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quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23991: Antologia (88): estereótipos coloniais: os balantas de Bambadinca, vistos pelas NT (BCAÇ 2852 e BART 2917)


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 (Bambadinca) > 
Carta de Bambadinca (1955) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Nhabijões, Mero e Santa Helena, três tabancas consideradas, desde o início da guerra, como estando "sob duplo controlo", ou seja, com população (maioritariamente balanta) que tinha parentes no "mato" (zona controlada pelo PAIGC)... 

Em Finete, Missirá e Fá Mandinga havia destacamentos das NT. Entre Bambadinca e Fá Mandinga ficava Ponta Brandão. Havia aqui uma destilaria, de cana de acúcar... Bambadinca era sede de posto administrativo e tinha correios, telégrafo e telefone, além de um posto sanitário ("missão do Sono")... Era, além disso, um importante porto fluvial. Era banhado pelo caprichoso Rio Geba (ou Xaianga). Até 1968 as LDG da Marinha chegavam até lá... Depois, já em 1969, ficavam-se pelo Xime que passou a ter "porto fluvial" (na realidade, um cais acostável)... De Bambadinca a Bafatá (cerca de 30 km) a estrada era já alcatroada...no tempo da CCAÇ 12  (1969/71). (LG)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).



Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS / BART 2917 (1970/72 > A parada do quartel de Bambadinca, a capela (que servia também de casa mortuária...) e, à direita, a secretaria da CCAÇ 12 (1969/74). Com a política "Por uma Guiné Melhro", a população balanda do setor (Nhabijões ou Nha Bidjon, Mero, Santa Helena, Enxalé, etc.) começou a aproximar-se mais do posto administrativo de Bambadinca e sede de batalhão, onde havia escola, posto médico, correios  e lojas.

Foto (e legenda): © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
]


1. Todas as Histórias de Unidade, em geral,  refletem a visão "etnocêntrica" que os portugueses, civis e militares, tinham dos povos da Guiné nas décadas de 1960/70. O termo "etnocentrismo" não é fácil de definir.

et·no·cen·tris·mo
(grego ethnós, -eos, raça, povo + centrismo)

nome masculino

Visão ou forma de pensamento de quem crê na supremacia do seu grupo étnico ou da sua nacionalidade.

"etnocentrismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/etnocentrismo [consultado em 17-01-2023].

Especificando: 

(i) atitude, existente dentro de um dado grupo social, face aos outros que estão fora, e que se pode caracterizar em termos de preconceito, condescendência, desconfiança e/ou hostilidade; 

(ii) a maneira própria de ver a 'minha' cultura, a do meu povo ou etnia, por oposição à cultura do 'outro'... (Os primeiros portuguese que chegaram ao Japão em meados do séc. XVI foram chamados Nanban, 南蛮, “bárbaros do Sul”.)

Tanto nós (os comandos militares) (*) como o próprio PAIGC pecámos por etnocentrismo... Afinal de contas, tanto Amílcar Cabral (**) como a nossa 'inteligentsia' político-militar leu o António Carreira, o Manuel Belchior, o Fernando Rogado Quintino e outros etnógrafos/etnólogos da Guiné... A única sensibilidade sócio-antropológica que nos incutiram, a nós, tropas metropolitnas,  à chegada à Bissau, foram meia dúzia de "clichés" ou estereótipos  sobre os fulas, os mandingas, os balantas, os felupes, e por aí fora...

É interessante, em todo o caso, ir vendo como evoluiu a atitude das chefias militares em relação àqueles grupos étnicos e sociais que, no início da "guerra subversiva", escolheram o "campo do inimigo", aliciados pela "subversão"... A aliança dos fulas com as NT sempre foi incensada, até ao consulado de Spínola e à 'psico': a necessidade de concorrer com o PAIGC, não só com as armas de fogo, mas também e sobretudo com as da "sedução", levou os comandos militares a passar a "namorar" os balantas, os biafadas e os mandingas, e a criticar certas facetas do modo de vida e de pensar dos fulas...

Era  o caso, por exemplo, do Comando do BART 2917 que tinha, em Nhabijões, em 1970/72, um dos maiores reordenamentos da Guiné: cerca de 300/350 casas... Em contrapartida, esta abordagem "etnográfica"  estava práticamente ausente da História da Unidade anterior, o BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), podendo ler-se na pag. 1 do Cap II este delicioso naco de prosa :

(...) "No Sector L1 podemos considerar duas raças (sic) distintas: para Leste da estrada Bambadinca-Xitole onde predomina a raça Fula, e para Oeste da mesma estrada onde predominam as raças Balanta e Biafada.

"A população Fula de um modo geral é nos favorável, sendo de destacar o regulado de Badora, que tem como Chefe / Régulo um homem de valor e considerado pela população como um Deus. Esse homem é o Tenente Mamadu, já conhecido do meio militar pelos seus feitos valorosos e dignos de exemplo. Da outra população, fortes dúvidas se tem, especialmente as dos Nhabijões, Xime e Mero.

"Com o início do reordenamento da população em auto-defessa, num futuro próximo o IN se verá com sérias dificuldades, pois deixará de ter apoio e de ter a possibilidade de roubar para deste modo poder sobreviver" (...)


O roubo (e nomeadamente de gado) estava associado aos balantas... Este estereótipo mantinha-se no tempo da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71),

Uma advertência final: a transcrição de documentos político-militares, tanto de um lado como do outro, não implica qualquer concordância, aval ou aceitação do seu conteúdo... São documentos de trabalho, para leitura e análise 'desapaixonadas'... Partimos do princípio que o nosso leitor é soberano... E os nossos leitores são, fundamentalmente, os antigos combatentes desta guerra (colonial, para uns; do ultramar, para outros; de libertação, ainda para alguns...).


2. Vamos aqui voltar reproduir alguns excertos do Cap II da História do BART 2917, Bambadinca, 1970/72, pp. 17-21 (Documento na altura classificado como "reservado", hoje desclassificado; versão policopiada gentilmente cedida ao nosso blogue pelo ex-fur mil trms inf, José Armando Ferreira de Almeida, CCS/ BART 2917, Bambadinca, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande; comparada igualmente com a versão, em suporte digital, corrigida e melhorada pelo Benjamim Durães, outro grã-tabanqueiro (*)
 

(...) Sector L1 (Bambadinca) > População > Aspecto político (...)

3 – O BALANTA

(i) Nesta apreciação incluímos todos os balantas, incluindo os mansoancas, por não se conhecerem, no Sector [L1], problemas específicos para cada ramo balanta;

(ii) Aguerridos, alegres e folgazões, desconfiados mas demasiados ingénuos, depois de quebrada a sua desconfiança atávica, são o povo mais trabalhador da Guiné e só a ele se deve a transformação da lalas em produtivas bolanhas;

(iii) O Chefe Político é o Chefe de Família e por isso o Chefe de Povoação tem funções limitadíssimas, não podendo decidir sobre qualquer assunto sem que haja um total consentimento por parte dos Chefes de Família;

(iv) A figura de Régulo ou Chefe de Tabanca, é de criação portuguesa e, como é óbvio, não se integra na estrutura deste povo e, por conseguinte, nada representa para eles;

(v) A sua economia assenta na exploração do arroz alagado, aparecendo as culturas de milho, mandioca e arroz de sequeiro como complemento mas em muita pequena escala;

(vi) Vive sempre junto da bolanha pois desta necessita, para as suas necessidades imediatas, o barro para os seus potes, a palha para as suas casas;

(vii) Povo agrícola, pouco gado cria e este mesmo reserva-o quase só para rituais;

(viii) Praticando o roubo de gado como modo de aumentar a sua importância social, visto tal roubo ser uma verdadeira instituição social sem o significado desonrado que tem para as outras sociedades, evita-o, dividindo o seu gado pela guarda dos seus vizinhos e amigos e guardando em contrapartida o desses vizinhos;

(ix) A subversão apanhou os balantas na altura em que o seu dinamismo demográfico se fazia sentir no Sector ao longo das lalas dos rios Corubal e Geba, tendo penetrado neste praticamente até à área de Bissaque-Canchicamo e naquela até Jargavida;

(x) Ao mesmo tempo que se expandia, introduzia novos métodos de cultura junto das populações;

(xi) Entretanto a ingenuidade e imprevidência do balanta e o seu gosto pelo álcool são aproveitados não só pelos comerciantes pouco escrupulosos, que de um momento para o outro os colocaram na sua dependência mercê de juros elevados, mas também pelos mandingas e fulas, especialmente estes, que os sujeitaram a uma dependência económica tal que chegaram ao ponto de colherem os próprios frutos do trabalho dos balantas, dando-lhe somente o terreno para cultivo;

(xii) Encontrando-se enquadrados em sistemas políticos mas vastos, em que os chefes eram quase todos de etnia fula ou mandinga, eles com o seu conceito de grupo social apenas estendido à família não podiam fazer nada para evitar a sua desorganização social e defenderem-se das prepotências sofridas;

(xiii) É neste contexto que se deve compreender a fácil adesão do balanta à subversão, as promessas de libertação dos povos que os subjugavam económica, política e socialmente, induziram-nos a ver no PAIGC um meio de serem realizadas as suas aspirações;

(xiv) A inclusão sistemática de balantas nos grupos de guerrilheiros, a obrigação de darem grande parte da sua produção agrícola para alimentação desse mesmos grupos, a necessidade de, em virtude da acção das NT, se afastar cada vez mais das suas bolanhas, obrigá-los a abandonar a cultura do arroz alagado, a constatação de que os que ficaram nas zonas dominadas pelas NT têm uma vida fácil e progressiva, sendo cada vez menor, embora ainda existindo, a exploração que sobre eles exercem os outros grupos étnicos, exerceram a sua nostalgia da bolanha e criaram as condições quase ideais para uma viragem da sua atitude perante a subversão;

(xv) Contudo os que estão junto do IN sabem que aqueles que se apresentaram em Bambadinca e que não possuem bolanhas na área, são explorados apenas como mão-de-obra pelos donos da terra – alguns mesmo seus irmãos de raça – e continuam a ter a nostalgia das suas próprias bolanhas;

(xvi) Tal não sucede ainda aos que se têm apresentado no Enxalé (subsector do Xime) porque aí a bolanha é vasta e encontra-se ainda desocupada, especialmente em locais bastante longe da povoação, mas, se não nos preocuparmos em pôr cultivável toda aquela imensa bolanha, a curto prazo veremos acontecer também ali a exploração do balanta pelo balanta e estancar-se-ão as apresentações quase semanais que ali se vêm realizando;

(xvii) Julgamos que o único modo de conseguir retirar ao controlo IN um substancial número de balantas, será criar condições de segurança das ricas bolanhas que se encontram abandonadas

(xviii) De entre todas essas está a de Samba Silate em virtude de ser uma bolanha rica e muito grande, encontrar-se completamente deserta, ser a sua população recenseada antes do início do terrorismo superior a 1200 pessoas, saber-se que os seus antigos ocupantes se encontram sobre controlo IN, na área de Incala, e desejarem para ali voltar.

Dos Balantas existentes no Sector os seguintes núcleos:

ENXALÉ (carta do Xime, 1961, escala 1/50 mil) > Francamente colaborante com as NT.

NHABIJÕES > Colaboram com as NT mas possuindo muita família no mato têm assíduos contactos com pessoal, especialmente da região de Incala que ali vai vender arroz e, através de Bambadinca, abastecer-se de artigos de primeira necessidade. Sempre negam tais contactos embora sejam de todos conhecidos. (***)

SANTA HELENA > Colaboram com as NT mas possuindo muita família no mato, especialmente pessoal do Regulado do Cuor, mantêm frequentes contactos com esses familiares que ali se deslocam, mas negam esses contactos e raramente os denunciam.

MERO > Colaboram com as NT. Mantêm intensos contactos com pessoal desarmado sob controlo IN que na maioria são seus familiares. Negam sempre tais contactos. 

[Seleção / Revisão e fixação de texto / Negritos: LG] (****)

_________________

Notas do editor:


(**) Vd. poste de 30 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P3000: Amílcar Cabral: nada mais prático do que uma boa teoria (Luís Graça)

 (...) A estratificação da sociedade fula também pode ser vista a partir da família, extensa, que é a sua célula: a família de um homem grande é constituída pela morança; um conjunto de moranças formam uma tabanca; um conjunto de tabancas um regulado; e por fim, os regulados fulas estão associados ao chão fula (Leste da Guiné, compreendendo hoje as regiões de Bafatá e de Gabu), uma entidade territorial e simbólica, ligada à conquista.

Aqui a mulher não goza de quaisquer direitos sociais: participa na produção sem quaisquer contrapartidas; por outro lado, a prática da poligamia significa que ela é, em grande parte, propriedade do marido.

Estranha-se, não haver aqui uma referência ao fanado feminino e sobretudo ao profundo significado sócio-antropológico que tinha (e tem) a Mutilação Genital Feminina entre os Fulas (mas também entre os Mandingas e os Biafadas). Será que Cabral tinha consciência das terríveis implicações, para a mulher, desta prática ancestral, e também aceitava tacitamente em nome do relativismo cultural, tal como os antropólogos colonialistas ? Não conheço nenhum texto em que o ideólogo do PAIGC tenha tomada posição sobre este delicado problema. (...) .

(...) Tenho ideia que Cabral se movimentava (e pensava) melhor no campo do que na cidade, já que ele trabalhou como engenheiro agrónomo, na Guiné e depois em Angola, ao longo da década de 1950. Entre 1953 e 1956 fez o recenseamento agrícola da Guiné (…), e julgo que lhe veio daí a sua admiração pelos povos animistas, e em especial os balantas, os magníficos camponeses da Guiné, os grandes cultivadores de arroz. (...)

(...) Falando das gentes do mato, Cabral dá uma lição sobre os balantas, grupo que ele não só conhece, como agricultores, como admira, enquanto povo, que foi historicamente um povo resistente (tal como os oincas, ms estes mandingas, islamizados). Chama-lhes uma “sociedade horizontal”, isto, é, “que não tem classes por cima umas das outras”. Entre eles não há hierarquias. Os chefes foram uma invenção dos tugas, que lhe impuseram régulos fulas ou mandingas, nalguns casos antigos cipaios, leais aos portugueses:

“Cada família, cada morança tem a sua autonomia e, se há algum problema, é o conselhos dos velhos que o resolve, mas não há um Estado, não há nenhuma autoridade que manda em toda gente”. 

A sociedade balanta seria uma sociedade tendencialmente igualitária, que Cabral descreve nestes termos singelos : 

“A sociedade balanta é assim: Quanto mais terra tu lavras, mais rico tu és, mas a riqueza não é para guardar, é para gastar, porque um indivíduo não pode ser muito mais que o outro”… Explicitando melhor: “Quem levantar muito a cabeça já não presta, já quer virar branco, etc. Por exemplo, se lavrou muito arroz, é preciso fazer uma grande festa, para gastar" (...).

(***) Vd. poste de 28 de fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - P577: Nhabijões: quando um balanta a menos era um turra a menos (Luís Graça)

(...) Nhabijões, 20 de Dezembro de 1969

Nhabijões: um conjunto de tabancas, ao longo do Rio Geba, habitadas por balantas (uma delas por mandingas), sob duplo controlo (a expressão é das NT) e agora em fase de reordenamento (outro eufemismo: para mim, trata-se de puro etnocídio sociocultural, o que se está aqui a fazer, obrigando os pobres dos balantas e mandingas de Nhabijões a transferir-se da beira rio para uma zona de planalto, sobranceira ao Geba, e a viver em casas desenhadas e construídas por europeus)...

(...) Os balantas foram, segundo o testemunho insuspeito dos meus soldados (fulas), as maiores vítimas da repressão colonial nesta década. Seis anos depois (é difícil confiar na memória dos africanos que não usam calendário, mas isto ter-se-á passado em 1962 ou 1963, depois do início oficial da guerra), Samba Silate (cuja população terá sido parcialmente massacrada pela tropa ou pela polícia administrativa de Bambadinca, não posso precisar) e Poidon (regada a napalm, dizia-se,  pela força aérea) ainda despertam aqui trágicas recordações: evocam o tempo em que todo o balanta era suspeito aos olhos das autoridades militares e administrativas, presumivelmente coadjuvadas pela PIDE (..)-.

Há uns anos atrás, nos anos do terror, ser encontrado fora da sua tabanca ou do seu perímetro, de catana na mão ou faca de mato à cintura - que é ronco ou adorno para um balanta que se preze - , eis um belo pretexto para um balanta ser preso, levado para o posto administrativo de Bambadinca, sumarianente interrogado e às vezes, hélàs!, mais sumariamente ainda liquidado.

 A justificação era simples, segundo os meus soldados fulas: "um balanta a menos, era um turra era menos" (sic)… Admito que haja aqui alguma dose de fanfarronice e de exagero, por parte dos fulas, históricos inimigos e vizinhos dos balantas… Mas não há fumo sem fogo: estas histórias parecem-me ter consistência…
 
(...) Recuperação psicológica e promoção sócio-económica das populações – a chamada acção psicossocial: eis agora a palavra de ordem, sob o consulado de Herr Spínola… É isso: agora faz-se psico (psícola, como dizem os nossos soldados): o major aperta, com visível repugnância, as mãos das múmias; o médico observa, enfastiado, uns tantos casos constantes do catálogo das doenças tropicais; um outro miliciano distribui cigarros Marlboro; e o cabo da CCS anda a ver se come a bajuda de mama firme…

Admitem-se abertamente, na linguagem fetichista dos spinolistas, os erros do passado da nossa administração que não terá tido na devida conta as susceptibilidades, as idiossincracias e até os direitos das populações guineenses, mas omite-se, talvez por uma questão de má-consciência, os crimes praticados pelas NT, no passado recente e no passdo mais remoto, pelos nossos métodos particulares de pacificação…

(...) Mas, fazendo deslocar a guerra do TO (teatro de operações) para a ACAP (repartição de acção psicológica), Herr Spínola admite implicitamente que a vitória já não pode ser ganha só pelas armas. (...).

(****) Último poste da série > 22 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23905: Antologia (87): Apresentação do livro de Daniel dos Santos, "Amílcar Cabral: um outro olhar", pelo eng.º Armindo Ferreira, na Praia, em 5/9/2014

domingo, 3 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23405: A minha guerra foi pior que a tua?!...(1): Bambadinca (1969), Gandembel (1968/69), Gadamael (1973) (Luís Graça / C. Martins / Hugo Guerra / Alberto Branquinho / Joaquim Mexia Alves)


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Invólucros de granadas de canhão s/r, deixadas na orla da mata contígua à pista de aviação, na noite do ataque a Bambadinca, 28 de maio de 1969...  


Foto: © José Carlos Lopes (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 2769 (Gadamael e Quinhamel, de janeiro de 1971 a outubro de 1972) > Vista aérea de Gadamael Porto nos finais do ano de 1971. Foto do cor art ref António Carlos Morais da Silva, e por ele gentilmente cedida ao nosso camarada Manuel Vaz.

Foto (e legenda): © Morais da Silva (2012) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CCAÇ 2317 (1968/69) > A messe de oficiais

Foto (e legenda): © Idálio Reis (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Nas nossas conversas sobre a Guiné do nosso tempo (1961/74), já tenho ouvido "bocas"  do género: "Ah, mas não compares, o meu sítio foi muito pior do que o teu!"... 

Pior? Melhor? O que isso quer dizer? Há escalas para medir estas coisas?... Não creio. E até agora nunca ouvi dizer, a nenhum antigo combatente, que passou lá, na Guiné,  "as melhores férias da sua vida"...

Mesmo em Bissau, não havia o conforto e a segurança  que se podia esperar, por comparação, por exempo, com as outras capitais dos territórios em guerra, como Luanda e Lourenço Marques. Bissau chegou a ser flagelada, houve atentados terroristas, ouvia-se Tite a "embrulhar", estava a escassos quilómetros de Bissalanca e da Base Aérea nº 12, havia um inusitado movimento  de tropas, viaturas, aeronaves, navios da marinha,  estava rodeada de quartéis, tinha um enorme perímetro de duplo arame farpado, etc. 

Bissau era o "hall" de entrada da guerra...  Mas não se vivia lá tão mal (e em insegurança) como na generalidade dos quartéis e destacamentos do "mato"...  E no "mato" a guerra (e a sua violência) foi evoluindo com o tempo, e o próprio dispositivo militar foi crescendo e adaptando-se, de acordo com o terreno, a região, a implantação do IN, a sua agressividade, estratégia, armamento, população sobre o seu contr0lo, etc.  E, claro, o conceito de estratégia  dos nossos comandantes-chefes (de que destaco os três principais, Arnaldo Schulz, 1964/68; António Spínola, 1968/73; Bettencourt Rodrigues, 1973/74)...

Claro que havia diferenças em função do ramo das forças armadas a que se pertencia (Exército, Marinha, Força Aérea), especialidade, posto, local, período, companhias de quadrícula e de intervenção, tropa especial e "tropa-macaca", etc. 

Os desgraçados que estiveram em Gandembel (de abril de 1968 a janeiro de 1969), os "homens de nervos de aço", sofreram 372 ataques e flagelações em menos de nove meses, até que o Spínola mandou retirar aquele  dispositivo (em Gandembel e Balana) (*)... (Nos últimos tempos temos falado pouco de Gandembel, será que já está tudo dito ?!...)

Nunca ninguém contabilizou os milhares de granadas que lá cairam... e muito menos a dor, o sofrimento (físico e psíquico), o luto, o stresse pós-traumático, etc. (coisas que são mais difíceis de descrever, medir, quantificar...).

Mas Gandembel foi, fora de dúvidas,  um dos piores sítios da guerra da Guiné, mas também só existiu durante o tempo necessário para uma mulher gerar uma criança (nove meses). Depois a FAP foi lá e escaqueirou todo o trabalho ciclópico dos homens da CCAÇ 2317 (1968/70), que construiram, sob as ordens de Schulz e depois de Spínola, aquele quartel, a pá e pica, e defenderam-no com unhas e dentes das investidas do 'Nino' Vieira...

O mesmo se pode dizer de Guidaje, Guileje e Gadamael, nos meses de maio/junho de 1973... Será que se tornaram "colónias de férias" ou "resorts turísticos" depois disso? Guileje foi retirada em 22 de maio de 1973, por isso fica fora da corrida... Por seu turno, Guidaje acalmou, mais depressa que Gadamael... E houve outros sítios (por exemplo, na zona leste, no setor de Nova Lamego) que também conheceram o inferno depois da "batalha dos 3 G": Copá, Canquelifá, etc.

Como se costuma dizer,  cada um sabe de si e Deus sabe de todos...  Mas cada um tem o direito de dizer, aqui no blogue,  onde e quando a guerra lhe doeu mais...  

Vamos lá "repescar" alguns comentários do nosso vastíssimo blogue, que já tem mais de 23,4 mil  postes e 93,4 mil comentários... Alguns comentários "escondidos" (na vitrine das traseiras) merecem vir até à montra principal do nosso blogue, mesmo que seja uma dezena de anos depois... Ficamos também a saber que alguns dos nossos leitores (e comentadores) são mais nocturnos ("mochos") do que diurnos ("cotovias")...


2. Seleção de nove comentários, datados de 30 e 31 de Maio de 2011 e de 1 de junho de 2011, de vários camaradas,  ao poste P8345 (**), poste esse que teve cerca de 4 dezenas de comentários, numa altura (2011) em que ainda havia muita coisa para dizer, contar ou comentar, e a malta ainda tinha muito sangue na guelra. Mas também, de algum modo, estávamos a aprender a lidar com as nossas diferenças de perceção e opinião... e a cultivar o humor de caserna.

Refira-se, por fim que  um dos autores do poste P8345 (o Carlos Marques dos Santos) e três dos comentadores (Jorge Cabral, Luís Faria, Torcato Mendonça), infelizmente já faleceram... Curvo-me à sua memória e não lhes perturbo o sono eterno.

(i) Luís Graça | 29 de maio de 2011 às 07:38

(...) Para um "pira" acabado de desembarcar numa LDG no Xime, e que faz o percurso Xime-Bambadinca, em coluna auto, com forte protecção, e debaixo de grande tensão, na manhã de 2 de junho de 1969, a imagem do amontoado de invólucros (e empenagens) de granadas de morteiro e canhão s/r é das coisas que ficam logo na retina...

Fiz/fizemos o mesmo "percurso turístico" que muitos outros camaradas da zona leste, ao passar e parar em Bambadinca, a caminho do centro militar de Contuboel (por exemplo, visita aos quartos atingidos por morteiradas)... Felizmente que, embora tendo bom armamento (e até sofisticado), os artilheiros do PAIGC eram em geral mauzinhos, por falta de formação técnica...

O ataque a Bambadinca teve sobretudo impacto político e psicológico... É de destacar a "ousadia" do PAIGC... E a data escolhida (28 de Maio) também não terá sido arbitrária...


(ii) Luís Graça | 29 de maio de 2011 às 08:17

Que a defesa militar de Bambadinca foi descurada, não temos dúvidas... Estava-se sob o efeito psicológico, positivo, da Op Lança Afiada... Ninguém acreditava que alguma vez Bambadinca pudesse ser atacada... Em Maio de 1969, Bambadinca tinha apenas os seguintes efectivos:

(i) Comando e CCS do BCAÇ 2852

(ii) Pel AM Daimler 2046

(iii) Pel Mort 2106 (-)

(iv) Pel Caç Nat 63

Casa arrombada, trancas à portas... Daí o desgraçado do Carlos Marques Santos ter saído de Mansambo para ir "montar a tenda" na ponte (semidestruída) do Rio Udunduma... Daí as emboscadas (todos os dias) em Bambadincazinho (na célebre Missão do Sono), a abertura de valas à pressa... São factos a lembrar. (...)


(iii) C. Martins | 30 de maio de 2011 às 01:05

(...) Sempre que leio estas estórias fico com inveja... Oh bambadinqueiros, foram todos uma cambada de sortudos!... 

Nós, os gadamaelistas,  era assim: embrulhar, corrida para os abrigos ou espaldões de obus e morteiros, comer vianda, jogar póquer  de dados, beber Old Parr ou Gin com água da bolanha, dormir nos intervalos, sair para o mato, embrulhar, idem, idem, idem... Isto para os graduados, porque para os soldados ainda era pior.

Eu já sabia que tinha sido assim, só estou a confirmar. Não me lembro de ter passado um único momento agradável. Não nos podiamos dar ao luxo de facilitar.

Um alfa bravo para todos os sortudos. 
O invejoso C. Martins (ex-artilheiro em Gadamael)


(iv) Hugo Guerra | 30 de maio de 2011 às 20:23

(...) Faz tempo que me remeto ao silêncio, embora todos os dias e por mais que uma vez "folheie" o nosso blogue. 

Reparo que é preciso muito cuidado para deixar algo escrito porque as apreciações chovem, o que é salutar, e portanto todo o cuidado é pouco com o que se digita.

Hoje fiquei banzado com o relato do ataque a Bambadinca, localidade que eu, na minha ingenuidade dos vinte anitos, pensava não existir na Guiné que frequentei entre Agosto de 68 e Março de 70. (Gandembel, Ponte Balana, Chamarra e São Domingos), só para avivar a memória.

Que me perdoem os homens e mulheres que fizeram a guerra em Bambadinca, mas podiam ficar-se pelas belas desrições que fazem das Messes, das Familias presentes, da vida social e do que mais constituia o seu dia a dia e lembrarem-se de vez em quando das centenas de ataques junto ao arame farpado em Gandembel, dos mortos e feridos que lá tivemos, e éramos cerca de 500 homens enterrados nos bunkers, à espera que a noite corresse bem e não nos entrassem no arame farpado.

Bolas... não me venham dizer que todas as "estadias" na Guiné eram iguais. Isso é fazer esquecer Madina do Boé, Guileje, Gadamael Guidage e outros tantos buracos onde os nossos militares faziam das tripas coração para sobreviver.

Não me sobra engenho e arte para descrever o que eram essas flagelações, mas custa-me ver que o blogue está a ficar demasiado cor de rosa.

As porradas que vou levar dos camaradas que habitualmente escrevem no blogue, serão encaradas com simpatia porque muito poucos escolheram as suas estâncias de férias.

Quando em Set 1970 fui viver e trabalhar para Angola, no Ambriz primeiro e em Camabatela por último, aí sim, vi com os meus olhos o que era uma guerra convencional e de ar condicionado, com mortos e feridos em acidentes de viação e chá das cinco em casa dos gerentes coloniais das fazendas, que ainda os havia... Mas isso são outros trezentos que, por exemplo, o camarada Rosinha bem conhece...

Agora a minha Guiné... poupem-me, sem ofensa para ninguém. (...)


(v) Alberto Branquinho | 30 de maio de 2011 às 23:06

(..) Ó camarada Hugo Guerra! Que coragem! Ando, desde 6ª feira à noite, a matutar sobre "comento... não comento".

E, agora, fazendo novo acesso a este post sobre o ataque a Bambadinca (primeiro lugar onde arrimámos, para ficar em Fá uns meses), vejo que alguém veio dizer aquilo que eu andava a matutar: digo/não digo... embora de forma mais comedida.

É que o que eu queria, afinal, dizer era da trabalheira que dariamos aos editores se escrevessemos sobre as vicissitudes dos vários ataques diários (nocturnos e diurnos) que sofriamos em Gandembel e Ponte Balana. (Pelo menos durante o quase mês e meio que durou a operação Bola de Fogo).

E o que teriam que contar os de Guileje, Gadamael, Guidage, etc. Preocupação era quando estavam um dia sem atacar ("O que é que os gajos estarão a pensar fazer?").

Desculpem qualquer coisinha (...)

 
(vi) C. Martins | 31 de maio de 2011 às 00:21

(...)   Eu até sei porque fui destacado para Gadamael: foi por motivos políticos... O meu o crime foi pertencer à pró-associação de estudantes da FML - Faculdade de Medicina de Lisboa.

Não, não era do PCP, se bem que os pides pensavam que sim, e por isso bastante porrada levei em Caxias, para além da tortura do sono. 

Solto, malhei com os costados na tropa. Mobilizado para o CTIG, passei dois dias em Bissau, e aí vou eu de batelão até Cacine e de sintex até Gadamael. 

Aí chegado deparo com um ambiente surrealista, 15 minutos depois de desembarcar, parti o bico com elas a cairem junto ao arame farpado em frente aos obuses, a mata a arder e eu em cima da roda do obus a armar aos cucos para demonstrar que os tinha no sítio... Só que estava borrado de medo. Fiquei logo apanhado do clima.

Camarigos, quando digo que muitos foram uns sortudos, estou a falar a sério, assim como quando digo que tenho inveja.

Quero realçar que não me considero nenhum herói, apenas fui objecto das circuntâncias.

Era contra a guerra, e tinha bastante consciência política... mas jamais pensei em desertar ou ser refractário... O que é uma contradição, é verdade... Mas, o que é que querem?... Gosto muito de ser tuga, porra... Estou a ficar emocionado.

Acho que já disse demais, para quem quer ficar no semi-anonimato, e tem idade para ter juízo.

Um alfa bravo para os sortudos, e principalmente para os menos. (...)


(vii) Joaquim Mexia Alves | 31 de maio de 2011 às 09:47

(...) Perante alguns comentários aqui colocados, resta-me pedir desculpa por me ter "armado" em combatente. É que não estive em Guidage, Guileje, Gadamael, e outros sítios e como tal não tenho direito a contar as minhas "férias" na Guiné.

Não sou um combatente, sou um sortudo!!!

Ainda gostaria de saber quem foi que meteu uma cunha para eu ter tanta sorte em ter ido para a Guiné, para os sítios tão agradáveis em que passei dois anos da minha vida?

Pior do que eu, ou seja, ainda menos combatente, só o cozinheiro que nunca saiu para o mato!

Mato? Qual mato? Aquilo era um jardim onde se saltava à corda e brincava à cabra-cega!

Remeto-me à minha insignificância, e peço desculpa por ter estado na Guiné.

Um abraço para todos, com um sorriso, porque o humor ajuda a sentirmo-nos bem. (...)


(viii) Alberto Branquinho |   31 de maio de 2011 às 12:44

(...) Pensei que estavamos a falar "só" de ataques a aquartelamento(s) e não da "guerra fora de portas"... para onde foi extrapolado o cotejo.

É que quanto a "guerra fora de portas" há, logo, um factor importante, que é o de muitos (a maior parte das unidades) terem permanecido todo o tempo no mesmo quartel ou na mesma (reduzida) zona e outros terem andado durante dois anos com a "trouxa" às costas, como unidades de intervenção, como "mulheres-a-dias" a fazer limpezas em casa alheia, por quase dois terços da Guiné. Transportados em colunas-auto e variadas vezes em Lanchas de Desembarque, contando, neste caso, com uma emboscada. (...) 


(ix) C.Martins | 1 de junho de 2011 às 00:23

(...) Pronto, está o "caldo entornado"... Peço desculpa a todos que se sentiram ofendidos ao chamar-lhes "sortudos".

Não foi minha intenção menosprezar e muito menos ofender quem quer que seja... Não penso nem nunca pensei que fui melhor que os outros... só porque estive num sítio onde a guerra foi mais intensa...

Cada um sabe de si. A minha forma de estar na vida, não é propriamente vangloriar-me do que fiz, nomeadamente na guerra.

Todos fomos combatentes, mas não se pode escamotear a verdade... havia no TO da Guiné zonas mais "quentes" do que outras... é ou não é verdade?

Eu só falo de Gadamael, porque foi o único sítio onde estive, posteriormente também estive em Bissau já na fase de retracção das NT quando já não havia guerra, onde a bem da verdade, passei os únicos tempos na "descontração".

Penso que uma das finalidades do blog, é cada um relatar aquilo que passou. (...)

Ainda quero dizer a todos os camarigos, que aquilo que nos une (ex-combatentes na Guiné) é bem mais forte, independentemente das opiniões de cada um.

Por favor levem isto na "desportiva".. eu pelo menos levo. (...)

(Luís Graça):

(...) Deixem-me só lembrar que, dois meses depois desta operação [, Lança Afiada,], o PAIGC retribuiu a visita das NT e apareceu às portas de Bambadinca em força: mais de 100 homens, três canhões sem recuo, montes de LGFog, morteiros...

Esse ataque ficou célebre: os camaradas de Bambadinca, segundo algumas versões que ouvi na altura, da "velhice", e dados que confirmei mais tarde, teriam sido apanhados com as calças na mão, far-se-iam quartos de sentinela sem armas, não havia valas suficientes, houve indisciplina de fogo, etc...

 Claro que no dia seguinte o Caco Baldé, alcunha por que era conhecido o Gen Spínola, deu porrada de bota a baixo, na hierarquia do comando do batalhão, do tenente-coronel (Pimentel Bastos, o célebre Pimbas) até ao capitão da CCS (...).

A sorte da malta de Bambadinca (Comando e CCS/BCAÇ 2852, Pel Caç Nat 63, Pel Mort 2106 e Pel AM Daimler 2106, sem esquecer os civis...) terá sido, diz-se ainda hoje, os canhões s/r, postados ao fundo da pista de aviação, terem-se enterrado no solo e a canhoada cair na bolanha... 

Quando nós, periquitos da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12), lá passámos, menos de uma semana depois, a 2 de junho de 1969, vindos de Bissau e do Xime a caminho da nossa estância de férias (Contuboel, um mês e meio de paraíso... seguido depois de 18 meses de inferno... quando fomos justamente colocados... em Bambadinca como companhia de intervenção, leia-se, de "pretos"), alguns dos nossos camaradas da CCS do BCAÇ 2852 ainda falavam com emoção deste ataque:
- Podíamos ter morrido todos - dizia-me o 1º cabo cripto Agnelo Ferreira, natural da minha terra, Lourinhã (...)

Na história do BCAÇ 2852, o ataque (ou melhor, "flagelação") a Bambadinca é dado em três secas  linhas, em estilo telegráfico: 

"Em 28 [de Maio de 1969], às 00h5, um Gr IN de mais de 100 elementos flagelou com 3 Can s/r, Mort 82, LGF, ML, MP e PM, durante cerca de 40 minutos, o aquartelamento de Bambadinca, causando 2 feridos ligeiros. " (...). 
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 19 de julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1971: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (9): Janeiro de 1969, o abandono de Gandembel/Balana ao fim de 372 ataques

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23381: Convívios (934): 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): Caldas da Rainha, 28/5/2022: Fotos - Parte I (José Fernando Almeida)



Foto nº 1 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Grupo só de ex-combatentes:

Sentados da direita para a esquerda; José Carlos Lopes (BCAÇ 2852); Fernando Sousa (CCAÇ 12); A. Adão (BCAÇ 2852); Beja Santos (Pel Caç Nat 52); João Ramos (CCAÇ 12); Humberto .Reis (CCAÇ 12); Fernando Oliveira (BCAÇ 2852); António F. Marques (CCAÇ 12); Luís Sousa (CCAÇ 12).

De pé; Otacílio Henriques (BCAÇ 2852); Silvino Carvalhal (BCAÇ 2852); Manuel Ferreira (CCAÇ 12); José Mourão (BCAÇ 2852); Joaquim Fernandes (CCAÇ 12); João Crisóstomo (CCAÇ 1439); Manuel Almeida (CCAÇ 12): "Mafra" (CCAÇ 1439); Bernardo Valente (BCAÇ 2852); Carlos Teixeira (BCAÇ 2852, Pelotão Daimler); Monteiro Valente (CCAÇ 12); Fernando Resende (BCAÇ 2852); Fernando Almeida (CCAÇ 12); Carlos Henriques (BCAÇ 2852); Virgílio Encarnação (CCAÇ 12); Francisco Patronilho (CCAÇ12); António Damas Murta (CCAÇ 1); Adelino Fernandes (BCAÇ 2852).


Foto nº 1A > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Grupo só de ex-combatentes (detalhe)... Recomheço, de imediato, na fila de pé, em 6º lugar, o José Fernando Almeida, e na ponta esquerda (11º), o Manuel Calhandra Leitão, o "Mafra, organizador do último encontro do pessoal da CCAÇ 1439, na Ericeira, em 18/5/2019. Em baixo, da esquerda para a direita, sentados, o Sousa (que veio do Funchal), seguido  do Antóno Marques (Cascais) e, em 4º lugar, o Humberto Reis (Alfragide), todos da CCAÇ 12. (Vd. legenda da Foto nº 1.)


Foto nº 1B > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Grupo só de ex-combatentes (detalhe)... Reconheço, de imediato, na fila de pé, logo à esquerda, o João Crisóstomo; e em baixo, sentados, o Mário Beja Santos (Pel Caç Nat 52) e e, em terceiro lugar, o Fernando Andrade Sousa (CCAÇ 12).  Dizem que o Fernando, o nosso valoroso  1º cabo aux enf, e que vive na Trofa, é totalistas dos 26 convívios até agora realizados. (Vd. legenda da Foto nº 1.)


Foto nº 2 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  Todo o grupo de participantes, ex-combatentes, familiares e amigos (1)


Foto nº 2 A> Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  Todo o grupo de participantes, ex-combatentes, familiares e amigos (detalhe)


Foto nº 2 B> Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  Todo o grupo de participantes, ex-combatentes, familiares e amigos (detalhe)


Foto nº  3 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > Missa na Ermida de São Sebastião... Adjacente à Praça da República (também conhecida como a praça da fruta), é uma capela do séc. XVI, revestida, interiormente, de magníficos painéis setecentistas. Está classificada como imóvel de interesse público.


Foto nº  4 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  O José Fernando Almeida, a Vilma e o João Crisóstomo.


Foto nº  5 > Caldas da Rainha > 28 de maio de 2022 > 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca (1968/71) + CCAÇ 1439  (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) >  O  Mário Beja Santos.

Fotos (e legendas): © José Fernando Almeia  (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Fotos enviadas em 7 do corrente pelo José Fernando Almeida, o organizador do 26º Convivio do Pessoal de Bambadicna (1968/1), ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (1969/71), a viver em Óbidos. 

O convívio, que se realizou no passado dia 28 de maio, nas Caldas da Rainha (*), reuniu mais de 7 dezenas de participantes, entre ex-combatentes, familiares e amigos. Estiveram presentes representantes da CCS/BCAÇ 2852 (1968/70), CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71) e Pel Caç Nat 52 (1968/70), entre outras subunidades que estiveram em Bambadinca nesse tempo (por ex., Pel Mort 2206 e 2268; Pel Rec Daimler 2046 e 2206)... Por iniciativa do João Crisóstomo, juntaram-se também a este convívio algumas camaradas da madeirense CCAÇ 1439 (1965/67).

O próximo encontro do pessoal de Bambadinca (1968/71), o 27º convívio, será em Coimbra e será organizado pelo António Damas Murta  (ex-1º cabo cripto, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).



Bonito puzzle de brazões de unidades e subunidades que passaram por Bambadinca (Setor L1 da Zona Leste) entre meados de 1968 e meados de 1971. Composição do nosso editor Eduardo Magalhães Ribeiro.

Parabéns aos organizadores destes eventos, pela sua dedicação, generosidade  e camaradagem. De destacar que o José Fernando Almeida e o Fernando Andrade Sousa já realizaram mais do que um encontro (o Almeida já vai em três, nas Caldas da Rainha). E que o António Damas Murta vai também realizar o segundo (de novo em Coimbra, onde reside; um abraço especial para ele que ficou recentemente viúvo). (LG)
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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


17 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23087: Convívios (921): XXVI Convívio do Pessoal de Bambadinca, 1968/71: Caldas da Rainha, sábado, 28 de maio de 2022 (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, 1969/71)

(**) Último poste da série > 21 de junho de  2022 > Guiné 61/74 - P23376: Convívios (933): Rescaldo do XVI Almoço/Convívio do pessoal da CART 1742 - "Os Panteras", levado a efeito no passado dia 18 de Junho, em Moreira da Maia (Abel Santos, ex-Sold At Art)

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23301: Lembrete (39): Cerca de 80 participantes no 26º Convívio do Pessoal de Bambadinca 1968/71 + CCAÇ 1439 (1965/67), que se realiza amanhã, nas Caldas da Rainha



Lista dos cerca de oitenta inscritos no 26º convívio do pessoal de Bambadnca 1968/71 + CCAÇ 1439 (1965/67)



José Fernando Almeida, o organizador do 26º Convivio,
ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (1969/71)


Guiné - Bambadinca 1968-1971


CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 2590/CCAÇ 12;
Pel Caç Nat 52, 54 e 63;
Pel Mort 22106 e 2268;
Pel Rec Daimler 2046 e 2206;
e outros, inclinida maeirense CCAÇ 1439 (1965/67)


1. Mensagem de José Almeida Fernando, organizador do 26º convívio de Bambadinca 1968/71:

Data - sexta, 20/05/2922, 11:49

Assunto - 26º  convívio do pessoal de Bambadinca 1968/71

Bom dia, Luís

Como decorre a tua recuperação, estás a responder bem à fisioterapia? Faço votos que recuperes bem.

Conforme combinado anexo a Lista dos participantes no 26º Convívio. Neste momento contabilizamos 81 com probabilidade de chegar aos 83. Aguardo a confirmação amanhã do Bernardo Valente.

Dia 17 por motivos de saúde desistiram cinco (5), e no dia 18 com receio do Covid, (dois vizinhos testaram positivo ) e a conselho dos filhos desistiram sete (7).

Temos o apoio do Pelouro de Turismo das Caldas da Rainha. Presidente da Câmara, que assume o Pelouro do Turismo

Anexo lista dos participantes.

Um abraço
Fernando Almeida

2. Comentário de LG:

Zé: alimentei-te a esperança de ainda poder aparecer aí amanhã, mas no outro fim de semana a Alice deu positiva para a Covid-19, no âmbito da 6ª vaga e eu também, no dia seguinte. O meu isolamento acaba no domingo. Não quero, em consciência, poder contaminar alguém. 

Fica posta de lado a hipótese inclusive de ir aí dar uma salto para tomar café e dar dois dedos de conversa. O João Crisóstomo ficou desolado, e eu também. Mas ele leva um grande abraço meu para todos, CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 2590/CCAÇ 12, outras subunidades adidas e ainda a CCÇ 1439 (a cujo convívio já fui uma vez, o último, na Ericeira). 

Acredita que tenho muitas saudades desses bambadinquenses todos!... Não são muitos, mas são bons, pelos nomes que vejo na lista

Que corra tudo bem, mas protejam-se. 

Só há dias tirei os pontos mas ainda tenho a recuperação atrasada. Só para a semana começo a fisioterapia, parte dos/das fisioterapeutas do hospital também esteve de baixa com Covid.  Em suma, a pandemia ainda não terminou nem dá tráguas. 
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Nota do editor:

Últmo poste da série > Último poste da série > 20 de maio de 2022 > Guiné 61/74 - P23279: Lembrete (38): Convívio do pessoal de Bambadinca (1968/71), Caldas da Rainha, 28/5/2022: a participação especial da madeirens CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) (João Crisóstomo, Nova Iorque)

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23279: Lembrete (38): Convívio do pessoal de Bambadinca (1968/71), Caldas da Rainha, 28/5/2022: a participação especial da madeirense CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) (João Crisóstomo, Nova Iorque)

1. Mensagem de João Crisóstomo, que se encontra temporariamemte em Portugal e que vai passar pela Eslovénia, terra da sua esposa Vilma, antes de regressar a Nova Iorque:

[O João Crisóstomo  (foto à esquerda com a Vilma) é um luso-americano, natural de Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito nos dizem, a todos nós, portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes...


Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, foi alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque, depois de ter passado por Inglaterra e Brasil; é casado, em segundas núpcias, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun. Tem 182 referências no nosso blogue; está aqui "atabancado" desde 26 de julho de 2010 (nº 432)
].





CCAÇ 1439, BI17, "Bravos, Avante!" (1965/67)


Data - quarta, 18/05, 15:42

Assunto - 26º Convívio de Bambadinca (1968/71)

Parabéns,  meu caro José Almeida,  pelo bem organizado encontro (*). .. Não sei quantos grupos constam deste encontro, mas qualquer coisa próximo de 100 participantes é fantástico.

Eu devo confessar que me encontro "um pouco” frustrado, mas … eu e a CCaç  1439 somos de 1965/67, antes da maior parte da gente deste encontro... E a idade não perdoa.

Como, de acordo com as minhas previsões,  registaste 10 pessoas (e ainda espero esse um número de participantes possível ) vamos fazer o seguinte: eu tomo a responsabilidade por 10 e se o número for menor do que 10 eu pessoalmente tomo responsabilidade e pago nesse dia a diferença. 

 É que,  apesar da boa vontade manifestada em comparecer quando os contactei, vários que nessa altura me disseram tencionavam vir e eu tinha como seguros, contactaram-me recentemente a dizer que por razões inesperadas (relacionadas con saúde ) não podem agora comparecer. Tenho pena que eles não possam por motivos de saúde:  a idade traz estas coisas, e eu acredito no que me dizem. 

 Acredita que a minha pena e a minha frustração são grandes; mas tu não tens culpa; não te faltarão coisas em que pensar; não seja este um problema que não previas.

Alguns só podem vir se o filho ou um amigo os trouxerem. Eu e minha esposa mesmos nos comprometemos a ir buscar um deles se nesse dia os seus filhos o não puderem trazer. No meu caso a minha esposa é que é sempre a “chauffer"...

Para mim é sempre muito importante ver os meus amigos, sempre que uma ocasião se proporciona. Ee neste encontro eu vi uma possibilidade de os rever agora.... É que nós somos poucos pois a companhia é de madeirenses e apenas os quadros eram da metrópole. E há vários anos já acabámos os nossos encontros. Não fora este anunciado encontro,  eu já estaria na Eslovénia há quase duas semanas pois os meus assuntos de saúde felizmente eram leves e o médico "deu-me alta" muito mais depressa do que eu esperava.

No dia 26 vou tentar contactá-los; mas suceda o que suceder, conta com 10, OK? Aguardo com antecipação este encontro.

Um grande abraço.
João C.



Portugal > Região Autónoma da Madeira > Funchal > Julho de 2015 > Pessoal da CCAÇ 1439, uma companhia toda madeirense (com exceção dos graduados e especialistas; o Freitas era o único alferes madeirense> "Orlando Vieira; Antonino Freitas, Gabriel Gomes Garanito; José Manuel Mota Barbosa; João Baptista de Nóbrega; José Honorato Silva; Danilo Peneta; José Manuel Gouveia Fernandes; Heliodoro Freitas Branco e eu, junto com minha esposa,Vilma Kracun (agora também Crisóstomo há dois anos e picos!…)" (Presume-se que a foto tenha sido tirada pelo Freitas, não ?!)


Algarve > Faro > Julho de 2015 > "Vilma e eu encontramo-nos com o Chico, Henrique Matos, Teixeira e Viegas".... Um ano produtivo para o João, que fez o "três em um": deu para dar um salto à Madeira e ao Algarve, em busca de antigos camaradas de armas da CCAÇ 1439, Pel Caç Nat 52 e Pel Caç Nat 54, que andarem pelos mesmos sítios, por volta de 1965/67: Porto Gole, Enxalé, Missirá, Xime, Bambadinca... E ainda esteve, a seguir, na Lourinhã, no Porto Dinheiro, numa caldeirada organizada pelo nosso saudoso Eduardo Jorge Ferreira! (**)

[Recorde-se que o Henrique Matos, açoriano de São Jorge a viver no Algarve, foi alf mil, o primeiro cmdt do Pel Caç Nat 52 (Enxalé, 1966/68),e que o José António Viegas, algarvio, foi fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68). Ambos são membros da nossa Tabanca Grande].

Fotos (e legendas):  © João Crisóstomo (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 28 de abril de 2022 > Guiné 61/74 - P23208: Lembrete (37): Convívio do pessoal de Bambadinca (1968/71), Caldas da Rainha, 28/5/2022: há 30 presenças confirmadas, das quais 10 do João Crisóstomo e outros camaradas da CCAÇ 1439 (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, 1969/71)

Vd. também poste de 17 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23087: Convívios (921): XXVI Convívio do Pessoal de Bambadinca, 1968/71: Caldas da Rainha, sábado, 28 de maio de 2022 (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, 1969/71)

(**) Vd. poste de 10 de julho de 2015 >  Guiné 63/74 - P14860: Efemérides (195): Os 50 anos da partida, para o CTIG, da madeirense CCAÇ 1439 (Enxalé, 1965/67), celebrados no Funchal, em Faro... e no Porto Dinheiro, Lourinhã (João Crísóstomo / Eduardo Ferreira)

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23208: Lembrete (37): Convívio do pessoal de Bambadinca (1968/71), Caldas da Rainha, 28/5/2022: há 30 presenças confirmadas, das quais 10 do João Crisóstomo e outros camaradas da CCAÇ 1439 (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, 1969/71)


José Fernando Almeida, o organizador do 26º Convivio,
ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (1969/71)

Guiné - Bambadinca 1968-1971

CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 2590/CCAÇ 12;
Pel Caç Nat 52, 54 e 63;
Pel Mort 22106 e 2268;
Pel Rec Daimler 2046 e 2206;
e outros



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > c. 1969/70 > Quartel > A famosa rampa de acesso ao quartel e posto administrativo, do lado leste... Daqui saía-se para o rio  Geba e porto fluvial (ao fundo, à esquerda) ou para a estrada (alcatroada,  Bambadinca-Bafatá). 

Bambadinca pertencia ao regulado de Badora, do outro lado do rio já era o regulado do Cuor (no nosso tempo, confinado a Finete e Missirá)... Bambadinca ficava num promontório. Esta rampa de acesso, íngreme, prestava-se a acidentes. Recorde-se um deles que ia vitimando o major Ângelo Augusto da Cunha Ribeiro, 2º cmdt do BCAÇ 2852, o qual ia morrendo esmagado no seu jipe por um desprendimento de cibes da viatura pesada que seguia à frente... Tinha por alcunha o "major elétrico". 

Belíssima foto do ex-fur mil op esp da CCAÇ 12 (1969/71) e nosso colaborador permanente, Humberto Reis.

Foto (e legenda) © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do José Fernando Almeida, organizador do 26º Convívio do pessoal de Bambadinca (1968/71)

Data - quarta feira, 27 abr 2022, 20:35 
Assunto - 26º Convívio de Bambadinca

Boa noite,  Luís

Como tinha combinado contigo, estou a fazer o ponto da situação do Convívio (*).

Das oitenta e uma cartas enviadas,  só uma veio devolvida e por endereço insuficiente. Através do Manuel S. Almeida (, de  Fragosela de Cima, Viseu), ao procurar o endereço correto, soube que o João Dias Vieira (, residente em Vil de Soito, Viseu)  fora admitido num lar por motivos de saúde.

Enviados trinta e seis emails. Presenças confirmadas trinta (30), destas trinta, dez (10) são da CCaç 1439. Pendentes devido a Operações, Convalescentes , doentes: Oito (8)

Como a data limite é o dia 18 de Maio, a partir do dia 5 de Maio , vou efectuar contactos telefónicos. 

Também nesse dia vou contactar o João Crisóstomo, da CCAÇ 1439  (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), que está em Portugal e que quer juntar o seu pessoal para participar também no nosso convívio.

Um abraço
Fernando Almeida (**)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 17 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23087: Convívios (921): XXVI Convívio do Pessoal de Bambadinca, 1968/71: Caldas da Rainha, sábado, 28 de maio de 2022 (José Fernando Almeida, ex-fur mil trms, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, 1969/71)

(**) Último poste da série > 16 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22636: Lembrete (36): Convite para a apresentação do livro "Nunca Digas Adeus às Armas (Os primeiros anos da Guerra da Guiné)", por António dos Santos Alberto Andrade e Mário Beja Santos, dia 18 de Outubro de 2021, pelas 18 horas, no Pálácio da Independência - Largo São Domingos, 11 - Lisboa