos cinco postes da série >

26 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13046: O segredo de... (18): O ato mais irresponsável nos meus dois anos de serviço como soldado de artilharia (Vasco Pires, ex-alf mil art, cmdt do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72)

23 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12627: O segredo de... (15): Processo concluído (Augusto Silva Santos)

5 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12545: O segredo de... (14): António Graça de Abreu (,ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74): Também fiz o curso de Minas e Armadilhas, em Tancos, ainda em 1971... E até sonhei um dia em ser... bombista!

Primeiro poste da série:

30 de novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3543: O segredo de ... (1): Mário Dias: Xitole, 1965, o encontro de dois amigos inimigos que não constou do relatório de operações


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13318: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (40): Tanto eu como o meu filho Richard e os meus cunhados Mateus e Florinda Oliveira que vieram da América, adorámos este convívio (Júlio da Costa Abreu, Amsterdão, Holanda)


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Era a mesa n.º 1, se não me engano, Bissau / Brá / Bissalanca / Cumeré... E talvez a mais internacional... Da direita para a esquerda, o Júlio da Costa Abreu (Amsterdão, Holanda), o filho Richard (Amsterdão, Holanda), e o Alcídio Marinho (Miragaia, Porto).


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > O Júlio e o Richard


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > O  Alcídio Marinho e a esposa Rosa... Este casal veio, pela primeira, ao  convívio anual da Tabanca Grande em 2011, mais exatamente a 4 de Junho de 2011, a data em que se realizou aqui o VI Encontro Nacional, O Alcídio Marinho foi fur mil na CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65). O casal mora em Miragaia, Porto.


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Do lado esquerdo da mesa n.º 1 (Bissau / Brá / Cumeré), sentaram-se: a Alice Carneiro (Alfragide / Amadora), esposa do fundador, administrador e editor do Blogue, Luís Graça, mais o Humberto Reis  (Alfragide / Amadora) e a sua companheira Joana (que vive na Praia  da Areia Branca, Lourinhã). O Humberto Reis foi meu camarada na CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). Era fur mil op esp. do 2.º Gr Comb. Tem vindo a quase todos os nossos encontros, desde o primeiro, em 2006, na Ameira, Montemor-O-Novo.



IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > O Mateus e a Florinda Oliveira, naturais da Lourinhã, emigrados nos EUA desde 1977. Segundo percebi, eles vivem no estado de Rhode Island, o mais pequeno dos EUA em superfície. Tem um 1 milhão de habitantes, cerca de 9% dos quais são portugueses. O Mateus foi paraquedista, na CCP 122, comandada pelo cap paraquedista  José Manuel Terras Marques (CCP 122 / BCP 12, Bissalanca, BA 12, 1972/74).

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem, com data de 19 do corrente, do nosso camarada da diáspora  Júlio da Costa Abreu, técnico de manutenção da KLM; reformado, a viver em Amsterdão, Holanda, há mais de 40 anos;:

Amigo Luís Graça,

Em resposta ao teu e-mail já falei com o meu cunhado e junto o endereço de correio eletrónico dele, que é o da mulher, Florinda Oliveira, ela vai todos os dias ao computador. 

Na realidade tanto ele e a mulher assim como eu e o meu filho ficamos maravilhados com a reunião dos velhos camaradas da Guiné. a organização foi realmente fantástica.

Sem mais de momento e agradecendo a tua colaboração, despeço-me até à  próxima,

Júlio Abreu
Grupo de Comandos Centuriões
CCmds /CTIG, Brá 1964/66

2. Resposta de L.G., com data de 20 do corrente:

Obrigado, Júlio, gostei muito de me sentar na tua mesa e de vos conhecer, a ti, ao teu filho, e aos teus cunhados, Mateus e Florinda Oliveira. Como pudeste constatar, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (pelo menos de nome...).

Espero que nos continuemos a manter em contacto. Vou convidar o teu cunhado para entrar para a Tabanca Grande e contribuir com as suas memórias para o nosso repositório de informação e conhecimento sobre a Guiné e a nossa presença, em especial durante a guerra colonial. 

A Florinda que tem uma experiência interessante como madrinha de guerra, também fica convidada... Do Mateus só preciso de 1 foto, do tempo de paraquedista do CCP 122/BCP 12 (Bissalanca, BA 12, 1972/74)... Mas ele pode mandar também um foto atual tipo passe... Se ele tiver jeito para a escrita, que nos mande histórias da CCP 122... Ou pelo menos fotos digitalizadas e com legendas...

Fiquei feliz por saber da nossa origem comum e da feliz coincidência de nos sentarmos à mesma mesa... Além de portugueses, somos da Estremadura, vizinhos e conterrâneos... Tu, de Alenquer, eu, o Mateus e a Florinda, da Lourinhã, só com a serra de Montejunto a separar-nos. Tenho casa na Lourinhã, na Rua da Misericórdia (, numa rua do séc. XVI, a que vai para a Igreja do Castelo, do Séc. XIV)... Passo lá fins de semana e parte das férias. Tenho também amigos na tua terra, Alenquer. 

Um abraço (Alfabravo, como a gente diz no blogue) para ti e para o Richard. Um abraço também para o Mateus e a Florinda.

Luís Graça

PS - A Lourinhã é um concelho relativamente pequeno, em que a malta ainda se conhece uns aos outros: tem 146 km2 e menos de 25 mil habitantes.  O Mateus Oliveira é do Casal Novo, a 3 km da Loruinhã, a caminho de Ribamar (onde a Florinda e eu também temos parentes).

Temos uma série de gente conhecida, amigos comuns, como o João Picão, o José Picão, o pai deles (que já morreu e era o dono "adega do povo", a adega que tinha sempre a chave na porta, e matou a sede a muitos amigos e conhecidos que por lá passavam)... A esposa do João Picão, por sua vez, é irmã do nosso camarada, também ex-paraquedista, do BCP 21 (Angola, 1970/72), o Jaime Bonifácio Marques da Silva, natural do Seixal. 

Por sua vez, o pai da Florinda, do Toxofal, o ti Xico (Francisco) carteiro, ainda hojé é lembrado pelas pessoas da minha geração ou mais velhas. Estive este fim de semana a falar com antigos colegas de trabalho dele, carpinteiros como ele  na Serração do Vale do Medo (, na altura, antes do 25 de abril, um dos pirncipais empregadores do concelho da Lourinhã).
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12687: Filhos do vento (27): Manuel Barros Castro, natural de Fafe, fur mil enf, CCAÇ 414 (Catió, Bissau e Cabo Verde, 1963/65) teve uma filha, de mãe guineense, e que ele de imediato perfilhou, Maria Biai Barros Castro (1964-2009)... Uma história exemplar (Jaime Bonifácio Marques da Silva)


Foto 1 > Grupo de Sargentos. No barco, "Ana Mafalda",  a caminho da Guiné. O Castro é , o 5.º na fila da frente, de óculos, a contar da esquerda para a direita.


Foto 2 > Grupo de sargentos regressados de uma operação. O Castro é o 4º, de óculos na fila de pé, a contar da esquerda para a direita.

Foto 3 > "Com dois nativos de etnia Fula. O terceiro é o célebre João Baker, mais tarde integrado no exército. Quando morreu de atentado era capitão do PAIGC". O  Castro  é o segundo, de óculos, a contar da esquerda para a direita.

[ É Bacar e não Baker... Nome lendário... Sim, era natural de Catió... E nunca foi do PAIGC, morreu em combate... Era capitão comando graduado, comandante da 1ª Companhia de Comandos Africanos, uma subunidade que eu vi nascer, e que era muito temida pelo PAIGC. Em 1978, ainda no tempo de Luís Cabral, a maior parte dos graduados desta companhia foram fuzilados... Conheci pessoalmente o João Bacar Jaló, aquando da formação da companhia, em Fá Mandinga, em 1970...] (LG)

Fotos (e legendas): © Manuel  Barros Castro (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG; legendagem complementar: JBMS]


1. Mensagem do novo membro da Tabanca Grande, Jaime Bonifácio Marques da Silva [, foto atual à esquerda], com data de 26 de janeiro último

Caro Luís

Como é do teu conhecimento o Núcleo de Artes e Letras de Fafe, com o apoio da Câmara Municipal de Fafe, realizou de 24 de outubro a 21 de novembro de 2013 no auditório da biblioteca Municipal,  às 5.ªs feiras das 18.30 às 20 horas o Curso Livre de História Local, cujo tema lecionado neste II Curso foi "O Concelho de Fafe e a Guerra Colonial (1961 – 1974)",

Pediram-me que orientasse a sessão de 31 de outubro onde abordei o tema: “A participação dos militares de Fafe no Ultramar: contributo para a explicação da história da guerra: uma visão pessoal".

Depois de enquadrar o tema, referi que a minha intervenção se limitaria aos acontecimentos ocorridos durante a guerra, após a decisão política de Salazar quando ordenou: “Para Angola e em força” e, relativa, só, aos elementos que tenho disponíveis sobre à participação dos militares de Fafe em África.

Comecei por analisar a lista e a identidade da grande maioria dos mortos em cada teatro de operações, levantando, depois, algumas questões para debate, nomeadamente, quantos:  i) prestaram serviço em cada um dos Ramos das Forças Armadas (Marinha, Força Aérea, Exército); (ii) pertenceram a especialidades que os livraram das operações do mato; (iii) foram colocados nas grandes cidades; (iv) efetivamente participaram em operações com emboscadas, mortos, feridos, minas, acidentes, etc.

Entretanto, deixei para o final algumas questões, de acordo com a minha experiência e vivência em Angola durante a Comissão e relacionadas com a nossa aproximação e relacionamento com as populações nativas.  Entre outras questões, levantei duas que te quero falar com autorização dos dois ex-combatentes da Guiné, meus amigos:

(i) Uma das questões foi: “Quem, nas horas vagas, decidiu oferecer-se como professor” ou ajudar de outra forma as populações?

Um deles, participante no curso, foi o Furriel Alves que esteve na Guiné na CART 1742, (hoje, professor reformado) e cujos elementos, enviar-te-ei logo que ele me dê duas fotos que lhe pedi.

Eu, no leste de angola (Léua) dei explicações de Geografia a um africano que queria fazer o 5.º ano e ensinava-lhe o que vinha no manual. Por exemplo, onde nascia o Rio Minho, etc. !
(ii) Outra questão que levantei foi: “Quantos de nós deixaram por lá os, hoje, designados 'filhos do vento ' e não assumiu?"
- Eu assumi -  interveio o Furriel Castro.

Luís, esta história merece ser conhecida e divulgada.

Falei com o ex-combatente Furriel Manuel Barros Castro, natural de Fafe e que me deu autorização para falar contigo no sentido de poderes divulgar a história no teu Blogue.

O texto já foi lido e corrigido por ele.


2. A história de Manuel Barros Castro (Fafe), recolhida por Jaime Silva

Esteve na Guiné e pertenceu á Companhia Operacional Independente (atiradores) a CCAÇ 414, sediada em Catió, onde o pessoal se instalou em tendas de lona.  Era furriel e tinha a especialidade de enfermeiro.

Desembarcou em Bissau no dia 21.3.63 e regressou a Portugal a 4.5.1965

Formou companhia em Chaves, a qual esteve mobilizada para Moçambique, sendo à última hora desviada para a Guiné.

Nas conversas que, entretanto, ele fez o favor de ter comigo (eu conhecia a filha, mas não conhecia o contexto que tinha gerado a situação), ao falarmos do nosso relacionamento com as mulheres africanas, disse, eu, a determinada altura: “até porque havia algumas facilidades de relacionamento pela facto de algumas se oferecerem para ser as nossas lavadeiras”.

“Não. Ela não era a minha lavadeira. Houve empatia entre os dois. Eu, como enfermeiro, dava apoio à população, distribuía medicamentos e foi nesta circunstância que a conheci”, disse, emocionado. “Emociono-me, sempre que falo neste período da minha vida”.

A gravidez foi problemática e apesar de a jovem ser acompanhada por dois médicos militares, teve que ir para Bissau por falta de condições.

Em Bissau, para onde a companhia (CCAÇ 414) se tinha deslocado temporariamente, soube, por uma tia da jovem, que esta estava hospitalizada e numa das vezes qua a visitou perguntou-lhe se ela concordava em entregar-lhe a filha, ao que ela respondeu que “só queria que ela seja branca”. Era uma jovem sem instrução que, embora não fosse católica,  concordou em batizar a filha.

Após 18 meses no mato a companhia, em vez de ficar em Bissau como estava previsto inicialmente, foi parar a Cabo Verde, alterando os planos do Furriel Castro. Disse que já tinha tudo preparado para instalar a filha, conhecida já como “a menina da companhia” e protegida da esposa do comandante da companhia.

A menina nasceu a 16 de maio de 1964 e foi-lhe dado o nome de Lurdes Maria Biai Barros Castro. A Mimi, para a família e amigos.

A companhia esteve nove meses em Cabo Verde e durante esse tempo a Mimi esteve, primeiro, internada num orfanato em Bissau, por interferência do Bispo de Bissau, depois ao cuidado da madrinha, uma senhora nativa que era funcionária nos CTT de Bissau, para quem o Castro mandava mensalmente uma pensão.

Alguns anos depois (1969) de ter terminado a Comissão, a madrinha da Mimi veio a Portugal trazer a menina, cuja mãe, entretanto, falecera.

A Mimi fez o seu percurso escolar em Fafe, tal como os irmãos (um irmão e uma irmã), concluiu a Curso de Professores do 1.º ciclo e, infelizmente, faleceu com 45 anos em setembro de 2009, de doença incurável, quando trabalhava numa escola do concelho da Póvoa do Varzim, Maceira da Lixa.

Disse-me, ainda, que sempre se revoltou contra a falta de responsabilidade daqueles camaradas de armas que não assumiram os filhos que deixaram por lá, e foram muitos, tanto na Guiné como em Cabo Verde,

Contou-me um episódio, relativamente recente, em que uma mulher guineense a residir nos Estados Unidos, filha duma situação ocorrida na sua companhia e que tinha descoberto a morada do pai, fez questão de vir a Portugal encontrar-se com o pai no aeroporto, só para lhe dizer: “eu sou sua filha, aquela mulher ali é a minha mãe. Eu não quero nada de si. Vim só para o conhecer. Passe muito bem!"

Caro Luís:
Uma história de vida edificante, sem dúvida. É exemplar e merece ser conhecida.
Abraço, Jaime

3. Comentário de L.G.

A CCAÇ 414, independente (ou seja, não integradas em nenhum batalhão), foi mobizada pelo BCAÇ 10, partiu para o TO da Guiné em 21/5/1963, esteve em Catió e Bissau e acabou por partir para Cabo Verde em 29/4/1964 (?). Terá regressado à metrópole em maio de 1965.  O comandante era o  cap inf Manuel Dias Freixo [, já falecido em 7/10/1988; foi comandante do BCAÇ 5017 / 74 - Angola].

Jaime, dizes bem: é "uma história exemplar", um exemplo de grande nobreza. Transmite ao nosso camarada Castro as nossas melhores saudações bemcomo o nosso pesar pela morte da sua querida filhja e reitera-lhe o meu convite para ele integrar a nossa Tabanca.

Temos poucos camaradas do tempo do Castro: temos por exemplo o Alcídio Marinho, ex-fur mil da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65), mas ninguém da CCAÇ 414... Já sobre Catió temos 185 referências... E 15 sobre o João Bacar Jaló.

Jaime, pede ao Castro uma foto individualizada, do tempo da CCAÇ 414, e outra atual, para o podermos apresentar, como deve ser, à Tabanca Grande.
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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8809: Tabanca Grande (302): Abram alas, camaradas, temos aqui mais um velhinho, o Alcídio Marinho, do Porto, Miragaia, ex-Fur Mil, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65)

1. Em 4 de Junho de 2011, por ocasião do nosso VI Encontro Nacional, tive o grato prazer de conhecer mais um camarada da zona leste da Guiné, o Alcídio Marinho, ex-Fur Mil da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65).


Acompanhado da sua esposa, Rosa, empunhava, com garbo, orgulho e valentia, o estandarte da sua companhia. O Alcídio vive no Porto, em Miragaia, ou seja, numa das mais velhas freguesias da cidade que é hoje Património Mundial da Humanidade, integrando o primitivo núcleo medieval, delimitada, no século XIV, pelas famosas muralhas fernandinas.

O Alcídio vinha já munido da "papelada" necessária para ingressar na Tabanca Grande (neste caso, as duas fotos da praxe e o seu currículo militar abreviado). O seu pedido foi imediatamente aceite por mim, uma vez feito o teste de conhecimentos sobre os direitos e deveres dos membros do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Devo dizer que ele passou com distinção. (*)

Na conversa que tive com ele fiquei a saber que a CCAÇ 412, sediada em Bafatá, tinha uma vasta zona de acção, que ia de Cantacunda ao Enxalé, a norte do Rio Geba, e de Bambadinca ao Xitole, ao longo da margem direita do Rio Corubal (aquilo que mais tarde, seis anos depois, no meu tempo, era já "preenchido" por 2 batalhões, um em Bafatá e outro em Bambadinca, ou seja, por mais de 2 mil homens em armas, incluindo subunidades adidas e pelotões de milícia).

2. Por distração minha (de que peço mil e um perdões, ao próprio e aos demais camaradas), só hoje dou a boa notícia ao resto da Tabanca Grande, anunciando em voz:

- Camaradas, abram alas, arranjem um lugar para mais um digno representante da velhice da Guiné, deem-lhe as boas vindas!... (Velhice aqui não tem nada a ver com a idade fisiológica, mas com a antiguidade de guerra: o Alcides está em boa forma, como se pode ver nas fotos de Monte Real).

Sob o nº 520, o Alcídio Marinho vai ficar aqui, sentado no bentém, debaixo do mágico, secular, frondoso, generoso e protetor poilão da nossa Tabanca Grande e vai connosco partilhar as suas memórias desses idos e bravos tempos de 1963/65... Palavra de camarada! (LG).



Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > O Alcídio Marinho (Porto, Miragaia), o porta-estandarte da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65).


Foto: © Manuel Resende (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.




Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > A Rosa Marinho (Porto, Miragaia), empunhando com elegância, firmeza e determinação o estandarte dos Capacetes Verdes (réplica do original).


Foto: © Luís Graça (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8421: Monte Real, 4 de Junho de 2011: O nosso VI Encontro, manga de ronco (9): Os apanhados pela objectiva do Manuel Resende (Parte II)


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande (*)  > O Senhor Dom Leitão, serviço à hora do lanche, não direi que foi o rei da festa, mas que lá roncou, roncou...


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > 22 quilos desapareceram num ápice, sinal de que o Dom Leitão teve as devidas honras à nossa mesa... (Terá sido golpe de mão ?,  perguntaram os retardatáris)...Felizmente, o fotógrafo estava lá para comprovar a existência e a presença do Dom Leitão (a cabeça e o resto, aos pedacinhos...).

 

Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  >Em primeiro plano, três camaradas do Xitole, Joaquim Mexia Alves (jogava em casa), Francisco Silva (hoje ilustre cirurguião ortopedista no Hospital Amadora Sintra) e António Barroso (Valadares, Vila Nova de Gaia... Vim a saber que é meu vizinho, quando fico na Madalena...). Estes três camaradas pertenceram originalmente à  CART 3492...



Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Aspecto parcial do grupo de comensais (que este ano chegaram aos 125), na hora dos aperitivos (que, disseram os mais excelentes gourmets, estavam cinco estrelas)...


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Aspecto parcial do nosso convívio no terraço da Sala Dom Diniz



Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca   > Grande  > Da esquerda para a direita, Jorge Picado (Ílhavo), Ernestino Caniço (hoje médico, em Tomar),  Semião Ferreira (médico das Termas de Monte Real, e que não há meio de entrar para o blogue, apesar das nossas insistências, que são sempre amáveis convites; esteve na Guiné como operacional) e António Estácio (Mem Martins / Sinrtra)... Os trêss primeiros conheceram-se na região do Oio (Mansoa, Cutia, Mansabá...).


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  >  Da direita para a esquerda Carlos Pinheiro (Torres Novas), Zé Martins (Odivelas) e o António Manuel Sucena Rodrigues, que mora em Oliveira do Bairro, ex-Ful Mil Inf na CCAÇ 12, no período final da guerra (1972/74), tendo estado no Xime e regressado em Agosto...


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Da direita para a esquerda, dois periquitos da CCAÇA 12, o António Manuel Sucena Rodrigues e o António  Duarte; na ponta, o Manuel Domingos Santos (Leiria)...


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > a Graciela Santos (Caneças / Odivelas) e Manela  Martins (Odivelas), esposas respectivamente do António Santos e do Zé Martins.



Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > O Alcídio Marinho (Porto) que vai ser apresentado em breve, formalmente, á Tabanca Grande... É o porta-estandarte da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65)


Monte Real  > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca  Grande  > Felismina Costa (Agualva-Cacém / Sintra), Jaime Machado e Manuela (Senhora da Hora / Matosinhos)...


Fotos: © Manuel Resende  (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. 

[ Selecção, edição e legendagem das fotos: L.G.] (**)

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Nota do editor

(*) Vd. poste de 9 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8392: Monte Real, 4 de Junho de 2011: O nosso VI Encontro,manga de ronco (6): Os apanhados pela objectiva do Manuel Resende (Parte I)

(**) Último poste da série > 13 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8415: Monte Real, 4 de Junho: O nosso VI Encontro, manga de ronco (8): Visto pela especial sensibilidade da nossa amiga Margarida Peixoto, esposa do Joaquim Peixoto (CCAÇ 3414, Bafatá e Sare Bacar, 1971/73)