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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14066: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (7): Continuo a ter razões para acreditar na existência do Menino Jesus (José da Câmara)

1. Mensagem do nosso camarada José da Câmara (ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), com data de 18 de Dezembro de 2014:

Caros camaradas, amigos
Quase todos nós vivemos as celebrações do Natal em Portugal. Nos Açores, em particular na Ilha das Flores, o Natal era o Dia do Menino Jesus, símbolo da Vida e da Esperança que todos os anos se renovam.

Para nós, pequenada daqueles tempos nas aldeias portuguesas, amanhecíamos, alguns, porque em muitas casas o Menino Jesus era extremamente pobre, com um pequeno embrulho de figos passados, uma buzina de azul celestial com o Galo de Barcelos, um carrinho puxado a bois de sabugos. As meninas acordavam com lindas bonecas feitas com trapos ou de fiado de lã nos seus braços. Inocentemente, quando recebíamos algum presente corríamos a vizinhança a mostrar aos nossos amigos e amigas os lindos presentes que o Menino Jesus nos trouxera.

Um dia, de várias maneiras, a nossa inocência foi sacudida e acordámos para a realidade. Quase sem darmos por isso éramos crianças feitas homens e mulheres capazes de lavrar, de ordenhar, de cavar e sachar, tomar conta de um bebé, cozinhar, cozer pão, remendar umas calças. Aos poucos os nossos pais foram depositando as suas esperanças em nós e com elas caíam em cima dos nossos ombros a responsabilidade da renovação da vida.

O cumprimento do serviço militar obrigatório, a guerra do Ultramar, qual fasquia de vida e morte, deixou-nos recordações que a neblina da memória não conseguiu apagar. É por isso que aqui, na Tabanca Grande, nos encontramos dia após dia, ano após ano. Para recordar a nossa meninice, os nossos tempos de tropa, aqueles que deram o melhor de si mesmos a esta grande Nação Portuguesa, os que nos deixaram, os que vão chegando. Aqui tentamos passar o nosso testemunho sócio militar aos nossos filhos e netos. Para que a história da nossa juventude passada em terras do Ultramar nunca seja desventrada.

O Natal, mais que outra época qualquer, passado na Guiné tem histórias mil. Algumas são dolorosas, hilariantes outras, a amizade está em todas elas. Que os anos apenas serviram para a solidificar. Nada mais verídico do que aquilo que aconteceu entre os militares das açorianíssimas CCaç 3326, 3327 e 3328. No primeiro Natal passado naquela Província Ultramarina, foram trocadas mensagens de esperança entre os militares daquelas Companhias. Por nessa altura já me encontrar no Pel Caç Nat 56, sediado no Destacamento de São João, não fiz parte da troca daquelas mensagens… Isto é, até recentemente, 43 anos passados que foram sobre esse longínquo Natal de 1971, quando recebi a mensagem que os furriéis da CCaç 3328 endereçaram aos furriéis da CCaç 3327.


Sem dúvida alguma, uma mensagem que não chegou tarde, apenas me fez regressar às Bolanhas da Guiné, ao meu Natal de Criança. Sim, eu continuo a ter razões para acreditar na existência do Menino Jesus.

Para todos vós Festas Felizes e Bons anos.
José Câmara
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de Dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14060: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (6): Carlos Rios, Manuel Lema Santos, Vasco Santos, Armando Teixeira da Silva, Mário Gaspar, Vasco Pires, José Lima da Silva, Sivério Dias, Benito Neves, Sousa de Castro, José Martins, João Coelho e Manuel Alheira

domingo, 21 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14060: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (6): Carlos Rios, Manuel Lema Santos, Vasco Santos, Armando Teixeira da Silva, Mário Gaspar, Vasco Pires, José Lima da Silva, Sivério Dias, Benito Neves, Sousa de Castro, José Martins, João Coelho e Manuel Alheira

Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: Boas Festas 2014/15





1. Do nosso camarada Carlos Rios, Ex-Fur Mil da CCAÇ 1420/BCAÇ 1857, Mansoa e Bissorã, 1965/66



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2. Dos nossos camaradas:

Manuel Lema Santos, 1.º Tenente da Reserva Naval,  ex-Imediato na NRP Orion, Guiné1966/68

Vasco Santos, ex-1º Cabo Op Cripto da CCAÇ 6 (Onças Negras), Bedanda, 1972/73



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3. Do nosso camarada Armando Teixeira da Silva, ex-Soldado Atirador da CCAÇ 1498/BCAÇ 1876, Có, Jolmete, Bula, Binar e Ponate, 1966/67:



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4. Do nosso camarada Mário Vitorino Gaspar, ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68:

Boas Festas e Feliz Ano Novo
São os votos Sinceros deste AMIGO, extensivos à FAMÍLIA.

Um FELIZ NATAL E UM BOM ANO:
a) NATAL com muitas prendas nos sapatinhos e
b) Um BOM ANO NOVO cheio de Saúde e AMOR

“O Ano de 2014 chega ao fim.
E o Natal? Colorido como uma flor,
Seja abençoado um mundo enfim
Por uma onda de Amor …”

Mário Vitorino Gaspar


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5. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 15 de Dezembro de 2014:

Bom dia Luis,
Agora que chegamos no fim de mais um ano, junto com votos de Boas Festas, com bastante saúde e sorte, não poderia deixar de reiterar a minha admiração e gratidão, pelo teu trabalho e de toda a equipa editorial, em prol da nossa tão incompreendida geração, que logo cedo, foi enviada para as bolanhas da África Ocidental.
Seria injusto, se não lembrasse com destaque o meu Padrinho Carlos Vinhal, que me acolheu nesta Grande Tabanca, e me conduziu, nos por vezes íngremes Caminhos da Memória.

Forte abraço a todos.
VP

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6. Mensagem do nosso camarada José Lima da Silva, ex-Soldado da CCAÇ 1496/BCAÇ 1876, BissumPirada e Bula, 1966/67:

Meu caro Carlos Vinhal,
Os meus votos de óptimo Natal extensivo a toda a família.
Aproveito para enviar cumprimentos e votos de feliz Natal para toda a tertúlia da TABANCA GRANDE UM CALOROSO ABRAÇO

José Lima da Silva

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7. Mensagem do nosso camarada Silvério Dias, ex-1.º Sargento, locutor do PIFAS, com data de 13 de Dezembro de 2014:

No Passado:
Imaginámos num imbondeiro
a "A Nossa Árvore de Natal"!...
O calor era também de braseiro,
mas nada igual!...
Neste Presente:
Natal será,
quando um "Tabanqueiro" quiser!
Agora e já!
venha de lá quem vier!
Porque lutou e venceu
a impiedosa Saudade,
hoje, por inteiro já mereceu,
o seu "Natal de Verdade"!

E, nesta hora vos digo:
"também sofri igual castigo"!
O abraço é de maneira franca,
abarcando a imensa Tabanca!

Com os meus cumprimentos,
Silvério Dias

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8. Mensagem do nosso camarada Benito Neves, ex-Fur Mil da CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67, com data de 16 de Dezembro de 2014

Desejo(amos) um Santo Natal, com muita Paz, extensível à Família nesta quadra natalícia!
Que o Menino Jesus vos traga tudo que anseiam ter! Saúde acima de tudo!
Que o Novo Ano seja, na verdade, muito mais próspero do que aquele que agora termina.

Abraço
Benito Neves


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9. Do nosso camarada Sousa de Castro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74:


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10. Do nosso camarada José Marcelino Martins, ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70:




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11. Do nosso camarada João Alberto Coelho, ex-Alf Mil Op Esp/RANGER da 1.ª CART do BART 6522, S. Domingos, 1972/74:

Boa noite camarigos,
Em primeiro lugar, quero desejar-vos, bem como a toda a vossa família, um Bom Natal e um Ano Novo Feliz.
Gostava que colocasses no teu blogue, o nosso, a seguinte mensagem:

"Desejo a todos os Camaradas da Guiné e suas famílias, bem como aos familiares dos que não regressaram e dos que regressaram mas que já não estão entre nós, um Bom Natal e um Ano Novo com muita esperança." 

Um abraço do Camarigo
João Coelho

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12. Do nosso camarada Manuel Alheira, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 19, Guidaje, 1972/74:


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Nota do editor

Último poste da série de 21 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14058: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (5): Patrício Ribeiro, Bissau

Guiné 63/74 - P14058: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (5): Patrício Ribeiro,Bissau



Foto: © Patrício Ribeiro (2014). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do Patrício Ribeiro 

[Foto à esquerda; Patrício Riubeiro, português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, com família no Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bssau desde 1984, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.]

Amigos.

Um grande abraço para todos, desde Bissau.

Patrício Ribeiro
Impar Lda

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14044: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (4): Cartão original de António Murta


Imagem: © António Murta (2014). Todos os direitos reservados. 


1. Mensagem do António, recente grã-tabanqueiro, com data de hoje

[, foto à esquerda, António Murta [ex-Alf Mil Inf Minas e Armadilhas da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513. Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74]

Camaradas amigos
Luís Graça e Carlos Vinhal

A toda a Tertúlia desejo BOAS FESTAS e um ano de 2015 com mais de tudo o que em 2014 faltou. Com muita saúde.

Especialmente a vocês, ao Magalhães Ribeiro e ao Briote,
com um grande abraço,

António Murta.

PS: Anexo um postal que fiz nos joelhos para publicarem se acharem bem.
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Nota do editor:

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14039: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (3): "Pássaros nalus" (Catarina Schwarz)

"Pássaros nalus": um originalo cartão de boas festas, enviado pela nossa amiga Catarina Schwarz, filha do nosso querido Pepito (1949-2014) e neta da nossa decana, a Dona Clara Schwarz a quem queremos ajudar a apagar o bolo do seu 100º aniversário no próximo dia 14 de fevereiro de 2015.


1. Eis a mensagem que a Catarina Schwarz nos mandou hoje: 

A todos,  um abraço forte e um bom 2015. Mantenhas

Retribuímos, desejando à Catarina, à avô, à mãe Isabel Levy Ribeiro e demais famílias votos de um ano de 2015, cheio de projetos e realizações, que faça esquecer o fatídico 2014.  E relembrando aqui quanto o Pepito admirava o génio artístico dos nalus. O seu sonho era pô-los de novo a esculpir as suas peças de madeira, prática que entrou em decadência depois da sua conversão coletiva ao islamismo.  Recorde-se que em 2011 tinha morrido Salifu Camará, rei dos nalús, e pai espiritual adoptivo do Pepito. Esta admiração pelos nalus já lhe vinha do pai, Artur Augusto Silva.

2. E que o Nhinte-Camatchol proteja a Guiné-Bissau, a família Schwarz e a nossa Tabanca Grande!

(...) E que o Nhinte-Camatchol,
o grande irã dos nalus,
te proteja,
Guiné, Tabanca Grande.
E o Deus dos cristãos,
dos grumetes do Geba e da Amura,
E o Alá dos fulas, mandingas e beafadas.
E os irãs dos balantas, manjacos, papéis, bijagós
e demais povos ribeirinhos, animistas,
que todos eles te inspirem
e te protejam!

(LG)
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Guiné 63/74 - P14037: Estórias cabralianas (85): uma floresta de árvores de Natal... (Jorge Cabral)


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Tabanca de Iale Varela > Dezembro de 2010 > Crianças felupes.

Foto:  © Patrício Ribeiro (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]



1. Mensagem de ontem do Jorge Cabral...(e lá dentro uma estória de encantar, que só podia sair da "pena de ouro" do nosso "alfero Cabral"):


Com os votos de um Natal-Natal! E um GRANDE ABRAÇO! 
 J. Cabral


2. Estórias cabralianas > Uma floresta de árvores de Natal... Ou natalício apanhanço ?

por Jorge Cabral

[ex-alf mil art, cmdt Pel Caç Nat 63, Fá Mandinga e Missirá, 1969/71; jurista, prof ensino sup univ, reformado]

A 24 de Dezembro pela manhã, fomos a Bambadinca. Trouxemos bacalhau e o correio. 

Para mim chegou uma carta dos meus sobrinhos, escrita pela minha irmã. Dentro dela, um desenho do Pai Natal. Barba branca e uns óculos na ponta o nariz. Tal e qual eu ,agora…

À noite consoámos. Nem tristes, nem alegres.

No dia 25, como fazia sempre de madrugada, fui atrás do meu abrigo, junto ao arame, aliviar a bexiga. Mas, mesmo antes de iniciar a função, olhei a mata. Olhei e vi todas as árvores enfeitadas com luzes e bolas cintilantes:
 –Venham ver! – gritei.

Toda a gente dormia... Só apareceu um puto, o Braima, neto da Binta, que ficou extasiado.

Ao almoço relatei a maravilha. Ninguém levou a sério.  Chamei o Braima, mas de nada serviu. Natalício apanhanço, comentou o Branquinho…

Quarenta e quatro anos passados, confirmo. Eram milhares de árvores de Natal.!

Já contei ao meu neto. Acreditou…

Jorge Cabral

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Nota do editor:

Últimos cinco  postes da série > 


(...) Um dia, ouvi, em Bambadinca, que ia haver um campeonato de futebol. Para além da CCaç 12 , entravam todos os Pelotões e Serviços da CCS. Inscrevi o Pel Caç Nat 63, embora não tivéssemos equipa, nem sequer bola, que me apressei a adquirir.

Chegado a Fá, ordenei treinos diários. Tarefa difícil, pois os meus soldados africanos nem as regras conheciam. Eram fortes e rápidos, mas pareciam especialistas em sarrafadas. Para tirar a bola ao adversário valia tudo. (...)



26 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12345: Estórias cabralianas (83): Da Gata Catota à Tabanca da Queca... (Jorge Cabral, com bolinha...)

(...) No fim dos anos 70, era um simpático advogado, com muitas clientes que me gabavam a grande sensibilidade…Entre elas, destacava-se a D. Prazeres, que eu divorciara de um marido violento e me assediava todos os dias, com questões que, de jurídico, tinham muito pouco. (...)


2 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12238: Estórias cabralianas (82): Quando cabeças e rabos não são equivalentes, e nem sempre dois mais dois são igual a quatro: O Sitafá, as fracções e as sardinhas (Jorge Cabral)

(...) Em Missirá durante dois meses, estivemos sem abastecimentos. Época das chuvas, o sintex e os dois unimogues avariados .Ainda tínhamos conservas,mas faltavam as batatas, o vinho e o arroz para os africanos. Um dia porém, o Pechincha conseguiu fazer dos dois burrinhos, um, que andava. Fomos a Bambadinca, deixando a viatura, à beira da bolanha de Finete, que atravessámos até ao rio, o qual cambámos na piroga do Fodé. (...)


30 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12222: Estórias cabralianas (81): Em Vendas Novas, de ronda, na Tasca das Peidocas (Jorge Cabral)

(...) Em Janeiro de 1969, eis-me garboso aspirante na E.P.A. [Escola Prática de Artilharia], em Vendas Novas. Ao contrário dos outros aspirantes, encarregados da instrução no C.S.M. [, Curso de Sargentos Milicianos], eu fui colocado na Secção de Justiça e na Acção Psicológica, sendo ainda nomeado árbitro de andebol da Região Militar. (...)

13 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12035: Estórias cabralianas (80): As mulatas de Luanda (Jorge Cabral)

(...) Numa noite, no início de Maio de 1968, apareceu-me irritado o meu amigo Filipe. Ia para a tropa.
– Tens a certeza Filipe? Olha vamos passar por lá, pela Junta de Freguesia. (Onde à porta afixavam as listas).

E fomos. Corri os olhos pelo edital e era verdade. Lá constava, Filipe Narciso Gonçalves da Silva. Só que, um pouco mais abaixo, encontrei o meu nome, Jorge Pedro de Almeida Cabral. Devia ser engano, um erro, eu tinha direito a adiamento. Que o Filipe fosse, não era para admirar. De igual idade e entrados ao mesmo tempo na Faculdade, ele não passara do primeiro ano, enquanto eu contava acabar o curso no ano seguinte. (...)


Guiné 63/74 - P14036: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (2): Memórias do passado que são presente – o NATAL (Jorge Araújo)



1. O nosso camarada Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/1974), enviou-nos a seguinte mensagem de Natal: 

Caríssimos Camaradas,

Não podia deixar de vos enviar esta mensagem de BOAS FESTAS, desejando-vos um SANTO NATAL e um melhor ANO NOVO, com muita saúde, extensiva a todos os restantes familiares.

Para os outros membros da nossa «TABANCA», e leitores assíduos, seguem iguais votos, enquadrados por uma pequeníssima narrativa histórica relacionada com os três NATAIS da CART 3494, contabilizados durante a sua Comissão de Serviço no CTIG. 

Com os meus melhores cumprimentos,

BOAS FESTAS
AO COLECTICO TERTÚLIANO DA «TABANCA GRANDE»
- BOM NATAL E UM ANO DE 2015 COM MUITA SAÚDE-


Foto 1 [postal BF] – Bafatá - Dez/1972. Loja das Libanesas… uma das paragens obrigatórias quando nos deslocávamos a Bafatá… Aí comprávamos quase tudo… para consumo interno e externo.

I– INTRODUÇÃO

- Memórias do passado que são presente – o NATAL

Há quarenta e três anos atrás,ou seja, em 22 de Dezembro de 1971, 4.ª feira,no Cais da Rocha, em Lisboa, a tripulação do N/M NIASSA aguardava, para nova viagem ultramarina até ao Cais do Pidjiguiti, em Bissau, a chegada de mais algumas centenas de jovens milicianos nascidos maioritariamente no ano de 1950. A bordo estaria um novo contingente militar mobilizado para cumprir a sua missão no CTIGuiné, pelo menos por um período de dois anos.

Por volta do meio-dia, esse contingente metropolitano organizado em Batalhão [BART 3873 //CCS +CART3492; CART 3493 e CART 3494]e, ainda, a Companhia Independente CART 3521, formadas em Vila Nova de Gaia [Serra do Pilar] no Regimento de Artilharia Pesada n.º 2 [RAP 2], depois de cumpridos todos os procedimentos oficiais, seguiu o seu destino,traçado pelo Estado-Maior do Exército, despedindo-se pela última vez de familiares e amigos presentes ao acto, acenando-lhes e ecoando em uníssono, com a intensidade e amplitude vocal possível a cada um naquela ocasião, «Adeus… Adeus… Adeus; até ao meu regresso!».

A viagem demorou uma semana, com a chegada a verificar-se em 29 de Dezembro de 1971, a escassos dois dias de nascer um novo ano.

Porque o regresso só aconteceu em Abril de 1974, o tempo total contabilizado pelo nosso efectivo em território da Guiné foi superior a vinte e sete meses e meio,ultrapassando largamente o inicialmente previsto. Este período de tempo acabaria por ser considerado de “record de presença” durante o conflito militar [1963-1974].

Deste modo, foram três as Quadras Natalícias que a maioria de nós gravou no seu diário. A de 1971, a bordo do N/M Niassa; a de 1972, no Xime, e a de 1973, em Mansambo. 

Recordo, neste contexto, através de algumas imagens recuperadas do baú de memórias, cada um desses momentos, com excepção da viagem marítima de que não possuo qualquer prova, na medida em que não embarquei nesta data.

Por essa razão, se algum dos camaradas que fez esta viagem tiver alguma foto, independentemente da Unidade a que tenha pertencido… faça o favor de a(s) divulgar. O colectivo agradece.

1.º NATAL –>1971 = A BORDO DO N/M NIASSA


Foto 2 – Bissau - 29DEC1971. Chegada a Bissau do N/M Niassa com o contingente do BART 3873 [CCS; CART 3492; CART 3493 e CART 3494] e CART 3521 [Independente], dias depois de terem passado o 1.º Natal, fora do contexto familiar, algures no Oceano Atlântico. Foto do álbum de António Sá Fernandes, ex-Alf. Mil. CART 3521 e Pel. Caç. Nat 52[P10864-LG,com a devida vénia].

2.º NATAL –>1972 = NO AQUARTELAMENTO DO XIME


Foto 3 – Xime - Natal/1972. Mesas de militares da CART 3494, com excepção do 2.º GComb que, comandado pelo Alferes José Araújo [1946-2012] e pelos Furriéis Luciano de Jesus e Benjamim Dias, estava deslocado no Destacamento do Enxalé, margem direita do Rio Geba, em frente ao Xime. 


Foto 4 – Xime - Natal/1972. De pé, António Costa [1.ºC]; José Pacheco [20.º Pel Art]; Jorge Araújo e Mário Neves [Furriéis].

3.º NATAL –> 1973 = NO AQUARTELAMENTO DE MANSAMBO 


Foto 5 – Mansambo/1973. Da esquerda para a direita: Carola Figueira [Furriel]; António Costa, de pé [1.ºC-impd.M.Of.]; Orlando Bagorro [1.º Sarg]; Serradas Pereira [Alferes]; Luciano Costa [Cap Mil CMDT 3494]; Jorge Araújo, de pé [Furriel]; Lobo da Costa [Alferes Estagiáriodo Curso de Capitães]. 


Foto 6 – Mansambo/1973. 1.ª mesa: Orlando Bagorro [1.º Sarg] de costas; Serradas Pereira [Alf.]; Acácio Correia [Alf.] e Lobo da Costa [Alf. CC]. 2.ª mesa à esquerda: Carvalhido da Ponte; desconhecido; Jorge Araújo e Mendes Pinto [Furriéis]. 

Foto 7 – Mansambo/1973 [messe] – Da esquerda para a direita: Acácio Correia [Alf]; Jorge Araújo [Fur] e Lobo da Costa [Alf. CC] e Óscar Almeida [imp/messe, c/ óculos].


Foto 8 – Mansambo/1973 – Coluna de abastecimento -picada Bambadinca/Mansambo.

Termino, enviando a todos os camaradas tertulianos daTABANCA GRANDE, e aos leitores assíduos donosso blogue, uma MENSAGEM DE BOAS FESTAS, em particular aoLuís Graça, ao Carlos Vinhal e ao Magalhães Ribeiro, equipa de editores sempre operacionais na difícil tarefa[diária] de ordenar a prosa e as imagens enviadas pelos camaradas grã-tabanqueiros, realizadas nos seus tempos de lazer que deixam de o ser por amor a esta nossa causa colectiva, envolvendo, por isso, muitíssima dedicação, e a quem estou naturalmente grato.

QUE TENHAM UM BOM NATAL 
E UM ANO DE 2015, DIFERENTE PARA MELHOR,
COM MUITA SAÚDE E FELICIDADE.

Um abraço,
Jorge Araújo.
Fur Mil Op Esp / Ranger, CART 3494
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Nota de M.R.: 

Vd. Também o último poste desta série em: 


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14031: Sob o poilão sagrado e fraterno da nossa Tabanca Grande: boas festas 2014/15 (1): Que os nossos bons irãs nos/vos protejam, camaradas e amigos/as!



Lisboa > Natal de 2014 > Praça do Comércio



Lisboa > Natal de 2014 > Praça do Rossio

Fotos: © Luís Graça  (2014). Todos os direitos reservados.


Vídeo (1' 46'') alojado em You Tube > Nhabijoes


Lourinha >  13 de dezembro de 2014 > Natal de 2014,  animação de rua com o Grupo de Gaiteiros da Freiria, Torres Vedras.  Apoio da junta de freguesia local e do comércio tradicional.




Vídeo (1' 47'') > Alojado em You Tube > Nhabijoes

Lisboa > Basílica dos Mártires, Chiado > Concerto de Natal >  14 de dezembro de 2014 > Coro da NOVA, Universidade Nova de Lisboa, sob a direção do maestro João Valeriano > "Hossana to the Son of David", Thomas Wealkes (c, 1575-1623).



Vídeos: © Luís Graça  (2014). Todos os direitos reservados.


1. Camarada, amigo/a, leitor/a: 

Decididamente, é difícil, 
se não mesmo impossível
fazer de conta que não é natal
todos os anos por esta altura do ano.

Há mais de um mês 
que os sinos dos centros comerciais,
as campainhas da televisão 
e os guisos da internet
nos anunciam que vem aí o natal
e, com ele, 
todas as coisas boas, materiais e imateriais,
que, no nosso imaginário,
associamos às festas do natal e ano novo.

Para além da efeméride, 
e da data no calendário religioso, 
de grande significado para os cristãos,
o natal tem, 
para outra parte não menos importante da humanidade. 
uma dimensão cultural e espiritual
que também importa (re)valorizar e (re)lembrar.

Mesmo para os crentes de outras religiões
e para aqueles de nós que não têm nenhum religião em especial,
o natal e o ano novo (no calendário gregoriano)
são uma quadra que nos convida
à reflexão, 
à meditação, 
à partilha,
à prestação de contas com a vida,
à prova de vida,
à renovação da esperança.

Não faz sentido desejarmo-nos,
uns aos outros,
feliz natal e bom ano novo
sem nesses votos estar implícita ou explícita
a ideia de esperança e de futuro.

Esperança no futuro,
num planeta amigável e habitável,
onde possamos caber todos,
nós e os 7 mil e tal milhões de outros como nós...
Precisamos de esperança, 
amigos e camaradas.
Cada um de nós, Portugal, a Guiné, o resto do mundo.
Ninguém, em termos individuais e coletivos
pode viver sem esperança,
sem sonhos,
sem projetos,
sem metas.


Costumamos dizer, com graça,
que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!
Pois é, 
é grande de nome, 
e é virtual,  a nossa tabanca,
é uma ideia que tem vindo a ser acarinhada e construída
ao longo já de mais de um década,
uma ideia simples, a de partilha de memórias,
e que, atrás das memórias,  tem trazido os afetos,
a amizade, a camaradagem, a solidariedade.


Queremos que o resto da picada da vida
que ainda temos para palmilhar
não seja uma viagem solitária,
para cada um de nós,  ex-combatentes.
E que também não seja enfadonha,
que tenha algum pica,
com o humor q. b.,
que é algo que também nos faz falta,
a par da saúde, do amor e do patacão!

Queremos que aqueles que se sentam
à sombra do nosso imaginário poilão sagrado
se possam sentir também, de algum modo,
acompanhados pelos seus antigos camaradas.
Queremos ser conhecidos e reconhecidos 
uns pelos outros,
e, se possível,  lembrados e evocados
pelos nossos filhos, netos e até bisnetos.
Que, afinal, são aqueles que nos importam.
Queremos que eles não sintam  vergonha de nós.
Pelo contrário, 
queremos que eles tenham orgulho de nós,
da nossa geração.


Fizemos a guerra e a paz,
e gostamos de evocar e recordar esses tempos
em que passamos por essa terra verde e rubra
que era a Guiné.
Continuamos a ter carinho por ela e pelas suas gentes,
depois de termos exorcizado os fantasmas do
(e feitas as contas com o)  passado,
Queremos caminhar juntos,
queremos que Portugal e a Guiné,
os portugueses e os guineenses,
caminhem juntos,
com esperança no futuro,
na terra que, afinal, é só uma e é de todos.


Votos de esperança, amigos e camaradas,
sobretudo para aqueles de nós
que estão longe da terra que os viu nascer,
nas mais desvairadas diásporas lusitanas,
ou que estão doentes,
ou que perderam recentemente alguém muito querido,
ou que muito simplesmente perderam algo de muito importante
como pode ser a fé, 
a fé nos outros, na humanidade ou na pátria.


Votos de esperança,
sobretudo para aqueles de nós
que sentem que a sua terra foi ou tem sido
má mãe, mau pai, mau irmão, má irmã.


Votos de esperança
na paz, na liberdade e na justiça
a que todos temos direito.


Boas festas para todos/as,
amigos/as e camaradas!
E que os nossos bons irãs 
nos/vos protejam!


Os editores (com amor e humor q.b.)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13971: Inquérito online: as primeiras respostas: Máquinas fotográficas e fotografia; prova de vida; votos de boas festas 2014/15




Guiné > Região de Tombali > Setor S2 (Aldeia Formosa) >  CCAÇ 18  > c. 1973/74 > Uma saída para o mato.. Foto de Antero Santos , que têm lá mais 300, (que já mandou digitalizar, para partilhar com a Tabanca Grande... Eis uma bela prenda de Natal!).


Foto: © Antero Santos  (2014).Todos os direitos reservados [Edição: LG]


As primeiras respostas à nossa sondagem, envaidas ontem, e também provas de vinda e votos de bopas festas 2014/15 (*)...


(i) Rui Santos [ex-alf mil, 4.ª CCAÇ, Bedanda e Bolama, 1963/65]

 Luis, meu amigo

Máquina fotografica ?? Que é isso ?? Nunca usei ... granadas defensivas, ofensivas, incendiárias, de morteiro,  de bazuca ... isso sim mas nunca atirei com essa ... máquina, apenas fui "atingido" por máquinas de outrèm.

Mas acho piada a quem foi para o mato ... fotografar.

Bom Natal, mas antes encontramo-nos na "Gala dos galos" [, dia 18 de dezembro, na ADFA].

Abraço, Rui Santos (o verborreico)


(ii) João Lourenço [, vive em Matosinhos; ex-alf mil, PINT 9288, Cufar, 1973/74]

Meu caro Luís,

Foi na Guiné que comecei a fotografar, por causa do comércio de máquinas de boa qualidade a preços razoáveis. A minha foi comprada,  salvo erro,  no TAUFIK SAAD,  em Bissau;   era uma Canon FTb, se não erro.

Tenho algumas fotos a preto e branco, mas poucas,  porque vinham revelar a Lisboa, e nem sempre havia portador do mato para a metrópole.

São memórias que guardo com carinho, dos bons e maus momentos

Um alfabravo, João Lourenço



(iii) Rui Vieira Coelho

[médico reformado, ex-alf mil médico BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518 (Galomaro, 1973/74, e subdelegado de saúde da zona de Galomaro-Cossé [, foto à esquerda, em 1973, em Galomaro, da autoria de Juvenal Amado]

Tinha máquina fotográfica comprada nos Açores onde estive a fazer inspecções militares,  e era uma Aza Pentax Spontamatic II,  semi- profissional

Tenho fotografias a preto e branco. Tenho a cores. Tenho slides a cores

Um abraço do
Rui Vieira Coelho





(iv) Armando Fonseca 


[, ex-Soldado Condutor, Pel Rec Fox 42, Guileje e Aldeia Formosa, 1962/64]



Levei da metrópole uma máquina tipo caixote que era minha e de mais dois camaradas, e que no final foi sorteada e não me calhou a mim, mas na altura , como hoje, o dinheiro era pouco e não dava para investir em muitas fotografias, mas hoje tenho pena de não ter feito mais

Armando Fonseca

(v)  José Manuel [de Melo Alves] Lopes [Josema]

[vitivinicultor, duriense, poeta, ex-fur mil, CART 6250/72, "Os Unidos de Mampatá, Mampatá, 1972/74]


Sim, tinha uma Kodak, prenda de meu pai no natal de 1971. A Kodak, um lápis e um caderno me acompanhavam para todo o lado. Os rolos eram revelados em Aldeia Formosa, eté o batalhão ser rendido em 73. Havia lá um "habilidoso" que percebia da poda. Depois, passaram a ser revelados em Bissau, quando havia portador.


josema


(vi) Ricardo Almeida 

[, ex-1.ºcabo, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, K3 / Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71]

Respondi:

1. Nunca tive máquina no CTIG

4.  Às vezes emprestavam-me uma máquina ou tiravam-me fotos

7.  Tenho bastantes “slides”

(vii) Guilherme Ganança


 [ex-Alf Mil da CCAÇ 1788/BCAÇ 1932,
 CabedúCatió eFarim
1967/69]

Olá, Luís Graça

Em relação à sondagem sobre fotografias: eis as minhas respostas:

1 - Nunca tive máquina fotográfica no TO da Guiné.
5 - Havia um «fotógrafo de serviço».
8 - Tenho algumas fotos a preto e branco.

Desejo-te, desde já, um Bom Natal, bem como a todos os camaradas da Tabanca Grande.

Eu estou recuperado e sinto-me bem. Só tenho de cumprir as «ordens de serviço» emenadas do IPO, atarvés da médica que me acompanha.

Alfa-bravo. Guilherme Costa Ganança


(viii) João [José de Lima Alves] Martins

[ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, 
Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69 ]


Respostas:


3. Comprei uma máquina na Guiné


7. Tenho bastantes “slides” [, que partilhei no Facebook e no blogue].


(ix) Antero Santos [ex-Fur Mil Atirador/Minas e Armadilhas da CCAÇ 3566 e da CCAÇ 18 - Empada e Aldeia Formosa -, 1972/74]


 Caros Amigos Luís Graça e demais editores

Relativamente a máquinas fotográficas informo que:

2 - quando parti para a Guiné levei uma máquina da marca Kodak, das mais baratas, toda em plástico.
3 - Comprei depois a um gila, em Empada, uma melhor, da marca Halina, ainda em 72. Em 73, já em Aldeia Formosa, vendi a Halina e comprei ao 1º sargento Pires (da CCAÇ 18, a minha unidade) uma Canon QL 17 (ou 19); esta Canon "foi-se" no Aeroporto Sá Carneiro por volta de 1994; deixei-a numa cabine telefónica e desapareceu. Em 73, numa das idas a Bissau, comprei um projector de slides (que ainda tenho);

6 - tenho algumas fotoa a preto e branco (40 a 50);

7 - tenho slides (cerca de 300) que já mandei digitalizar.

Em 73 comprei em Bissau um projector de slides (que ainda tenho).

Junto uma foto (transferida de um slide) do meu grupo de combate; como sempre saíamos do quartel mais ou menos a granel e quando chegávamos ao posto avançado antes do arame há que agrupar e sair - "vamos a eles antes que eles venham a nós" - frase que eu dizia sempre imediatamente antes de passar o arame farpado. Nos 18 meses que estive em Aldeia Formosa, comandei o grupo de combate por não ter Alferes,

Um abraço

(x) Martins Julião [, empresário, Oliveira de Azxemeis; ex-alf mil inf, CCAÇ 2701, Saltimnho, 1970/72]

Camarada,

Comprei uma no Saltinho, sob encomenda aos gilas, uma Canon,  formidável; no meio da confusão cheguei a Portugal sem ela.

Um furriel da CCaç 2701 era o fotografo de serviço: Furriel Mil Alves.

Uma saudação cheia de tempos idos.

Martins Julião


(xi) Fernando Chapouto 

[ex-fur mil op esp, CCAÇ 1426, Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965/67]


Quando entrei no Niassa,  a primeira coisa a comprar foi uma garrafa de whisky só para saber como era, não me dei mal com ele, só um bocadinho mais forte do que a minha aguardente de bagaço.

No mesmo dia comprei a máquina fotográfica e foi tirar fotografias sem fim até chegar a Bissau.
Como era fracota quando cheguei ao sector de Bafatá,  comprei uma melhor por dois contos no meu amigo e conterrâneo Eduardo Teixeira, que era o dono da drogaria ao, lado onde se comiam uns bons petiscos e em frente à porta de entrada  do quartel, que passou a revelar-me os rolos, por isso ainda ganhei algum patacon com as fotografias.

È esta a história da máquina fotográfica.

Ficaste elucidado quanto à BOR?

Um forte abraço
Fernando Chapouto