quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10671: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (7): Mais fotos de Piche e da Ponmte Caium



Foto nº 1 > Piche > Jovens da Mocidade Portuguesa


Foto nº 2 > Piche > Meninas de Piche




Foto nº 3 > Piche > Confraternização

Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina



Foto nº 4 > Ponte Caium >  Três amigos... O Jacinto está de pé, à esquerda...


Foto nº 5 > Ponte Caium > O Jacinto é o da direita


Foto nº 6  > Ponte Caium (?) > O Jacinto,  soldado do 3º Gr Comb


Foto nº 7 > Ponte Caium (?) >  Quarto de hotel de cinco estrelas...



Foto nº 8 > Ponte Caium > 


Foto nº 9 > Ponte Caium (?) > 


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Fotos do álbum de Jacinto Cristina > Uma pequena homenagem do nosso blogue em dia do seu 63º aniversário... Recorde-se que o Cristina, sold at inf,  esteve na Guiné entre Março de 1972 e Junho de 1974; esteve destacado, com o seu Gr Comb,  na famosa Ponte de Caium,  na estrada entre Piche e Buruntuma, cerca de 14 meses (Fevereiro de 1973 / Abril de 1974), onde foi municiador do morteiro 10,7 e padeiro.


Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7579: Álbum fotográfico de Jacinto Cristina, o padeiro da Ponte Caium, 3º Gr Comb da CCAÇ 3546, 1972/74 (6): Evocando a G3...., em dia de aniversário da nossa amiga Cristina ! (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P10670: Agenda cultural (235): Lançamento do livro Dª Berta de Bissau, de José Ceitil, no dia 21, 4ª feira, pelas 18h00, na sede da CPLP, em Lisboa, Rua de São Mamede (ao Caldas), nº 27, com atuação do músico Mamadu Baio, natural de Tabatô (José Ceitil / Hélder Sousa)


1. Mensagem,com data de 10 do corrente, enviada por José Ceitil:



Boa noite, Luís Graça
Junto convite e o pedido de divulgação no seu blogue. Seia um prazer contar com a sua presença.

Cumprimentos, José Ceitil.





Página de rosto do blogue Pensão D. Berta Bissau, criado em 21 de agosto de 2008, por uma das suas "netas", a Mónica Rodrigues:

Cantinho da Avó Berta na Net!... Finalmente um ponto de encontro no ciber espaço para todos os que passaram pela Pensão Central da D. Berta e têm saudades da Avó, da sopa de ostras, da cachupa, das omeletes de camarão e do Alves, é claro!!!!! E que querem divulgar a Pensão Central a outros que vão a Bissau!"... 




Guiné-Bissau > Bissau > Pensão Central, da Dona Berta, uma verdadeira instituição, com direito a foto na Wikipedia, the free encyclopedia... Ver aqui a entrevista que a Dona Berta, aos 80 anos, deu, em Cabo Verde, ao Expresso das Ilhas, em 15/8/2010.

2. Comentário do nosso colaborador permanente, Hélder Sousa, com data de 11 do corrente, a pedido do editor L.G.:


Olá,  Luís:
Estou sempre na esperança de 'ter tempo', mas isto está difícil...

Pois, relativamente à divulgação deste evento, a apresentação/lançamento do "Dª. Berta de Bissau", acho que não ferirá muito a sensibilidade dos que reclamam, com alguma pertinência, é certo, haver recentemente muita divulgação de acontecimentos de carácter cultural que, aparentemente, não estariam no que eles entendem ser o âmbito do Blogue.

Não conheço o conteúdo do livro mas sei que pretende ser a história de vida da Dª. Berta, concomitante da "Pensão Central". O título escolhido de "Dª. Berta de Bissau" parece-me feliz e permite 'visualizar' o conteúdo, marcando-o bem.

Nessa perspectiva considero uma justa iniciativa, bem merecida, já que tanto o estabelecimento como a pessoa que lhe dava, e dá ainda, rosto, estão no imaginário de muitos dos nossos camaradas que 'fizeram a guerra', hospedando-se lá, circulando por lá, fosse em regime mais demorado fosse em alojamento de passagem. 

Já depois da independência é a "Pensão Central" um local incontornável no que respeita ao apoio e identificação de muitos que por foram e estiveram em regime de cooperação.

E ainda hoje assim é. O autor, o meu conterrâneo, amigo e colega de Escola Técnica de Vila Franca de Xira, o José Ceitil, é um homem que gosta de retratar a vida que vê desenvolver-se à sua volta. Tem um outro pequeno livro a que deu o título de "Vidas Simples, Pensamentos Elevados", sendo esse título uma homenagem a um amigo comum, falecido precocemente, Carlos Macieira, que deve ter sido colega de curso em medicina, mais ano menos ano, do Caria Martins, e que a costumava usar com uma outra expressão antecedente: "Luta Dura, Vidas Simples e Pensamentos Elevados", preconizando assim um modo de estar, uma fórmula para 'bem viver'.

O Zé Ceitil, pai da Marta Ceitil que já leva mais tempo de vivência na Guiné do que nós nas nossas comissões, naturalmente que foi visitar a filha à Guiné, várias vezes, para ver 'in loco' como a 'caçulinha' vivia e o que a 'prendia' àquele país, mesmo com todas as dificuldades e perturbações que sabemos e daí a conhecer, estar e aprender com a Dª. Berta foi um passo. Se se acrescentar que a sua sensibilidade o levou a entender a importância da "Pensão Central" e o papel da Dª Berta e o levou a passar ao papel esses sentimentos, somado ao facto de também conseguir 'ver' a Guiné com olhos que não exclusivamente os da desgraça, aguardo com expectativa pelo conteúdo do livro.

Abraço
Hélder Sousa





Mamadu Baio, foto do Facebook

(...) "No estilo afro-mandinga, este músico da Guiné-Bissau, traz a tradição de griots e os instrumentos tradicionais (balafon, kora, djambé, dundumbá, etc.) da sua aldeia Tabatô. Mamadu esteve no Mali a gravar um cd de originais, no estúdio Moffou de Salif Keita, com o seu grupo Super Camarimba. Este conjunto dinâmico de jovens artistas de Tabatô utiliza instrumentos e estilos de dança tradicionais, desenvolve técnicas novas que combinam diferentes influências musicais, promove as tradições “Afro-mandinga” dos seus anciãos em atuações na Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Senegal e Gâmbia. Neste momento Mamadu Baio encontra-se em Lisboa por três meses para se desenvolver musicalmente e conhecer outros artistas com quem possa trocar experiências e promover o trabalho dos Super Camarimba." (...) [Fonte: Lisboa Africana, 12/3/2012].

Recorde-se aqui que o João Graça, membro da nossa Tabanca Grande e da banda musical portuguesa Melech Mechaya (, neste momento em digressão por Cabo Verde e Brasil, no âmbito da 20ª edição do Festival Sete Sois Sete Luas),  conheceu, em finais de 2009, a  mítica Tabatô (que é, na Guiné-Bissau, a tabanca que tem mais músicos por metro quadrado) bem como os Super Camarimba, de que o Mamadu Baio faz parte.

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de novembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

Guiné 63/74 - P10669: Recortes de imprensa (60): A ONG de Pombal, Afectos com Letras, "dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau" (Notícias do Centro / Carlos Pinheiro)


1. "Recorte" enviado pelo nosso camarada Carlos Pinheiro, que vive em Torres Novas, sempre atento ao que sai nos "media", relacionado com o povo  guineense, ou outros assuntos que possam interessar aos amigos e camaradas da Guiné. Reproduzimos aqui esse "recorte", com a devida vénia:



Notícias do Centro > 9/11/2012> Afectos com Letras dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau

A Afectos com Letras, sedeada em Pombal, está a recolher, até ao dia 20, diversos bens e brinquedos, com vista a integrar um novo contentor de ajuda humanitária, destinado à Guiné-Bissau.

Segundo a presidente daquela organização não governamental, Joana Benzinho, o objectivo passa por recolher tudo o que é material didáctico, brinquedos, livros infantis, jogos, arroz, massas ou leite em pó, para que, neste Natal, "faça as delícias das crianças que apoiamos na Guiné-Bissau".

Com três anos de actividade, a presidente um "balanço positivo" até porque "alguns dos nos­sos sonhos concretizaram-se". Porém, Joana Benzinho refere que "falta muito", sobretudo "alguns projectos precisam de bem mais que a nossa vontade e o nosso entusiasmo para avançar", frisa.

A associação dispõe de escola com 125 alunos em Djaló a funcionar com o apoio dos padrinhos do projecto BAOBÁ, "que permitem a estas crianças terem material didáctico, alimentação, acompanhamento médico e professores de qualidade" , diz.

Apoia, ainda, a Creche de Varela com 85 crianças, através do pagamento do salário dos professores, e recentemente deixou no Hospital Nacional Simão Mendes, "centenas e centenas de medicamentos para os doentes carenciados ali internados" como "comprámos alimentos para a cozinha o que permitiu uma refeição diária", refere Joana Benzinho.

Para a presidente da Afectos com Letras, "as seis missões solidária já realizadas nestes três anos tiveram um resultado superior às expectativas", até porque foram levados médicos, psicólogos, nutricionistas e professores, que "ali deram aconselhamento e consulta".

O mais recente projecto é a Biblioteca de Bissau com um fundo documental com mais de 13 mil livros.

"Temos três anos muito ricos em emoções, em experiências, em gratidão e em sorrisos", afirma Joana Benzinho.

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Nota do editor;

Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10400: Recortes de imprensa (59): Mina antipessoal faz uma vítima na tabanca de Buruntuma, 39 anos depois do fim da guerra (Nelson Herbert)

Guiné 63/74 - P10668: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (11): 12.º episódio: Uma experiência como Vagomestre

1. Em mensagem do dia 11 de Novembro de 2012, o nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), enviou-nos mais um episódio da sua campanha no K3, dias que fazem parte dos melhores 40 meses da sua vida. E nós acreditamos.


OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA

12.º episódio - Uma experiência como Vagomestre

Em Abril de 66, julgo eu, e porque o vagomestre iria a Bissau, para consultas médicas, foi-me ordenada colaboração, (conhecida que era a minha fama por muito comer e melhor beber), no sentido de criar outras e melhores alimentações a fornecer aos 150 elementos que constituíam a Companhia, o que não se me afigurava fácil, dada a dificuldade de aquisição da matéria-prima e da diversidade de gostos, quer dos elementos brancos, quer dos colaboradores futas, futa-fulas e felupes.

Aceitei o desafio e com a tesouraria disponível fez-se.

Para já o menu habitual (a tal dobrada) passaria só a ser disponibilizada 5 dias por semana, porque ao Sábado propus-me apresentar um prato novo e fiz o que ficou conhecido por "varrasco à K3". E ao Domingo, "restos à Brás", aliás, prato baseado no bacalhau à dito, só que não havendo este, aproveitava os sobejos do dia anterior, desossavam-se, misturava umas batatitas finas, mais uns ovos e enfim... comia-se e que me lembre nunca sobrou.

A questão principal, punha-se mais, em como e onde arranjar porcos para tanta gente, o que entretanto se resolveu com a preciosa ajuda do condutor do jeep que me acompanhou às compras em Farim. Ele tinha uma lábia fora de série, até falava (inventava) quaisquer dos dialectos, ele até era palhaço de circo na vida civil e facilmente convencia o povo das tabancas dali dos arredores.

Nem sempre, foi assim tão elementar mas lá dava a volta. Na primeira semana tudo correu bem e com 50 pesos comprava um bísaro, mas logo na segunda pôs-se a questão dos inflaccionados preços que nos exigiam. É que aumentaram o produto para o dobro o que significava que, ou passaríamos a comer metade ou voltaríamos à feijoca.

Por proposta que aceitei, foi-me dito claramente:
- Meu furriel, deixe o assunto comigo, hoje faço as compras sozinho, vá cumprimentar os amigos que eu resolvo a dificuldade e vai ver que não nos faltarão provisões porcinas, durante mais uns tempos. Tenho influências aqui na população e resolverei isto a nosso contento, não gastando mais e recebendo a mesma quantidade.

Lá foi... e lá voltou e trouxe a mercadoria em causa e durante mais duas semanas nada faltou, mas o entretanto regressado chefe de cozinha, teve que ir e para manter tão saborosos pitéus teve que ir, dizia eu, até Jumbembem se quis manter o nível acepipalhado de fim de semana, estudado e posto em prática, cá pelo rapaz. Claro que, mais tarde procurei saber como fora possível que o camarada condutor tenha dado a volta aos vendedores e questionei-o. Recusou-se ao princípio mas lá acabou por me revelar a arte posta na negociação e que ele bem sabia que aquisições, como e da forma que as fez, não teriam a minha concordância e daí ter-me procurado manter afastado.

- Então foi assim, confessou: - O que aconteceu é que antes das mercas efectuadas, dei umas voltas, fiz umas manobras de risco, como se em rally andasse, dei umas trancadas, passei por cima dum e ficou-se logo, parti as pernas aos outros dois, de forma que e quando me pediram 100, eu lhes tenha dito: - É pá 100, se estivesse vivo pagava, mas assim já morto e aleijado só dou 50.

(continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10652: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (10): 11.º episódio: Momentos de puro e são divertimento

Guiné 63/74 - P10667: Álbum fotográfico de Leonel Olhero (2): Bula (Fernando Súcio / Leonel Olhero)



1. Segundo de uma série de 4 postes com fotografias enviadas pelo nosso camarada e tertuliano Fernando Súcio (foto à esquerda), ex-Soldado Condutor do Pel Mort 4275, Bula, 1972/74, fotos estas pertencentes ao seu conterrâneo, o outro nosso camarada Leonel Olhero (foto à direita), ex-Fur Mil Cav do Esq Rec 3432 (Panhard), Bula, 1971/73.



João Landim > 1973 > Jangada militar no Rio Mansoa

 Bula > Fortim dos Fulas, estrada de Binar e S. Vicente

 João Landin > À espera da jangada para atravessar o Rio Mansoa

 HM 241 de Bissau, 1973 > Fernando Súcio

Jangada militar atravessa o Rio Mansoa

Bula, 21 de Julho de 1973 > Dia da Cavalaria

Jangada militar

Bula > Tabanca atingida por um míssiel no dia 5 de Maio de 1973

Bula > Ronco Balanta

Bula > Sala de Operações

João Landim > Fernando Súcio e Leonel Olhero

Fotos: © Leonel Olhero (2012). Todos os direitos reservados [Fotos editadas por CV]
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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 12 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10656: Álbum fotográfico de Leonel Olhero (1): Bula (Fernando Súcio)

Guiné 63/74 - P10666: Parabéns a você (495): César Dias, ex-Fur Mil Sap Inf do BCAÇ 2885 (Guiné, 1969/71); Jacinto Cristina, ex-Soldado da CCAÇ 3546 (Guiné, 1972/74) e Maria Arminda Santos, ex-Ten Enf.ª Paraquedista (1961/70)


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 13 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10660: Parabéns a você (494): José Manuel Lopes, ex-Fur Mil da CART 6250 (Guiné, 1972/74)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10665: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (2): Ainda a morte do Lajeosa, o nosso quarteleiro, vítima de tuberculose pulmonar

1. Mensagem, de 5 do corrente, do Ricardo Almeida (ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) , na sequência de diversos comentários  ao seu 1º poste da série (*):

Meus amigos e camaradas tabanqueiros:

Boa noite para todos com o meu abraço solidário e bem assim os meus agradecimentos por aquilo que comentaram a meu respeito, os quais me deixaram muito sensibilizado.

Peço desculpa por ter cometido o lapso de não concretizar os locais por onde andei, no que respeita à minha estadia na Guiné. Infelizmente para mim,  com muita tristeza e mágoa por não ter acompanhado a companhia na totalidade do tempo de serviço na Guiné, devido a uma doença terrível que contraí, uma tuberculose pulmonar, que me ia levando para o outro lado.

Para atestar o acima exposto, relato um poste do camarada Carlos Silva na sua página A Guerra da Guiné, elemento da minha companhia, a CCAÇ 2548, e que versa o seguinte:

O Ricardo, homem da bazuca do terceiro pelotão, teve o azar de contrar uma doença terrível, "tuberculose pulmonar", e por isso foi evacudado por doença, em 13/11/1969, de Farim para o Hopsital Militar de Bissau, em janeiro de 1970, e dali para a Metróplo, para o Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas da Boa Hora, em Lisboa, onde permaneceu algum tempo, sendo internado posteriormente no sanatório do Caramulo.

Durante este seu percurso da sua vida, o Ricardo, com dotes de poeta, quer na caserna quer nas suas saídas para o 'mato', ia escrevendo nos papeis que embrukhavam as rações de combnate e quando nºãio tinha papel escrevia no ponche da proteção das chuvas. Quando tinha vagar, em horas de descanso, passava os seus escritos a limpo, continuando posteriormente a escrever, não permitindo que a morte, que o espreitava a todo o momento, o agarrasse.

Travou uma luta tenaz entre a vida e a morte. Foi sempre escrevendo. Felizmente recuperou da sua doença e, embora com as sequelas que o marcam, está vivo, está entre nós para nos legar o seu testemunho.

Depois da sua recuperação, começou a trabalhar na CUF [, Companhia União Fabrilo,], no departamento de segurança, no controlo de entrada e saída de matérias e produtos.

É deficiente das forças armadas [, DFA,] e actualmente está na situação de refornado pelo regime da segurança social, sem deixar de escrever. Sempre na luta, até que a morte me leve (o leve).
Um alfa bravo, camarada Ricardo, e continua por muitos anos.

Sobre a morte do camarada Lajeosa [, o quarteleiro,] (*) foi evacuado também com a mesma doença que eu. E por condão meu, foi com muito afecto e também muita tristeza que o vi partir, como descrevo em outros locais.

Atesto que se encontra sepultado no cemitério de Lajeosa do Dão [, concelho de Tondela,] ao qual me desloquei um para lhe prestar a minha homenagem e gratidão, fazendo por ele o meu luto. Por todos os que por lá ficaram para sempre, [aqui ficam] estas lágrimas que derramo. Ainda o meu coração não descansa sem que lhe seja prestada homenagem, e também gratidão da República Portuguesa pelos  sacrifícios que nós, miúdos com 20 anos,  por lá passamos.

Com um abraço sentido de solidariedade para todos vós.

Ricardo Marques de Almeida

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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10619: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (1): A morte do quarteleiro

Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

1. Mensagem do nosso camarada Pedro Lauret, capitão de mar e guerra reformado (*)


Data: 12 de Novembro de 2012 11:48

Assunto: Série "Guerra" de Joaquim Furtado


Caro Luís Graça,


Venho chamar-te a atenção, uma vez que presumo que tenha interesse para o blogue, que o programa "A Guerra",  de Joaquim Furtado, que está a passar na RTP 1, às 4.ª feiras a partir das 22:30, vai ser dedicado nos próximos quatro episódios - a partir do próximo dia 14 - aos acontecimentos da Guiné passados em Maio e Junho de 1973, em Guidaje, Guileje e Gadamael. (**)

Abraço

Pedro Lauret

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Notas do editor:

(*) Legenda da foto acima, à direita:

Guiné > Região de Tombali > Rio Cacine > 1971 ou 1972 > A LFG Orion é (ou era, uma vez que já não existe) como a Nau Catrineta: tem (tinha) “muito que contar”, do Cacheu a Cacine, passando por Conacri… Dois camaradas nossos, o Manuel Lema Santos (como 2º Ten RN, e o Pedro Lauret (como 2º Ten) foram seus Imediatos embora em épocas diferentes  (1966/69 e 1971/73, respetivamente)…  Nesta foto vemos o actual comandante reformado, Pedro Lauret, em 1971 ou 1972, então oficial imediato do NRP Orion (1971/73), na ponta do navio, a navegar no Rio Cacine, tendo a seu lado o comandante Rita, com quem ele faria a primeira metade da sua comissão na Guiné. "Um grande homem, um grande comandante" (PL)…

O 1º Ten José Manuel Baptista Coelho Rita foi comandante do NRP [, Navio da República Portugesa,] Orion, de 7/12/1970 a 15/10/1972, tendo substituído o 1º Ten Alberto Augusto Faria dos Santos (que comandou a Orion, de 6/12/1968 a 7/12/1970) (Fonte: Wikipédia > NRP Oríon).

(**) Último poste da série > 9 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10642: Agenda cultural (233): Cabo Verde, ilha de Santiago: 20 º Festival Sete Sois Sete Luas, sábado e domingo, na mítica Cidade Velha de Santiado, património mundial da humanidade

Guiné 63/74 - P10663: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (11): População civil da região de Tombali


Foto nº 71


Foto nº 74


Foto nº 75


Foto nº 76


Foto nº 77


Foto nº 83


Guiné > Região de Tombali > s/l > c. 1969/70 > Últimas  fotos do álbum do Armindo Batata, ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 51 que esteve em Guileje (desde janeiro de 1969) e depois em Cufar (1970, provavelmente, cerca de 9 meses). Em Dezembro 1969/Janeiro 1970 estava em Cacine, vindo de Gadamael, em LDM, "em trânsito para Cufar". Ficaram "uns dias em Cacine", antes de prosseguirem viagem, também em LDM, para Catió. (*) 

Estas fotos fazem parte de um lote de largas dezenas, cedidas pelo Armindo Batata ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje. Não tinham legendas, estando distribuídas por 4 grupos: (i) Guleje, (ii) Cacine (Dez 69); (iii) Cufar e (iv) Outros locais. As fotos que hoje reproduzimos, pertencem a este último grupo, e retratam população civil.  Aguardamos que o fotógrafo nos ajude a legendá-las. As fotos nº 71, 74 e 75 podem estar relacionadas com a festa do "fanado" feminino... Em princípio, terão sido tiradas em Guileje ou Cufar, as duas localidades onde o fotógrafo passou mais tempo

Fotos: © Armindo Batata (2007) / AD - Acção para o Desenvolvimento. Todos os direitos reservados [Fotos editadas por L.G.]

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P10662: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (58): Bula - Pré-peluda

 


1. Em mensagem do dia 10 de Novembro de 2012, o nosso camarada Luís Faria (ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2791, Bula e Teixeira Pinto, 1970/72) enviou-nos mais este episódio para a sua série.
 




Viagem à volta das minhas memórias (58)

Bula – Pré-peluda

Surpresa

Perguntava-me o José Dinis sobre Bubaque, em comentário ao meu “poste” anterior…

Terminados os “festejos” pelo final do trabalho de “mineiro” e recuperado dos seus efeitos, começava a ser hora de iniciar a preparação para a entrada na pré-peluda, ou seja abalançar-me para uns diazitos na sonhada e ansiada Bubaque, o que envolveria alguns trâmites de ordem burocrática e logística, a começar pela efectiva autorização superior e respectiva guia de marcha (?) assim como a procura e espera de transporte. Tudo isto levaria talvez dois ou três dias, com sorte.

Estando já no Cumeré a “FORÇA”, incluso creio o pessoal administrativo, já não recordo a quem me reportava, se ao Comando antigo, se ao novo, se a alguma das Companhias que nos foram substituir. Não sei.

Sei é que nos entretantos e sem que minimamente estivesse a contar, me incumbiram de um novo trabalho que me fez ficar ”puto da vida”. Demonstrar o meu desagrado protestando em nada resultou !!! Ordens… eram para ser cumpridas! Tinha é que interiorizar a situação, mentalizar-me e na hora não deixar que qualquer sentimento de revolta afectasse a concentração no trabalho a desenvolver.

Qual o mancomunado trabalho? Um “convite”, ao que recordo em exclusividade à minha pessoa, para levantar um campo de minas, relativamente pequeno é certo, lá para as bandas esquerdas de S. Vicente, nas bordagens de uma bolanha.

Era certo, lá se me iria a ante-gozada “pré-peluda” pelo cano abaixo. Ordens… eram ordens e estas vinham de cima. Porquê a mim? À altura apeteceu-me mandar tudo “p´ro car… ” e fugir… achei injusto, na minha óptica era injusto.

Assim, no dia e hora aprazados, vestido e calçado para o efeito e munido com a “ferramenta” habitual monto-me na viatura juntamente com a rapaziada da segurança comandada pelo então Cap. Salgueiro Maia.

Chegado e referenciado o campo, surpresa… era quase só lama e água!!!

Comecei a sentir a vida a andar para trás… logo nos primeiros lançamentos… a pica nada detectou na localização assinalada nem nas proximidades. Reconfirmadas as referências e diversificadas as experiências… manteve-se a situação. De repente, talvez a um passo ao lado do pé avisto uma e na proximidade… uma outra… plásticas, digamos a boiar, completamente deslocalizadas, que lá não estavam!!! A movimentação dos pés tê-las-iam feito deslocar? Assim sendo quereria dizer que mesmo picando centímetro a centímetro estava sujeito a pisar uma vadia.

Não, não ia “entrar numa fria”. Senti que não havia a mais pequena hipótese com e naquelas condições de levar a bom termo a empreitada, pelo que não estava nada disposto a arriscar na sorte e só na sorte.

Não, nem pensar, decidi. Já havia tido que bastasse.

Chamado o Capitão… mostro-lhe as “boiadoras” - que acabei por neutralizar - e o estado em que está o campo. Esclareço-o (como se fosse necessário?!) da periculosidade e exemplifico-lhe a quase impossibilidade da detecção que só por sorte, muita sorte mesmo, seria possível sem que houvesse um acidente.

Procura dar-me ânimo e incentivar-me ao levantamento. Para além do já explicado e demonstrado, refiro-lhe o estar a poucos dias de embarcar, ao que responde com um incisivo (do género) ”tem que ser feito”, que não me agradou nada, mesmo nada.

Já decidido pelo não, ao sair-me um agressivo (quase sic), “então levante-as o meu Capitão”, vi-me de imediato com uma porrada e a prolongar a comissão num qualquer “burako” do território. ”Fod…” devia ter sido diplomático… ou fingir que torcia um pé… ou um jeito nas costas… mas o que já tinha saído, ficava… paciência, assumiria as consequências como me tinham ensinado e desde miúdo cumpria.

Se bem recordo ficou a olhar para mim surpreso e bastante “chateado”, mas não tenho ideia de quaisquer mais palavras agressivas ou ameaças… estou em crer que nada disso houve. Fiquei à espera e a mentalizar-me para a “pancada”, coisa mais que natural por ter virado costas e me ter recusado a uma ordem directa, ainda para mais vinda de “cima”.

Bem, mas como havia aqueles meus pensamentos secretos (meter o xico)… não iria ter que me esforçar a decidir, já que após o que se passara, na certa ficaria decidido por “inerência”.

Daí a uns poucos dias e sem ter vislumbrado Bubaque, estava no Cumeré sem que tenha tido conhecimento de qualquer evolução sobre o acontecido, não sei porque… talvez pelas consciências terem trabalhado… apontando a clarividência.

Julgo que três dias depois e com uma ida a Bissau pelo meio, estaria a embarcar no “Boeing” dos TAM juntamente com a Rapaziada, rumo à PELUDA.

E José Dinis, assim foi a tal pré-peluda. BUBAQUE… nem por um canudo… só um sonho relaxante e lindo!

Luís Faria
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 18 de Outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10544: Viagem à volta das minhas memórias (Luís Faria) (57): Bula - A guerra das minas (7): Bula - Minas, fim do suplício

Guiné 63/74 - P10661: Do Ninho D'Águia até África (26): Raízes de agricultor (Tony Borié)

1. Vigésimo sexto episódio da narrativa "Do Ninho de D'Águia até África", de autoria do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), iniciada no Poste P10177:


Do Ninho D'Águia até África (26)

Raízes de agricultor

A época das chuvas, já lá vai, e com ela foram quase quatro meses. Durante este espaço de tempo, o Cifra cumpriu as suas tarefas com normalidade. Só fez uma viajem de fim de mês, circulando, sempre em zonas de acção, mas não teve contacto com alguma situação que envolvesse conflito. No aquartelamento, a sua vida é quase de rotina. Uma, duas, e até três vezes por mês, são flagelados, durante a noite por granadas de morteiro, seguidas de rajadas de metralhadoras e tiros esporádicos de outra arma, talvez pistola. Isto acontece, principalmente, quando chegam tropas novas ao aquartelamento. Já consideram isto uma rotina, umas vezes, são avisados de possível ataque, outras não.

 Em primeiro plano Iafane, o barqueiro. De pé o Cifra

O Iafane, o “Barqueiro”, foto acima, sentado na sua canoa, olhando para o Cifra, (mais para a frente contaremos a sua história), muitas vezes dizia ao Cifra, nos momentos em que passam juntos, na sua pequena casa coberta de colmo, onde guardava os remos e outros utensílios, junta à ponte do rio, enquanto ele estava entretido, com um cigarro na boca, sem nunca o tirar, até ser consumido totalmente, na construção da sua nova canoa, e o Cifra, fumando e abrigando-se do sol tórrido:
- Cifra, pessoal mau, anda na zona.

E o Cifra, questiona:
- Como sabes.

E ele responde, mais ou menos assim:
- Tu saber, que eu sei, e digo a ti, porque tu és meu irmão, e cala-te, se militar no quartel, sabe que eu sei, estou morrido.

Isso era verdade. O Cifra sabia e o Iafane dizia isto ao Cifra, porque confiava nele e sabia do envolvimento do Cifra com as duas raparigas, que afinal eram guerrilheiras, suas vizinhas quando viviam com a família, na tal aldeia, próximo do aquartelamento, numa morança próximo da sua.

Mas continuando, quando acontece um ataque ao aquartelamento, fogem imediatamente para os abrigos, pois neste momento existe uma boa protecção em abrigos subterrâneos, que não são mais do que valas abertas no solo, da altura de um homem, cobertas com troncos de árvores, geralmente palmeiras, depois cobertos com um bom metro de terra. Há o inconveniente, de por vezes se encherem de água, que depois seca, ou se tira com um balde. À volta do aquartelamento, do lado das matas, em alguns locais, existe uma barreira de terra, afastada mais ou menos dois metros do arame farpado, com cerca de um metro de altura. Dá uma certa segurança. Se as primeiras granadas, não acertam no alvo, passado um minuto, já o pessoal está nos abrigos a proteger-se.

Durante estes ataques, e quando os rebentamentos começam a ser menos frequentes, sai uma companhia de intervenção, ou o pelotão de morteiros, tentando bater a zona, até onde sendo possível, não indo além de uma distância de duzentos a trezentos metros, talvez menos. Não sabem, talvez por sorte, ou uma certa experiência de protecção, não houve feridos ou mortes, além de uma reparação, aqui ou ali, em alguns locais, que foram atingidos pelos rebentamentos. Há uma área, no aquartelamento, que foi flagelada por granadas, que nunca se reparou. É para exemplo, de tropas novas, quando chegam ao aquartelamento.


O Cifra, nas horas em que não tem mesmo nada que fazer, trata de uma pequena plantação de couves e alfaces, que iniciou, próximo dos tais três furos de água quente, muito quente, a cheirar a enxofre, ou coisa parecida, que havia ao sul do aquartelamento. No solo, de cor preto/vermelho, largou a semente, que cobriu com um pouco de terra. Passadas umas semanas, já os vegetais cresciam. Era só regar de vez em quando.

Na altura em que a água tinha contacto com o solo, podia ver-se as alfaces a crescer, a desabrochar, como se fosse um ser vivo. Que espectáculo. Os vegetais eram consumidos no aquartelamento.

O Curvas, alto e refilão, passava muitas horas ao redor desta plantação, fez uma vedação, com paus, em seu redor, e não deixava que ninguém se aproximasse, ou tocasse nos vegetais, e dizia, na linguagem que todos lhe conheciam:
- Até que enfim que vi o Cifra fazer qualquer coisa neste aquartelamento, deviam de pôr essa “tropa fandanga”, que são os cifras, e todos esses, que estão metidos nos gabinetes, a cavar terra, pois assim já podiam dizer que trabalham, porra.

Era assim o homem.

(Texto, ilustrações e fotos: © Tony Borié (2012). Direitos reservados) 
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 10 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10646: Do Ninho D'Águia até África (25): O comboio das seis e meia (Tony Borié)

Guiné 63/74 - P10660: Parabéns a você (494): José Manuel Lopes, ex-Fur Mil da CART 6250 (Guiné, 1972/74)

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 11 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10651: Parabéns a você (493): Jorge Araújo, ex-Fur Mil Op Esp da CART 3494 (Guiné, 1972/74)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10659: O nosso livro de visitas (152): João Meneses, 2º ten FZE RA, DFE 21, gravemente ferido na península do Cubisseco, em 27/9/1972


Página do blogue Reserva Naval, do nosso camarada Manuel Lema Santos, "aberto  a antigos Oficiais da Reserva Naval na publicação de documentos, relatos, imagens e comentários. Um meio de comunicação e participação na divulgação do legado histórico da Reserva Naval da Marinha de Guerra"... No poste de 7 de maio de 2012, 


1. Mensagem do nosso leitor (e camarada) João Saldanha Meneses:

Data: 3 de Novembro de 2012 17:33

Assunto: Tabanca Blog

Exmo Sr. Luis Graça

Começo por me apresentar (*):


João Meneses: 2º Ten FZE RA, oficial do Destacamento de Fuzileiros Especiais 21, na Guiné, no ano de 1972, tendo sido ferido em combate na provincia do Cubisseco [, a sudoeste de Empada, vd.carta de Catió,] em 27 de Setembro desse ano  (**), e tendo passado à situação de DFA [, Deficiente das Forças Armadas,] em consequência dos ferimentos então recebidos.

Posto isto:

Gostaria de fazer parte deste Blog, onde poderei eventualmente participar. Caso tal venha a suceder, e como nada acontece ser escrito sem uma visão própria dos factos, aceitando e respeitando todos, não deixarei de o transmitir

Qual a forma de o fazer?

Com os meus agradecimentos.

João Meneses

2. Comentário de Carlos Vinhal:

Caro camarada João Meneses

À boa maneira do nosso Blogue, permite-me o tratamento (mútuo) por tu. Em nome do Editor Luís Graça estou a agradecer o teu contacto e a dizer-te que será uma honra ter-te como tertuliano do nosso Blogue, mais conhecido por Tabanca Grande.

Infelizmente a Marinha é a Arma menos representada na tertúlia pelo que a tua "entrada" é uma mais-valia.

Isto funciona assim: envias-nos uma foto do teu tempo de Fuzileiro e outra actual (digitalizadas) em formato JPG, tipo passe de preferência, ou em alternativa outros formatos a partir dos quais os "nossos serviços técnicos" (eu) possam fazer as fotos da praxe para encimar os teus artigos a publicar.


Sabemos de ti o essencial, posto e unidade, falta a data de ida e regresso para a Guiné. Se quiseres, poderás na tua apresentação contar como, quando e onde foste ferido, se continuaste a carreira militar, qual o teu posto actual ou de passagem à reserva/reforma, etc.

A ideia é fazer um poste de apresentação à tertúlia com estes elementos mais básicos ou outros que queiras acrescentar. A partir daí, poderás enviar as tuas memórias escritas ou em imagem para serem publicadas. A maioria dos depoimentos escritos, e fotos, pertencem à malta do Exército, havendo ainda uma sensível colaboração da Força Aérea. Da Marinha, militaram por cá os Comandantes Manuel Lema Santos e Pedro Lauret, 2.º Ten José Macedo, Marinheiro Manuel Henrique Q. Pinho, e julgo que é tudo quanto aos valorosos camaradas da Armada.


No lado esquerdo da nossa páginas poderás encontrar as nossas regras e objectivos do Blogue, nada de transcendente, apenas normas de bom convívio, respeito pela diferença de opinião, etc.

Fico a aguardar o teu próximo contacto.

Até lá deixo-te um abraço em nome dos editores (Luís Graça, Eduardo Magalhães e Carlos Vinhal) e da tertúlia em geral.

Fico ao teu dispor para qualquer esclarecimento adicional.

O teu camarada,
Carlos Vinhal
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 12 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10654: O nosso livro de visitas (151): José Lino Oliveira, ex-fur mil, CCS/BCAÇ 4612/74 (Cumeré, Mansoa, Brá, 1974)

(**)  Excerto do blogue Reserva Naval, poste de 7 de maio de 2012:

(...9 Entretanto, a situação no sul da Província tornava-se alvo de preocupação do Comando-Chefe, pois a actividade inimiga na área aumentara à medida que o esforço de guerra se deslocava para a fronteira norte. Em Julho de 1972 (Directiva 10/72 do Comando-Chefe) são atribuídos ao CDMG dois DFE’s para assalto e conquista da parte sul da península do Cubisseco. Esta seria uma tarefa típica de forças terrestres cuja finalidade primordial consistia em recuperar psicologicamente a população. É assim que a instrução de operações emanada pela Comando de Defesa Marítima da Guiné em 21 de Julho determina:

Âmbito da manobra militar socio-económica determinada instalação permanência forças região Cubisseco objectivo primordial recuperação psicológica POP (populações) permita construção próxima época seca reordenamento área. Ocupar tabanca região Cubisseco estabelecendo uma posição da qual possam ser conduzidas acções a fim de aniquilar IN exercendo interna acção psicológica sobre POP/IN com vista à sua recuperação e desequilíbrio de forças.

(...) Para esse efeito foi constituída a CTG5 e, a 24 de Julho, é lançada uma grande operação que se iria arrastar por quatro meses e meio com a finalidade de implantar, numa zona controlada pelo inimigo, uma base de onde seriam desencadeadas operações em todo o Cubisseco de Baixo e Pobreza. Era a Operação “Verga Latina”, onde se encontraram empenhados os dois Destacamentos de Fuzileiros Especiais Africanos.

O DFE 21, transportado pela LFG “Hidra”, desembarcou às 07:30 na Ponta Nalu, e o DFE 22 que se encontrava a bordo da LDG “Bombarda”, desembarcou às 06:30 junto às tabancas de Mansabá, reunindo-se os dois destacamentos no dia seguinte próximo da Tabanca Nova, onde foi montado estacionamento; continuando no local com trabalhos de desmatação e instalação, montaram de maneira expedita um aquartelamento que passou a ser designado por “Tabanca Nova da Armada”.

Enquanto os Destacamentos Africanos se encontravam no Cubisseco entregues à Operação “Verga Latina”, os três DFE’s metropolitanos mantinham-se em patrulhas e emboscadas ao rio Cacheu e seus afluentes, sendo que um em Vila Cacheu e os outros dois em Ganturé.

(...) Em Agosto já o inimigo entendera que a intenção da Marinha era permanecer no Cubisseco, pelo que passaram a ser aguardados fortes ataques à Tabanca Nova da Armada. Havia então necessidade de se preparar a defesa, pelo que se cavaram trincheiras com valas e foram montados redutos de armas pesadas:  um com dois morteiros 120 mm; um com cinco morteiros 81 mm; um com três morteiros 81 mm; outro com dois morteiros 81 mm e um de 60 mm, possuindo mesmo um canhão sem recuo 7.5 capturado ao inimigo.

(...) A 26 de Agosto o estacionamento foi flagelado pela primeira vez em ataques que se repetiriam, com maior ou menor violência, por seis vezes durante o mês de Setembro, mantendo-se os dois Destacamentos em intensa actividade na área, com excelentes resultados.

No dia 27 de Setembro, durante uma acção no Cauto, por heliassalto, o DFE21 entra de novo em combate, ficando gravemente ferido o STEN FZE RN Carvalho Meneses, recém-chegado à Província.

Embora com meios cada vez mais sofisticados, o inimigo continua a adoptar a táctica pura de guerrilha.

«Pareceu-me que o IN não se encontra em força na área. Conhecedor do terreno, sabe escolher os sítios onde pode fazer emboscadas com certo êxito e com elevada margem de segurança. Utiliza grupos pequenos para poder estar em vários lados ao mesmo tempo, cobrindo assim a quase totalidade da área. Mostram-se aguerridos mas cautelosos, pois ao mínimo movimento para manobra cortam o contacto e fogem.»

DFE21, Operação “Verga Latina”, SET72

«Após flagelação a aquartelamento, as nossas tropas (NT) detectaram 9 munições de lança-granadas (LG 8.9) metidas dentro dos respectivos tubos, os quais estavam enterrados até metade e com uma inclinação de 45º na direcção do aquartelamento. Os fios de ignição estavam ligados em paralelo para um possível disparo em simultâneo.»

I.O.M.G. n.º 9/72


(...) Durante o mês de Outubro os dois Destacamentos Africanos que integravam a TG5 continuavam empenhados na Operação “Verga Latina”, acantonados na Tabanca Nova da Armada, durante ess período flagelada por quatro vezes, enquanto os DFE’s metropolitanos se mantinham em acção na fronteira norte, entregues a nomadizações, patrulhas e emboscadas terrestres ou aquáticas, no rio Cacheu e afluentes.

«Pelas 08:50 um grupo de assalto com elementos dos dois Destacamentos desembarcou [...], regressando ao estacionamento onde chegou pelas 18:15, tendo capturado uma espingarda Mauser, munições diversas, material diverso, três homens, onze mulheres e nove crianças. Pelas 18:20 foi este flagelado com fogo de morteiro 82 mm e canhão sem recuo, sem consequências».

Durante o mês de Novembro, o estacionamento de Tabanca Nova da Armada foi flagelado por onze vezes, algumas mesmo junto ao “arame” (perímetro defensivo), permanecendo os DFE’s 21 e 22 naquele estacionamento de onde efectuavam permanentemente patrulhamentos ofensivos na área.

Porém, foi entendido pelo Comando de Defesa Marítima da Guiné que os objectivos que presidiam ao lançamento da Operação “Verga Latina”, que consistiam em “recuperar psicologicamente a população do Cubisseco”, não surtiam os efeitos desejados, já que a pouco numerosa população que vivia na área se encontrava perfeitamente enquadrada e mentalizada pelo inimigo. Foi por isso decidido retirar os dois Destacamentos, dasactivando o aquartelamento. (...)



(...) Comentário de 24/10/2012: 

João Saldanha Meneses disse...

Carlos Alberto Encarnação disse: "...a sua discordância já que ao local escolhido as LDM´s só podiam aceder durante cerca de uma hora no estofo da maré e, por outro lado,  qualquer operação originada naquele local obrigava a passar por uma estreita faixa de terra, sem qualquer protecção , o que permitia às forças do PAIGC conhecer todo e qualquer movimento efectuado, no dizer de um dos oficiais fuzileiros que ali estiveram bastava ao PAIGC ter um polícia sinaleiro instalado no terreno para conhecer os movimentos dos fuzileiros".

Estes comentários foram contrariados pelo CDMG com a seguinte máxima "A minha experiência diz-me que estão errados". A pretensão formulada quanto ao tipo de experiência a que era feita referência não logrou qualquer resposta e foi, mais tarde, considerada provocação. Acrescente-se que os dois oficiais que levantaram dúvidas sobre a correcção da escolha daquele local eram dos presentes aqueles que maior experiência e tempo de permanência na Guiné tinham...."

Concordo totalmente sobre a errada localização da "Tabanca Nova da Armada"  que, como foi dito, estava localizada numa zona isolada por tarrafo ligada ao restante território por uma garganta estreitíssima, fácil de controlar, como se verificou na prática. Acrescento que nos foi dada, para além da missão militar, a missão "psico" de aproximação à população. Esta última missão não se acertava com as actuações e espírito de combate de uma unidade de elite, além de que éramos colocados principalmente em zonas de ataque puro.

Quanto à LFG, (era sim uma LFP) que afirma ter sido afundada, tal não corresponde à verdade pois era uma LFP abatida que foi para ali enviada a pedido, para lhe ser retirado o canhão, que iria servir de defesa (e serviu) ao acampamento.

Não foi, também como foi dito, um  "fiasco". Não serviu a totalidade das suas intenções (psico), mas fez o que lhe foi ordenado, de forma impecável, criando um clima de insegurança ao IN numa zona considerava como controlada. Eramos uma unidade a que o IN tinha muito "respeito", pelas informações que eram difundidas pela rádio confirmado por documentos capturados.  (...)

Guiné 63/74 - P10658: O nosso livro de estilo (8): Em louvor da 38ª CCmds (Luís Graça / Eduardo Magalhães Ribeiro / António Graça de Abreu)

1. Há dias escrevia, em comentário, um dos nossos estimados leitores (e, por sinal, camarada, ex-oficial pará, com comissões nos três teatros de operações da dita guerra do ultramar de meados do século passado), que "Jaime Neves nunca esteve na Guiné" (sic), pelo que era descabido, no seu entender, a inserção do poste P10641 (*), anunciando a sessão de lançamento do livro Jaime Neves, da autoria de Rui de Azevedo Teixeira, no próximo dia 25 de Novembro de 2012, em Lisboa. A crítica ia mais longe, denunciando que "este blog é uma plataforma de promoção de realizações de índole comercial e que nada têm a ver com o seu leit-motiv declarado - a guerra da Guiné" (sic).

Conheço mal o CV [, curriculum vitae,]  de Jaime Neves, mesmo assim o suficiente para saber que nunca esteve na Guiné, pelo menos como militar, não tendo por isso  bebido a água do Geba, do Cacheu, do Corubal ou do Cacine, um dos requisitos  indispensáveis para integrar a nossa Tabanca Grande como "camarada da Guiné".  Passou pelo TO de Angola e Moçambique, esteve no 25 de abril  de 1974 e no 25 de novembro de 1975.  Isso não me impede de dar notícia, sem qualquer intuito propagandístico e muito menos comercial, do lançamento de um livro, com a sua biografia, independentemente da qualidade do livro e do seu autor. Afinal, o biografado  não é um militar qualquer.  Por outro lado, um dos apresentadores do livro é Ramalho Eanes, um outro oficial do exército que, esse sim, esteve connosco na Guiné (1969/71). 

Sei que o hoje major general na reforma Jaime Neves tem, na nossa Tabanca Grande,  gente que esteve com ele, nomeadamente no Regimento de Comandos da Amadora, e e no 25 de novembro de 1975. Estou a pensar nomeadamente nos nossos camaradas Amílcar Mendes (ex-1º Cabo Comando da 38ª CCmds, Os Leopardos,  Brá, 1972/74) e o Mário Dias (sargento comando e instrutor dos comandos da Guiné de 1964/66)... São dois camaradas e dois bons amigos, membros da nossa Tabanca Grande, de longa data.

Para mim, isso era motivo mais do que suficiente para dar notícia do evento na nossa série "Agenda Cultural". Não cultivamos ódios de estimação, qualquer que seja a sua razão (pessoal, étnica, profissional, política, ideológica ou outra). Não queremos nem alimentamos polémicas, muito menos entre antigos camaradas da "tropa especial".  E se cito aqui este caso, é apenas para sublinhar que as decisões (de inclusão ou de exclusão) dos meus co-editores têm sempre o meu aval. Confio neles, dando-lhes liberdade e responsabilidade. E, de resto, este blogue não seria o que é hoje (em termos de longevidade e relativa popularidade)  sem o seu valioso contributo, empenho e competência. Dizer que o blogue tem, velada ou descaradamente, objetivos comerciais, políticos ou ideológicos, isso é que eu não admito, porque não corresponde à verdade.

Sublinhe-se todavia que o nosso blogue está longe de ser equidistante, imparcial, justo, objetivo,  usando sempre o mesmo peso e a mesma medida... Só para dar um exemplo:  a 38ª CCmds tem já cerca de 6 dezenas de referências no nosso blogue; a 35ª CCmds, por exemplo,  não chega a meia dúzia...  Como explicar a diferença ? A razão é simples: há muito mais gente, aqui,  a escrever sobre a 38ª CCmds... E outras unidades e subunidades que passaram pelo TO da Guiné nem sequer têm aqui a mais pequena referência... E, no entanto, estamos sempre abertos às notícias que nos chegam (, incluindo sessões de lançamento de livros e outros eventos culturais), e publicamos tudo ou quase tudo que possa interessar aos camaradas que prestaram serviço militar no período, grosso modo, que vai de 1961 a 1974.

2. E a propósito fui aos cadernos do nosso coeditor, Eduardo Magalhães Ribeiro, ex-furriel miliciano de operações especiais, da CCS do BCAÇ 4612/74 (que esteve em Mansoa por escassos dias, cabendo-lhe a honra de arriar a nossa bandeira em 9 de Setembro de 1974, por ocasião da transferência de soberania do território para o PAIGC),  justamente para ir "respescar" uns versos em que se faz o elogio da amizade e camaradagem da malta da 38ª CCmds, que ele conheceu já no pós 25 de abril (*)... São, de resto, valores que queremos cultivar aqui, entre ex-combatentes do TO da Guiné de todas as  épocas, armas e especialidades (*):

Um Comando da 38ª

Era a minha sombra nas deslocações a Bissau
O meu guarda-costas preferido!... O número um!
Eu conhecia-o bem e sabia!... Que se necessário...
Dava a vida pelo amigo!... Como mais nenhum!


Na longínqua e bela Guiné,
Mais do qu’em qualquer outro lugar,
Encontrar um conterrâneo
Era o rei dos motivos p’ra festejar.

Para nós... do Porto e Lisboa,
Como éramos a maioria,
Amíude os encontros se davam
Sempre com renovada alegria.

Quando chegamos a Mansoa
Na recepção a nós, os periquitos,
Alguns velhinhos perguntavam
No meio daqueles pios esquisitos:

- Quais são os periquitos do Porto?…
Duas coisas tendes que fazer:
Pagar uma bebedeira mestra
E contar as novidades... que houver!

Fomos então p’rá cantina beber
E conversar, entusiasmados;
Nós, do Porto... do presente... de Abril
Eles... dos momentos ali passados.

Dias depois estes partiram,
O seu tempo de guerra... findara,
Foram estes os primeiros amigos
Com que a Guiné me brindara.

Um dia o Comandante disse-me:
- O vagomestre está muito doente,
Você vai substitui-lo como souber...
Vai alimentar toda esta gente.

Se mais proveito não lhe fizer,
Vai muitas vezes a Bissau… passear;
É um privilégio raríssimo,
Espero que não vá regatear!

Eu... um Operações Especiais?
Ouço, obedeço e não discuto!
Serei o Rei do desenrascanço?
Se calhar!... avancei, pois, resoluto!

No dia seguinte, surgiram-me ali,
Num jipe, três Comando, sedentos
Da 38ª Companhia,
Risonhos, amigáveis e... barulhentos.

Eram do Regimento de Comandos,
Sito na estrada p’ra Bissau, em Brá,
A cerca de sessenta quilómetros,
Que me convidaram a visitá-los… lá.

Mas entre eles estava um Cabo,
De seu nome Moreira Barbosa,
Que ao saber qu’eramos patrícios.
Exigiu comemoração honrosa.

Bebemos então e conversámos,
Ali cimentamos forte amizade
Daquele tipo hoje muito raro,
Com raízes par’a eternidade.

Ora... sempre qu’eu tinha d’ir à capital
Entrava nos Comandos a correr
- Ó Barbosa, queres vir comigo? -
Perguntai ao cego s’ele quer ver...

Provocavam enorme alarido
As viagens e as petiscadas
No Portugal, no Ronda, etc.
Estórias, anedotas... gargalhadas.

Ele conhecia metade do pessoal,
Apresentava-me toda a gente,
A nossa mesa depressa s’enchia
De malta faladora e contente.

Barbosa perto... tristeza longe,
O seu feitio guerreiro, destemido,
Completava a sua forte alma
E contagiava o mais encolhido.

Como é lógico... muitas conversas
Versavam o tema da guerra,
As grandes operações e combates.
O sangue derramado na terra.

Os golpes de mão e emboscadas,
Os acidentes graves conhecidos,
O 25 de Abril...
Enfim... os mortos e os feridos

- Manga de ronco!... Compr’uma coisa?-,
Era o pregão local dos artesãos,
Pululantes, insistentes, chatos,
Até qu’o Barbosa fechava as mãos!


Quis Deus que partisses mais cedo, amigo, irmão!
Quantas saudades deixaste dessa tua energia,
Da tua dinâmica... do teu empolgar pela acção,
Do teu espírito de aventura, do riso, da alegria!...



2.  Também vai tem aqui um excerto do Diário da Guiné, do António Graça de Abreu, com referência  a um dos últimos mortos (se não mesmo último) da valorosa 38ª CCmds, nas vésperas do 25 de abril, vítima de ataque terrorista a um café de Bissau.

(...) Bissau, 25 de Março de 1974 

A grande novidade em Bissau, capital da guerra foram as bombas no Quartel- General, na Amura, onde os estragos estão bem à vista, e num café no centro da cidade onde inicialmente morreu um civil mas depois morreram mais três militares, entre eles um soldado da 38ª de Comandos. Estes pobres rapazes até a Bissau vêm morrer!

Foram postas em prática medidas de segurança patentes onde quer que uma pessoa vá. Há patrulhas da polícia militar e civil um pouco por todo o lado. Agora, para se entrar no Quartel-General só falta passar pelo RX. O medo é maior, as coisas estão a mudar. (...)

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Notas do editor:

(*) Vd. I Série > 31 de maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXXI: Cancioneiro de Mansoa (8): a amizade e a camaradagem ou o comando da 38ª


(**) Último poste da série > 20 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10409: O Nosso Livro de Estilo (6): O que fazer com este blogue ? (Parte II ): Depoimentos de A. Pires, C. Pinheiro, D. Guimarães, L. Ferreira, B. Santos, C. Rocha, F. Súcio, B. Sardinha , T. Mendonça e JERO