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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21343: In Memoriam (370): José Ceitil (1947-2020), natural de Vila Franca de Xira, autor de "Dona Berta de Bissau" (Âncora Editora, 2013, 200 pp.), membro da nossa Tabanca Grande, nº 816, a título póstumo (Hélder Sousa / Luís Graça)


Guiné-Bissau > Bissau > Pensão Central > 2010 > Da esquerda para  a direita:  Marta Ceitil, Dona Berta (1930-2012) e José Ceitil (1947-2020)


s/l, s/d > Marta (filha) e José Ceitil (pai)


1. José Ceitil - Homenagem

por Hélder Sousa


O José Ceitil deixou-nos! Notícia dilacerante…. Escreveu um amigo comum, o Joaquim Pedrosa, meu colega de curso na EICVFXira, mais tarde jogador de futebol no Sporting e Académica, dirigente da UDV (União Desportiva Vilafranquense) e também sócio do Ceitil num espaço de Bar chamado “Varinaice”.

Quando uma pessoa morre há tendência para nos elogios fúnebres aparecerem inúmeras virtudes. No caso do Ceitil isso não seria forçado pois as suas múltiplas qualidades e áreas por onde se moveu contribuíram para uma “história de vida” bem multifacetada e recheada de notas interessantes.

De tal modo que será difícil nesta pequena recordação/homenagem fazer referência a todas elas.

De uma entrevista concedida ao jornal “O Mirante” em 2011, e do portal livreiro Wook,  retiro algumas notas biográficas: 

(i) o Ceitil nasceu e cresceu em Vila Franca de Xira em Março de 1947 e eu em Outubro de 1948; é, portanto, cerca de ano e meio mais velho que eu;

(ii)  neto de varinos, também brincava à borda d’água desse rio Tejo como muitos outros; 

(iii) 
na sua terra, fez a escola primária; frequentará, mais tarde, o Liceu Passos Manuel e terminará o secundário na Escola Industrial e Comercial da sua terra natal;

(iv) na EICVFXira tirou o curso de formação de serralheiro, começando depois a trabalhar, aos 16 anos, como desenhador na Câmara Municipal:

(v) foi futebolista do Vila-franquense desde as "Escolas" até aos "Veteranos";

(vi) na Secção Cultural do clube, à época, um espaço de liberdade, estudo e debate de ideias, iniciou-se na militância cívica, aos 15 anos, como colaborador e participante nas atividades que aí tinham lugar:

(vii) fez, como voluntário,  4 anos de tropa na Força Aérea;

(viii) depois da tropa, viajou até  Londres para desenvolver o inglês; aí trabalhou onde era possível (na época os portugueses, italianos e gregos estavam “destinados” a fazer trabalhos domésticos) e assim foi empregado de mesa num restaurante dum hotel, porteiro de discoteca, chefe de uma brigada de limpeza num colégio;

(ix)  entretanto, cerca de nove meses depois, recebeu carta da TAP onde se tinha inscrito após o serviço militar, passou os testes, entrou na Empresa onde esteve por mais 36 anos.

(x) desse tempo ele recordava, em vida,  as situações mais difíceis, como comissário de bordo, da ponte aérea nos tempos da descolonização, em que algumas vezes em Angola esteve perto da morte; considerou que nessa época a capacidade de resposta de Portugal para transportar pessoas para a “metrópole” foi exemplar e que se pode dizer que se trata de um dos grandes feitos da capacidade lusa de resolver problemas.

(xi) em 1974 foi fundador do Cineclube Vila-franquense;

(xii) foi fundador, dirigente e colaborador da APTCA (Associação Portuguesa de Tripulantes de Cabine), onde se iniciou na escrita para as revistas Voo e Aérius;

(xiii) publicou o seu primeiro livro em 2007, a novela "Vidas Simples Pensamentos Elevados", e em 2008 o ensaio "Sejam Felizes".

Ao longo dos anos as nossas vidas foram sendo vividas com pontos de contacto de que mais se destacam as colaborações no Clube da nossa terra, fosse no campo desportivo (ele mais no futebol onde tinha méritos e eu mais ligado ao hóquei em patins) fosse na estreita colaboração na Secção Cultural da UDV, sendo que ele também fez parte Direcção do Cine-Clube Vilafranquense.

Anos mais tarde, agora já no século XXI, houve um apelo ao ressurgimento e assim alguns amigos então retomaram em mãos as rédeas da UDV para tentar recuperar, resgatar e reerguer a colectividade.

É desse tempo que foi criada uma comissão para produzir um “Manifesto da Memória da Secção Cultural da UDV”.

Numa das nossas sessões de trabalho notei que ele estava pensativo, até apreensivo, e após algumas “inquirições” fiquei a saber que isso se devia ao facto da sua filha mais nova, a Marta, ter decidido incorporar um programa de formação e voluntariado na “nossa” Guiné. 

Claro que na ocasião todos os conceitos e preconceitos sobre a Guiné, problemas reais e também alguns empolados, lhe causavam angústia, mas não queria interferir nas decisões que a filha tinha tomado. Tivemos então algumas conversas, procurei relativizar as coisas, deixei algumas indicações sobre como chegar à ONGD AD, do nosso amigo Pepito (1949-2014),  em caso de necessidade.

As coisas foram correndo, geralmente bem, de modo que depois da missão inicial a Marta repetiu e também depois continuou com outras tarefas, que lhe influenciaram de tal modo que ainda hoje se refere à Guiné como a “segunda Pátria”.

O Zé, “intrigado” com tal estado de espírito resolveu ir ver “in loco” e então rumou a Bissau. Deve também ter bebido “água do Geba” pois tendo ficado na “Pensão Central” acabou por escrever um livro dedicado à “Dona Berta de Bissau” (2013).



Capa do livro "Dona Berta de Bissau",
Lisboa, Ãncora Editora, 2013, 200 pp.


Capa do livro do livro "Clube de Futebol Os Belenenses: 
100 Anos de História", Âncora Editora, 2019 , 454 pp.


Capa do livro "Sejam Felizes!"... 
Edição: Tecto de Nuvens, 2008, 152 pp.


Capas de alguns dos livros do José Ceitil, 
disponíveis no portal livreiro Wook (, com a devida vénia...)


Não se poderá dizer que se trata de um escritor de grande produção mas escreveu vários livros, para além desse da Dona Berta, nomeadamente: (i) uma história de “Os Belenenses” de que era simpatizante e associado; (ii)  um livro a que deu o título de “Vidas Simples Pensamentos Elevados”, como que uma orientação para uma conduta séria e responsável, título esse que foi como que uma homenagem a um outro amigo comum entretanto falecido, o Carlos Macieira, que costumava dizer essa frase mas antecedida por “Luta Dura”: (iii. também escreveu um outro livrinho, simples mas muito profundo, como que um legado antecipado às suas filhas, intitulado “Sejam Felizes” e que foi utilizado no passado domingo aquando das cerimónias fúnebres.

Para terminar, que já vai longo, atrevo-me a repetir aqui as palavras que a Marta entendeu por bem colocar no seu “Face” e que se trata duma pequena mas significativa memória do Zé Ceitil.  Escreveu ela:

“Minha filha, a procura do sentido da vida não é para todos. A maioria ou não sabe o que isso é, ou vive tão mal que nem tem tempo para pensar, ou então limita-se a sobreviver sem questionar nada. Agora, como estás a descobrir, a vida nem sempre parece fazer muito sentido! A questão do poder e o seu exercício por oligarcas defensores de interesses particulares sobrepõe-se à organização da sociedade de forma a satisfazer as necessidades essenciais dos povos. Sei que acreditas demasiado nas pessoas e no bem… e isso preocupa-me porque sei que vais sofrer… mas mil vezes assim do que seres céptica. Sem abandonares os valores em que acreditas, os sonhos e as utopias, tens que aprender a viver com estas realidades”

Trata-se da resposta do Zé Ceitil à então consternação e profunda tristeza pela qual a Marta estava a passar pela sua “terra do coração” quando se estava perante a tentativa de golpe de estado (mais um) na Guiné-Bissau em 2010.

Fico por aqui nesta minha homenagem/recordação a este meu amigo.

Hélder Sousa

  

2. O José Ceitil tinha já, à data da sua morte, uma meia dúzia de referências no nosso blogue, nomeadamente como pai da Marta Ceitil,  amigo do Hélder Sousa e autor do livro "Dona Berta de Bissau".

 Não conheci pessoalmente o Zé Ceitil. Mas,  pelo que já antes havíamos publicado no nosso blogue, é um típico representante da nossa geração: um bom homem, uma pessoa que se fez a si mesma, um cidadão proativo, um amigo do seu amigo, e que, além disso, por amor da filha Marta,  se tornou também um amigo da Guiné e do povo guineense.

Agradeço ao Hélder Sousa a bela e justa evocação que faz do seu grande amigo, conterrâneio e colega de infância. De resto, ele lembra-nos que "o Zé Ceitil foi colega do Zé Brás como comissário de bordo da TAP e acho que também ainda foi contemporâneo do João Sacôto".

Apresento à Marta e demais família Ceitil os nossos votos de pesar pela perda do pai e parente. E por tudo o que aquilo que já aqui foi dito, tomo a liberdade de propor a integração deste nosso amigo, o José Ceitil,  na Tabanca Grande, a título póstumo. O seu lugar é o nº 815. O  seu exemplo de vida inspira-nos e honra-nos.

Foto da preparação da candidatura à Direcção da UDV para 2009-2011

 

Foto da Mesa na apresentação pública do “Manifesto da Memória da Secção Cultural da União Desportiva Vilafranquense” em 2011

Fotos (e legendas): © Hélder Sousa (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legedagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:

domingo, 11 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17454: (De) Caras (71): Também eu fiz parte dessa rede de "contrabando de ternura" que permitia, aos nossos familiares, fazer-nos chegar a Bissau e ao 'mato' as suas "encomendinhas"... (Hélder Sousa, ex-fur mil trms TSF, Piche e Bissau, 1970/72; criado em Vila Franca de Xira e a residir hoje Setúbal)

1. Comentário deixado no poste P17453 (*), pelo nosso colaborador permanente Hélder Valério de Sousa (ex-fur mil trms TSF, Piche e Bissau, 1970/72, ribatejano a viver em Setúbal, com página pessoal no Facebook)


Uma história deliciosa (não só por causa do bacalhau...) que demonstra bem a capacidade inventiva do 'português típico' que é capaz de descortinar uma saída qualquer para os 'milhentos' problemas com que muitas vezes se depara.

Essa cadeia de solidariedade, de boas vontades, funcionou. E funcionou bem.

Em Vila Franca de Xira, onde vivi até ir para a Guiné e ainda algum (pouco) tempo depois, havia (e ainda há) um rapaz do meu tempo (1 ou 2 anos mais velho),  o Orlando Levezinho, que julgo ser primo do Tony. Tocava num daqueles conjuntos que proliferavam na década de sessenta e acho que ainda hoje está ligado a actividades musicais.

Mas o que me levou a fazer este comentário foi o apelo do Luís para que aparecessem mais histórias de remessas de produtos que chegavam por diversas formas e meios.

É claro que para quem estava em Bissau as coisas eram muito mais facilitadas, mas no interior também chegavam coisas. Acontece é que para o Levezinho a cadeia de solidariedade era mais complexa mas, mesmo assim, não teve quebras...

Uma das formas como as coisas chegavam era pelo 'portador'.

Quando se regressava de férias lá havia umas 'lembranças', fosse em bacalhau, chouriços, queijos, etc.

Quando fui para a Guiné (já contei aquando da minha apresentação aqui) fui portador de um garrafão de água-pé, castanhas e outras coisas, pois calculava-se que chegaria lá a tempo para o S. Martinho e de facto assim aconteceu pois cheguei no dia 9 de Novembro.

Essa 'encomenda' foi para o meu conterrâneo José Augusto Gonçalves, colega de turma na EICVFXira [, Escola Industrial e Comercial de Vila Franca de Xira] que era Fur Mil no Pelotão de Transmissões (tratava da montagem dos rádios e assistência à aparelhagem),  cujo quarto (que ele partilhava com outros dois Fur Mil,  o Vítor Ferreira, também de Vila Franca e meu parceiro/competidor de bilhar na "Brasileira", e o já aqui várias vezes referido Pechincha, da CART 11) fui usufruir.

Mais tarde, também foi a minha vez de receber alguma coisa, desta vez por intermédio de um tripulante do T/T "Niassa". Era avisado por carta (ou aerograma) de que isso ia acontecer, estava atento à chegada dos navios, entrávamos em contacto e lá recebia a encomenda.

Também tinha a sorte de ter um primo (aí já em terceiro grau...) na Base Aérea [,BA 12, em Bissalanca], o Sargento Salgado Valério (acho que era Valério Salgado, não sei bem) e que também de vez em quando recebia coisas por via aérea e que me facultava parte quando calhava.

Mas a maior parte e mais interessante, eram as encomendas que o meu camarada das Transmissões e da Escuta, o Fur Mil Nelson Batalha,  recebia.

O seu pai era funcionário de um Despachante aqui de Setúbal, o Fernando Pedrosa, que foi dirigente do Vitória de Setúbal e também com responsabilidades federativas.

Algumas vezes foi possível enviar, já quando estávamos em Bissau, na Escuta, umas caixas isotérmicas em barcos que passavam por Setúbal, por exemplo o "Ana Mafalda". Nessas caixas iam imensas coisas variadas que o Nelson partilhava connosco. Fruta da época (lembro-me bem dos melões, que o pessoal nativo dizia ser "papaia da metrópole"), compotas, bolachas, enchidos, etc..

Havia também patês variados de coisas que não estava habituado, como veado, javali e outros (isso agora é corriqueiro mas na época o que havia eram os de sardinha e atum e de presunto) e também várias espécies de salsichas, da Baviera, suecas, etc, que provinham das amostras que os fornecedores deixavam na Alfândega e que,  pronto!,  lá seguiam até à Guiné.... para se fazer o teste e aprova de qualidade.

Quando estive no interior, no 'mato', em Piche, lembro-me que de vez em quando havia quem recebesse coisas da 'Metrópole' mas não me lembro qual o meio utilizado.

Abraços
Hélder Sousa

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Nota do editor:

Vd. poste de  10 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17453: (De) Caras (77): O "contrabando" da... ternura ou como o "fiel amigo", o bacalhau, chegava à Bambadinca, ao Tony Levezinho, utilizando uma vasta rede de intermediários, do navio-tanque da Sacor à Casa Fialho - Parte II

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15581: Agenda cultural (451): Junta de freguesia de Vila Franca de Xira, dias 13 e 20 deste mês, às 21h30, exibição dos filmes "O mal amado" e "Acto dos Feitos da Guiné", respetivamente, de Fernando Matos Silva (que foi fotocine na Guiné em 1969 e em Angola, 1970)




O Mal-Amado (1973) é um filme português, com realização de Fernando Matos Silva, e produção do Centro Português de Cinema, cooperativa que agrupava então uma boa parte dos jovens cineastas do "Novo Cinema". A obra foi proibido na época, e o seu negativo apreendido. O filme só foi estreado em 3 de maio de 1974. A preto e branco, em 35 mm, tem a duração de 97 minutos. Argumento e diálogos: Álvaro Guerra, J. Matos Silva e F. Matos Silva.

O filme é protagonizado por grandes senhores do teatro português, aliás um senhor, João Mota, ator e encenador (que esteve na guerra colonial três anos, em Angola, nos Dembos de 1966 a 1968, como fur mil) e uma senhora, Maria do Céu Guerra...

E o filme tem,  como pano de fundo,  justamente a guerra colonial e as dilacerações provocadas pela guerra na sociedade portuguesa: Com 25 anos, João, o "mal amado", decide abandonar os estudos, pouco antes de ir para a tropa. O pai, Soares, é um  funcionário público zeloso, que sabe mexer os seus cordelinhos no Portugal de então, arranjando ao filho um emprego temporário. Vai trabalhar num escritório, rodeado de  mulheres. A chefe Inês, percebendo que  o João se move num círculo de poder, vais transferir para ele uma paixão frustrada pelo irmão, morto na guerra colonial. Apesar do estatuto social e da sofisticação de Inês, o João tem olhos é para Leonor,  uma colega, uma mulher de perfil mais tradicionalista, com quem começa a namorar. Num acesso de ciúme, Inês acaba por matar João com um tiro de pistola. O filme está classificado como "drama social".  Ver aqui o genérico.



O documentário "Acto dos Feitos da Guiné" É parte de material filmado na Guiné em 1969 e 1970 para um retrato da relação histórica da colonização portuguesa com a compreensão de África. O filme de Fernando Matos Silva tem marcas autobiográficas e conjuga imagens documentais – imagens de guerra, cruas e extremas, a preto e branco – e de ficção – sequências a cor que encenam um “Acto” onde os “feitos” são contados por personagens que representam diretamente voltadas para a câmara. (*)


1. A pedido da  Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo,  com sede em Vila Franca de Xira, junto divulgamos este evento cultural à volta do cinema como arte, com a marca de dois homens que passaram pelo TO da Guiné, o realizador (e antigo "fotocine), alentejano, Fernando Matos Silva,  e o escritor, vilafranquense, Álvaro Guerra (Vila Franca de Xira, 1936 - Vila Franca de Xira, 2002):

Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, às 21h30:

13/1/2015 - Exibição do filme de ficção "O Mal Amado" (Portugal, 1973,  97 min) (argumento e diálogos: Álvaro Guerra, J, Matos Silva e F. Matos Silva)

20/1/2015 - Exibição do documentário "Acto dos Feitos da Guiné"  (Portugal, 1988, 85 min) (argumento: Margarida Gouveia Fernandes e Fernando Matos Silva)

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Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série > 4 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15574: Agenda cultural (450): "Acto dos Feitos da Guiné", filme de Fernando Matos Silva (Portugal, 1980, 85 min): exibição na Cinemateca, Lisboa, 3ª feira, dia 5, às 18h30. Sessão apresentada por Catarina Laranjeiro, seguida de debate com o autor (que foi realizador militar, Guiné, 1969, e Angola, 1970)