quarta-feira, 11 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18515: O cruzeiro das nossas vidas (27): O meu regresso no N/M Uíge, em 5 de agosto de 1969, com o cap mil médico Carlos Parreira Pinto Cortez, esposa e outros (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS / BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)


N/M Uíge > Agosto de 1969 > "Falta esclarecer que a minha pessoa está na mesa de costas, o último da direita, não se vê quase nada, estou ao lado do Major [José Daniel Barros] Adão, comandante das tropas embarcadas."


















N/M Uíge > Viagem de regresso,  Bissau - Lisboa, com escala em Cabo Verde (Santiago e Ilha do Sal)  > 5-9 de agosto de 1969. [ O navio, da "Companhia Colonial de Navegação", tinha cerca de 150 tripulantes].


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem, de 9 do corrente, de  Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69):  vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado [, foto atual à direita]; tem mais de 4 dezenas de referências no nosso blogue.


Olá,  Luís, bom dia.


Ainda sobre o Médico Cortez que já respondi nos comentários, envio aqui para acabar o tema da viagem de regresso então chamada 'O cruzeiro da nossa vida' , duas coisas, aliás três:

- O agradecimento do CTIG pelos serviços prestados à Pátria [, vd. cópia do documento em baixo];

- O menu da viagem de regresso, onde está lá o Cap mil médcio Cortez e esposa e outros;

- Uma foto da refeição do dia seguinte, com o Comissário de Bordo e outros.

A primeira refeição foi por borda fora, o meu baptismo de alto mar fez-me mal, mas foi só meio dia, depois foi uma maravilha.(**)

Fiz aí uns comentários às fotos dos Terroristas, mas eu não alinho nisso e tenho mais do que uma razão:  o meu pai, oficial do Exército, estava lá no 25 de Abril. No acto de entrega dos materiais aos novos 'senhores da guerra' lá colocados pelo nosso querido amigo Mario Soares e outros,  "cuspiram na cara do meu pai". Não sei os pormenores porque ele ficou muito afectado com isso e pouco mais falou [...].(***)

Por essa e por outras,  que agora não vou alimentar, eu gosto muito do povo guineense, mas só do povo.

Um Ab,

Virgílio





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(***) Vd. poste de 9 de abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18504: Álbum fotográfico de Luís Mourato Oliveira, ex-alf mil, CCAÇ 4740 (Cufar, dez 72 / jul 73) e Pel Caç Nat 52 (Mato Cão e Missirá, ago 73 /ago 74) (27): Visita de uma delegação do PAIGC a Missirá, em julho de 1974, no âmbito dos acordos de cessar-fogo - Parte I

Guiné 61/74 - P18514: Inquérito 'on line' (128): "Este ano vou a Monte Real, ao XIII Encontro Nacional"... Resultados das primeiras 20 respostas: 45 % dzem que "sim", 20 % estão "indecisos" e os restantes (35 %) não vão, por razões de saúde, económicas ou outras... O prazo de resposta ao inquérito termina na segunda-feira, dia 16, às 22h32






















Encontro Nacional da Tabanca Gande > Desde 2006:  I foi na Ameira, Montemor-o-Novo; o II em Pombal; o III e o IV, na Ortigosa, Leiria... Desde 2010, a 5.ª edição, mudámos para Monte Real, também no concelho de Leiria. Até hoje... O XIII será de novo em Monte Real, dia 5 de maio de 2018.

Estão a decorrer as inscrições. Lotação máxima: 200 lugares (Sala Dom Dinis, Palace Hotel Monte Real)

Fotos de arquivo (Luís Graça, Manuel Resende, Miguel Pessoa, outros)./ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)


1. Inquérito 'on line':

"Este ano a vou a Monte Real, ao XIII Encontro Nacional" (Resposta única)

Resultados preliminares (até 14h de hoje)


Sim, vou > 9 (45,0%)

Talvez, ainda não decidi > 4 (20,0%)

Não vou > 7 (35,0%) 


Total > 20 (10,0%)




2. Os que respondem "Não", é por razões:


(i) de saúde > 1 (5,0%) 
(ii) económicas >  2 (10,0%)
(iii) outras  > 4 (20,0%)

3. Faltam 5 dias,  o prazo para responder ao inquérito termina dia 16,  segunda-feira, às 22h32.

Quanto à inscrição, no XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, camaradas e amigos/as, podem fazê-lo até pelo menos ao fim do mês de abril (ou até ao limite dos 200 lugares).

Mas, por favor,  aproveitem esta oportunidade... histórica. É que a Tabanca Grande é terna... mas não eterna. Alguns dos camaradas  e/ou amigos que aparecem na nossa galeria de fotos,  infelizmente já não estão entre nós, mas vieram a Monte Real, uma ou mais vezes: estou-me a referir aos nossos saudosos grã-tabanqueiros Jorge Teixeira (Portojo) e António Vaz ou ainda à nossa querida amiga Bruna Durães, neta do Benjamim Durães, que a morte levou cruelmente aos 11 anos.
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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P18513: Bibliografia de uma guerra (89): Entender o pan-africanismo para melhor conhecer a guerra em África (2) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Janeiro de 2018:

Queridos amigos,
Aqui termina a curta viagem em torno dos ideais do pan-africanismo, que se revelaram, na generalidade dos casos, totalmente inviáveis.
Atendemos à génese do fenómeno, exterior a África e profundamente associado à discriminação racial do negro no subcontinente americano, referiram-se as grandes conferências pan-africanas que estiveram intimamente ligadas ao surto de nacionalismos, incluindo os das colónias portuguesas.
Deu-se conta das tentativas de agrupamentos regionais e como praticamente todos caíram na água, tal a competição na liderança política, os particularismos tribais, as discrepâncias entre Estados ricos e Estados pobres, a iniludível realidade das tensões motivadas pelas etnias divididas por determinação da Conferência de Berlim. Pan-africanismo que cedo se envolveu nas rivalidades da Guerra Fria, na concorrência económica e na imensa sombra da tutela neocolonial. Tudo conjugado, o pan-africanismo é um assunto do passado, mas pesou seriamente entre os líderes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas.

Um abraço do
Mário


Entender o pan-africanismo para melhor conhecer a guerra em África (2)

Beja Santos

O pan-africanismo imprimiu uma dinâmica imparável no continente africano a partir da década de 1950, influenciou um conjunto de experiências federativas, com exceção de uma, todas soçobraram. Vimos no texto anterior, e no seguimento da leitura de um livrinho que surgiu em 1959, exatamente com o título do pan-africanismo, que o fenómeno político teve a sua origem nos EUA e estendeu-se a colónias britânicas, no pós-guerra um conjunto de congressos fez expandir o ideal pan-africano. Na Europa, os intelectuais negros aqui educados não estavam de braços caídos. Em 1947, um jovem intelectual senegalês, Alioune Diop criou um movimento cultural Présence Africaine, vinha na esteira dos congressos pan-africanos, a ele associaram-se escritores como Jean-Paul Sartre, Albert Camus, André Gide e Emmanuel Mounier, a revista publicada com o mesmo nome tornou-se num sucesso. Em 1956 o movimento abre na Sorbonne o I Congresso Internacional dos Escritores e Artistas Negros, ali comparecem Léopold Senghor, Richard Wright, Aimé Césaire, entre outros. Novo congresso realizar-se-á em Roma em Março de 1959, aí acentua-se o caráter político, votam-se resoluções sobre a independência e unidade africanas, clama-se contra a opressão colonial. Senghor torna pública a sua tese a negritude, o conjunto de valores culturais africanos que davam força à vontade de afirmação da personalidade política de África, mas dizia claramente que não se podia voltar ao passado, à negritude das origens, era preciso encarnar a cultura negro-africana no contexto das realidades do século XX, a negritude não era uma peça de museu. Os acontecimentos sucedem-se, primeiro a independência do Gana, em 1957 segue-se a conferência do Cairo no final do ano de 1957, aqui é bem claro que os problemas asiáticos não fazem parte da agenda prioritária da África negra e Nasser, o líder egípcio percebe que não tem a influência que goza Nkrumah.

O autor deste livrinho de divulgação do pan-africanismo passa em revista o conjunto de partidos políticos e vai caraterizando-os na Nigéria, no Gana e na África negra francesa, e depois no mosaico da África do Sul.

Quando se chega a 1958 vão realizar-se as primeiras grandes conferência onde se agrupam os responsáveis políticos africanos. Logo em Abril, estão presentes os representantes de oito Estados soberanos, quatro Estados norte-africanos (Marrocos, Tunísia, Líbia e Egito), defensores de uma política pan-árabe e quatro Estados da África negra (Sudão, Etiópia, Gana e Libéria) defendendo uma política pan-africana. Para evitar o confronto, escolhe-se uma ordem de trabalhos consensual: a discriminação racial, a planificação industrial, a colaboração económica, técnica e cultural entre os países independentes do continente negro e a manutenção da paz mundial. Mas não foram escusados assuntos quentes como a questão argelina, houve acordo entre todos para apoiar o nacionalismo argelino. Em Julho do mesmo ano realiza-se em Cotonou (Benim) um novo congresso e desta vez a palavra de ordem foi a de independência imediata para todos os países africanos e que se deviam constituir os Estados Unidos de África. Em Dezembro do mesmo ano celebra-se a conferência dos povos africanos, estão presentes 250 delegados e já se fala na revolução africana pacífica. Para as potências coloniais, este novo dossiê é extremamente delicado, a começar pela Grã-Bretanha que vê desagregar-se a zona da libra entre as suas colónias, está em curso a constituição do Mercado Comum e os britânicos suspiravam por desenvolver o seu comércio com África.

Não se pode igualmente esquecer a Guerra Fria, russos e norte-americanos rivalizam, procuram aliados por toda a parte, incluindo junto dos sindicatos e quem dá mais em termos de cooperação e ajuda técnica. A conferência põe na ordem do dia a constituição de cinco federações africanas, tudo está dependente na vontade dos partidos políticos e as experiências sucedem-se umas às outras: a União Guiné-Gana; a Federação do Mali; a União Sahel-Benim; a União Aduaneira da África Equatorial, a Senegâmbia, a Grande Somália, e muito mais. Eram agrupamentos hipotéticos, daí o seu caráter efémero. Preconizada por certos chefes nigerianos e alguns homens políticos do Chade incentivava-se a fusão da Nigéria do Norte e do Chade Ocidental, sempre sob a consigna do pan-africanismo. A constituição de um Estado bacongo agrupando o enclave português de Cabinda, uma parte da República do Congo, a parte Ocidental do Congo Belga e o Norte de Angola permite ver a preocupação de certos políticos quanto à reconstituição de antigos quadros tribais.

O autor não esconde a listagem dos obstáculos à realização destes numerosos projetos pan-africanos, o facto colonial não era o menor, mas havia também o problema dos poucos Estados independentes e todos aqueles que acabavam de emergir na cena. No caso da união entre a Nigéria e o Gana, logo se percebeu que a Nigéria tinha uma população desmesurada e que aceitaria muito mal delegar no Gana uma parte dos seus poderes. Eram jovens Estados também que estavam ciosos da sua soberania e não desejam delegar noutros qualquer parcela de poder. E quando se falava em fusões surgiam os fantasmas de velhíssimas questões regionais. A Guiné reivindicava uma fração de território liberiano; a República do Congo reclamava as regiões mineiras de Franceville, pertencentes ao Gabão, era ali que se encontravam as mais importantes jazidas de manganês de todo o mundo; e o Gabão suspirava por anexar uma boa parte do território congolês com afinidades étnicas, mas havia muitos mais casos. Enfim as particularidades étnicas impunham-se e entravavam as propostas federativas e não deixaram de ter um grande peso as questões religiosas, havia claramente limites para o islamismo e muitos Estados possuíam elevadas percentagens de população cristã. A contabilidade destes obstáculos à constituição de federações era impressionante, e não nos esqueçamos de que o livrinho de divulgação a que temos vindo a fazer referência data de 1959: Os quadros tradicionais conservavam uma influência preponderante, em todos estes países havia uma gama de fatores que claramente inviabilizavam o sonho dos Estados Unidos de África: a presença colonial; a competência para a liderança entre chefes de Estado, basta recordar o que separava Senghor de Sékou Touré, havia o impressionante obstáculo linguístico, mais de 600 línguas negro-africanas, tudo separa as línguas sudanesas das nilóticas e das bantus e semi-bantus e o elevadíssimo número de subdivisões; e havia igualmente as minorias brancas, alguns dos Estados independentes tinham ficado atrelados a projetos de cooperação com Paris ou Londres, para eles era impensável prescindir da presença do branco; havia também que ter em conta os Estados ricos e os Estados pobres e a concorrência económica exacerbada por interesses de muitas empresas transnacionais, com forte pendor para gerar influência política.

No derradeiro capítulo é passado em revista o pan-africanismo face ao Islão, aos Estados Unidos, à Grã-Bretanha e a França e não é difícil concluir passados estes 60 anos que a nobreza daquele ideal era incompatível com que o colonialismo gerara quanto à natureza dos novos Estados.

O pan-africanismo fica na história como um estado de inocência de novos países que desconheciam essa realidade que era a longa duração da corrente histórica, a força da religião e o imenso poder dos tradicionalismos e dos atavismos étnicos, que em tantos casos se revelaram inultrapassáveis.
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Nota do editor

Poste anterior de 4 DE ABRIL DE 2018 > Guiné 61/74 - P18485: Bibliografia de uma guerra (88): Entender o pan-africanismo para melhor conhecer a guerra em África (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18512: CCAÇ 1586, "Os Jacarés" (Piche, Ponte Caium, Nova Lamego, Beli, Madina do Boé, Bajocunda, Copá e Canjadude (1966-1968): Subsídios para a reconstituição da sua história (Jorge Araújo) - Parte I





Guiné > Bissau> Cais > 9 de Maio de 1968 > Preparativos para o regresso à metrópole da CCAÇ 1586 a bordo do T/T Niassa (fotos gentilmente cedidas pelo camarada ex-fur trms Aurélio Dinis, da mesma unidade).


Jorge [Alves] Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 

(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do blogue desde março de 2018; 
criador da série "D(o) outro lado do combate"




Companhia de Caçadores 1586, "Os Jacarés"  (Piche, Ponte Caium, Nova Lamego, Beli, Madina do Boé, Balocunda, Copá e Canjadude ((1966-1968):  Subsídios para a reconstituição da sua história - Parte I



1. INTRODUÇÃO

Com algum atraso, mas ainda a tempo de cumprir com os objectivos de partida, o presente trabalho surge na sequência da publicação no blogue de dois postes: o P18149 e o P18158, ambos em memória do Alferes QPAugusto Manuel Casimiro Gamboa [, foto à esquerda, cortesia da Academia Militar[, pertencente à CCAÇ 1586 (1966/1968), e da referência à emboscada que o vitimou, em 14 de dezembro de 1967, na estrada entre Canjadude e Nova Lamego.

Ele é também, por um lado, um modesto contributo escrito (subsídio) visando ajudar na reconstituição da História desta Unidade (a possível) e, por outro, a concretização da promessa feita em comentário ao segundo texto, uma vez que, de acordo a informação dada pelo nosso colaborador permanente José Martins, especialista em Arquivo Histórico Militar do Exército (Guerra do Ultramar), "no volume 7.º da CECA [Comissão para o Estudo das Campanhas de África], consta que [da CCAÇ 1586] não existe História da Unidade".

Não estando expressas as razões da ausência documental da sua História no AHM, não é difícil presumir como uma forte possibilidade, , quiçá a mais provável, que ela teve como principal causa a divisão física e logística permanente dos seus efectivos e as responsabilidades que lhes foram atribuídas em cada um dos locais onde esteve instalada, num total de oito, como se indica em título e como se assinala no mapa abaixo.

Para além desta probabilidade (suspeita), que naturalmente não podemos comprovar, uma outra variável poderá ter influenciado também a sua não transcrição para o papel, na justa medida em que estamos perante um colectivo militar metropolitano que muito sofreu ao longo dos vinte e um meses da sua comissão (de agosto de 1966 a  maio de 1968), fazendo fé nos factos que conseguimos apurar, entre eles os seus mortos e feridos.

Será que foram estas as principais causas?

Ainda assim, admitimos a hipótese de terem existido outras razões/causas para além das que acima presumimos. Mas só o saberemos, em definitivo, se algum elemento da CCAÇ 1586 tiver a resposta certa a esta questão. Vamos esperar que tal aconteça ou que no aprofundamento deste projecto de investigação possamos chegar lá.

Porém, perante a caracterização sumária do quadro supra, compreende-se (compreendo) perfeitamente as dificuldades em se estruturar/organizar as suas memórias, pois foram, certamente, muitos os factos e ocorrências que mereceriam ficar gravadas como testemunhos históricos da sua presença na região do Gabu, situada a Leste do território da Guiné, e que não foi possível centralizá-las ou juntá-las, passando-as a escrito, devido à dispersão dos seus efectivos nas diferentes frentes das muitas missões.

Lamentamos que assim tenha sido.

Porque não fazemos parte desse colectivo de camaradas (ex-combatentes), estes sim fiéis depositários das suas memórias durante aquele período ultramarino, enquanto principais personagens fazedores da sua história, esta narrativa não podia deixar de não ser corolário da consulta realizada a diferentes fontes de informação, escrita e oral, onde cada referência encontrada e relato obtido dos directamente envolvidos, se considerou relevante para a concretização do objectivo geral, ou seja, o início de um processo de reconstituição da História da CCAÇ 1586.

Dessa análise global e da sua triangulação, como metodologia da investigação, procurou-se caminhar na busca do que considerámos fidedigno, idóneo, exacto ou válido, enquanto sinónimos do mesmo valor, deixando à reflexão de cada leitor o que se pode considerar, inquestionavelmente, genuíno ou, pelo contrário, uma trapalhice (propaganda), uma vez que circulámos por ambos os lados do combate.

Em função do já pesquisado e dos resultados obtidos, decidimos dividir o trabalho em diferentes partes, sendo esta a primeira, onde se divulgam aspectos relacionados com a sua mobilização, locais das principais actividades operacionais e quadro das baixas em combate.


2. MOBILIZAÇÃO E LOCAIS DAS MISSÕES NO CTIG


Mobilizada no Regimento de Infantaria n.º 2 [RI 2] , em Abrantes, a Companhia de Caçadores 1586 [CCAÇ 1586] embarcou no Cais da Rocha, em Lisboa, a 30 de julho de 1966, sábado, zarpando rumo a Bissau a bordo do N/M Uíge, numa altura em que a cronologia da guerra registava já três anos e meio.

Aí desembarcou a 4 de agosto, 5.ª feira, sendo destacada para o sector do Batalhão de Caçadores 1856 [BCAÇ 1856], assumindo a 8 do mesmo mês a responsabilidade do subsector de Piche, substituindo dois pelotões da Companhia de Caçadores 1567 [CCAÇ 1567], e guarnecendo o destacamento da Ponte do Rio Caium com um pelotão, até 21 de setembro de 1966.

A partir desta data assumiu, também, funções de unidade de intervenção na zona de Nova Lamego, reforçando diversas localidades, entre elas:

(i)  Nova Lamego, de 10 de outubro de 1966 até princípios de dezembro desse ano;

(ii) Béli, de 25 de janeiro a 15 de abril de 1967;

(iii)  e Madina do Boé, de 10 de fevereiro a 1 de maio de 1967.


A 6 de abril de 1967 foi rendida no subsector de Piche, assumindo o subsector de Bajocunda no dia seguinte [7abr1967], rendendo a Companhia de Caçadores 1417 [CCAÇ 1417] e guarnecendo Copá com um pelotão, mantendo-se integrada no dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores 1933 [BCAÇ 1933] e posteriormente do Batalhão de Caçadores 2835 [BCAÇ 2835].

Entre 28 de outubro e 4 de dezembro de 1967, integrou, com um pelotão, o sector temporário de Canjadude.

Foi rendida no subsector de Bajocunda a 27 de abril de 1968 pela Companhia de Caçadores 1683 [CCAÇ 1683], embarcando em Bissau, de regresso à metrópole, a 9 de maio de 1968, 5.ª feira, a bordo do N/M Niassa, com a chegada a Lisboa a acontecer a 15 de maio, 4.ª feira, ou seja, seis dias depois [adap. do P3797, José Martins, ex-Fur Trms CCAÇ 5 (1968/1970), nosso colaborador permanente].


 3. MAPA DOS LOCAIS ONDE A CCAÇ 1586 DESEMPENHOU AS SUAS DIFERENTES ACTIVIDADES OPERACIONAIS


No mapa abaixo, sinalizadas no interior de elipses, encontram-se os locais onde a CCAÇ 1586 desempenhou as suas diferentes actividades operacionais.


Infografia: Jorge Araújo (2018)



4. QUADRO DE BAIXAS DURANTE A COMISSÃO


No âmbito da pesquisa realizada, foram identificadas e agrupadas por datas as baixas contabilizadas pela CCAÇ 1586 durante a sua comissão, cujo quadro se apresenta de imediato.

A organização do quadro, segundo esta metodologia, corresponde à ordem da descrição dos factos conhecidos sobre cada causa ou ocorrência, e que daremos conta ao longo das próximas narrativas.


Infografia: Jorge Araújo (2018)

Sitografia consultada:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/

http://www.apvg.pt/

http://ultramar.terreweb.biz/ (com a devida vénia)

(Continua)
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Obrigado pela atenção.
Com forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.
16JAN2018.

PS - Este é o primeiro dos textos que estavam em atraso, o da CCAÇ 1586, na medida em que me comprometi a dar uma ajuda na reconstituição da sua HU, que não existe. Entretanto, fui convidado para participar no seu Convívio Anual que se realiza em Abrantes, a 19 de maio de 2018. Já lhes pedi um cartaz para fazer a sua divulgação na «Tabanca».

Guiné 61/74 - P18511: Parabéns a você (1418): Jorge Félix, ex-Alf Mil PilAv Alouett III da BA 12 (Guiné, 1968/70); Jorge Picado, ex-Cap Mil das CCAÇ 2589; CART 2732 e CAOP 1 (Guiné, 1970/72) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo At do BCAÇ 4512 (Guiné, 1972/74)



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Nota do editor

Último poste da série de 9 de Abril de 2018 > Guiné 61/74 - P18503: Parabéns a você (1417): Jorge Canhão, ex-Fur Mil Inf do BCAÇ 4612/72 (Guiné, 1972/74); Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil Art MA da CART 1659 (Guiné, 1967/68) e Cor PilAv Ref Miguel Pessoa, ex-Tenente PilAv da BA 12 (Guiné, 1972/74)

terça-feira, 10 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18510: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 5 de Maio de 2018 (5): Quem dá boleia ao nosso camarada Mário Santos, que vive em Loulé, e que pretende boleia a partir de Lisboa?

1. Mensagem do nosso camarada Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA da BA 12, 1967/69, com data de 9 de Abril de 2018, solicitando uma boleia, a partir de Lisboa para Monte Real, a fim de poder participar no nosso XIII Encontro anual:

Caro Carlos,

Tendo-me apercebido de que irá decorrer a 5 de Maio em Monte Real a vossa reunião anual da tertúlia, ocorreu-me de que seria interessante se pudesse estar presente. Tu dirás da possibilidade.

Sem querer colocar a "carroça em frente do burro", avanço de no caso de haver esta hipótese, teria sempre de pedir ajuda para o transporte de Lisboa-Monte Real e volta.
De Loulé a Monte Real por estrada, além de dispendioso seria cansativo e monótono para os meus 70 anos.

Um abraço,
Mário C. Santos

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2. Comentário do editor:

Caro Mário

Pela nossa parte estás sempre a tempo de te inscreveres no Encontro deste ano, salvo lotação da sala esgotada. Vamos esperar que algum dos nossos camaradas idos de Lisboa, e que regressem no mesmo dia, se proponham atender ao teu pedido.

- Aqui fica o apelo do camarada Mário, que se deslocará de Loulé até Lisboa, por meios próprios, onde pretende encontrar ajuda no trajecto até Monte Real.

Se alguém se disponibilizar para o efeito, por favor deixem em comentário ou contactem comigo, que farei chegar ao peticionário essa mesma disponibilidade.

Carlos Vinhal

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3. Comentário "visível" do nosso Editor Luís Graça:

Camaradas e amigos, 


Era uma boa ideia fazermos uma lista de gente disposta a dar uma boleia a um camarada o amigo, "apeado", que queira ir ao XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande... A partir do Porto, de Coimbra, de Lisboa, de Faro... 

Que tal a ideia?... 

Basta indicar-nos: 
(i) nome; 
(ii) local e hora de partida; 
(iii) lugares vagos... 

E as despesas do ir e vir podem inclusive ser partilhadas... 
Isto é que é camaradagem!
Luís Graça
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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE ABRIL DE 2018 > Guiné 61/74 - P18507: XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 5 de Maio de 2018 (4): A menos de um mês, temos já c. 30% de inscrições: 58 em 200 lugares (máximo). Camaradas e amigos, não deixeis para o fim, mandai o vosso pedido de inscrição para: carlos.vinhal@gmail.com