quinta-feira, 28 de abril de 2005

Guiné 63/74 - P8: O sector L1 (Xime-Bambadinca-Xitole): Caracterização (1)

Extractos de História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971. Cap. II, pp. 1-3.


Capítulo II - Actividade da CCAÇ 12 no TO da Guiné

1.Intervenção ao Agr 2957 (Zona Leste)

Atendendo à origem étnico-geográfica das suas praças africanas, e por sugestão do Comando-Chefe, a CCAÇ 2590 ficou radicada em "chão fula", em Bambadinca, constituindo uma unidade de intervenção ao agrupamento 2957 (hoje COP 2) e ficando pronta a actuar à ordem de qualquer dos sectores da Zona Leste (em especial nos Ll, L3 e L5).

A partir de Janeiro de 1970, a CCAÇ 2590 passaria a designar-se por CCAÇ 12 por ter sido considerada uma unidade da guarnição normal.

Durante a actual comissão [ Maio de 1969 / Março de 1971 ], a CCAÇ 12 actuou no Sector L1 às ordens do BCAÇ 2852 (até Maio de 1970) e do BART 2917 (até Fevereiro de 1971), tendo estado uma única vez em reforço temporário a outros tectores (l Cr Comb no L2 durante a 1ª quinzena de Agosto de 1969).

2. Sector Ll

2.1. Referências - Cartas 1/50.000


NAMBOCÓ / BAMBADINCA / BAFATÁ
FULACUNDA / XIME / DUAS FONTES
XITOLE / CONTABANE

2.2. Generalidades

Podemos caracterizar o Sector Ll [ vd o respectivo mapa ] pela importância estratégica que representa tanto para o IN como para as NT a charneira RCeba/Corubal. Constitui a "chave" das comunicações terrestres e fluviais da Zona Leste.

Para uma avaliação geral da situação militar, dividimos o actual sector em 3 partes: uma, a (i) norte do RGeba, compreendendo os regulados do Cuor e parte do Enxalé; outra formando (ii) o triângulo Xime-Bambadinca-Xitole;
e uma outra, (iii) a leste da estrada Bambadinca-Mansambo-Xitole, que engloba os regulados de Badora e parte do Corubal. As duas primeiras correspondem a áreas afectadas, actuando o IN só esporadicamente na última.

0 Sector LI foi redefinido em Agosto e Outubro de 1969, ficando a ZA a este e sudeste de Badora sob a responsabilidade do COP 7 e passando a englobar, a Norte do RGeba, a área do Enxalé que fazia parte até então de Mansoa.

2.3. Terreno

2.3.1. Relevo e hidrografia

0 terreno caracteriza-se genericamente pela ausência de relevo e por uma grande rede hidrográfica, orientada para os Rios Colufe, Geba e Corubal, o que origina uma predominância de bolanhas e lalas no N e NW do sector e um nivelamento das águas dos rios e bolanhas, durante o tempo das chuvas, tornando a maior parte das vias de comunicação intransitáveis.

2.3.2. Vegetação

Podemos distinguir dois tipos de vegetação no sector:

(i) uma floresta tropical,com palmares cerrados sobretudo nas nascentes dos cursos de água, coincidindo com a área definida pelos RGeba/Corubal onde o IN se encontra instalado;

e (ii) outra de savana arbustiva, mais para o interior, com núcleos de floresta muito espelhados.

Nas bacias hidrográficas do Geba e Corubal, a população sob controle IN cultiva as bolanhas e lalas mais propícias à rizicultura, como a bolanha do Poindon que é considerada um dos "celeiros" do IN no sector.

2.4. Inimigo

2.4.1. Sector 2

O Sector LI corresponde na divisão territorial do IN ao Sector 2, também conhecido por região de Xitole (hoje incluída na Frente Xitole/Bafatá) e cujo Comando está localizado em Mina.

Nesta região o IN mantém uma estrutura politico-administrativa organizada, numa vasta área correspondente aos regulados de Xime e Bissari donde irradia a sua actividade de guerrilha que se caracteriza por (i) ataques e flagelações aos aquartelamentos e destacamentos das NT e às tabancas em autodefesa, (ii) acções de barragam à navegação, (iii) emboscadas e (iv) minagem dos itinerários.

2.4.2. Zonas de instalação

No Sector L1 consideram-se como zonas de instalação permanente do IN a área compreendida entre a margem direita do RCorubal e a linha geral Xime-Xitole (regulados de Xime e Bissari) e a região a norte do RGeba (Cuor).

0 IN tem-se instalado temporariamente no regulado do Corubal a fim de desencadear acções contra as tabanacas em autodefesa de Corubal, Cossé e Badora.

2.4.3. Linhas de infiltração e irradiação

Podemos considerar as seguintes linhas de infiltração e zonas de actividade do IN:

(i) a norte da estrada Bambadinca-Bafatá, da área de Madina / Belel sobre Enxalé, Missirá, Finete e baixo curso do RGeba Estreito;

(ii) A sul da estrada de Bambadinda-Bafatá, dos regulados do Xime e Bissari sobre os regulados de Corubal, Badora e Cossé, e ainda sobre os RGeba e Corubal.

2.4.4. Efectivos referenciados

(i) Nos regulados de Xime e Bissari:

5 bigrupos distribuídos pelas áreas de Poindon/Burontoni (1), Culobo/Galo Corubal (1), Mina (2), Ponta Luís Dias/Tubacuta (1), além de 1 grupo de artilharia (Mort 82, Canhão s/r 75 e 82) e 1 grupo especial de bazuqueiros em Mamgai. Os efectivos deste sector poderão ser reforçados por unidades da Frente Sul, e em especial da Região de Quinara.

(ii) No regulado do Cuor, a norte do R Geba:

1 bigrupo em Madina/Belel. Esse bigrupo pode ser reforçados por Sara-Sarauol, região a que Madina/Balel se encontra intimamente ligada para efeitos operacionais e logísticas.

2.4.5. Possibilidades do IN

(i) No plano militar:

(i) Manter as acções de fogo sobre os aquartelanentos das NT;

(ii) Intensificar as acções de guerrilha preferencialnente sobre as tabancas em autodefesa, pelotões de milícia e seus itinerários de socorro;

(iii) Realizar acções de reconhecimento nos regulados de Badora e Cossé, a partir dos regulados de Xime, Bissari e Corubal;

(iv) Utilizar as linhas de infiltração que do Boé conduzem aos regulados de Xime e Bissari através da faixa norte do regulado do Corubal, e que da área Xime-Mansambo conduzem à estrada Bambadinca-Mansambo;

(v) Efectuar acções de barragem á navegação no RGeba, em especial nas áreas de Ponta Varela e Mato Cão;

(vi) Reagir à acção de contrapenetração das NT.

(ii) No plano político e psicológico:

(i) Intensificar o esforço de propaganda junto das populações fiéis às NT ou sob duplo controlo, explorando as “contradições objectivas” da nossa acção psicossocial.

(continua)


Abreviaturas

CCAÇ = Companhia de Caçadores
COP = Comando Operacional
IN = Inimigo
NT = Nossas Tropas
RCorubal = Rio Corubal
RGeba = Rio Geba
TO = Teatro de Operações
s/r = Sem recuo (canhão)
ZA = Zona de Acção

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Guiné 63/74 - P7: Memórias do inferno do Xime (Novembro de 1970)

1. Extractos da História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971. Cap. II, pp. 41 a 43 (Vd. abreviaturas em anexo).

Trata-se de um documento que eu escrevi, no final da minha comissão, ainda em Bambadinca, tendo acesso a todos os arquivos classificados da companhia, o que só foi possível com a cumplicidade de vários camaradas meus, de um dos sargentos e até do meu capitão que, embora assustado com o resultado final do trabalho que me encomendara, fechou os olhos à minha ousadia e até me deu um louvor... Eu compreendo a sua delicada posição: devia estar já com os seus 37 ou 38 anos, com 4 comissões no ultramar (se não me engano) e à beira de ser promovido a major.

Trinta anos depois fui encontrá-lo no posto de coronel e confessei-lhe, candidamente, que tinha tomado a liberdade de distribuir, na época, uns tantos exemplares, clandestinos, aos tugas da companhia... De facto, ainda em Bambadinca, foram tiradas a stencil umas escassas dezenas de exemplares da história não autorizada da CCAÇ 12, antes de embarcarmos para a metrópole, em rendição individual (os nossos soldados africanos, esses, continuaram a servir a CCAÇ 12, muitos deles até ao final da guerra, aquartelados no Xime, desde 1973). Tenho para com estes últimos um sentimento de gratidão e de reconhecimento, mesmo sabendo que estavam do lado errado da guerra e da história.

2. Em homenagem ao furriel miliciano Cunha, ao soldado Soares e aos outros camaradas da CART 2715 (aquartelada no Xime) que morreram na Operação Abencerragem Candente, na madrugada de 26 de Novembro de 1970 (dias depois da invasão de Conacri, a 22, por uma força comandada por Alpoim Galvão e na qual participaram os meus vizinhos da 1ª Companhia de Comandos Africanos, estacionados em Fá Mandinga).

Tenho mais dificuldade em me curvar perante a memória do Seco Camará, mandinga do Xime, embora reconheça que ele foi um valoroso e competente guia e picador das nossas tropas, durante anos. Mas também foi um homem para os "trabalhos sujos da guerra": ele próprio me confessou um dia, com aquela autoridade e candura africanas de homem grande, que nos anos da "política de terra queimada", da repressão brutal às populações do Xime que simpatizavam com (ou apoiavam) a guerrilha, ao tempo do Governador e Comandante-Chefe, General Arnaldo Schultz, entre 1964 e 1967, ele próprio era encarregue pelo "capitão tuga do Xime" para matar, à paulada, em pleno mato, os elementos suspeitos, capturados... No regresso ao quartel, o capitão, "manga de bom pessoal", pagava-lhe um sumol (sic)...

O coitado do Seco Camarà, peça insignificante da máquina de guerra colonial, foi ao mesmo tempo um tenebroso carrasco e uma pobre vítima, como muitos outros guinéus, e nomeadamente dos pertencentes aos grupos étnicos islamizados... Morreu ingloriamente em Novembro de 1970, nesta operação que eu aqui evoco e em que participei. Recordo-o, ainda hoje, com o seu inseparável cachimbo e o seu ar de cão rafeiro... Nunca saberei se algum se sentiu português. Sei apenas que foi um bravo soldado, e eu não posso julgá-lo com bases nos meus valores ou princípios éticos. Alguém, da população do Xime, nos traiu nessa noite fatídica. A nós e ao Seco Camarà. Onde quer que ele esteja, no céu ou no inferno dos mandingas, paz à sua alma!

3. Pertencente na altura ao 4º Grupo de Combate da CCAÇ 12, fui um dos que resgatei o corpo do furriel miliciano Cunha (que era de Braga). Gostava muito dele, éramos amigos. Tinha passado a noite de 25 para 26 na conversa com ele entre dois copos, no Xime, a fazer horas para a trágica saída na madrugada seguinte.

O segundo comandante do BART 2917 (não vale a pena citar o seu nome, já que ainda pertence ao número dos vivos) obrigara-nos a seguir o mesmo trilho da véspera: escassas horas depois, o Cunha estava morto mais quatro tugas e o guia e picador Seco Camará.

O Cunha, o pequeno e valoroso Cunha, ainda com o seu ar de criança tímida, era o único dos seis que não estava desfeito pelos rockets. Tinha apenas um fiozinho de sangue na testa: o primeiro tiro fora, seguramente, para ele que ia à frente da secção, juntamente com o Seco Camarà. A imagem que tenho dele, era que estava a dormir, exausto, no capim, quando cheguei à sua beira. Ainda lhe dei uma bofetada: “Acorda, meu sacana!”…

Como garante o Guimarães (da CART 2716, do Xitole), o Cunha que fez a recruta com ele e foi mobilizado para a Guiné no mesmo Batalhão (BART 2917), "deve estar no céu porque era um homem bom".

4. Nunca mais consegui esquecer essa maldita operação, em que até mesmo os meus soldados fulas, que eram bravos soldados, tiveram medo… Foi a maior emboscada que eu sofri, e também a mais mortífera que apanhámos na região do Xime. Mas não dei um tiro. Nunca dei um tiro, na Guiné, a não ser a um desgraçado de um jagudi (abutre) a quem nem sequer felizmente acertei…

Recordo esta estória, em homenagem também aos que morreram e aos que sobreviveram, em Portugal, na Guiné e noutros teatros de guerra, aos homens e mulheres que contribuiram, de mil e uma maneiras, para que hoje, 25 de Abril de 2005, nós possamos estar aqui a falar de liberdade, a recordar a guerra e a fazera paz connosco próprios, a praticar a liberdade com a mesma naturalidade com que respiramos...

5. Na elaboração da história da minha companhia (ex-CCAÇ 2590 e, depois, CCAÇ 12) que é também a história militar do Sector L1 / Zona Leste da Guiné entre meados de 1969 e o 1º trimestre de 1971, segui, em muitos casos, o teor dos relatórios de operações que eram feitos pelos alferes milicianos ou pelo capitão, passado pelo crivo da minha própria experiência como operacional ou do relato dos meus camaradas, furriéis milicianos... Dentro dos condicionalismos da época, procurei ser objectivo, procurando obretudo não fazer a hagiografia que era corrente na história de outras companhias independentes ou de companhais integradas em batalhões: "Fomos os melhores, chegámos, vimos e vencemos!"...

Nesta como noutras operações, há passagens muito discutíveis como aquela em que se sugere que o IN sofrera baixas prováveis... Há aqui um branqueamento da situação, o que era frequente entre nós: depois da violentíssima emboscada de que fomos vítimas, ninguém estava em condições, físicas e psicológicas, de fazer o reconhecimento do local e, muito menos, de ir em perseguição dos guerrilheiros... Seis mortos e nove feridos exigem, no mínimo, a afectação de dois grupos e combate (60 homens) para o eu transporte...

Esta falsificação da realidade ou, no mínimo, o seu branqueamento era frequente entre oficiais milicianos e do quadro: enganavam-se uns aos outros, enganavam Bafatá (onde estava o comando da zona leste, o COP 7, se não me engano), enganavam Bissau (o quartel-general) e enganavam Lisboa (sede do Governo, não democrático, do país, que por sua vez enganava o Zé Portuga!)... Tudo isso acabava por ter consequências pesadas, para o pessoal no terreno, que era obrigado a executar operações mal planeadas... De facto, não se pode ganhar uma guerra, escamoteando ou ignorando informação! Pessoalmente, eu já sabia isso, desde os meus quinze ou dezasseis anos...

A verdade, trágica, terrível e humilhante, é que o IN destroçou ou neutralizou seis grupos de combate (2 agrupamentos), matou seis elementos das NT, feriu outros nove e ainda por cima levou-lhes as armas!... E só não levou os corpos porque houve ainda um resto de coragem física, de solidariedade e de determinação (outros chamam-lhe heroísmo!). No relatório da operação ninguém quis dizer o que era óbvio: os erros de planeamento da operação, as imprevidências, a imprepração da nossa tropa fandanga, a total incompetência e a arrogância militarista do major (periquito) que comandou a operação (de avioneta!)...
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(17) Novembro/70: Violenta reacção do IN à penetração das NT em Ponta do Inglês durante a Op Abencerragem Candente

Embora se admitisse que o seu dispositivo no Sector L1 [correspondente ao triângulo Xime-Bambadinca-Xitole] tivesse sofrido importantes alterações, uma vez que se havia manifestado fracamente nos últimos meses, em especial no sub-sector do Xime, o IN não deixaria, no entanto, de reagir violentamente à penetração das NT em Ponta do Inglês no decurso da Op Abencerragem Candente, causando 6 mortos e 9 feridos [Se a memória me não falha, o aquartelemento da Ponta do Inglês, controlando a entrada no Rio Corubal, tinha sido abandonada por decisão do brigadeiro Spínola, logo no início do seu consulado, ainda em 1968].

Participaram nesta operação as seguintes forças, constituindo 3 Agrupamentos [num total estimado em cerca de 250 homens]:

(i) a CCAÇ 12 (sedeada em Bambadinca, ao serviço do BART 2917), a 3 Gr Comb (2° e 4º);
(ii) a CART 2715 (aquartelada no Xime), também a 3 Gr Comb;

e (iii) a CART 2714 (aquartelada em Mansambo), a 2 Gr Comb.

A missão era patrulhar a área definida pelo RGeba-Corubal-Buruntoni-Canhala a fim de:

(i) explorar eventuais vestígios IN;
(ii) deixar vestígios da passagem das NT e panfletos de acção psicológica;
e ainda (iii) contactar com a população desarmada, convidando-a a apresentar-se.

Os 3 Agrupamentos actuariam independentemente e por itinerários diferentes mas de modo a apoiar-se em caso de necessidade: Agr A (CART 2714), Agr B (CCAÇ 12) e Agr C (CART 2715).

No planeamento da operação, o Agr B faria a nomadização da região compreendida entre o RGundagué e a estrada (interdita) Xime-Ponta do Inglês, montando emboscadas durante a noite na área de Darsalame Baio e reunindo-se ao Agr C no nosso antigo aquartelamento da Ponta do Inglês, enquanto este bateria a região compreendida entre a referida estrada e o RCorubal, emboscando-se na área do Poindon.

Notícias de elevada classificação admitiam que o IN tivesse retirado do Sector 2 [também conhecido por região do Xitole e já na altura integrado na Frente Xitole / Bafatá ] dois bigrupos (Poindon e Baio) e um grupo de artilharia (Mangai).

De qualquer modo, depois da Op Boinas Destemidas [levada a efeito em Outubro de 1970 pela CCAÇPARAS 123 na região de Ponta Varela, e da qual resultara a morte de sete guerrilheiros e a captura do respectivo armamento], O IN revelara-se apenas uma única vez (um grupo de 5 elementos tinha flagelado o Xime com armas ligeiras no mês anterior).

Desenrolar da acção:

A 25 [de Novembro de 1970], pelas 7h, os Agr B e C saíram do Xime, no momento em que Mansambo era atacado com mort 82, LRockets e armas ligeiras por um grupo IN não estimado, atrasando a saída do Agr A. Em Madina Colhido experimentaram-se os rádios, verificando-se que o do Agr B só ligava com Bambadinca e o do Agr C com o Xime, não havendo ligação entre eles.

Por outro lado, tentando-se também entrar em ligação com o PCV [posto de comando volante], esta não foi conseguida, uma vez que a frequência terra-ar que fora atribuída à operação não estava dentro das gamas de frequência da FA.

Em virtude disso, os 2 Agr foram obrigados a seguir juntos [grave erro!, direi hoje, pensando no comprimento de centenas de metros da coluna, em marcha, qual cobra sulcando o alto capim da savana arbustiva da região]. Depois de atingirem a Ponta Varela, contornaram a bolanha em direcção da antiga tabanca de Poindon, não tendo detectado entretanto vestígios recentes de presença IN nem de população.

Ao escurecer, e quando as NT se preparavam para montar emboscadas, verificar-se-iam porém dois casos de intoxicação devido às conservas da ração de combate, pelo que tiveram de regressar ao Xime, aonde chegaram pelas 21h.

Entrando-se em contacto rádio com o comando de Bambadinca, a comunicar-se o sucedido e a pedir-se instruções, foram dadas ordens para os Agr B e C seguirem para a Ponta do Inglês pela respectiva estrada, ao raiar da madrugada do doutro dia [26 de Novembro], e aonde deveriam aguardar novas instruções [segundo erro, e este o mais grave!].

A 26, pelas 5.45 h da madrugada, iniciou-se de novo a marcha, tendo a progressão decorrido normalmente, e sem se notarem sinais de recente passagem nos trilhos do Baio e nas imediações do acampamento destruído durante a Op Boinas Destemidas em Xime 3C1-29.

Três horas depois, pelas 8.50h, já perto da Ponta do Inglês, o IN desencadearia uma violenta emboscada em L sobre a direita, precedida por um tiro isolado que foi confundido com um sinal de aviso duma eventual sentinela avançada, e que apanhou na zona de morte os 3 Gr Comb do Agr C [ CART 2715] e 1 Gr Comb (4º) do Agr B [CCAÇ 12].

Os primeiros tiros do IN, especialmente de LRockets, atingiram mortalmente o picador e guia do Agr B, Seco Camará, que ia na frente, e os quatro homens que o seguiam, incluindo um graduado [furriel miliciano Cunha], tendo ferido gravemente outro. Com rajadas sucessivas de LRockets e armas automáticas o IN, fixando as NT, lançou-se ao assalto sobre os primeiros homens, mortos ou gravemente feridos, conseguindo apanhar-lhes as armas, e só não os levando devido a pronta reacção das NT.

É de destacar aqui a acção heróica dos soldados Soares (CART 2715), que veio a ser mortalmente ferido, Sajuma (apontador de bazooka do 4º GR Comb/CCAÇ 12) que ficou ferido numa perna, e Ansumane (apontador de dilagrama, também do 4º Gr Comb/CCAÇ 12, ferido ligeiramente nas costas), que se lançaram ao contra-ataque, juntamente com outros camaradas e alguns graduados, a fim de quebrar o ímpeto do IN e de recolher os mortos e feridos.

0 ataque durou cerca de 20 minutos, sendo a retirada do IN apoiada com tiros de mort 82 e canhão s/r que incidiram sobre a estrada, e especialmente sobre os 2 últimos Gr Comb (l° e 2º) da CCAÇ 12, assim como rajadas enervantes de pistola metralhadora, de posições que ainda não se haviam revelado, nomeadamente de cima das árvores.

Pelos elementos da frente foram ouvidos gritos de dor entre as fileiras do IN, tendo o rápido reconhecimento da zona confirmado que este deveria ter tido vários feridos e mortos prováveis [Esta parte do relatório era música, para não desmoralizar ainda mais as NT e sobretudo enganar o comando].

Em consequência da emboscada IN, uma das mais violentas de que há memória na região do Xime, pelo seu impacto sobre as NT, a CART 2715 [Xime] sofreu 5 mortos (l Furriel Mil) e 7 feridos, e a CCAÇ 12 teve 2 feridos (dos quais 1 grave, o Sold Sajuma Jaló), e 1 morto (o picador e guia permanente das NT Seco Camará, na altura ao serviço da CCS do BART 2917, e que do antecedente já tinha dado provas excepcionais de coragem e competência, tendo participado com a CCAC 12 em quase todas as operações a nível de Batalhão no Sector Ll).

Sob a protecçãodo helicanhão (que seguia para Mansambá no momento em que foi pedido o apoio aéreo), os 2 Agr regressaram ao Xime, com 2 Gr Comb do Agr B [1º e 2º da CCAÇ 12] a abrir caminho por entre a mata densa, 1 Gr Comb do Agr C [ 2715] a manter segurança à rectaguarda e os restantes empenhados no transporte dos feridos e mortos, tendo as heli-evacuações sido feitas numa clareira já perto de Madina Colhido e depois de percorridos mais de 5 Km, em condições extremamente penosas [No helicóptero vinha uma ou mais enfermeiras-paraquedistas].

Notícias posteriores admitiam que nesta emboscada o IN tivesse sofrido 6 mortos. Entretanto, desta reacção do IN contra a penetração das NT num dos seus redutos, concluiu-se que aquele foi excepcionalmente bem comandado porque:

(i) escolheu um local que por ser muito fechado dificultava a manobra;

(ii) utilizou pessoal em cima de árvores para ter uma melhor visão e comandamento sobre as NT;

(iii) tinha a retirada preparada com armas colectivas (morteiro, canhão s/r) que só se revelaram na quebra de contacto;

(iv) fez fogo de barragem, especialmente de LRockets, sobre o Gr Comb que seguia na vanguarda, permitindo lançar-se ao assalto.

Durante este mês [de Novembro de 1970] a CCAÇ 12 continuou empenhada na segurança aos trabalhos de construção da estrada Bambadinca-Xime [a cargo da empresa TECNIL].

De 1 a 10 [de Novembro de 1970], o 2º Gr Comb esteve de reforço a Missirá juntamente com o Pel Caç 54, patrulhando e montando emboscadas na região de Sancorlã/Salà e margem do RCuio/RGambiel, com a missão de interceptar uma coluna de reabastecimento IN que, segundo notícias que não se vieram a confirmar, seguiria de Madina/Belel para a área de Bafatá.

Realizou-se ainda uma coluna logística até ao Saltinho.

Vd. Mapa do Sector L1 (Xime-Bambadinca-Xitole) / Zona Leste / Guiné (1969/71)
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Abreviaturas:

Agr = Agrupamento
BART = Batalhão de Artilharia
CART = Companhia de Artilharia
CCAÇ = Companhia de Caçadores
CCS = Companhia de Comando e Serviços
FA = Força Aérea
Gr Comb = Grupo de Combate
IN = Inimigo
LRockets = RPG, lança-granadas
Mil = Miliciano
mort = Morteiro
NT = Nossas Tropas
Op = Operação
Pel CCAÇ = Pelotão de Caçadores (nativos)
PCV = Posto de comando volante (em geral, de avioneta Dornier)
R = Rio
s/r = (canhão) sem recuo
Sold = Soldado

sexta-feira, 22 de abril de 2005

Guiné 63/74 - P6: Memórias do Xime, do Rio Geba e do Mato Cão (Sousa de Castro, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74)

1. Diz-me o Sousa de Castro que foi o BART. 3873 (a que ele pertenceu) que rendeu o BART. 2917 em Janeiro de 1972. E acrescenta:

"O BART. [Batalão de Artilharia] 3873 embarcou no N/M Niassa em meados do mês de Dezembro de 1971, passando o Natal desse ano no mar. Eu embarquei em Janeiro de 1972 nos TAM. Fui 1º cabo radiotelegrafista. Vivo em Vila Fria, concelho de Viana do Castelo e trabalho nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). Vou anexar um documento que me deixou algum tempo transtornado e algumas fotos do Xime, tiradas em 2001 por um camarada que pertenceu ao BART. 2917. É apenas uma pequena história que protagonizei. Curiosamente também temos o nosso convívio em 11 de Junho mas em Pataias, é o vigésimo".

2. Aqui fica, para divulgação, o texto que o Sousa de Castro me enviou e me autorizou a divulgar neste blogue:

"Fico até agradecido pela publicação dos meus escritos, não á problema nenhum. Tenho reencaminhado o seu Blog para colegas que estiveram na Guiné e com quem tenho contacto (...). Penso ser uma forma de incentivar as pessoas a fazerem buscas e interessarem-se sobre a nossa história. História que ninguém ousa contar. É extraordinário, quando encontramos algum ex-combatente e começamos a recordar, não só os momentos maus mas também os momentos bons. Aproveito para dizer que possuo um filme feito por um grupo de 10 ex-combatentes que visitaram a Guiné em Novembro de 2000, filme para mim espectacular, e caso curioso, no Xime, passados 28 ou 29 anos uma das lavadeiras da época reconheceu um ex-combatente, dizendo: 'Lúcio! Eu é que te lavava a roupa, não estás lembrado, não?'. Junto em anexo fotos de Bafatá, tiradas em 2001 e cedidas pelo David Guimarães, da CART. [Companhia de Artilharia] 2715, do Xitole".

Um grande abraço ao Sousa de Castro que já teve a gentileza de me contactar telefonicamente e me mandou fotos do Xime, de Bafatá e de Bissau (estas últimas também da autoria do David Guimarães). Ainda sobre a CART. 3494, do Xime, ficou a saber mais o seguinte:

"Não referi no e-mail anterior os mortos em combate da minha companhia. Aproveito agora para o fazer. Considerado mortos em combate, tivemos um: chamava-se Manuel da Rocha Bento, era Furriel Miliciano, natural de Ponte de Sôr. Feridos, tivemos vários, alguns deles com bastante gravidade, tendo sido evacuados para Bissau e posteriormente para o continente (terminando a comissão nesse momento).

"Já estive junto ao memorial [junto à Torre de Belém, em Lisboa] mas não tirei fotos no dia 20 de Outubro 2004, integrando a manifestação levada a efeito pela APVG (Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, sedeada em Braga. Anexo fotos de Bissau cedidas pelo David Guimarães CART 2715 Xitole".

3. Memórias da Guiné. Xime (1972-1974), por Sousa de Castro

"Xime. CART. 3494. 10 de Agosto de 1972.

"A companhia nesse dia recebeu instruções para fazer um patrulhamento através do rio Geba em lanchas e depois entrar no mato e seguir para Mato Cão. Tínhamos lembrado ao Major de Operações que a hora que ele, major, determinara para sair, não seria ideal, já que dentro de pouco tempo passaria o Macaréu(1).

"Mesmo assim ele entendeu que haveria tempo de sair antes de passar o Macaréu. Os pelotões envolvidos nesse patrulhamento não tiveram outra alternativa senão obedecer. Os soldados, pela experiência adquirida, sabiam que uma desgraça iria acontecer. Dá-se então aquilo que todos esperavam, e que não se podia evitar: são apanhados pelo Macaréu.

"A embarcação virou e então cada qual tentou desenrascar-se como pôde do perigo de morrer afogado. Muitos não sabiam nadar. Depois com todo peso de armamento que transportavam, para além da farda que envergavam, viram-se e desejaram-se para se safarem, mas nem todos o conseguiram. Assim morreram afogados três camaradas, sendo um da Póvoa de Varzim, casado, com uma filha, outro de Famalicão, este solteiro, e um terceiro que já não me recordo de onde era.

"Nesse mesmo dia todo pessoal da companhia desdobrou-se em esforços tentando encontrar os que desapareceram. Só apareceu o de Famalicão, no dia seguinte, já em estado de começo de decomposição.

"Normalmente a companhia fazia diariamente segurança à estrada que ligava o Xime a Bambadinca. Era necessário ir buscar o pelotão que fazia essa mesma segurança. Eu era radiotelegrafista, não podia sair do quartel, mas vendo o estado muito abatido devido ao cansaço em que os transmissões de infantaria se encontravam, peguei no transmissor AVP-1 e na G-3 (2), ofereci-me como voluntário e fui juntamente com o pelotão buscar o pessoal que fazia a segurança à dita estrada.

"Era de noite, então dá-se aquilo que eu não previa. Uma vez no local para agrupar o pessoal que fazia segurança da estrada, vi-me envolvido numa situação para mim única. Começa um forte tiroteio. Supondo ter sentido algo a mexer, eu, ao saltar da viatura, sem querer fiz um disparo, com pessoal na linha da frente. Fiquei preocupadíssimo, poderia ter atingido algum camarada meu, o que não aconteceu felizmente.

"Ao vir para o quartel, antes de entrar, o Furriel Carda, que era de Ponte de Sor (era quem comandava o pelotão que foi buscar a segurança no qual eu estava integrado) mandou parar as viaturas e disse: 'Alguém que está na minha viatura disparou um tiro. Quero saber quem foi. Ninguém quer dizer? É fácil. Cheira-se a arma de cada um e descobre-se já'.

"Como havia um alferes periquito (3, e a maior parte da malta pensando ter sido ele quem deu o tiro, acharam por bem que o melhor seria esquecer e ir embora para o quartel. Será que esse alferes também fez algum disparo? Ainda hoje estou na dúvida.

"Domingo 27 de Setembro 1998. Sousa de Castro".

Notas (S.C.):

(1) Sublevação brusca das águas, que se produz em certos estuários no momento da cheia e que progride rapidamente para as nascentes sob forma violenta, capaz de fazer estragos em pequenas embarcações.

(2) Espingarda automática usada pelas nossas tropas.

(3) Militar acabado de chegar à Guiné.

quarta-feira, 20 de abril de 2005

Guiné 63/74 - P5: Convívio de antigos camaradas de armas de Bambadinca (1968/71): Faro, 11 de junho (José Manuel Amaral Soares)

1. O pessoal que esteve em Bambadinca, no leste da Guiné, entre 1968 e 1971, vai encontrar-se mais uma vez, para o seu convívio anual. Este ano será em Faro, no próximo dia 11 de Junho e a festa está a ser organizada pelo José Manuel Amaral Soares (Largo Vieira Caldas, 6A, 3º Dtº, 1685-585 Caneças).

Há uma lista de endereços que vai sendo actualizada todos os anos. Eu próprio (Luís Graça ou, como era conhecido, Henriques) e o Humberto Reis (ambos furriéis milicianos da CCAÇ. 12) podemos tomar nota de novos contactos. Aqui fica o meu endereço de e-mail: luis.graca@ensp.unl.pt

É partir desta lista que têm sido convocados os antigos camaradas de armas que estiveram, connosco, naquela região da Guiné, na época da guerra colonial, a saber todo o pessoal (oficiais e sargentos do quadro, oficiais e furriéis milicianos, cabos e soldados) das seguintes unidades, estacionadas no Sector L1 da Zona Leste (que correspondia grosso modo ao estratégico triângulo Bambadinca-Xime-Xitole):

(i) Comando e Companhia de Comando e Serviços do BCAÇ. 2852 (que esteve sedeado em Bamdabinca desde finais de 1968 até Julho de 1970, altura em que foi substituído pelo BART. 2917);

(ii) Forças de intervenção: CCAÇ. 12 / CCAÇ. 2590 (Bambadicna); Pelotão de Caçadores Nativos 52 (Missirá) (a partir de Junho de 1970, Pel.Caç. Nat. 53, aquartelado em Fá-Mandinga);

(iii) Subunidades em quadrícula: CCAÇ 2520 (Xime), 2339 (Mansambo) e 2413 (Xitole), substituídas em Junho de 1970 pelas CART 2715, 2714 e 2716, respectivamente (estas três companhias pertenciam ao BART. 2917).

Se considerarmos ainda o Pelotão de Reconhecimento e as suas obsoletas Daimler (esse mesmo, o P?EL REC do alferes miliciano Vacas de Carvalho, estão lembrados ?), além das forças militarizadas (pelotões de milícias aquarteladas em Taibatá, Dembataco e Finete, excluindo a população fula armada nas tabancas em autodefesa), a nossa força naquela época poderia ser estimada em cerca de 1250 homens em armas, o que nos dava uma vantagem , em relação à guerrilha do PAIGC, de talvez cinco para um (vd. GRAÇA, L. - Documento: Guiné 69/711: subsídios para a história da africanização da guerrra (conclusão). O Jornal. 18 de Junho de 1981). Alguns excertos destas estórias tenho vindo a publicá-los neste blogue.

2. Sei que o BART 2917 e as respectivas companhias de quadrícula foram rendidas em Janeiro de 1972. Ainda ontem recebi um e-mail de um camarada dessa época (que obviamente não conheci, já que regressei a casa em Março de 1971). Trata-se do Sousa de Castro (e-mail: cart3494@portugalmail.pt ), que me diz o seguinte:

"Foi gratificante para mim encontrar algumas estórias sobre a guerra colonial, mais concretamente sobre a Guiné. Curiosamente eu também estive na Guiné em Jameiro de 1972 a Abril de 1974, no Xime [e depois em Mansambo]. O meu Batalhão estava em Bambadinca, BART 3873 (CCS), com a CART 3494 no Xime, a CART 3493 em Mansambo e a CART 3492 no Xitole.

"No meu tempo o Xime continuava muito complicado. Como descreve no seu blogue, nas estórias de um tuga, continuamos com esta terra na cabeça, nunca mais nos sai e eu continuo buscando algo sobre aquele tempo passado relacionado com a guerra. Tenho reenviado a sua estória para colegas que estiveram na Guiné e é uma forma de dizermos que estamos vivos. Bem haja. Cumprimentos, Sousa de Castro".

O Sousa de Castro e todos os periquitos que estiveram em Bambadinca, Xime, Mansambo ou Xitole entre Janeiro de 1972 e Abril de 1974, serão bem vindos à nossa festa, no dia 11 de Junho, em Faro, na Ria Formosa. Eles terão muito para nos contar: afinal, andámos todos pelos sítios, picadas, rios e bolanhas do Sector L1 da Zona Leste, desde 1968 a 1974... E quer queiramos quer não, aquela terra marcou-nos a todos, a ferro e fogo, no corpo e na alma...

3. Transcrevo, a seguir, a carta que me chegou pelo correio, há dias, enviada pelo José Manuel Amaral Soares, o organizador do convívio deste ano (e também de anos anteriores):

"Guiné, Bambadinca 68/71. Companheiros: Desejo que estejam de saúde assim com os vossos familiares. Vamos mais uma vez realizar o nosso almoço anual a fim de convivermos, matarmos saudades e ainda relembrarmos aqueles bons e menos bons momentos que cimentavam a nossa amizade; de tal forma que passados 37 anos sentimos ainda um grande prazer de estar juntos, ainda que por breves horas.

"Por tudo isto, camaradas, no próximo dia 11 de Junho espero por todos na Baixa de Faro, junto ao Jardim Manuel Bivar, pelas 10.30 horas. Vamos aí fazer a nossa concentração para que, depois das habituais formalidades, possamos seguir para o Cais da Porta Nova e às 11.00 horas embarcar até à Ilha Deserta. Durante o percurso vamos apreciar a bela paisagem da magnífica Ria Formosa. Quando forem 13.00 horas iniciaremos o nosso alomoço, composto apenas por produtos do mar. O preço por pessoa é de 48 euros com viagem de barco incluída. As crianças dos 5 aos 11 anos pagam 50%, portanto 24 euros.

"Camaradas, a vossa confirmação tem que ser feita até ao dia 1 de Junho, impreterivelmente, com cheque cruzado para José Manuel Amaral Soares (...). Para toda ajuda, telemóvel 96 242 80 53".


O obus de Bambadinca...




Foto de © Frederico Amorim (1997)

Mais sitíos na Net:

O mundo do Fred (Vejam uma reportagem fotográfica sobre os sítios por onde andámos há trinta e tal anos e que o Frederico Amorim (Fred) visitou em Abril de 1997: Rio Geba, Bambadinca, Bafatá, Cussilinta, Saltinho...).

PAIGC -Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (A página oficial do IN de há trinta e tal anos...).

Os "rangers" (Operações Especiais) > (Sítio dos Operações Especiais: na galeria de fotos há imagens da Zona Leste da Guiné)

Guiné-Bissau > Brochura sobre desenvolvimento rural e segurança alimentar (2001) (documento de um grupo de trabalho, em formato.pdf e com fotos).

Página de Pedro Gordinho > Cronologia da guerra colonial (1961-1974)