quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14106: Memórias de Gabú (José Saúde) (50): Recordando o saudoso enfermeiro Dinis. Homem, militar e amigo.

1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos mais uma mensagem desta sua fabulosa série.

As minhas memórias de Gabu

Recordando o saudoso enfermeiro Dinis
Homem, militar e amigo

De estatura física a atirar para o metro e sessenta, ou nem tanto, franzino, mas sempre ágil na sua entrega à vida, o enfermeiro Dinis, da minha companhia – CCS do BART 6523 -, era um rapaz cuja dedicação à causa que a tropa lhe concedera muito o notabilizou.

Lembro-me, perfeitamente, de passar defronte às minhas instalações ao lado de um outro camarada, creio que de transmissões, que muitas vezes apelidei como a “sorte grande e a terminação”.

A razão deste meu pequeno devaneio prendia-se com o facto do Dinis, pequeno em altura, mas com um coração enorme, ombrear lado a lado com um camarada alto e esguio que se mandava para cima de um metro e oitenta.

Curioso é que o Dinis, um militar simpático e afável, nunca impunha restrições para uma espontânea cavaqueira na missão que escrupulosamente cumpriu como antigo combatente na Guiné. Aliás, recordo as minhas idas à enfermaria e ser atendido, com pompa e circunstância, pelo meu amigo Alfredo Dinis que se predispunha a uma ajuda momentânea caso a necessidade assim o determinasse. 

Por uma questão de ética olvidemos o Alfredo e falemos simplesmente do enfermeiro Dinis como era hábito a malta tratá-lo. Na minha memória subsiste a imagem de um jovem, cara de menino, cuja pronuncia era tendencialmente marcada pela dicção de uma “Invicta” que todos conhecemos como a maravilhosa cidade do Porto.

Numa intromissão às minhas memórias de Gabu, revejo a irreverente ação militar do enfermeiro Dinis. Foram muitas as idas para o mato em que este nosso amigo acompanhava o grupo e vincava presunçosamente a sua próspera especialidade numa população onde as carências impunham óbvias restrições humanitárias e físicas.

Recordo, por exemplo, as visitas “pomposas” às tabancas de Gabu em que o Dinis, munido com sua mochila de “mesinhos”, distribuía remédios santos para gentes nativas que viam nele um deus caído do céu. A patologia constatada implicava uma receita urgente. E o Dinis já conhecia os males e as suas curas. Tanto mais que naqueles lugares ermos as queixas eram as rotineiras e obviamente reconhecidas. 

As minhas memórias guardam, também, outras circunstâncias em que afabilidade do Dinis denotava uma mensurável devoção à causa que mui dignamente serviu. Lembro, por exemplo, quando num certo dia, que não posso precisar porque se esvaziou da minha mente, o Dinis, após o almoço, recebeu na enfermaria um camarada que acabara de morrer num contacto com o IN, sendo a razão da sua morte um pequeno orifício de uma bala que, infelizmente, lhe penetrou a fronte e se alojou no cérebro. Comentámos a fatalidade do nosso camarada e o destino cruel que a guerra na Guiné lhe traçou.

Numa outra ocasião um gerador, adstrito à messe de sargentos, rebentou. O estrondo no quartel foi enorme e a manhã foi de autentico sobressalto para toda a rapaziada. Uns ainda dormiam e outros “matavam” o tempo com premeditados afazeres. Uma carta para a namorada, escrita sob um cenário de guerra, ou uma missiva, quiçá faustosa, para uns pais sempre carentes de notícias da peleja de além-mar e sobretudo do estado físico e moral do seu querido descendente.

No meu caso estava sentado num “confortável” cadeirão, feito à maneira de um homem grande, situado à frente dos aquartelamentos dos sargentos, ao lado da messe, meditando num horizonte onde a guerra não perspetiva melhorias e eis-me a ouvir na plenitude tamanho ronco.

Confesso que o estrondo pareceu-me que vinha das traseiras da messe de sargentos. Não hesitei e lá fui para saber o que acontecera. Viveram-se então momentos de pânico, sendo o infeliz contemplado da desgraça o camarada Filipe, um rapaz que trabalhava na copa da nossa messe.

O corpo do militar Filipe registava fartas queimaduras e a dor sentida pelo camarada era grande. Havia partes do seu corpo em que a pele queimada dera lugar a uma mancha vermelha que deixava antever preocupação. O rosto e os braços, em particular, indiciavam dor.

Perante o sucedido o Filipe ficou entregue aos cuidados do pessoal de enfermagem da companhia. O furriel enfermeiro Navas e o Dinis prestaram-lhe os primeiros socorros, seguindo-se os cuidados diários do nosso saudoso homem do Norte.

Sei que o enfermeiro Dinis foi incansável nos seus préstimos, sei também que este meu velho camarada portuense já partiu para a tal famigerada viagem sem regresso, descansa em paz, restando, porém, alvíssaras do Filipe. 

O Filipe era também um rapaz do Norte, creio, ficando por ora este meu apontamento como a linha aberta de um azimute que possa, eventualmente, reencontrar este camarada da CCS do BART 6523, Nova Lamego, Gabu, 1973/74.


O enfermeiro Dinis na prestação de cuidados ao nosso camarada Filipe 


 O enfermeiro Dinis na prestação de cuidados ao nosso camarada Filipe


Dinis junto a ambulância apanhada ao IN pelo grupo de Marcelino da Mata

Um abraço camaradas, 
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
___________
Nota de M.R.:

O meu saudoso Amigo Alfredo Dinis era nosso camarada tabanqueiro, tendo deixado parte das suas memórias, que podem ser vistas em:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Alfredo%20Dinis

Vd. último poste desta série em: 


Guiné 63/74 - P14105: Manuscrito(s) (Luís Graça) (42): Requiem para um paisano... (à memória do meu infortunado camarada Luciano Severo de Almeida)


Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Sinchã Mamadjai, ou Sinchã Qualquer Coisa... Algures, numa tabanca do regulado de Badora, em autodefesa, reforçada pelo 3º Gr Comb, com os respetivos furrieis mlicianos: o  Luciano Almeida (foto nº 1) e o Luís Graça [henriques] (foto nº 2), junto a um dos abrigos e posando com o RPG 2 para a fotografia... O fotógrafo foi o Arlindo Roda.

Fotos © Arlindo Roda (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]







Regressávamos da guerra, com a morte na alma e mazelas no corpo, num navio, quase fantasma,  da marinha mercante,  da Companhia Colonial de Navegação.

Como se tudo continuasse como dantes e a vida corresse normalmente, "contra os ventos da história" (como então se dizia), nessa viagem de regresso à pátria servia-se a bordo, na chamada classe turística, reservada aos sargentos: (i) uma sopa de creme de marisco; (ii) seguido de um prato de peixe (pescada à baiana); e (iii) um prato de carne (lombo estufado à boulanger)... sem esquecer (iv) a sobremesa: a bela fruta da época, o bom café colonial, o inevitável cigarro a acompanhar um uísque velho, antes de mais uma noitada de lerpa ou de king...

Obrigado ao Humberto Reis e à sua famosa "memória de elefante" por me lembrar que o 17 de Março de 1971 foi o primeiro dia do resto das nossas vidas...  E, nas costas da ementa de um desses jantares a bordo, talvez o do último dia, deixámos escritos os nossos nomes e moradas. Dois de nós já não estão entre os vivos: é o o caso do Luciano Severo de Almeida (que morava no Montijo, desaparecido em trágicas condições e em data que ninguém sabe ao certo), bem como do António Branquinho que voltou para a sua terra, Évora, e que morreu em 2014, de doença...   


Quando soube da triste notícia da morte do Branquinho, não consegui  despedir-me dele sem  lhe reservar um lugar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande, sob o nº 661...  Quanto ao Luciano Almeida, a esse, já em tempos lhe fizera um poema ("Requiem para um paisano") tendo prometido publicá-lo aqui, neste blogue,  "um dia destes"... Pois esse dia  chegou hoje, o primeiro dia do ano de 2015 quando vão 44 anos do nosso regresso no T/T Uíge... Quis, com este gesto,  que  a memória destes dois meus camaradas de armas  não ficasse  por aí, na vala comum do esquecimento...

Quanto aos outros camaradas da lista, felizmente  ainda estão vivos e recomendam-se: o Piça, o Jaquim, Fernandes, o  Tony Levezinho, o Humbertos Reis... Ficámos todos amigos... para sempre !

 
Foto:  © António Levezinho (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]}

Requiem para um paisano

por Luís Graça


(À memória do Luciano Severo de Almeida,
meu camarada
da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, 

Contuboel e Bambadinca, 1969/71,
e dos meus demais camaradas da Guiné, 
desconhecidos,
que morreram,
de morte violenta,
já como paisanos, 

depois do regresso á pátria,
por homicídio, suicídio ou acidente)



Disseram-me que tinhas morrido,
meu infortunado camarada,
já muito depois do nosso regresso a casa.
Talvez nos finais dos anos 70
do século passado, 
não posso precisar.
Morrido, lerpado,
para usar o nosso calão de caserna
bruto e feio, 
Lerpado, assim, sem mais nada,
sem uma palavra,
sem uma despedida,
sem uma oração,
talvez até sem um ui nem um ai,
sem um grito,
sem um ato de contrição,
sem um último desejo,
nem sequer um xeque-mate!

Morrido, de morte matada,
morrido, como um cão,
de um tiro na nuca,
como os cães que abatemos,
uma noite, em Bambadinca,
a Noite das Facas Longas,
lembras-te?!


Disseram-me que tinhas sido encontrado,  
morto,
longe da nossa Guiné,
dessa terra verde e vermelha que tu amavas,
longe da tua Sinchã Mamadjai,
e da morança da tua bela Fatumatá,
de mama firme,
que se escapulia para a tua morança,
nas noites de lua cheia,
em que uivava a hiena…
Longe do tarrafo do Geba,
da Ponta Varela e do Poindom, 
do Mato Cão,
dos Nhabijões,
da Ponta do Inglês,
da Missão do Sono,
da Ponte do Udunduma,
da orla da bolanha,
do poilão,
do bagabaga…

Onde, afinal ?
Não longe dos teus verdes anos,
não longe do arco-íris do teu céu de menino.
perto do teu Tejo,
numa valeta de uma rua escura da tua cidade…
Ou de um qualquer subúrbio triste e cinzento
de cidade nenhuma.

Que morte tão crua, a ser verdade,
oxalá fosse boato a notícia de fait-divers
que alguém leu no jornal,
a notícia de uma morte 
em que eu não te (re)vejo.
Oxalá, meu camarada,
tenhas simplesmente desaparecido,  emigrado,
tenhas sido sequestrado,
tenhas mudado de código postal
ou até de identidade,
sempre era menos mal.
E poupavas-me este requiem,
o teu elogio fúnebre,
que é a pior das missões
que se pode pedir a um camarada de armas.
Disseram-me (, mas eu não quis crer,)
que tinhas sido morto,
sem honra nem glória,
depois de cumprido o teu dever
para com a Pátria que te foi madrasta,
cruel Jocasta.
Já depois da última nau da Índia ter naufragado
no mar da Palha da tua infância,
já muito depois dos últimos guerreiros do império
terem feito o espólio de todas as guerras
e o relatório da sua errância
desde Quinhentos.


No século passado, meu amigo,
no século transato, meu irmão!...
Lembro-me de o velho Uíge,
navio da velha Companhia Colonial de Navegação,
nos ter devolvido a terra,
à nossa cidade e capital.
Nas praias de Alcântara,
no cais da saudade,
no cais de pedra donde partíramos,
quase às escondidas,
vindos do comboio noturno e soturno
de Santa Margarida,
do Campo Militar de Santa Margarida.
Não sei quem te esperava
nesse dia 22 de Março de 1971,
mas seguramente os mesmos entes queridos
que me esperavam a mim, a todos nós, 
que ali, no cais,
passávamos à condição de paisanos,
depois de nos depedirmo-nos,
bebendo o último gole de uísque sem gelo
e fazermos promessas de amizade para sempre.

Vestidas as calças à boca de sino,
e as camisas às florinhas,
regressávamos ao doce lar,
com as exóticas bugigangas compradas no Taufik Saad,
ao lar e à rotina das nossas vidas, 
pequenas,
insignificantes.
E a uma outra guerra,
a da lufa lufa do quotidiano.
com outras picadas,
com outras minas e armadilhas,
com outras emboscadas e golpes de mão.

Tu tinhas um lar, 
todos tínhamos um lar,
uma família, 
alguns um emprego,
muitos uma namorada 
ou uma noiva 
ou uma mulher à nossa espera…
Mas eu…, eu, o que sabia de ti ?
O que sabíamos uns dos outros ?
E dos nossos sonhos ?
Muito pouco, afinal…
Casaste ? 
Tiveste filhos ?
Não, não tiveste tempo de ser bom filho, nem bom pai,
muito menos avô bababo…


Nunca mais voltei a rever-te,
em todos estes anos,
em que tantas coisas aconteceram,
para o pior e o melhor,
na nossa Pátria,
uma palavra, repara,
que saiu do léxico dos tugas,
e já não se usa mais…
A Pátria...
Afinal o que é a Pátria, camarada ?


A imagem mais forte, não a última,
que retenho de ti,
é a do menino e moço
que saiu, fardado, garboso,
da casa de seu pai e sua mãe…
É a imagem do puto reguila,
quiçá rebelde, 
temperamental,
belicoso mas generoso,
da margem sul do Tejo.
Com jeito para o desenfianço,
o desenrascanço,
que a vida era dura para os homens
da CCAÇ 12, brancos e pretos.


Retenho ainda a imagem do nosso patético duelo
no bar de sargentos de Bambadinca,
tendo por arma, letal,
uma garrafa de VAT 69
(Ou era Jonhnie Walker ?
Ou White Horse,
a tal do cavalinho branco ?
Já não me lembro do rótulo,
sei apenas que era scotch, e do bom,
daquele que vinha From Scotland
for the Portuguese Armed Forces with love!,
da Escócia para os tugas
com amor)…


Um duelo de morte, 
gole a gole,
até ao gole final,
em menos de 15 minutos!...
Com árbitro e tudo,
apostas a dinheiro,
mirones e claques de apoio,
como mandavam as regras
dos apanhados do clima de Bambadinca!

Apanhados do clima, dizes bem,
exaustos,
usados e abusados,
filhos de Sísifo,
filhos de um deus menor,
condenados ao mais insano dos suplícios,
uma guerra a que chamavam
de contraguerrilha,
do gato e do rato.
de subversão e contrassubversão…
Não, não, era a roleta russa,
ninguém tinha pistolas de tambor,
era o fado lusitano,
era o fado da Guiné,
meu camarada,
meu amigo,
meu irmão,

Era a nossa triste condição,
era a nossa quiçá estúpida,mas viril, 
maneira de matar… o tempo,
o tempo em tempo de guerra,
o tempo de espera entre uma e outra operação,
o tempo de espera que podia ser entre a vida e a morte.
Era a insanidade mental,
era a raiva, traiçoeira,
era a lucidez da loucura a tomar conta de nós…. 

Foi esse fado que te matou,
essa maldita toxina,
essa adrenalina,
que trouxeste das águas do Geba 
e das bolanhas do Corubal,
e que te impedia de parar para pensar,
simplesmente parar,
simplesmente pensar,
simplesmente viver,
simplesmente respirar
à tona de água.
meu irmão,
meu camarada.
meu amigo.

Foi o sobressalto da vida,
foi a vida em sobressalto,
foi a vida em saldo,
foi a alma em carne viva,
foi a dor em lume brando.
Foi isso que te matou.
No pós-guerra,
na guerra dos paisanos.
Foi isso, 
foi a Guiné que te matou.
Ao retardador.
Ou não ?!


v10 1jan2015


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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14027: Manuscrito(s) (Luís Graça) (41): Maresias, Lisboa, Tejo, memórias, amnésias... Parte II: O Terreiro do Paço e a(s) cenografia(s) do poder

Guiné 63/74 - P14104: Parabéns a você (838): Margarida Peixoto, amiga Grã-Tabanqueira

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Nota do editor

Último poste da série de 27 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14085: Parabéns a você (837): José Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 4745 (Guiné, 1972/74)

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14103: A minha máquina fotográfica (17): Comprei uma Canon no navio "Timor" e andei com ela muitas vezes no mato... Tirou centenas de fotos e "slides" (que mandava para a Alemanha, para revelar) (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970)



Foto nº 1 > A minha Canon ou parecida... (Foto retirada da Net, com a devida vénia)



Foto nº 2 > Na psico em Paunca


Foto nº 3 > Na suite do Ali Babá em Gabu (Nova Lamego)


Foto nº 4 > Casino, hotel, resort de Contuboel


Foto nº5 > Entrada da Villa Country Club de Canquelifá



Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem do Abílio Duarte [, ex-fur mil,CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970,] com data de 20 de dezembro último;


Olá, Luís,

Entrando na tertúlia das máquinas fotográficas (*), não quero deixar de deixar algumas palavras sobre a minha CANON.

Comprei-a a bordo do navio que nos levou á Guiné, o "Timor", e que me acompanhou em toda a comissão, tendo ido muitas vezes para o mato.

Foi a minha 1ª camera, que me despertou muito para a actividade de fotágrafo, e com ela tirei centenas de fotos e slides. Aprendi o que era abertura vs velocidade, grandes planos, campo de profundidade etc.

Era uma máquina bastante resistente e tinha um bom estojo, que a salvou de muitas quedas, e apanhou bastantes chuvadas.Tive-a até bastante tempo depois de regressar, mas um dia caiu e já não teve conserto, para tristeza minha.



O T/T Timor. navio de carga e passageiros, c. 7.7 mil toneladas 
de arqueação bruta e c. 130 m de comprimento, e capacidade 
para um total de 387 passageiros. Armador: 
Companhia Nacional de Navegação, Lisboa 
Fui á Net, e encontrei uma foto da camara,
que envio, assim como outras, que como aquelas
que enviei anteriormente, foram tiradas pela mesma.

Uma coisa que estranhei, quando estava na Guiné, é que quando mandava slides para revelar,  para a Alemanha, nunca me desapareceu nenhum rolo, o que na altura me deixava bastante satisfeito.

Desejo-te umas BOAS FESTAS e FELIZ NATAL, assim como a todos os periquitos desta GRANDE TABANCA.

Só para memória futura, cheguei a Portugal em 22.12.1970, pelo que faz 44 anos que acabei a minha comissão, e o que eu passei para poder 
passar o Natal de 1970, já com a família.

Um Grande Abraço, Abílio Duarte

______

Guiné 63/74 - P14102: Os Nossos Camaradas Guineenses (40): O alf cmd graduado Braima Baldé, da 1ª CCmds Africanos, natural de Bambadinca, e que depois da independência trabalhou para o PAIGC, pode ainda estar vivo... e ser o meu tio (Aladje Mustafá Baldé, estudante guineense no Brasil)



Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > Lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, membro da nossa Tabanca Grande, "Comando, Guineense, Português" (Lisboa: Associação dos Comandos, 2010, 229 pp., 150 fotos, preço de capa: 25 €).  Vive hoje em Portugal, na Amadora. Acabou a sua carreira militar como alf comando graduado, na CCAÇ 21, comandada pelo cap cmd grad Djamanca, um dos primeiros camaradas guineenses a ser fuzilado pelo PAIGC. Foi também amigo e camarada do alf cmd graduado Braima Baldé, natural de Bambadinca, e dado como fuzilado pelo PAIGC a seguir à independência.

Foto (e legenda) : © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados

1. Mensagem do nosso leitor Aladje Mustafá Baldé

De: Aladje Mustafa
Data: 25 de dezembro de 2014 às 01:09
Assunto: informação sobre o ex-comando Braima Baldé


Olá, camarada,  meu nome é Aladje Mustafá Baldé, guineense,  estudante no Brasil. Vim te informar de que hoje tive oportunidade de ler o e-mail escrito por sr Serifo Baldé  desde 2008,  perguntando do paradeiro do pai, ex-comando do exército português,   de nome Braima Baldé.(*)

É  para te dizer de que eu tenho um tio meu,  de nome Braima Baldé, ainda de vida,  pertencente ao exército português,  formado em Portugal, ele é natural de Bambadinca. Caso o sr queira,  eu posso lhe passar o contacto dele para você tentar saber se se está  tratando do mesmo Braima. Se salientar que ele também trabalhou com o PAIGC,  depois da independência.


2. Comentário do nosso editor Luís Graça:

Obrigado, amigo Aladje Mustafá pela tua mensagem e interesse pelos conteúdos do nosso blogue. O Braima Baldé de que estamos a falar pode realmente ser o  teu tio, natural de Bambadinca, comando, e que depois da independência terá trabalhado para o PAIGC...  A informação de que tínhamos até agora era a de que ele tinha sido posteriortmente fuzilado, em data e local desconhecidos Como sabes, há informações contraditórias sobre o destino de muitos dos nossos camaradas guineenses, a seguir à independência. Nem todos fugiram, nem todos foram fuzilados...

A ser verdade o que tu nos contas, ficamos muito felizes. e peço-te que confirmes os dados biográficos que apresentamos a seguir. Fala com o teu tio. Em todo o acaso há que ter em conta a mensagem do Sherifo Baldé, que vive em  Portugal, e que nos disse o seguinte, em 6/2/2008:

"Sou o filho do Alferes Cmd Braima Baldé, que infelizmente não tive a felicidade de conhecer devido às vicissitudes da guerra."

Segundo as informações recolhidas pelo nosso blogue, o Braima Baldé  era alferes comando graduado da 1ª Companhia de Comandos Africanos, formados em Fá Mandinga, perto de Bambadinca, na 2ª metade do ano de 1969, e mais tarde integrada nop  Batalhão de Comandos Africanos (BCA). Eu na altura estava em Bambadinca, na CCAÇ 12, uma companhia africana (julho de 1969/março de 1971) e acompanhei a formação da 1ª CCmsd Africanos. Conheci alguns graduados.

Este batalhão (3 companhias) foi formado entre 1969 e 1974, exclusicamente com militares do recrutamento local, ou seja, guineenses. Era uma força de elite, temida pelo PAIGC.  Um dos camaradas do Braima Baldé foi o Amadu Bailo Djaló, futa-fula, hoje com 74 anos, e autor do livro "Guineense, Comando, Português: 1º volume: Comandos Africanos, 1964-1974" (Lisboa,  Associação de Comandos, 2010, 299 pp.)

Reproduzo, mais uma vez, o depoimento dele sobre o seu camarada Braima Baldé, natural de Bambadinca. Oxalá o Braima Baldé esteja vivo, e seja o teu tio de Bambadinca, e pai do Sherifo Baldé (que vive em Portugal). (**()

3. Depoimento sobre o Alferes Comando Graduado Braima Baldé (, natural de Bambadinca), pelo seu camarada Amadu Bailo Djaló (alferes comando graduado, no BCA, e depois na CCAÇ 21, sediada em Bambadinca, no final da guerra, em 1973/74; futa-fula, nascido  em Bafatá, em 1940) [Depoimento recolhido por Virgínio Brione, Lisboa, Maio de 2009].(*)

(...) Tinham acabado os comandos do CTIG, em finais de Junho de 1966, e regressei à CCS do QG [Quartel General,. em Bissau]. Uns meses mais tarde, fui transferido para Bafatá, para o BCav 757, conhecido pelo “sete de espadas”, comandado pelo tenente-coronel Moura Cardoso. Foi nessa altura que conheci o Braima [Baldé].

O Braima era 1º cabo, tal como eu, embora mais antigo dois anos (incorporação de 1960), pertencia à BAC [Bateria de Artilharia de Campanha]. e estava destacado no esquadrão [de cavalaria] de Bafatá. Não conheço os motivos mas soube que o Braima tinha sido louvado e recebido o prémio Governador da Guiné.

O Braima pertencia à família real do Corubal. A característica mais forte da personalidade dele era ser uma pessoa muito reservada. Quando a gente falava uns com os outros, o Braima podia estar junto de nós, mas era como se não estivesse, especialmente se estivéssemos nas brincadeiras. Nunca ouvi ninguém queixar-se dele.

Em 1969, com a chegada de Spínola, deu-se a formação dos comandos africanos. Primeiro, houve um curso de quadros ministrado em Brá, sob o comando do capitão Barbosa Henriques, de que eu e o Tomás Camará fomos monitores. Foi nessa altura que nos ficámos a conhecer melhor, embora nunca tivéssemos sido amigos íntimos.

Acabado o curso, regressámos às nossas unidades e ficámos a aguardar que nos chamassem para o curso de formação da 1ª CCmds Africanos, da qual, já como furriéis graduados,  fizemos parte.

O Braima [Baldé] foi graduado em 1º sargento. Entrámos juntos, embora em companhias diferentes. 


Fomos a Conacri [op Mar Verde, 22 de novembro de 1970], estivemos em Mansabá a dar o 4º curso de comandos e fomos a Kumbamory [, no Senegal], cada um a comandar o seu grupo. 

Ao Braima calhou-lhe ir no agrupamento onde ia o major Almeida Bruno. Conta-se a história que, nesta operação, o Braima pode ter salvado a vida do major [Almeida] Bruno [, hoje tenente general reformado].

Quando este, de pé, avistou uns militares, chamou-os, julgando que eram nossos. Eram paraquedistas senegaleses. O Braima apercebeu-se, gritou-lhe que se abaixasse, e segundos depois foram alvejados com rajadas.

No regresso, já em Guidajee, o major Bruno [ antes ajudante de campo do Spínola, depois comandante do BCA] tirou os galões de um alferes europeu e colocou-os nos ombros do Braima.

Quando se deu o 25 de Abril,  o PAIGC atribuiu-lhe um cargo numa secretaria em Bambadinca. Não foi só ao Braima, ao alferes Sada Candé, também dos comandos, o PAIGC encarregou-o de uma missão no Senegal.

Tive conhecimento que os dois foram executados, juntamente com muitos outros companheiros nossos, em 1975, em dia e local que desconheço."
_______________


(...) O filho do Braima Baldé (que vive em Vialonga, Alverca) mandou em tempos, ao nosso editor, o seguinte mail:
From: Balde Serifo [mailto:serifo_balde@msn.com ]
Sent: quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2008 13:00
To: Luís Graça
Subject: Alferes Cmd Braima Baldé

Antes de mais gostaria de lhe felicitar o seu blogue, que tive a felicidade de conhecer.

Sou o filho do Alferes Cmd Braima Baldé, que infelizmente não tive a felicidade de conhecer devido às vicissitudes da guerra.

Gostaria de saber mais coisas sobre ele no caso de o professor ter privado com ele.

Resido em Lisboa, e o meu email é serifo_balde@msn.com,
Telemóvel: 963312294.

Obrigado por tudo, professor, e agradeço muito a sua compreensão (...)


(**) Último poste da série > 21 de outubro de  2014 > Guiné 673/74 - P13774: Os nossos camaradas guineenses (39): Calaboche Tchuda, apontador de bazuca do 4º pelotão da CCAÇ 13, e prémio Governador Geral...Preso e fuzilado de imediato, quando regressava da sua escola, em Nhacra, depois da independência... (Carlos Fortunato)

Guiné 63/74 - P14101: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (92): O Alfarrabista Eduardo Martinho, amigo de Mário Beja Santos, foi Furriel Miliciano do Pel Rec da CCS do BART 2861, logo camarada do nosso tertuliano Furriel Enfermeiro, Ribatejano e Fadista Armando Pires

1. Todos sabemos da incessante procura de publicações que digam respeito à Guiné por parte do nosso confrade (como ele gosta de dizer) Mário Beja Santos.

No Poste 13954(*) Beja Santos diz-nos:
Subo em direção ao mercado de Santa Clara, começou a chuviscar, abrigo-me na tenda do meu amigo Eduardo Martinho, recebe-me com um sorriso. Combateu na Guiné, conhece o nosso blogue, foi com ele que regateei o livro dedicado a Mário Pinto Andrade. Vai buscar o livro e autoriza que eu reproduza o que achar de mais interessante.

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2. Em conversa telefónica com o editor, Armando Pires refere que o Martinho foi seu camarada em Bissorã, e que se lembra de entrevistar o Mário Beja Santos quando este se preparava para iniciar uma colaboração que se prolongou por anos na então Antena 1.
Dei-lhe o contacto do Mário para que pudessem trocar impressões.
Daí resultou esta troca de mensagens:

De Armando Pires (ex-Fur Mil Enf.º da CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/70), em 28 de Novembro de 2014 para Mário Beja Santos:

Meu caro Beja Santos. Camarada.
Acabo de ler no nosso blogue uma nova referência sua ao Alfarrabista Eduardo Martinho, sinalizando, desta vez, ter sido ele combatente na Guiné.
De facto, e já o disse em comentário a um outro post seu, o Martinho foi Furriel Miliciano do Pel Rec na minha Companhia, a CCS do BCAÇ 2861.
Na Guiné sabíamos, conhecíamos, a sua faceta cultural. E dela lhe quero dar como exemplo a foto em anexo. Foi tirada em Bissorã, certamente em Dezembro de 1969.
Aquele que assiste ao trabalho do Martinho, sou eu.
Aceite um forte abraço de camaradagem do Armando Pires

OBS: - Sabia que quando começou a trabalhar na Defesa do Consumidor, a sua primeira entrevista para a rádio - RDP - fui eu que lhe a fiz?

Bissorã, Natal de 1969 - Com o Furriel Martinho que pinta um Presépio


3. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 29 de Novembro de 2014 para Armando Pires:

Meu Caro Armando,
Fui hoje de manhã à Feira da Ladra, manhã ensolarada,visitei o estanco do Eduardo Martinho, tinha a prenda de Natal para ele, um opúsculo de António Carreira com cerca de 75 anos e o Roteiro da Guiné, de que sou coautor.

Informei-o do teu mail, emocionou-se deveras, falou-me nas fotografias que tem, vai filiar-se na nossa tabanca, comprometi-me a ir no próximo sábado lá buscá-las, quis começar a contar as suas histórias em Bissorã, pedi-lhe para as escrever, corro o risco de me tornar em escriba de malta preguiçosa…
Vou pedir ao nosso editor que publique a fotografia, caso não vejas impedimento, é facto que o Eduardo Martinho desenha, ainda hoje o vi a fazer um boneco no livro que ofereci, é um alfarrabista invulgar, vende antiguidades, desenhos e quadros, é dotado de uma grande cultura, é visitado por gente que procura coisas invulgares, como o Jeremy Irons, um dos seus clientes, ali se junta uma tertúlia simpática, sinto-me sempre lá bem, há sempre conversas aliciantes e muita charla sobre autores de todos os géneros.

Devo-lhe bastantes atenções, empresta-me livros e vende-me a preços abordáveis óleos e desenhos, que tanto aprecio.

Agradeço-te a lembrança da entrevista… ainda não desisti de escrever as minhas memórias de 25 anos na rádio.

Aceita o abraço do teu camarada,
Mário

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4. Comentário do editor:

Alguém tem dúvidas de que "O Mundo é Pequeno e que a Nossa Tabanca... é Grande"?
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Notas do editor

(*) Vd. poste de 28 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13954: Recordações de uma ida à Feira da Ladra: 15 de Novembro (1) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 3 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13969: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (90): Foto do ferryboat BOR que levou a CART 730, de Bissau para Bolama, um dia depois de desembaracar do T/T Niassa (João Parreira, ex-fur mil op esp e cmd, CART 730 / BART 733, Bissorã, 1964/65; Gr Cmds Fantasmas, CTIG, Brá, 1965/66)

Guiné 63/74 - P14100: In Memoriam (216): Rui Romero (1934-1966), cap mil inf, 1º cmdt da CCAÇ 1565 (1966/68)... Finalmente... a Verdade (Ana Romero)

1. Mensagem da nossa amiga Ana Romero, membro da nossa Tabanca Grande, com o nº 669 [, foto atual à esquerda]:


Data: 30 de dezembro de 2014 às 19:57

Assunto: Finalmente... a VERDADE

Caros amigos,

Em primeiro lugar desejo-vos uma Boas Festas com tudo de bom.

Tal como tinha comunicado a alguns de vós, ontem desloquei-me ao Arquivo Geral de Exército, a fim de consultar o processo do meu pai. (*)

Confesso que fiquei surpresa, pois nem o meu Cartão de Cidadão
Cap mil inf Rui Romero
((Portalegre, 1934- Jumbebem,1966)
me foi pedido para verificarem quem eu era; apenas no fim da minha visita, solicitaram o meu NIF e a minha morada para envio do recibo relativo as fotocópias que solicitei.

Para surpresa das surpresas, no processo encontrava-se a seguinte documentação:

(i) processo por acidente com arma de fogo, com croqui anexo;

(ii) relatório médico;

(iii) certidão de óbito;

(iv) relatório de autópsia.

Apesar de ser omissa  a palavra suicídio, talvez por proteção da família (para atribuição de pensão!), as descrições parecem-me bastante claras e esclarecedoras.

Com todas as informações que todos vocês me foram facultando, pelas quais vos ficarei eternamente grata, e com a leitura deste processo, neste momento estou esclarecida das circunstâncias que envolveram a morte do meu pai.

Infelizmente não foi possível crescer na sua companhia, não deixando por isso, de estar sempre no meu pensamento.

Talvez um dia, em "outras vidas", nos encontremos!

Uma vez mais, um muito obrigada, do fundo do meu coração, por todo o vosso apoio.

É com muito orgulho que recebi a inscrição de membro nº 669 da Tabanca Grande, blogue que passei a seguir.(**)

Espero que nos possamos encontrar num futuro próximo. (***)

Um grande bem haja para todos e votos de umas excelentes entradas em 2015.

Beijo grande,
Ana Romero
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(**) Vd. poste de 14 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13734: Tabanca Grande (448): Ana Romero, filha do cap mil inf Rui Romero (Portalegre, 1934 - Jumbembem, 1966)

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14099: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XIX: agosto de 1973: (i) ataque de 45 minutos á embarcação civil "Chegada"; (ii) crescente pressão sobre o IN das africanas CCAÇ 12 e 21; e (iii) aumento de 15% sobre os ordenados e pensões da tropa africana



Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) >  9 de Fevereiro de 1970 > Op Boga Destemida,  com  violenta emboscada do IN em Gundagué Beafada, às 13h, de que resultariam uma série de baixas entre as NT (CART 2520, Pel Caç Nat 63 e CCAÇ 12)... A helievacuação dos feridos dar-se-ia já em Madina Colhido...

Foto: © Arlindo Roda   (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Subsetor do Xime > Carta do Xime (1961) (Escala 1/50 mil) > Detalçhes: posição relativa do Xime, na margem esquerda do Rio Geba Estreito e da península Foz do Corubal/Poindom/Ponta do Inglês.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)











BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) : História da Unidade, cap II, pp., 64/66


1. Continuação da publicação da História do BART 3873 (que esteve colocado na zona leste, no Setor L1, Bambadinca, 1972/74), a partir de cópia digitalizada da História da Unidade, em formato pdf, gentilmente disponibilizada pelo António Duarte (*)

[António Duarte, ex-fur mil da CART 3493, a Companhia do BART 3873, que esteve em Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972-1974; foi transferido para a CCAC 12 (em novembro de 1972, e não como voluntário, como por lapso incialmente indicamos); economista, bancário reformado, formador; foto atual à esquerda].


O destaque do mês de agosto de 1973 (pp. 64/66) vai para:

(i) pressão do IN sobre o tráfego fluvial, com mais um ataque (com RPG 7 e armas automáticas durante 45 minutos!)  a uma embarcação civil (o barco "Chegada"), no Rio Geba Estreito, em São Belchior, de que resultaram dois feridos graves entre os passageiros militares (um deles, alferes miliciano) e cinco feridos ligeiros civos;

(ii) cinco baixas mortais infligidas ao IN pela CCAÇ 12 em Madina Colhido,

(iii) sediada em Bambadinca, a CCAÇ 21, comandada pelo ten grad comando Djamanca, e inteiramente composta por praças e quadros guineenses, é um elemento de pressão constante, temido pelo IN;

(iv) aumento de 15% sobre os ordenados e pensões da tropa africana.

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Guiné 63/74 - P14098: In memoriam (215): José Alberto Morais da Silva (1941-2014), cor pilav ref, ex-cmdt da esquadra 121 (Fiat G91), BA12, Bissalanca, 1970/72

Segundo notícia da agência Lusa, citando fonte da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), morreu ontem em Lisboa, aos 73 anos, José Alberto Morais da Silva, cor pilav ref, que fez uma comissão no CTIG, em 1970/72, na antiga BA nº 12 em Bissalanca, onde foi comandante da Esquadra 121, dos Fiat G91.

Foi Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), de 12 de março de 1975 a 9 de janeiro de 1977.

Segundo os dados biográficos fornecidos à Lusa pela FAP (e outras fontes disponíveis na Net), o antigo CEMFA:

(i) nasceu em Lisboa, a 21 de setembro de 1941;

(ii) tirou o curso de pilotagem aeronáutica da Academia Militar em 1960;

(iii) esteve colocado, entre 1963 e 1969, na base aérea n.º 1 (Sintra) e na já extinta base aérea n.º 2 (Ota);

(iv) frequentou o "Curso Geral de Guerra Aérea", já no ano de1974, na  extinta Escola Superior da Força Aérea;

(v) a seguir ao 25 de abril, esteve ligado ao “Grupo dos Nove”, tendo desempenhado importante papel, como CEMFA, nos acontecimentos do 25 de novembro:

(vi) em julho de 1976, e na sua qualidade de CEMFA, participou igualmente na iniciativa que levou à libertação de 23 militares portugueses e de 562 civis, oriundos de Timor Leste;

(vii) graduado em general, saiu do cargo de CEMFA com o posto de tenente coronel, sendo louvado pelo então presidente da República e CEMGFA, gen Ramalho Eanes (DR nº 285, de 12/12/1977);

(viii) foi promovido a coronel a 1982; passou  à reserva 10 anos depois e à reforma em 1997.

O blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné apresenta,  à família enlutada e aos camaradas da FAP que com ele privaram,  os seus votos de pesar. ´

Segundo informação do blogue Especialistas da BA 12 (Guiné, 1965/674), o corpo estará em câmara ardente a partir das 17 horas de hoje na Igreja de S. João de Brito, em Lisboa e o funeral realiza-se amanhã pelas 14h00.

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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14053: In Memoriam (214): Ana Paula G. Pires Dias (1962-2014): Homenagem e agradecimento (Armando Pires, jornalista reformado da Antena 1; ex-fur mil enf, CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/71)

Guiné 63/74 - P14097: Fotos à procura de... uma legenda (50): Fotos de António Fernandes Abreu, ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71 (José Manuel Matos Dinis)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 19 de Dezembro de 2014:


Olá Carlos, boa noite!
Acabo de receber estes retratos do António Fernandes Abreu, distinto furriel miliciano da minha Companhia, a intrépida CCaç 2679, que nunca virou as costas, nem ao inimigo, nem às bajudas.

Aliás, sobre esta vertente, o dito militar revelou muito aprumo nas suas escolhas e referências, fazendo frequentes demonstrações de boteré, e registando testemunhos para recordar mais tarde.

Deixo à tua consideração sobre a possibilidade de as publicares. Porque me sugerem excelentes postais natalícios, aproveito para te desejar Boas-Festas e melhor Ano Novo do que prevejo, votos extensivos ao tabancal.

Com um abraço
JD






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Comentário do editor:

Fotos sem legenda quase sempre não dizem nada.
Serão de Bajocunda? Que representam? Em que data?
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14071: Fotos à procura de ... uma legenda (49): a escolinha do nosso tempo e a Carta de Portugal Insular e Ultramarino (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P14096: Blogpoesia (399): "Eu e a Mina", de Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art.ª, Minas e Armadilhas da CART 1659

1. Em mensagem do dia 23 de Dezembro de 2014, o nosso camarada Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), enviou-nos este poema intitulado Eu e a Mina.

Caros Camaradas
Envio aquilo que denomino por “poésia” – e não poesia – porque não tenho pretensões em ser poeta. Gostaria de saber a vossa opinião.

Um Bom Natal e um Feliz Ano de 2015
Mário Vitorino Gaspar(a)


Eu e a Mina

Mário Vitorino Gaspar

De Gadamael Porto a picar,
até Guileje, “o corredor da morte”,
para emboscada montar.
A vontade é mais forte.
Picar, o perigo ameaça,
A CART 1659 é heroína.
Vencerá com raça.
Gritaram: - Mina, mina!

Rebentá-la? Deu-me na tola
a mina levantar.
Não vou dar à sola?
E se estoirar?
Estou sereno!
A vida é uma flor,
Vou ser seu amigo pleno.
Voz do interior:

– São irmãos. Dá-lhe um beijo!
Minha mente esvaziou.
Anestesiado, tudo claro e vejo
a mina a sorrir. Me mirou.
– Queres-me enganar?
Eu e ela, só os dois,
Vamos então conversar?
– A guerra continua. E depois?

Estendi os braços,
fazer as pazes?
Fiquei de olhos límpidos e baços,
a vida estava para os audazes,
Se não te conseguir desmontar:
– Meu amor, minha rica menina,
Vais de certeza me matar!
Minha querida mina!

Mirei-a, sem ódios e enganos,
a mina grata pela nossa amizade, afinal,
feita para matar e com planos
é um ser simples e banal,
arma mortífera e traiçoeira. Foi uma fada.
Cheirei-a, vi-lhe nos olhos a morte. Sei!
Livrei-me de uma grande alhada.
Mas nunca a gozei.


(a) - Ex-Furriel Miliciano – Atirador e com a Especialidade de Minas e Armadilhas – sempre dei o meu contributo, no período da minha comissão, de corpo aberto, especificamente para com os engenhos explosivos. Podendo dizer com respeito por estes e amor. Conseguia dominar-me e entrar num outro mundo. Anestesiado – posso dizê-lo – tudo era mais claro do que nunca, e atento sempre ao mínimo pormenor. Atingia o auge nestas circunstâncias.
Passava-se o mesmo nas Operações.
Numa primeira fase quando em contacto com o adversário, o coração acelera e volta em um, dois ou três segundos à tal situação.
Sei que hoje se pode explicar – pelo menos nos saltos de paraquedas através de um aparelho que os “páras” conhecem – mas que ignoro o nome. Penso, e sei que é um assunto que deveria ser estudado que o “Herói não existe, o heroísmo – se existisse era filho do medo – portanto para mim não existem heróis”.
De certo uns se distinguiram, mas fruto do que acabo de afirmar.

Lisboa, 23 de Dezembro de 2014
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Nota do editor

Último poste da série de 28 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14090: Blogpoesia (398): O Natal Segundo Jesus Cristo (Edgar Mata / Belarmino Sardinha)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14095: Notas de leitura (662): Eu e a minha burra, sozinhos, mais a nossa própria sombra... Recordações da infância (Fernando Sousa, natural de Penedono, autor de "Quatro Rios e um destino")


Penedono > Castelo de Penedono >  28/12/2011. Vídeo (0' 35''). Homenagem ao nosso camarada Fernando de Jesus Sousa, natural de Bebeses, Penedono



Penedono > Castelo e Pelourinho de Penedono  > 28/12/2011 >  Visita que fiz às Terras do Demo há três natais atrás... (LG)


(...) Celebrada como uma das mais belas vilas de Portugal, assim como o seu airoso e esbelto castelo pentagonal (ou hexagonal imperfeito ?), erigido em data bem anterior ao dealbar da Nacionalidade, o é entre os seus pares, mantem inalterado o perfil medievo do seu centro histórico, já que as obras de restauro e edificações ulteriores, incluindo as mais recentes, têm, como ponto de honra, respeitar escrupulosamente o traço arquitectónico e o material granítico da região, nele se integrando de forma coerente e harmoniosa.


Penedono, concelho do distrito de Viseu
com cerca de 133 km2 e menos de 3 mil
habitantes (censo de 2011). Um dos mais antigos
de Portugal: o seu foral remonta a 1055.
Fonte: Wikipedia
Para além do seu altivo pelourinho de gaiola, fronteiro ao Castelo, com a qual delineia uma perspectiva estética de rara elegância, Penedono exibe, ainda, um património de atractivos múltiplos, consignado nas suas seculares igrejas e capelas, recheadas de arte sacra nas suas expressões plásticas e de paramentaria, a que se junta o austero e majestoso Solar dos Freixos, há poucos anos recuperado para acolher, condigna e funcionalmente, os Paços do Concelho e outros serviços da administração pública central e local.

Rezam a tradição e as crónicas que, aqui, teve berço Álvaro Gonçalves Coutinho, o insigne "Magriço", passado à imortalidade por Camões no canto VI dos "Lusíadas", quando o vate descreve e enaltece, ao ritmo épico dos decassílabos, o seu protagonismo exemplar de valentia e cavalheirismo na façanha, ímpar, cometida à frente dos denominados "Doze de Inglaterra", em chãos estranhos e longínquos da loira Albion. (...) 

(Excerto de belíssimo texto de Rui Ferreira Bastos > Penedono e o seu concelho, inserido no sítio da Câmara Municipal de Penedono)


Foto e vídeo: © Luís Graça (2011). Todos os direitos reservados.

1. Pequeno excerto do livro "Quatro rios e um destino" (Lisboa, Chiado Editora, 2014) (*), enviado pelo autor, o nosso camarada Fernando Sousa, no passado dia 28. 

O livro, de 302 pp. pode ser adquirido diretamente ao autor, através do email: fernandodjsousa@gmail.com 



Recorde-se  alguns dados biográficos do Fernando Sousa:

(i) nasceu a 24/12/1948, na véspera de Natal (daí chamar-se Fernando de Jesus...);

(ii) terra natal: Bebeses, freguesia de Póvoa de Penela, concelho de Penedono, distrito de Viseu;

(iii) esteve no TO da Guiné, como 1º cabo at inf, na CCAÇ 6 (Bedanda, 1969/71);

(iv) foi gravement6e ferido por uma mina A/P em julho de 1971;

(v) é DFA (Deficiente das Forças Armadas);

(vi) está escrever um segundo livro.


Excerto, do livro "Quatro Rios e um Destino"  (Capítulo 1 - A minha infância),  pp. 28-30. 


(...) Eu tinha apenas dez anos, para ser confrontado com uma escolha que jamais poderia recusar. Era uma ordem para cumprir, tinha que ser levada a sério, no sentido de moldar todo o meu corpo ao trabalho.  De tanto cavar, gastei essa enxada em pouco tempo e depressa foi substituída por outra ainda maior.

Capa do livro do Fernando Sousa
Voltando à minha companheira inseparável, a simpática burra, com ela percorria várias aldeias, umas mais próximas, outras a distâncias de vinte quilómetros, atravessando ribeiras e o rio Torto, subindo montes, descendo a vales bem profundos, indo mesmo até ao limiar das margens do rio Douro. Partia de manhã bem cedo, para regressar quase de noite por autênticas veredas, que essa burra conhecia bem melhor que eu, porque comecei com apenas nove ou dez anos. Era ela que me conduzia a mim,   por aqueles trilhos.

Foram muitas as viagens, porque a minha mãe, Ilda da Soledade Moutinho, era uma excelente tecedeira, excelente mestra que deu formação a algumas raparigas daquela região. Primava nos trabalhos de tecelagem e, como tal, por aqueles arredores tinha sempre muito trabalho. Era este o seu ganha-pão, era eu o seu mensageiro, o seu encarregado de negócios, o seu transportador eficaz que, de forma abnegada, levava a obra feita e, no regresso, trazia os materiais para novos trabalhos e indicações de como as clientes queriam o novo trabalho feito.

Quantas vezes, faltei à escola para executar estas tarefas! Quantas vezes, ao serão, à luz da velha candeia a azeite, e mais tarde, a petróleo, ajudei a minha mãe a urdir a lã, a desfiar o linho ou a estopa e fazer os novelos na dobadoura, preparar o tear para ao outro dia começar nova obra. Era assim naquela casa. Tudo vinha do trabalho árduo, que executávamos com alegria!

Com esta companheira, autêntico burro de carga, passei noites inteiras a transportar molhos de centeio, do local onde era cultivado, a que chamávamos Cales. Meu pai carregava a burra, que, depois, eu conduzia até à eira, local próximo da povoação, onde seria malhado. A minha mãe descarregava. Neste trajecto, um ponto distante do outro quatro a cinco quilómetros.

Este era um trabalho que tinha de ser executado de noite, porque, se fosse de dia, com o calor, o grão saltava da espiga, tornando inútil todo o trabalho.

Cabia-me a mim, sozinho com a pobre burra, naquelas noites de lua cheia, noites em que o luar tinha mais esplendor, iluminando o céu e a terra, luar que construía segredos debaixo da ramagem de cada árvore, que parecia mexer-se à medida que me aproximava ou uma aragem suavemente e muito ao de leve lhe tocava, como que reflectindo movimento a coisas estáticas, saltando-me aos olhos apenas as imagens quase todas assombrosas, deixando transparecer imagens fantasmagóricas, aterradoras, imagens de todas as formas e feitios, consoante a minha imaginação e os medos deste grande homem com sete, oito e nove anos as interpretavam. Sombras essas que deixavam em mim a sensação de que me seguiam os passos e, no regresso, ali se mantinham quietas e firmes, esperando a minha passagem, para me aterrorizarem.

Panorâmica de Bebeses. Cortesia da
 junta de freguesia de Póvoa de Penela,
Penedono
Nesses trajectos, durante toda a noite, era frequente cruzar-me com aves nocturnas que por ali abundavam, tais como noitibós, mochos, as grandes corujas e morcegos. Nestas idas e vindas, o silêncio da noite era apenas interrompido pelo latir de raposas, pelo ladrar de cães nos povoados, que, pela distância, mal se conseguiam vislumbrar, e pelo barulho destas frágeis sombras em andamento constante e contínuo, levantando o pó do chão, fazendo a terra gemer sempre que estas duas sombras o pisavam.

As idas e vindas sucediam-se à medida e do tamanho da noite, daquelas noites quentes do mês de Julho, atravessando pinhais, soutos de castanheiros e tantas outras árvores mais. Eu e a burra, sozinhos, mais a nossa própria sombra, subindo o monte e descendo ao vale profundo, atravessando a ribeira despida de água, apenas com o reflexo das suas próprias sombras nas correntes da minha imaginação, sempre caminhando até o dia nascer.

Com o nascer do sol chegava a hora de ir dormir, dar descanso ao corpo deste menino homem e sossegar o meu frágil cérebro. Tentar compreender e interiorizar que, naquela noite, não houve nada mais que umas inofensivas sombras, às quais a minha imaginação dava demasiada importância.
Tinha que crescer desta forma e interiorizar, porque era assim e foi desta forma, ao longo de séculos, que os meus antepassados por aquelas paragens se fizeram homens valentes, sem medos para enfrentarem aqueles e outros fantasmas criados apenas na imaginação, em que todos os seres são férteis.

Guardo estas e outras recordações dessa infância, dessas passagens que nesse tempo eram tidas como normais, porque era assim que os homens por lá nascidos e criados se formavam, enfrentando os seus próprios medos, superando-os, ou aprendendo a viver com eles. (...)

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 21 de novembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13923: Notas de leitura (652): “Quatro Rios e um Destino”, por Fernando Sousa, Chiado Editora, 2014 (Mário Beja Santos)

(...) É um livro, a vários tipos, raro. Raro pela confidência, raro pelo filtro que o autor se impõe quanto ao sujeito da memória: a infância, a recruta, a especialidade que culmina, praticamente, com a convocatória para a guerra.Não se sabe porquê, desembarca em Luanda e é direcionado, de supetão, para a Guiné, viaja até Bedanda.

Não se perde em considerandos nem faz crónica da guerra, regista estimas e chega depois a hora do sinistro que o transfigurou, até hoje. Impressiona quando escreve sobre os guineenses, captou-lhes a ternura, o gosto pela música, a afabilidade.

Temos aqui um livro que é também um grito de revolta, é alguém que superou o pesadelo e não o esconde. É um livro raro, encontrou um caminho inesperado depois da agonia de se ver sem duas pernas, venceu o destino. (...)

(**) Último poste da série > 29 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14093: Notas de leitura (661): “Guiné 1966, reportagens da época”, edição de autor de Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887 (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14094: Agenda cultural (367): José Eduardo Reis Oliveira (JERO) apresentou no passado dia 9 de Novembro o seu livro "Família Coelho", o resultado da pesquisa das suas raízes

Sabendo que o nosso camarada e amigo JERO tinha lançado no passado dia 9 de Novembro um livro dedicado aos seus antepassados, a "Família Coelho", incentivei-o a falar dele na Tabanca Grande. Com a modéstia que lhe é reconhecida, a custo anuiu dizendo que se tratou de um projecto pessoal, logo desinteressante para as demais pessoas. Disse-lhe que não pensasse assim e que não podia privar a Tabanca de pelo menos uma pequena notícia.

Assim, hoje vamos dedicar este Poste às notícias e comentários alusivos à apresentação do livro e, proximamente, publicaremos um texto desse livro sobre o Avô Porraditas.







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Notas do editor

JERO, ou José Eduardo Reis Oliveira, foi Fur Mil Enf.º da CCAÇ 675, (Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66) e autor de, entre outros livros, "Golpes de Mão's - Memórias de Guerra", Edição de Autor, 2009, com prefácio do TGeneral Alípio Tomé Pinto.

Último poste da série de 28 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14089: Agenda cultural (370): Apresentação do livro "O Concelho de Fafe e a Guerra Colonial", levado a efeito no passado dia 12 de Dezembro de 2014, na Sala Manoel de Oliveira, em Fafe (Mário Beja Santos)