segunda-feira, 22 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11445: Efemérides (124): Matosinhos comemorou o Dia do Combatente e o 4.º aniversário do Núcleo da Liga dos Combatentes (Carlos Vinhal)

 
No passado dia 13 de Abril, comemorou-se em Matosinhos o Dia do Combatente e o 4.º aniversário do Núcleo da Liga dos Combatentes deste concelho. 
A iniciativa teve o patrocínio da Câmara Municipal de Matosinhos.


O programa estava divido em duas partes distintas, às 10h30 a Cerimónia Militar de Homenagem aos Combatentes caídos em campanha na guerra do ultramar, que teve lugar no Cemitério de Sendim, junto ao Memorial ali existente, e a sessão solene, às 11h30, no Salão Nobre da Câmara Municipal.

No cemitério estiveram presentes: o senhor Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto; o senhor Presidente do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, TenCor Armando Costa, que se fazia acompanhar dos restantes elementos que compõem a Direcção do Núcleo, e o senhor Comandante da Zona Marítima do Norte, Capitão de Mar e Guerra Martins dos Santos.

Além do Porta-Guião da Liga dos Combatentes esteve presente uma Força Militar da Escola Prática de Transmissões e um Terno de Clarins com Caixa de Guerra do Regimento de Artilharia 5.

A cerimónia começou com a deposição de uma coroa de flores na base do Memorial, seguido de um minuto de silêncio e leitura de prece.
Seguiu-se o Toque de Homenagem aos Mortos e para finalizar todos os presentes cantaram o Hino Nacional

Porta-Guião do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, Terno de Clarins e Caixa de Guerra do RA5 e Força Militar da EPT

TenCor Armando Costa da LC, Dr. Guilherme Pinto, Presidente da CMM e o ex-Combatente Ribeiro Agostinho, em momento de recolhimento após a deposição da coroa de flores na base do majestoso Memorial que honra os matosinhenses caídos em campanha na Guerra do Ultramar

Em primeiro plano, da esquerda para a direita: Sarg Ajudante Carlos Osório (LC); Comandante da Zona Marítima do Norte, Cap Mar e Guerra Martins dos Santos; TenCor Armando Costa (LC); Dr. Guilherme Pinto (CMM); Ribeiro Agostinho e Abel Santos (ex-Combatentes)

Força Militar em "Apresentar Armas"
Foto cedida pela Liga dos Combatentes

Momento em que era lida a prece pelo Sarg Ajudante Joaquim Oliveira da Liga dos Combatentes. Em primeiro plano o Sarg Mor Naldinho também da LC.

Um aspecto da assistência

Cabe aqui um pequeno (mas grande) comentário. Propalamos à boca cheia o direito ao respeito e à dignificação que nos são devidos, mas quando é preciso dizer PRESENTE, são sempre os mesmos a dar a cara, quer os que organizam quer os que comparecem.

Momento sempre arrepiante porque sentido, o Toque de Homenagem aos Mortos. Por feliz coincidência, na gravura por trás, uma mulher que parece chorar alguém

A cerimónia no cemitério terminou com as pessoas presentes a cantarem "A Portuguesa"

De acordo com o programa estabelecido, pelas 11h30 iniciou-se a Sessão Solene no Salão Nobre da Câmara de Matosinhos, presidida pelo Senhor Presidente Dr. Guilherme Pinto.

Em primeiro lugar foi dada a palavra ao ex-Combatente Ribeiro Agostinho que, mais uma vez, fez sentir à autarquia a necessidade de se eregir um monumento ao esforço dos jovens matosinhenses dos anos 60 e 70 que foram mobilizados para uma guerra travada em três frentes, na altura solo pátrio, na distante África. É urgente, porque muitos já faleceram sem terem visto esse reconhecimento. Uma simples pedra e uma rua, não queremos muito mais.

O ex-Combatente Ribeiro Agostinho no uso da palavra

Seguidamente foi dada a palavra ao Presidente do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, senhor TenCor Armando Costa, que se congratulou com a cedência, pela Câmara Municipal, do novo espaço para instalação da sede do Núcleo e pelas obras prometidas para as tornar ainda mais dignas e acolhedoras para quem lá passa o dia disponível para atender os associados e para criar condições para as consultas médicas gratuitas ali prestadas aos ex-combatentes que delas necessitem.
Salientou o papel que a Liga tem no apoio aos combatentes e da necessidade de estes se tornarem sócios. Nestes quatro anos de vida tem já este Núcleo obra feita, mas muito mais há para fazer. Precisa-se da colaboração de todos porque todos não seremos muitos.  

Falou ainda do andamento das conversações entre a Liga dos Combatentes e a Câmara Municipal de Matosinhos, na pessoa do Dr. Guilherme Pinto, que levarão a escolher um local para se eregir no mais curto espaço de tempo possível o almejado monumento aos combatentes da Guerra do Ultramar e uma rua que também os perpetuará.

Dissertou também sobre o papel das Forças Armadas Portuguesas desde a I Grande Guerra, passando pela Guerra de África, até à actualidade. Homens e mulheres de Portugal, em armas ou na paz, honraram e honram o seu país.

O senhor TenCor Armando Costa no uso da palavra

Finalmente usou da palavra o senhor Dr. Guilherme Pinto, Edil de Matosinhos, que como é seu costume falou de improviso, começando por "pedir desculpa" por não ter idade para ser nosso camarada. Disse não conseguir imaginar o que passámos enquanto combatentes. Pede-nos que sejamos o exemplo para a juventude actual, nós lutamos na guerra, em África, em nome de Portugal e a juventude de hoje tem de lutar em Portugal para tornar este país mais próspero e fazer esquecer este tempo de desânimo colectivo.

Prometeu-nos tudo fazer para que em breve possamos ver o prometido monumento ao nosso esforço de guerra, porque merecemos e nos é devido. Os tempos vão difíceis, as solicitações são muitas, mas tudo se há-de resolver. As relações com o Núcleo de Matosinhos da LC são as mais cordiais e o TenCor Armando Costa um óptimo interlocutor. Assim não custa trabalhar.

O Dr. Guilherme Pinto falando aos presentes

Seguiu-se a entrega de Testemunhos de Apreço aos associados da LC com mais de 40 anos de sócio e a imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas a três ex-Combatentes: Emílio Teixeira Silva, Afonso Silva Lourenço e Rodolfo Mesquita.

Um dos camaradas a quem foi entregue o Testemunho de Apreço pelos seus 40 anos de sócio da Liga dos Combatentes

Os três camaradas a quem foram impostas as Medalhas Comemorativas das Campanhas. À direita da foto o Dr. Rodolfo Mesquita, Presidente da Junta de Freguesia de Lavra, uma das 10 freguesias deste concelho
Foto cedida pela Liga dos Combatentes

Para terminar em grande a Comemoração do Dia do Combatente e do 4.º aniversário do Núcleo, com o Salão Nobre praticamente esgotado, actuou a Banda Militar do Porto sob a batuta do Maestro, senhor Capitão Alexandre Lopes Coelho. Foram interpretadas as obras Hanover Festival, de Philip Sparke; Wild Nights, de Frank Ticheli; Et In Terra Pax, de Ian Van Der Roost; Heroes, Last and Fallen (A Vietnam Memorial), de David R. Gillingham, e para finalizar a sua actuação, interpretou Awayday, de Adam Gorb.

A Banda Militar do Porto durante a sua actuação

De salientar a boa acústica deste Salão Nobre onde tem actuado com regularidade o Quarteto de Cordas de Matosinhos e o pianista António Rosado.

Nunca tinha tido a experiência de ouvir, neste salão, uma orquestra em que os metais (instrumentos de sopro) mais se evidenciam, cujos sons que chegaram aos nossos ouvidos sem distorção e sem eco. Um excelente momento.

A assistência abandonou o Salão Nobre para se dirigir para o andar inferior onde foi servido um Porto de Honra em clima informal e descontraído, a que o editor já não assistiu por ter de ir para outro convívio, o da Tabanca dos Melros. Noblesse Oblige.

 Porto de Honra
Foto cedida pela Liga dos Combatentes


Texto, fotos e legendas: © Carlos Vinhal (2013). Todos os direitos reservados
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Nota do editor:

Último poste da série de 21 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11439: Efemérides (123): O Núcleo de Lagoa da Liga dos Combatentes levou a efeito no passado dia 9 de Abril a Comemoração do Dia do Combatente (Arménio Estorninho)

Guiné 63/74 - P11444: Notas de leitura (474): Um Império de Papel, por Leonor Pires Martins (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 19 de Dezembro de 2012:

Queridos amigos,
“Um Império Papel” é uma agradável surpresa, tem uma apresentação gráfica irrepreensível, não há leitor que não fique suspenso da seleção de imagens, tudo a propósito e com elevado vigor ilustrativo, fica-se com uma visão abrangente da iconografia imperial que vai desde a redescoberta de África, a partir dos anos 70 do século XIX até ao clímax que foi a Exposição do Mundo Português, em 1940.
A autora é antropóloga e move-se bem nas suas explanações quanto ao valor das publicações, como elas contribuíram para imaginar o Império, revelando exotismo, empreendimentos de progresso, mostrando a ocupação do mato bravio, a “civilização” dos autóctones, etc.
Assim se montou uma ficção que ajudou a produzir novas ficções, onde fomos figurantes, umas décadas atrás.

Um abraço do
Mário


Um império é uma nação em excesso

Beja Santos

“Um Império de Papel, Imagens do Colonialismo Português na Imprensa Periódica Ilustrada (1875-1940)”, por Leonor Pires Martins, Edições 70, 2012, é uma belíssima obra correspondente a um levantamento exemplar das imagens de uma África até então praticamente desconhecida do grande público; os portugueses, por razões de autoestima, também queriam participar na euforia da descoberta ou revelação de África. Esse é o grande significado que encontramos nestas imagens.

Obra de uma antropóloga, ela soube selecionar com esmero e oportunidade representações visuais do Império entre milhentas páginas de jornais e revistas. Claro que este imaginário da novel representação do Império transcende jornais e revistas, dissemina-se também por relatos de exploração e viagem, livros de temática colonial, alguns fotográficos, postais ilustrados, gravuras, pinturas, selos, embalagens de produtos e muito mais. Assim se procurava vincar a relação de Portugal e as parcelas do seu império. A autora explica-nos o âmbito do seu trabalho: “As imagens reunidas incluem reproduções de gravuras, pinturas, fotografias, desenhos, cartunes, caricaturas e alguns anúncios publicitários. Os temas vão desde a representação de paisagens e lugares «exóticos», com as suas populações nativas, ao tratamento humorístico de acontecimentos do foro da política e da diplomacia coloniais. Os retratos de colonos europeus e de outros «agentes do Império» (exploradores, missionários, funcionários da administração colonial, caçadores), assim como as imagens que apontam para uma ideia de progresso associada à construção de novas infraestruturas e edifícios por parte do poder colonial, constituem, também, motivos temáticos na vasta iconografia alusiva ao Império, publicada na imprensa periódica”.

Como é compreensível, as imagens sobre a Guiné têm um carácter residual, importa nunca esquecer que a Constituição liberal nunca fala da Guiné mas de Bissau e Cacheu. As parcelas dominantes nestas ilustrações são sempre Angola e Moçambique, é para aí que se emigra, são estes os territórios a desbravar, é aqui que estão os recursos preciosos que importa explorar, é aqui que se impõe suster os apetites britânicos e alemães. No entanto vamos encontrar imagens muito representativas sobre a Guiné. A revista O Ocidente publica em Novembro de 1909, a propósito da rebelião do Cuor para a qual se mobilizaram largos recursos que irão, através do Geba, destituir Infali Soncó e intimidar outros régulos rebeldes, imagens de Bissau como seja uma vista do porto, o edifício da Alfândega, a rua da Praia (a futura Avenida Marginal) e uma vista de Bissau, correspondente ao que conhecemos pelo Bissau velho virada para o Pidjiquiti. Os guinéus fizeram furor na Exposição Colonial de 1934, o pintor Eduardo Malta retratou alguns dos participantes, como o régulo Mamadu Sissé, amigo devoto de Teixeira Pinto, aparece a Rosinha, uma bonita Fula de peito à mostra a segurar a bandeira portuguesa junto do monumento “Ao esforço colonizador”, a fotografia surge acompanhada pela seguinte legenda: “Negra muito embora, portuguesa de lei – ei-la empunhando a bandeira verde-rubra que domina todo o Império”. No número da revista O Ocidente de 1891, aparece o forte de Cacheu com caçadores e artilheiros da guarnição, trata-se de um desenho de Domingos Cazellas a partir de uma fotografia. A revista Ilustração Portuguesa, num seu número de Junho de 1908, mostra as operações militares no Cuor, tropas a cavalo e soldados guineenses a pé com arma a tiracolo.

A Grande Exposição Industrial Portuguesa, que se realizou no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, em 1932 trazia com grande novidade um grupo de guineenses que fiou instalado numa “aldeia indígena” construída no Parque Eduardo VII. A revista Ilustração, número de Outubro de 1932, mostra o ministro das Colónias Armindo Monteiro rodeado da sua comitiva, fotografado com vários régulos, vêem-se cobatas ao fundo, aparecem outras fotografias com mulheres e homens Fulas, foram um verdadeiro chamariz para os muitos curiosos que vieram ver gente seminua. Armindo Monteiro irá admoestar Henrique Calvão a propósito da Exposição Colonial de 1934, recebera inúmeras críticas para as “poucas-vergonhas” daqueles Bijagós bem desnudados que se passeavam calmamente à volta do Palácio de Cristal, no Porto. Segundo a autora, a I Exposição Colonial Portuguesa foi a primeira grande iniciativa do Estado Novo apostada na massificação da consciência imperial. Não era a primeira vez que se fazia a exposição de mostras das produções coloniais e populações, o que agora se ensaiava era a representação etnográfica das províncias da metrópole dentro da exposição colonial: o cortejo colonial que marcou o encerramento da exposição procurava mostrar a grandeza histórica e territorial da nação, o que permitiu a mistura do Vinho do Porto com Bijagós e Balantas e o desfile de búfalos, pacaças, bois da Guiné e um camelo. A Exposição do Mundo Português acabará por se constituir como uma mostra das diferentes parcelas do Império e, bem entendido, a Guiné compareceu com as suas aldeias indígenas que suscitaram imensa curiosidade.

Voltando ao miolo do livro “Um Império de Papel”, o ponto de partida, 1875, não foi escolhido ao acaso, foi o ano da criação da Sociedade de Geografia de Lisboa, tal como o da chegada, 1940, em Lisboa ocorreu um grandioso evento do regime, a “Exposição do Mundo Português”, nele se fez farta referência às parcelas do Império, aparecia como uma apoteose de um pequeno país derramado por vários continentes, era o palco escolhido, em plena II Guerra Mundial, para se mostrar ao mundo o Portugal imperial.

A autora procede ao enquadramento histórico das imagens, tudo começa pela necessidade premente de ocupar fisicamente o território, a Conferência de Berlim tornou essa ocupação categórica, e enquanto se descobre África mostram-se as imagens correspondentes, os seus protagonistas principais são Serpa Pinto, Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Henrique Dias de Carvalho, procura-se determinar uma rota comercial que ligasse Angola a Moçambique; a missão de Dias de Carvalho é igualmente fundamental, ele vai até ao império Lunda, território úbere em matérias-primas como o marfim, a cera e a borracha, isto no exato momento em que as grandes potências coloniais europeias começavam a atribuir menos importância às vias comerciais terrestres e mais ao estabelecimento da navegação a vapor dos rios das regiões centrais africanas e na construção de linhas férreas. Serão sobretudo as viagens e os exploradores Capelo, Ivens e Serpa Pinto a merecer grande publicitação.

A autora refere a existência de revistas que tiveram um grande desempenho divulgativo, caso da revista O Ocidente e do jornal À Volta do Mundo. Com exuberância, vemos avenidas na cidade da Beira, pontes sobre o rio local ou no distrito de Benguela, ilustrações dos grandes exploradores e suas comitivas, o lustre das suas conferências e jantares de homenagem ou até mesmo receções apoteóticas aos exploradores. E neste contexto emerge o exotismo, reis africanos sentados nos seus tronos, os perigos que comportam as florestas, perfis dos diferentes povos, imagens de rara beleza e em contraste, a seguir ao Ultimato Britânico (1890) mostra-se a atitude torcionária das autoridades britânicas, pondo povos à fome ou fazendo execuções sumárias. Também aparecem desenhos de Bordalo Pinheiro a caricaturar a subserviência dos governantes portugueses face ao poder britânico. O António Maria tem desenhos magistrais, inesquecíveis. O conflito luso-britânico motivado pelo Mapa Cor-de-rosa desencadeia protestos, a começar pela cobertura da estátua de Camões com crepes, seguindo-se a agitação popular e a resposta ditada pela ocupação militar que tem o seu ponto alto pela prisão de Gungunhana, o senhor dos Vátuas, por Mouzinho de Albuquerque. Dentro da diatribe política, um grande desenhador que teve vida efémera, Celso Hermínio, para caricaturar João Franco mostrou-o como “O Gungunhana de cá”.

A ocupação efetiva vem profusamente ilustrada, chegou a hora das visitas de Estado; em 1907, o príncipe D. Luís Filipe faz uma visita a parcelas do Império, todas elas reproduzidas nas revistas e jornais da época. Mas a África pitoresca vai merecendo cada vez mais destaque na imprensa. Como a autora observa, se é verdade que até ao final da I República não existiram projetos políticos e culturais mais ou menos concertados com vista à produção de iconografia alusiva aos domínios portugueses no continente africano, não se pode iludir que a divulgação de iniciativas avulsas já aparecia enquadrada no esforço de vulgarizar a África portuguesa: fauna e flora, recursos hídricos, crescimento ou fundação de lugares, as ilustrações vão revelando o casario e as populações autóctones. A este propósito, a autora fala-nos de um caso singular, o fotógrafo Cunha Moraes, um homem dos sete ofícios que se irá instalar em Luanda e ganhará notoriedade pela sua atividade fotográfica sobretudo em Angola e S. Tomé. Ele foi um fotógrafo andarilho, por vezes integrava-se em caravanas de exploradores e sertanejos, é o exemplo acabado do fotógrafo-viajante, intrépido e solitário. Em meados da década de 1880, Cunha Moraes já tinha realizado mais de 800 fotografias de África: imagens de paisagens, rios, vistas e espaços urbanos, “tipos indígenas”, chefes nativos, fazendas agrícolas, missões religiosas, colonos, caçadas, etc.

E temos também as ideias de progresso, que acabavam por contrariar as de decadentismo, tão propaladas pela Geração de 70, era um nunca mais acabar de imagens de construção e da “civilização” dos nativos, estes em escolas ou à frente das bandas de música, por exemplo, ilustrações de comboios, de igrejas, de monumentos. A “África branca” é já uma projeção do regime do Estado Novo, as colónias de África eram “um Portugal ultramarino onde a população portuguesa se iria fixar para viver, era esta a sua missão histórica”. O povoamento branco e os seus estabelecimentos seriam o modelo a adotar para as possessões africanas. Com uma certa regularidade, essa ocupação colonial tem que ser feita a ferro e fogo, são as chamadas operações de pacificação, tanto nos tempos da monarquia como a da I República. O herói Teixeira Pinto não consta desta imagens de “Um Império de Papel”.

O Estado Novo cria um punhado de publicações difundidas pela Agência Geral das Colónias, assim se entendia a propaganda do nosso património colonial, contribuía-se para o engrandecimento da imagem imperial mas também se incentivava ao estudo da suas riquezas exaltando a capacidade colonizadora dos portugueses, este espírito acompanha a participação de Portugal em exposições e no fomento da presença africana nas exposições coloniais que ocorreram em Portugal nos anos 30 e depois nesse pico alto que foi a Exposição do Mundo Português.

Um livro de elevada qualidade gráfica que sintetiza o império de papel por onde se difundiu a mística e o mito imperiais.
Documento obrigatório para o estudo do colonialismo português.
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Nota do editor:

Último poste da série de 19 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11424: Notas de leitura (473): O Sistema Colonial Português em África (meados do século XX), por Armando Castro (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P11443: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (22): Respostas (nºs 40/41/42): António J. Pereira da Costa (Cacine, 1968/69; Xime, Mansambo e Mansabá, 1972/74); António Melo (Catió e Bissau, 1972/74); e José Teixeira (Buba, Quebo, Mampata e Empada, 1968/70)

Resposta nº 39  (*) > António José Pereira da Costa
[, Cor Art Ref, ex-Alferes de Art,  CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69;  e ex-Cap Art  e Cmdt CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74; vive em Mem Martins. Sintra]


(1/2) Quando é que descobriste o blogue ? Como ou através de quem ?

Por acaso. Ao procurar, pelo meu nome a minha posição na net.


(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?

Não me recordo. Talvez desde 2008.

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
Quase diariamente.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?

Tenho mandado, sempre que tenho algo para dizer. Participo nos "comentários" com a minha opinião.

(6/7) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ? Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?

Não uso o Facebook

(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
A troca de opiniões e a possibilidade de se comentar o sucedido.
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook  ?

Ver a resposta à questão 6.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)

Acedo com facilidade.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
Representa um elemento de ligação a alguém que passou pela mesma experiência histórica que eu. Considero o blogue um elemento de investigação histórica para os vindouros.  Creio que as divergências entre os participantes raramente são profundas.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?

Participei em quatro.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?

Irei (iremos) a menos que surja um imprevisto.


(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?

Tem força anímica. Deve ser devidamente "espicaçado" através da apresentação de novos temas. Mesmo que sejam "fracturantes". 

Por mim propunha que se abrisse uma frente de "Artesanato". O artesanato que encontrámos e o que praticámos: mobiliário, (de bar, quarto e outros) utilizando restos de armamento (munições, caixas de cartucho, etc.).

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

Sei que vamos sendo, cada vez, menos. Por outro lado, a dado momento, forçosamente cada um de nós esgotará as suas histórias e experiências (no fundo, só lá estivemos dois anos e numa fase inicial da nossa vida activa). Por isso acho que deveremos procurar temas e, mesmo que pareçam secundários, fazem parte da nossa vivência. E até pode ser que surjam novos temas. Poderão aparecer novos camaradas, pois ainda somos bastantes (os combatentes) e alguns não conhecem o blog. É necessário divulgar...


Resposta nº 40 > António Melo [, ex-1.º Cabo Rec Inf, BCAÇ 2930, Catió e QG, Bissau, 1972/74; vive em Espanha]
(1) No ano 2009.

(2) Pesquisando, no Google,  temas sobre a Guiné e sobre o BCaç 2930.

(3) Sim,  desde 1 de abril de 2012.

(4) Diariamente,  faz parte do meu alimento literário.

(5)  Algo não tanto como gustaria mas o tempo é escasso.

(6/7)  Sim, conheço o facebook,  mas no o visito muito.

(8) Gosto mais  do blogue,  sem dúvida.

(9) [Do que gosto menos ?... De coisas que não dizem muito respeito ao que aqui se trata, que é a Guine ou os ex-miitares

(10) Nunca tive difilculdades de acesso.
(11) Para mim, é  parte da minha leitura e aprendizagem diárias,  de tudo o que eu fiz parte na minha juventude

(12)  Nunca,  mas não queria morrer sem um dia poder confratenizar com os meus camaradas do nosso blogue.

(13) "Me gustaria".. mas está tudo dependente do meu trabalho
(14)  Tem e muito,  como não poderia ser de outra maneira pois é um jovem.

(15) Que continue como até agora sempre atento a tudo que nos diga respeito,  aos ex militarese, ex-combatentes da Guiné

E agora, para ti, querido amigo blogue, "en hora buena, por tu noveno aniversario", são os desejos deste teu servidor. Que continues a elucidar-nos do que se passou naquelas terras longínquuas, e que me tornas mais jovem quando te leio. Pois tu não és só um blogue, tu és parte da cultura de todos nós, camaradas, e da história de Portugal mais profundo e ocuri. Sem ti, eu e alguns de nós viveríamos sempre n escuro do que foi a guerra de independência, principamente da Guiné. Por tudo, aqui vai os meus parabéns.

Resposta nº 41 > José Teixeira [, ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá, Empada, 1968/79; uve  em São Mamede de Infesta, Matosinhos]

(1) Descobri o blogue em julho de 2005.

(2) Através do Xico Allen, meu companheiro de viagem numa romagem em Abril desse ano à Guiné-Bissau.

(3) Em Novembro de 2005 entrei para a Tertúlia. Logo em Dezembro pelo Natal o Luís Graça recebeu-me em casa de familiares na Madalena em Gaia,  juntamente com vários elementos da tabanca de Matosinhos, nascida em fins de Abril de 2005. Logo se firmou entre nós uma amizade profunda que perdurará até aos confins do nosso tempo.

(4) Tomo a Tabanca Grande ao pequeno almoço e volto a espreitar ao fim do dia, no mínimo.

(5) Estão registados 155 postes sem contar grande parte dos que escrevi na primeira série ( O Luís teve a graça de estar a repor o "meu diário",  um pobre conjuto de escritos que fui registando a quente durante a minha permanência no teatro de guerra), Obrigado,  Luís,  pela tua persistência.

(6) Conheço o Facebook mas não sou muito adepto.

(7) Vou mais vezes ao blogue, claro está.

(8) O que gosto mais do Blogue ?... Das estórias de acontecimentos reais vividos pelos combatentes – estamos a escrever a nossa história.

(9) Apenas me aborrece quando alguém em defesa da sua dama, leia-se conceitos e preconceitos, ou pontos de vista, provoca discussões estéreis,  por vezes numa toada agressiva.

(10) Está lento, mas compreende-se.

(11) Para mim, o blogue possibilitou o desabafo a redescoberta de "fantasmas no sotão" que se forma dissipando, ou seja,  uma espécie de catarse que só me fez bem. A descoberta de muitos amigos de hoje, que ontem nem sabia que existiam. A sensibilização para a realidade do sofrimento de tantos camaradas, que afinal viveram uma guerra muito mais difícil que a minha. Eu,  ao lado de alguns camaradas, considero que afinal passei umas "férias" na Guiné entre 1968 e 1970.

(12/13) Sim, fui a Monte Real em 2011. Este ano, ainda não me decidi. Parto para a Guiné-Bissau no próximo dia 29. Quando regressar decido.

(14)  Nota-se algum cansaço (é a velhice) por parte dos escrivas e talvez alguma redução na procura. Quanto ao cansaço, creio que temos de incentivar os novos (velhos) guerreiros que vão aparecendo a escrever, escrever, escrever. Quanto á redução de procura se é que a há pode ser interpretada positivamente. Para mim é sinal de que algo se acalmou na mente e já não há tanta necessidade de ler e reler a guerra que vivenciamos e nos marcou para sempre.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários... Força, força companheiros que a viagem ainda não terminou.


Creio que o blogue tem sido o motor de toda uma relação entre os combatentes do principio ao fim da guerra, gerador de amizades, convívios, encontros, debates, desabafos,choros, etc. talvez curas.

Não pode deixar-se morrer. Confesso que já não me sinto tanto motivado a escrever. As minhas estórias já estão a passar segunda vez, graças ao Luís Graça, que viu nos meus escritos durante a guerra algo que nem tinha pensado.

Para mim eram o resultado de um esforço de me encontrar comigo mesmo e não me perder na "barafunda" de uma guerra que não queria, num meio hostil em vários aspetos, com uma população maravilhosa vítima tanto quanto eu da guerra, onde eu era um estranho na cor, na mentalidade e forma de ser e estar na vida, mas que tinha uma arma ( por acaso não tinha porque a entreguei ao cabo quarteleiro ao fim de dois meses de guerra), mas tinha as armas do meu lado e quem tem as armas é que manda, bem ou mal, mas quase sempre mal.

Gosto de ler e continuo a ler todos os dias os postes que vocês amavelmente e com que sacrifício lá colocam. Bem hajam.

Estou muito grato a todos vós os editores pelo trabalho coletivo que desenvolveram e que tanto tem ajudado os combatentes a reencontrar-se.

A amizade que me une a cada um, nomeadamente ao Luís e família, ao Carlos e à Dina e ao Pira de Mansoa [, o MR,] é gratificante. Abraço fraterno do Zé Teixeira

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Nota do editor:

(*) Vd último poste da série > 22 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11443: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (21): Resposta (nº 36/37/38): José Marques Ferreira (ex-sold apontador armas pesadas inf, Ingoré, 1963/65), António Eduardo Carvalho (, ex-Cap Mil, CCAÇ 3, Bigene, e CCAÇ 19, Guidaje (1974) , António Sampaio (, ex-Alf Mil, CCAÇ 15 e Cap Mil, CCAÇ 4942/72, Barro, 1973/74)

Guiné 63/74 - P11442: Memórias de um capitão miliciano (António Vaz, cmdt da CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69) (2): Op Pedra Rija (Poindom / Ponta Varela, 19-20 de maio de 1969): Há aí algum graduado do Pel Caç Nat 63 que tenha estado comigo quando fomos violentamente emboscados por um bigrupo IN, durante 40 m ?

1. Mensagem, com data de 16 do corrente, enviada pelo do António Vaz, ex-cap mil, cmdt da CART 1746 (Bissorã e Xime, 1967/69) [, foto à esquerda]


Assunto: Pedido de informação


Olá, Camaradas: Primeiro que tudo os meus parabens com a promoção do inquérito, que pelo que tenho lido,tem sido um sucesso. A malta responde e corresponde. Parabens!

Agora vem o pedido, socorrendo-me da verdadeira Torre do Tombo que tambem a Tabanca é:É cnhecido algum graduado do Pel CaçNat 63 que tenha acompanhado a Cart 1746 na Operação "Pedra Rija" realizada em 19 de Maio de 1969 ? Se sim, gostava de saber se está lembrado pois gostava ter contacto com ele.

Um abraço para todos do

António Vaz


2. Comentário de L.G.

António [, foto atual, à direita]: 

 Aqui tens o "relatório" da Op Pedra Rija... (Fonte: História do BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70)...

Deve ter sido a última ou uma das últimas operações que vocês fizeram no subseto do Xime, antes da vossa rendição pela CART 2520 (1969/1970)...Dois meses depois da Op Lança Afiada e 10 dias antes do ataque a Bambadinca, a 28 de maio de 1979... (O PAIGC devia estar a preparar a "vingança"...).

Como sabes, eu passei pelo Xime a 2 de junho de 1969, a caminho de Contuboel... Foram vocês que fizeram a segurança na estrada Xime-Bambadinca,,, E depois fiquei (ficámos, a nossa CCAÇ 2590/CCAÇ 12) no setor L1, a partir de finais de julho. já voc~es tinham regressado ao doce lar...

Não me lembro do antecessor do Jorge Cabral no comando do Pel Caç Nat 63. Mas ele sabe quem é... O António Branquinho, furriel, não sei se estava lá nessa altura... Para já, são estes os dois homens do Pel Caç Nat 63, meus contemporâneos, "afliados" na Tabanca Grande. 

Aproveito o teu pedido para fazermos um poste sobre esta operação, a pensar na tua nova série...  Boa continuação das tuas melhoras. Treinar a memória faz-te bem... Um abraço. Luis



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) Fá Mandinga > Pel Caç Nat 63 (1969/71) > o "alfero Cabral", ao meio, de pé... O 1º Cabo Rocha é o primerio da esquerda, na primeira fila. Jorge Cabral veio substituir o alf mil Almeida, em junho de 1969,  no comando do Pel Caç Nat 63. O que será feito do Almeida ?

Foto: © Jorge Cabral (2005). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


3. Esclarecimento prestdo pelo Jorge Cabral, cmdt do pel Caç nat 63 enter 1969 e 1971:

Cheguei 20 dias depois. Naquela altura os Alferes e os Furriéis dos Pelotões Nativos só faziam um ano de mato, indo depois para Bolama ou Bissau.

Fui substituir o Alf Almeida, que era transmontano e amigo do Beja Santos. Os Furriéis só estiveram comigo dois ou três meses...O primeiro Furriel substituto foi precisamente o Branquinho, que deve ter chegado em Setembro.

Mantenho contacto com o 1º Cabo Rocha, que acaba de passar um mau bocado no Hospital de Coimbra. Ele participou de certeza nessa operação. Não tem correio electrónico.

Abraço.

J.Cabral

4. Relatório da Op Pedra Rija:


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > Carta do Xime (1961) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa do Xime, Pon ta Varela, Poindom, Gundagué Beafada, Gidemo e Chacali.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné






Fonte: Excertos de História do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), cap II, pp. 82-84.



5. Comentário final do António Vaz:


Olá,  Luís Graça.  Muito obrigado palas informações prestadas. Esta foi efectivamente a ultima operação que fizemos e para a qual eu dei. para futura mensagem, o título "Quem engana quem". O meu interesse de falar com alguém do Pel Caç Nat  63 prende-se com o que se passou ANTES,  no Xime. Os meus camaradas que me acompanharam nesta situação no Xime já morreram ou não estão disponíveis.

Na mensagem que enviei sobre e nossa emboscada em Ponta Coli (foi uma entre oito, embora a mais grave) em Novembro de 68 gostava de ter incluido, como curiosidade, que a 29 de Maio de 69, dia do ataque a Bambadinca, foi a nossa coluna alvejada com um roquete que passou sob um Unimog sem causar danos. Mais terde atribui isto a um tiro inopinado dum elemento IN que já estava a caminho do eaquema de ataque a Bambadinca.

Não foi ainda publicada a mensagem respeitante este acontecimento mas espero que a tenham recebido.
Um abraço do António Vaz.

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Nota do editor:

Último poste da série > 20 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11429: Memórias de um capitão miliciano (António Vaz, cmdt da CART 1746, Bissorã e Xime, 1967/69) (1): os meus picadores e guias, Seco Camará e Mancaman Biai

Guiné 63/74 - P11441: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (21): Resposta (nº 37/38/39): José Marques Ferreira (ex-sold apontador armas pesadas inf, Ingoré, 1963/65), António Eduardo Carvalho (, ex-Cap Mil, CCAÇ 3, Bigene, e CCAÇ 19, Guidaje (1974) , António Sampaio (, ex-Alf Mil, CCAÇ 15 e Cap Mil, CCAÇ 4942/72, Barro, 1973/74)


Resposta nº 36  (*) José Marques Ferreira [ex-sold apontador armas pesadas inf, Ingoré (1963/65)]



(1) Quando é que descobriste o blogue ? Como ou através de quem ? Já não me lembro.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?  Sim, há uma data de anos (alguns).

(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...? Agora, pelo menos, semanalmente.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ? 
Onde os vou descobrir?

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?  
Gosto pouco de facebook.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?  Ao blogue.


(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?  Blogue.

(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?  De saber que somos cada vez menos. A lei inexorável…

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)  Por estas bandas, ainda está tudo normal.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?  Nostalgia.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?  Não, não posso.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?  Talvez não,  pela resposta anterior.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?  Tem fôlego, até ao último que deixe de o ter.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.  Só critica quem não faz nada!
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Resposta nº 37 > António Eduardo [Gouveia] Carvalho [, ex-Cap Mil da CCAÇ 3, Bigene e CCAÇ 19, Guidaje (1974)

(1) Descobri o blogue há 5 anos

(2) Pesquisa

(3) Sou membro da nossa Tabanca Grande há três anos [, desde 24 de dezembro de 2011]

(4) [Visito o blogue] semanalmente

(5) Deveria mandar mais material para o blogue.

(6)  Sim, conheço a nossa página do Facebook.

(7) Não.

(8/9) Gosto de tudo em geral.

(10) Não, não tenho dificuldade no acesso ao blogue.

(11)  É muito importante para troca de opiniões e conhecimento de factos desconhecidos.

(12/13) Não, nunca participei em encontros anteriores. Este ano talvez vá.

(14) Sim, tem condições para continuar.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários...

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Resposta nº 38 > António Sampaio [, ex-alf mil na CCAÇ 15 e cap mil na CCAÇ 4942/72, Barro, 1973/74]:

(1) Em 2009, por volta de Março, descobri o nome do Mexia Alves que conheci lá e encontrei o blogue.

(2) Estava a pesquisar Barro para mostrar à minha mulher para onde ela escrevia e deparei com o nome do Mexia.

(3)  Eventualmente logo a seguir. Mandei a minha primeira contribuição ainda antes do Encontro da Ortigosa (o meu 1º).
(4)  Visito o blogue de tempos a tempos. Confesso a minha preguiça. Comodamente confio no amigo e vizinho Vinhal que me alerta para tudo o que é importante. Nessas alturas tento dar uma vista de olhos ao atrasado.
(5) A preguiça e alguma falta de tempo impedem que tenha uma colaboração mais assídua. Ainda há alguma coisas mais para contar, vamos lá ver quando….

(6) Não, não conheoa a página da Tabanca Grande no Facebook.

(7)  Vou mais vezes ao blogue, confesso alguma aversão ao facebook.

(8) O que gostas mais do Blogue ?... Poder recordar, pelas histórias contadas, a nossa vida desses tempos.

(9) O que gostas menos do Blogue ?... As “ guerrazinhas” que de vez em quando estalam. Deixe-se cada um ter a sua visão das coisas. Nem todos veem e sentem as coisas da mesma maneira.

(10) Não tenho sentido nenhuma dificuldade no acesso ao blogue.

11) O blogue representa o ponto de encontro de camaradas que não se tendo encontrado lá, encontram aqui o seu local de convivência.

(12) Sempre desde Ortigosa (2009).

(13) Este ano, estou inscrito [, para o VIII Encontro Nacional, em 8 de junho, em Monte Real, ]com a minha mulher, logo desde os primeiros dias da abertura das inscrições.

(14) Penso que sim. Não pode morrer pois continua a ser um ponto de encontro “grande” de todas as outras ocorrências mais ou menos mais localizadas geograficamente. O Encontro Nacional demonstra que a Grande Família tem necessidade de manter um elo aglutinador que agregue os do Centro, os de Matosinhos e todos os outros [das outras Tabancas] que andam ainda mais ou menos perdidos.

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Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série > 21 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11437: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (20): Resposta (nº 35): António Matos, ex-alf mil minas e armadilhas, CCAÇ 2790, Bula, 1970/72

domingo, 21 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11440: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (3): Rio Mansoa




Foto nº 42 > Mansoa > 1973 > A antiga ponte sobre o rio Mansoa, destruída.



Foto nº 65 > Mansoa >  1973 > A antiga ponte vista da nova


Foto nº 13 > Mansoa > 1973 >  Rio Mansoa > Canoa nativa



Foto nº 14 > Mansoa > 1973 > As barcaças (ou lá como se chamavam) que faziam a travessia do rio para irmos para Bula. Fomos numa delas. [À distância podem parecer LDM, mas não são].




Foto nº 35 > Mansoa > 1973 > Posto de sentinela junto ao rio




 Foto nº 7 > Mansoa > 1973 > O embarque para Bula. De costas em 1º plano o Cap Salgado Martins, comandante da 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72.


Fotos: © Carlos Alberto Fraga (2013). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



1.  Continuação da publicação do álbum fotográfico do Carlos Fraga, o mais recente membro da nossa Tabanca Grande (nº 611).

Ele esteve em Mansoa, nos últimos meses de 1973, como alf mil,  indo depois comandar uma companhia em Moçambique, já depois de 25 de abril de 1974.

Estas fotos, com a devida legendagem fornecida pelo Carlos Fraga, constam de um CD que chegou ao nosso conhecimento através de dois camaradas da mesma companhia, a 3ª C CAÇ/4612/72, o Agostinho Gaspar e o Jorge Canhão.

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Guiné 63/74 - P11439: Efemérides (123): O Núcleo de Lagoa da Liga dos Combatentes levou a efeito no passado dia 9 de Abril a Comemoração do Dia do Combatente (Arménio Estorninho)

1. Mensagem de Arménio Estorninho (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, CCAÇ 2381, Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70), com data de 15 de Abril de 2012:

Lagoa, 14 de Abril de 2013.
Como já vem sendo habitual, o Núcleo de Lagoa – Portimão da Liga dos Combatentes, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Lagoa-Algarve, no passado dia 09 de Abril, levou a efeito a Comemoração do Dia do Combatente e em memória da batalha de La Lys, 09/04/1918, foi o dia em que mais Portugueses morreram em menos tempo numa qualquer batalha.


Este ano não houve a pompa e circunstância, como acontecera em anos anteriores e sob o meu ponto de vista, deveu-se a que a Cerimónia fora antecipada para as 9.30h, dado que o Pelotão do RI 1 Tavira também estava escalado para uma outra Cerimónia e a dar-se pelas 11.00, na Cidade de Lagos.

Foto 1 – Aguardando o início da efeméride estão o Porta-estandarte José Júlio Nascimento, Cart 2520, Xime e Quinhamel, Guiné-1969/70; Salvador Matias, CCS do BCaç 2836, Mecula e Tete, Moçambique 1968/70; José David Boto, CCaç 2319, Nantuego, Candulo e Tete e por fim o promotor.

Outros motivos, que podem eventualmente ter influenciado, passam pela realização de outras actividades, nomeadamente, em Portimão, onde foi inaugurada a Delegação do Núcleo Lagoa – Portimão da Liga dos Combatentes; e, também ainda nessa cidade, estando previsto, para breve, ser erigido um Monumento em Homenagem aos Combatentes, naturais desse Concelho.

Foto 2 - Placa colocada na Alameda da Praça da República, em Portimão, assinalando o local onde irá ser erigido o Monumento aos Combatentes naturais desta cidade.

Assim, comparecera em Parada, para prestação de Honras Militares aos Mortos em combate, um Pelotão do Regimento de Infantaria 1 – RI 1 Tavira. Tendo o Comandante sido representado pelo Sr. Major Oliveira.

Foto 3 - Pelotão do RI 1 Tavira, em formatura e no manuseamento de armas na posição de sentido, sob o Comando do 1º Sargento Osório Santos.

Uma Seção da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Portimão, sob a orientação do Chefe Silva, executara os toques de Ordem Militar inerentes ao decorrer da efeméride. Também marcou presença o Agrupamento 511 de Lagoa, do Corpo Nacional de Escutas, sob orientação do Chefe de Grupo Miguel Conduto.

Foto 4 - Colocação de coroas de flores na base do Monumento aos Mortos do Ultramar; em primeiro plano o Presidente do Núcleo Jaime Marreiros, Major Oliveira do RI 1 Tavira e o Presidente da C. M. Lagoa, José Inácio.

Foto 5 - Aquando dos toques a sentido e a silêncio, em honra dos Militares Mortos em Combate; em primeiro plano o Presidente do Núcleo Jaime Marreiros, Major Oliveira do RI 1 Tavira e Presidente da C. M. de Lagoa, José Inácio.

O Presidente do Núcleo de Lagoa-Portimão da Liga dos Combatentes, Jaime Marreiros, tendo dissertado perante as entidades Militares e Civis, ex-Combatentes e os seus Familiares, de onde foi captado o seguinte excerto:

“ (…) Estamos hoje aqui para honrar e louvar não só aqueles que pereceram em La Lys, mas também os filhos desta terra e que têm os seus nomes inscritos neste Monumento em sua homenagem. Algumas das suas famílias estão aqui presentes e a eles eu curvo-me humildemente, prestando-lhes os mais elevados e sinceros cumprimentos. É por eles, também, que estamos aqui, agora.

No momento actual de crise em que o País vive onde os vários e sucessivos governos têm mostrado o mais vil ostracismo aos Combatentes vivos, muitos deles vivendo em precárias condições de vida, não só em dificuldades económicas, mas sobretudo de abandono e abismo social e psicológico.

Podemos afirmar, com algum orgulho, que a Liga dos Combatentes, Associação de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, vem desenvolvendo ações humanitárias de partilha e apoio aos seus sócios mais desfavorecidos. O Núcleo de Lagoa-Portimão com a abertura de uma Delegação em Portimão, encontra-se também agora mais rico no apoio psicológico e social com a abertura de um gabinete médico naquela cidade, onde todos os sócios de qualquer concelho se podem socorrer. Este Núcleo dispõe de protocolos vantajosos para os seus sócios nomeadamente em farmácias, seguros, lazer, saúde, etc.

Esta é a nossa atual missão, não esquecendo o passado que nos honra, viver o presente com partilha e solidariedade, apesar de todas as suas vicissitudes e preparar o futuro dos nossos filhos e netos. Viva os Combatentes…! Viva Portugal…! ”

Para cumprimento do protocolo seguiu-se a deslocação ao Cemitério de Lagoa, tendo a finalidade de aí homenagiar os Combatentes Mortos em Combate e também os que vieram a falecer. Nas suas campas foram colocadas flores para memória futura.

Foto 6 - Momento de observância e sentimento, quando da colocação de flores na campa de um Combatente da Grande Guerra de 1914/18.

Foto 7 – Campa de Firmino Marques, Combatente na Grande Guerra de 1914/18.

Foto 8 – O Vereador da C. M. Lagoa Jaime Botelho, colocando uma flor na campa de Jorge Manuel Andrez, que foi Soldado Pára-quedista.

Foto 9 - A Srª D.ª Maria Santinhos, colocando flores na catacumba do seu irmão Francisco da C. Nunes, foi 2º Sargento, faleceu em combate, Vila Cabral, Moçambique-1971; dando-lhe apoio e em 1º plano Araújo Marcos, CCaç 111, Ambrizete, Angola-1961/63.

Foto 10 – Silva Nunes, Ccaç 2527, Bigene, Guidage, Barro e Ganturé, Guiné 1969/71, colocando uma flor na catatumba de Fernando R. Maló, que foi Soldado Condutor Auto e tendo prestado serviço no BENG 447, Bissau - 1968/69.

Cordiais cumprimentos,
Com um abraço
Arménio Estorninho
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Nota do editor:

Último poste da série de 4 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11343: Efemérides (122): Cerimónia comemorativa do Dia do Combatente e do 4.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, dia 13 de Abril em Matosinhos (Carlos Vinhal)