terça-feira, 3 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8208: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (37): 3 de Maio de 1966, o dia D de desembarque em Lisboa




1. O nosso Camarada José Eduardo Oliveira - JERO -, (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66), enviou-nos a seguinte mensagem:

Camaradas,

Acabei de escrever um texto que tem a ver com o regresso da minha CCAÇ 675.

Saímos de Bissau a 28 de Abril e chegámos a Lisboa em 3 de Maio de 1966.

Gostava de ver no nosso blogue esta "postagem" no próximo dia 3 de Maio de 2011, 3ª Feira.

Por ironia do destino tenho uma intervenção cirúrgica marcada para esse dia a um sacana de um joelho… com 71 anos.


3 de Maio de 1966

Esta memória que agora recupero tem 45 anos!

Tem a ver com a minha chegada a Lisboa depois de cumprir 2 anos de serviço militar na Guiné.
O desembarque aconteceu em 3 de Maio de 1966.

Dos 5 dias da viagem de regresso quase nada recordo.
O que recordo como mais marcante foi o momento em que entrei dentro do «UÍGE» ainda no Cais de Bissau.
Nesses tempos entre o Cais e o navio havia umas boas dezenas de metros a percorrer, distância que era feita numa pequena lancha a motor. Terei sido dos últimos a embarcar às voltas com um caixote que trazia com coisas pessoais (as minhas papeladas e uns panos guineenses compradas no mercado de Bissau no dia da partida).

O caixote era grande, difícil de transportar e, devido à ondulação, quase me caiu à água quando finalmente consegui agarrar a escada do portaló, que nos permitia subir a bordo do navio.
Lembro-me do grande alívio que senti quando finalmente entrei no navio e «pisei» terreno seguro.

Depois… segue-se um vazio na minha cabeça que, não é total, porque tenho fotografias desses tempos.

Quando tempos depois organizei o meu álbum de fotografias coloquei na mesma página uma foto à partida e uma foto do regresso. Foi impressionante constatar como dois anos tinham mudado tanto os traços fisionómicos da nossa gente. Miúdos à partida e homens feitos na viagem de regresso.

E não regressaram todos. Faltaram o Soldado Ap Met Augusto Gonçalves (morto em 29.Julho.1964), o Fur Mil Atirador Álvaro Mesquita (morto em 28.Dezembro.1964) e o Soldado Atirador João Nunes do Nascimento (morto em30.Julho.1965).

Devido a ferimentos graves também nos tinham precedido na viagem de regresso oito militares evacuados, em datas diferentes, para o Hospital Militar Principal, de Lisboa: o 1º.Cabo Craveiro e os soldados Bessa, João Santos, António Filipe, João Alexandre, Carlos Coelho, Severino Dias e o “Caldas” (Joaquim Lopes Henriques).

Cinco dias depois da partida de Bissau, menos bem alimentados do que na viagem de ida mas sem “livro de reclamações”… foi tempo de arrumar as ideias. Já a pensar mais como civis do que como militares fazíamos contas à vida.


No dia 3 de Maio de 1966 Lisboa estava à vista e… a ponte sobre o Tejo já estava concluída!

O «UÍGE» aproximava-se lentamente dos cais, apinhado de multidão mantida a alguma distância por elementos da P.M.

Lembro-me de algumas assobiadelas com que os polícias militares foram contemplados pela malta que chegava.

Os PêEmes… só existem mesmo para chatear a malta!

DO NAVIO PARA O CAIS…

Ali estava eu, com as mãos apoiadas na amurada do navio, que finalmente acostava ao Cais de Alcântara.
Tinha esperado por aquele momento dois anos, dois longos anos.

E… não sentia nada do que tinha esperado!

Vamos lá entender o Mundo, as pessoas… se eu próprio me custava a entender!

Estava no final de uma longa «viagem à guerra», já tinha descortinado entre a multidão do Cais os que me tinham ido esperar e… nada. Ou melhor dizendo… muito pouco.
Afinal o que se passava comigo!?

Ainda hoje, a quarenta e tal anos de distância, tenho dificuldade de explicar o que se passou!
Sei que estava parado, quase apático, sem vontade de correr para a saída!

Terei sido dos últimos da minha Companhia a desembarcar.

Cheguei junto dos meus e recordo especialmente o abraço da minha mãe.

Mãe é mãe e sabia que tinha sido Ela a pessoa que mais tinha sofrido com a minha ausência de dois anos.

Para melhor a abraçar pousei no chão um pequeno saco de bagagem que trazia ao ombro. Neste saco transportava a máquina fotográfica e os últimos «souvenirs» de Bissau.

Quando acabou o abraço e me baixei para apanhar o saco ele já não estava lá…

Um amigo do alheio tinha-se aproveitado da confusão e tinha-o levado por engano…

Acalmei rapidamente as preocupações da minha mãe. Afinal eu ainda lá estava. Vazio, confuso mas…fisicamente presente.

Quanto ao ladrão isso que queria apenas dizer que… tinha regressado de novo à civilização!

Olhei mais uma vez para o mar.

Até sempre… Guiné!

Quarenta e cinco anos depois tenho o privilégio de todos os dias poder recordar lugares, rever amigos, reler irmãos sob o frondoso, fraterno e sagrado poilão da nossa Tabanca Grande...

São esses os meus “créditos” 45 anos depois do regresso da Guerra do Ultramar, ou Colonial ou da Independência…

Com uma paz diferente da que tinha DO NAVIO PARA O CAIS… em 3 de Maio de 1966.

Um abraço fraternal de Alcobaça,
JERO
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Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

20 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7826: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (36): Ida ao dentista em Farim (JERO)

Guiné 63/74 - P8207: Resumo da actividade do BCAÇ 3833 (1971/73) (2): CCAÇ 3306 - Jolmete (Augusto Silva Santos)



1. Continuação da publicação do resumo dos Factos e Feitos do BCAÇ 3833, enviado pelo nosso camarada Augusto Silva Santos (ex-Fur Mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73, em mensagem do dia 21 de Abril de 2011:


Historial/Resumo do que foi a actividade do BCAÇ 3833 (2)

CCAÇ 3306 - Jolmete









OBS:- Clicar nas imagens para ampliar
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8197: Resumo da actividade do BCAÇ 3833 (1971/73) (1): CCS - Pelundo (Augusto Silva Santos)

Guiné 63/74 - P8206: A reportagem que faltava fazer - Associação de ex-militares das Forças Armadas Portuguesas na cidade de Taunton - EUA (José da Câmara)

1. Mensagem de José da Câmara* (ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Guiné, 1971/73), com data de 1 de Maio de 2011:

Meu bom e caro amigo Carlos Vinhal, camaradas, amigos,
Quando aconteceu a revolução do 25 de Abril de 1974, a chamada revolução dos cravos, eu já estava nos Estados Unidos da América. A carga emocional que me atingiu nesse dia não foi menor que a vossa, certamente diferente. Porque já então saboreara a vivência de um país livre e responsável como é esta grande nação americana, um país com cultura e vivências democráticas.

Essas vivências, num Portugal saído de uma revolução, não seriam possíveis de um dia para o outro. Haveria que dar tempo ao tempo para que as coisas pudessem atingir os seus desígnios.

Mas quanto tempo?

Eu responderia, o tempo suficiente para reconhecermos que nem tudo era mau antes da revolução e que é irracional continuar a pensar-se que tudo deveria ser bom e perfeito depois da mesma.

A revolução trouxe ideais puros e razoáveis. Mas também trouxe dor, incompreensão e muita intolerância. Tudo isso foi evidente a partir do dia 26 de Abril. Os factos estão à vista, infelizmente indesmentíveis.

Portugal, o meu e o vosso país, atravessa momentos menos bons. Importa que a esperança de melhores dias não morra em nenhum de nós.

Martin Luther King um dia disse que preocupante na sociedade era o calar das pessoas de bem. Por aqui tentamos fazer com que isso não aconteça. Essa é a razão do meu trabalho de hoje.

E aí que se faz?

Com um abraço amigo,
José Câmara


A reportagem que faltava fazer

(Foto da Associação) – Hastear da Bandeira Portuguesa na Câmra Municipal de Fall River. Eduino Faria (ex-1.º Cabo Enfermeirto em Angola), Presidente da Associação, lidera o Corpo de Elite em continência

Hoje não venho falar do 25 de Abril, nem do que essa data representa na história de Portugal. Nem das esperanças de liberdade, de democracia e de justiça para todos. Nem dos cravos que foram murchando com o tempo, nem dos sonhos que se foram perdendo. Nem do estatuto de banalidade que o povo português e os políticos que o representam foram outorgando a essa data.

Hoje, agora e aqui, venho falar-vos de uma Associação de ex-militares das Forças Armadas Portuguesas que combateram nas províncias ultramarinas e que, nos Estados Unidos da América, mais propriamente na cidade de Taunton, Massachusetts, teima em ser diferente, teima em manter bem vivos os ideais mais puros da revolução dos cravos.

Esta Associação, devidamente incorporada no estado de Massachusetts, foi constituída como instituição sem fins lucrativos, por conseguinte de Utilidade Pública. Os seus associados, cerca de 100 (cem), estão espalhados um pouco por todos os estados da Nova Inglaterra e da Florida.

A maioria dos associados já atingiu os 60 anos de idade. A esses é-lhes facultativo a incorporação no Grupo de Elite, uniformizado, e ao qual pertence, conjuntamente com a direcção, a representatividade da Associação nos diferentes eventos para que é convidada ou se oferece.

(Foto da Associação) – O grupo de Elie, uniformizado. José Câmara, ultimo à direita na fila de trás)

Para além de várias reuniões anuais de trabalho, a Associação está voltada para as várias actividades socioculturais da Comunidade. Nessas actividades sobressaem os diversos desfiles, as procissões religiosas nas nossas comunidades e as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.

Nas actividades da Associarão directamente viradas para os associados há dois eventos que vale a pena destacar seja pelo seu simbolismo na história da patria mãe ou pela carga emocional da condição de emigrantes e ex-combatentes da chamada Guerra do ultramar.

A comemoração do 25 de Abril tem um carinho especial da organização pois que, para além da efeméride, oferece um momento exclusivo de convívio familiar e amigo, para além de uma pequena exposição de livros, fotos, artigos, postais e outra memorabilia dos tempos da Guerra e não só.

Foto de José Câmara, Abril 30, 2011 – Exposição de memorabilia falante

O outro evento, não menos importante na vida desta instituição, é o pequeno-almoço oferecido pela Associação, no dia de Natal, aos seus associados e familiares.

A Associação tem pouca actividade política. Em contrapartida tem uma actividade filantrópica razoável contribuindo, dentro das suas possibilidades, com donativos para instituições carenciadas.

José Câmara devidamente uniformizado, peito para dentro e barriga para fora, como mandam as regras de agora, acompanhado da sua outrora madrinha de Guerra.

Orgulho-me de pertencer a essa Associação, exclusivamente organizada e dirigida por ex-praças, nossos camaradas no Exército português, imigrantes como eu em terras da América.

A todos os que se dedicam a esta Associação um grande bem-haja.
José Câmara
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 13 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7936: Os açorianos também migraram para o Ultramar (José da Câmara)

Guiné 63/74 - P8205: Parabéns a você (254): Delfim Roderigues, ex-1.º Cabo Aux Enf.º da CCAV 3366/BCAV 3846 (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

03 DE MAIO DE 2011


NESTE DIA DE FESTA, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM  POR ESTE MEIO DESEJAR AO NOSSO CAMARADA DELFIM RODRIGUES AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
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Notas de CV:

- Delfim Rodrigues foi 1.º Cabo Auxiliar de Enfermagem na CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela  nos anos de 1971/73

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8187: Parabéns a você (253 ): José Carlos Neves, ex-Soldado Radiotelegrafista do STM (Tertúlia / Editores)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8204: Convívios (323): Almoço/Convívio da CCAÇ 763 (Mário Fitas)


1. O nosso camarada Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763, “Os Lassas” - Cufar -, 1965/66, enviou-nos o programa da festa da sua Companhia, com pedido de publicação.
Olá rapaziada!

Enquanto há vida… devemos vivê-la…

E, por isso mesmo, cá estamos de novo, a desafiar-te para mais um encontro do pessoal da nossa:
COMPANHIA DE CAÇADORES 763

29 de Maio 2011
Anda daí, vem conviver um pouco, porque é sempre bom rever os Companheiros daquela grande aventura da guerra na Guiné, onde tu e todos nós, corremos o perigo de ficar sem a nossa vida a favor de um país que nunca reconheceu o sacrifício desta nossa geração.

Em vez de uma Play-station ou de um desses sofisticados equipamentos que hoje todos os jovens têm, deram-nos uma G3 e entregaram-nos à nossa sorte.

“À rasca” estivemos nós, mas nunca virámos a cara e conseguimos sobreviver para, com maior ou menor esforço, podermos, apesar de tudo, recordar os bons momentos e dizer que vale a pena viver.

Anda daí, traz a família e vem viver um dia diferente.

Um grande abraço.

PROGRAMA:
12H30 – Chegada ao RESTAURANTE
13H00 – ALMOÇO

RESTAURANTE
Frango à Guia e EspecialidadesAvenida Náufragos, Ed. Marinc
2970-637 Sesimbra
Tel. 212 280 179
EMENTA

- Entradas variadas na mesa
- Cataplana de espadarte com gambas
- Javali estufado à caçador
- Sobremesa: Doces ou salada de frutas
- Vinhos Branco, Tinto e Verde, Cerveja e Refrigerantes
- Café
- Aguardente velha
-Bolo e Espumante

PREÇOS (melhoramos)
Pessoal da 763………………...…... 24,00 euros
Familiares……………………......…. 23,00 euros
Crianças (dos 5 aos 12 anos).... 10,00 euros

RESTAURANTE / ITINERÁRIO
Quem vai pela A2 segue em direcção a Sesimbra. Ao descer para o Centro vira nas placas que dizem GNR e PORTO DE ABRIGO.
No fim da descida, do lado esquerdo, junto à estrada Marginal, há um Parque de Estacionamento e o Restaurante.

Anda daí !!!

Passa um dia em sã camaradagem.

A tua presença é indispensável. Contamos contigo!
CONTACTOS / Comissão
Mário Ralheta…......-.965 591 915.-........Bernardino Pinto
F. Albuquerque.......-.914 908 920.-........Belarmino Acúrsio
Artur Teles…....……-.969 031 452.-.........Camilo
Jorge Paulos............-.962 333 356.–........Amadeu Carreira
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Nota de M.R.:


Guiné 63/74 - P8203: Estórias do Juvenal Amado (37): Quando macaco passou por gazela

1. Mensagem de Juvenal Amado* (ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74), com data de 13 de Abril de 2011:

Caro Luís, Carlos, Magalhães, Briote e restante Tabanca Grande.
É uma estória que já esteve várias vezes para ser contada, mas porque os factos me incomodam hoje um bocadinho, tem ficado para trás no sótão da minha memória.
E incomoda-me porquê? Porque o que fizemos foi só por malandragem. Galomaro não sendo um hotel com estrelas, comia-se relativamente bem e com abundância, pois o nosso Coronel era bastante exigente em tudo e nesse caso particular também.
Fica aqui a estória em que num dia comemos um parente afastado.


Estórias do Juvenal (37)

QUANDO MACACO PASSOU POR GAZELA

- Um dos alferes periquito é moço do bairro e já lhe prometi uma patuscada daquelas que não se esquecem.

Quem falava assim era o Caramba, dando logo a entender que uma partida bem pregada vinha a calhar.

Na Guiné durante aquele tempo comi coisas que possivelmente nunca comeria noutra situação. Cogumelos do tamanho de pratos, que eram parecidos com os de cá mas várias vezes maiores, cobra, crocodilo (comi em Bambadinca), carne de porco do mato ou gazela, cheias de larvas da mosca varejeira, que depois de lavada, era cozinhada sem mais e despachada a acompanhar umas cervejas.

Quando comemos a primeira vez os cogumelos, ninguém tinha a certeza se eles eram bons. O Lourenço dizia que eram iguais e lá arriscámos. O Aljustrel ainda disse em jeito de gozo:

- Amanhã acordamos todos mortos.

Esse mau pressagio não se confirmou felizmente e nos dias a seguir, o Lourenço e o Caramba que eram os que conheciam fizeram uma razia nos ditos cujos.

Juvenal e um primo afastado

Mas voltemos à patuscada, com que íamos honrar os oficiais piras. Em Assembleia Geral da Sacanagem, resolvemos fazer um petisco à base de macaco. Assim foi combinado, quando fôssemos à lenha, suficientemente afastado do quartel, mataríamos um macaco, com que confeccionaríamos o pitéu . O Caramba ficou encarregue de combinar com o Alferes Esperança e ele que estivesse à vontade para convidar os camaradas dele, que é bom de ver, ficavam com a bebida ao seu encargo, sim porque a velhice era um posto.

Assim foi, na padaria cozinhou-se o macaco dizendo que era gazela. Cheirava bem e estava bom que se fartava. A cerveja corria a jorros, e estávamos já todos muito bem bebidos quando um dos piras presente perguntou como é que nós arranjávamos aquela carne? A risota foi geral e quando dissemos o que era, alguns empalideceram e ficaram notoriamente enojados, incomodados a olhar para os restos nos pratos.

Bem, a festa continuou no Regala onde os nossos convidados continuaram a pagar as bebidas, o que não lhes ficou barato pois nós não éramos gente de meias medidas. Nós bebíamos como de costume muito e alguns deles já bebiam para esquecer o que tinham comido.

Passada uma semana ou mais, estávamos a petiscar umas galinhas quando passa o Alferes Esperança. O Caramba diz-lhe:

- Oh meu alferes não vai um bocadinho de galinha?

A resposta o alferes não se fez esperar:

- Porra! Porra! Não quero nada, vocês são capazes de estar a comer abutre.

Pois é foi giro, mas quis repetir. Fiquei com algum sentimento de culpa em relação aos macacos, que não desapareceu, e é talvez uma das coisas, que me arrependo de ter feito.

Um abraço
Juvenal
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 23 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8159: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (16): Que a História não esqueça o que o blogue Luís Graça manteve vivo (Juvenal Amado)

Vd. último poste da série de 1 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8027: Estórias do Juvenal Amado (36): Um domingo de futebol em Galomaro

Guiné 63/74 - P8202: Agenda cultural (117): Programa da Antena 1, "O Amor é...", de Júlio Machado Vaz: O stresse pós-traumático de guerra e as suas implicações na família



Guiné > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (Abril de 1968/Janeiro de 1969) > 1968 > Início da construção do aquartelamento (que seria abandonado em menos de nove meses, depois de 372 ataques e flagelações)> Os homens que fizeram das tripas coração... Os homens-toupeira, os homens de  nervos de aço...Que preço pagaram os combatentes da guerra colonial (ou do ultramar, como quiserem) ? Elevado, em sangue, suor e lágrimas, em mortos, feridos  e em sofrimento físico e psíquico... Há um "inimigo invisível" que alguns deles (10%, dizem os estudos epidemiológicos, 100 mil num milhão de combatentes) continuam a combater, no silêncio das quatro paredes das suas casas, ao fim de 40 e tal anos...


Foto: © Idálio Reis (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.






1. É um dos meus programas de rádio preferidos... O Amor É... (de 2ª a 6ª feira, na Antena 1). Fresco, irreverente, sério, rigoroso, descontraído, bem humorado, profissionalíssimo... Um sucesso em termos de comunicação radiofónica. Um caso sério em termos de longevidade na rádio (Não conheço a versão televisiva, que passa na RTP Norte, continuo de qualquer modo a preferir o modelo radiofónico, ou melhor, gosto mais de ouvir o Júlio Machado Vaz na rádio do que vê-lo e ouvi-lo na televisão).

O amor e a sexualidade nas conversas do Prof. Júlio Machado Vaz:  O Amor É... De segunda a sexta, Júlio Machado Vaz conversa sobre amor e sexualidade com a conhecida jornalista e radialista Inês Meneses. O programa é repetido diariamente, de 2ª a 6ª feira, às 03:40 / 09:20 / 11:20 / 22:20.


Hoje, de manhã, como habitualmente, estava sintonizado na Antena1, enquanto conduzia o meu carro na 2ª Circular, a caminho do local de trabalho,  e tive a sorte de ouvir mais uma das conversas do conhecido sexólogo e psiquiatra do Porto, desta vez sobre "Os traumas de guerra na família" (os transtornos da síndroma pós-traumática, em inglês PTSD, Post Traumatic Stress Disorder)... 


Fiquei logo de ouvido atento e tomei logo boa nota desta emissão, para poder partilhar o seu conteúdo com os amigos e camaradas da Guiné... Podem ouvir aqui os 5 minutos de conversa do Prof Júlio Machado Vaz com a Inês Meneses. (Mais exactamente, 5' 52'').



O sofrimento psíquico ocasionado pela guerra nos antigos combatentes (e suas famílias) continua a ser um tema, senão tabu, pelo menos algo marginal e incómodo, que é difícil abordar em voz alta, na primeira pessoa, em público,... com rigor e com pudor. 


Por exemplo, no nosso blogue  não temos muitos postes sobre o tema... Reconheço que não é fácil falar disto, do nosso sofrimento psíquico,  de maneira descomplexada, aberta, espontânea, frontal ...  Há chagas, invisíveis, que não queremos ou não podemos mostrar aos outros, a começar pelos nossos próprios camaradas... 


Já agora, vejam aqui um conjunto de vídeos com o conteúdo de um programa que passou, há uns anos, na RTPN; e é justo também referir aqui o papel da Associação Apoiar, que desde 1994 tem dado apoio psicossocial, clínico e terapêutico a muitos camaradas nossos.

2. Informação adicional sobre o programa O Amor É...

Género > Reflexão
Ficha técnica:
Realização: Júlio Machado Vaz
Autoria: Júlio Machado Vaz
Com: Júlio Machado Vaz e Inês Meneses

Próximas Exibições: Antena1 > 2011-05-02 | 07:12h
Últimas Exibições: Antena1 > 2011-04-29 | 20:12h

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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8200: Agenda Cultural (117): Início, no próximo dia 6, do ciclo de conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s), organizado pela Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro)


Guiné 63/74 - P8201: As Nossas Mães (15): Carta à Minha Mãe (José Eduardo Oliveira)

1. Mensagem do nosso camarada José Eduardo Oliveira (JERO), ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66, com data de 2 de Maio de 2011.

Meu caro Luís
Apreciei muito o teu desafio que me deu umas boas horas de trabalho. Lembrei-me de uma carta que tinha escrito à minha Mãe em 8 de Dezembro de 1964. Era então no dia de N.S. da Conceição que se comemorava o Dia da Mãe. Foram precisas algumas horas para a encontrar. Depois disso uma longa avaria no computador inviabilizou o seu envio. Julgo que só agora é que vai. Atrasada ou não, publicada ou não, fico com a minha obrigação cumprida. Agradeci à minha querida e saudosa Mãe e correspondi ao pedido do meu amigo Luís Graça.


2. Carta à Minha Mãe

Binta, 8 de Dezembro de 1964

Minha Querida Mãe
Será difícil exprimir-lhe por palavras tudo o que sinto por si.

Cada ano que passa, que significa para mim mais experiência de vida, é gratificante constatar que a minha Querida Mãe continua a ser a personificação da bondade, da perfeição, dum amor filial único e sem par.

E esse sentimento para quem, por circunstâncias diversas da vida, teve que sair cedo do lar paterno (primeiro para trabalhar e depois para cumprir o serviço militar), vai tendo cada vez mais valor e sentido.

Nas circunstâncias actuais da minha vida – que é dura e difícil – mais valorizo a formação que me deu. Sei que todos os dias me escreve, que todos os dias reza por mim. Nas cartas que recebo, além das notícias que me manda, sinto a mensagem de coragem que me transmite com a sua resignação cristã, dando-me forças para superar as dificuldades da separação.

Na numerosa família, que são os militares da minha Companhia, não há segredos e damos conta do que significa para cada um de nós a sua MÃE.

Nos momentos mais difíceis, no perigo, na dor, na doença, todos apelamos a quem nos deu a vida.

Quando o Soldado fala da sua Mãe dá uma entoação diferente às suas palavras, que naturalmente são mais doces, mais ternas. Ele fala da sua "velhota", com muitos dizem, com uma ternura diferente.

É por isso que hoje todos recordam com mais emoção, com mais saudade as suas Mães.

Graças a si, minha Querida Mãe, ao Pai, ao maravilhoso ambiente do nosso lar cristão, posso dizer, com uma ponta de orgulho, que nas horas mais difíceis tenho conseguido sempre honrar o nome que me deram.

Acho que nada poderá dar mais alegria a uma Mãe e a um Pai de ter um filho que os tem sempre presentes.

Tudo o que sou, o melhor que tenho em carácter, em honestidade, em integridade, devo-a à minha Querida Mãe. Tenho por si uma verdadeira adoração.

Pela vida fora tentarei sempre que o seu exemplo possa nortear a minha conduta no meu lar, se Deus permitir que eu o chegue a formar. Procurarei ser tão bom Pai como me acostumei desde menino a ter por perto. Na casa dos meus Pais e Avós.

Recuando no tempo recordo a Mãe em todas as circunstâncias como uma pessoa admirável. Na vida, que não lhe tem sido nada fácil, vejo-a sempre a dedicar mais tempo aos outros do que a si própria. Deus permita que continue assim por muitos anos a tornar felizes todos os que vivem perto de si. Transmita à minha Querida Avó os parabéns por ter dado ao mundo tal filha.

Receba um beijo muito amigo do seu
Filho
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8196: As Nossas Mães (14): O Dia da Mãe (Manuel Maia)

Guiné 63/74 - P8200: Agenda Cultural (117): Início do ciclo de conferências-debate Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s), organizado pela Universidade dos Açores (Carlos Cordeiro) (1): Convite para o dia 6 de Maio de 2011



















1. Mensagem de Carlos Cordeiro, com data de 1 do corrente:


 Caros editores:


Com um abraço daqui do meio do Atlântico, segue a informação para, se acharem conveniente, inserirem na “Agenda Cultural”.


Um agradecimento muito especial ao Luís por me ter concedido autorização para utilizar, no material de divulgação, a belíssima foto de Arlindo Teixeira Roda, retirada do blogue.


Um abraço amigo do
Carlos (C).


Carlos Cordeiro (ex-Fur Mil At Inf – CIC – Angola - 1969-71 -, irmão do malogrado Cap Pára João Cordeiro / Prof Auxiliar com Agregação da UAC / Departamento de  História, Filosofia e Ciências Sociais)



2. Ciclo de conferências-debate intitulado “Os Açores e a Guerra do Ultramar, 1961-1974: história e memórias(s)”,




No próximo dia 6 do corrente, terá início, na Universidade dos Açores, o ciclo de conferências-debate intitulado “Os Açores e Guerra do Ultramar – 1961-1974: história e memórias(s)”, numa organização do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais daquela Universidade.


Esta primeira conferência será proferida pelo Tenente-General Alfredo da Cruz e tem por título “A Força Aérea na Guerra do Ultramar. Experiência de um piloto de combate”.


O Ten-Gen  Pilav Alfredo dos Santos Pereira da Cruz, natural de Alcobaça, foi combatente em Moçambique (1971-1973) como piloto de helicópteros AL III, [, foto à direita, fonte: EMFA, com a devida vénia,]  tendo sido condecorado com a Cruz de Guerra.


 A partir de 1989, foi nomeado para diversas comissões de serviço nos Açores, desempenhando actualmente o cargo de Comandante Operacional dos Açores.


A conferência terá lugar no anfiteatro “C” do Pólo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, com início pelas 17H30 do dia 6 do corrente [, 6ª feira].


Carlos Cordeiro
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Nota do editor:


Último poste da série > 27 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8172: Agenda cultural (116): O documentário de Diana Andringa sobre o Campo de Chão Bom / Tarrafal passa hoje na RTP1, às 23h00: Entre 1962 foram deportados para lá 100 presos políticos guineenses, 60 foram libertados em 1964 e os restantes em 1969

Guiné 63/74 - P8199: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (16): Galinha? Cá tem

1. Mensagem José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 27 de Abril de 2011:

Amigo Vinhal
Junto esta pequena história (Galinha? Cá tem) para incluir nas "Memorias
boas da minha guerra"

Um abraço do
Silva da Cart 1689


Memorias boas da minha guerra (16)

Galinha? Cá tem!

De 29 de Novembro a 13 de Dezembro de 1967, a nossa CART 1689 esteve envolvida na implantação e construção do Destacamento de Gubia, na zona de intervenção de Empada. Depois de um desembarque em LDP’s, ao amanhecer, “à maneira da Normandia” e após a ocupação do local apropriado, iniciaram-se os trabalhos das construções defensivas. Para assegurar esses trabalhos e não só, os Pelotões saíam para patrulhar e emboscar, rendendo-se uns aos outros.


 Quando ocupámos aquele local, apanhámos vários cabritos e muitas galinhas, que eram da população e que fugira ao ouvir o barulho dos motores das lanchas. Desde logo, sempre que determinado Pelotão saía, as suas galinhas estavam à mercê dos outros militares que ficavam no acampamento. E os “pilha-galinhas” só pararam quando, dos respectivos Pelotões “proprietários”, passaram a ficar um ou dois militares (“dispensados por doença”), para guardarem o “galinheiro”.

O Silva com o Darei, em Catió, onde ele ficou. O Una faleceu em Gandembel no dia 19 de Abril de 1968 durante a Op. Bola de Fogo.

Os soldados milícias Darei e Una, que eram do meu Pelotão, quase não falavam entre si, pois, sendo de etnias diferentes, sentiam dificuldades em comunicar. Porém, entendiam-se lindamente.

Estávamos sentados no chão, ao redor de uma fogueira, de lume brando e muito braseiro, enterrada num rego apropriado para se poisarem os espetos dos assados nas beiras de cada lado. Enquanto o Darei, de faca afiadíssima, se entretinha a dar os últimos retoques num espeto de vara verde, o Una saiu sem dar cavaco, aparentando não querer mostrar o seu apetite, provocado pelas “insinuações” do Darei. No entanto, pouco depois, ouve-se:

- Ladrões, filhos da puta. Eu fodo-vos! – gritava alguém lá ao fundo.

Ouvia-se também um restolho enorme de quem vinha a corta-mato e em fuga. Surge a uns 70 metros, o Una a correr, com uma galinha encostada ao peito, ao mesmo tempo que a depenava a uma velocidade incrível.

Logo de seguida, surge o Flausino, sempre a gritar:

- Filhos da puta, ladrões. Já vos apanho.

Ao passar junto de nós, o Una deixa cair a galhinha para as mãos do Darei, que logo lhe enfia o espeto, do cu até ao pescoço e o coloca imediatamente nas brasas. O Flausino aproximou-se em modos ameaçadores.

Olhando para os militares, que estavam em silêncio, a observar a galinha que esgravatava as brasas com as patas e pergunta, meio cansado e embasbacado:

- A galinha?... ga..ga..linha?...ga...aali ..li...li....?

Como ficou estarrecido a olhar também para “o assado” que mexia nas brasas, o Darei, imperturbável, respondeu:

- Galinha, inh’cá tem! ...Ess’é galo!

Silva da CART 1689
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8179: Memórias boas da minha guerra (José Ferreira da Silva) (15): Xelorico, um rapaz sui generis

Guiné 63/74 - P8198: Convívios (322): Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2046, Pel Rec Daimler 2206, Pel Caç Nat 63, e outras subunidades adidas): Coimbra, 21 de Maio de 2011 (António Damas Murta, ex-1º Cabo Cripto, CCAÇ 12, 1969/71)


1. Por lapso, só agora publicamos a notícia que nos foi enviada, em 25 de Fevereiro último,  pelo organizador do 17º Convívio do  Pessoal de Bambadinca, 1968/71 (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Caç Nat 63, Pel Rec Daimler 2268, e outras subunidades adidas):

António José Damas Murta
Estrada da Beira, 384
Alto de S. João 3030-173
Coimbra
Telef 239 713055 / Telemóvel 96 4538201
E-mail: Sofia Damas

 

Amigos:

[CCS / BCAÇ 2852 (1968/70)

CCAÇ 12 (1969/71)
Pel Caç Nat 52 (1968/70)
Pel Caç Nat 54 (1969/70)
Pel Caç Nat 63 (1969/71)
Pel Mort 2106 (1969/70)
Pel Mort 2268 (1970/72)
Pel Rec 2046 (1968/70)
Pel Rec 2206 (1970/71)
CCS / BART 2917 (1970/72)]


Venho opor este meio convidar-vos para o nosso encontro anual  [17ª edição] que decorrerá na cidade de Coimbra,  no próximo 21 de Maio de 2011 (*).

António Murta [Ex-1º Cabo Op Cripto, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71; reformado da Caixa Geral de Depósitos; foto à esquerda].

Programa

10h – Ponto de encontro no Mosteiro de Santa Clara a Nova (Rainha Santa Isabel)
11h – Missa no Mosteiro de Santa Clara a Nova (Rainha Santa Isabel)
13h – Almoço convívio na Quinta da Malhadinha – Cabouco, freguesia de Ceira

Preçário: 40,00 € / pessoa


Crianças 5-10 anos – 15 euros


Confirmação, em princípio,  até 29 de Abril [, e  o mais tardar até 10 de Maio], com cheque ao cuidado de António José Damas Murta, Estrada da Beira, 384, Alto de S. João, 3030-173 Coimbra


Ementa


(i) Entradas


Rissóis – Croquetes
Pasteis de bacalhau
Calamares
Morcela – Negritos
Entremeada
Broa de milho
Sopa lavrador


(ii) Quentes


Bacalhau dourado
Chanfana – prato típico da região de Coimbra


(iii) Sobremesa


Mesa de frutas laminadas
Mesa de doces variados


(iv) Bebidas


Aguas – Sumos
Cerveja – espumante
Vinhos tintos e brancos
Café e digestivo

Como chegar ao local de encontro (Mosteiro de Santa Clara a Nova, Rainha Santa Isabel) e ao restaurante (Quinta da Malhadinha – Cabouco, Ceira) (**)






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Notas do editor

(*) Último convívio: Vd. poste de 23 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6460: Convívios (159): Grande ronco, Óbidos 2010 / Bambadinca 1968/71: CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Rec Daimler 2206, CCS/ BART 2917... (Parte I) (Luís Graça)

(**) Último poste da série > 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8193: Convívios (316): O encontro da CCAÇ 3477 - Gringos de Guileje -, vai decorrer em 28 de Maio 2011, na Ericeira (Abílio Delgado)

Guiné 63/74 - P8197: Resumo da actividade do BCAÇ 3833 (1971/73) (1): CCS - Pelundo (Augusto Silva Santos)



1. Começamos hoje a publicação do resumo dos Factos e Feitos do BCAÇ 3833, enviado pelo nosso camarada Augusto Silva Santos (ex-Fur Mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73, em mensagem do dia 21 de Abril de 2011:
 

Historial/Resumo do que foi a actividade do BCAÇ 3833 (1)

CCS - Pelundo









OBS:- Clicar nas imagens para ampliar
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 10 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7108: Lembrando Vicente Passarinho (Piu), Fur Mil da CCAÇ 3520 (Augusto Silva Santos)

domingo, 1 de maio de 2011

Guiné 63/74 - P8196: As Nossas Mães (14): O Dia da Mãe (Manuel Maia)

1. Mensagem de Manuel Maia (ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74), com data de 1 de Maio de 2011:

Carlos,
Sei que o abuso é grande pedindo que edites estas sextilhas para hoje, mas se houver alguma réstea de possibilidade...
Para cúmulo ainda terás de corrigir.

abraço
manuelmaia


O DIA DA MÃE

Uns chamam-lhe mamã, outros mãezinha,
Tal qual eu próprio o faço ainda à minha
Alguns, sentiram já sua partida...
Octogenárias vivas, linda idade.
P`raquelas de que resta só saudade,
Foi beijo emocionado/despedida...

Agradecer a vida recebida,
a quem nos carregou, enternecida,
É acto elementar que urge fazer...
Gerados, educados com amor,
com medos, sofrimento, muita dor,
p`los p`rigos que uma guerra fez temer...

P`raquelas cujas lágrimas secaram,
nos rostos de mortalha e ficaram,
sem ver os seus meninos outra vez...
Um beijo colectivo sai de nós,
guineus já veteranos, hoje avós,
p`ra minorar a dor desse revês...
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 4 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8046: Blogpoesia (140): Tabancas e Tabanqueiros (Manuel Maia)

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8195: As Nossas Mães (13): Porque hoje é o Dia da Mãe (Albino Silva)

Guiné 63/74 - P8195: As Nossas Mães (13): Porque hoje é o Dia da Mãe (Albino Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva* (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de  1 de Maio de 2011:

Para todas as Mães, em especial para aquelas que estão e visitam a nossa Tabanca.


PORQUE HOJE É DIA DA MÃE

1
Hoje é o Dia da Mãe
E neste dia sim senhor
Vamos dar à nossa Mãe
Mais um pouquinho de amor.

2
Neste dia especial
Para ti ó Mãe Querida
Dou-te beijinhos sem fim
Dou-te toda a minha vida.

3
Ó Mãe que tanto te amo
Tu és tudo para mim
És a flor mais bonita
Que nunca vi em jardim.

4
Todas as flores são puras
Com perfume natural
Mãe és a flor mais pura
Como tu não há igual.

5
Que linda rosa perfeita
Sem espinhos transparente
Minha Mãe és a mais linda
E eu sou a tua semente.

6
Botão aberto em flor
Mãe és para mim tudo isso
O botão mais lindo do mundo
Abres para mim um sorriso.

7
És meiga és carinhosa
E desde a hora que nasci
Aprendi a dizer Mãe
E nunca me esqueço de ti.

8
Não é uma vez por ano
Que nos lembramos de alguém
Pois cada dia que passa
É sempre Dia da Mãe.

9
Mãe meiga, Mãe adorada
Nas horas boas e más
Mesmo que estejas sofrendo
Todo o teu amor me dás.

10
Mesmo que estejas doente
Tentas sempre resistir
E com ternura me olhas
Olhas pra mim a sorrir.

11
Sendo a Mãe pobrezinha
É rica no coração
Ao ver o filho com fome
Ela logo arranja pão.

12
Há tanta frase bonita
Muitos nomes há também
Mas a palavra mais linda
É sempre o nome de Mãe.

13
Ó Mãe me deste à luz
Deste a vida pra viver
Deste amor, deste alegria
Deste todo o meu ser.

14
Ó minha Mãe minha Mãe
Quem me dera ver-te assim
Mesmo sendo tu velhinha
Quero-te sempre pra mim.

15
Sendo assim tão velhinha
O teu coração não gela
Mesmo com rugas no rosto
Ó Mãe tu és a mais bela.

16
E se um dia morreres
Contigo morro também
Não quero ficar sozinho
Leva-me contigo Mãe.

17
De tudo o que temos na vida
Do melhor que a gente tem
Nossa casa está vazia
Se não estiver nossa Mãe.

18
Se hoje te dou beijinhos
Amanhã te dou também
Não só hoje que é teu Dia
Amanhã também és MÃE.

Albino Silva
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 18 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8122: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (6): Que rica é a nossa Tabanca (2) (Albino Silva)

Vd. último poste da série de 1 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8191: As Nossas Mães (12): Sorriso português, de Artur Augusto da Silva (1912-1983)