Mostrar mensagens com a etiqueta Eduardo Campos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Eduardo Campos. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P7055: Convívios (276): O 7º Encontro/Convívio da CCAÇ 4540, decorreu no passado dia 25 de Setembro, em Évora, (Eduardo Campos)


1. O nosso camarada Eduardo Ferreira Campos, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74, enviou-nos uma mensagem em 27 de Setembro de 2010 com uma brevíssima notícia da festa da sua Companhia.





O 7º ENCONTRO/CONVIVIO DA C CAÇ 4540
25 SETEMBRO 2010 - ÉVORA
Camaradas,


Com a mesma alegria de sempre, em 25 de Setembro pp, levamos a efeito o 7º Encontro/Convívio da CCAÇ 4540, na magnífica e ancestral cidade de Évora.
A cada ano que passa desejamos que cada vez mais camaradas se juntem a nós, nestas memoráveis e inesquecíveis confraternizações.


Resumidamente, anexo 3 fotos que dão bem a imagem da nossa festa.

Um abraço Amigo,
Eduardo Campos
1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540

Fotos: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.
___________
Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

23 de Setembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7027: Convívios (192): Convívio da CCAÇ 2797 – Cufar 1970/72, dia 2 de Outubro de 2010 em Barcelos (Luís de Sousa)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Guiné 63/74 - P6955: Memória dos lugares (98): Xitole e Ponte Carmona sobre o Rio Corubal, Abril de 2010 (Eduardo Campos)


1. O nosso camarada Eduardo Ferreira Campos, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74, enviou-nos, em 30 de Agosto, mais uma mensagem narrando-nos mais alguns pormenores da sua recente viagem à Guiné.

Xitole e Ponte Carmona - Abril 2010
Camaradas,

Depois de umas férias aí vão mais algumas fotos da minha viagem à Guiné.

No Xitole não foi possível tirar fotos pois é quartel das F.A.G. (Forças Armadas da Guiné).

O José Rodrigues, que tinha cumprido a sua comissão no Xitole, conhecia a poucos quilómetros desta localidade, o que resta de uma ponte de nome Carmona e, através de uma picada bem dura, na qual até troncos tivemos de deslocar (para ser possível a progressão), conseguimos chegar lá e passar à “descoberta” da mesma.

Chegados à margem do rio Corubal encontramos a dita ponte, que segundo informações (contraditórias), foi construída nos anos 30 e, mais tarde, destruída pelas NT.

A ponte é muito bonita e as fotos que anexo não mostram a beleza dos seus arcos.














Um abraço Amigo,
Eduardo Campos
1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540
Fotos: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.
__________

Nota de M.R.:

Vd. também sobre a Ponte Carmona o poste de:
Vd. último poste desta série em:

terça-feira, 27 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6797: V Convívio da Tabanca Grande (17): Caras novas (Parte IV): A Manuela Campos, nortenha, mulher do Eduardo
















(...) Depõe-se as armas,
despem-se os camuflados,
tiram-se as pinturas de guerra,
e apresenta-se um ar “normal”!
É que durante umas horas,
quase sem ninguém se dar conta,
esteve a Guiné toda inteira,
um dia em Monte Real!



Monte Real > Palace Hotel > V Encontro Nacional da Tabanca Grande Grande > 26 de Junho de 2010 >  O Eduardo e a Manuela Campos... Outras personagens: O José Manuel Lopes (o fabricante de néctares dos deuses) (3ª foto a contar de cima), o Sousa de Castro, o Manuel Amado e o Hélder de Sousa, de costas (na última foto).

Fotos: © Luís Graça(2010). Direitos reservados


O único facto insólito poderia ser a presença delas... ao lado deles, dos seus homens e dos amigos e camaradas dos seus homens. Mas não, não faltam, não falham, algumas desde o já longínquo 1º Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-O-Novo, em 2006... Umas vêm pela primeira vez, este ano... E, à despedida., dizem:  Foi bom, gostei, pensava que só falassem de tropa e de guerra, p'ró ano, se Deus nos der vida e saúde, cá estaremos de novo... 

Pois é, elas são as nossas mulheres... A das fotos de cima, aqui apanhada em flagrante delito de ternura é a mulher do Eduardo Ferreira Campos... O Eduardo foi 1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540 (Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74) e esteve, em Abril na Guiné, numa viagem de turismo de saudade. ("Gostei de tudo, fui a quase todo o sítio, a única decepção foi... a tua Bambadinca"...).

A Manuela, que vive na Maia (com o Eduardo, e vice-versa...) é periquita nestas andanças,  pelo menos ao nível dos nossos encontros bloguísticos. Mas esteve à altura dos acontecimentos. E daí merecer esta sequência fotográfica (que até nem saiu mal ao fotógrafo de serviço, que não se pode queixar, já que a matéria-prima era/é boa: eles são fotogénicos, espontâneos, bem dispostos, divertidos, palradores, nortenhos)... O Eduardo, por sua vez, já não é estreia absoluta, contrariamente ao que ficou dito, por lapso, no poste P6669 (*).

Eles formam um casal que está bem na vida e sobretudo está bem com a vida...O Eduardo reformou-se da sua actividade empresarial como construtor: O casal tem duas filhas, formadas...  A Ana Carvalho, esposa do  J. Casimiro Carvalho, é mana do Eduardo Campos: que fique registado isso em acta, para evitar embaraços futuros ao escriba de serviço.

Para mim, foi uma honra privar um poucochinho mais com o camarada Eduardo e a sua Manela...Entretanto, soube há dias, na passada 4ª feira, no almoço da Tabanca de Matosinhos, pela boca do próprio Eduardo, que a Manela tinha tido  entretanto um problema de saúde, e que a família tinha apanhado um susto... Mas, felizmente, já recuperou e está bem. Daqui, vai um chicoração para ambos, com votos de novos e felizes encontros.

Luís Graça
__________

Notas de L.G.:

(*) 9 de Julho de 2010  > Guiné 63/74 - P6703: V Convívio da Tabanca Grande (13): A Guiné em Monte Guardado Real ou um Encontro de camarigos (Joaquim Mexia Alves)

Vd. ainda:

 3 de Julho de 2010  > Guiné 63/74 - P6670: V Convívio da Tabanca Grande (12): Caras novas (Parte III): O João Barge, da CCAÇ 2317, que foi meu actor em A Cantora Careca, com o Rui Barbot/Mário Claúdio... (Carlos Nery)

2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (11): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)

30 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6662: V Convívio da Tabanca Grande (10): Caras novas (Parte I) (Luís Graça)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Guiné 63/74 – P6685: Histórias do Eduardo Campos (14): O que aconteceu à “minha” Nhacra?

1. O nosso camarada Eduardo Ferreira Campos, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74, enviou-nos a 3ª parte da narração da sua ainda fresquinha viagem à Guiné.

CAÇ 4540 – 72/74 – SOMOS UM CASO SÉRIO

O que aconteceu à “minha” Nhacra?
Quando decidi efectuar a viagem, disse à minha família em que circunstâncias o ia fazer, acabando por me juntar a esta “expedição” à volta da Guiné. O “Capitão” Zé Rodrigues e os restantes marinheiros, que, só por si, eram a garantia de uma viagem de sucesso.

O que eu não esperava era que ao grupo se viessem juntar mais três nobres marinheiros: o Fernando Henriques, o Petiz e o Vilar.

Embora os três compreendessem e falassem português bastante bem, era-nos muito difícil saber, através deles, o que pretendiam, facto este proveniente, em parte creio eu, de lhes ser muito difícil interpretar o nosso tom irónico, brincalhão e de boa disposição que foi patente, nas nossas conversas, no dia-a-dia.

Seja-me pois permitido aqui exprimir toda a minha gratidão, pelas muitas e boas gargalhadas que me proporcionaram.

Tinha a perfeita consciência que no meu regresso á Guine, nem tudo o que iria encontrar seria do meu inteiro agrado, mas também estava longe de imaginar o avançado estado de degradação, de muitas infra-estruturas, que no passado conheci no seu melhor aspecto.

Todos sabemos que estou a falar de um país pobre, onde os recursos mais básicos não existem sequer para a sobrevivência dos seus povos, mas mesmo reconhecendo este facto, sinto uma certa revolta, pelo que fui encontrar em Nhacra.

Para quem viveu num aquartelamento que durante 10 meses foi a sua casa, e que bela era ela, julgo não exagerar que foi dos aquartelamentos mais bonitos que vi na Guiné.

Por momentos pensei que estava em Nagasaki ou em Hiroshima, o que aconteceu à minha Nhacra?

Um agradecimento pela simpatia e gentileza do Administrador de Nhacra, pela forma como nos recebeu e autorizou a tirar algumas fotos, tendo ao mesmo tempo lamentado o estado de destruição daquele espaço.

Nhacra – Antiga Capela

Nhacra – Antiga Enfermaria

Nhacra – Antigo bar dos praças?

Nhacra – Antigo edifício do comando

Nhacra – (?)
Nhacra - (?) Nhacra - (?)
Nhacra - (?)
Nhacra - (?)

Nhacra – Entrada da porta de armas
Nhacra – casa do administrador

Nhacra – Carvalho –Eu –Administrador – Capela – Carminda

Um abraço Amigo,
Eduardo Campos
1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540

Fotos: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.
___________

Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

24 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 – P6461: Histórias do Eduardo Campos (13): Língua Portuguesa na Guiné: Em Perigo?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (13): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)


Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Pessoal da CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74), visivelmente bem disposto, à hora dos aperitivos & entradas: Jorge Araújo  (Almada), António Costa (Mem Martins / Sintra), Acácio Correia (Algés / Oeiras), António Sousa Bonito (Montemor-O-Velho) e Sousa de Castro (Viana do Castelo)... O Jorge e o Acácio são caras novas nos nossos encontros.


O Acácio (ex-Alf Mil) entrou há muito pouco para a nossa Tabanca Grande. O Jorge (ex-Fur Mil) vai entrar em breve, faltando mandar-nos um foto do antigamente, e apresentar-se ao pessoal atabancado, como manda o figurino (De qualquer modo, o seu nome já na nossa lista, na letra J)...


O Bonito (ex-Fur Mil) já é repetente (esteve na Ortigosa, em 2009, mas estranhamente o seu  nome não consta da lista alfabética dos Amigos e Camaradas da Guiné, o que é imperdoável... Vamos regularizar a situação, pedindo também ao Bonito para nos mandar uma chapa da tropa... Entretanto, o seu nome passa já a figurar na nossa lista, na letra A, de António...


Quanto ao Sousa de Castro, foi com especial alegria que eu o revi e o abracei: como eu já tenho dito e redito, se não fosse um mail dele, em Abril de 2005, o blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné nunca teria existido, pelo menos neste formato... É da autoria dele o poste nº 6, de 22 de Abril de 2005, todos os outros anteriores são meus, remontando o primeiro a 23 de Abril de 2004, um ano antes (quando o blogue ainda se chamava simplesmente Blogue-Fora-Nada).


Vídeo (34''): Luís Graça (2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes



 Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  > Outra cara nova, o Manuel Carmelita, de Vila do Conde (Veio acompanhado da esposa, Joaquina; vivem em Vila do Conde; ele é um grande fotógrafo, de tal maneira de que a Tabanca de Matosinhos já é pequena para ele; não sei nada da sua vida militar na Guiné, só sei que foi professor primário)...

Desta vez, foi o fotógrafo que foi apanhado pelas objectivas do Jorge Canhão e do Carlos Vinhal... Não tenho a certeza, sequer, de lhe ter dado uma palavrinha em Monte Real. Indesculpável, camarada Carmelita, mea culpa, mea culpa!... Até um dia destes, na Tabanca de Matosinhos. Mas fica aqui o convite para actualizares o teu cadastro e regularizares a tua situação na Tabanca Grande (donde já constas, na letra M)...

Fotos: © Jorge Canhão; Carlos Vinhal (2010). Direitos reservados

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Sousa de Castro, o antigo 1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74), e hoje técnico fabril reformado dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, exibindo um velho Emissor / Receptor AVP1 usada na nossa "guerra a petróleo" (como diria o António Costa, que capitaneou a rapaziada da CART 3494)...

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Outra cara nova... O Eduardo Campos, esse, sim  1º Cabo Trms (CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74), matando saudades do velhinho AVP1, numa simulação de comunicação com o Sousa de Castro... O Eduardo é cunhado do J. Casimiro Carvalho, o Pirata de Guileje (e herói de Gadamael), a Ana Carvalho(que esteve no nosso encontro) é sua mana. O Eduardo esteve recentemente na Guiné-Bissau. Pedi-lhe para escrever mais umas notas de viagem. Foi a tudo o que era sítio, incluindo a famosa Ponte de Caium (tenho aqui duas fotos dele para entregar pessoalmente ao Jacinto Cristina).

Fotos: © Sousa de Castro  (2010). Direitos reservados

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné &gt > Nesta foto, da esquerda para a direita: Isabel, esposa do nosso camarada Pereira da Costa (estiveram no nosso IV Encontro, em 2009); duas caras novas no Encontro, a Leonor e a Júlia Neto, respectivamente, neta e viúva do nosso saudoso Capitão Zé Neto, e finalmente António Estácio, também um estreante nos nossos convívios.

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné &gt > Surpreendido pela objectiva de Mário Fitas, um representante da CART 2732, João Malhão Gonçalves que quis sentir de perto o nosso ambiente. Fez-se acompanhar da sua esposa Gracinda. Na foto reconhecem-se ainda os veteranos do Blogue, Xico Allen e António Santos. O João está igualmente convidado a ingressar na nossa Tabanca Grande.

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné >  Mestre e ex-aluno (da Lusófona), dito de outra forma, o nosso camarada Jorge Cabral e o novo tertuliano e também estreante nos Encontros da Tabanca Grande, o Arménio Santos (dirigente sindical e deputado).


Mais fotos estão disponíveis no Álbum Picasa, na conta do nosso co-editor Carlos Vinhal:

(i) Fotos de Manuel Carmelita


(ii) Fotos do Mário Fitas




Vídeos disponíveis no You Tube, na conta do Sousa de Castro:



 _______________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste anterior desta série:


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6573: Memória dos Lugares (81): Memorial aos bravos da Ponte de Caium... Para o Jacinto Cristina, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, com um Alfa Bravo (Eduardo Campos / Luis Graça)


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Ponte Caium > Memorial aos mortos da CCAÇ 3546 (1972/74): "Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves, Fernandes, Santos, Sold AP Dani Silva. 3º Gr Comb,  Fantasmas e Lestos (?). Guiné- 72/74"...

O Fur Mil Op Esp Amândio de Morais Cardoso, natural de Valpaços,  morreu aqui, vítima de uma armadilha que ele montava e desmontava com regularidade, na margem do rio...A trágica ocorrência foi no dia 19 de Fevereiro de 1973 (*). Os restantes morreram numa emboscada entre a Ponte Caium e Piche, em data em que ainda não consegui apurar.

 Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves, Fernandes, Santos, Sold AP Dani Silva. 3º Gr Comb,  Fantasmas e Lestos (?). Guiné- 72/74"...

O Fur Mil Op Esp Amândio de Morais Cardoso, natural de Valpaços,  morreu aqui, vítima de uma armadilha que ele montava e desmontava com regularidade, na margem do rio...A trágica ocorrência foi no dia 19 de Fevereiro de 1973 (*). Os restantes morreram numa emboscada entre a Ponte Caium e Piche, em data em que ainda não consegui apurar.

1. Mensagem do  Eduardo Campos, enviada em 31 de Maio de 2010:

Luís: As minhas desculpas por estar a "tirar" algum tempo ao meu amigo.

Ao tentar identificar algumas fotos, tiradas da minha recente ida à Guiné, recorri ao blogue e descobri que tenho em meu poder uma foto que foi tirada na ponte do rio Caium, que fica situada entre Piche e Buruntuma.

Vi o Poste P6042,  de 24/03/2010,  onde  Jacinto Cristina, outras coisas,  diz que fez a loucura de ter permanecido nesse local durante 14 meses.

O "brasão" de homenagem aos mortos, além da sua beleza arquitectónica, surprendeu-me pelo seu estado de conservação.

E tudo isto para te dizer que gostaria que esta foto chegasse até ao Jacinto Cristina, mas como o mail dele não consta na  listagem do blogue, pode ser que o meu amigo encontre uma solução.

Um Abraço. Até Monte Real, dia 26. Eduardo Campos

2. Resposta ao Eduardo:

O Jacinto Cristina, alentejano, estabelecido como padeiro em Figueira de Cavaleiros, Ferreira do Alentejo,  não tem... endereço de correio electrónico. O que é "contra natura", contra as regras do nosso blogue... Abri uma excepção, no caso dele (e de mais um ou outro), por ser meu amigo e amigo da filha (que é engenheira) e do genro (que é médico), que são meus grandes amigos...

Tens o telemóvel dele no blogue: 964 346 202 (ligar de manhã, que ele à tarde dorme, para poder trabalhar à noite)...Não podes imaginar como ele vai ficar feliz até às lágrimas de ouvir falar de (e ver) a "sua ponte de Caium"...  Eu próprio vou ligar-lhe, a ele ou à filha.

O que é espantoso, para além da conservação do monumento (quase 40 anos depois!), é a matéria-prima que foi usada (parece-me mármore!) e o profissionalismo do artista (anónimo)... É uma verdadeira obra-prima!...

______________

Nota de L.G.

(*) Vd. post de 24 de Março de 2010 > Guiné 64/74 - P6042: Tabanca Grande (209 ): Jacinto Cristina, natural de Ferreira do Alentejo, CCAÇ 3546 (Piche e Caium, 1972/74): Foi soldado atirador, mas a guerra fê-lo padeiro...
 
(...) Em data que o Cristina já não pode precisar, a sua companhia [, o 3º Gr Comb a que ele pertencia e que estava destacado na Ponte de Caium,] sofreu uma violenta emboscada, entre Piche e Buruntuma, montada por um grupo "estimado em 400" elementos IN (ou "turras, como a gente lhe chamava")...Um RPG 7 atingiu a viatura da frente da coluna, que ia relativamente distanciada do grosso da coluna, e que explodiu...Houve de imediato 4 mortos: O Charlot e o Fernando [ou Fernandes ?]  foram dois deles... Dos outros dois o Cristina já não se lembra.


Com as granadas de mão dos mortos, o Wolkswagen conseguiu aguentar o ímpeto da emboscada, mas chegou a ter uma Kalash apontada à cabeça... Ninguém sabe como ele se safou... O Silva por sua vez levou um tiro no pé, fugiu, e mesmo ferido fez 18 km até ao aquartelamento (...).

domingo, 6 de junho de 2010

Guiné 63/74 – P6546: Histórias do Eduardo Campos (14): Cantanhez: Do inferno ao Paraíso


1. O nosso camarada Eduardo Ferreira Campos, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74, enviou-nos a 3ª estória da sua ainda fresquinha viagem à Guiné:

CAÇ 4540 – 72/74 – SOMOS UM CASO SÉRIO

CANTANHEZ: DEPOIS DO INFERNO - ENCONTREI UM PARAÍSO
Tenho de o dizer, porque calar-me seria trair o que me vai na alma, que na realidade tu, Luís Graça, és um dos responsáveis pelo meu regresso à Guiné e pela montanha de novos companheiros que também por lá passaram nos anos de guerra e que tenho tido o grato prazer de vir a conhecer nos últimos tempos. Tudo isso devo ao Blogue que criaste e mais digo, que o presente poste pretende apenas ser uma singela e reconhecida homenagem pessoal.

Luís Graça, Carlos Vinhal, Magalhães Ribeiro e todos os 417 Amigos & Camaradas da Guiné seguidores do Blogue, para vós vai toda a minha gratidão, porque conseguiram em 4 anos fazer o que o SNS não fez em trinta e muitos anos e ainda me permitiu usufruir do raro privilégio de ficar isento do inerente pagamento das irritantes e injustas taxas moderadoras.

Dito isto, vamos à narração da viagem:

Ficamos instalados no Capé (arredores de Bafatá), para assim nos podermos deslocar para norte, leste e sul. Outra alternativa poderia ser o Saltinho, mas a opção de ficar no Capé foi acertada, quer pela qualidade das instalações, da boa gastronomia e da afabilidade e simpatia dos proprietários.

Dia 12 de Abril 2010 > Capé – Bafatá > Saímos bem cedo e iniciamos a viagem que me iria levar até Cadique, tendo passado por Bambadinca, Xitole, Saltinho, Buba, Aldeia Formosa, Guileje, Iemberem e finalmente a terra que me foi “prometida”, pela tropa, em 1972.

Depois de entrarmos na mata do Cantanhez, tornou-se patente a difícil exequidade da viagem, já que a mobilidade se tornou impraticável, diria mesmo impiedosa e, se não fosse a boa vontade de alguns companheiros de viagem, eu não teria chegado a Cadique porque, desanimado e desmotivado, quis desistir.

Quem por lá andou na construção da estrada que liga a Cadique, sabe o quanto nos custou, em sofrimento e morte, essa obra. A partir de Iemberem comecei a sentir e a pensar algo que jamais conseguirei decifrar, mas que posso tentar definir como um misto de emoções, desilusões, euforia, tristeza… por ali fora ia dizendo: “Aqui estive emboscado!”, “Ali morreu o A, o Bê, o Cê..”, “Foi aqui que o Capitão Pára-quedista Terras Marques levantou 4 minas.”, etc, etc.

Mil imagens me surgiram na mente, à velocidade da luz, podem pensar que é um exagero, mas não consigo transmitir-vos melhor ideia do que se passou, naqueles momentos, pelo cérebro deste vosso amigo.

No entanto, não me foi possível identificar exactamente os locais dos acontecimentos, até porque a “estrada” está quase irreconhecível e a “distância” de 38 anos, também não me ajudou.

Permitiu-me, isso sim, sentir uma enorme sensação de liberdade (estranha), matando mesmo a minhas velhas dúvidas de que fosse verdade, algum dia, efectuar aquele percurso sem ouvir um tiro.

Quando finalmente pisei o solo de Cadique, não consegui esconder a minha emoção e a Carminda deve ter sido das poucas pessoas, que se apercebeu do que eu tentei esconder as lágrimas (é que eu ainda sou daqueles que pensa que os homens não choram).

Felizmente, não foi necessário efectuar trabalhos de arqueologia, para descobrir vestígios da presença da minha companhia no local, já que não sendo muitos eram no entanto visíveis.

Atravessar o Cantanhez e chegar as margens do rio Cumbijã, é algo que jamais esquecerei e, meus caros amigos, garanto-vos que ainda há poucos anos atrás nem sequer queria falar, ou ouvir alguém falar, da Guiné. A vida, por vezes, prega-nos partidas destas.

Gostaria de ter ido a Cufar onde estive algum tempo no COP 4, e que teria sido fácil se houvessem os meios necessários, bastando para isso atravessar o rio, assim só se o tivesse feito a nado.

Depois de distribuir umas guloseimas pelos miúdos voltamos a atravessar o Cantanhez, porque a viagem iria ser longa até Bafatá.

Passamos por Guileje e tive uma agradável surpresa, quanto ao museu e à área envolvente do mesmo, que ganhou nova vida e aspecto.

Até breve.

Foto 1 > Capé > Bafatá > Acampamento!

Foto 2 > Imberem (Antiga Jemberem) > Memorial da 1ª Cart/Bart 6521

Foto 3 > Auto > Estrada muito movimentada

Foto 4 > Cadique > Depois de muitas horas... chegamos! Foto 5 > Cadique > Sonho tornado realidade, voltar a pisar de novo este solo
Foto 6 > Cadique > Antigo bar
Foto 7 > Cadique > Memorial da CCaç 4540
Foto 8 > Cadique > Mastro onde a bandeira portuguesa era hasteada
Foto 9 > Algures na mata do Cantanhez > Os dez magníficos que me acompanharam. Da esquerda para a direita: Henriques, Fernandino, Carminda (esposa do Cancela e uma grande Senhora), Cancela, Petiz, eu, Zé Rodrigues (homem que organizou tudo e só não tomou as vacinas por nós), Laguela, Zé Carvalho, Jaime e o Vilar.
Um abraço Amigo,
Eduardo Campos
1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540

Fotos: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.
___________
Notas de M.R.:
Vd. último poste desta série em:

24 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 – P6461: Histórias do Eduardo Campos (13): Língua Portuguesa na Guiné: Em Perigo?