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sábado, 20 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17381: Manuscrito(s) (Luís Graça) (118): o deus da guerra


Lourinhã > Praia da Areia Branca > 29 de abril de 2017 >  Pôr do sol, no mar do Cerro, com a ilha das Berlengas ao fundo,,,

Texto, fotos e legendas: © Luís Graça  (2017). Todos os direitos reservados. [Edição.  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



O deus da guerra

por Luís Graça


Todo os dos dias o sol  “se põe”
e todos os dias volta a “nascer”.
Sabemos desde Galileu,
de ciência certa mas feita com emoção,
que a terra gira à volta de si própria
e ao mesmo tempo do sol.

Já tirámos milhões de fotos
ao "nascer" e ao "pôr" do sol,
já pintámos milhares de telas,
já construímos centenas de pirâmides,
tentando captar para a eternidade
a magia do sol.
Ou simplesmente fixar a eternidade.

Seres terráqueos, periféricos, frágeis,
somos borboletas,
somos girassóis,
somos adoradores do sol,
devemos-lhe tudo,
a começar pela vida
na terra.
(Haverá outra ?)

A magia do sol
ou o poder do fogo,
princípio e fim da vida:
pergunto-me,  o que é que nos atrai,
a nós, (e)ternos amantes,
que vimos à praia
para um derradeiro adeus ao astro-rei ?

Teme o dia, meu amor,
em que o sol se torne o deus da guerra
e, num acesso de ira,
incendeie o nosso planeta azul.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Guiné 61/74 - P16932: Manuscrito(s) (Luís Graça) (109): Pôr do sol em “trompe l´oeil”


Lisboa > Beira Tejo > 5 de novembro de 2011 > Pôr do sol no Atlântico, no momento em que passava um porta-contentores na linha do horizonte... Uma foto feliz, tirada no estuário do Tejo, em Belém, junto ao Museu do Combatente (Forte do Bom Sucesso)...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados




Pôr do sol em “trompe 

l´oeil”

por Luís Graça

À memória do meu compatriota Mário  Soares  (1924-2017)




Cai o sol no lado errado e frio do mundo,
Entornando a lata de tinta do pintor,
E aquele vermelho não é raiva, é dor,
Não há teleobjetiva que veja fundo.


Passam veleiros de corsários na lonjura,
Enquanto em terra as mulheres esconjuram naufrágios,
E a história, antes de o ser, é feita de presságios,
E da tensão entre liberdade e escravatura.


Passam navios negreiros em contraluz,
E aquela verde e rubra pintura em tela
Não é o mapa do meu país, é uma estrela,
Morta, é um buraco negro que não reluz.


Nada como a morte para branquear a vida,
Com a cal viva da vala comum da história,
Para uns o céu,  a imortalidade ilusória,
Para milhões,  a campa rasa que tudo olvida.


Pouco importa que o tempo nos sare as feridas,
O que nos acabrunha é a nossa pequenez,
É  o sol pôr-se pela infinitésima vez,
Indiferente às dores de alma por nós sofridas.


Praia da Areia Branca, 7 de janeiro de 2017
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 6 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16925: Manuscrito(s) (Luís Graça) (108): Com o Eduardo Jorge Ferreira, o Jaime Bonifácio Marques da Silva e outros amigos da Tabanca do Oeste, cantando as janeiras em Pereiro, nas fraldas da serra de Montejunto