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Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67 > 22 de fevereio de 1967 > Regresso da Op Sobreiro. Fotos do álbum de Benito Neves, ex.fur mil
Fotos (e legendas): © Benito Neves (2010). Todos os direitos reservados.
1. Mensagem, de 25 do corrente, de Manuel Lema Santos [,1º tenente da Reserva Naval, imediato na NRP Orion, Guiné1966/68; membro da nossa Tabanca Grande desde 21 de abril de 2006] [, foto à esquerda]:
Caro Luis Graça e restantes Companheiros Tertulianos,
Não posso passar ao lado da leitura de textos do Benito Neves (*) e outros Camaradas ou Companheiros sem que, tendo partilhado missões e vivências em cenários demolidores da razão humana, me perfile num cumprimento sentido e pesaroso pelo desaparecimento prematuro, quer do Victor Condeço quer de muitos outros camaradas. Alguns, meus amigos pessoais e que por lá deambularam comigo.
Conheci-o [, ao Victor Condeço,] em escassas mensagens trocadas, grandes na dimensão da partilha e o inquestionável orgulho e gratidão que tanto ele como o Benito Neves reafirmaram no repetido apreço do alto serviço que a Marinha e as imortais LD, LDP ou LDM representaram na sobrevivência daquelas unidade militares sitiadas em remotos aquartelamentos "cus de judas" e outros em "nenhures". Todos lá sabemos ir sem GPS...
Benito Neves |
de um almoço-convívio por eles organizado num restaurante, e imagine-se, com um antigo guerrilheiro do PAIGC, também a senhora, a filha do casal e já com uma neta. A continuidade do Benito Neves no envio de documentos históricos não representa para mim uma novidade. Prefirirei saudá-lo como um necessário e aplaudido regresso. A memória histórica da região de Catió passa necessariamente por testemunhos como o dele. Obviamente que não só o dele, mas também o dele.
Mais do que alargar-me em romagens de saudade à minha memória histórica Guiné, prefiro reencaminhar antigos camaradas e companheiros para as linhas que então publiquei, suportado pelas mensagens trocadas com o saudoso Victor Condeço e o Benito Neves.
Muito grato fico pelo conhecimento que me deste!
Muito grato fico pelo conhecimento que me deste!
Abraço amigo para todos,
Manuel Lema Santos
Manuel Lema Santos
PS - Vd. poste no meu blogue Reserva Naval > 2 de abril de 2010 > Nunca será demais... .as acções das LD’s, LP’s, LDP’s e LDM’s na Guiné!
Victor Condeço (1943-2010) |
(...) 'Nunca é demais...' afirmar que para Catió, a Marinha foi crucial para a sua sobrevivência como localidade e como região.
A ligação a Bissau e a outras povoações fazia-se antes da guerra, como sabemos, pela estrada para Buba, que a meio percurso ligava com a de Bedanda.
O início das hostilidades na zona, em 25 Junho 1962, com o afundamento da jangada de Bedanda, abatizes nas estradas e os cortes de fios telefónicos, a vila de Catió ficou isolada.
As estradas acabariam por ser abandonadas, a partir desta altura o transporte de pessoas e bens era quase integralmente feito por via fluvial.
Até Fevereiro de 1968 a pista de aviação só permitia a operação de Helis, DO-27 e as Cessna dos TAG, só a partir desta data com o aumento da mesma, passaram ali a operar os velhos Dakotas da Força Aérea.
Foi já durante a minha comissão, entre finais de 1967 e início de 68, que foram feitos trabalhos de desmatação ao longo daquela estrada a partir do cruzamento de Camaiupa, na tentativa de a reabrir, o que nunca foi conseguido.
Esta operação mobilizava todos os dias uma enorme quantidade de meios tanto de Catió, como de Cufar de Bedanda.
Os trabalhos, foram interrompidos se não erro, após a chegada do novo CMDT Chefe Brig Spínola e nunca reatados no meu tempo.
Por tudo isto pode avaliar-se a importância que a Marinha teve na criação das condições para a manutenção desta Sede de Circunscrição, que tão disputada foi pelo PAIGC.
Com um abraço
Victor Condeço (...)
A ligação a Bissau e a outras povoações fazia-se antes da guerra, como sabemos, pela estrada para Buba, que a meio percurso ligava com a de Bedanda.
O início das hostilidades na zona, em 25 Junho 1962, com o afundamento da jangada de Bedanda, abatizes nas estradas e os cortes de fios telefónicos, a vila de Catió ficou isolada.
As estradas acabariam por ser abandonadas, a partir desta altura o transporte de pessoas e bens era quase integralmente feito por via fluvial.
Até Fevereiro de 1968 a pista de aviação só permitia a operação de Helis, DO-27 e as Cessna dos TAG, só a partir desta data com o aumento da mesma, passaram ali a operar os velhos Dakotas da Força Aérea.
Foi já durante a minha comissão, entre finais de 1967 e início de 68, que foram feitos trabalhos de desmatação ao longo daquela estrada a partir do cruzamento de Camaiupa, na tentativa de a reabrir, o que nunca foi conseguido.
Esta operação mobilizava todos os dias uma enorme quantidade de meios tanto de Catió, como de Cufar de Bedanda.
Os trabalhos, foram interrompidos se não erro, após a chegada do novo CMDT Chefe Brig Spínola e nunca reatados no meu tempo.
Por tudo isto pode avaliar-se a importância que a Marinha teve na criação das condições para a manutenção desta Sede de Circunscrição, que tão disputada foi pelo PAIGC.
Com um abraço
Victor Condeço (...)
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Notas do editor
(*) Vd. postes de:
(*) Vd. postes de:
24 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13188: Memória dos lugares (266): Cachil, o meu suplício de Sísifo durante 30 dias (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)
25 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13191: Memória dos lugares (268): Cachil, que eu conheci em julho/agosto de 1966... Suplício de Sísifo... e de Tântalo: rodeados de água, mas a potável tinha que vir de barco, em garrafões, de Catió ... (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)
(**) Último poste da série > 30 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12914: (In)citações (63); Senhor Ministro da Defesa, vamos lá falar, com toda a franqueza: dizer-lhe que militar não é, propriamente, um funcionário público. Já lhe ocorreu pensar nesta verdade? (Silvério Dias, ex-2º srgt art, CART 1802, Nova Sintra; ex-locutor do PFA, QG/CTIG, Bissau, 1969/74)