segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15135: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte XIV: a segunda vez que vim de férias, em agosto de 1969


Foto nº 3 > Jullho ou agosto de 1969:: Portugal, estuário do rio Sado, copm Setúbal ao fundo


Foto nº 4 > Jullho ou agosto de 1969:: Portugal, pemnsínsula de Setúbal, cabo Espichel


Portugal continental > 1969 > Vistas aéreas do território... Fotos tiradas do avião da TAP, Bissau-Lisboa... Permito-me discordar da legenda atribuída pelo autor à foto nº 4: para mim, trata-se do cabo Espichee e não da ponta de Sagres:  identifico o  o farol (1) e o santuário de nossa senhora do cabo Espichel (2)... (LG)


Fotos: © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG]


1. Mensagem de Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, maio de 1968 / fevereiro de 1970, ao tempo dos BART 1904 e BCAÇ 2852) (*):

Data: 18 de setembro de 2015 às 18:51

Assunto: Álbum: férias 1969


[foto atual à direita; o Jaime Machado reside em Senhora da Hora, Matosinhos; mantém com a Guiné-Bissau uma forte relação afetiva e de solidariedade, através do Lions Clube; voltou à Guine-Bissau em 2010]



Caro Luis:

Peço desculpa pela demora na resposta [ao teu pedido de legendagem das fotos doo meu álbum relativas às férias de 1969] (*)..

De facto vim de férias à "metrópole" duas vezes.

Uma a que está retratada em algumas fotos em novembro de 68 e no ano seguinte voltei, talvez em julho ou agosto, não sei ao certo.

Sei que era verão,  tempo de romarias.

Recordo a impressão que me causavam os foguetes,  pois creio que tinha presente o único ataque que sofri em Bambadinca [, em 28 de maio de 1969].

Os foguetes causavam-me algum pânico de que os meus familiares se apercebiam.

Legendas:

Na foto 1 e 2 temos Lisboa
Foto 3 - Setubal
Foto 4 - Ponta de Sagres
Foto 5 - alem da asa do avão,  não sei precisar o local.

Um grande abraço

Guiné 63/74 - P15134: Parabéns a você (964): Coutinho e Lima, Coronel Art Reformado (Guiné, 1963/65; 1968/70 e 1972/73); Maria Teresa Almeida, Amiga Grã-Tabanqueira (Liga dos Combatentes) e Raul Albino, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2402 (Guiné, 1968/70)



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Nota do editor

Último poste da série de 15 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15113: Parabéns a você (963): Ribeiro Agostinho, ex-Soldado TRMS da CCS/QG/CTIG (Guiné, 1968/70)

domingo, 20 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15133: Fotos à procura de... uma legenda (61): uma negra entre a nobreza, o clero e o povo de Lisboa...


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4 > O Portugal do "antigo regime":  no altar-mor, o quadro com a família real, D. Maria I e o seu filho D. João VI entre a corte (do lado direito), e com  apresentação iconográfica de Lisboa e o seu povo (lado direito), vendo-se ao longe o Castelo de São Jorge.  Só uma dica: aqui viveu o D. João VI (1767-1826), depois do seu regresso do Brasil, e aqui morreu.

Na foto nº 3, chama-se a atenção  para o detalhe das três mulheres do povo,  um das quais uma espantosa negra, de olhar postado nas figuras régias... Um dos mais belos quadros da nossa pintura... Quem seria esta mulher de origem africana? Talvez uma guineense, descendente de escravos... Na realidade, Lisboa é e sempre foi , desde o séc. XV, uma cidade "africana"... [Henriques, Isabel de Castro; Leite, Pedro Pereira; e Fantasia, Ana (fotos) - Lisboa cidade africana:Percursos de Lugares de Memória. Lisboa: Marca d’ Água: Publicações e Projetos 1ª edição, Junho 2013  ISBN- 978-972-8750-17-6].  (*)


Lisboa > 12 de setembro de 2015  > Festival Todos 2015


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados.


1. É um dos mais belos palácios de Lisboa... E a sua capela, particular, é monumento nacional... Muita da nossa história, dos séc. XVIII e XIX, passou por aqui.

Quem andou na Academia Militar tem obrigação de conhecer o paço e a capela...  E quem gosta de Lisboa, tem o dever de a conhecer e divulgar... 

Fui lá há dias, numa visita guiada, no âmbito do Festival Todos 2015. Quis partilhar com os nossos leitores a surpresa, que foi para mim, a visão deste quadro... de que só conhecia os retratos da nossa realeza...  Digam lá de que paço e capela estou a falar ? (**) (LG)

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Notas do editor

(*) Vd. também RIJO, Delminda - Os Escravos na Lisboa Joanina. [Em Linha]. Investigação desenvolvida no âmbito do projecto “Espaços urbanos: dinâmicas demográficas e sociais (séculos XVII-XX)”, com referência PTDC/HIS-HIS/099228/2008, co-financiado pelo orçamento do programa COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade na sua componente FEDER e pelo orçamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia na sua componente OE. [Consult 20 de setembro de 2015]. Disponível em
http://www.ghp.ics.uminho.pt/eu/ficheiros%20de%20publica%C3%A7%C3%B5es/OS%20Escravos%20na%20Lisboa%20Joanina%20-%20Delminda%20Rijo.pdf


(...)  O escravo foi uma figura incontornável da Lisboa joanina. A amostragem utilizada, rica e vasta em informação, revelou-nos uma cidade com grande concentração de escravos, assimilados num intrincado de redes sociais com outros escravos, mas também com alforriados, livres e proprietários e seus familiares. 

Foram sobretudo negros e mulatos, nascidos em Lisboa em resultado da reprodução natural e da continuidade de Lisboa na rota dos navios negreiros, a maioria vindos da região de Angola e da Costa da Mina, muito embora os encontremos provenientes dos 4 cantos do mundo. Lisboa era ainda um mercado de grande absorção de escravos, mas já se avizinhavam grandes mudanças que levariam à abolição deste trato, pois em 1761 o Marquês de Pombal assinou a proibição de importação de escravos para o continente português e em 1773 a proibição de escravatura em Portugal Continental, só se extinguindo efectivamente em 1856. 

Sujeitos a muitas restrições e constrangimentos, encontramo-los enquadrados nas vivências de poderosos, na partilha do quotidiano alheio e a sofrer as vicissitudes dos mais desfavorecidos, nas ocupações, frequentemente as mais duras, com quem moravam paredes meias, a casar e a fundar por vezes extensas famílias, a baptizar os filhos, procurando neste acto estabelecer ou reforçar redes de solidariedade. Muito contribuiram para a ilegitimidade, sobretudo as mulheres. Perante a morte, procuraram a realização de qualquer bom cristão, com assistência e sacramentos e uma sepultura condigna, não obstante a sua cultura reprimida tenha ressurgido com exotismo e alegria sempre que a ocasião o propiciou, quer fosse num peditório, num círio ou na solenidade de uma procissão. Exímios na música e na dança, também o foram nas artes do oculto e adivinhação. 

A lealdade e os bons serviços puderam realizar o sonho da alforria e liberdade de muitos, nem sempre sinónimo de realização pessoal, significando por vezes o agravamento das condições de vida, sobretudo para os mais velhos. (...)


Guiné 63/74 - P15132: Memória dos lugares (319): Cais do Xime no tempo da CART 2520 (José Nascimento, ex-Fur Mil)

Cais do Xime - Adeus Xime


1. Mensagem do nosso camarada José Nascimento (ex-Fur Mil Art da CART 2520, Xime, Enxalé, Mansambo e Quinhamel, 1969/71) com data de 7 de Setembro de 2015:

Caro camarada Carlos Vinhal
O pessoal da Cart 2520, praticamente acompanhou toda a construção do cais do Xime, já não a tenho a certeza se desde o seu início, se já estava em construção quando lá chegámos.
O seu construtor foi um senhor que se dava pelo nome de Mendes e tinha a seu cargo uma equipa de nativos. Os seus aposentos eram junto aos dos oficiais e dizia-se que bebia uma garrafa de whisky por dia.
Lembro-me perfeitamente do ruído das máquinas a trabalhar, principalmente do bate-estacas a "enterrar" as estacas pelo lodo do rio abaixo e que formaram o suporte de toda aquela estrutura em madeira.
Recorri ao meu álbum de recordações fotográficas para enviar algumas fotos tiradas nesta estrutura, que nos foi muito útil para a descarga de víveres, bem como de munições. Este cais do Xime também serviu de ponto de passagem das nossas tropas que iam para outros pontos da Guiné ou que viajavam para Bissau, alguns para consultas externas, como foi o caso do nosso amigo Joaquim João Pina da CCAÇ 12, de outros que regressavam à Metrópole, ou que mudavam para outras zonas operacionais, como foi o nosso caso.

Entretanto recebe um grande abraço deste amigo,
José Nascimento

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Cais do Xime - A descarregar uma barcaça

Cais do Xime - A descarregar uma barcaça

Cais do Xime - A descarregar uma barcaça

Cais do Xime - A descarregar uma barcaça

Cais do Xime - Fase de Construção

Cais do Xime - Bate-estacas

Cais do Xime - Com o Fur Mil Enf.º Costa, à esquerda

Xime - Estrada entre o quartel e o cais

Cais do Xime - Fase de construção

Cais do Xime - Passagem de tropas e descarregamento de víveres

Cais do Xime e camaradagem

Cais do Xime - Pôr-do-sol

Cais do Xime - Salta periquito

Cais do Xime
Fotos e legendas: © José Nascimento
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Nota do editor

Último poste da série de 2 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15065: Memória dos lugares (318): em terra dos felupes: Bolor, Rio Cacheu, Djufunco, Varela... (Patrício Ribeiro)

Guiné 63/74 - P15131: Libertando-me (Tony Borié) (35): ...voltaremos a encontrar-nos talvez no além!

Trigésimo quinto episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66, enviado ao nosso blogue em mensagem do dia 14 de Setembro de 2015.




...voltaremos a encontrar-nos, talvez no além! 

Subimos as escadas de ferro, em zig-zag, eram quatro andares. Chegámos ao telhado, andámos, com as mãos sobre os olhos, tropeçando em algumas peças de equipamento que por lá havia, olhávamos o horizonte para os lados de Nova Iorque. Um dos mais mortíferos ataques de que há memória atingiu o coração da capital do Mundo, não era um cenário de pôr do sol, pintado pelo pincel de um artista, era um cenário horrível, escuro, onde se definiam as nuvens de um fumo negro, vindo dum grande telhado de fogo que cobria a cidade, que se espalhava sobre a terra, lembrando-nos que estávamos debaixo de um fogo maldito. Tal cenário de guerra, onde havia milhares, talvez milhões de pessoas, pessoas inocentes. Os pássaros fugiam das árvores, voavam em qualquer direcção, talvez para sul, sem destino, tal com nós naquele preciso momento, também queríamos fugir, mas não sabíamos para onde.

Setembro, outono, o verão já tinha passado, era tempo das colheitas, as horas marcadas nos sinos da igreja de Águeda entoavam pelo vale do rio Águeda, a época da escola começava, a nossa sala de aula, no segundo andar da Escola do Adro, com duas janelas pequenas, mas que aos nossos olhos nos pareciam grandes, mostravam-nos um pouco desse vale. Um certo dia, para os lados da aldeia da Borralha, que fica ao fundo do vale do rio Águeda, houve um fogo numa habitação, ouviu-se o som dos sinos da igreja a chamar os bombeiros, logo seguido pelo som típico da sirene do carro dos soldados da paz, esse cenário ficou gravado na nossa memória de criança, que foi reanimado naquele angustioso momento no telhado do quarto andar, daquela multinacional em Nova Jersey. Ali sentimos a presença de alguns companheiros de classe, descalços, que tal como nós, usavam calções de ganga azul, já coçados, com as duas “alças” apertadas no botão da frente do lado esquerdo, pois o do lado direito tinha sido arrancado para “jogar ao botão”, cheguei mesmo a ver aquele ar de pessoa rude, que era o nosso professor Silvério.

É Setembro, passados 14 anos, lembramos, com dor e emoção, os ataques que o solo americano estava a sofrer naquele momento, onde o nosso companheiro de trabalho, o “Mississippi”, nos olhou e abraçou, vendo-nos limpar algumas lágrimas, lágrimas de medo, e nos diz com os seus olhos bondosos:
- Tony, the war begins in the world today, everything will be different from now on!

Tomando a liberdade de traduzir, ele dizia mais ou menos isto:
- Tony, a guerra no mundo começa hoje, vai ser tudo diferente a partir de agora!


Os seus bisavós eram escravos, tinham vindo da costa de África, ele sabia do que falava. No bairro de Staten Island, do lado sul do rio Hudson, logo à entrada da barra, em frente à ilha de Manhattan, no Estado de Nova Iorque, também existe um pequeno museu, com objectos trazidos pelos soldados da paz, que por aquela altura se esforçaram no resgate, trabalhando nos escombros das torres gémeas. Há algum tempo, numa nossa ida ao norte, foi por aqui que começámos uma visita ao “Ground Zero”, a zona de impacto dos aviões contra o antigo World Trade Center, naquilo que eram os escombros, hoje está lá um Memorial, onde entre outras coisas, existem dois lagos com quedas de água que ocupam o local onde se erguiam as antigas torres gémeas, onde se gravou na pedra o nome de todas as vítimas mortais do atentado, pois só lembrando o passado se constrói o futuro.

Os habitantes de Nova Iorque não simpatizam com os grupos que as agências de viajem para lá mandam, com roupas coloridas, numa algazarra própria de pessoas em passeio, alguns habitantes da cidade estão lá, recomendam silêncio e respeito, as pessoas ficam silenciosas, descobrem-se, existe um silêncio só quebrado pelo pequeno sussurro do cair das quedas de água, não é mais um qualquer local, hoje é um local de peregrinação, foi palco de uma grande tragédia, a que o Mundo assistiu quase em directo pelos mais modernos meios de comunicação. Entre outras coisas, existe uma estrutura subterrânea, com um Museu, onde o ataque que os USA sofreram no seu território, está retratado, com um completo conjunto das mais variadas peças, restos de vestuário, partes de ferro, cimento, vidro, fotos, objectos pessoais das vítimas, tudo relacionado com aquele ataque, que nos fazem meditar, assim como algumas histórias sobre as vidas dos homens e das mulheres inocentes que ali perderam a vida. Dizem que foi um milagre e hoje também é um local de peregrinação, é na avenida Broadway, onde fica a Igreja de São Paulo, pois apesar de se localizar próxima do lugar onde os aviões embateram nas torres, foi um dos edifícios da zona que permaneceu intacto, guardando-se no seu interior muitas recordações daquele dia e lembram-se as vítimas, assim como na rua Liberty, onde se situa o Quartel dos Bombeiros N.º 10, engolido pelos destroços das torres gémeas, onde alguns bombeiros perderam a vida, hoje, ali existe um mural de homenagem aos soldados da paz, que por aqui são muito respeitados, pois é frequente assistir a manifestação de carinho para com estes homens e mulheres que foram, talvez, umas das vítimas mais martirizadas daquele traiçoeiro ataque.

Sabemos que as flores não podem proferir nenhum som, não se pode ouvir uma violeta sussurrando, uma madressilva murmurando, isso seria um milagre, mas é quase um milagre o aspecto, passados 14 anos dos atentados de 11 de Setembro de 2001, que tiraram a vida a milhares de pessoas, a cidade voltou a viver, às vezes parece-nos uma aldeia muito grande, as pessoas são mais humanas, neste momento, na área das antigas torres gémeas em Nova Iorque, quase tudo nos indica que a lembrança continua lá, numa simples coluna de ferro, um simples bocado de granito, fazendo-nos lembrar a dor e o sentimento dos mortos inocentes, mas o aspeto do lugar que agora chamamos “Ground Zero”, é bastante diferente, os novos edifícios dão-nos esperança, passámos a mão por cima de alguns nomes gravados nas pedras de granito que compõem as paredes dos lagos, lembrando os irmãos inocentes que lá morreram, ficou quase como uma promessa de que nunca se deve dizer adeus, continuamos abraçados, pela mão, pelo braço, juntos, pulando através de tudo, montanhas, vales, rios, oceanos ou continentes, com a certeza de que nos voltaremos a encontrar, talvez num qualquer Setembro, talvez no além.

Tony Borie, Setembro de 2015.
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Nota do editor

Último poste da série de 13 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15108: Libertando-me (Tony Borié) (34): Oh pá, empresta-me aí três pesos

Guiné 63/74 - P15130: Convívios (709): XX Encontro de ex-Combatentes na Guiné, da Vila de Guifões, dia 11 de Outubro de 2015, em Baião (Albano Costa)



1. Em mensagem, com data de 16 de Setembro de 2015, o nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidaje, 1973/74), dá-nos conta do próximo Convívio dos ex-Combatentes da Guiné, da Vila de Guifões, o XX Encontro, a levar a efeito no próximo dia 11 de Outubro na Quinta das Susandas - Loivos da Ribeira - Baião. 
As inscrições devem ser feitas até ao dia 30 de Setembro.




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Nota do editor

Último poste da série de 19 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15129: Convívios (708): 6º almoço/convivio da CCS do B.CAÇ. 2834 (Flavio Ribeiro)

sábado, 19 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15129: Convívios (708): 6º almoço/convivio da CCS do B.CAÇ. 2834 (Flavio Ribeiro)


1. O nosso Camarada Flavio Ribeiro, enviou-nos a seguinte mensagem.

6º Almoço/Convívio da CCS do BCAÇ 2834 

Boa tarde caros amigos e camaradas de armas,

Dado ainda não me encontrar registado na TABANCA GRANDE, mas prometo faze-lo muito em breve, em referência ao assunto em epigrafe, solicito a publicação do mesmo, com os seguintes elementos;

6º.ALMOÇO/CONVIVIO DA CCS DO BCAÇ 2834 

DIA 20.06.2015

RESTAURANTE MILÉNIO

Via do Infante D. Pedro /Leitões – 3070-212 Mira


Agradecendo desde já a Vossa melhor atenção para o exposto, apresento os meus melhores cpts.

Flavio Ribeiro
Ex. Op. Cripto 

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 



Guiné 63/74 - P15128: (Ex)citações (294): A vida é uma cabra-cega (A. Marques Lopes)



Lisboa, ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, 17 de setembro de 2015. Apresentação do   livro "Cabra-cega: do seminário à guerra colonial" (Lisboa: Chiado Ediora, 2015). Intervenção do autor, A. Marques Lopes, de que Aiveca, o personagem, do livro,  é o "alter ego". O livro.


Vídeo (5' 13''): © Luís Graça (2015), Todos os direitos reservados

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Nota do editor:

Último poste da série > 15 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15115: (Ex)citações (293): Os MiG fantásticos que determinaram o abandono da Guiné (Manuel Luís Lomba)

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15127: Agenda cultural (424): "Canções da Guerra", um programa da Antena 1, todos os dias, a partir de 14 do corrente, de 2ª a 6ª feira, às 10h45, 14h55 e 20h55, com António Luís Marinho...

1. Canções da Guerra, um programa da RTP, Antena 1, todos os dias, de 2ª a 6ª feira, a partir de 14 do corrente:

Sinopse:

A guerra colonial, tendo em conta o seu enorme impacto social, foi motivo de canções. Desde logo, o hino "Angola é Nossa", criado logo após o início da rebelião em Angola que levou a uma guerra que durou 14 anos.

As canções ligadas à guerra falam da vida dos soldados, da saudade da terra, ou criticam, de forma mais dissimulada ou mais direta, a própria guerra.

Em programas diários de cerca de 5 minutos, vão apresentar-se as canções cujo tema é a guerra colonial, enquadradas por uma pequena história, que pode ser a da própria canção, do seu autor, ou um episódio que com ela esteja relacionado.

Antena 1, de 2ª a 6ª feira às 10h45, 14h55 e 20h55. (*)


2. Ficha Técnica:

Título Original: Canções da Guerra
Com: António Luis Marinho
Produção: Joana Jorge
Autoria: António Luis Marinho (**)

3. Cinco episódios disponíveis até hoje:



(...) Como sigo o seu blog, que é um referencial importante para quem se interessa pelo tema da guerra de África, gostaria de lhe propor que divulgasse o programa mas, sobretudo, que incentive os seguidores do seu blog a enviarem sugestões de músicas e histórias ligadas a elas. (...)

(***) Letra de Santos Braga e música de Duarte Pestana:

(...) Quando a guerra teve início em Angola, em Março de 1961, o governo português decidiu responder prontamente, enviando milhares de soldados para combater naquele território africano. No final de 1961, já combatem em Angola 33 mil e 500 soldados portugueses. Era necessário, no entanto, convencer a população portuguesa, de aquém e além- mar, para a necessidade daquela guerra.

Era preciso que ninguém duvidasse de que Angola fazia parte de Portugal.

Assim nasceu, em Junho de 1961, o hino “Angola é nossa”, com música de Duarte Pestana e letra de Santos Braga, interpretado pelo coro e orquestra da FNAT – Federação Nacional para a Alegria no Trabalho.

Trata-se de uma notável peça de propaganda. Um hino heróico e triunfalista, que se tornou de imediato numa espécie de hino de Angola, que fechava e abria as emissões de rádio e era cantado nas escolas. (...)




(****) Letra de Felix Bermudes e João Bastos, música de António Melo:

(...) Nos primeiros meses a seguir ao início da guerra em Angola, não houve inspiração para construir canções inspiradas no conflito. Só quando a guerra entrou na rotina das famílias portuguesas é que começaram também a surgir as primeiras canções, inicialmente de apoio aos soldados e à sua participação naquela guerra.

Por isso, o “Fado das trincheiras”, composto em 1940 para o filme “João Ratão”, de Jorge Brum do Canto, que conta o regresso de um soldado português da frente de batalha da I guerra mundial, começou na ser tocado assiduamente nas rádios, agora interpretado pelo grande fadista Fernando Farinha.

A letra é de Felix Bermudes e João Bastos, e a música de António Melo. (...)



(*****) Na Hora da Despedida:

(..:) Em 1966, a fadista Ada de Castro estreia-se no teatro de revista, no teatro Maria Vitória, na peça “Tudo à Mostra”. Foi ali que cantou o fado “Na hora da despedida”, que se tornaria num grande êxito.

Numa altura em que as opiniões já se dividiam claramente entre o apoio e a rejeição à guerra do ultramar, este fado cumpria inteiramente as três características destas canções de apoio aos soldados portugueses: a resposta ao apelo da pátria e o cumprimento do dever, a despedida e as saudades e desejo de regresso. (...)




(******) Raul Solnado:

(...) Com a guerra no ultramar ainda localizada só na frente de Angola, Raul Solnado apresenta, em outubro de 1961, na revista “Bate o Pé”, um dos maiores êxitos da sua longa carreira: “A guerra de 1908”.

O disco seria editado em abril de 1962 e bateu todos os recordes de venda de discos.

Ainda em 1962, Raul Solnado volta ao tema da guerra, com um número genial: “É do inimigo?”, na revista “Lisboa à Noite”, no Teatro Variedades.

A ridicularização da guerra, num texto notável, que a implacável censura deixou passar. (...)



(*******) Letra de Reinaldo Ferreira e música de Adriano Correia de Oliveira:

(...) Em 1964, Adriano Correia de Oliveira grava um disco de quatro faixas, onde inclui um poema do luso-moçambicano Reinaldo Ferreira, musicado por José Afonso: “Menina dos olhos tristes”.

O disco é rapidamente proibido, mas a canção fica e circula pelos meios clandestinos.

Em 1969, José Afonso grava um single com o título “Menina dos olhos tristes”, também retirado pela censura.

Falar de soldados que morriam, não era possível para a censura do regime. Na verdade, nos 14 anos de guerra, morreram perto de nove mil soldados portugueses, 14 mil ficaram deficientes físicos e muitas dezenas de milhares afetados psicologicamente. (...)



Guiné 63/74 - P15126: Estórias avulsas (83): Um velório no início da Comissão (José Vargues, ex-1.º Cabo escriturário)

1. Mensagem do nosso camarada José Vargues (ex-1.º Cabo Escriturário da CCS do BART 733, Bissau e Farim, 1964/66), com data de 8 de Setembro de 2015:

Camarada Carlos Vinhal
Quero agradecer-te a publicação da minha carta(1).
O vosso blog é na verdade bom, em termos redactoriais e apresentação, pois gostei da maneira como fui apresentado e mesmo da fotografia, que ampliaram, pois eu não sei trabalhar bem a fotografia como vocês gostariam.

Os camaradas que têm apresentado do meu Batalhão, especialmente da CCS, não têm sido muitos. Já contactei o ex-soldado da CCS Camolas e li a sua história, foi na verdade o único dos que eu me lembro, mas com ele não privei na Guiné, embora o visse muitas vezes.

A minha vida lá, não foi de muitas aventuras, mas sim de casos, que de qualquer maneira mexe connosco. Recordo aqui, que quando chegámos a Brá eu e mais 5 camaradas fomos destacados para velar um combatente, na Igreja de Brá. Era mais uma formalidade do que outra coisa.
Não me lembro do nome. Estava fardado de camuflado e capacete.
Um dos camaradas descobriu que ele tinha o capacete furado por uma bala, bala essa que lhe ditou o fim.
Deu para pensar um bocado, como a vida, que nós tanto presamos, especialmente os pais, acaba daquela maneira.

Não tínhamos nenhum superior e achámos que o que importava é que chegasse a manhã.
Houve um que descobriu uma garrafa de vinho do Porto. Já não me lembro se ele o provou. O que me lembro, é que cada um escolheu um banco para se deitar e foi assim que fizemos a vigília. Que me desculpe a sua família, mas foi o que fizemos. Tínhamos 21 anos e nenhum de nós tinha qualquer experiência dos procedimentos que deveríamos ter tido.

Convivi com a população das tabancas um pouco. Gostei daquela gente, que com pouco se contentavam.
Aqui vos mando mais uma fotografia, que também não está como gostariam.

 José Vargues em Brá

Um abraço
José Vargues
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Nota do editor

(1) Vd poste de 7 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15082: Tabanca Grande (473): José Vargues, ex-1.º Cabo Escriturário da CCS/BART 733 (Bissau e Farim, 1964/66), tertuliano 702

Último poste da série de 18 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14632: Estórias avulsas (82): Viatura todo terreno em Camamudo (Fernando Chapouto)

Guiné 63/74 - P15125: Efemérides (198): Descerramento de uma placa de homenagem aos Combatentes caídos em Campanha na Guerra do Ultramar, a levar a efeito no dia 10 de Outubro de 2015, no Cemitério de Guifões-Matosinhos (Albano Costa)

Guifões - Matosinhos - Ponte do Carro sobre o Rio Leça, que liga Guifões a Santa Cruz do Bispo
Com a devida vénia a majosilveiro



1. Em mensagem, com data de 16 de Setembro de 2015, enviada ao Blogue, o nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Bigene e Guidaje, 1973/74), dá-nos conta da cerimónia de descerramento de uma placa evocativa da memória dos ex-Combatentes de Guifões caídos em campanha na Guerra do Ultramar, a levar a efeito no próximo dia 10 de Outubro, no Cemitério local.



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Nota do editor

Último poste da série de 17 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15123: Efemérides (197): O baptismo de fogo da CART 494 foi há 52 anos (Coutinho e Lima, Cor Art.ª Ref)

Guiné 63/74 - P15124: Notas de leitura (758): “Organização económica e social dos Bijagós”, por Augusto J. Santos Lima e prefácio de Avelino Teixeira da Mota (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 21 de Outubro de 2014:

Queridos amigos,
Confesso que a grande, muito grande, surpresa, é o prefácio de Avelino Teixeira da Mota a este modesto mas inovador trabalho, um jovem segundo-tenente que assessora Sarmento Rodrigues e que será o dinamizador cultural e científico de tudo o que de melhor ocorrerá na colónia, nesse pós-guerra que acalenta tantos sonhos. Estas monografias são também produto do fervor e talento organizativo de Teixeira da Mota, não se pode, ainda hoje, estudar etnologia e etnografia guineenses sem as ler, são pioneiras de um novo modo científico em que os autóctones deixaram de ser encarados como entidades exóticas e seres abrutados, foram estudados como produto do meio, tinham passado, manifestações artísticas, curvavam-se respeitosamente perante os mistérios da vida.

Um abraço do
Mário


Organização económica e social dos Bijagós

Beja Santos

O Governador Sarmento Rodrigues tinha como adjunto o Segundo-Tenente Avelino Teixeira da Mota, que será o obreiro do Museu da Guiné, do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, do Boletim da Guiné Portuguesa e das comemorações do V centenário da descoberta da Guiné. O jovem oficial da Marinha acomete-se a estas empreitadas com 24, 25 anos, é inacreditável esta capacidade de trabalho, esta organização e os seus invulgares dotes de sapiência. Elabora um inquérito etnográfico e espalha-o por toda a administração da colónia. E incita os funcionários à testa das circunscrições a produzirem monografias, aproveitando os elementos recolhidos do inquérito. O administrador de circunscrição Augusto Santos Lima, colocado nos Bijagós, estuda este povo, redige um estudo singelo que é dado à estampa em 1947.

O prefácio é Teixeira da Mota, é um texto notabilíssimo, permite avaliar os dotes daquele que será o mais importante historiador da Guiné, do período colonial aos dias de hoje. Refere as navegações de Cadamosto, 1456, a acreditar neste comerciante veneziano, é a primeira referência ao arquipélago dos Bijagós que se conhece. E cita-o, luminosamente: “e olhavam para nós extraordinariamente maravilhados, vendo que éramos homens brancos; admiravam também a forma do nosso navio, com o mastro e antena encruzada, porque é coisa que eles não usam, nem sabem o que é”. Diogo Gomes ali viaja depois de Cadamosto, chefiando uma frota de três caravelas. Pedro de Cintra desembarcou numa das ilhas do arquipélago e meteu-se pela terra dentro. Não se entabulou a conversa, brancos e Bijagós não entendem patavina do que dizem. A partir de 1463, ou mesmo antes, o arquipélago entra na cartografia. A explanação de Teixeira da Mota ganha vivacidade, convoca toda a historiografia da época, os nomes proeminentes são citados, os possíveis nomes das ilhas, quem as habita, como vivem. E adianta: “Os bijagós eram guerreiros e piratas desenfreados. Continuamente assaltavam o continente fronteiro, fazendo presa nos bens e pessoa de Buramos (Brâmes, Papéis e Manjacos) e Beafadas. Nas suas correrias chegavam mesmo a Cacheu”. Sucedem-se os relatos dos viajantes e navegadores do século XVII em diante. Desmonta mitos acerca do matriarcado e até aspetos sensacionalistas como aqueles que diziam que os Bijagós tinham como ancestrais a Etiópia, a Fenícia, o Egipto e o Hindustão, diz não haver provas sobre estas misteriosas ligações com tais povos nem estar provado que os Bijagós tinham rainhas. E adianta a descrição do tenente Manuel Marques Duarte, redigida em 1937, diz mesmo tratar-se do trabalho etnográfico mais extenso até então feito sobre os Bijagós. E exalta o trabalho que está a prefaciar, que saiu do punho de Augusto Santos Lima, recorda-nos que não existe uma sociedade Bijagó, mas sim várias sociedades, distintas de ilha para ilha, e até de povoação para povoação. E propõe ao administrador que continue os seus estudos, que investigue mais sobre a vida material, a vida psíquica, a vida familiar e os dialetos dos Bijagós.


O autor refere a geografia do arquipélago, as classes etárias, a organização económica, fala nos “chefados” e chama à atenção para as grandes dificuldades do cultivo do solo: uma orla marítima cheia de plantas, o tarrafo; os riquíssimos palmares; e a porção arenosa, por natureza estéril para as culturas. Queixa-se da falta de trabalho na produção de riqueza pecuária, na falta de trabalho na exploração intensiva dos palmares, na falta de trabalho nos riquíssimos mares circundantes. Enumera as categorias da realeza e de sacerdotes, o mundo de interdições e até o fascínio animista deste povo. Diz abertamente que não há nem nunca houve entre os Bijagós rainhas. Regista as atividades dos sacerdotes e das sacerdotisas, o feiticismo, o totemismo e o culto dos tabus. Observa o regime familiar, o conteúdo da habitação, as iniciações até adulto, como se processa o casamento, desmonta o matriarcado, como se organiza a hierarquia social. Quanto à moral, adianta o seguinte: “O Bijagó não se limita à moral relativa e utilitária, antes a eleva à filantropia, especialmente no que diz respeito à criança, mulher, velhice, cegos, aleijados, etc. Faz parte dela a correção, a seriedade e a verdade. A mentira é repelida. É quase atirada para o campo patológico”. Vê-se que observou, que separou a lenda ou o exotismo das práticas quotidianas: “Entre o Bijagó não existe o conceito de honra tal como nós o concebemos. Existe um sentimento que eles denominam falta de respeito. Deve ter-se em vista que a mulher tem um período de livre mancebia, sem restrições, em que predomina o seu arbítrio e o seu temperamento. Tudo porém muda completamente quando casa”. E faz-nos compreender o sentido da justiça, a natureza da sua hospitalidade e as relações hostis e como se processavam. Terá sido um relato escrito a grande velocidade, para corresponder aos apelos de Avelino Teixeira da Mota, o instigador da aventura destas monografias que ajudaram a pôr os guineenses no circuito mais amplo da etnografia, da etnologia, da investigação de toda a ordem, tudo o que então faltava àquela Guiné que foi posta no mapa por Sarmento Rodrigues e a este seu discreto adjunto que nunca mais largará o fascínio guineense, a despeito de se ter abalançado, finda a sua participação na missão geo-hidrográfica, na Monumenta Cartográfica, um dos trabalhos mais valiosos das comemorações henriquinas.


Folheia-se o trabalho de Augusto Santos Lima e admira-se o portentoso trabalho de Teixeira da Mota e de muitos administradores coloniais que passaram ao papel aquilo que era fábula ou conhecimento oral. Eram monografias que incluíam muitas imagens, era dever obrigatório que o texto fosse complementado e assim ajudasse a melhor compreender a gente de carne e osso, mostrando habitações e no caso dos Bijagós que pudéssemos ver a genialidade das suas esculturas, de primeiríssima água.
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de Setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15120: Notas de leitura (757): "O seminarista e o guerrilheiro", de Cândido Matos Gago, ex-presidente do município de Grãndola... Uma obra de ficção sobre a guerra colonial no leste de Angola, sobre a dupla perspetiva de um combatente português e de um guerrilheiro do MPLA

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15123: Efemérides (197): O baptismo de fogo da CART 494 foi há 52 anos (Coutinho e Lima, Cor Art.ª Ref)

1. Mensagem do nosso camarada Alexandre Coutinho e Lima, Coronel de Art.ª Reformado (ex-Cap Art.ª, CMDT da CART 494, Gadamael, 1963/65; Adjunto da Repartição de Operações do COM-CHEFE das FA da Guiné entre 1968 e 1970 e ex-Major Art.ª, CMDT do COP 5, Guileje, 1972/73), com data de 17 de Setembro de 2015:

Caro Amigo Carlos Vinhal 
A CART 494, que eu comandei na minha 1.ª comissão na Guiné (63/65), teve o seu batismo de fogo, em 17SET63, em Ganjola (Norte de Catió), isto é, faz hoje 52 anos. 
Sobre este assunto foi publicado, no nosso blogue, em 17SET2004, um texto relatando os factos - P13617.

A CART 494 comemorou, no passado dia 29 de Agosto, os 50 ANOS DE REGRESSO DA GUINÉ, com o seguinte programa: 
- 10H00 - Concentração no Quartel da Serra do Pilar 
- 10H30 -Colocação de uma placa comemorativa, no local a isso destinado
- 11H30 - Missa na Igreja de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, celebrada pelo Sr. Padre Joaquim Soares, Capelão do Batalhão . 
- 13H00 - Almoço convívio num restaurante na ribeira de Vila Nova de Gaia

Estiveram presentes 33 elementos da Companhia, juntamente com suas famílias (incluindo 3 netos), no total de 73 pessoas. 

Com um abraço amigo 
Alexandre C C Lima 
(Coronel de Art.ª Reformado
Comandante da CART 494 - Guiné (63/65) 

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Nota do editor:
Do Poste 13617 de 17 de Setembro de 2004:

[...]
Na manhã de 17SET, quando a maré o permitiu, partimos de Catió para Ganjola; quando aqui chegamos (cerca da 11 horas), verificamos, que os GC da CI ainda não tinham feito a travessia do rio (Catió ficava a Sul do rio Ganjola e a posição a ocupar a Norte do mesmo rio), pelo que atracamos ao pequeno cais, sem estar montada qualquer espécie de segurança.


 Ganjola. Vd. Carta de Catió 1/50.000

Começamos a descarregar os batelões, enquanto era montada a segurança; o atraso verificado nesta era preocupante porque, seguramente, o Inimigo (IN), com muita probabilidade, tinha tido conhecimento da nossa chegada.

Uma das primeiras medidas foi montar a Metralhadora Breda e os Morteiros de 60mm, para permitir a reacção a qualquer acção do IN.

Às 16H45, o IN atacou o que iria ser o futuro aquartelamento, com grande intensidade de fogo, tendo-se aproximado a poucos metros do arame farpado (nas zonas onde já estava instalado), a coberto das bananeiras e de outras árvores de fruto, bem como do alto capim, que, obviamente, não houvera ainda tempo de cortar.
O ataque durou cerca de uma hora. O pessoal da Companhia, juntamente com os 2 GC da Companhia de Catió, reagiu ao fogo inimigo, tendo o IN retirado. Às 22H45, verificou-se novo ataque, igualmente com grande poder de fogo e foi novamente rechaçado.

No dia seguinte, foram encontrados 4 mortos do IN, deixados no meio do capim. Pelos rastos de sangue observados, o IN teve, certamente, mais baixas.
Foi capturado o seguinte material: 2 Espingardas Mauser, 1 carabina, 1 pistola metralhadora PPSH e 1 pistola de sinais; 1 cunhete de Metralhadora Ligeira Browning com 1 fita de munições completa e outras incompletas, bem como grande quantidade de granadas de mão. Durante os trabalhos de capinagem subsequentes, com o objectivo de abrir campos de tiro, foram encontradas dezenas de granadas de mão, que o IN tinha abandonado.
As Nossas Tropas (NT), com uma enorme dose de felicidade, não tiveram uma beliscadura sequer. 

[...]
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15084: Efemérides (196): Homenagem aos Combatentes Limianos caídos ao serviço da Pátria, levada a efeito no passado dia 29 de Agosto, em Ponte de Lima (António Mário Leitão)

Guiné 63/74 - P15122: Da Suécia com saudade (50): A propósito do 'massacre de Sangonhá' (ou Sanconhá), de 6/1/1969... Contrariamente ao que escreve o gen pilav ref José Nico no poste P15038, não encontrei, até agora, nos arquivos do reino da Suécia, qualquer referência à eventual presença, nesse dia e local, de uma equipa cinematográfica sueca...


Guiné-Bissau > Bissau > ONG AD - Acção para o Desenvolvimento > 12 de dezembro de 2013 > Atelier ambiental transfronteiriço em Sanconhá (sic). Foto: cortesia da página da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, cofundada e dirigida, até à sua morte, pelo nosso saudoso amigo Pepito (1949-2014).

 "De 6 a 7 de dezembro de 2013, realizou-se em Sanconhá, junto à fronteira com a Republica da Guiné, o 2º atelier transfronteiriço, o qual tomou decisões muito importantes. Salienta-se a criação do 'Parque Comunitário Para a Paz, de N’Compá', a primeira área transfronteiriça dos dois países, a partir do qual se estabelecerá um processo de cooperação para o desenvolvimento das populações de ambos os lados da fronteira."

Foto (e legenda): © AD - Acção para o Desenvolvimento (2013). Todos os direitos reservados



1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia...

[ foto atual à esquerda: José Belo, ex-alf mil inf, CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); atualmente é cap inf ref e vive na Suécia há quase 40 anos]

Data: 17 de setembro de 2015 às 17:36
Assunto: O poste 15038 e..."Os olhos azuis"


"Romanceamentos"


Os antigos combatentes continuam,e continuarão,a sentir profundo orgulho no seu serviço prestado na Guiné.

Existem dificuldades, mais do que compreensíveis,  em esquecer que algumas das ajudas humanitárias e económicas dadas por outros países aos movimentos de libertação que nos combatiam,  acabavam por, indirectamente, aumentar as suas capacidades militares e o número de mortos e feridos que nos iam causando.

Independentemente das ideias políticas de cada um, não o reconhecer seria mais do que falacioso na injustiça para com os camaradas que directamente vieram a sofrer as consequências destes auxílios.

Uma política nacional de apoio económico e social aos movimentos de libertação em África, América Central e do Sul, assim como ao Vietname, foi a dominante sueca nos anos sessenta e inícios de setenta.

Mas terá alguma vez havido "amizades" entre as políticas nacionais dos diversos países europeus, independentemente de o facto aparentamente poder "chocar" alguns militares com altos postos?

Assim como o governo português, no que julgava ser uma política colonial de defesa dos interesses nacionais, näo foi pedir sugestões aos suecos, não se pode estranhar que estes também o não tenham feito quanto aos seus interesses.

A Força Aérea de que todos nos devemos orgulhar

O sr. general José Nico apresentou de forma interessante, e profissional, a actuação da nossa Forçaa Aérea aquando das operações em Sangonhá [ou Sanconhá, para os guineenses, antes e depois da independência].

Mais uma vez se pode verificar com profundo orgulho a coragem, voluntarismo, eficácia e dedicação demonstradas pelos profissionais que faziam os possíveis, e os "impossíveis", para obterem o melhor rendimento e resultados do material de que dispunham, arriscando muitas vezes a vida ao procurar contornar muitas das limitações enfrentadas diariamente.

O mesmo näo o posso fazer quando o sr. general começa a divagar em análises político-sociais que de tudo um pouco envolvem no respeitante à Suécia, suas gentes, realidades económicas. Não menos, por leituras aparentemente fáceis sobre o luteranismo e suas influências histórico-actuais.

O sr. general terá, obviamente, todo o direito de ter as opiniöes que achar por boas.

Ao ponderar sobre assuntos técnico-operacionais da sua Arma e Especialidade há que humildemente saber ouvir.

No entanto, ao entrar por divagações políticas, alguns de nós, com a mesma humildade e respeito anteriormente referido, pdoerão... discordar.

Toda a divagação pós-operacional se situa na hipótese de que o nosso sucesso em Sangonhá [ou Sanconhá] se tornou possível pelo facto de os guerrilheiros do PAIGC estarem a participar ,como figurantes, em filme sueco de propaganda quanto às suas capacidades militares.

Tal conclusão é unicamente baseada num relatório apresentado pela polícia política da ditadura, que o sr. general cita de memória, pois acaba por admitir não ter até à data podido provar a [sua] existência por... [ter] desaparecido.

Basear täo "nuanceadas" conclusões em relatório único da polícia política, envolvida na guerra de propaganda e contra-propaganda, será, pelo menos, um pouco limitado nas fontes.

Muitas e díspares opiniões se poderão ter sobre a Direção Geral de Seguranca [, DGS],mas será pouco admissível acreditar-se serem os mesmos ingénuos e incompetentes na contra-propaganda da zona de guerra na Guiné.

Nem a nível oficial, nem a níveis pessoais, existe qualquer referência a tal filme entre as gentes do PAIGC,

Sabendo-se o gosto pelo "ronco" por parte da maioria dos locais, ou mesmo a lógica utilização de tão grande desastre militar como arma de arremesso (então ou posterior) entre as inúmeras facções políticas guineenses, este não documentado desastre é, pelo menos, estranho.

As [escrutinadíssimas] fontes suecas

Decidi então procurar na Suécia respostas.

Primeiro junto do Partido do Governo na data da ocorrência (socialistas), não encontrando nos arquivos qualquer referência a filmagens em Sangonhá [ou Sanconhá].

Forneceram-me contactos quanto aos arquivos do Departamento Estatal que trata dos assuntos relacionados com os apoios aos países em desenvolvimento e, tanto referido à Guiné como ao PAIGC em particular,  nada está referenciado quanto a tal ocorrência.

Para acalmar o nosso gosto mórbido quanto a possíveis "conspirações do silêncio" acabei por também contactar os sindicatos dos cineastas, fotógrafos e jornalistas na busca de participantes vivos, mortos ou feridos nas pessoas dos profissionais neles registados.

Nada quanto ao filme, participações, e muito menos quanto a mortos ou feridos.

Quanto aos últimos, numa sociedade totalmente aberta ao escrutínio dos cidadãos como é a sueca, mortos e feridos em África sem terem surgido nos jornais,TV, rádio, ou em discussões inter-parlamentares, é algo de impossível.

Temos portanto até hoje o tal relatório da Direção Geral de Segurança misteriosamente desaparecido em Portugal.

A não ter uma das tais suecas de olhos azuis ido aí para o destruir,  restam-nos sentimentos de fé, certamente muito válidos quanto aos Arquivos do Vaticano mas...quanto à política da ditadura e seus agentes?

Não tendo qualquer procuração jurídica, necessidade ideológica ou desejo pessoal de defender as políticas do reino da Suécia ( e quem sou eu para o fazer?), ficamos à espera que alguém encontre referências documentadas sobre o assunto, e deste modo, evitando intrepretações subjectivas,  passíveis de debates mais ou menos... romanceados.

Um grande abraço, desde Estocolmo,
do José Belo.

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(...) Segunda parte do trabalho da autoria do General PilAv José Francisco Fernando Nico, versando a ajuda da Suécia aos Movimentos de Libertação africanos, durante a guerra colonial, enviado ao Blogue pelo nosso camarada Miguel Pessoa, Cor PilAv Ref (ex-Ten PilAv, BA 12, Bissalanca, 1972/74) em 22 de Agosto de 2015.

(...) A razão para o suicídio do PAIGC em Sangonhá

(...) Por acaso tudo se aclarou alguns dias mais tarde ao ler um relatório da DGS que chegou ao gabinete do Comandante do Grupo Operacional 1201. Para mim foi uma espécie de relâmpago que tudo iluminou e desvendou, num instante, a lógica daquele comportamento estranho do PAIGC. Não consegui agora encontrar nenhum registo desse documento mas o facto é que me marcou tanto que nunca mais esqueci o essencial do que li. Resumidamente, a DGS dava conta de que o ataque se tinha enquadrado numa acção de propaganda promovida pela Suécia. Na minha opinião, muito provavelmente a pedido do próprio Amílcar Cabral, resolveram aproveitar o abandono de Sangonhá para simular a tomada do aquartelamento pela guerrilha. O cenário não podia ser mais perfeito. Antes de abandonar a posição, as instalações do aquartelamento tinham sido destruídas pelo Exército e essa imagem podia ser facilmente mostrada em fotografia e filme como sendo consequência dos ataques do PAIGC. Depois, a posição “acabada de conquistar” podia ser utilizada para mostrar o poder de fogo do PAIGC contra as posições que se preparavam para conquistar a seguir: Ganturé e Gadamael. Uma equipa de repórteres, incluindo fotógrafos e cineastas,  deslocou-se para esse efeito à Guiné-Conacri onde se juntou aos guerrilheiros. Um total de 400 pessoas terão estado envolvidas em toda a operação,  segundo as informações do régulo Abibo,  de Ganturé.

Ficou assim explicado porque razão o PAIGC se tinha exposto em pleno dia a levar com as bombas da aviação. É que não era possível fotografar nem filmar sem luz. Também não fazia sentido estarem escondidos quando tinham acabado de derrotar e afugentar o inimigo. Tinham, é claro, a noção de que iam correr um grande risco e por isso o terem levado a ZPU-4 para se defenderem. Mas cometeram um segundo erro, este gravíssimo. Foram detectados e,  em vez de embalarem a trouxa e rumarem novamente à Guiné-Conacri, deixaram-se ficar. Pessoalmente penso que, como os dois primeiros aviões não abriram fogo, assumiram que, ou os tinham atingido, ou os tinham dissuadido e resolveram continuar a fazer a “fita”.

Faltava explicar a utilização das peças anti-carro porque, como já foi dito, não eram, nem armas de guerrilha, nem adequadas às flagelações aos aquartelamentos. Não há mesmo conhecimento de terem sido utilizadas em qualquer outra ocasião.

Uma explicação muito credível ocorreu-me quando descobri algumas fotos dessas armas no arquivo Amílcar Cabral da Fundação Mário Soares. Fiquei até convencido que respeitam à acção do dia 6 de Janeiro de 1969. Passo a explicar.

O objectivo da operação era produzir propaganda, como referiu a DGS no seu relatório. Havia, por isso, necessidade de mostrar grande capacidade militar e poder de fogo, factores esses que estariam a determinar avanços do PAIGC no terreno nomeadamente a conquista de posições ocupadas pelos portugueses. Acontecia que aquelas peças anti-carro tinham um reparo longo, tinham rodas e um cano comprido. As eventuais audiências alvo da propaganda ficariam certamente muito mais impressionadas se o ataque fosse feito com estas peças de artilharia em vez dos tradicionais morteiros ou dos canhões sem recuo que eram armas relativamente pequenas. Só uma razão desta natureza os poderá ter levado a não utilizar o armamento tradicional nesta flagelação a Ganturé: nenhuma granada rebentou no perímetro do destacamento. (...)

(...) Concluindo, ironicamente pelo menos desta vez, a bondosa ajuda humanitária sueca cujo objectivo foi soprar “os ventos da história”,  contribuindo para a derrota militar dos portugueses,  não conseguiu infligir baixas às nossas forças. Ao invés, provocou um número substancial de mortos, feridos e incapacitados entre os guerrilheiros e, muito provavelmente, também entre os apoiantes cubanos, repórteres, fotógrafos e cineastas suecos. Que foram encontrados diversos despojos de pele branca é um facto,  mas nunca se conseguiu saber a quem teriam pertencido. O PAIGC e o governo sueco, em escrupulosa obediência às regras da propaganda nunca revelaram, nem durante a guerra, nem depois, este desastroso embate. (...)


Guiné 63/74 - P15121: Convívios (707): Inauguração de monumento em honra dos combatentes de Ribamar da Lourinhã, às 11h00, domingo, 20 de setembro de 2015 (José João da Costa Pereira, ten cor ref, presidente da direcção do Núcleo de Torres Vedras e Lourinhã, da Liga dos Combatentes)

1. Mensagem de José Pereira, presidente da direção do Núcleo de Torres Vedras e Lourinhã da Liga dos Combatentes, com data de 16 do corrente:

Assunto: Inauguração de monumento em honra dos combatentes de Ribamar da Lourinhã - 20Set2015

Exmos. Senhores,

Com o apoio da Liga dos Combatentes, através do Núcleo de Torres Vedras e Lourinhã, os antigos combatentes da Vila de Ribamar - Lourinhã vão inaugurar um monumento que recorda todos os que combateram por Portugal, no próximo dia 20 de Setembro com o seguinte programa:

10h00 - missa na igreja de Ribamar

11h00 - Inauguração do Monumento com honras militares,  prestadas por militares  da Escola das Armas

12h30 - Imposição de condecorações a antigos combatentes da guerra de África pelo senhor Tenente-general ref Jorge Silvério  [, que é natural de Ribamar, Lourinhã]

Agradecemos divulgação do evento e contamos com a presença de todos os combatentes.

O Presidente da Direcção
José João da Costa Pereira
Tenente-coronel



Liga dos Combatentes

Núcleo de Torres Vedras e Lourinhã​
Rua 9 de Abril, 8 – 1º 
Apartado 81
2560-301 Torres Vedras
Telf 261096496 / telem  925303511

PS . Aproveito a oportunidade para lhe pedir o favor de, se aparecer alguém para a Delegação e que não encontre o senhor Moura, que a pessoa ligue para os números acima; se não atenderem que liguem para o meu particular (964123931) que depois alguém de Torres lhe trata do problema.​
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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de setembro de  2015 > Guné 63/74 - P15102: Convívios (706): O pessoal da Magnífica Tabanca da Linha vai encontrar-se no próximo dia 24 de Setembro, no sítio do costume (José Manuel Matos Dinis)

Guiné 63/74 - P15120: Notas de leitura (757): "O seminarista e o guerrilheiro", de Cândido Matos Gago, ex-presidente do município de Grãndola... Uma obra de ficção sobre a guerra colonial no leste de Angola, sobre a dupla perspetiva de um combatente português e de um guerrilheiro do MPLA

1. "O Seminarista e o Guerrilheiro” é o título do livro de Cândido Matos Gago (edição de autor, 2015),  que já foi apresentado em 28 de março passado, no Teatro da Comuna, em Lisboa, por João Mota,  ex-diretor do Teatro Nacional,  e em 17 de abril, em Grândola.

O livro, de ficção,  aborda a guerra colonial em Angola,  de um dupla perspetivaa: (a) do combatente português, oficial miliciano, ex-seminarista; e (ii) a do nacionalista angolano, comandante do MPLA.

Natural de Grândola,  Cândido Matos Gago  foi presidente da edilidade local  entre 1990 e 1994 e é atualmente deputado na assembleia municipal.

Fez a guerra em África, como a maioria dos jovens da sua geração. Fez o INEF - Instituto Nacional de Educação Física, é hoje  professor reformado, tem 70 anos, e tem também publicações sobre  a temática lúdico-desportiva do Alentejo.

“O Seminarista e o Guerrilheiro” conta com a parceria do município de Grândola e da junta de freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra. O livro pode ser encomendado através da CM Grândola. O autor tem página no Facebook.

Pedimos ao nosso camarada e amigo Jaime Bonifácio Marques da Silva, que foi alf mil paraquedista em Angola, BCP 21 (1970/72), e que é também professor de educação física reformado, ex-autarca em Fafe com o pelouro da cultura e desportp, para nos apresentar uma nota de leitura desta publicação que tem entre mãos.

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Nota do editor:


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Guiné 63/74 - P15119: Lembrete (13): A apresentação do livro "Cabra-cega: do seminário para a guerra colonial", da autoria de João Gaspar Carrasqueira (pseudónimo do nosso camarada A. Marques Lopes): amanhã, 5ª feira, dia 17, pelas 15h00, na Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), av Padre Cruz, Lisboa

1. Aqui vai um lembrete para todos os leitores deste blogue: conforme foi há dias noticiado (*), o nosso grã-tabanqueiro A. Marques Lopes, depois de Matosinhos,  vai fazer o lançamento do seu livro "Cabra-Cega: do seminário para a guerra colonial", aqui em Lisboa, na ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, av Padre Cruz, 5ª feira, dia 17 do corrente.

A apresentação está a cargo de outro grã-tabanqueiro, o Mário Beja Santos [, que já aqui publicou três postes sobre o livro]..

O evento realiza-se  às 15h00, no auditório Jorge Maurício.

Aqui fica a localização da ADFA no mapa. (**)





Ficha técnica:

Título: Cabra-Cega
Autor: João Gaspar Carrasqueira  [ pseudonimo de A,Marques Lopes]
Editora: Chiado Editora
Local: Lisboa
Data de publicação: Junho de 2015
Número de páginas: 582
ISBN: 978-989-51-3510-3
Colecção: Bíos
Género: Biografia
Preço de capa: 19,00 euros (papel)


2. Nota de leitura de Mário Gonçalves [Portal Livros & Leituras, 2/7/2015] (reproduzido com a devida vénia...]

(...) António Aiveca é o protagonista desta grande história. O homem que, tal como eu, também foi obrigado a ir para a Escola Prática de Infantaria (Mafra) conhecer o “calhau”, imortalizado por José Saramago no Memorial do Convento, para tirar a especialidade de sniper (atirador) no curso de oficiais milicianos, é o centro de todas as atenções desta narrativa.

Aliás, a personagem existiu mesmo. Foi um homem de carne e osso. Apesar de já ter falecido, foi amigo do autor. Foi confidente. E foi precisamente com base em conversas e até em muitos documentos deixados que João Gaspar Carrasqueira montou este romance.

Aiveca tem um percurso de vida sui generis. Vai, imaginem, da vida eclesiástica (controversa) à guerra de ultramar, na Guiné.

As peripécias cruzam-se com lugares, pessoas e tempos. As descrições, os cenários e as ações, no teatro de operações, são fabulosas.

Há armas, medo e aventura. O verde dos camuflados e as alcunhas. A G3 em luta com a catana e a fisga. A cabra-cega. As divisas dos sargentos e os galões dos oficiais. Há cavalheiros e dinâmica própria dos heróis. Apelidos, muitos apelidos. Há muito combate. Há o silvo dos ricochetes no capim. Há o peso das armas, as rações de combate, as casernas, as formaturas e até alguma estupidez dos superiores. Há o capitão, o furriel, o cabo e o soldado. Há a chuva e o calor. Muito calor!

Nas palavras, há magia. Interessante! (...)

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 14 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15111: Agenda cultural (423): Convite para a apresentação do livro "Cabra-Cega: Do seminário para a guerra colonial", da autoria de João Gaspar Carrasqueira, dia 17 de Setembro de 2015, pelas 15 horas, na ADFA (Associação dos Deficientes das Forças Armadas), Av. Padre Cruz, em Lisboa. A apresentação estará a cargo do Dr. Mário Beja Santos (António Marques Lopes)

(**) Último poste da série > 20 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14904: Lembrete (12): Repasto da Magnífica Tabanca da Linha, em Oitavos, Guincho, Cascais, dia 23, 5ª feira... O prazo de inscrição termina hoje à meia-noite... Espera-se meia centena de convivas, entre eles, três "periquitos": (i) o mítico comandante Pombo; (ii) a sua dedicada filha Maria João; e (iii) o maj gen PQ Avelar de Sousa (que foi cmdt da CCP 123 / BCP 12, 1972/74)