Nos primeiros meses que passei no Saltinho, as colunas logísticas ainda seguiam esse itinerário: Bambadinca-Mansambo-Xitole-Saltinho.
Houve uma, não sei a data, onde andei com o [Pel Caç Nat] 53, entre Xitole-Ponte dos Fulas. Lembro-me da chegada ao Saltinho da malta da CCAÇ12, onde no primeiro Unimog 404 vinha o Alf Mil Carlão, e comentavam os camaradas da [CCAÇ] 2701, que ele não gostava de apanhar...pó.
Assim é possível que ainda tenha encontrado, no bar do Saltinho, o Henriques, o Humberto, o Levezinho... sei lá, era muito piriquito na altura.
Depois abriu-se uma picada que aproveitou o carreiro dos dgilas, e as colunas logísticas para o Saltinho passaram a ter o itinerário Galomaro-Duas Fontes-Chumael-Saltinho. Este percurso, até
ao fim da minha comissão, era seguro, não havia picagem... era percorrido, com frequência, pelos camiões do Jamil e do Rachid [, os dois comerciantes do Xiotole, de origem libanesa]...
Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Os longos e tortuosos caminhos para se chegar ao Saltinho, no Rio Corubal... Em Agosto de 1969, foi reaberto o troço Mansambo-Xitole-Saltinho, passando o Saltinho a ser abastecido a partir de Bambadinca... Mais tarde, o Saltinho (que pertencia ao Sector L5, Galomaro) passou a ser abastecido por Galomaro com o aproveitamento do carreiro dos djilas (Saltinho - Chuamel-Duas Fontes)... Todo o abastecimento do Leste passava pelo eixo rodoviário principal Xime -Bambadinca - Bafatá - Nova Lamego... A distância entre Bambadinca e o Saltinho era de 55 km; e entre Bambadinca e Bafatá, 30 km; e entre Saltinho e Galomaro, cerca de 50 km; Galomaro e Bafatá distavam entre si à volta de 25 km... (LG)
2. Comentário ao poste P7401 (*), da autoria do Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp, CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas), Pel Caç Nat 52 (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73:
Caros camarigos: Tal como já referi noutro comentário, estas colunas no tempo do BART 3873, faziam-se sem problemas, mas apenas com muito pó e cansaço, sobretudo daqueles que montavam segurança, pois era um dia inteiro no mesmo local.
Aí, nessa estrada e por causa de uma coluna levantei uma mina conforme descrevo aqui:
http://pontedosfulas.blogspot.com/2008/06/1-mina-do-bart-3873.html (**)
e que os editores podem aproveitar se quiserem, embora me pareça que há uns anos talvez tenha havido um poste sobre isso.
Refiro também, (e também acho que já o tinha feito), a realização de uma coluna da CART 3492, (por causa, salvo o erro, de um funeral de um guineense), pela estrada Saltinho/Galomaro que estava fora de uso há já largo tempo.
Todos consideravam uma temeridade tal coluna mas ordens... são ordens. O meu tio Jamil Nasser, que tudo sabia, tentou dissuadir-me de fazer tal coluna, ao que eu obviamente não acedi. No dia da coluna lá estava ele com duas camionetes carregadas, colocando-se como passageiro também. (***)
Tirando o cansaço, nada mais aconteceu!
Grande e camarigo abraço para todos
Joaquim Mexia Alves
______________
Notas de L.G.:
(*) Vd. poste de 8 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7401: A minha CCAÇ 12 (10): O inferno das colunas logísticas Bambadinca - Mansambo - Xitole - Saltinho, na época das chuvas, 2º semestre de 1969 (Luís Graça)
No início da nossa estadia no Xitole e, salvo o erro, logo na primeira coluna vinda de Bambadinca à qual a nossa Companhia montou segurança, calhou-me, a mim, e ao meu pelotão, como não podia deixar de ser, o ponto mais afastado do Xitole, para montar segurança à dita cuja.
Se bem me lembro era junto a um pequeno pontão, (não me lembro do nome, Jagarajá?), pois a partir daí era terreno da Companhia de Manssambo [, a CART 3493, 1972/73]. Aí chegados, enquanto colocava o pessoal na mata, os guias e picadores foram picando a estrada junto ao pontão e chamaram-me porque tinham detectado uma mina.
As penas de periquito ainda esvoaçavam por todo o lado e, cheio de sangue na guelra, decidi levantar a mina. Mandei afastar os que estavam mais perto e lancei-me ao trabalho, não me lembrando agora se tive alguma ajuda no início. Depois de escavar a coisa, passou-se à parte mais difícil que era desarmar o detonador, para depois, pelo sim pelo não, puxar a dita mina com uma corda, não fosse o diabo tecê-las.
A mim pareceu-me que tudo isto demorou uma eternidade, mas segundo me disseram até foi rápido. Sei que suei rios de água e não era por causa do calor.
A mim pareceu-me que tudo isto demorou uma eternidade, mas segundo me disseram até foi rápido. Sei que suei rios de água e não era por causa do calor.
Lembro-me de pensar em desistir a meio e rebentar com aquilo, mas o orgulho e o pensar o que é que o pessoal vai dizer, levaram-me a continuar e acabar o trabalho.
Ao que sei, foi a primeira mina levantada no Batalhão [BART 3873, Bambadinca,1972/1974]. Na minha fraca memória, vem-me à ideia que deixámos uma qualquer mensagem de ronco no sítio da mina. Enfim, gabarolices!
Diziam que pagavam não sei o quê pelas minas levantadas, mas não me lembro de ter recebido nada. Mais tarde e já no Pel Caç Nat 52, com o clima e outras coisas, cometia a rematada estupidez louca de ir pisando o caminho à frente do Pelotão, o que os soldados africanos muito apreciavam, só me valendo o facto de Deus nunca estar distraído.
Envio prova fotográfica do feliz evento [, imagem acima,], chamando a atenção para a qualidade da revelação da fotografia, feita num estúdio de um qualquer curioso militar no Xitole, do qual não lembro a identificação.
Joaquim Mexia Alves
Nota: Se esta história não está bem contada, e eu estou para aqui armado em "herói", peço que a rectifiquem, pois a memória já não é o que era.
[ Revisão / fixação de texto / bold a cor: L.G.]
Joaquim Mexia Alves
Nota: Se esta história não está bem contada, e eu estou para aqui armado em "herói", peço que a rectifiquem, pois a memória já não é o que era.
[ Revisão / fixação de texto / bold a cor: L.G.]
(***) Último poste da série Memória dos lugares > 30 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7360: Memória dos lugares (114): Fajonquito, fotos de Sérgio Neves, ex-Fur Mil Mec Auto da CCAÇ 674, 1964/66 (3) (Constantino Neves)