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sábado, 18 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19800: Agenda cultural (683): Rescaldo do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio, na Quinta Choupal dos Melros, Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar (Parte 1)



Reportagem do lançamento do Volume III de "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira da Silva, levado a efeito no passado dia 11 de Maio na Quinta do Choupal dos Melros, Fânzeres - Gondomar, enviada ao Blogue pelo José Ferreira

"Memórias Boas da Minha Guerra"

Lançamento do vol. III

O lançamento do III volume das “Memórias boas da minha guerra”, de José Ferreira da Silva [na foto à direita] teve lugar, no passado dia 11, em Fânzeres, Gondomar, na Quinta do Choupal dos Melros, onde, em Bando, a “passarada grisalha” poisa todos os meses em excelentes convívios, cheios de camaradagem e amizade. O que une esses “Melros” é um forte denominador comum: o facto de terem sido Combatentes da Guerra do Ultramar.
Já pouco falam da guerra. E se o fazem, já não se assemelha aos tempos imediatamente a seguir ao “feliz regresso”. Parece que já fizeram a catarse e, agora, aproveitam para acentuar um convívio mais saudável que o dos tempos de forçado guerreiro regressado.
Nesta fase, talvez despertados pelas modernas redes sociais, se reaproximam e se identificam como menos guerreiros, mais pacíficos, mais tolerantes e, afinal… mais camaradas.
Por coincidência, ou não, é o período em que surge um outro tipo, inédito, de histórias, através de “memórias boas da minha guerra”.

Virada para a enorme eira de uma grande casa de lavoura, via-se uma grande mesa de granito, sob a ramada de videiras “americanas”. Estava ornamentada com toalha de linho bordada e um pedaço de rede de camuflagem militar. A um canto, junto do “Presidente Bandalho”, em posição activa, estava disponível um bruto aparelho militar de Rádio-Transmissões – o ANGRC9. Na frente salientavam-se a Bandeira Nacional e a Bandeira da CART 1689 (“Os ciganos”). Por cima estavam espalhadas rosas caseiras, lindíssimas, oferecidas pelo anfitrião e proprietário Gil Neves, ex-Piloto da FAP, na Guerra da Guiné.

Mesa da Presidência com: o autor, José Ferreira; Carlos Silva, Régulo da Tabanca dos Melros; Ricardo Figueiredo; Francisco Baptista e Jorge Teixeira (Jotex), Presidente dos Bandalhos

O Régulo da Tabanca dos Melros, Carlos Silva, a abrir a Sessão

Abriu a sessão, o Gondomarense Carlos Silva, chefe da Tabanca dos Melros, que tem ali, também, o seu pequeno Museu sobre a Guerra do Ultramar. Apresentou as saudações da praxe, alguns agradecimentos e endereçou a palavra para o Ricardo Figueiredo, já preparado para coordenar os trabalhos e, também, apresentar a obra.

O Ricardo Figueiredo no uso da palavra

O Ricardo, talvez beneficiando do seu estatuto de “Tarimbeiro dos Tribunais”, versou facilmente os seus pontos de vista sobre a escrita do Zé Ferreira, prendendo a atenção dos camaradas presentes. Falou também sobre as origens (geográficas) que influenciaram o autor, com a respectiva cronologia desde os tempos do Estado Novo, bem como o seu retrato social e político. Afirmou ser evidente que o autor escreve “fugindo” da guerra cada vez mais, salientando a evolução temática dos 3 volumes publicados.

Francisco Baptista, já que fazia parte da Mesa de Honra, teve que deitar faladura. Se bem escreve, bem fala

De seguida, falou o Francisco Baptista que referiu o autor do prefácio, Alberto Branquinho, e do posfácio, Luís Graça.
Prosseguiu lendo um texto escrito e nele ficou bem demonstrada a sua qualidade literária, já bastante conhecida e que muito brevemente ficará eternizada num livro de sucesso.

O Presidente Bandalho, sem pulga atrás da orelha, prepara-se para, como de costume, dizer mal do livro do José Ferreira.

Foi, então, o momento de Jotex, o apelidado “Presidente do Bando”, botar faladura. E, como vem sendo seu hábito, despejou a habitual ironia cáustica sobre as qualidades do livro. Para ele, o livro não vale nada e não é mais do que um “bónus” dado a quem comprar a garrafa de Porto Reserva, alusiva ao acontecimento, que é entregue com o livro. E, referindo-se ao autor, disse que ele é bastante conhecido somente porque usa um chapéu vistoso.
Entretanto, ouviu-se algum sururu orientado na direcção de José Manuel Cancela, conhecido por Zé Manel dos cabritos, acusando-o de roubo dos cabritos e da sua quase extinção na zona de Mampatá. Ele defendeu-se acusando de Peteiros o Poeta Régua, o Carvalho e o próprio autor do livro. Salvou-o, em parte, o Antero Santos que informou que estivera, depois, em Mampatá e que ainda lá havia um ou outro cabrito de estimação. Quanto à acusação de ter criado a primeira mula transexual de Trás-os-Montes, confessou a pouca “habilidade” para tratar de assuntos de sexo, mas que o nome de “Lola” não fora sua autoria.



O Ricardo Figueiredo lembrou que também em Penafiel havia a Festa do Cordeirinho e que está referida uma confissão do querido e saudoso Joaquim Carlos Peixoto, a quem o pai do seu pior aluno oferecera o melhor cordeiro da festa. Houve um momento de grande emoção e foi guardado um minuto de silêncio em sua memória, ao qual se juntou a saudade sentida pelo Jorge “Portojo” e por outros falecidos.

Inconfundível, com o seu inseparável boné, o Zé Manel da Régua faz a sua entrada triunfal no Choupal dos Melros

O Poeta da Régua acabara de chegar. E, entrando de mansinho, trazia uma caixa de cerejas da sua Quinta Sra. da Graça, apresentando-a como o verdadeiro motivo porque chegava atrasado. Teve o cuidado de pedir às pessoas que guardassem os caroços para serem entregues ao Cancela, que os levaria para os cabritos. Falou um pouco da sua/nossa guerra e agradeceu a homenagem que lhe é prestada neste livro.

Falando aos presentes, a Margarida Peixoto, viúva do nosso malogrado camarada Joaquim Carlos Peixoto

Antes de terminar, Margarida Peixoto quis usar da palavra. Agradeceu o carinho e a amizade que lhe temos demonstrado e aproveitou para enaltecer a boa camaradagem reinante entre os ex-Combatentes e, ainda, tecer alguns elogios ao autor.
Como é costume, o autor encerrou o convívio, referindo logo de entrada:
- É com enorme alegria e satisfação que vos vejo aqui a comungar desta minha felicidade. Por favor, não me chamem de escritor. Sou apenas um pobre diabo que quis registar para a posteridade as “Memórias boas da minha guerra” que, na verdade, são as memórias de todos nós.
Aproveitou para os agradecimentos habituais, onde destaca Alberto Branquinho, Luís Graça, Carlos Vinhal, responsáveis por este produto e ainda a todos os amigos que lhe alimentam o sorriso de cada dia.

Visita ao Museu da Tabanca dos Melros

Seguiu-se a visita ao Museu, que está cada vez mais recheado, enquanto já decorria no alpendre a degustação das entradas.

(Continua)

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Texto lido na apresentação do livro “Memórias Boas da Minha Guerra, (da Guiné) Volume III” do meu camarada e amigo José Ferreira.

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=649470568826873&id=100012918072029

Por Francisco Baptista

Minhas Senhoras e meus Senhores, Amigos e Camaradas

Depois do prefácio e do posfácio, escritos pelo Alberto Branquinho e pelo Luís Graça, dois bons críticos literários e das palavras sábias do Ricardo Figueiredo, um grande tribuno, amigo José Ferreira, podias-me ter dispensado deste sacrifício. Sei que em compensação já me deste o livro, mas não te esqueças de me dar também o vinho do Porto, que deste aos outros.

Sobre o livro direi, como os outros, que tem belas histórias, está muito bem escrito como é timbre do autor. Pessoalmente acho que tem um aspecto mais cuidado do que os dois anteriores e tem algumas fotografias a cores que lhe dão outra beleza.
Gosto particularmente da fotografia da Joan Collins, nas formas perfeitas da sua juventude, das pernas arqueadas com as coxas num conjunto harmónico, dos peitos rosados, brancos e salientes, do rosto onde sobressai um olhar intenso que nos toca, dos lábios vermelhos e carnudos, tão bela, tão sensual que parece fazer-nos aquele convite que nós homens esperamos, embora geralmente não passe de uma ilusão.

Os soldados americanos no Vietname visitados por esta estrela, pela Raquel Welch. e por muitas outras tinham sonhos quentes e cor-de-rosa, nós em África éramos por vezes visitados pela D. Cecília Supico Pinto, um Salazar de saias, e outras tias do Movimento Nacional Feminino que em vez de sonhos nos levavam tabaco e pouco mais.
Quando havia azar no mato ou no quartel, vindas do céu, como se fossem anjos, apareciam as enfermeiras paraquedistas, raparigas do nosso tempo, para socorrer os feridos, mas que nos faziam sonhar com elas ou com outras brancas que viviam longe, a milhares de quilómetros.

O José Ferreira, como já vem sendo hábito, apimentou este livro com histórias pícaras. reais e fictícias, sobre amigos ou conhecidos e histórias picantes sobre sexo, que nos dão muito gozo ao lê-las e que já lhe deram a ele ao escrevê-las. Falando de sexo usa um português vernáculo de calão que era o falado entre os camaradas de guerra.
Hoje já mais libertos das leis severas da Santa Madre Igreja sobre o uso desses termos e sobre a vida sexual, já todos ou pelo menos a maioria admitem isso com naturalidade. Como natural é o sexo como fonte de prazer e de vida.
Deus, depois de criar o Mundo, criou o homem e a mulher, deu-lhes o sexo e disse-lhes:
Usai-o e multiplicai-vos.
Isabel Allende, uma grande escritora chilena disse um dia: "Escrever é como fazer amor. Não te preocupes com o orgasmo, preocupa-te com o processo".
José Ferreira continua a escrever.
Muito obrigado. Sejam felizes, façam amor ou escrevam.
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Notas do editor

Vd. poste de 3 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19741: Agenda cultural (680): "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III, de José Ferreira. Lançamento do livro, dia 11 de maio, às 11 h, seguido de almoço, na Tabanca dos Melros, Fânzeres, Gondomar

Último poste da série de 12 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19779: Agenda cultural (682): Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa, IndieLisboa 2019: "De los nombres de las cabras", de Silvia Navarro e Miguel H. Morales, Espanha, 2019, 62': um documentário sobre a extinção dos Gaunches, o povo nativo das Canárias... Pode ser visto no cinema Ideal, Lisboa, quarta-feira, dia 15, às 22h00

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Guiné 61/74 - P18224: Convívios (838): 35º almoço-convívio dos "magníficos" da Tabanca da Linha, desta vez abrilhantado com a presença de mais de uma dúzia de "periquitos", incluindo cinco "bandalhos" do Bando do Café Progresso, Porto... As primeiras fotos.


Foto nº 1 > Os cinco "bandalhos" do Bando do Café Progresso (BCP), do Porto,   mais os outros do sul: em primeiro plano, o Carlos Silva, régulo da Tabanca dos Melros; de pé e da esquerda para a direita: José Martins, Ricardo Figueiredo (BCP), Francisco Batista (BCP), Jorge Cabral, Jorge Teixeira (BCP). José Ferreira da Silva  (BCP), Manuel Cibrão Guimarães (BCP) e Diniz Sousa e Faro.


Foto nº 2 > Da esquerda para a direita: Armando Pires, Luís Graça e Jorge Cabral... [O "alfero Cabral" reapareceu. nestas lides tabancais, depois de uma longa "travessia do deserto", imposta por razões de saúde... Deu-me a notícia de que há anos eu  estava  à espera: "Podes escrever o prefácio...Decidi publicar o livro!..  Selecionei 50/60 histórias... Lançamento do livro na Associação dos Deficientes das Forças Armadas"]


Foto nº 3 >  O grande régulo da Magnífica Tabanca da Linha, o Jorge Rosales, que tem mantido a "chama viva" dos nossos convívios, coadjuvado agora pelo Manuel Resende, secretário,  que, com o auxílio do José Rodrigues (, que mora em Belas), o tesoureiro, montou a banca à entrada do restaurante, com a lista dos 80 comensais... Cada um largou 20 morteiradas, o almocinho foi bacalhau à minhota, mas desta vez teve menos boa pontuação do que o cabrito do almoço de Natal...


Foto nº 4 >  Dois "homens grandes" de Buruntuma: o Jorge Ferreira e o Domingos Pardal, um de Oeiras, outro de Sintra.


Foto nº 5 > Paraíso Pinto, futuro membro da nossa Tabanca Grande (, foi capitão miliciano, na Guiné, algarvio, mora em Lisboa) e o Jorge Ferreira, em segundo plano...


Foto nº 6 > O Fernando Franco, que eu já não via não há anos... e o Mário Fitas.


Foto nº  7 > Mário Fitas, Jorge Cabral e Jorge Rosales


Foto nº 8 > Jorge Cabral e Armando Pires, o "fadista de Bissorã"


Foto  nº 9 > Duas das nossas "meninas": a Germana, esposa do Carlos Silva (Massamá) e a Elisabete, esposa do Francisco Silva, o meu cirurgião (Porto Salvo)... Embora em minoria, elas marcaram presença: acrescente-se à lista a Gina (Cascais), a Zita Filipe (Lourinhã, "periquita nestas andanças, esposa do Carlos Silvério, futuro membro da Tabanca Grande), a Ilda (Cascais), a Maria do Carmo (Algueirão), a Helena Fitas (Estoril) e Alice Carneira (Alfragide, Amadora)


Foto nº  10 > O Jorge Rosales, régulo da Tabanca da Linha, de pé; sentados,  a Elisabete, o Francisco Silva e o Carlos Silva

Oeiras > Algés > Restaurante "Caravela de Ouro" > 35º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha > 18 de janeiro de 2018 > Reuniu 80 comensais (mais ou menos a lotação da sala, que fica no último piso do restaurante) ... Mais uma bela jornada dos "magníficos" que desta vez tiveram a agradável surpresa da companhia de cinco dos "bandalhos" do Bando do Café Progresso, uma das tertúlias nortenhas dos veteranos da Guiné.

Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



35º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha > Oeiras, Algés, Restaurante "Caravela de Ouro > 18 de janeiro de 2018 > Lista dos 80 inscritos









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Nota do editor;

Último poste da série > 14 de janeiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18212: Convívios (837): 66º encontro da Tabanca do Centro, em Monte Real, 31 de janeiro, 4ª feira: comemoração do 8º aniversário, inscrições até 26, lotação máxima: 90 pessoas (Miguel Pessoa)

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17583: (De) Caras (83): Gente boa, brava e chã da Tabanca dos Melros em dia de apresentação das "Memórias Boas da Minha Guerra", volume II, do José Ferreira: restaurante "Choupal dos Melros", Fânzeres, Gondomar, 8 de julho de 2017 - Parte I (Fotos e texto: Luís Graça)


Foto nº 1 > Gondomar > Fânzeres > Quinta dos Choupos > Restaurante Choupal dos Melros > Tabanca dos Melros > A bandeira da Tabanca dos Melros e o seu régulo Carlos Silva. Esta tabanca alberga os ex-combatentes naturais do concelho de Gondomar, como é o caso do Carlos Silva, embora viva em Massamá, concelho de Sintra; acolhe naturalmente todos os demais combantentes da região, de todo Norte, e de todo o Portugal d'aquém e d'além mar; reune-se todos os segundos sábados de cada mês.


Foto nº 2 > A Tabanca dos Melros está sediada na Quinta dos Choupos, restaurante Choupal dos Melros.  É um belíssimo complexo, inserido numa quinta que há foi em tempos uma das maiores e melhores casas agrícolas da região. Por herança, está na posse do nosso grã-tabanqueiro Gil Moutinho, ex-fur nul piloto aviador  BA12, Bissalanca, 1972/73, anfitrião e outro dos  régulos da Tabanca dos Melros. O Gil mantém a parte agrícola e faz a gestão do restaurante, especializado em eventos (casamentos, batizados, festas...). Abre, ao público, aos domingos.



Foto nº 3 > Há já um pequeno nucleo museológico sobre a guerra colonial, constituído por objetos (fardas, guiões, crachás, bandeiras, mapas, medalhas, fotografias, e até armas) doados por antigos combatentes. Um dos mais entusiásticos e generosos doadores tem sido o Rui Vieira Coelho, ex-alf mil médico que esteve integrado nos BCAÇ 3872 e  BCAÇ 4518 (Galomaro, 1973/74).



Foto nº 4 > Mais uma peça de museu: o saco de viagem da TAP oferecido aos militares que vinham de licença de férias à metrópole. Oferta do Carlos Silva.


Foto nº 5 > Outra peça de museu, a farda (amarela) do nosso grã-tabanqueiro, Santos Oliveira



Foto nº 6 > A placa de homenagem do Jorge Teixeira (Portojo) (1945-2017), o "bandalho-mor" do Bando do Café Progresso, que prematura nos deixou. Era um dos mais entusiásticos frequentadores da Tabanca dos Melros, seu cofundador e editor do respetivo blogue, juntamente com o Carlos Silva e o Carlos Vinhal.


Foto nº 7 > Um dos muitos sítios aprazíveis da quinta: uma latada de "americano"...




Foto nº 8 > O antigo "quinteiro" da Quinta dos Choupos, onde estão alojados vários serviços de apoio ao restaurante Choupal dos Melros.


Foto nº 9 > A moderna cozinha do restaurante, com fogão... a lenha!... Tudo o que saí daqui é tem o sabor tradicional da nossa melhor cozinha regional portuguesa....



Foto nº 10 >  Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > Aspeto da decoração da sala (um telheiro) onde foi apresentado o livro: um manequim, com a farda nº 2, e as divisas de furriel, e uma pistola metralhadora Uzi (réplica)... A decoração esteve a cargo do nosso grã-tabanqueiro Ricardo Figueiredo, que tem um sonho: construir uma réplica de um aquartelamento de uma subunidade de quadrícula (companhia), típico do TO da Guiné, no âmbito do seu ambicioso projeto Museu Vivo da Guerra Colonial.



Foto nº 11>  Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > Aspeto geral da assistência



Foto nº 12 >  Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > O anfitrião, Gil Mourinho, tendo ao lado as esposas dos nossos camaradas Carlos Vinhal e Carlos Silva.


Foto nº 13>  Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > Um dos oradores, o Jorge Teixeira, chefe do Bando do Café Progresso, fazendo o elogio do autor (o Zé Ferreira, em segundo plano) e da obra. É um camarada de fino trato e humor à moda do Porto. tal como de resto o outro Jorge Teixeira, de alcunha, Portojo (1945-2017).

(Continua)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor:

Último poste da série > 29 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17522: (De) Caras (88): O fur mil inf Hércules Arcádio de Sousa Lobo, natural da ilha do Sal, Cabo Verde, foi gravemente ferido pelo primeiro fornilho acionado no CTIG, às 9h00 do dia 3 de julho de 1963, na estrada São João-Fulacunda, vindo a morrer no HMP, em Lisboa, no dia 16, devido às graves queimaduras. Eu era o comandante da coluna (António Manuel de Nazareth Rodrigues Abrantes, ex-alf mi inf, CCAÇ 423, São João e Tite, 1963/65)

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17580: Agenda cultural (573): O II volume de "Memórias Boas da Minha Guerra", da autoria de José Ferreira, foi apresentado no passado dia 8 de Julho de 2017, na Quinta dos Choupos, em Fânzeres, Gondomar


No passado sábado, dia 8 de Julho, foi apresentado o II Volume de "Memórias Boas da Minha Guerra", da autoria de José Ferreira, ex-Fur Mil Art da CART 1689 (Guiné, 1967/69).

Cartaz anunciando o acontecimento. © Luís Bateira

A sessão decorreu na Quinta dos Choupos (propriedade do nosso camarada Gil Moutinho, ex-Fur Mil PilAv, Guiné, 1972/73), sede logística da Tabanca dos Melros, onde nos segundos sábados de cada mês se reúnem em almoço de confraternização os combatentes da Guiné do Concelho de Gondomar.

No acto solene estiveram presentes: familiares, camaradas e amigos do Zé da CART, que assim se quiseram associar nesta hora de alegria.

A Mesa era coordenada por Alberto Moura, amigo do autor, e também nosso camarada de armas, que tinha à sua direita: Luís Graça, fundador e editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné; Ricardo Figueiredo, que tem em andamento um projecto para a criação de um Museu da Guerra do Ultramar; Jorge Teixeira, Presidente do "Bando do Café Progresso, das Caldas à Guiné"; e José Ferreira, autor do livro "Memórias Boas da Minha Guerra, II Volume", que ia ser apresentado. À esquerda do coordenador sentavam-se: a representante da Chiado Editora, D. Teresa Mesquita; Carlos Silva em representação da anfitriã "Tabanca dos Melros"; e Carlos Vinhal, co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Alberto Moura, abrindo a sessão. © Dina Vinhal

Momento em que a representante da Chiado Editora, D. Teresa Mesquita, em breves palavras, se congratulava pela oportunidade da Editora publicar o segundo volume desta obra. © Carlos Silva

A apresentação do II Volume de "Memórias Boas da Minha Guerra" esteve a cargo de Luís Graça, que também prefaciou a obra, fundador e editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Doutorado em Sociologia, não teve dificuldade em prender a assistência, dissertando sobre a facilidade com que o autor analisa pessoas e acontecimentos, encontrando em cada indivíduo ou na sociedade em que está integrado, matéria para passar a escrito, donde saem, conforme a apreciação do leitor, verdades ficcionadas ou ficção pura. 
As estórias de guerra, humoradas ou sérias, esplanadas na sua obra, são um modo diferente de contar o quotidiano de homens vivendo em ambiente de alta tensão e perigo constante. As do pós-guerra caracterizam pessoas, suas condições sociais e épocas. Nestes quase 50 anos após o seu regresso da Guiné, muito mudou na sociedade portuguesa, e isso reflecte-se também na sua escrita.  A linguagem utilizada, o vernáculo e o calão, mais não é que uma escrita honesta, sem disfarces para púdico ler, primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Luís Graça sugeriu ao José Ferreira, a quem qualificou como homem muito vivido e experiente, que pense numa autobiografia, obra que reputa já de grande interesse e de êxito garantido.

Luís Graça durante a sua intervenção. © Dina Vinhal

Seguiu-se a intervenção do nosso camarada Ricardo Figueiredo, que na linha do orador anterior, salientou a qualidade da escrita do José Ferreira. Que o autor, a par de outros combatentes, deixa um legado, em dois livros, para que os vindouros saibam como foi o nosso tempo e a nossa experiência de guerra.

Ricardo Figueiredo no uso da palavra. © Dina Vinhal

Seguiu-se o momento mais humorado da sessão com a intervenção do "Bandalho" Jorge Teixeira, que falou dos livros do José Ferreira mais no sentido estético do que propriamente do conteúdo. Sabemos que esta intervenção só podia ter sido assim, vindo de alguém muito amigo.

Jorge Teixeira, Presidente dos "Bandalhos", tecendo as suas opiniões estéticas sobre o livro do José Ferreira. Não se esqueceu de elogiar as qualidades pessoais do autor, também ele um dos "Bandalhos". © Carlos Silva

Seguiu-se a intervenção do "Presidente" da Tabanca dos Melros, também ele elogiando as qualidades pessoais do autor e caracterizando a sua maneira muito própria de escrever. Em tom mais ligeiro, frisou que tendo já lido centenas de livros sobre a Guiné, ultimamente é a sua mulher quem os lê e lhe conta depois as partes mais importantes. Só nos faltava ouvir esta, nem todos temos uma leitora/narradora.

 Carlos Silva, na sua intervenção. © Dina Vinhal

O último orador convidado foi o co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, Carlos Vinhal, que falando por último, ficou sem assunto. Toda a gente já tinha dito bem do Zé Ferreira, tinham feito já a devida crítica literária à obra... mais isto e mais aquilo. Qual a saída? Entalar o Zé, e ler uma das suas estórias publicadas neste segundo volume. Escolheu e leu, contendo a muito custo o riso, "Morteiradas em Canquelifá". Foi outro momento divertido.

O ar divertido na Mesa não se deve aos dotes do orador mas do autor José Ferreira. © Dina Vinhal

...E por último falou o "bombo da festa", perdão, o autor José Ferreira. Visivelmente atrapalhado por estar a ser alvo de tantos elogios por parte dos seus amigos e pela presença dos seus familiares, onde pontuavam as 5 netas e o neto, uns maiores que outros, assim, uns mais atentos que outros, que não quiseram deixar de estar junto do avô, uma pessoa muito importante como estava ali patente.
Na sua genuína humildade, o Zé Ferreira agradeceu aos presentes e ao ausente Alberto Branquinho a quem deve o empurrão definitivo que o levou a este desafio de escrever estas suas Memórias. Agradeceu especialmente ao Luís Graça, fundador do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné que o deu a conhecer ao mundo como o primeiro repositório das suas Memórias, agora transportas em dois livros. Agradeceu-lhe também a disponibilidade para se  deslocar expressamente de Lisboa para estar ali, e pelo prefácio neste segundo volume.

O autor José Ferreira durante a sua alocução. © Dina Vinhal

A sala estava repleta. No exterior havia algumas pessoas a assistir de pé. © Luís Bateira

Segue-se uma sequência de fotos da sessão de autógrafos

Na fila. © Carlos Silva

Silvério Lobo, só podia. © Luís Bateira

 Uma leitora muito especial. © Luís Bateira

José Barreto Pires. © Carlos Silva

Ricardo Figueiredo. © António Tavares

Seguir-se-á o almoço/convívio

Texto, selecção e edição das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17571: Agenda cultural (572): Exposição "Manuel Ferreira, capitão de longo curso", Museu Malhoa, Caldas da Rainha. Convite para a inauguração, no próximo dia 22 de julho, sábado, às 15h00 (João B. Serra, comissário)