segunda-feira, 17 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17252: Agenda cultural (554): Novo livro. Aldenovense Foot-Ball Club ao Clube Atlético Aldenovense (José Saúde)

1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem sobre o seu novo livro.


Aldenovense Foot-Ball Club ao Clube Atlético Aldenovense

Neste final do mês de abril, sábado 29, será apresentada mais uma obra deste vosso camarada José Saúde na sede do Clube Atlético Aldenovense, em Aldeia Nova de São Bento, por altura das Festas das Santas Cruzes.

Trata-se de um livro cuja temática se inicia no ano de 1923 e termina em 2016. A curiosidade desta obra, sendo desportiva, prende-se com o facto do boom do clube sul alentejano saltar para a ribalta, oficialmente, após a Revolução dos Cravos, 25 de Abril de 1974, e que originou o regresso dos muitos jovens da terra que prestavam serviço na guerra do Ultramar.

Eu, José Saúde, fui um daqueles rapazes que, não obstante o seu vínculo a uma comissão militar na Guiné e interrompida por força de uma revolta bem sucedida que libertou as antigas colónias, chegou ao seu torrão natal e colocou a máquina do futebol em andamento.

O livro fala, justamente, desse período áureo e da labuta da rapaziada que tentava esquecer a guerra regozijando-se então com a prática do futebol. Assim, na época de 1974/1975 o Atlético Aldenovense filiou-se com uma equipa sénior na AF Beja e não mais parou.

Nesses tempos assistia-se a tardes futebolísticas no antigo campo da feira da Aldeia, sendo que a malta jovem se dedicava efusivamente ao jogo. O livro retrata, também, a evidente evolução desportiva do emblema, quer na componente organizativa, quer na competitiva, ou no campo das infraestruturas entretanto construídas. 

E assim se vão construindo nacos de biografias de exíguos clubes e de freguesias pequenas situadas algures neste país lusitano e que ficarão para as gerações vindouras contemplarem e usufruírem de hilariantes gestas que o tempo paulatinamente consome. Ficam, pois, façanhas escritas que a história jamais omitirá. 


Um abraço, camaradas
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BRT 6523
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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

Guiné 61/74 - P17251: Blogpoesia (505): "Não Sei Quantas Almas Tenho", por Fernando Jesus Sousa (DFA), ex-1.º Cabo da CCAÇ 6



1. Mensagem do nosso camarada Fernando de Jesus Sousa (DFA), (ex-1.º Cabo da CCAÇ 6, Bedanda, 1970/71, autor do livro de poemas "Sussurros Meus"), com data de 16 de Abril de 2017, com este poema de sua autoria:

Com este poema deixo para todos os meus amigos, desejos de uma Páscoa feliz.
Fernando Sousa


Não Sei Quantas Almas Tenho

Como nunca saberei bem quem sou,
Espero que o destino me deixe ver.
Não sei mesmo para onde vou,
Nem quantas almas gostaria de ter!

Nascido numa terra que bem conheço,
À qual julgo que sempre irei pertencer.
Tenho sérias dúvidas se a mereço,
Porque nela já nem sei viver!

Tenho uma alma que vagueia perdida,
Apenas na mente a consigo encontrar.
Na terra tenho uma alma sofrida,
Cada vez mais perto do meu olhar!

Tenho uma outra alma renascida,
Outra ainda que me faz cantar.
Tenho uma alma grande com vida
Para quem me ama e me deixo amar!

Tenho aquela que vive no meu peito,
Que alegremente faz mover o meu moinho.
Outra em que dias e noites me deito,
Mesmo que na solidão adormeça sozinho!

Porém, não sei quem sou nem de onde venho,
Sei que apenas tenho, uma vida para viver.
Não sei quantas almas eu tenho,
Nem quantas mais gostaria de ter!

27/7/2015
Fernando Sousa
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Nota do editor

Último poste da série de 9 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17225: Blogpoesia (504): "Do zero ao infinito..."; "Milagre ou não..." e "Estilhaços de verniz...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P17250: Notas de leitura (947): "Em Tempos de Inocência", por António Pinto da França, Prefácio, 2006 (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 5 de Fevereiro de 2016:

Queridos amigos,
Foi em Bissau que António Pinto da França desempenhou pela primeira vez o cargo de embaixador.
O seu diário é de alguém que, entre as obrigações prementes de obter um melhor relacionamento entre a Guiné-Bissau e Portugal, vagueia de olhos bem abertos a procurar entender as contradições daquela sociedade onde o peso das velhas hierarquias continuava muito forte, num tempo carregado de esperança por melhores dias, por emprego, melhor ensino e saúde. É igualmente uma escrita pessoal e íntima, como ele anota em dado passo: "Escrever é renunciar ao inútil, ser levemente lógico em meio à impotência do entendimento absoluto da vida. Arruma-se tudo muito bem arrumadinho, faz-se do papel o espelho de nós". É um documento valioso que nos obriga a pensar se a investigação histórica não deverá ter em conta este poderoso olhar de um antropólogo amador.

Um abraço do
Mário


Relendo “Em Tempos de Inocência”, por António Pinto da França

Beja Santos

Há em certos livros um fascínio que desponta, e depois toma conta de nós, quando a sua releitura é feita sem pressas, sem procurar resultados palpáveis como seja ler e fazer recensão. Pinto da França foi o segundo embaixador português da Guiné-Bissau, é o seu primeiro posto como embaixador, vem do Brasil e aqui aporta em 1977, o processo revolucionário guineense já dá sinais evidentes de oxidação e desencanto: "Em Tempos de Inocência", por António Pinto da França, Prefácio, 2006. Há neste diário a paixão de quem possui o dom de ver nos seres humanos e no meio circundante com uma lupa muito própria valores antropológicos e etnológicos. É uma escrita sem azedume, dotada de fina ironia, é um diplomata que se despe do seu fardamento para ver de forma translúcida as pessoas com quem trabalha, o casarão por onde deambula, sombreado e com jardim tropical e é, em simultâneo o homem que se expõe ao espelho, tirando partido da sua intimidade enquanto presenceia e anota os vagidos do nascimento de um país. E dá recorrentemente notícia dos seus estados de alma:
“Para manter uma certa ilusão de que a vida é una, de que eu existo e tenho passado mais futuro, recorro ao trabalho, aos que comigo trabalham, a livros, à escrita, alguns discos, cartas que me chegam de fora e falam de acontecimentos ou de sentimentos relativos, mas enquadrados numa aritmética lógica. Aqui tudo tem uma dimensão diferente. Escrever esclarece. Tenho agora uma vaga perceção da origem da minha dificuldade para explicar aos outros, aos que aqui e neste momento nunca vieram, como é e o que é para mim Bissau”.

Está atento e regista um conflito racial que muitos prendem iludir:
“Muitos guineenses olham os cabo-verdianos como uma classe colonizadora que os despreza e explora e não querem nem ouvir falar em tal união, achando que já lhes basta a predominância de cabo-verdianos nascidos aqui, instalados no Governo e em todos os postos de comando. Eles foram no tempo da colónia a classe intermédia, como na Indonésia os chineses e, politicamente mais preparados, puseram de pé o PAIGC, herdando assim o poder dos portugueses”.

Começou a escrever o seu diário em Junho de 1977 e em Março do ano seguinte volta a socorrer-se da introspeção:
“Gosto cada vez mais de escrever e menos de conversar.
No papel as ideias alinham-se serenas, direitinhas, e as palavras encadeiam-se escolhidas, apropriadas umas às outras. Enquanto se escreve nada nos distrai de nós próprios e descobrimos, de repente, que uma charada nossa, por longo tempo indecifrável, surge no papel resolvida, clara, evidente. A palavra, à conversa, é sempre desde início um duelo. Mais do que chegar a conclusão, importa marcar pontos no jogo do diálogo.
Conversar e primordialmente teatro e teatro é por natureza, ilusão. E para quê perder tempo com ilusões se o tempo nunca chega para a busca da verdade?”.

Aos poucos, vai visitando o país, recebe diplomatas e políticos e retribui as visitas. Não resisti a extrair uma memória da sua visita a Bambadinca:
“Ao entrar na parada abandonada do quartel, daquilo que foi um dos principais centros das Forças Armadas Portuguesas na Guiné, durante a guerra, deparámos com uma multidão que nos acolheu com vivas. Rostos espantados, atentos, curiosos, rodeavam-nos, escutavam os discursos feitos do alto de uma varanda. O discurso, em crioulo, do governador de Bafatá, era traduzido para Fula por um intérprete. No meio da escada, de mão na anca, mais do que recitando, o intérprete cantava, na saborosa língua Fula que a guerra acabou, os portugueses são e foram sempre irmãos, que estão a ajudar muito a Guiné-Bissau, os portugueses nada tinham a ver com o regime que lhes havia movido guerra, etc, etc. No final, muitos vivas a Portugal, ao presidente Eanes, ao Dr. Mário Soares, à amizade de Portugal e da Guiné-Bissau. E não é milagre passar-se tudo isto naquela povoação, quando ainda só quatro anos decorreram desde o fim da guerra, aqui tão a sério, tão cruel?”.

Vai a Lisboa protestar por não lhe terem dado conhecimento da visita de Ramalho Eanes e da planeada cimeira em Bissau com Agostinho Neto. Regressado a Bissau, fala da polícia política do Estado:
“Quando os Homens da Segurança vão prender alguém a casa, segue-se sempre uma confiscação de bens. Pelo que se depreende das apreensões, os objetos considerados prova de corrupção ou violação da lei são assaz variados. Incluem gravadores, pastas de dentes, cigarros, alguma roupa, sabonetes, uísque. Talvez seja uma nova forma de desencorajar o crime ou uma tradição da antiguíssima prática do saque”.
Recorda com humor a chegada das delegações de Portugal e de Angola. Tudo começou com eletricidade no ar, a sinceridade veio depois ao de cima. O ministro português dos Estrangeiros, Vítor Sá Machado, que era angolano e andou no liceu com Costa Andrade, o homem mais duro da delegação angolana, dizia-lhe em tom galhofeiro:
“Deixa-te daqueles discursos marxistas, que eu já te os conheço de cor e salteado!”.
E depois dos almoços, com a língua desatada pelo vinho, recordaram boémias de Lisboa. E impressionava todos o português impecável dos angolanos, brilhante no caso de Agostinho Neto. Sá Machado, que era caçador, exprimiu que queria ir à caça, coisa que era proibida na Guiné. O ministro da Segurança emprestou-lhe uma arma e lá foram, noite adiante, no jipe da embaixada, até às matas nos arredores de Bissau. Avistou-se qualquer coisa a brilhar no mato e o pisteiro de ocasião disse ao ministro:
“São os olhos de um leopardo, atire-lhe depressa”.
Mas não passava de uma fogueira esmorecida, à porta de uma cubata, em torno da qual cavaqueavam alguns indígenas. O ministro ficou muito envergonhado, desistindo de imediato a caçada.

É um fabuloso diário que nos faz duvidar que só há provas históricas nos documentos e afins. Com frequência, Pinto da França fala festivamente da obra que deixou, o Centro Cultural Português, despede-se emocionado por ter sido testemunha dos primeiros passos do novo país em condições tão desastrosas. “Por vezes tive a sensação de assistir a um parto dramático… Vai comigo uma suave recordação do povo guineense, da sua nobreza, da sua afabilidade, da sua hospitalidade, da sua resignação ou sofrimento. Ensinaram-me algumas coisas importantes. Passados estes anos de iniciação, na euforia ad independência, tempos duros e difíceis se desenham no horizonte, toldando as esperanças dos guineenses”.
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17243: Notas de leitura (946): “La Guine Bissau D’Amilcar Cabral à la reconstrution nationale”, por J.-CL. Andréini e M.-L. Lambert, Éditions l’Harmattan, 1978 (2) (Mário Beja Santos)

domingo, 16 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17249: Fotos à procura de uma... legenda (84): o país dos mouros (Luís Graça)





Marrocos > Cordilheira do Atlas, vista do lado oriental > 28 de março de 2017 > Viagem: Erfourd - Tinghir - Ouarzazate >


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné]


1. Marrocos é o pais dos mouros, e fundamentalemente dos berberes (do árabe, "berber") ... Há uma grande confusão terminológica: mouros, berberes, árabes, tuaregues, beduínos....

O povo berbere – a que a si próprio se chama Imazighen, no plural ou Amazigh, no singular – é um dos povos mais antigos do continente africano. Ou talvez melhor, um conjunto de povos com afinidades etnolinguísticas.

Originalmente, os berberes [palavra grave e não esdrúxula...] viviam em tribos no deserto do Sara, ocupando uma vasta região (que inclui hoje grande parte do Magrebe, o Sara Ocidental, a Mauritânia, Marrocos, a Argélia, a Tunísia e a Líbia).

Cerca de 2/3 ou mais dos marroquinos serão descendentes dos povos berberes. Um terço ainda falará sua língua. Os árabes (os conquistadores, oriundos da península arábica) vêm em segundo lugar. Há depois minorias, incluindo judeus, muitos deles sefarditas (oriundos de Portugal e Espanha, depois do edito de expulsão). (Alguns, disse-me o meu guia, converteram-se ao islamismo, mas continuam a ser "endogâmicos", ou seja, não se misturam; daí ele chamar-lhes "meios irmãos.)

Os berbres tiveram o grande mérito de se saber adaptar ao deserto do Sara e ao rigor do clima (marcado pela cordilheira do Atlas, mil km de comprimentos por 100 de largura). Souberam utilizar o dromedário (camelo de uma bossa...) e ganhar a vantagem da mobilidade, acompanhando as caravanas de mercadores e tornando-se hábeis comerciantes que negociavam quase tudo, desde escravos  a especiarias, pedras preciosas, oiro, peles, tecidos, artesanato, etc. São também bons artesãos, embora melhores sejam os árabes. Nas "medinas" das cidades de Marrocos, em geral, há dois mercados distintos, o árabe e o berbere.

Há várias línguas e dialetos berberes, o que vem a favor da tese da heterogeneidade dos berberes (termo que virá do grego e do latim: bárbaro era originalmente o "não grego"; depois o não cidadão romano; e, em particular, o habitante do nordeste de África).

Os berberes, embora islamizados e arabizados, tem fama de "resistência" e "resiliência" aos conquistadores, incluindo os romanos e os árabes... No caso destes últimos, essa resistência irá até ao séc. XII... O Atlas foi um dos seus refúgios e redutos.

2. O termo mouro vem do latim. Para os romanos, os "mauros" (em latim: mauri) eram todas as populações que habitavam o noroeste da África, ou seja a "Mauritânia"...

Estas populações não eram etnicamente homogéneas, pertenciam a grupo étnico maior, o dos berberes. Com a invasão árabe, e a expansão do Islão (século VII), foram islamizadas e arabizadas. O árabe é, portanto, a língua dos conquistadores, embora ainda subsistam as línguas e dialetos berberes.

A "invasão" (o termo não é apropriado...) da península ibérica, em 711, é feita basicamente por berberes, comandados por generais árabes. Em suma, estas populações juntaram-se aos árabes na conquista da península ibérica durante o século VIII e deixaram profundas marcas entre nós, da genética à arquitetura, da língua à gastronomia...

Com a chamada reconquista cristã, os mouros na pensínsula ibérica (o Al Andaluz) acabam por ser derrotados, expulsos, dizimados, escravizados ou assimilados... O processo vai até ao séc. XIII. Data de 1492, a conquista, pelos Reis Católicos de Espanha, do último reino mouro, o de Granada. Os refugiados estabeleceram-se no norte de África. A maioria dos refugiados andaluzes estabeleceu-se no norte de África.

Com alguma propriedade, pode dizer-se que a "nossa guerra colonial" começa em 1415, com D. João I a conquistar a importante cidade de Ceuta... O seu neto, Afonso V, cohecido como o Africano, é o conquistor de Arzila e Tânger.

3. Marrocos é ainda um país de contrastes... Talvez o país do Magrebe onde as mulheres conseguiram marcar "mais pontos" em termos de emancipação política, económica, social e cultural...


É.um país que, contrariamente à vizinha Argélia, não teve que travar uma guerra extremamente sangrenta para se libertar da "proteção" dos franceses (o protetorado estendeu-se de 1912 a 1956)... A marca colonial está presente em muitas coisas: Casablanca, por exemplo, e a sua arquitetura deco e arte nova... Os topónimos, os sinais de trânsito, etc, são escritos em árabe e francês... Produz-se vinho, há jornais em francês...

Em boa verdade, e durante os 12 dias que por lá andei, senti-me relativamente confortável e seguro... O meu guia, Hammad Kalid, natural de Marraquexe, de pai árabe e mãe berbere, falava as línguas latinas: francês, espanhol, portunhol, italiano... Disse-me que o seu país estava a receber 10 milhões de turistas por ano, pretendendo atingir os 14 milhões... O turismo é economicamente bem vindo, Marraquexe e Agadir são os dois principais polos de atração... São cidades onde a presença policial e militar se faz sentir...

Parece que o árabe que se fala em Marrocos, o "darijá", é língua que, fora do país, poucos entenderão ou falarão, a não ser os marroquinos da diáspora... Creio que é também, o francês, a língua do ensino universitário...

É pena que o uso do francês, como língua estrangeira, tenha decaído no nosso país... Era a primeira língua estrangeira falada em Portugal, desde o séc. XVIII até à minha geração, a do pós-guerra. (LG)

PS - Quis saber, da parte do meu guia, a razão de ser da decadência das brilhantes civilizações de Marrocos... Ele, que é muçulmano,  foi diplomático, dizendo-me em francês qualquer coisa como... "a música e as mulheres"... O Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, diria, como bom luterano holandês, "putas e vinho verde"...

Guiné 61/74 - P17248: Manuscristo(s) (Luís Graça) (115): O compasso pascal

Soneto em honra do compasso pascal da Madalena

por Luís Graça


Aleluia, Cristo ressuscitou!,
Apregoa o compasso pascal,
Que hoje nesta casa nos visitou,
E a todos nos juntou neste local.


É uma das ruas da Madalena,
Que tem nome do nosso primeiro rei,
E eu, quando não posso vir, tenho pena,
Porque a Páscoa é aqui, isso eu sei.


Lá vai o compasso pela rua fora,
Sem freima, com prazer e devoção,
Com ordem, em festiva procissão.



À frente vai a cruz e uma senhora,
E outra porta se abre, ali na hora…
Até p’ró ano… e viva a tradição!



Madalena, V. N. Gaia, 
domingo de Páscoa, 
16 de abril de 2017
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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17164: Manuscrito(s) (Luís Graça) (114): No Dia Mundial da Poesia... Quem não faz 69, não chega aos 100!

sábado, 15 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17247: In Memoriam (295): Mário Vasconcelos (1945- 2017), ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, e Cumeré, 1973/74.... O velório é hoje na ipreja das Dominicas, Guimarães


O Mário Vasconcelos, foto recente, do Juvenal Amado



O Mário Vasconcelos é o primeiro da direita. Foto de Juvenal Amado (o terceiro a contar da direita)... O Eduardo Campos é  o primeiro da esquerda.





1. Mensagem do Juvenal Amado com data de ontem, às 23h32:

Este ano está a ser terrível pois não paramos de ser confrontados com o desaparecimento físico dos nossos camaradas.

O nosso camarada Mário Vasconcelos que foi alferes transmissões no batalhão 3872 ( substituto do ex alferes Mota, falecido com 10 meses de comissão) acaba de nos deixar hoje pelas 19 30 horas.

Ele tinha avisado na nossa página do Facebook que se ia submeter a uma operação cirúrgica e que contava estar bem para o nosso almoço anual.

Infelizmente não foi assim.

À família enlutada quero desde já deixar os meus mais sentidos pêsames, Ele que Fique em paz e que terra lhe seja leve.

Juvenal Amado



2. Mensagem do Rui Vieira Coelho na página do Facebook da Tabanca Grande:


Caro Luis Graça:  o ex-allferes Mario Vasconcelos, oficial de transmissões do BCAÇ  3872, sito em Galomaro,  Guiné, 1972/74, faleceu hoje na cidade de Guimarães, pelas 17horas e trinta minutos do dia 14 de Abril de 2017 . Paz á sua Alma.

3. Comentário do editor LG:

Infelizmente, a triste notícia foi-nos confirmada pelo filho, Nuno Vasconcelos, devendo o velório ser feito hoje, sábado, na capela das Dominicas em Guimarães. O nosso camarada Mário Vasconcelos era casado, vivia em Guimarães, era prof ref da Escola Secundária Escola Secundária Francisco de Holanda. Estudou Engenharia Electrotécnica em Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto; tinha andado a escola Escola Secundária Francisco de Holanda.
No CTIG, foi alf mil trms,   CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72,Mansoa, e Cumeré, 1973/74.

Tem 37 referências no nosso blogue.

Em nome da Tabanca Grande, apresentamos à família e aos amigos e camaradas mais próximos as nossas  condolências.

PS - Informação adicional do Juvenal Amado:  "O Mário Vasconcelos nasceu, segundo informação do ex-furriel transmissões Rui Marques, em 29 de Outubro de 1945. portanto faria em Outubro 72 anos de idade."


Guiné 61/74 - P17246: (De)Caras (63): João Crisóstomo acaba de publicar, em Nova Iorque, o livro "LAMETA: o desconhecido contributo das comunidades luso-americanas para a independência de Timor-Leste"...Vem a Portugal, para umas férias, no próximo dia 20, 5ª feira.















Recorte, com a devida vénia, de notícia do jornal Luso-Americano, 12 de abril de 2017, p. 57

1. Mensagem do nosso querido amigo e camarada da fiáspora, Joao Crisostomo, com data de ontem:

 Caro Luís Graça,

Chegamos aí na 5ª feira, dia 20 , que é por coincidência o 4º aniversário [do nosso casamento]…
E…Depois do Primeiro Ministro de Timor Leste me dizer que não sabia o que era a LAMETA [acrónimo em inglês do Movimento Luso-americano para a Autodeterminação de Timor-Leste, ], …. tive de dar a mão à palmatória…. Aqui vai a notícia que saiu no jornal ‘Luso Americano”.

Boa Páscoa para ti, tua esposa e teus queridos,
João e Vilma

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Nota do editor:

Último poste da série > 7 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17215: (De) Caras (70): A lavadeira Miriam e o furriel Mamadu... Comentários: da misogenia ao levirato, da tragédia da infertilidade feminina ao sexo em tempo de guerra...

Guiné 61/74 - P17245: Parabéns a você (1239): António Pimentel, ex-Alf Mil Rec Inf do BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70)

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Nota do editor

Último poste da série de 12 de Abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17236: Parabéns a você (1238): Francisco Alberto Santiago, ex-1.º Cabo TRMS do BART 3873 (Guiné, 1970/72)

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17244: Fotos à procura de uma... legenda (83): "Nha Terra!", foi o grito de júbilo de um vendedor ambulante de origem guineense, quando encontrou turistas portugueses na "promenade" de Agadir, Marrocos... (Luís Graça)













Marrocos, Agadir, 30 de março de 2017 > "Promenade", passeio marítimo, já cheio de turistas, quer marroquinos do norte, quer estrangeiros nesta altura do ano... Por aqui andaram portugueses na 1ª metade do séc. XVI, a abrir a estrada da globalização, mas acossados pelas tribos bérberes de Tarudante . (A cidade teve o seu apogeu no século XVI, sob Mohammed ech-Cheikh, fundador da dinastia saadiana, que faz de Tarudante a sua capital e uma base para as ofensivas contra os portugueses instalados em Agadir, então chamada Santa Cruz do Cabo de Gué, leio na Wikipédia). (*)

Hoje encontramos, além dos marroquinos,  africanos subsarianos, vendedores ambulantes... Um deles gritou: "Nha Terra!", quando negociávamos com ele uma peça de artesanato, e  lhe dissemos que éramos de Portugal, e que tínhamos estado na Guiné-Bissau... Fez-nos uma festa de todo o tamanho, fez questão de tirar um fotografia com a nossa grã-tabanqueira Maria Alice Carneira (e a mana do Porto), e disse-nos logo que tinha duas tabelas de preços, uma para alemães, e outra para nós, portugueses...

Segundo ele, oriundo de Dakar, a mãe era guineense de Bissau e o pai senegalês... Esta cumplicidade foi boa para o negócio (**)... Em Marrocos (e na África subsariana), tudo se regateia... Nas barbas das autoridades (polícia e militares) que patrulham a cidade e e em especial esta "promenade", a Alice lá comprou a peça que queria, por 20 euros...

Agadir, é depois de Marraquexe, a cidade que recebe mais turistas estrangeiros... É uma cidade "cosmopolita", de planeamento e arquitetura ocidentais... Foi destruída pelo terramoto de 1960. Na altura teria cerca de 40 mil habitantes, dos quais terão perecido metade. Hoje a cidade e arredores terá 600 mil habitantes. Todas as praias à frente à "promenade" são privativas dos hotéis... É o "preço" que se paga pelo desenvolvimento da indústria do turismo, muito importante para a economia de Marrocos. (Agadir está geminadacom Olhão, e lá encontrámos o "jardim de Olhão")... Portugueses e marroquinos vão redescobrindo muitos laços que os approximaram e afastaram no passado...

No norte de África, no Magrebe, Marrocos parece ser um "oásis de paz".. No sudoeste do país,  ao longo da cordilheira do Atlas por onde andei em finais de março de 2017, com muitas horas de autocarro, a fazer em média 50/60 km  (Marraquexe, Ouarzazate, desfiladeiro do Dadés, Tagora, desfiladeiro do Todra, Erfourd, Mersouga, Rissani, vale do Draá, Marraquexe...) , não encontrei um polícia ou um militar, com exceção de Marraquexe,  o principal centro turístico do país... (LG)


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné]
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Notas do editor:

(*) Leio na Wikipédia, sobre Agadir:

(...) "Em 1505, os portugueses edificam ao pé do monte, em frente do mar, a Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué de Agoa de Narba, onde foi mais tarde o bairro hoje desaparecido de Founti, (chamado assim a partir da palavra portuguesa fonte porque aí encontraram uma).

"Rapidamente, os Portugueses encontraram dificuldades com as tribos da região, sofrendo longas lutas e cercos, até que em 12 de março de 1541 o xerife, Mohammed ech-Cheikh toma a fortaleza. Seiscentos sobreviventes são feitos prisioneiros, entre estes o governador D. Guterre de Monroy, seus filhos, e sua filha Dona Mécia. Os cativos são resgatados por religiosos vindos especialmente de Portugal. Dona Mécia, cujo marido, D. Rodrigo de Carvalhal, foi morto durante a batalha, tornou-se mais tarde mulher de Mohammed ech-Cheikh. Mas, depois de ter dado à luz uma filha que apenas viveu oito dias, faleceu ela também pouco mais tarde, em 1543 ou 1544, havendo suspeitas de envenenamento pelas outras mulheres do Xerife. Nesse mesmo ano de 1544, Mohammed ech-Cheikh fez libertar o governador D. Guterre de Monroy, com quem tinha amizade (...).

"Depois da perda de Agadir, os portugueses acabam por abandonar Safim et Azamor. Marrocos começa a ter menos importância para Portugal, cada vez mais voltado para a Índia e o Brasil. Depois de 1550, com a perda de Arzila, apenas lhes fica Mazagão, Tânger e Ceuta."(...)


(**) Último poste da série > 9 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17226: Fotos à procura de... uma legenda (82): Meninas de Zagora, no sudeste de Marrocos, às portas do deserto do Saara... (Luís Graça)

Guiné 61/74 - P17243: Notas de leitura (946): “La Guine Bissau D’Amilcar Cabral à la reconstrution nationale”, por J.-CL. Andréini e M.-L. Lambert, Éditions l’Harmattan, 1978 (2) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 25 de Janeiro de 2016:

Queridos amigos,
O intuito é repertoriar tudo o que se tem publicado desde a independência, em Outubro de 1974.
O livro é apologético, os autores deslumbraram-se com a experiência revolucionária, resolveram passá-la a limpo e dá-la aos leitores de expressão francesa. Ressalta a tentativa fruste do PAIGC em adaptar o seu modelo orgânico nas matas ao país todo, pôr o jovem país independente a abastecer-se nos Armazéns do Povo, a esperar milagres de uma modernização agrícola que não chegou aos cantos e a confiar naqueles investimentos colossais no setor industrial que deram com os burrinhos na água, quase que logo à nascença.
Ler para comparar, e ver este entusiasmo, aparentemente genuíno, a um tempo em que os guineenses estavam desencantados com tanto desastre governativo.

Um abraço do
Mário


A Guiné-Bissau três anos depois (2)

Beja Santos

Dois franceses, entusiastas da experiência revolucionária que parecia estar a viver-se na Guiné-Bissau, nos primeiros anos da independência de facto, resolveram escrever um pequeno guia para que toda a gente conhecesse o que era o PAIGC, como fora conduzido a luta de libertação nacional, em que assentava a democracia revolucionária concebida por Amílcar Cabral, isto como apresentação. Terão sido cooperantes, querem apresentar dados sobre a Guiné-Bissau, se ela se mantém fiel ao passado revolucionário do PAIGC, realizações estão em curso, o que é naquele país a participação popular, como estão a funcionar as instituições sociais, quais os dados mais relevantes de reconstrução económica. Foi assim que surgiu “La Guine Bissau D’Amilcar Cabrl à la reconstrution nationale”, por J.-CL. Andréini e M.-L Lambert, Éditions l’Harmattan, 1978.
Há para aqui muita confiança cega dos depoimentos que recolheram, usaram os dados estatísticos, como se eles estivessem providos de rigor, parece que estamos a viver no melhor dos mundos possíveis, no III Congresso do PAIGC, realizado em Novembro de 1977, também se procedeu a um balanço, concluiu-se que se avançara pouco para que o processo de luta de classes pudesse ser considerado como fundamental. O PAIGC estava concentrado na reconstrução nacional, queria fugir a uma política de desenvolvimento voluntarista, queria uma participação mais ativa, apelava às populações para se construir na base da unidade Guiné-Cabo Verde uma sociedade definitivamente liberta do homem pelo homem. Parecia que o III Congresso encontrava todas as células do PAIGC vivas e operantes. O que os autores não viram é que já havia carências de géneros, e os circuitos de comercialização se tinham desarticulado, que havia perseguições políticas e a segurança espalhava o terror, que não houvera reconciliação nacional, que já não se disfarçava o ódio visceral ao cabo-verdiano.

A herança recebida do colonialismo, no que toca ao setor industrial, tinha a ver com a produção alimentar e de bebidas, e o setor da reparação automóvel e naval. O partido-Estado tentou remediar esta situação, esboçando um programa em três direções: no setor industrial que permitisse a substituição das importações de artigos de primeira necessidade, destinados ao consumo interno; um segundo setor fundado na produção agrícola e silvícola para melhorar quantitativamente o consumo interno e a exportação; um terceiro setor moderno com a finalidade de promover grandes equipamentos e de procurar as divisas indispensáveis ao equilíbrio da balança de pagamentos. Os autores não dizem mas foi nessas iniciativas que se delapidaram milhões de dólares a fazer fábricas que no tempo de Luís Cabral trabalhavam quanto muito a 25%, uma mesmo não chegou a funcionar.

Os autores fazem uma cobertura apologética do novo sistema educativo, como estava a correr a transição nas escolas, a alfabetização dos adultos usando o método Paulo Freire, estava-se num período de transição e pretendia-se responder à grande preocupação de Amílcar Cabral que era de pôr as escolas a ensinar o trabalho e a combater o elitismo. Quanto ao sistema de saúde, os dirigentes do PAIGC queriam universalizar um sistema de saúde com base na orgânica do sistema de saúde durante a luta: hospitais regionais e de setor, postos sanitários, brigadas de saúde. Não se podia iludir que as autoridades coloniais tinham criado um bom número de postos sanitários, havia agora que ter em conta as enormes carências em pessoal médico e outros profissionais de saúde, faltavam equipamentos e não se podia dar resposta cabal à assistência medicamentosa. Os projetos em curso pretendiam recuperar e descentralizar hospitais regionais e de setor, postos sanitários e brigadas sanitárias e elevar a educação sanitária a todo o país, a mortalidade perinatal continuava muito alta, trata-se de uma missão educativa para a qual se devem implicar também as escolas e as comunidades rurais. Os autores concluíam esta apreciação fazendo referência à afirmação de Amílcar Cabral de que a saúde constitui a maior riqueza de um país, e dizem com inocência que a vontade de descentralização guia os projetos de equipamento sanitário no país, o obstáculo maior é a falta de meios financeiros e os quadros médicos. Por último, debruçam-se sobre a Justiça. Faz-se uma alusão ao Estatuto Jurídico e Administrativo da Guiné, de 1955, onde se discriminavam os cidadãos portugueses dos indígenas. Fidélis Cabral d’Almada, Comissário da Justiça referia-se ao caráter arbitrário da justiça colonial com relevo para os administradores, sipaios e representantes da polícia administrativa. Por etapas, o PAIGC tinha instituído um modelo de justiça popular até às zonas libertadas, trata-se de uma organização jurídica que comporta três instâncias: tribunais populares ao nível da aldeia ou de um conjunto de aldeias; tribunais da região ao nível da região administrativa; e o tribunal de guerra, a mais alta instância nas regiões libertadas, e detalha minuciosamente o funcionamento destas instâncias a partir d organização atual da justiça.

Nas conclusões do livro, os autores não escondem que a situação do país é precária e que a elaboração do primeiro orçamento de Estado foi uma terrível revelação. O problema financeiro, na época, centrava-se nas dificuldades da recolha de impostos pela ausência de serviços. Uma outra fonte de défice tinha a ver com a decisão da Assembleia Nacional Popular de isentar de imposto de reconstrução nacional, durante três anos, as antigas zonas libertadas. E havia o aumento dos salários mais baixos, estava por deslindar o problema complexo dos combatentes da liberdade da pátria e a integração na função pública dos numerosos quadros do PAIGC. Na hora atual em que os autores concluíam o livro a palavra austeridade dominava todas as decisões: dissolução de serviços tidos por não dispensáveis; congelamentos de postos de trabalho, desemprego para outros; limitação nas inscrições no sistema educativo, desmobilização parcial no Exército e o governo pedia a todos os responsáveis para vigiarem a recolha de impostos e controlar as saídas de divisas nas fronteiras. Havia que confiar na ajuda internacional que todos aqueles países que tinham apoiado o PAIGC durante a guerra colonial. Tinha-se levantado um problema delicado com a URSS, os seus barcos de pesca, era de domínio público, exerciam uma pesca predatória nos fundos marinhos e as autoridades de Moscovo pretendiam que a Guiné-Bissau se pronunciasse oficialmente por uma ideologia marxista-leninista, que o Partido recusava. A divisa de Cabral: “Não queremos que o nosso povo volte a ser explorado”. A preocupação de desenvolver o nosso país na justiça social e de dar o poder ao povo é a base da nossa ideologia, Ainda era um argumento forte mas ao tempo em que o livro foi publicado já se vincara o divórcio entre as massas e as promessas do PAIGC.
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17229: Notas de leitura (945): “La Guine Bissau D’Amilcar Cabral à la reconstrution nationale”, por J.-CL. Andréini e M.-L. Lambert, Éditions l’Harmattan, 1978 (1) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17242: Lembrete (22): Lançamento do 6.º Volume - Aspectos da Actividade Operacional, Tomo II - Guiné, Livros I, II e III da obra "Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África", a ter lugar no próximo dia 18 de Abril de 2017, pelas 15h30, no Aquartelamento da Amadora da Academia Militar, com uma intervenção do nosso confrade Mário Beja Santos



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de hoje, 13 de Abril de 2017:

Meus estimados amigos,
Solicitaram-me da organização [ver mensagem abaixo] que todos os meus convidados informassem por via telefónica o seu interesse em participar no evento. Peço-vos pois, em caso afirmativo, que façam tal diligência.

Aproveito a oportunidade para vos desejar uma Páscoa feliz,
Mário Beja Santos

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2. Mensagem enviada a Mário Beja Santos, hoje, pelo Cor Eng Manuel Pires:

Exmº Sr. Professor Beja Santos, 
Na sequência e em aditamento ao meu e-mail de 30 de Março envio-lhe um texto, que retirei da internet, e que será lido no evento em assunto, como nota biográfica, antecedendo a sua intervenção. 
Solicito-lhe o obséquio de nos enviar a sua expressão de concordância (ou não) sobre o conteúdo do referido texto. 

Com os melhores cumprimento 
O Adjunto da Direção 
Manuel Pires Cor Eng

 
Mário Beja Santos nasceu em Lisboa, em 1945. Licenciado em História, foi alferes miliciano de infantaria na Guiné, de 1968 a 1970. Toda a sua vida profissional, entre 1974 e 2012, esteve orientada para a política dos consumidores. É autor de mais de três dezenas de títulos relacionados com as temáticas da política dos consumidores. Foi professor do ensino superior; colaborou durante mais de duas décadas em emissões radiofónicas ligadas à defesa do consumidor; foi autor e apresentador de programas televisivos e teve uma participação ativa no consumerismo europeu. Colabora em blogues e revistas digitais, na imprensa diária e regional. 

Alguns dos seus últimos livros são dedicados à Guiné: Diário da Guiné – Na Terra dos Soncó; Diário da Guiné – O Tigre Vadio; Mulher Grande; A Viagem do Tangomau; Adeus, até ao meu regresso, um levantamento da literatura sobre e de combatentes na Guiné, e Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau: Um Roteiro escrito em colaboração com Francisco Henriques da Silva. Continua a investigar na área da política dos consumidores, tendo publicado recentemente Profetas do Consumo e, em 2015, De Freguês a Consumidor, 70 Anos da Sociedade de Consumo e a História da Defesa do Consumidor em Portugal. 

No que respeita à sua participação cívica e associativa, mantém-se ligado à problemática dos direitos dos doentes e da literacia em saúde, domínio onde já escreveu algumas obras orientadas para o diálogo dos utentes de saúde com os respetivos profissionais, matérias em que continua a trabalhar, ao nível de artigos e livros. Tem presentemente no prelo História(s) da Guiné Portuguesa. 
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Nota do editor

Último poste da série de 3 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17103: Lembrete (21): É já manhã, sábado, dia 4, às 15h00, na Galeria-Livraria Municipal Verney, Oeiras, a sessão de lançamento do livro do nosso camarada Jorge Ferreira, sobre Buruntuma, Gabu, da época de 1961/63... Apresentação do nosso editor Luís Graça. Concerto de Korá com o nosso grã-tabanqueiro, o mestre Braima Galissá... Contamos com todos os que puderem aparecer!

Guiné 61/74 - P17241: Notícias (extravagantes) de uma Volta ao Mundo em 100 dias (António Graça de Abreu) - Parte VIII: Puntarenas, Costa Rica, no Oceano Pacífico, 3 semanas depois da partida do "Costa Luminosa", do porto mediterrânico de Barcelona


O navio "Costa Luminos" em Puntarenasm Costa Rica, em 21/9/2016







Parte VII  (pp. 22-24)


Texto, fotos e legendas: © António Graça de Abreu (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Continuação da publicação das crónicas da "viagem à volta ao mundo em 100 dias",  do nosso camarada António Graça de Abreu, escritor, poeta, sinólogo, ex-alf mil, CAOP 1 [Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74], membro sénior da nossa Tabanca Grande, e ativo colaborador do nosso blogue com mais de 175 referências. 

É casado com a médica chinesa Hai Yuan e tem dois filhos, João e Pedro. Vive no concelho de Cascais.

Partida do porto de Barcelona em 1 de setembro de 2016. Três semanas depois o navio "Costa Luninosa", depois de sair do Mediterrâneo e atravessar o Atlântico, está no Pacífico, e mais concretamente em Puntarenas, Costa Rica, Oceano Pacífico.