Mostrar mensagens com a etiqueta Jaime Machado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jaime Machado. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24646: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (11): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte VIII: o que fizeram de ti, Bafatá, princesa do Geba ?


Foto nº 1  > Mercado de Bafatá, visto do exterior.  (recorde-se que o nosso especialista de Bafatá, o Fernando Gouveia, já lhe dedicou um poste, P4769, considerando este edifício, de estilo revivalista, neo-árabe,  como o verdadeiro ex-libris de Bafatá)


Foto nº 2 > Mercado de Bafatá: interior (1)


Foto nº 3  > Mercado de Bafatá: interior (2)


Foto nº 4 > Mercado de Bafatá: interior (3)
 

Foto nº 5  > Porto fluvial de Bafatá visto da piscina municipal construída ao tempo do administrador Guerra Ribeiro


Foto nº 6 > Rua principal de Bafatá, vista da piscina; em primeiro, o parque com a estátua do governador Oliveira Muzanty, do princípio do séc. XX (e entretanto derrubada a seguir à independência), e a casa Gouveia; ao alto, ainda se vê a torre da igreja (Bafatá hoje é sede de episcopado).


Foto nº 7 > O Jaime Machado na prancha de saltos da piscina municipal


Foto nº 8 > A mesquita de Bafatá (ficava na tabanca da Rocha,  tal como... o Bataclã)


Foto nº 9 > Estrada (alcatroada) Bambadinca-Bafatá que aqui, se não nos enganamos, atravessava o Rio Cofule, afluente do Rio Geba (ponte em madeira)


Foto nº 10  > O burro, que já estava em extinção... Aqui carregado de sacos de mancarra.
Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Bafatá >  s/d (presumivelmente 1969)

Fotos (e legenda): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do belíssimo álbum  do Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852) (*).

[Foto atual, à direita, do Jaime Machado, que reside em Senhora da Hora, Matosinhos; sua avó paterna era moçambicana; mantém com a Guiné-Bissau uma forte relação afetiva e de solidariedade, através do Lions Clube; voltou à Guine-Bissau em 2010]


2. Comentário do editor:

Bafatá tem 385 referências no nosso blogue.
No nosso tempo era a cidadezinha da Guiné mais aprezível, acolhedora, tranquila,e talvez a mais fotogénica. 

Quem andou no Leste, passou por lá e os nossos fotógrafos por certo lhe tiraram uma ou mais chapas... do Fernando Gouveia (que lá viveu com a esposa durante toda a comissão, entre 1968 e 1970) ao Humberto Reis (que estava ali a 30 km, em Bambadinca, entre kmeados de 1969 e março de 1971). 

O Jaime Machado, com as suas Daimlers dançarinas, iá também regularmente, em serviço ou me lazer.  Eram a nossa escvolta. No seu e nosso tempo era dos poucos troços de estrada asfaltada, que havia no território, a estrada Bambadinca-Bafatá. E ainda era um oásis de paz. O comércio da mancarra trouxe prosperidade a Bafatá. 

E depois tornou-se também o "ventre da guerra"... O "patacão"  da tropa alimentava Bafatá, que tinha um porto fluvial, mas já em decadência, com a concorrência do Xime e de Bambadinca, mais a jusante. Tinha algumas excelentes casas comerciais e restaurantes. E, claro, o Bataclã, o comércio do sexo em tempo de guerra.

Enfim, são mais umas fotos (reeditadas e melhoradas) para o roteiro de Bafatá (descritor com cerca de 20 referências),  um lugar que já não existe mais, a não ser nas nossas memórias: os visitantes de h0je são unânimes em reconhecer a decadência da cidadezinha colonial que conhecemos antes da independêncioa do território.



Guiné > Zona Leste > Estrada Bambadinca-Bafatá > 1969 > Coluna da CCAÇ 12, a caminho de Bafatá,  acompanhada de uma AM (autometralhadora) Daimler, do Pel Rec Daimler 2046, instalado em Bambadinca, e que era comandado nesse tempo pelo alf mil cav Jaime Machado... Era a nossa escolta habitual. (Parece-nos, mas não temos a certeza, de ser ele, o  Jaime Machado, quem ao lado do condutor.) 

Fotos (e legenda): © Humberto Reis  (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]
___________

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24632: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (10): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte VII: beldades de Bambadinca

Foto nº  1

Foto nº 1A


Foto nº 1B


Foto nº 2

Foto nº 3


Foto nº 3A

Guiné > Zona leste > Região de Bafatá _ Setor L1 > Bambadinca > BCAÇ 2852 (1968/70) > Pel Rec Daimler 2046 (1968/1970) >   Fevereiro de 1970 > "Eu com um belo conjunto de bajudas junto à capela"... Se não é uma foto de despedida, até parece; mas não, nenhuma delas era conhecida do fotógrafo; dias mais tarde, finda a comissão, em fevereiro de 1970, o Pel Rec Daimler 2046, comandado pelo alf mil cav Jaime Machado, partiria  para Bissau donde regressaria à metrópole, no T/T Niassa, em abril de 1970.

Fotos (e legenda): © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do belíssimo álbum  do Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852) (*).

[Foto atual, à direita, do Jaime Machado, que reside em Senhora da Hora, Matosinhos; sua avó paterna era moçambicana; mantém com a Guiné-Bissau uma forte relação afetiva e de solidariedade, através do Lions Clube; voltou à Guine-Bissau em 2010]


2. Comentário do editor:

Ao tempo do BART 2917 (1970/72), que o Jaime já não conheceu (veio render o BCAÇ 2852, 1968/70), havia só no regulado de Badora (que incluía, Bambadinca, o principal núcleo populacional com c. de 1500 habitantes), uma população total (recenseada e controlada pelas NT) de c. de 12 mil, metade dos quais de etnia fula.

Os restantes eram mandingas (20%), balantas (20%) e outros (10%), onde se incluíam mansoanques, manjacos e alguns cabo-verdianos e metropolitanos, cristãos.

No conjunto  do setor L1 (que incluia ainda os regulados do Xime, Corubal, Enxalé e Cuor), o total da população sob o nosso controlo não ia além dos 15200. Segundo a  mesma fonte (a história do BART 2917), a população sob controlo do IN, andaria à volta das "5400 pessoas, na sua maioria de etnia Balanta, Beafada ou Mandinga" (nos regulados do Corubal, Xime, Enxalé e Cuor).

Perguntei ao Jaime Machado o que é que estas beldades, bem arranjadas, "bem produzidas" (como se diz no Norte),  fariam aqui, junto à capela de Bambadinca,  em fevereiro de 1970 ? Era dia de festa ?  Era domingo ? Seriam cristãs ? Seriam fulas, seriam mandingas ?

Apesar da sua "memória de elefante", o Jaime confessou que não se recorda de mais pormenores:

(i)  não, elas não vieram despedir-se do "alfero";

(ii)  nenhum delas era sua conhecida, lavadeiras ou coisa assim do género;

(iii) estavam em grupo, por ali, junto à capela (que ficava em frente ao edifíico de comando, quartos e messes de oficiais e sargentos);

(iv) o fotógrafo, oportuno, zás!, tirou-lhes uma chapa (Foto nº 1) , e inclusive deixou-se fotografar também com o grupo (Foto nº 2);

(v) um "penetra", da CCS, também quis ser fotografado com as "beldades" (foto nº 3).

O Jaime admite que elas fossem cristãs, estavam com ar domimngueiro, bem vestidas e calçadas. (De facto, não há nenhuma descalça, até por que o chefe de posto não autorizava "pés-descalços" ali nas imediações da "cibilização"...).

Quanto a mim, seriam mandingas, a avaliar pelas feições, pelo vestuário e pelos adornos... Embora houvesse de facto uma pequena comunidade cristã em Bambadinca, não vejo crucifixos ao peito, mas sim colares, e numa delas com um amuleto (talvez em prata, uma figa, que é de origem europeia, etrusca e romana, e não africana, estando associada originalmente ao erotismo e à fertiliddae, e hoje à proteção contra o mau olhado) (foto nº 1 A)... 

Mas,  vendo bem, a bajuda assinalada ao centro, na foto nº 1B, parece trazer ao peito um colar com um crucifixo... E a do lado esquerdo, traz um medalhinha (pormenor pouco percetível)...  

Na foto nº 3 há um outro militar, que se introduziu no grupo.  Na foto nº 3A, há uma bajuda que parece  usas sutião ("corpinho"), o que era um hábito ocidental... Se calhar, neste grupo todas já usavam "corpinho"... (O saudoso "alfero Cabral, cmdt do Pel Caç Nat 63, gababa-se de ter introduzido a moda do "corpinho"; no regresso das férias, que devem ter sido em meados de 1970, trouxe um carregamento de sutiães para as bajudas de Fá Mandinga.)

Por outro lado, a porta da capela está fechada... Fica a dúvida: seriam bajudas cristãs ou fulas e/ou mandingas, islamizadas ? Um certeza: para estas lindas, amorosas, bajudas, era um "dia de ronco", talvez elas fossem, frescas, alegres e divertidas,  para algum casamento, ali em Bambadinca ou em Bambadincazinho. 

3. Comentário do Cherno Baldé (**):

(...) E em jeito de resposta àquestão do Luís Graça, na minha opinião, acho que as imagens retratam um "grupo de idade" da etnia fula num dia de festa tradicional. Por força da islamização, as festas desta etnia são quase todas de natureza religiosa. [Em inglês, "age set",conceito socioantropológico; vd. Enciclopaedia Britannica]

A postura e o olhar algo envergonhados, a indumentária, os penteados e os enfeites na cabeça e no corpo, dizem isso mesmo.

Ainda seriam solteiras mas, nesta idade estariam todas comprometidas (com casamentos arranjados entre os pais) e aproveitam os últimos meses de liberdade antes do casamento.

A presença de elementos ou símbolos estranhos usados como adornos pode ser explicada por razões de urbanização e da crescente mistura/influência de outros hábitos e culturas em Bambadinca (centro urbano e importante elo de ligação ao resto do país) e arredores, devido à guerra e ao movimento das populações.

 (...) A expressao "islamizado/a"  não é  correcta, seria mais correcto dizer "islâmico/a",  pois já nasceram dentro de uma familia, meio e cultura islâmicas, mesmo que superficial. Islamizados seriam os seus bisavos que, de facto foram coagidos (de forma voluntária ou não) a uma conversão, muitas vezes forçaada, nos séculos. XVIII/XIX.

De notar que os portugueses nunca utilizam a expressão "cristianizados" quando se referem aos guineenses de confissão cristã. 
__________

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24617: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (9): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte V: o porto fluvial de Bambadinca, uma das portas de entrada no Leste, a par do porto fluvial do Xime


Foto nº 22 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Bambadinca: porto fluvial... Entardecer. O Jaime Machado, de perfil.

Fotos nº 23 e 23A > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Bambadinca: porto fluvial... Até aqui chegavam os "barcos turras", ou sejam, as embarcações  de cabotagem das casas comerciais (Casa Gouveia, Ultramarina, e outras) que traziam e levavam pessoas, produtos agrícolas, etc., mas també,m material de e para a tropa...(a partir de 1972, muitos deles ao serviço da Companhia Terminal)


Fotos nº 24 e 24A > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Bambadinca: porto fluvial... Cais acostável, na margem esquerda do rio Geba Estreito



Fotos º 25 e 25A > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >. Cais acostável: foto anterior a novembro de 1969, quando a velha autogrua Fuchs foi substituída por uma autogrua Galion, mais potente.

Fotos: © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Continuação da publicação de uma seleção das melhores fotos  do álbum do nosso camarada Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) (*), que vive na Senhora da Hora, Matosinhos [foto atual à direita], e foi contemporâneo de alguns membros da Tabanca Grande,,, I nosso editor LG, por exemplo,  ainda esteve com ele, desde julho de 1969 a fevereiro de 1970... 
 

Estas fotos são já da época do comando e CCS/BCAÇ 2852 (Bambadeinca, 1968/70).

E mais: são fotos anteriores a novembro de 1969... Já aqui recordámos que, a partir de 24 de novembro de 1969, a administração do porto de Bambadinca passou a dispor dum autogrua mais potente, a Galion, que veio substituir a autogrua Fuchs (que se sê nas fotos nº 21 e 25).

Na história do BCAÇ 2852, lê-se que no dia 25/11/1969, o 2º comandante do BENG 447 visitou a sede do batalhão, visita essa que só pode estar relacionada com a entrega da autogrua Galion, permitindo melhorar as operações de carga e descarga no estratégico porto fluvial de Bambadinca.

autogrua Galion veio de LDG de Bissau até ao Xime (agora com um novo cais de acesso, a partir de outubro de 1969, se não erro) e depois foi escoltada pela CCAÇ 12 até a Bambadinca, numa viagem cheia de peripécias que nos obrigou a dormir no mato, devido a um enorme atascanço a meio do troço (ainda não havia estrada alcatroada!)...

Nessa dia, 24 de novembro de 1969, o nosso querido camarada e amigo Tony Levzinho celebrava as suas 22 primaveras com a companhia infernal da mosquitada,

Xime e Bambadinca "alimentavam o ventre do leste"... Por aqui passaram milhares e milhares de homens, e grandes quantidades mantimentos, munições, viaturas, peças de artilharia e outro material de guerra. 


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > novembro de 1973 > A grua móvel hidráulica Galion 125... Podia levantar cerca de 12,5 toneladas. Era construida pela famosa empresa norte-americana Galion Iron Works and Manufacturing Company, fundada em 1907, no Ohio, EUA.

Foto (e legenda): © Jorge Araújo (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
____________

Notas do editor:

Último poste da série > 2 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24609: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (8): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte IV: a morte à saída da Missão do Sono em Bambadinca, na madrugada do dia 1 de janeiro de 1970

sábado, 2 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24609: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (8): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte IV: a morte à saída da Missão do Sono em Bambadinca, na madrugada do dia 1 de janeiro de 1970


Foto nº 19 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 > O fotógrafo estava lá!... Uma enfermeira paraquedista prepara o moribundo Uam Sambu para a evacuação para o HM 241...  O camarada, de costas, com o camuflado todo ensanguentado é o Mário Beja Santos, comandante do Pel Caç Nat  52, de acordo com a identificação feita pelo fotógrafo, o Jaime Machado.  À saída da Missão do Sono, em Bambadincazinho, reordenamento a  escassas centenas de metros do quartel de Bambadinca, o Sambu foi vítima de um grave acidente com arma de fogo que lhe custou a vida.  


Foto nº 19A  > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 > Não conseguimos identificar a enfermeira paraquedista que, nessa manhã, a do primeiro dia do novo ano de 1970, veio de DO 27 para tentar salvar o Sambu... Em vão, ele irá morrer na viagem... Vamos continuar a tentar saber quem era a enfermeira... (que tanto pode ter sido a Maria Ivone como a Rosa Serra, que nesse dia estava de serviço).


Foto nº 19B >Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 > Quem seria a enfermeira paraquedista que, nessa manhã, a do primeiro dia do novo ano de 1970, veio de DO 27 para tentar salvar o Sambu ?  Tanto pode ter sido a Maria Ivone como a Rosa Serra, que nesse dia estava de serviço mas, que nos informou, nunca usou pulseira (para mais na mão esquerda).


Foto nº 20 > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Região de Bafatá > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 >  A DO 27 que no primeiro dia do novo ano de 1970, logo de manhã cedo, veio fazer evacuação do Sambu. Do lado esquerdo, de perfil, vê-se o piloto, com "cara de puto", alferes...


Foto nº 20A  > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 >  Outro pormenor dos primeiros socorros que foram prestados ao Sambu antes de ser evacuado. Era médico do batalhão o Vidal Saraiva. À esquerda do Beja Santos, sob a asa do DO 27, com a mão direita à cintura, em pose expectante, parece-se ser o fur mil enf da CCAÇ 12, o meu amigo João Carreiro Martins. Ao fundo estão camaradas do infortunado Sambu, do Pel Caç Nat 52.



Foto nº 21 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá: Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1 de janeiro de 1970 >  Um DO 27 a levantar voo, de regresso a Bissau... Pode ser a mesma da foto anterior, como pode ser outra... Tudo indica que esta foto tenha sido tirada noutra altura e noutro lugar. Parece-me ser a pista de Bafatá, a avaliar pelo casario ao fundo... (O Jaime Machado diz-me que é Bambadinca e vem na sequência das fotos anteriores,,,).  (LG)

Fotos: © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Continuação da publicação de uma seleção das melhores fotos  do álbum do nosso camarada Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) (*), que vive na Senhora da Hora, Matosinhos [foto atual à direita], e foi contemporâneo do Mário Beja Santos (cmdt do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com uma pequena  diferença de meses. Eu também estive com eles, lá, na mesma altura, desde julho de 1969... O Jaime saiu em fevereiro de 1970, e o Mário, dois meses depois, em abril de 1970, se não erro.

Ao ver estas fotos, tive um arrepio, quando o Jaime Machado me disse que o camarada com o camuflado ensanguentado era o Beja Santos, o nosso "Tigre de Missirá"...  

Lembrei-me imediatamente deste trágico acidente que ceifou a vida ao Uam Sambú. Fui pesquisar os escritos do Mário Beja Santos. Aqui vai um excerto do poste P2540, de 15/2/2008 (**)

(...) O Setúbal já nos tinha avisado que viria o Xabregas [condutor]  ao amanhecer, eu que não estivesse preocupado. Assim que clareou, todos de pé, arrumadas as mantas, satisfeitas as necessidades mais prementes nas redondezas, esperámos a tiritar a aproximação dos faróis do Unimog, procurando desentorpecer os músculos. Assim foi naquele amanhecer de 1 de Janeiro de 1970. O Xabregas trouxe um burrinho, o que significava dez militares sentados, 20 a pé. Dez não, um outro saltava para o lado do condutor, mais um outro encavalitava-se junto do alferes. Uam Sambu senta-se ao pé de mim e diz a Quebá Sissé:
- Sobe,  Doutor, dá cá a mão!

Vejo o riso feliz e sempre aberto de Quebá Sissé, segue-se o estrondo inusitado de uma rajada de G3, procuro levantar-me, oiço gritos de aflição, imprecações, um coro desorientado de protestos, e é nisto que Uam me cai nos braços,  enterrando-me no assento:
- Alferes, estou morto!

Com Uam no meu colo, vejo o seu peito esburacado, os lábios num esgar de dor, o olhar a esmorecer, o sangue passa para a minha farda em abundância. O burrinho corre em poucos minutos nas mãos expeditas do Xabregas até à enfermaria. Vou a correr tirar da cama o [alf mil médico] Vidal Saraiva que se debruça atarantado sobre Uam com o peito tracejado por diferentes perfurações. 

Cá fora, desenrola-se uma outra tragédia, há quem ameace o Doutor, ouve-se a palavra assassino, ouvem-se as expressões impensadas do costume. Ora, tinha sido o mais estúpido dos acidentes, o malogrado Doutor ao subir metera o dedo no gatilho e fulminara Uam, o Doutor era a alma mais pacífica do 52, ninguém lhe conhecia azedume, aguentara estoicamente todos os comentários ao seu trabalho de cozinheiro. Percebendo que era necessário pôr termo àquela ira dementada, disse ao Domingos:
- Não quero aqui ninguém, tudo para a tabanca, tu desces imediatamente com eles e explicas que foi um acidente, quem tocar no Doutor tramo-lhe a vida.

Dita a bazófia, acerquei-me da marquesa onde o Vidal Saraiva me avisou:
- Só por milagre se salva, tem os órgãos vitais atingidos, veja o sangue aos cantos da boca, pulmões e rins têm lesões que presumo serem irreversíveis. Vamos ver como é que ele se aguenta até Bissau.

 O DO [27] chegou rapidamente e lá fomos todos a acompanhar o moribundo até à pista de aviação, Binta, a mulher do Uam, gritava o seu desespero, o Pel Caç Nat 52 assistia ao transporte de Uam num silêncio total, estarrecido. Dispersámos, o Vidal Saraiva era o mais acabrunhado entre nós. (...) 
 ____________

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24602: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (7): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte III: as pequenas inundações de setembro de 1969, na baixa ribeirinha de Bambadinca

 


Foto nº 1A


Foto  nº 1


Foto nº 2A



Foto nº 2



Foto nº 2B



Fito nº 3A



Foto nº 3B



Foto nº 3


Foto nº 4A


Foto nº 4B


Foto nº 4C





Foto nº 4
 

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Jaime Machado
1. Continuação da publicação de uma seleção (*) das melhoras fotos do álbum do nosso camarada e amigo Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70), que vive em Senhora da Hora, Matosinhos (*):

Recorde-se que esta subunidade de cavalaria esteve ao serviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).

 Os "14 furões" váo  terminar a sua comissão em fevereiro de 1970,  três meses antes do BCAÇ 2852, tendo sido rendidos pelo Pel Rec Daimler 2206, comandado pelo nosso camarada e velho amigo J. L. Vacas de Carvalho. O BCAÇ 2852 por sua vez será rendido pelo BART 2917 (1970/72).

Publicaram-se 17 postes com o álbum fotográfico do Jaime Machafo (que tem 150 "slides" do tempo da Guiné (**).

2, A ordem de publicação das fotos não é a da sequência cronológica, mas sim a dos conteúdo temático, São imagens (de "slides" digitalizados) que nos chegaram, sem legenda... Estas imagens que (re) publicamos hoje, com legendas reformuladas,  são da época das chuvas, tendo  sido todas tiradas em setembro de 1969, segundo esclarecimento adicional do autor (em 2/10/2015). 

Recorde-se que a época das chuvas, na Guiné, vai meados de maio a meados de novembro, sendo os meses de maior precipitação julho, agosto e setembro. (Na época seca, os meses mais frescos são o dezembro e o janeiro.)

Vemos uma coluna auto a chegar a Bambadinca, vinda de Bafatá (foto nº 1). Na escolta vem uma autometrelhadora Daimler, de matrícula ME-01~37 (Fotos nºs 1, 1A, 2 e 2A).  Nas fotos nºs  1 e 1A está meia enconberta por uma viatura civil, O Jaime Machado está  de costas nas fotos nºs 2 e 2A com boina castanha e sentado na Daimler.

A coluna estava atravessar a baixa ribeirinha de Bambadinca (que, em mandinga, quer dizer "a cova do lagarto") (fotos nºs 1, 2, 3 e 4) , A viatura civil encostu à esquerda (no sentido ascendente(Fotos nº 4 e 4A). Era de um comerciante local, que não conseguimos identificar. Os dois mais conhecidos, na época,  era: (i)  o  Zé Maria cuja loja e bar ficavam à esquerda na direcção do quartel mais ou menos a meio da reta; e  (ii) o Rodrigo Rendeiro que ficava à direita entre a fonte e a rampa de acesso ao quartel,.

Nalgumas fotos é visível um dos ícones de Bambadinca, a fonte, cuja contrução era de 1948. (Foto nº 4B e 4C)

 No tempo das chuvas, recordo-me que era habitual haver pequenas inundações na zona fluvial de Bambadinca. O rio Geba Estreito transbordava. 

Por outro lado, as instalaçóes militares (o quartel) e civis (o posto administrativo, incluindo a escola, a capela, etc,) (cujo acesso se fazia pela tal rampa bastante íngreme, visível na fotos nº 2 e 2b) ficavam num pequeno morro ou planalto, rodeado de bolanhas... 

Na época das chuvas, era mais fácil a acumulação de água nas zonas baixas, e nomeadamente na margem esquerda do rio (porto fluvial e destacamento da intendència). Havia sempre pequenas inundações na zona ribeirinha, afetando algumas moranças e casas de comércio. No entanto, não impedia o trânsito de viaturas.

A chegada das chuvas (dantes, talvez fosse um pouco mais cedo do que hoje,  por volta de meados de maio) era sempre uma festa para pequenos e graúdos. Ia até meados de novembro.  Aumentava também, nesta época, o risco de paludismo, devido à água estagnada.
 

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24598: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (6): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70): Parte II . a "cova do lagarto" (Bambadinca, em mandinga)

 

Foto nº 9 > Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >   Escolta a uma coluna na estrada Bafatá  / Nova Lamego (s/d)

Foto nº 10 >Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >Aspeto parcial do quartel de Bambadinca. vista do lado sudoeste... Pista de aviação, heliporto, arame farpado e campo de futebol e instalações do pessoal da CCS...

Foto nº 11 > Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >  Aspeto parcial do quartel de Bambadinca,  visto do lado sudoeste... Porta de armas, posto de vigia, e à direita o edifício do comando, instalações de oficiais e sargentos... O aquartelamento (e posto administrativo) ficava num promontório, sobranceiro à grande bolanha de Bambadinca (à direita).  Em mandinga, Bambadinca queria dizer "cova do lagarto".

Foto nº  12 > Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >   O centro do quartel de Bambadinca: o mastro bandeira, os memoriais das unidades e subunidades que por lá passaram, a escola oficial (que tinha uma professora branca, oriunda de Cabo Verde, a Dona Violeta, solteira, que vivia com a mãe)... Do lado da direita da escola, ficavam outras instalações civis do posto administrativo:  a casa do chefe de posto, o edifício dos CTT... À esquerda, no mesmo enfiamento, ficava a capela.  Por detrás da escola, vê-se ainda antena das transmissões

Foto nº 13 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 >Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (maio de 1968/fevereiro de 1970) > O edifício dos CTT, contrariamente à capela, a escola (e a casa da professora), e o posto administrativo (e casa do chefe de posto),  ficava fora do recinto do quartel de Bambadinca... Mais exatamente, segundo a precisosa descrição do Humberto Reis, ficava no lado da rampa que, descendo do quartel, atravessa a tabanca de Bambadinca, dando acesso do lado esquer4do ao porto fluvial (e destacamento da Intendência) e do lado direitoa estrada (alcatroada) para Bafatá... edifício dos CTT ficava do lado oposto da casa e loja do Rendeiro (, comerciante, branco, da Murtosa)...

O insólito foi o ataque, à granada (de mão. defensiva) perpetrado contra o edifício, em 18/1/1974, às 20h45, embora sem consequências...  Tudo indicava que havia, por esta altura, uma célula ativa do PAIGC na localidade de Bambadinca... Foram encontradas mais duas granadas, do mesmo tipo, chinesas, que não rebentaram...


Foto nº 14 >  Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) > Uma vista da tabanca de Bambadinca, entre o quartel, o posto administrativo e o rio Geba.  A rua principal, que atrevessava a povoação (e quartel), fazia ligação à estrada (alcatroada) para Bafatá... Era a "autoestrada!" do leste que depois, com os anos há de chegar a Nova Lamego, Piche e até à fronteira...  Por aqui passaram dezenas de milhares no início e no fim das suas comissóes de serviço no leste (Regióes de Bafatá e de Gabu).

Na imagem, vê o Jaime Machado,a tirar uma foto, no alto do depósito de água  que ficava à esquerda da escola, e tiuha uma vista panoràmica de 360 graus.


Foto nº 15 >   Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >  Aspeto parcial da tabanca de Bambadinca e rio Geba: Vista do lado norte / nordeste: a rua principal, com o edifício dos correios ao centro, e o início da rampa de acesso ao quartel e posto administrativo... Bambadinca, além dos CTT,  tinha escola primária, capela e diversos estabelecimentos comerciais.


Foto nº 16 >   Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) > A grande bolanha de Bamfadinca, a sul/sudeste, vista do quartel, que ficava num pequeno promontório.

Foto nº 17 :>  Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >  Fevereiro de 1970 >  Não, não é chegada do pessoal do Pel Rec Daimler 2046, vindo do Xime (onde desembarcou da LDG 101, Alfange, em 7 de maio de 1968) , mas sim o adeus a Bambadinca, depois de terminada a comissão, em fevereiro de 1970...

O quartel tinha duas entradas e saídas: (i) a sudoeste (ligando ao Xime); e outra a  sul (ligando a Mansambo, Xitole e Saltinho); e (ii) uma outra, no outro extremo,  a nordeste (ligando ao Rio Geba e  a Bafatá).om duas direções: esta, que vemos na foto,  ia para sudoeste, ou seja,  a estrada Xime-Bambadinc, que se apanhava no final da pista de aviação, tendo à esquerda o cemitério de Bambadinca com a sua fiada de poilões (e um muro, branco, visível na imagem),  e à direita, a pista,  o heliporto, o aquartelamento, o arame farpado.

A coluna auto, com o pessoal do Pel Rec Daimler 2046,  segue para o Xime, que fica(va) a sudoeste de Bambadinca... Havia aqui um cruzamento, com duas direções: esta, que vemos na foto,  ia para sudoeste, ou seja,  a estrada Xime-Bambadinc, que se apanhava no final da pista de aviação, tendo à esquerda o cemitério de Bambadinca com a sua fiada de poilões (e um muro, branco, visível na imagem),  e à direita, a pista,  o heliporto, o aquartelamento, o arame farpado.


 

Foto nº 18 > Matosinhos > Senhora da Hora > Jaime Machado  (2022) > "Pavão", aguarela sobre papel 30 x 42.

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de uma seleção (*) das melhoras fotos do álbum do nosso camarada e amigo Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70), que vive em Senhora da Hora, Matosinhos (*):

Recorde-se que esta subunidade de cavalaria esteve ao erviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).

 Os "14 furões" váo  terminar a sua comissão em fevereiro de 1970,  três meses antes do BCAÇ 2852, tendo sido rendidos pelo Pel Rec Daimler 2206, comandado pelo nosso camarada e velho amigo J. L. Vacas de Carvalho. O BCAÇ 2852 por sua vez será rendido pelo BART 2917 (1970/72).

Publicaram-se 17 postes com o álbum fotográfico do Jaime Machafo (que tem 150 "slides" do tempo do Guiné(. (**)

________________

Notas do editor:


(**) (*) Vd. o último e o primeiro poste: