quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18150: Tabanca Grande (456): José Horácio da Cunha Dantas, ex-1.º Cabo At Art da CART 1742 - "Os Panteras" (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), natural de Lama, concelho de Barcelos. É o 765.º Grã-Tabanqueiro da nossa tertúlia

Emblema da CART 1742 - Os Panteras


1.  O nosso camarada Abel Santos enviou-nos a inscrição de mais um dos seus companheiros de armas para o nosso Blogue. Agora a do 1.º Cabo At Art, Apontador de Bazuca, José Horácio da Cunha Dantas, também ele da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), nascido em 20 de Janeiro de 1946 na freguesia de Lama, concelho de Barcelos.

Este nosso novo amigo e camarada tem endereço de e-mail pelo que contamos com a sua colaboração na feitura da nossa memória colectiva de combatentes da Guiné.

Para ele o nosso abraço de boas-vindas
Os editores

 O 1.º Cabo At Art José Horácio Dantas da CART 1742


Ficha da CART 1742 

Reprodução da pág. 451 do 7.º Volume - Fichas das Unidades - TOMO II - Guiné, da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) - Edição do Estado-Maior do Exército - Comissão para o Estudo das Campanhas de África
(Com a devida vénia)

O editor
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18125: Tabanca Grande (455): José Parente Dacosta, ou 'José Jacinto', ex-1º cabo cripto, CCAÇ 1477 (Sangonha e Guileje, 1965/67)... Natural da Covilhã, vive em Dijon, França... Passa a ser o nosso grã-tabanqueiro nº 764

Guiné 61/74 - P18149: In Memoriam (309): Alf inf QP Augusto Manuel Casimiro Gamboa, CCAÇ 1586 (Piche, Nova Lamego, Canjadude, Madina do Boé, Béli, Bajocunda, 1966/68), nascido em São Tomé , morto em combate, em 14/12/1967, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego (José Martins / Virgílio Teixeira / António J. Pereira da Costa / José Corceiro)


Foto nº 1 > O alf inf Augusto Manuel Casimiro Gamboa, morto em combate, em 14 de dezembro de 1967 - Pertencia à CCAÇ 1586.

Foto: cortesia de Academia Militar > Alunos Mortos ao Serviço da Pátria > Campanha do Ultramar (1961-1974) > Alferes de infantaria Augusrto Manuel Casimiro Gamboa


Foto nº 2 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego >  c. 1967 > Foto de grupo: vários miliatres e população. Na primeira fila, sentados, aparecem à esquerda  o alf inf Gamboa (X), seguido do alf mil SAM Virgílio Teixeira.

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


Foto nº 3 > Guiné > Região de Gabu > Canjadude > CCAÇ 5, "Gatos Pretos" (1968/70) > Parada Alferes Gamboa, no aquartelamento de Canjadude, frente ao edifício do Comando. Na base do mastro da bandeira existia uma placa gravada, em madeira, com a referida indicação.  Na foto, parte da Secção de Transmissões, 2º semestre de 1968.

Foto (e legenda): © José Martins  (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


Juntámos aqui quatro textos e algumas fotos sobre o nosso camarada Augusto Manuel Casimiro Gamboa, um dos 75 alferes mortos no TO da Guiné, e sobre o qual até agora tínhamos escassas referências no nosso blogue. Agradecemos a pronta colaboração dos nossos camaradas José Martins, Virgílio Teixeira, António J. Pereira da Costa e José Corceiro. Connosco, aqui no blogue da Tabanca Grande, ninguém fica na "vala comum do esquecimento".


1.  José Martins (ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/70; nosso colaborador permanente), em mensagem de ontem:

O Alferes de Infantaria AUGUSTO MANUEL CASIMIRO GAMBOA, com o número 0741211 era natural da freguesia da Conceição, concelho de S. Tomé, em S. Tomé e Príncipe, filho de Augusto da Costa Gamboa e de Maria Isabel Casimiro Gamboa. [Foto nº 1 ]

Foi mobilizado no Regimento de Infantaria nº 2 (Abrantes) para a Companhia de Caçadores nº 1586, embarcando em 30 de julho de 1966.

Sob o comando do Capitão de Infantaria António Marouva Cera, foi colocado em Piche, Sector Leste, onde assumiu a responsabilidade do referido sector a 8 de agosto de 1966.

Cumulativamente passou a ter a função de subunidade de intervenção, tendo pelotões destacados em Nova Lamego de 10 de outubro a princípios de dezembro de 1966; Madina do Boé de 10 de fevereiro a 1 de maio de 1967; Béli de 25 de janeiro a 15 de abril de 1967.

A 6 de abril de 1967 foi transferido para assumir o subsector de Bajocunda.

O subsector temporário de Canjadude, criado em 28 de outubro de 1967 teve um pelotão da CCAÇ 1586 onde, oficialmente, se manteve até 4 de dezembro de 1967.

Deve ter sido aquando da retirada desta força de Canjadude, em direção a Nova Lamego que, cerca de 1 quilómetro a sul de Uelingará, a coluna foi emboscada, tendo sido morto o Alferes Gamboa, em 14 de dezembro de 1967. [Foto nº 3]

Foi inumado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa.


Foto nº 4 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > 14 de dezembro de 1967 > O cadáver do guerrilheiro do pAIGC, morto na emboscada que vitimou o alf inf Augusto Manuel Casimiro Gamboa.

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


2. Virgílio Ferreira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), em mensagem de ontem:

Olá a todos,

Em relação ao Alferes Gamboa, eu tive vários contactos com ele, quer em Nova Lamego, ou até Piche, e possivelmente em Canjadude onde fui algumas vezes.

Aqui vai uma foto que tirei com ele, a última antes de ele morrer, agora me relembro, barbaramente assassinado [Foto nº2] . Foi por isso que o turra que apanharam no seguimento desse ataque, também foi maltratado, já depois de morto. Tenho a foto, uma delas, vou enviá-la para memória futura.
Foi o pessoal do pelotão de AML Daimler 1143, que 'trataram' dele. [Foto nº 4]

Eu tenho uma ideia de estar envolvido nessas viagens, e isso foi precisamente por volta de 14 de dezembro de 1967, estava lá há pouco tempo. Isto marcou-me, como é óbvio. Na foto aparece mais pessoal. O Gamboa está de chapéu de abas largas enroladas, eu estou ao lado dele.

Não sabia que era do QP, era um gajo porreiro a falar e conversar, levava tudo a brincar.


3. António José Pereira da Costa [, cor art ref, ex-alf art, CART 1692 / BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt  das CART 3494 / BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74):

Mensagem de ontem, às 22:01:



Olá, Camaradas

O Alf Gamboa era um ano mais antigo do que eu.

Sai da Academia Militar em outubro de 1967 e terá embarcado ou ainda em dezembro de 1967  ou no início de janeiro de 1968.

Na altura a morte dele foi muito falada. Soube-se que foi brutalizado, esperemos que depois de morto, e que lhe deixaram um galão em cima do peito.

Soubemos que foi numa emboscada, mas não soube mais pormenores.

Um Abraço
António J. P. Costa


4. Excerto de texto de Virgílio Teixeira, publicado  no poste P 18145 (**)

(...) Há uma história triste com o alferes inf Gamboa, da CCAÇ 1589, que também estava subordinada ao nosso comando. Num certo dia de dezembro eu estava para ir numa coluna a Piche, estivemos a conversar debaixo duma enorme árvore, e tenho uma foto desse momento, com ele e outros militares que seguiram mais logo. Depois por qualquer razão que desconheço, não me deixaram ir, e a coluna partiu para Piche.

Uma ou duas horas depois vem uma informação de uma emboscada com minas e a noticia que um dos mortos era o alf Gamboa. Foi um choque. Apanharam um turra que fez parte dessa emboscada e trouxeram-no para Nova Lamego já morto, foram os elementos do pelotão AML 1143 e foi exposto na praça pública. Tenho fotos dessa exposição pública, não sei se interessa mostrar isto. Sei que depois se fizeram algumas barbaridades e eu, apesar de fotografar alguma coisa, não participei nesse baile.

Nessa noite fizemos o velório do Gamboa, ele usava um chapéu de cowboy americano com as abas para cima [, Foto nº 2]. Foi uma grande perda, pois falamos algumas vezes. (...)


5. Excerto do poste de 8 de julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6698: José Corceiro na CCAÇ 5 (14): Emissor receptor AN/PRC-10

(...) Em Canjadude, em 1971, pode-se testemunhar o seguinte: Durante uma flagelação do inimigo ao Aquartelamento, no dia 21 de Julho de 1971 ao escurecer, o fogo do IN danificou as duas antenas horizontais existentes do AN/GRC-9, que estavam instaladas e suportadas pelos ramos do embondeiro grande, que estava ao lado do campo de futebol e de uma mangueira que estava junto da Parada Alferes Gamboa.

O nome desta Parada, era uma homenagem ao Alferes Augusto Manuel Casimiro Gamboa que,  segundo se dizia, já após o término da sua comissão de serviço na Guiné, perdeu a vida numa emboscada do IN, no dia 14 de Dezembro 1967, quando a coluna que o transportava de Canjadude para Nova Lamego sofreu um ataque, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego. 

Contava-se em Canjadude, que foi todo esquartejado no tórax para lhe arrancarem o coração, assim como o despojaram de todos os seus haveres). (...)
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 7 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17942: In Memoriam (308): Nelson Batalha (1948-2017), um dos 15 "ilustres TSF" do meu curso, meu padrinho de casamento, meu grande amigo e camarada...Natural de Setúbal, ferido em Catió, e depois de 10 anos a lutar contra o Alzheimer, acaba de cambar o Rio Caronte... A título póstumo, passa a integrar a nossa Tabanca Grande, sob o lugar nº 759 (Hélder Sousa, régulo da Tabanca de Setúbal)

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18148: Feliz Natal 2017 e Melhor Bom Ano Novo 2018 (16): Rui Chamusco, Glória e Gaspar Sobral, fundadores da ASTiL - Associação dos Amigos Solidários com Timor Leste... Para breve (um a dois meses) a inauguração da escola de Boibau, nas montanhas de Lorosae



Localização de Boibau, Manati, Liquiçá, Timor Leste (Fonte: cortesia de ASTiL, 27/12/2017)


1. Mensagem natalícia dos nossos amigos Rui Chamusco, Glória Sobral e Gaspar Sobral,  fundadores da ASTiL e membros da Tabanca de Porto Dinheiro, Lourinhã (de que é régulo o nosso grã-tabanqueiro Eduardo Jorge Ferreirae conta, entre os membros ilustres, o nosso camarada da diáspora João Crisóstomo, que também tem apoiado a ASTiL]:


Neste dia de Natal, em que a bondade de Deus se encarna no Deus Menino e em que a bondade dos homens se multiplica em ações de solidariedade, quero pensar em todos os amigos, sócios, padrinhos e madrinhas ligados ao nosso projeto de solidariedade em Timor Leste, pedir a Deus que derrame sobre todos as suas bençãos e desejar-vos UM SANTO E FELIZ NATAL E UMAS BOAS FESTAS DE ANO-NOVO 2018. (*)

Esperamos em Janeiro/Fevereiro inaugurar a escola em Boibau (será a nossa grande prenda de Natal para as crianças desta localidade de montanha). Iremos dando notícias conforme a sua evolução. (**)

A todos o nosso muito obrigado pelo vosso apoio e carinho.

Que Deus vos pague todo o bem que fazeis. (O Menino Jesus, ainda que com sono, vos recompensará). Deus não dorme!...

Grande abraço!...

Rui Chamusco / Glória  Sobral / Gaspar Sobral


Glória Sobral
Rui Chamusco
[Rui Manuel Fernandes Chamusco: foi capuchinho e director dos seminários menores dos capuchinhos de Barcelos e Gondomar. Professor de português, filosofia e música na sua vida profissional depois de ter abandonado a ordem; é natural de Malcata, Sabugal; vive na Lourinhã].

[Maria da Glória Nunes Lourenço Sobral: professora de geografia do 3º ciclo e do secundário; encontra-se actualmente aposentada por doença, exerceu várias funções de docência em várias escolas de Portugal; é natural de Malpaca, Sabugal; vive em Coimbra; é casada com Gaspar Sobral].


Gaspar Sobral
[Gaspar da Costa Sobral é timorense, embora cidadão português. Os seus antepassados são de Manati/Boibau, local actualmente pertencente ao Suco (divisão administrativa mais pequena do Estado de Timor-Leste) de Leotalá, distrito e subdisdrito de Liquiçá. Vive actualmente em Portugal com a Família. Maria da Glória, também fundadora da ASTiL, é sua esposa e é portuguesa.  Topógrafo aposentado e jurista, viveu e trabalhou em Angola até 1975.  Foi activista da causa de Timor-Leste até a independência em 20 de Maio de 2002. Militante durante boa parte da sua vida no Movimento Cristão para a Paz, onde desenvolveu actividades de apoio às famílias pobres e outras questões ligadas aos direitos humanos, e foi membro do IPJET (International Platform of Jurists for East Timor), e também, da Amnistia Internacional, Vive em Coimbra]

Guiné 61/74 - P18147: Feliz Natal 2017 e Melhor Bom Ano Novo 2018 (15): Anabela Pires, que vai voltar à Guiné-Bissau por quatro semanas, em 18 de janeiro...


Um Natal em Harmonia e um Feliz 2018, são os votos da Anabela Pires, ecologista, defensora da permacultura, e que nos manda um "cartanito" com a sua horta que dá de tudo (e que presumo que seja comunitária)...

Foto: © Anabela Pires (2017). Todos os direitos reservados [ Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem da nossa amiga e grã-tabanqueira Anabela Pires, com data de 22 do corrente




[Anabela Pires, nascida em Moçambique, técnica superior de serviço social no Ministério da Agricultura, reformada, amiga dos nossos grã-tabanqueiros Jero (Alcobaça), Alice Carneiro (Alfragide/Amadora), e do nosso saudoso Pepito, cidadã do mundo, "globetrotter", esteve três meses, entre janeiro e março de 2012, integrada, como voluntária, no projeto do Ecoturismo, da AD - Acção para o Desenvolvimento, e a viver em Iemberém; foi o golpe de Estado de 2012 que a obrigou a sair da Guiné-Bissau; vai lá voltar em 2018; tem 25 referências no nosso blogue, dela publicámos o "diário de Iemberém"; pacifista e feminista, ela não gosta que a gente lhe chame uma "mulher de armas"... mas é assim que a gente a vê, aqui da Tabanca Grande]


Queridos familiares, amig@s, ex-colegas, vizinhos ....

Hoje é dia de começar a preparar o Natal que passarei em Alcobaça com a minha irmã e sua família. Por razões profissionais os meus filhos não poderão estar presentes mas a 28 voarei até à Dinamarca para festejar o 2º aniversário do meu neto e a passagem de ano. 

Projetos para 2018: 

(i) dia 5 de Janeiro venho por aqui para levar os meus pertences para Coimbra e fazer a mala para ir a 18 quatro semanas à Guiné-Bissau; 

(ii) a 15 de Fevereiro regresso e começarei então a fazer o caminho de volta ao Algarve ao fim de 6 anos. 

Esta é a parte que vai ser mais complicada pois já me falta muito a paciência para arrumar e desarrumar, mas tem de ser. Bem, uma nova fase vai começar. Depois de colocar de novo todos os meus pertences no apartamento do Montenegro - o que vai levar tempo .... logo se verá o que vou fazer. 

Desejo-vos um Natal muito harmonioso e se possível muito alegre e que continuem todos em grande forma em 2018.

Reencontramos-nos em 2018? Desejo que sim! Em finais de Fevereiro estarei no Algarve muito embora depois ainda tenha de vir cá acima buscar caixotes e vasos.

Mil beijos e abraços para todos,
Anabela


P.S. Terminei ontem os meus trabalhos aqui na horta, a qual ficou conforme as fotos que mando em anexo [e de que se reproduz uma, acima]. Ainda falta plantar morangueiros Diamante e mais alfaces. As ervilhas de trepar, as favas, as cenouras, os espinafres, os canónigos (ou alfaces cordeiro) ainda não nasceram! Espero que chova! Colhi as últimas pastinacas (Cherovias ou Chírivias).

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Guiné 61/74 - P18146: Os nossos seres, saberes e lazeres (246): À sombra de um vulcão adormecido (1) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 26 de Outubro de 2017:

Queridos amigos,
Ponto final nos festejos do cinquentenário da arribação a S. Miguel. É bom ter como guia um jovem na casa dos 20 anos, desciam-se memórias, o jovem sorri com aquelas memórias que parecem histórias de encantar, o viandante fala de uma miséria que já não existe, a vida açoriana transfigurou-se na mobilidade e nas comunicações, na educação e na saúde, o que fica daquela passado é o perfil arquitetónico, uma crença religiosa sem paralelo, o gosto pelos jardins, uma hospitalidade sem rival, uma gastronomia de bivalves, queijos, pimentas, cozidos, estrugidos, queijadas e outras preciosidades conventuais.
Açorianidade é inquietação: emigração ou viagem, uma permanente saudade antes de partir, casas com rocha vulcânica, a humidade obsidiante, o roçagar da onda oceânica, uma maneira peculiar de permanecer e comunicar.

Um abraço do
Mário


À sombra de um vulcão adormecido (1)

Beja Santos


Aqui se põe termo final às festividades do cinquentenário do meu descobrimento de S. Miguel. Chegado em Outubro de 1967, regressei em Lisboa em Março de 1968, seguiu-se o Regimento de Infantaria n.º 1, na Amadora, dali sai com o labéu de “ideologicamente inapto para a guerra de contraguerrilha, mormente no Ultramar português, passei 26 meses na Guiné, no regresso voltei a Ponta Delgada, e com dulcificantes intermitências fui consolidando amizades e um afeto quase sobrenatural à região. Que melhor coroa de glória para o encerramento das festas que permanecer uma semana a fio no paraíso do Vale das Furnas? Foi o que aconteceu, segue-se o relato, uma verdadeira história de encantar.


A uma certa distância deste vale chegaram os primeiros povoadores à Povoação Velha, desbastaram mata e sentiam-se atraídos por um estranhíssimo fenómeno natural. Urbano de Mendonça Dias, numa edição de autor de 1936, exatamente com o título "História do Vale das Furnas", procura descrever a curiosidade e o temor dos primitivos povoadores: “Mas – uma língua de fogo – que por vezes aparecia estendida no espaço saído por detrás dos montes que lhes ficavam ao poente, do seu provisório acampamento, enchia-se, na verdade, de terror, se bem que ansiassem, ainda que com perigo, conhecer aquele fenómeno tão extraordinário que ocupava semelhante faixo de luz no céu”. Meteram ombros à obra, enveredaram pelo mato densíssimo com o padre capelão na vanguarda e avançaram para uma profunda cova que, pensaram, teria sido o assento de um altíssimo monte, e ali avistaram nuns sítios esbranquiçados e estéreis um vapor espesso, avermelhado, que parecia uma língua de fogo.


Subiram a cova, desceram ao vale, sempre riscando do caminho e descobriram uma bacia de vulcões – três sulfatares – e puseram-lhe nomes: Lagoa Escura, Lagoa Barrenta e Lagoa Grande. Estavam encontradas as furnas ou caldeiras e começava o escrutínio daquelas águas de sabor tão diferente que com o tempo foram metidas em três grupos: águas do sanguinhal, águas férreas, águas das quenturas e das grotinhas. Segundo Urbano de Mendonça Dias, sempre invocando a sapiência incontornável de Gaspar Frutuoso, foi assim que se descobriu e reconheceu este extenso vale, produto de várias erupções vulcânicas, fertilíssimo, verdejante, com as duas furnas formidáveis a vomitarem fogo e lama e água fervente.


Alguém lhe chamou “Rascunho do paraíso termal”, o que para o caso interessa é que os da Povoação Velha usaram o Vale das Furnas para pastoreio e propriedades. Ali por 1614, chegaram ermitas, foi sol de pouca dura porque a erupção vulcânica de 1630 queimou e assolou o Vale das Furnas. Aqui estiveram os Jesuítas, o local chamava-se Alegria, o viandante interroga-se se há alguma conexão entre este lugar e a igreja que tem hoje o nome de Nossa Senhora da Alegria. O que para o caso interessa é que o lugar ganhou fama edénica, que jamais perdeu, um cônsul norte-americano aqui fez casa e botou-lhe um tanque de água férrea, espaço que hoje pertence à Sociedade Terra Nostra, comprado aos herdeiros do Marquês da Praia e Monforte, em 1936, daí as linhas puríssimas Arte Deco do hotel. Para que a digressão e estadia ganhe alguma consistência, convém lembrar que o viandante saído do aeroporto foi regalar-se com bicuda grilhada no Borda d’Água, na Lagoa e foi rever uma paisagem esquecida, há decénios, a Caloura, aqui houve convento, recolhimento, aqui se pesca e se estadia numa atmosfera idílica.




Visitada a praia e o convento, alguém chama a atenção ao viandante que é do miradouro do Pisão que se desfruta a vista em anfiteatro da Caloura, vamos lá de seguida, tem-se muita sorte porque o céu não está forrado, nem minimamente plúmbeo, capta-se uma imagem do que é hoje um velho porto e um respeitadíssimo ermitério, da primitiva cristandade açoriana.


Pergunta alguém ao viandante: “Conhece o Santuário de Nossa Senhora da Paz?”. E a resposta veio humilde e sincera: “De certeza que não é do meu tempo, há cinquenta anos não estava cá”. Sobe-se ao Santuário, tem escadaria imponente, a primeira lembrança que vem à mente é a Senhora do Sameiro, mas aqui o desfrute impõe-se por que a Senhora da Paz tem plateia oceânica e um silêncio absoluto, derredor.



Não há estação do ano que não seja um cabaz de surpresas florais. Em pleno Outubro as bermas e os recantos aparecem marcados pela beladona ou bordões de S. José que aqui tem outro nome popular: “Meninos para a escola"; talvez porque a flor irrompa com o início do ano escolar, não se encontra outra explicação. E aqui se fica especado, a contemplar a formosura da paisagem, antes de partir para o Vale das Furnas, o acordado local de veraneio fora da época.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 20 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18112: Os nossos seres, saberes e lazeres (245): São Torpes, entre Sines e Porto Covo (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18145: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte V: Nova Lamego e São Domingos


Guiné > Região de Cacheu > São Domingos  > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  São Domingos

Foto 242 – O Dakota 655 a levantar voo da pista de S. Domingos, talvez em abril ou maio de 68. Os abastecimentos e as deslocações daquela zona eram feitas por avião ou barco, a via terrestre estava interditado. As fotos das aeronaves eram feitas em muitas posições, e o normal era captar o avião numa pequena vala, deitado e virado com a máquina para o ar. Tenho fotos espectaculares, espontâneas, inéditas. A visita do Dakota significava a vinda e ida de militares, e o correio, e os víveres frescos, armamento e munições urgentes.



Guiné > Região de Cacheu > São Domingos  > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  São Domingos

Foto 408 – É um impressionante pôr de sol, em São Domingos, 1968, época das chuvas, possivelmente entre maio e outubro. Tenho muitas destas, acho que parece o cogumelo da bomba atómica de Hiroxima e Nagasáqui. Para conseguir isto era preciso esperar às 6 horas da tarde, início da noite, e esperar a sorte para apanhar o sol e nuvens. Até merece ir para o concurso das melhores fotos!...


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAªÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Nova Lamego

Foto 727 – Esta é uma rua de Nova Lamego, já era uma cidadezinha com ruas e população, alguns civis brancos, mas muito poucos, e eram Libaneses comerciantes. A tropa ocupava vários edifícios, isolados uns dos outros, mas aqui era o centro das operações do sector Leste, comandado pelo nosso Batalhão, tínhamos sob o nosso comando 17 unidades, entre várias Companhias da metrópole, comandos locais, milícias, pelotões independentes num total de cerca de 3000 homens, espalhados por Madina do Boé, Beli, Cabuca, Piche, Canquelifá, Buruntuma, Pirada, e tantas outras. Aqui os abastecimentos também eram feitos por via terrestre, organizavam-se colunas de muitas viaturas, fazia-se o percurso de 70 km até Bambadinca, onde descarregavam no porto os nossos abastecimentos. Também me coube a mim comandar algumas destas colunas, nunca tivemos problemas de maior, tínhamos Bafatá pelo meio, e aquilo era mais ou menos seguro. Estivemos lá entre outubro de 67 e fevereiro de 68.



Guiné > Região de Gabu >Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >    Foto s/n > Coluna Nova Lamego-Piche. De pé, o alferes mil SAM Virgílio Teixeira.



Guiné > Região de Gabu > Piche > Foto s/n (já aqui publicada no poste P18095)


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]



1. Esclarecimentos adicionais do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69):
´

Quanto ao assunto da foto de Piche, é assim:

Eu fiz uma pesquisa completa nos meus papéis e fotos e em especial pelo livro original que tenho da 'História da Unidade - BCAÇ 1933'. Neste livro está cá tudo que passou sob o comando do BCAÇ 1933, quer em Nova Lamego, em Bissau - um mês - e em São Domingos. 

Foram muitas unidades que no total não andam longe de 40 a 50, não vou contá-las agora. Parte das Companhias orgânicas, como a  CCAÇ 1792 foi um mês mais tarde e para outras zonas, e a CCAÇ 1791 andou por Farim etc, só a  CCAÇ 1790 esteve em Nova Lamego, mas a maior parte do tempo sob o comando doutro batalhão, BCAÇ 2832, salvo erro.

Faziam parte das Unidades sob o comando do nosso Batalhão de NL, a CCAV 1662, eles tinham um pelotão em Nova Lamego, e por isso fazíamos muitas deslocações entre estas duas unidades. Estive a ler ontem muita coisa à procura do Capitão da 1662. Realmente encontrei-o, é mesmo o Cap Mil António Sousa Pereira, e encontrei o nome dele nas páginas dos Louvores, recebeu um Louvor no dia 1-3-68 do Comandante do Batalhão, que nessa altura era o nosso Ten Cor Armando Vasco de Campos Saraiva, e foi feito mais ou menos na hora da despedida de Nova Lamego. O nosso Cap Sousa Pereira era um homem bem fixe, por isso eu gostava de ir lá, Não sei a qual Batalhão pertencia esta Companhia, eu julgo que era do BCAV 1915 que nós fomos render em Nova Lamego, mas não encontrei nada, inclusive no blogue da Tabanca Grande,  por isso não afirmo. 

Nunca mais osube deste camarada Capitão Sousa Pereira, pode ser que ele venha a ver a foto e dê sinais de vida, oxalá!

Curiosamente encontrei uma foto da autoria do alf mil médico Lema Santos, na hora do embarque, em 4 de agosto de 1969, mas tirada de terra para o mar, ao contrário das minhas, pois eu já estava no Uíge desde o dia anterior, e muita tropa também embarcou de terra no porto de Bissau, e foi essa que ele postou - é assim que se chama? - Pelos vistos ele anda por aí também na Tabanca Grande

Sobre a nossa foto, está à esquerda um Homem da terra, pertencia lá à religião cujo templo é o fundo da foto, depois temos o capitão [António Sousa Pereira, cmdt da CCAV 1622] o nosso médico, alf mil Lema Santos, eu,  Virgilio Teixeira, e ao meu lado direito um cabo do meu batalhão que me lembro bem dele, mas não sei o nome nem o que fazia em concreto na nossa companhia.


Alf inf Gamboa
Foto: Academia Militar,com a devida vénia 
Há uma história triste com o alferes inf Gamboa, da CCAÇ 1589,  que também estava subordinada ao nosso comando. Num certo dia de dezembro eu estava para ir numa coluna a Piche, estivemos a conversar debaixo duma enorme árvore, e tenho uma foto desse momento, com ele e outros militares que seguiram mais logo. Depois por qualquer razão que desconheço, não me deixaram ir, e a coluna partiu para Piche. 

Uma ou duas horas depois vem uma informação de uma emboscada com minas e a noticia que um dos mortos era o alf  Gamboa. Foi um choque. Apanharam um turra que fez parte dessa emboscada e trouxeram-no para Nova Lamego já morto, foram os elementos do pelotão AML 1143 e foi exposto na praça pública. Tenho fotos dessa exposição pública, não sei se interessa mostrar isto. Sei que depois se fizeram algumas barbaridades e eu, apesar de fotografar alguma coisa, não participei nesse baile. 

Nessa noite fizemos o velório do Gamboa, ele usava um chapéu de cowboy americano com as abas para cima. Foi uma grande perda, pois falamos algumas vezes. (***)


2. Continuação da publicação de um conjunto de fotos, selecionadas, do álbum do nosso camarada Vírgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) (*).

Cremos que o Virgílio Teixeira é o primeiro alferes miliciano SAM - Serviço de Administração Militar,  a integrar a nossa Tabanca Grande. É economista reformado.

Recorde-se que o nosso camarada Virgílio Teixeira passou o Natal de 67 em Nova Lamego, e o Natal e Fim de Ano de 68 em São Domingos (**)

O alf mil SAM Virgílio Terixeira
Como fez questão de partilhar connosco a sua vida militar, sabemos que o Virgílio Teixeira:

(i) entrou em Mafra, na Escola Prática de Infantaria (EPI),  em 3 de janeiro de 1967, ainda antes de completar os 24 anos de idade:

(ii) como habilitações literárias, tinha já os dois primeiros anos da Faculdade de Economia do Porto;

(iii)  ao fim de 9 meses, partiu de Figo Maduro em 20 de setembro desse ano num avião militar, com o comando avançado para render o outro batalhão., o BCAV 1915, que seguiu para Bula;

(iv) fez  o serviço no CTIG  como alferes miliciano, sendo a sua especialidade o serviço de  administração militar (SAM), portanto chefe do conselho administrativo do BCAÇ 1933, ou seja. o oficial mais perto do comandante de batalhão;

(v) não sendo  "operacional", não pode, por isso, "contar muita coisa sobre operações em concreto, embora tivesse feito muitas colunas militares de reabastecimentos, quer por rio ou por estrada, fazendo muitas patrulhas à volta dos aquartelamentos, e vivendo muitas vezes os bombardeamentos contínuos às nossas posições, pois como digo sempre, as balas e morteiros não traziam o código postal de destino, caíram muitas à porta do meu dormitório, da messe e em muitos outros lugares";

(vi) faz questão também de declarar  que dá "um valor enorme ao sacrifício das nossas tropas": "conheço,  por aquilo que leio agora, o que se passou e nós não sabíamos quase nada. Passaram mais de 40 anos até se perceber o que foi aquela guerra".

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 21 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18117: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IV: Bissau, ponte-cais, 4 de agosto de 1969, no regresso a casa.. O fotógrafo estava lá em cima, no N/M Uíge, a ver chegar as lanchas LDG, LDM e LDP, carregadas de tropas vindas do interior e que encostaram ao navio... Vinha tudo ao molhe e fé em Deus!

(**) Vd. poste de 23 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18129: Feliz Natal 2017 e Melhor Ano Novo 2018 (10): Virgílio Teixeira, ex-Alf Mil SAM da CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

(***) Augusto Manuel Casimiro Gamboa, alf inf. QP, morto em  14/12/67. Era natural de São Tomé e Príncipe. Está sepultado no cemitério do Alto de São João, Lisboa.

Ver  também poste de  poste de 29 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6658: Lista alfabética dos 75 alferes mortos no CTIG, 54 (72%) dos quais em combate (Artur Conceição)

Ver ainda poste de 8 de julho de  2010 > Guiné 63/74 - P6698: José Corceiro na CCAÇ 5 (14): Emissor receptor AN/PRC-10

(...) Em Canjadude, em 1971, pode-se testemunhar o seguinte: Durante uma flagelação do inimigo ao Aquartelamento, no dia 21 de Julho de 1971 ao escurecer, o fogo do IN danificou as duas antenas horizontais existentes do AN/GRC-9, que estavam instaladas e suportadas pelos ramos do embondeiro grande, que estava ao lado do campo de futebol e de uma mangueira que estava junto da Parada Alferes Gamboa. (O nome desta Parada, era uma homenagem ao Alferes Augusto Manuel Casimiro Gamboa, que segundo se dizia, já após o término da sua comissão de serviço na Guiné, perdeu a vida numa emboscada do IN, no dia 14 de Dezembro 1967, quando a coluna que o transportava de Canjadude para Nova Lamego sofreu um ataque, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego. Contava-se em Canjadude, que foi todo esquartejado no tórax para lhe arrancarem o coração, assim como o despojaram de todos os seus haveres). (...)

Guiné 61/74 - P18144: Parabéns a você (1364): José Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Especiais da CCAÇ 4745/73 (Guiné, 1973/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 25 de Dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18136: Parabéns a você (1363): Ismael Augusto, ex-Alf Mil Manut do BCAÇ 2852 (Guiné, 1968/70)

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18143: Tabanca Grande (456): Mais fotos do José Parente Dacosta, ou 'José Jacinto', nosso último grã-tabanqueiro (nº 764), ex-1º cabo cripto, CCAÇ 1477 (Sangonhá e Guileje, 1965/67).


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 1477 (1965/67) > 29/01/1967 > Duas lindas crianças


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 1477 (1965/67>  29/01/1967 > Com o  Parente (do lado direito).


Foto nº 3 > Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 1477 (1965/67) > 25/01/1967 >  Reabastecimento(s)...


Foto nº 4 > Paquete Niassa que nos transportou para a Guiné. Chegada no dia 26/10/65. Tempos que já lá vão...


Foto nº 5 > Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1477 (1965/67) > 24/07/66 > Abrigo do pessoal de transmissões, que ficava por detrás do posto de rádio.


Foto nº 6 > Guine >  Região de Tombali > Sangonhá > 20/10/1966 > O heli...


Foto nº  7 > Rádio Sharp > A minha companhia de todos os dias durante 22 meses na Guiné e de tantos outros camaradas nas mesmas condições,  e que se encontra em perfeito estado de funcionamento depois terem passado 50 anos."


Foto nº 8 > CCAÇ 1477 (Sangonhá e Guileje, 1965/67) > Bolo do VIII Almoço convívio do pessoal da CCAÇ 1477 > Tomar, 5 de agosto 2017: "Nascemos sem pedir, / morremos sem querer, / o intervalo ]entre o nascer e o moerrer] a aproveitar, / temos uma missão a cumprir, / aos convívios comparecer, para os amigos abraçar".

Fotos (e legendas): © José Parente Dacosta (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O José Parente Dacosta foi o último camarada a entrar na Tabanca Grande, com o nº 764.

Também conhecido por José Jacinto, trabalhou na empresa Automobiles Peugeot de agosto de 1969 a setembro de 2000; vive em Dijon, França;  é natural da Covilhã, onde nasceu em 11 de setembro de 1943;  tem página no Facebook.

Foi 1º cabo op cripto, CCAÇ 1477 (Sangonhá e Guileje, 1965/67). O processo de entrada na Tabanca Grande fica completado com a apresentação da foto atual do nosso camarada Dacosta [, à direita].
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