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segunda-feira, 27 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17183: FAP (100): Um DO no charco do Como, história inserta no livro "Nos, Enfermeiras Paraquedistas" (Miguel Pessoa / Giselda Pessoa)



1. Mensagem do nosso camarada Miguel Pessoa, Cor PilAv Ref (ex-Ten PilAv, BA 12, Bissalanca, 1972/74), com data de 14 de Setembro de 2016:

No Poste 17160 do blogue o nosso camarada Alberto Branquinho "refila" com o facto de as dicas que lhe enviei remeterem para um texto "menor" da história da queda do DO-27 junto à ilha de Como.

Na verdade ele tem razão pois, quando da preparação do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", que reunia textos de todas as enfermeiras paraquedistas que nele quisessem colaborar, acabou por ser incluído um texto revisto deste episódio, passado para a primeira pessoa e reforçado com mais alguns pormenores extra.

Embora correndo o risco de ser repetitivo, e dado que o livro em questão já foi publicado há uns tempos, não vejo inconveniente na sua publicação no blogue, assim o entendam os editores.
Incluo algumas fotos alusivas, das quais poderão incluir algumas para "abonecar" a apresentação.

Ao vosso critério.
Abraço.
Miguel Pessoa

************

UM DO-27 NO CHARCO DO COMO[1]

Na manhã do dia 17 de Novembro de 1973 o Centro de Operações do GO1201, na BA12, recebe um pedido de evacuação, vindo de Catió, tendo de imediato destacado um avião DO-27 para efectuar essa missão. A equipa de alerta era constituída pelo Fur. Ivo Mota, da Esq. 121, e por mim, Enfª Paraquedista Giselda Antunes, juntando-se a nós a Enfermeira Paraquedista Natália Santos, acabada de chegar à Guiné e que, por ser "pira", acompanhava as "veteranas" nas evacuações, para "ganhar calo".

Estava-se já na época pós-Strela, que tinha trazido diversas restrições à navegação aérea. Entre a opção de subir para 10.000', descendo depois à vertical do destino, o piloto optou pela outra opção possível, que era a de efectuar todo o voo a baixa altitude (50' a 100' sobre o terreno - o correspondente a 15 a 35 metros), o que implica um risco acrescido no caso de uma falha no motor.

Para evitar zonas mais perigosas o piloto decidiu então seguir ao longo da linha de costa, sobre a água, contornar a ilha de Como (refúgio do PAIGC), subir o rio Cumbijã e, atingido Cufar, dirigir-se em linha recta para Catió.

O voo decorria normalmente a baixa altitude; à passagem por Bolama tivemos a oportunidade de ver o navio que fazia o transporte de víveres e material, que se dirigia para sul. O DO-27 não parecia ressentir-se de qualquer problema resultante do incidente da véspera. O avião sofrera um choque com um pássaro que lhe tinha acertado no hélice, mas a inspecção feita ao avião no intervalo dos dois voos não tinha detectado qualquer anomalia.

Quando sobrevoávamos os tarrafos ao lado da ilha de Como, o avião resolveu "apagar-se" - o motor parou repentinamente, obrigando o piloto a uma reacção rápida para preparar uma aterragem de emergência. Dada a baixa altitude a que seguiam, a única solução era "poisar o estojo" na direcção em que seguiam, em pleno tarrafo, o que o piloto fez - diga-se - com bastante êxito, pois o avião ficou atolado no lodo, mais ou menos direito, tendo os ocupantes saído ilesos desta aterragem (ou mais propriamente "alodagem").

Quem esteve na Guiné sabe bem as diferenças no contorno das margens (no mar ou nos rios) entre a maré cheia e a maré vazia. Neste caso era hora da maré baixa e a água, tendo descido, deixara o tarrafo coberto de uma espessa camada de lodo.
Rapidamente abandonámos o avião procurando, atascados no lodo, alcançar uma zona de águas mais profundas, onde pudéssemos, mergulhados, ficar menos expostos a olhares da margem e ser eventualmente "pescados" pelo navio que pouco antes tinham visto a navegar naquela direcção.

Na realidade era grande a nossa preocupação com a nossa segurança pois a zona em que tínhamos caído era completamente dominada pelos guerrilheiros do PAIGC e a população existente totalmente controlada por aqueles.


Sequência de fotos da recuperação da avioneta DO-27, acidentada na Ilha do Como, em 17 de Novembro de 1973... Caídos em território inimigo, o Fur Mil Pilav Ivo Mota, e as enfermeiras pára-quedistas Giselda Antunes e Natália Santos, tiveram a sorte de serem socorridos, com rapidez, por uma unidade da Marinha que passava ali perto, a LDG 102..

Para além da eternidade que demora a passar o tempo naquelas condições, não dá a esta distância para especificar o que senti. Claro que a aproximação do navio por que tínhamos passado e o facto de sabermos que a Base detectaria a nossa ausência nos transmitia algum optimismo. Nem por isso deixava eu de empurrar a “pira” Natália para dentro de água quando ela, ainda inexperiente e não se apercebendo da gravidade da situação, se tentava levantar para ver melhor à volta... Tentávamos mesmo não lhe dar a entender o perigo que corríamos, pois não ganhávamos nada em pô-la ainda mais nervosa.

E ainda me ressoava na cabeça a reacção do Ivo Mota quando nos afastávamos do avião, depois da queda, que me dizia com uma franqueza ingénua: - “Ó Giselda, ainda bem que foi contigo!”. Claro que respinguei com ele embora tivesse compreendido o alcance das suas palavras – já tínhamos um ano de convívio na Guiné e tínhamos confiança um no outro. Por isso ele sentia-se mais à vontade comigo ali.

O piloto tinha decidido entretanto regressar ao avião para recolher a arma que o DO-27 transportava dentro de uma caixa que servia de banco ao pessoal que era transportado na parte de trás. Dada a dificuldade de progressão, tive que o acompanhar para o ajudar, pois já evidenciava algumas dificuldades em regressar ao local em que tínhamos deixado a Natália.

Ter-se-iam passado duas horas desde a aterragem forçada no local quando começámos a ouvir o barulho de um motor. Detectámos então uma embarcação do tipo Zebro que se aproximava do local, atraída pela silhueta do DO-27 atolado. Desconfiados, continuámos metidos na água pois a distância não permitia uma identificação eficaz do pessoal que se aproximava. Sofremos uma grande desilusão quando vimos o zebro afastar-se da margem.

Passados uns largos minutos ouvimos novamente o barulho do motor. Com o regresso do zebro, chegando agora a uma distância mais curta, pudemos verificar que os tripulantes eram brancos, o que nos levou a chamar a sua atenção. Rapidamente fomos recolhidos e levados para o navio de guerra a que o zebro pertencia e que se aproximara entretanto do local.

Na BA12, entretanto, alertados pela falta de reportes do DO-27, tinham mandado descolar um Fiat G-91 que, seguindo o percurso mais provável voado pelo DO veio rapidamente a localizá-lo no tarrafo.
Imediatamente a Força Aérea pediu a colaboração da Armada, que deslocou uma segunda embarcação para o local.
Terá então havido aqui alguma falta de comunicação pois o segundo navio atarefava-se na busca do piloto no local quando este já se encontrava no primeiro navio. Mas mais vale a mais do que a menos...

O facto é que, depois de recuperada pela Armada, mesmo sem dispor de material (perdido no acidente) ainda fui fazer a evacuação a Catió, num outro avião entretanto disponibilizado, que "serviço é serviço"... Não tendo comido nada durante todo o dia, fui salva por umas castanhas que transportava no meu camuflado e que tinham resistido ao banho…

Podemos imaginar que o fim feliz deste acontecimento se deveu a um conjunto de factores favoráveis que podiam muito bem não ter acontecido:
- O facto de o avião voar bastante baixo, não sendo observável das tabancas existentes;
- A aproximação final do avião ao ponto de queda com o motor parado, não tendo, pelo seu silêncio, alertado ninguém próximo (detectou-se depois uma tabanca com população presumivelmente hostil a cerca de 700 metros);
- A existência de um navio da Armada, em missão de vigilância próximo do local, o que permitiu a rápida recuperação dos ocupantes do DO-27.




Fotos da recuperação do DO 27


Regresso do DO-27, n.º 3458, à Base - Bissalanca, BA12

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Nota do editor

[1] - Esta história pode ser lida na página 295 do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas", Coordenação de Rosa Serra e Prefácio de Adriano Moreira.
Também no nosso Blogue a história foi já publicada em 14 de Fevereiro de 2009 - Ver Poste 3892.
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Nota do editor

Último poste da série de 9 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17036: FAP (99): Alerta aos FIATs (António Martins de Matos, Ten Gen Pilav)

segunda-feira, 20 de março de 2017

Guiné 61/74 - P17160: (De) Caras (61): Os camaradas Miguel e Giselda Pessoa, "o casal mais 'strelado' do mundo" (LG)... Nos EUA teriam feito um filme e ganho uns milhões; na Suécia, teriam feito um grande documentário televisivo com debate público... E no nosso querido Portugal ? (José Belo, Suécia/EUA)


Guiné > Bissalanca > BA12 > 1974 > 26 de março de 1973 > O então ten pilav Miguel Pessoa na pista do aeroporto, em maca, ... À esquerda, a 2.ª srgt enfermeira paraquedista Giselda Antunes (mais tarde, Pessoa). No dia anterior, domingo, 25, e em pleno dia, o aquartelamento de Guileje fora duramente atacado durante cerca de hora e meia. Foram usados foguetões 122 mm. A parelha de Fiat G-91 (Miguel Pessoa e António Martins de Matos) que estava de alerta em Bissalanca, nesse dia e hora, veio em apoio de fogo. A aeronave do Miguel Pessoa, que vinha à frente, foi atingida por um Strela, sob os céus de Guileje... Foi o primeiro Fiat G-91, na história da guerra da Guiné, a ser abatido pela nova arma, fornecida pelos soviéticos ao PAIGC, o míssil terra-ar SAM-7 Strela (de resto, já usada e testada na guerra do Vietname)... O ten pilav  Miguel Pessoa conseguiu, felizmente, ejectar-se. E a sua posição foi sinalizada pelo seu asa... Vinte quatro horas depois, era resgatado, são e salvo, pelo grupo de operações especiais do Marcelino da Mata e por forças da CCP 123, comandadas pelo malogrado cap paraquedista João Cordeiro).

Foto: © Miguel Pessoa (2009). Todos os direitos reservados, (Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)

Nota do  MP: "Caro Luís: Olhando para as fotos que acabei de te enviar, lembrei-me que não te expliquei a razão de eu segurar uma garrafa de espumante na mão, enquanto era transportado na maca... Não, não fazia parte do meu kit de sobrevivência! E eu também não estava a soro! Na minha transição do local da evacuação para o hospital, o heli aterrou primeiro no aquartelamento do Guileje, onde alguém resolveu presentear-me com a referida garrafa. Devo dizer que nunca cheguei a bebê-la pois, tendo sido mais tarde evacuado para Lisboa, resolvi deixá-la à guarda das nossas enfermeiras pára-quedistas, as quais confirmaram a boa qualidade do produto e o gosto requintado do pessoal do Guileje. Um abraço, Miguel Pessoa". 


1. Mensagem do José Belo, com data de 18 do corrente  10:44  

[ foto atual à direita: José Belo, ex-alf mil inf, CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); atualmente é cap inf ref e vive na Suécia há quase 40 anos; no outono / inverno, costuma "emigrar" para Key West, Florida, EUA, onde a família tem negócios; foi autor da série "Da Suécia com saudade" de que se publicaram 55 postes (*); vai mantendo troca de emails, intermitente, com o nosso editor LG]

Assunto - E mais uma vez, esquecidos por näo referidos ao grande público nacional

Nos Estados Unidos teriam feito um filme sobre a história (única!) do casal e... ganho uns bons milhöes de dólares!

Na Suécia (mais fria e analítica) teriam criado interessante documentário sobre o assunto; bem enquadrado em referências históricas, políticas e sociais; apresentado em hora e dia favoráveis a um grande número de espectadores.

Também (tradicionalmente) seria seguido de alargado debate com a participação de vasto público.

Mas, no nosso querido Portugal, quantos (fora dos antigos combatentes da Guiné) terão conhecimento desta histórica única (!) relacionada com o casal dos militares Giselda e Miguel Pessoa?

Para mais... ambos com contactos pessoais com os mísseis "Strela"!

Parece incrível, mas os meios de comunicação lusitanos não se têm interessado, ou terão conhecimento, de tal história.
Haverá por aí alguém com "conhecimentos" nos meios de comunicação?

(O assunto está hoje publicado na Tabanca do Centro)

Um abraço,
José Belo


2. Tabanca do Centro > 18 de março de 2017 > P893: Uma análise do nosso camarigo José Belo > Inesperadamente, a minha profunda inveja do amigo e camarada Miguel Pessoa

[Reproduzido com a devida vénia ao autor, José Belo, e ao editor, Miguel Pessoa, da Tabanca do Centro]

Hoje, ao começar o dia trocando alguns e-mails com o "Herr Överste" (Senhor Coronel em sueco) Miguel Pessoa, surgiu bruscamente no meu pensamento algo que até agora não tinha considerado com a devida atenção.

Nas conversas com antigos combatentes, sejam eles portugueses ou norte-americanos (também por lá vivo!), surge sempre a referência às frustrações sentidas quando se procura descrever aos familiares, amigos, ou simples conhecidos, as experiências e sentimentos de cada um aquando da passagem por teatros de guerra.

Sente-se sempre que este tipo de comunicação, na procura de explicações, sejam elas geográficas, sociais ou outras, é extremamente difícil de ser apreendido em todas as suas "variantes" por quem nos escuta.

Muitas vezes sente-se que não escutam... aparentam escutar! Isto sem se entrar em referências a situações concretas de combate, estas ultrapassam totalmente quem as não viveu.

Se a "comunicação" é difícil em Portugal, em famílias portuguesas, os que formam família no estrangeiro, com filhos quase automaticamente estrangeiros e com netos ainda mais estrangeiros que estes, torna as referências a uma guerra colonial como algo de pré-histórico... no melhor dos casos!

É sempre necessária infindável introdução quanto aos enquadramentos históricos e sociais, ao significado dos 400 anos de colonialismos vários, as consequências do longo período da ditadura no tipo muito específico de formação que, aos nascidos e educados nesses tempos, acabou por ser imbuída muito mais profundamente do que muitos hoje gostam de reconhecer.

MAS... no caso do Miguel Pessoa tudo é... diferente! Casado com uma nossa Camarada de armas.

Alguém que com ele COMPARTILHOU, no conjunto de difíceis situações de guerra, certamente inesquecíveis, mas (e principalmente!)... sem necessitarem das tais infindáveis explicações quanto a factos, quando, porquê e quem!

Confesso, mais uma vez, nunca ter pensado neste pequeno-grande "detalhe", em relação aos outros ex-combatentes.

Hoje em Portugal, em situação muito diferente quanto à paz e tipo de serviço militar, casamentos entre camaradas de armas não serão invulgares.

Mas... compartilhando o pior teatro de guerra das guerras de África, como o era a Guiné... ao mesmo tempo... nos mesmos locais... e em algumas situações incríveis... não haverá muitos... se alguns houver!

Será que em relação aos outros (a nós), tanto a Giselda como o Miguel terão consciência do privilégio que é esta não necessidade das tais tão limitativas "explicações"?

Um grande abraço do
José Belo


Guiné > Bissalanca > BA 12 > 1972 > A Giselda (à direita), com um militar do Exército e a enfermeira Rosa Mota (Mendes pelo casamento).

Foto (e legenda): © Giselda Pessoa (2009). Todos os direitos reservados.(Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)


3. Comentário do editor LG:

Zé Belo, querido amigo e camarada da diáspora, és sempre bem-vindo, a qualquer hora do dia, da semana, do mês ou do ano... Levantas a eterna questão da (in)comunicação humana, que já de si não é complexa, e ainda mais quando envolve combatentes e não-combatentes de uma guerra...

Será que o casal Miguel & Giselda por serem camaradas de armas, do tempo da guerra de África, tem esse problema "simplificado" ou "resolvido"?

Só eles, enquanto casal, poderão responder te, a ti e a nós... Mas, à partida, há questões sobre as quais estarão melhor sintonizados do que nós e as nossas caras-metade... ou nós e os nossos filhos, ou nós e os nossos amigos que não foram à guerra...

Quanto à sua história de amor e guerra, estamos de acordo: dava um grande filme, um grande documentário, um grande debate, um grande livro...

Há tempos uma das nossas estações televisivas interessou-se pelo seu "caso". Tanto quanto me lembro, era um daqueles programas, em direto, para o "grande público", de manhã ou de tarde, tendencialmente a puxar para o "popularucho", com conversas da treta, abordando problemas, alguns sérios, na verdade, mas de maneira ligeira, sem contextualização, explorando por vezes o sensacionalismo, quiçá o anedótico, o "voyeurismo" e até a lágrima fácil. Os convidados correm o risco de, expondo-se e expondo a sua vida íntima, fazerem o papel de "macaquinhos do circo"... Em suma, não devia ser para um trabalho sério de jornalismo de investigação, como estás a habituado a ver na Suécia, na terra dos teus filhos...

Contactaram-me, já não me lembro se foi no dia dos namorados... Conhecendo o Miguel como eu o conheço, ainda lhe telefonei a medo... Ia apanhando com um "Fiat G-91" na cabeça... Nem sequer sondei a Giselda...

Apesar de serem o "casal mais 'strelado' do mundo" (, como a gente lhes chama carinhosamente) (**), são o casal militar mais discreto e avesso à fama que eu conheço... Aliás, não conheço mais nenhum casal militar do nosso tempo, se bem que haja mais algumas enfermeiras paraquedistas casadas com camaradas de armas...

Enfim, são seguramente dois camaradas com um grande sentido de dignidade e querem respeitar (e fazer respeitar) a sua privacidade... Ambos têm partilhado, nas redes sociais, aquilo que entendem pertencer à história e ao "domínio público"... Mas não mais do que isso.


4. Comentário do José Belo, com data de 18 do corrente:

Desconhecia ter sido o Miguel Pessoa já anteriormente abordado pela TV quanto a um programa sobre eles, e que o mesmo se recusou a participar por razões, quanto a mim, bem justificáveis.

Daí que o meu E-mail anterior sobre o assunto só deverá ter um azimute que é o... TRASH (lixo)!


5. Resposta do editor LG:


José: Não concordo contigo quanto ao destino a dar à tua mensagem. Já expliquei no ponto 3 que o convite do programa televisivo não era aceitável pelo Miguel & Giselda,

Se não te importas, deixas-me fazer um poste (já estava feito na manhã do dia 18...) com a tua mensagem para mim, o texto publicado na Tabanca do Centro e a um comentário... Continuo a pensar que o Miguel e a Gisela mereciam/merecem muito mais e melhor... Este país, esta "nossa gente", tem que aprender ser grata e reconhecer o valor dos seus compatriotas, que se destacam, seja em que domínio for, incluindo na guerra e na paz. É preciso muitas vezes que esse reconhecimento venha "de fora", da "estranja"...

Até novas ordens, o poste (que estava feito, à espera de  publicado) não vai para a "pubela", como diziam os nossos beirões, alentejanos ou transmontanos dos anos 60 nos "bidonvilles" de Paris...

Vamos esperar também, o OK dos visados... Se eles disserem SIM, tu por certo dirás YES... Penso que é essa a tua vontade, afinal, porque muito os estimas e admiras.

Vistos de fora, os nossos camaradas, que são um casal, são dois heróis... Dentro da parvónia, limitaram-se a cumprir o seu dever... A história deles tem de merecer um outro olhar: tem de ser vista de cima, do Olimpo!... Que raio, com tantos comendadores da treta, não há guardião das comendas que diga: "Eh!, aquela homem e aquela mulher, aquele piloto aviador e aquela enfermeira paraquedista honraram a nossa Pátria, e têm em comum uma história bonita de coragem e de amor que deve servir de inspiração aos nossos filhos e netos"...

Acho que a questão que tu, Zé, pões, é muito interessante, a da (in)comunicação dos combatentes, vista de longe, vista da Tabancas da Lapónia e da Flórida. Os nossos queridos camaradas Miguel e Giselda não têm que responder ou acrescentar nada, já fizeram o que tinham a fazer, sem alardes... Quero/queremos que eles entendem isto como uma simples homenagem... e uma demonstração de carinho, tua e de todos nós. 


6. Comentário do Miguel, com data de ontem:

Caro Luís; se foi publicado na Tabanca do Centro, naturalmente poderá sair igualmente na Tabanca Grande... De resto, a abordagem do Zé Belo pareceu-me bastante interessante.

Aliás, de há muito que tenho um acordo com o Carlos Vinhal para reproduzirem os textos que vos possam interessar, sem mais burocracia.

Eu e a Giselda temos por hábito aceitar participar em programas (preferencialmente gravados) em que nos seja proposto falar das nossas experiências no Teatro de Operações da Guiné, fugindo a programas de entretenimento, em directo, que roçam o popularucho. E, como dizes, sou (somos) um bocado avesso(s) a dar nas vistas...(***)

Abraço.
Miguel
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Notas do editor:


(...) Aqui fica uma nova versão, por ordem alfabética. Está longe de estar completa... É apenas o embrião do proverbiário ds Tabanca Gramde... É uma recolha, onde todos/as podem colaborar... Cultivamos o humor e o humor (ainda) não paga imposto (...)

(...) Mais morto de alma do que vivo de corpo.
Mais vale um camarada vivo do que um herói...morto!
Miguel & Giselda, o casal mais 'strelado' do mundo
Muita saúde e longa vida, porque tu mereces tudo (...)

(***)  Último poste da série > 9 de março de  2017 > Guiné 61/74 - P17119: (De) Caras (68): Buruntuma, 1961: o enfermeiro Cirilo e o professor primário Timóteo Costa... (Jorge Ferreira / Mário Magalhães)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16850: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (5): Miguel e Giselda Pessoa... nos altos voos dos céus da vida...

1. Sempre bem humorado, bonacheirão, irreverente, prestável, sempre surpreendente,  o nosso Miguel,  amigo do seu amigo, camarada do sue camarada, grã-tabanqueiro de longa data, cartunista talentoso e, claro, histórico sobrevivente da guerra colonial, o único coronel pilav '(e)strelado' que eu conheço em todo o mundo e arredores... (É, além disso, o diretor da Karas de Monte Real. )

Mandou-nos este divertido, belíssimo, festivo e original  'cartanito' de Boas Festas, como votos de Feliz Natal e Ano Novo para toda a Tabanca Grande, o mesmo é dizer todos os amigos e camaradas da Guiné...

O editor, infante, terráqueo, que não está habituados às alturas, retribui, em nome da tropa toda (de ar, terre a mar),  com o desejo de boa continuação  dos altos voos nos céus da vida, para a Giselda e o seu 'asa' Miguel (e viceversa, já que ele e ela fazém tandém...). LG

PS - Se eu fosse o Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas, teria que lhes dar a nota máxima, na escala de 0 a 20, por esta exibição acrobática (que, felizmente não põe em risco o ptrimónio nacional nem muito menos a soberania e independêncioa da Pátria) ... Mas, como não sou o chefe dos chefes, mas ainda sou prof, dou-lhes um Excelente nesta "prova de vida" (que é isso que conta para o nosso blogue)...

Quanto ao cartune ("cartum", no Braisl...), acho que não tem preço!... Adorei!..

2. Em tempo... (Nota do Miguel Pessoa, com data de hoje, posterior à edição deste poste)

Como não contava que fosse dado tanto relevo ao meu "cartanito" não me preocupei em mencionar a autoria dos "bonecos" nele contidos. É certo que o cartoon foi ideia minha, mas os "bonecos" foram uma oferta do Paulo Moreno, o "benjamim" da Tabanca do Centro que muito nos tem apoiado nas nossas iniciativas - são da sua autoria as T-Shirts, aventais, bolsas, bonés, canecas e outros projectos que têm saído da sua loja com motivos alusivos à Tabanca do Centro. Aqui fica a informação, pois não gosto de brilhar com o trabalho dos outros...

Um abraço
Miguel Pessoa
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Nota do editor:


quinta-feira, 28 de julho de 2016

Guiné 63/74 - P16340: Convívios (763): Tabanca da Linha, 21 de julho de 2016: Parte II - (E)ternos namorados (fotos de Manuel Resende)


Foto nbº 15 > O sempre simpático e elegante casal de Paço de Arcos, Carlos Alberto Cruz e Irene


Foto nº 16 >  O sapador Luis R, Moreira e companheira Irene


Foto nº 17  > O António Fernando Marques e a Gina, as pessoas mais encantadores da Torre da Marinha


Foto nº 18  > O casal mais "strelado" do mundo: Miguel e Giselda Pessoa


Foto nº 19 > Os inseparáveis Jorge Canhão e Maria de Lurdes, que vivem em Oeiras


Foto nº 20 > Zé Carioca e esposa Ilda


Foto nº 21 > Os já fregueses da Tabanca da Linha, Manuel Lema Santos e esposa Maria João


Foto nº 22 > Arlindo Clérigo, pára ferido no inferno de Gadamael e evacuado para a Metrópole, e a sua companheira Ermelinda 


Foto nº 23 > Caras conhecidas... Carlos Carronda Rodrigues, cor ref (Algueirão) e esposa Manuela.

Oeiras > Algés > 21 de julho de 2016 > Restaurante Caravela de Ouro, Alameda Hermano Patrone, 1495 ALGÉS (Jardim de Algés) > 26º convívio da Magnífica Tabanca da Linha (*)

Fotos: © Manuel Resende (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Como escreveu no poste anterior o cronista-mor da Tabanca da Linha, o Zé Manel (Matos Dinis) no seu estilo irreverente e bem disposto (*):

"(...)  Importante, importante, é a possibilidade para confraternizarmos, para nos expressarmos com alegrias e risadas, e gritos, se alguém, algum dia, alguém se lembrar disso".

E lembra que "foram várias as caras novas, malta que pareceu integrar-se com facilidade, o que vem provar que há coisas importantes que nos unem" (*)...

Como sempre não faltaram os casais... Aqui vai uma seleção, a partir das fotos do Manuel Resende, dos (e)ternos namorados da Tabanca da Linha. Até à rentrée!...

PS - Pedimos desculpa por não saber identificar todos os participantes que aparecem nas fotos (Partes I e II)...
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15538: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (14): Giselda e Miguel Pessoa; João Parreira; Ernestino Caniço; Santos Oliveira e Hugo Moura Ferreira

1. Mensagem natalícia dos nossos camaradas: Giselda Pessoa (ex-Sargento Enfermeira Paraquedista da BA 12) e Miguel Pessoa (Coronel Pilav Ref, ex-Tenente Pilav da BA 12:

Desejando um Feliz Natal e boas entradas em 2016! 

Com amizade
Giselda e Miguel Pessoa


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2. Mensagem natalícia do João Parreira (ex-Fur Mil Op Esp da CART 730/BART 733, Bissorã, 1964/65; ex-Fur Mil Comando, CTIG, Brá, 1965/66)

Caros Camaradas
Editor, Luís Graça e co-editores, Carlos Vinhal e Magalhães Ribeiro, bem assim como todos os outros Camaradas Tabanqueiros,
Que tenham um óptimo Natal, e que os dias do Ano Novo sejam uma sequência de proveitosas realizações e repletos de paz e felicidade, são os meus sinceros votos.

João Parreira


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3. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, MansabáMansoa e Bissau, 1970/71):

Amigo Carlos 
Para todo o pessoal da Tabanca aqui ficam os meus votos de Feliz Natal e um óptimo Ano 2016.

Um abraço 
Ernestino Caniço



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4. Postal de Boas Festas do nosso camarada Santos Oliveira (ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66):




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5. Postal de Natal do nosso camarada Hugo Moura Ferreira (ex-Alf Mil da CCAÇ 1621, Cufar e Cachil, e CCAÇ 6, Bedanda, 1966/68)


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Nota do editor

Poste anterior da série de 24 de Dezembro de 2014 Guiné 63/74 - P15537: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (13): Ao Menino Jesus (Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil da CCAÇ 1546)

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14736: Convívios (688): A malta da Tabanca Grande no 10 de junho de 2015, Lisboa, Belém- Parte III: homenagem às antigas enfermeiras paraquedistas (Manuel Lema Santos, 1º Ten RN, imediato no NRP Orion, 1966/68)










Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso, Monumento aos Combatentes do Ultramar > 10 de junho de 2015 > Cor inf ref José Aparício (antigo cmdt da CCAÇ 1790, Madina do Boé, 1967/69), e grupo de antigas enfermeiras paraquedistas homenageadas (Ao todo, cerca de 3 dezenas; terão faltado 7 das que estão vivas, segundo informação da Giselda), Grã-tabanqueiras que estiveram na cerimónia, para além da Giselda Pessoa; a Maria Arminda,  a Rosa Serra e Aura  RicoTeles (,se não erro) (LG)


PARAQUEDISTAS

Se o ter asas simboliza a liberdade
Que a vida nega e a alma precisa,
Olhai, paraquedistas, tendes tudo:
Lá no céu elevai vossas almas
Que cá na terra a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Tendes ao menos a força de não a
Mostrardes a ninguém.

Aura Rico Teles
Tenente Enfermeira  Paraquedista


Fotos: © Manuel Lema Santos  (2015). Todos direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem do  Manuel Lema Santos [,1º tenente da Reserva Naval, imediato no NRP Orion, Guiné, 1966/68; membro da nossa Tabanca Grande desde 21 de abril de 2006] [, foto atual  à esquerda]:

Data: 11 junho 2015 18:05



Assunto - Lisboa, Belém, 10 de junho de 2015, homenagem às enfermeiras paraquedistas

Luís Graça,

Dentro das minhas magras possibilidades e porque as fotografei, aqui vão algumas fotos aquando da homenagem às Enfermeiras Páraquedistas.

Como mera curiosidade, como muitos saberão, o Cor José Aparício que fez a alocução, foi comandante da CCaç 1790 [, tragicamenmte ligada ao desastre de Che-Che,  Corubal, 6/2/1969], pertencente ao BCaç 1933, em que meu irmão esteve integrado como médico (1967/69),

Abraço,
MLS
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