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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11075: (Ex)citações (209): O fanado, visto por colons e colonizados...(António Rosinha / Cherno Baldé)



Guiné-Bissau > Região de Quínara > Darsalame (vd. carta de Cacine) > Festa do fanado ou cerimónia de iniciação dos jovens em Darsalame.  Foto da Galeria da AD - Acção para o Desenvolvimento, em Bissau, e parceira do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Esta foto foi tirada em 15 de abril de 2009 usando uma Canon Digital IXUS 90 IS. Foto reproduzida com a devida vénia...

"À semelhança de muitas outras etnias, os jovens balantas fazem das cerimónias de iniciação, os chamados Fanado, momentos importantes da sua vida.

É nesta ocasião que lhes são transmitidos os valores individuais e colectivos tradicionais, os segredos que devem guardar, as normas de conduta social, as leis comunitárias e onde os jovens fazem prova da sua coragem e valentia, relatando e demonstrando actos relevantes praticados antes de entrarem para o Fanado.

Durante cerca de 2 meses, os jovens recolhem-se no meio do mato, na barraca do fanado, onde ninguém os volta a ver, limitando-se as respectivas famílias a levar a alimentação de que necessitam. Antes de entrarem, os jovens brincam, fazem jogos e danças, mostrando os seus trajes de rebeldia, muito apreciados por toda a população."

Foto (e legenda): © AD - Acção para o Desenvolvimento (2013). Todos os direitos reservados.

1. Comentários do António Rosinha e do Cherno Baldé ao poste P11070:

(i) António Rosinha:

Estas práticas cerimoniais africanas que hoje se pretende eliminar, eram praticadas no tempo colonial, discretamente, um pouco às escondidas das autoridades coloniais, no caso das ex-colónias portuguesas.

No caso da Guiné, após a independência, passaram a ser praticadas publicamente e com datas próprias assinaladas pelas próprias autoridades.

Só que passou a ser testemunhado passivamente, como se fosse um inofensivo folclore, durante décadas pela UNICEF, OMS, AMI, MSF, médicos e paramédicos de Cuba, que apoiavam aquelas autoridades sanitárias incondicionalmente.

Só agora? antes tarde que nunca.

Antº Rosinha

(ii) Cherno Baldé:

Caros amigos,

Este tema já aqui foi objecto de discussão mas nunca é demais voltar a rebatê-lo pois é importante a sensibilização das pessoas a volta dos nossos problemas sociais e culturais.

Sobre esta problemática já Cabral nos dizia, mais ou menos nestes termos: "devemos manter os aspectos bons da nossa cultura, mas devemos combater e abandonar os que concorrem para manter o nosso povo no atraso e no obscurantismo".

Claro que na altura não tinham declarado guerra aberta a estas práticas, suponho que, pelas mesmas razões porque o Governo colonial não o fazia.

Do meu ponto de vista a excisão feminina resultou, históricamente, de uma simples transposição da circunscisão (fanado masculino) por iniciativa e vontade próprias da mulher, como uma instituição social de purificação, como diz o Luis Graça e também de educação ou socialização das meninas para o exercicio da função e do papel de mulher e como tal não podia ser anterior a islamização do mesmo modo que a circunscisão resulta de uma prática bem conhecida e intimamente ligada a religião que remonta até Abraao, este é o primeiro ponto.

Mas, ao mesmo tempo, a excisão feminina não resulta de nenhuma imposição ou fanatismo religioso como, erradamente, se pode pensar e o "fatwa" proferido pelos Imames no Parlamento, é demonstrativo deste facto. Da mesma forma que também ela não resulta de uma discriminação ou imposição dos homens em relação as mulheres nas nossas sociedades.

A luta contra a MGF, antes de mais, deve ser travada no seio da própria camada feminina, mas também no campo do desenvolvimento integral do Homem em geral (homens e mulheres) e, sobretudo, no dominio da educação.

Lembro que o meu pai não era letrado e vivia no campo, mas o simples contacto com comerciantes Lusos (portugueses e Caboverdianos) nos anos 60 foi o suficiente para abrir os olhos e mudar a sua filosofia de vida e o caminho escolhido para os seus filhos numa época em que as forças do obscurantismo ainda reinavam.

Assim, para as novas gerações da Guiné, a batalha contra a MGF e as práticas culturais consideradas nefastas só poderão ser ganhas se o combate contra a pobreza e o analfabetismo for encarado com firmeza e determinação, mas para isso precisamos de mais e melhor organização, de mais e melhor estado que possa conceber politicas e fixar metas que sejam económica e socialmente exequíveis.

Bem, depois de todo esse trabalho, esperamos que, a seguir, não nos venham a dizer para legalizarmos o casamento gay porque, convenhamos, isto dos direitos humanos pode ser uma verdadeira caixa de pandorra.

Um abraço amigo,

Cherno Baldé
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11049: (Ex)citações (208): Monóculo de Spínola oferecido ao Museu Etnográfico de Silgueiros - Viseu (Amaral Bernardo)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10430: Ficou um Palmeirim nas bolanhas da Guiné (1): A origem do nome, Palmeirins (J.L. Mendes Gomes, ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66)



Guiné > Região de Tombali >  Ilha do Como > Cachil > 1966 >  Interior do aquartelamnento

Foto: © Benito Neves (2008). Todos os direitos reservados.



1. Mensagem, de 1 de setembro, do nosso camarada e amigo J. L. Mendes Gomes, ex-alf mil da CCAÇ 728, (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66).

Olá Luís!

Aqui te mando parte duma novela escrita em memória do nosso saudoso camarada [Mário} Sasso (*). Talvez se enquadre no nosso blogue.


Um grande abraço, extensivo aos tertulianos todos.
Joaquim Mendes Gomes
_________________

FICOU UM PALMEIRIM NAS BOLANHAS DA GUINÉ… > PLANO

1.- A Origem do Nome – “PALMEIRINS”

2.- A Cidade Moçambicana da Beira

3.- A Barra do Tejo

4.- Os Cheiros de Lisboa

Chapter 1

&.- 1 – A Feira Popular

&.- 2 - Uma Sardinhada em Cacilhas

&.- 3 – As Brumas (Ruelas) Fadistas de Alfama e Madragoa

&.- 4 – As Palmeiras da Estufa Fria

&.- 5 – As Vielas da Ameixoeira

&.- 6 – A Feira da Ladra

&.- 7 – A Baixa às ordens de Pombal

&.- 8- O Jardim do Campo Grande

&.- 9- A Estrela Real

&.-10 - Os Bosques de Monsanto



2. Ficou um Palmeirim nas bolonhas da Guiné (1): A origem do nome: "Palmeirins"

por J. L. Mendes Gomes [, foto atual à direita]

“Os Palmeirins” foi o nome de guerra que a companhia de caçadores 728, aplaudiu, em peso, perfilada no sítio habitual do quartel da Ilha do Como, diante do comandante.

Cerca de 200 homens, na flor da juventude, a maioria, alentejanos, viviam, ali, dentro das 4 paliçadas, de toros de palmeira, carcomidos pelos 2 anos de exposição ao rigor tropical dos elementos, já quase reduzidos à carcaça exterior.


Serviam mais de confortável albergue às possantes ratazanas que abundavam e de cortina, muito frágil, p´ra tapar as vistas, do que de desejado fortim protector para a metralha que, a qualquer hora, poderia chover, grossa e medonha, a partir das matas espessas, lá ao fundo.


A companhia já ia, quase, no final do primeiro ano da comissão. Era preciso arranjar-lhe um nome de guerra, como tinham as mais antigas. Deveria ser um nome que, por si, sugerisse ou tivesse alguma coisa a ver com a companhia, em concreto.


O capitão Silva lançara o repto, de um modo especial, aos 18 sargentos e 5 alferes, como era de esperar. Era pena. Mas, ainda havia muitos analfabetos.


Ao fim de uns dias, o comandante do 2º pelotão, o alferes Mendes Gomes, por sinal e feitio, o alferes que já se tinha revelado mais virado para essas questões, ─ passava a maior parte do tempo livre, a mexer e remexer livros, de história, literatura ou de direito, tinha andado no seminário até muito perto do fim, dera aulas de português aos voluntários, da companhia ─ apresentou ao capitão o nome de “PALMEIRINS”…


O capitão riu…Nem sim, nem não… E ficou à espera da explicação. Nunca tinha ouvido falar na novela de cavalaria do Palmeirim de Inglaterra, famosa, pelo menos, para quem tenha estudado história da literatura portuguesa.
Conta a história de uma figura da cavalaria inglesa na Idade Média, semelhante ao nosso lendário, herói e aguerrido cavaleiro, Nuno Álvares Pereira.

Esta relação histórica com o herói de Aljubarrota e a conotação natural da companhia com o mundo das palmeiras, omnipresentes, transformadas na matéria prima por excelência para tudo que era essencial à segurança e ao conforto, conquistou, logo, a simpatia do comandante, dos alferes e dos sargentos.
 
─ Vamos reunir a companhia, a ver o que eles pensam. “Palmeirins”, é um nome que até soa bem ao ouvido  , acrescentou.

Momentos depois de acabar o bem conhecido toque de corneta, os duzentos homens, tresmalhados pelo universo variado daquele mundo, pequeno mas completo, começaram a formar a companhia, em tronco nú e de chicatas de esponja, nos pés, ( o traje habitual que se imponha a toda a gente) apreensivos com o motivo daquele toque inesperado.

Chegou o último soldado, - era sempre o mesmo, o castiço e pacholas soldado Faria, parecia um pouco atrasado da bola, mas não, era assim mesmo, um ensonso, com a sua regra muito pessoal e sem remédio, por mais que o comandante o repreendesse.
─ Ó meu comandante, eu estava a dar de cadeiras quando ouvi o toque a corneta…e não podia… atalhou ele com a habitual inocência.

Uma gargalhada geral. Agora toda a gente sabia o que era isso de dar de cadeiras…como se dizia no Alentejo…
─ Meus senhores. A nossa companhia já não é maçarica. Também não é velhadas…Ainda vai ter de aguentar mais uns anitos, por estas bandas…

Ouviu-se um urro geral, respeitoso, em uníssono, saído daqueles pulmões bem puxados e bravios…─ Anos?… Nunca. Só uns mesitos. Sim…─ gritou um dos mais atrevidos, como os há sempre.

E o capitão continuou. Todas as companhias precisam de um nome de guerra, em vez do número que lhe deram.
─ 728 é lá para os “mangas” da CCS (Os serviços administrativos)
─ É verdade.  ─  crescentou alguém, lá do meio.
─ Aqui, o nosso alferes Mendes Gomes pensou num nome que me parece bem. Vamos ver o que é que vós pensais dele. Ele vai explicar.
─ Então qual é?…gritou um dos tais que nunca conseguem conter-se.

O alferes Mendes Gomes avançou para a frente da companhia, postada, de olhos arregalados e orelhas arrebitadas…
─ O nome que encontrei é “ OS PALMEIRINS”.

Uma risada geral, entrecortada de um nervoso miudinho , logo interrompida, para ouvirem bem a explicação. O nome soava bem mas não lhes dizia nada. Ainda se fosse o nome de algum animal feroz, de meter medo ou respeito a toda a gente…Os Leões…Os Lacraus…Os Panteras… Palmeirins, que é isso?…Deve ter alguma coisa a ver com palmeiras, mas mais nada…
Foram as interrogações que o alferes começou a avançar como sendo as que lhes estava a ler na cara deles. Começou então a contar os traços essenciais da época famosa da cavalaria, nos tempos recuados da Idade Média, em todos os países da Europa e, principalmente, na Inglaterra e Portugal . Citou o exemplo conhecido da maioria, apesar dos muitos analfabetos que havia, do nosso D. Nuno Álvares Pereira, o vencedor da Batalha de Aljubarrota.

Via-se que as coisas já estavam a ganhar algum sentido. Pois bem, quem estudou a História da Literatura Portuguesa, ouviu falar dum romance famoso que conta história de um guerreiro inglês, chamado “ O Palmeirim de Inglaterra”. Foi um livro tão famoso e lido pelas pessoas daquele tempo, como agora se lê a história do Tio Patinhas… [Vd. à esquerda capa da  Crónica de Palmeirim de Inglaterra, de Francisco de Moraes, ed. 1786, publicada originalmente em Lisboa, em 1592, cortesia do sítio Open Library]

De novo, uma gargalhada rebentou. Bom sinal…

Esse Palmeirim era um guerreiro terrível para conquistar castelos. Nem um só lhe resistiu. O simples boato de que o Palmeirim e o seu pelotão de cavaleiros andavam, por perto, era o bastante para toda a gente fugir dos campos e aldeias e se fechar a sete chaves nas muralhas do castelo, até a onda de terror passar.
 
─ Era um “gajo fodido”, meu alferes. ─ avançou, inesperadamente, de forma interrogativa e a resumir, bem à sua moda, aquela lengalenga duma cavalaria, atrasada, movida a fardos de palha que já não dizia nada a ninguém  ─ um dos habituais soldados, desavergonhados, mas com a malandrice toda deste mundo meida na cabeça.

O alferes, que ainda continuava a ser, um tanto, púdico, demais para a maioria, apenas esboçou um ligeiro sorriso, o bastante para se peceber o seu acordo, parcial e continuou a descrever as virtudes daquele energúmeno, inglês, na tentativa de conquistar não só a simpatia como a admiração e orgulho do novo patrono de guerra…Diga-se que sentiu medo de o não vir a conseguir e, no seu íntimo, chegou a arrepender-se de o ter indicado.

Mas quando se lembrou, sentiu tanta alegria e certeza que nunca imaginaria que não fosse aceite. Se o não fosse, seria porque não tinha sido capaz de o apresentar à rapaziada. 
O capitão gostou logo, lembrou-se, de si para si, num esforço íntimo de se mostrar mais convincente.

De repente, uma salva de palmas irrompeu inesperada e estrepitosa. Estava consagrado o acordo de toda a gente. Nem era preciso mais histórias. Que alívio invadiu o alferes Mendes Gomes, já quase a esgotar as ligeiras recordações que ainda se encontravam na memória. Não tinha ali um só livro de literatura, onde pudesse ir beber qualquer coisinha.


Guiné > Região de Tombali > Pendão da CCAÇ 728, Os Palmeirins (1964/66)


Foto: © J. L. Mendes Gomes (2006). Todos os direitos reservados




Pronto. Agora, havia que desenhar o emblema para a bandeira dos “PALMEIRINS”.  Desenho, isso, já não era para a sua mão pesada e cegueta…

Alguém haveria de arranjar um desenho. E arranjaram. A tempo de o nosso famoso Primeiro Sargento, de carreira, levar consigo, para mandar fazer na metrópole, quando fosse de férias…em Julho seguinte. Um fundo preto. Duas palmeiras, fera, altas e esguias, ao centro de um quadrilátero em movimento . Uns traços sugestivos, a amarelo e vermelho e ali estava o futuro símbolo daqueles guerreiros, com muito sangue na guelra, mas que, - a verdade é para se dizer- ainda não tinham tido o seu baptismo de fogo !…

Mais uns tempos e já era corrente o uso fraternal de palmeirim, no trato matinal e saudação de cada novo encontro dentro da companhia.

A ideia do alferes fora um sucesso.

(Continua)
____________

Nota do editor:

/*) Vd. poste de 29 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1634: Crónica de um Palmeirim de Catió (Mendes Gomes, CCAÇ 728) (10): A morte do Alferes Mário Sasso no Cantanhez


(...) 2.15. O dia final do alferes Sasso

As densas matas do Cantanhez, só de ouvir o seu nome, causavam calafrios aos mais corajosos… Aí, se acoitava uma forte concentração de casas mansas, uns verdadeiros fortins inexpugnáveis, mesmo à força da intensa metralha de artilharia. Podia dizer-se que ali se encontrava o quartel general, inimigo, da zona sul da Guiné.

De lá saíam expedições constantes de grupos a espalhar a insegurança por todos os nossos aquartelamentos, quer por emboscadas quer por ataques às unidades isoladas.

Além disso, controlavam uma população nativa muito numerosa que, voluntariamente ou não, trabalhava os campos, fonte principal do seu abastecimento.

Por todas estas razões tornou-se premente efectuar uma grande operação que desagregasse aquele bastião. Foi o que se pretendeu com a Operação Tornado.


Os três batalhões sitiados no sul, com as unidades de artilharia e cavalaria, mais um grupo de fuzileiros e uma LDM, ajudados pela força aérea, ficaram responsáveis por esse objectivo.

A CCAÇ 728, aproveitando a maré-cheia, saíu, à noitinha, do cais de Catió a bordo de uma LDM; atravessou o estuário do Cacine e foi deixada, nas primeiras horas da madrugada, algures, em terra firme, do território inimigo.

Todo o cuidado era pouco. Tocou ao meu pelotão seguir à frente, logo depois do destemido grupo indígena do João Bacar Jaló.

Caminhou-se toda a noite; quando o dia começava a querer alvorecer, estávamos a atravessar a zona, crítica, de Dar es Salam [na carta de Cacine, Darsalam]. De repente, alguns tiros caíram sobre o pelotão que seguia na cauda da fila, comandado pelo alferes Sasso.

A resposta foi pronta e, depressa, tudo se calou. À frente, nada se tinha passado.

Só quando o dia nasceu e um helicóptero chegou, tivemos conhecimento de que o Mário Sasso tinha sido atingido com um tiro nas costas que lhe vasou o pulmão e coração. A esperança de sobreviver era pouca… e assim foi. (...)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4220: Cancioneiro do Cantanhez (2): Cabedu és nossa terra (Tony Grilo, Canadá)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cantanhez > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67)> Capelinha do antigo destacamento de Cabedu ... O autor da foto, Tony Grilo, esteve em Cabedu ao tempo da CCAÇ 1427 que, em 30 de Maio de 1967, foi substituída pela CART 1614 (*).

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Sector de Bedanda > Cantanhez > Cabedu > Vista aérea do destacamento e da tabanca de Cabedu, com a sua pequena pista de aviação.

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Catió > Cemitério de Catió > Duas sepulturas de militares portugueses, pertencentes à CCaç 1427 (1965/67), segundo informação do Tony Grilo.

Fotos: © Tony Grilo (2009). Direitos reservados.

1. Resposta do nosso camarada da diáspora (vive no Canadá desde 1972), Tony Grilo, que foi Apontador de obús 8,8, em Cabedu, Cacine e Cameconde, 1966 e é membro da nossa Tabanca Grande desde Março último (**)... Ele entrou em contacto connosco, em 5 de Março, tentando saber notícias da malta que passou por Cabedu, entre 1966 e 1968: CCAÇ 1427, CART 1614 e BAC [Bateria Anti-Costa].


Amigo Luís Graça:

Obrigado pelo teu email.

Dando resposta as tuas perguntas àcerca de Cabedu, vou tentar explicar o melhor possível.

Era um acampamento no meio da célebre mata do Catanhez, só podíamos sair de lá, por mar ou de avião.

Era um acampamento pequeno quando lá cheguei (em Julho de 1966).Tinha uma pista para avionetas e helicópteros,uma população muito pequena, talvez umas 15 a 20 tabancas [moranças],com uma clareira de uns 100 metro até à mata.

Quando cheguei, estava lá a [CCaç] 1427,uma companhia velha, com bastante experiência, e com algumas operações no Catanhez, onde numa delas tiveram 2 mortos e vários feridos, um deles com uma bazucada na cabeça. Por sinal tiveram que deixar o corpo na mata e fugir, pois os turras caíram-lhes em cima, se não fugissem ainda lá ficariam mais (***).

Da 1427 ficaram 2 mortos enterrados em Catió. Aí vão as fotos das seputuras (***).

Durante os meus 18 meses en Cabedu, alargámos o acampamento para o dobro, fizemos abrigos subtertrâneos, um paiol de munições, uma igreja (aí vai a foto) e um campo de futebol.

Estavamos perto de um famoso acampamento, Darsalame, onde o Amilcar Cabral e o Agostinho Neto [o autor deveria querer dizer 'Nino' Vieira..., já que o angolano Agostinho Neto era dirigente do MPLA e não do PAIGC], paravam muito. Numa das operações da [CCaç] 1427 e mais 2 companhias, quase que apanharam o Amílcar, mas ele foi mais esperto e safou-se.

Fomos atacados muitas vezes, pois os turras tinham a pouca vergonha de vir mesmo à beira da mata, apontavam o canhão sem recuo, em fogo directo, e salve-se quem puder. Mas assim que o obus 8,8 começava a vomitar, os turras calavam-se logo e fugiam, pois onde elas (as granadas)caíam faziam um estrago termendo.

Muita fome se passava aí, pois estavamos quase sempre sem mantimentos. Como tudo era trazido por batelões, levavam uma vida a chegar lá, então tínhamos que nos desenrascar, as galinhas dos pretos é que pagavam. Quando não havia chance para isso, iamos para a tabanca comer bianda com eles.

Apanhei ai uma fraqueza tão grande, por vezes não conseguia segurar-me nas canetas, até que tive que ir para Bissau ao hospital fazer exames, pois estava com uma anemia do último grau. Pois é, meu caro Graça, desculpa a liberdade, até bicho branco deitava nas fezes...

Quanto à tua pergunta sobre a minha vinda para o Canadá... Foi mais uma das minhas aventuras (pois a gente só esta bem onde não está).

Como tinha cá a minha irmã e cunhado, nesse tempo tudo foi muito fácil para eu imigrar, e então vim. Mas hoje, se me perguntares se estou arrependido, em parte estou, pois deixei um bom emprego e tinha uma boa situação em Portugal. Por outro lado, estou feliz pois pude dar uma boa educação aos meus 4 filhos que, todos, estão bem na vida, aqui.

Emfim, nem tudo na vida são rosas.

Graça, agora aí vão uns versos que eu fiz em Cabedu.

Um grande abraço para toda a TERTúLIA.
Tony Grilo

2. Cancioneiro de Cantanhez > Cabedu, nossa terra (*****)
por Tony Grilo


Nas tabancas dos nativos
Nós fazemos uma acção
Que certo Mundo não sabe
Que nos sai da coração.

O inimigo espreita
Atacando gente boa,
Mas os soldados respondem
Sem ser com tiros à toa.

De canais e muito mato
É composta a região,
Os musquitos são malignos
Terroristas de picão.

Com insectos ou sem eles
Que o tempo se vá passando,
Oh malta, já estamos vendo
O Niassa navegando.

Em Cabedu, em Cabedu,
Vão desfilando tantos soldados,
Mesmo com guerra, és nossa terra,
Nestes dois anos amargurados.

Oh Cabedu, oh Cabedu,
És fortaleza desta Guiné,
Te defendemos com valentia,
Aqui no mato, de noite e dia.

Cabedu, 1966
Tony Grilo

[Fixação / revisão de texto: L.G.]

_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 7 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3182: Em busca de... (38): Causas da morte do Alf Mil Manuel Sobreiro (Mampatá, 1968) Parte II (José Martins)

Vd. postes de:

5 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P3986: O Nosso Livro de Visitas (57): Tony Grilo, Canadá: Artilheiro, apontador de obus 8,8 (Bissau, Cabedu, Cacine, Cameconde,1966/68)

24 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4073: Tabanca Grande (126): Tony Grilo, Artilheiro, Apontador de obús 8,8 (Guiné, 1966/68)

15 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4192: Estórias avulsas (28): Sorte na Vida... ou quando uma dor de dente te salva a vida (Tony Grilo, Canadá)

(***) Segudo os dados recolhidos e tratados pelo nosso camarada A. Marques Lopes, haveria apenas um militar da CCaç 147, sepultado em Catió:

Vd. poste de 5 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2811: Lista dos militares portugueses metropolitanos mortos e enterrados em cemitérios locais (3): De 1966 a 1967 (A. Marques Lopes)


(...) Avelino do Patrocínio Lage, Soldado / CCaç 1427 / 03.01.66 / Cafal / Ferimentos em combate / Paranhos, Porto / Corpo não recuperado.

(...) Adolfo do Nascimento Piçarra, Soldado / CCaç 1427 / 20.03.66 / Catesse / Ferimentos em combate / Ferradosa, Alfândega da Fé / Cemitério de Catió, Guiné.

(...) Albino Teixeira Martins, Soldado / CCaç 1427 / 20.03.66 / Catesse / Ferimentos em combate / Cachopo, Tavira / Corpo não recuperado.


(****) Vd. último poste da série > 20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3731: Em busca de... (61): O Capitão José Curto, comandante da CCAÇ 153 (Fulacunda, 1961/1963) (José Martins)



Brsão da CCAÇ 153 (Fulacunda, 1961/63)


1. Mensagem do José Martins, a quem pedimos um pequena pesquisa sobre o Cap Curto (*)

Bom dia:

Sobre o Capitão Curto, na pesquisa na listagem das unidades (**), apenas encontrei dois:

(i) Capitão de Infantaria José dos Santos Carreto Curto, da CCAÇ 153 - 1961/1963

(ii) Capitão SCGE José Curto - Companhia Transportes 2642 - 1969/1971

Quanto ao Renato Jorge [George] Cardoso Matias Freire (***), que esteve na CCaç 153 - mas tambem comandou a 3ª CCaç I (a antecessora dos Gatos Pretos) e a 4ª CCaç I, antecessora da CCaç 6, do Hugo Moura Ferreira - , merece um pouco mais de atenção, para tentarmos avivar as memórias com a conjugação dos textos e dos escritos do George.

Infelizmente estas unidades não têm registos no AHM [Arquivo Histórico Militar].

Um abraço

José Martins



2. Ficha de unidade > Companhia de Caçadores nº 153

Identificação CCaç 153
Unidade Mob: RI 13 - Vila Real
Cmdt: Cap Inf José dos Santos Carreto Curto
 Partida: Embarque em 27Mai61; desembarque em 27Mai61 | Regresso: Embarque em 24Jul63

Síntese da Actividade Operacional

Inicialmente, ficou colocada temporariamente em Bissau, integrada nas forças à disposição do CTIG.

Em 26Jul61 foi colocada em Fulacunda, então ocupada militarmente pela primeira vez, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 237, com vista à realização de acções de segurança e controlo das populações e procurando impedir a instalação de elementos inimigos na zona. 

Destacou ainda um pelotão para ocupação militar de Empada, onde se manteve até ser substituído por igual força da CCaç 84, em 23Fev62 e manteve ainda forças destacadas em Cufar, Catió e Bolama, por períodos variáveis.

Em 7Fev63, foi rendida pela CCaç 274 e foi colocada em Bissau, onde substituíu, em11Fev62, a CCaç 74 no dispositivo do BCaç 236, com vista a cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 21Ju163, foi substituída em Bissau pela CCaç 510, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações: Não tem História da Unidade.
____________

Fonte: Excerto de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), p. 309

___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 12 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3726: Em busca de... (61): O Capitão Curto, que esteve no cerco de Darsalame, em 1963 (Luís Graça)

(**) Estado-Maior do Exército - Comissão para o Estudo das Campanhas de África - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África [1961-1974] - 7º Volume - Fichas das Unidades - Tomo II - Guiné, 1ª edição, Lisboa 2002 .


(***) Vd. postes de:

11 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3724: História de Vida (13): 2ª Parte do Diário do Cmdt da 4ª CCaç (Fulacunda, N. Lamego, Bedanda): Abril de 1963 (George Freire)

10 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3717: História de Vida (12): Completamento de dados (George Freire)

29 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3681: Tabanca Grande (106): George Freire, ex-Comandante da 4ª CCaç (Fulacunda, Bissau, N. Lamego, Bedanda). Maio 1961/Maio 1963)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3726: Em busca de... (61): O Capitão Curto, que esteve no cerco de Darsalame, em meados de 1962


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez > Acampamento Osvaldo Vieira, nas proximidades de Madina do Cantanhez, na picada entre Iemberem e Cabedu > Simpósio Internacional de Guiledje > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita guiada e animada por antigos guerrilheiros e população local, ao Acampamento (Baraca) Osvaldo Vieira, outro dos momentos gratificantes da nossa viagem à pátria de Amílcar Cabral.

Vídeo (4' 52 ''): © Luís Graça (2008). Direitos reservados. Alojado em: You Tube >Nhabijoes


1. Escreveu George Freire (*), um antigo oficial do exército português, antecipadamente reformado como capitão, hoje engenheiro e empesário, a viver há 45 anos nos EUA (e, além disso, do mesmo curso da Escola do Exército que o meu antigo comandante de companhia, Carlos Brito) (**):

(...) "A companhia que originalmente fiz parte quando partimos para a Guiné, no dia 26 de Maio de 1961, foi criada em Vila Real de Trás-os-Montes, onde eu ainda tenente, segundo comandante e o capitão Curto, comandante (do curso um ano mais velho do que o meu), passámos semanas a organizá-la.

(…) Comecei em Fulacunda como tenente na Companhia 164 [julgamos tratar-se de lapso, deve ser 153], comandada pelo capitão Curto. Passados dois meses, fui promovido a capitão e segui para Bissau como comandante de uma Companhia de nativos. Daí passei para Nova Lamego (Gabu), como comandante de uma Companhia mista de nativos e tropas brancas. Nos últimos 6 meses estive em Bedanda como comandante da 4ª CCaç. Foi nessa altura que as coisas começaram a aquecer de verdade" (...).


2. Na vídeo acima apresentado, um dos homens grandes do Cantanhez conta como foram os primórdioos da luta... Infelizmente não consegui fixar o seu nome. Creio que é nalu. Entrou no mato, como ele diz, em 1962. Ou seja: passou à clandestinidade, depois de aderir ao PAIGC.

Estava convencido que a designação (actual) deste acampamento não teria nada a ver a verdade fáctica, histórica: seria  apenas uma homenagem, póstuma, a um dos heróis do PAIGC (cujos restos mortais repousam na Amura, a antiga fortaleza colonial de Bissau dos Séculos XVIII-XIX, hoje transformada em panteão nacional)... 

De facto, vim depois a sabê-lo, Osvaldo Vieira não actuou só no Óio (Frente norte), também passou pelo Cantanhez (Frente sul). Esta designação é, pois, correcta.

"Éramos só sete nessa altura. O comandante do grupo era o José Condição. Ficámos no mato de Caboxanque, aqui perto. Numa barraca, parecida com esta"... 

Fala num crioulo difícil. O Pepito vai traduzindo. Vê-se que nem sempre percebe o antigo guerrilheiro...

E a narrativa continua: "Até que chegou à região de Tombali o capitão Curto"...

Atenção, diz o Pepito, não confundir com o outro Capitão Curto, que teria andado a espalhar o terror no chão manjaco... O Pepito devia estar a referir-se ao cap António Curto (?), comandante da CCAÇ 6, conhecida pela Companhia Manjaca de Bachile …

O Cap Curto, que terá actuado na região  do Tombali era outro,  mas também era dos duros, a acreditar na versão deste velho nalu.  Lenda ou não, o seu nome - quarenta e cinco anos depois - é ainda  lembrado no Cantanhez, por razões que não serão propriamente piedosas...

Enfim, não tive, no Cantanhez, entre 1 e 3 de Março de 2008, oportunidade de saber mais pormenores sobre eventuais métodos de trabalho da chamada contra-subversão,  resultantes da colaboração entre Exército, PIDE, polícia administrativa, etc., nos anos de chumbo que antecederam a guerra e nos primeiros tempos de guerra...

Também não achei apropriado o momento, que era de festa e de reconcialição entre inimigos de outrora, para falar  de homens que, a confirmarem-se os seus métodos de actuação, não podem ser tomados como representativos do exército português, e muito menos da generalidade dos militares portugueses que fizeram a guerra, entre 1961 e 1974, e onde todos nós nos incluímos....

E prossegue a narrativa, de resto muito mais extensa do que sugere a duração do nosso vídeo. Na mesma altura apareceu o 'Nino'. O tal cap Curto, de Fulacunda - que deve ser o mesmo a que refere o nosso camarada George Freire, ou seja, o comandante da CCAÇ 153 - cercou Darsalame, entrou aos tiros na tabanca, mandou toda a gente pôr as mãos na cabeça… 

Das cinco da tarde às cinco da manhã, a aldeia esteve cercada e as pessoas foram interrogadas… Os mais jovens acabaram por ir pedir apoio à baraca onde estavam acampados os guerrilheiros do PAIGC, diz o nosso entrevistado. Guerrilheiros ? Bom, deve ser ironia... Eram camponeses, mal treinados e pior armados...

O 'Nino' ficou muito preocupado e quis saber o que se passava. Reuniu os camaradas, entre eles o 'Mão de Ferro', com a missão de ir a Darsalame saber o que se estava a passar e tentar ajudar o povo. Não deixou ir o José Condição. Mas, quando lá chegarm, já o grupo de combate do cap Curto tinha partido...

Foi também nessa altura que o grupo, que tinha aumentado, já não cabia em Caboxanque.

“Este mato é pequeno. Não vamos ficar aqui, disse eu… E foi então que fomos para o mato de Cantomboi” (um dos catorze actuais matos do Canhanez)…


3. Pergunta do editor L. G. ao George Freire, antigo comandante da 4ª CCAÇ (Bedanda, 1963) depois de ouvir com atenção o vídeo (que foi feito por mim, na visita que fiz ao Cantanhez em 2 de Março de 2008):

(i) Confirmas que este tal cap Curto, que fez o cerco a Darsalame para identificar elementos suspeitos de serem simpatizantes ou militantes do PAIGC, era o teu camarada, comandante da CCAÇ 164 (ou da CCAÇ 153, como me parece mais correcto) ?

(ii) Estes acontecimentos serão contemporâneos da tua estadia em Bedanda, à frente da 4ª CCaç ?

(iii) Ainda te tembras de mais peripécias, no sul, em que ele (e os seus homens) tenha estado envolvido, da altura em que tu estiveste em Bedanda, à frente da 4ª CCAÇ ?

(iv) No sul, no Cantanhez, vocês faziam prisioneiros e entregavam-nos ao Batalhão. Ouviste falar desse tal cap António Curto (?) que terá actuado no chão manjaco ? Seria também do teu tempo ?

(v) O que será feito deste teu antigo camarada, que comandou a companhia em que foste tenente, que esteve em Fulacunda, e que tu dizes que é a CCAÇ 164 (confusão tua, deve tratar-se da  CCAÇ 153) ? Ainda será vivo ? Tens notícia dele ?

Obrigado por nos disponibilizares o que restou do teu diário de guerra e do teu álbum fotográfico. É um valioso contributo para um melhor conhecimento do início da guerra no sul da Guiné, em pleno coração do mítico Cantanhez.

Estamos hoje em condições de falar, o mais desapaixonadamente possível, da guerra da Guiné, das suas peripécias e dos seus protagonistas, sem termos que fazer juízos de valor (moral ou outro) sobre o comportamento dos actores individuais... 

É importante recolher os depoimentos de actores e testemunhas dos acontecimentos. Nunca faremos aqui julgamentos apriorísticos de ninguém, e muito menos sumários...

Ficarei grato, eu - e os demais amigos e camaradas da Guiné -, se nos deres algumas informações e esclarecimentos adicionais sobre esta época, e os seus protagonistas, de quem temos muito poucas informações.
_____

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

11 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3724: História de Vida (13): 2ª Parte do Diário do Cmdt da 4ª CCaç (Fulacunda, N. Lamego, Bedanda): Abril de 1963 (George Freire)

10 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3717: História de Vida (12): Completamento de dados (George Freire)

29 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3681: Tabanca Grande (106): George Freire, ex-Comandante da 4ª CCaç (Fulacunda, Bissau, N. Lamego, Bedanda). Maio 1961/Maio 1963)

(**)Vd. poste de 29 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3683: Em busca de... (60): Ex-Cap Carlos Alberto M. Brito, comandante da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) (Gabriel Gonçalves)