Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 2366. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 2366. Mostrar todas as mensagens

sábado, 3 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6670: V Convívio da Tabanca Grande (14): Caras novas (Parte III): O João Barge, da CCAÇ 2317, que foi meu actor em A Cantora Careca, com o Rui Barbot/Mário Claúdio... (Carlos Nery)











 Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  > (*) Em cima (as três primeiras imagens), o João Barge e o Carlos Nery... Em baixo, o João Barge, ao meio, com o Idálio Reis (à direita, segurando uma cópia das letras do Cancioneiro de Gandembel) e o camarada,  advogado da Tabanca de Matosinhos, que, na Guiné, chegou a ser graduado capitão ou comandou a sua companhia (Imperdoável: não fixei o seu nome, espero que o Carlos Vinhal ou o Eduardo me dêem uma ajuda para colmatar esta branca; é outra cara nova nos encontros da Tabanca Grande, e que não precisa de convite para se juntar aos bravos do pelotão).

 

1. Comentário, com data de hoje,  de Carlos Nery ao Poste P6630:





E não é que, em Monte Real, fui encontrar o João Barge, outro dos "meus" actores de Bissau?!

O João, afinal, faz parte da Tabanca Grande e descobri-o agora, esteve comigo em Buba, também.

Eu explico, houve uma altura em que Buba foi terra de "muitas e desvairadas" gentes. Abria-se aquele "elefante branco" que foi a Estrada Nova, (um dia falarei nessa empresa que custou vidas, sofrimento e imenso esforço e que nunca serviu para nada); uma das unidades que ali esteve, creio que durante três meses, foi a companhia que estivera em Gandembel, a CCaç 2317, a que o Alf João Barge pertencia.

Certamente que o conheci nessa altura mas não me recordo. Mais tarde, quando em Bissau decidimos fazer A Cantora Careca,  creio que não tive a noção daquilo que havia sido a experiência de guerra do João.

Várias vezes o Barbot [hoje, o escritor Mário Claúdio,] me perguntara, mais recentemente, pelo João. Dali mesmo, de Monte Real, lhe comuniquei que o encontrara, finalmente, e que estávamos ali os dois. Pois está "na calha" um encontro, algures, destes três amigos!


2. Comentário de L.G.:

Como a gente costuma dizer, quando estamos sentados debaixo do poilão da Tabanca Grande, à sombrinha, protegendo-nos dos rigores da canícula, e descansando o corpinho da longa e difícil jornada do dia, "o mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande!". 

O João, já o conhecia, superficialmente, de um dos primeiros convívios da Tabanca do Centro. Ele é natural de (ou residente em) Leiria. Agora, o que não imaginava que ele era também um dos homens-toupeira de Gandembel e um dos famosos letristas do Cancioneiro de Gandembel. Daí ele aparecer ao lado do Idálio Reis que, de resto, me ficou de mandar uma cópia das letras do Cancioneiro (que não se resumem ao hino)... 

O João Barge, ex-Alf Mil, de rendição individual, que passou pela CCAÇ 2317 (Gandembel e Ponte Balana, 1968/69), vai honrar-nos, naturalmente, com a sua adesão formal à Tabanca Grande: falta-nos mandar a "chapa da tropa"...  A pouco e pouco, o encenador Carlos Nery vai juntando os actores que deram brado, em Bissau, no QG, na representação da peça A Cantora Careca, de Eugénio Ionesco (1909-1994), o franco-romeno, considerado um dos pais fundadores do Teatro do Absurdo. [Para quem quiser saber mais, vd. aqui o  texto em português de A Cantora Careca].


3. Comentário (posterior) de Arménio Estorninho:

Olá, Camarada e Amigo Carlos Ner  (já conhecemo-nos de Buba e dos almoços-convívio). Lá vai uma ajudinha aqui das bandas do Sul e com forte calmeiro de Sueste.

Na foto quatro, o Camarada e Amigo não identificado, trata-se do ex-Capitão Graduado  Inf Eduardo Moutinho F. Santos, hoje Advogado na cidade do Porto.  Comandou a CCaç 2381 "Os Maiorais", 1968/70 e tomando posse a 09/11/69, em Empada.

Distinto Oficial, Alferes Mil da CCaç 2366/BCaç 2845, foi Graduado em Capitão por actos praticados em combate que ilustram as Forças Armadas, por Despacho de 03/11/69 de S.Exª o General Comandante-Chefe.

Assim como, em 14/12/69, foi atribuído ao Comando da Unidade,  além da responsabilidade Militar, a da Administração Civil do Sub-Sector. Pela primeira vez na Província da Guiné.

Com um abraço amigo
Arménio Estorninho 

 ____________


Nota de L.G.:


(*) Vd. último poste desta série > 2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (11): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos... (Luís Graça)

sábado, 8 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6344: Convívios (234): Pessoal da CCS, CCAÇ 2366 e CCAÇ 2367 do BCAÇ 2845, ocorrido no dia 1 de Maio em Buarcos (Albino Silva)

1. Mensagem de Albino Silva* (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de 5 de Maio de 2010:

Olá Carlos, Olá Tabanca Grande.
Aqui esta o chato do Albino.

Gostaria que toda a malta visse este poste do convívio da CCS e das CCAÇs 2366 e 2367.

Quero aqui esclarecer os Camaradas da CCaç 2368 que este convívio não foi a nível de Batalhão ou teriam feito parte do mesmo.
Acontece que como eu tinha a meu encargo a realização do Encontro da CCS no Dia 1 de Maio, da 2367 em 22 e da 2366 em 29 de Maio, e como eram no mesmo Restaurante em Buarcos, consegui que se juntassem as três Companhias no mesmo dia, para evitar assim ter de fazer a astrada três vezes no mesmo mês. Foi usto que aconteceu.

Sim, convém esclarecer esses meus camaradas da 2368, pois não vão eles julgar que o Albino Silva os desprezou, porque isso nunca eu o faria por muitos motivosos, principalmente pela consideração que tenho por esses Camaradas de quem me orgulho que são também do mesmo Batalhão.
Tenciono estar com eles no dia 30 de Maio, mas desde já quero deixar um grande abraço a todos.

Desculpem o incómodo pelo trabalho que dou.
Um grande abraço para a Tabanca Grande
Albino Silva


GRANDE RONCO

1 de Maio de 2010

Depois de mais um ano passado, fizemos de novo Ronco.

Neste, comemoramos os nossos 40 anos de regresso da Guiné, e juntamente com a CCS estiveram presentes também a CCaç 2366 Periquito Atrevido, e a CCaç 2367 Vampiros.

Como surgiu a ideia? Fácil.

Cabendo-me a mim fazer parte da organização da CCS, neste dia 1.º de Maio, também é verdade que eu seria o organizador dos Convívios da CCaç 2367 que seria em 22 de Maio, e da CCaç 2366 no dia 29 de Maio no mesmo local, Buarcos, e como o restaurante tinha capacidade para as três Companhias no mesmo dia, então, para evitar de fazer a estrada 3 vezes no mesmo mês, aproveitei de matar três coelhos com um só tiro, com pena de não estar presente a CCaç 2368, Feras, porque então seria a nível de Batalhão, e não era eu o organizador.


Ainda não eram 10 horas, já chegavam camaradas que assim iam trocando os primeiros abraços e se iam concentrando na Parada, saboreando a frescura da manhã, e olhando o mar.
Aquele mar imenso da Praia de Buarcos, onde os nossos olhares se estendiam nas águas, bem ao longe, mas sem nunca vermos o Niassa navegando.

O tempo ia assim passando e cada vez éramos mais a engrossar a formatura. Por volta do meio-dia lançaram o primeiro ataque ao inimigo do Colesterol, na Esplanada da Tabanca, mas sempre com o olhar na bolanha, (oceano) para não o perder de vista, já que este nos maravilhava com aquela excelente paisagem em toda a sua orla, que mais não era que as magníficas praias, incluindo a Figueira da Foz.

Depois do primeiro ataque aos carapaus e companhia, ia-se preenchendo as listas com riscos quando mais um efectuava o pagamento, e ainda foram bastantes.
Depois desta operação terminar, deu-se ordem para atacar à mão armada, com rocketes e tudo o que estivesse nas mesas, pois eram muitas naquela Tabanca ao pé do mar.
Enquanto o ataque durou, deu-se pela falta de muitos camaradas e em todas as Companhias.

Por aqueles que já faleceram, fizemos uma singela homenagem com um minuto de silêncio, e depois falamos daqueles que por qualquer motivo não quiseram estar presentes, e por isso, em comparação com outros anos, fomos muito menos, o que me levou a pensar se esses camaradas só vem se outros vierem, ou se desprezam aqueles que vem.

Caro companheiro de armas e de guerra, a Guiné está ainda nas nossas mentes, logo também não estás esquecido, pois na Guiné, naquela guerra fomos um por todos e todos por um.

Há 40 anos deixamos aquela Guiné onde sofremos bastante, uns talvez mais que outros, mas no fundo todos sofremos.

Foram lutas e tiroteios intensos, foram caminhadas a pé entre matas e capim, picadas e bolanhas, foi a fome, a sede, a chuva e o calor, os mosquitos e as abelhas, as minas, muitas noites sem dormir e o ouvir rebentamentos constantes que faziam tremer aquele chão de terra já de si vermelha.

Foi o terror e a coragem por ver camaradas feridos, e foi dor em ver outros que pela Pátria perderam a vida, alguns deles junto de nós, encostados a ti.

E agora camaradas, será que vos esquecestes que foi na Guiné onde criamos uma amizade que apenas para alguns só terminará quando passarem à disponibilidade da vida.

Não somos todos iguais, eu sei bem, e é pena, pois conheço alguns que não vem a este Ronco, simplesmente porque já não querem aquele abraço do camarada que por vezes lhe deu tanta coragem e em determinadas situações até repartiu com eles a ração de combate e até a pouca água de seu cantil.

Será que estás esquecido?

Talvez, pois são quarenta anos de saudades de quem teima em não aparecer para aquele abraço amigo de bom camarada.


Agradecimento

Camaradas em geral. Esteve presente entre nós o 2.º Sargento, Luis Rafael dos Santos.

Sabemos que estiveram alguns ex-Oficiais, mas convém lembrar que este camarada com 83 anos, fazia toda a questão de vir ver a malta que ele já não via há 41 anos, pois veio embora mais cedo um ano que nós.

Dada a impossibilidade de poder fazer a viagem com a esposa, desde o Laranjeiro (Almada), ligou-me lamentando o facto, mas notei nele a força de vontade de querer estar presente.
Assim e por isso quero agradecer a sua filha a gentileza e amabilidade por trazido o seu pai até junto de nós, porque também ela viu a força de vontade que seu pai tinha em nos ver, e tal foi sua alegria quando se encontrou no meio desta camaradagem.

Obrigado minha senhora pela alegria que deu a seu pai, porque vi nele uma pessoa feliz, mas também pela alegria que nos deu a nós, em especial a mim.

Dado todo o trabalho que tive e que a senhora pôde ver isso mesmo, nem sequer lhe pude agradecer o amor demonstrado pelo seu pai.

Obrigado por o ter feito, e pelo lindo gesto, pois devia haver mais filhos a trazerem seus pais a estes encontros, porque certamente lhes dariam mais vontade para viver, os últimos anos de uma vida dura e traumatizada como tiveram. Bem haja.

Para vós camaradas, quer da CCS quer de outras Companhias que estais espalhados pelo mundo sem possibilidades de poderem estar presentes, é em especial para vós que faço este trabalho, para que estejam ao corrente daquilo que ainda fazemos, depois da Guiné e estarei sempre disponível para tudo aquilo que quiserem saber ao nível do BCaç 2845, dentro das minhas possibilidades.

Vejam em baixo meus endereços.

Para os camaradas que não comparecem.
Juntem-se e venham, pois tenho a plena certeza que irão dizer como todos os que vêm a primeira vez:

- Se soubéssemos que era assim tão saudável, já teríamos vindo há mais tempo.

De facto é saudável conviver, pois aliviamos a memória ao descarregar aquilo que temos acumulado em nós, e ficamos mais jovens quando falamos e contamos as nossas aventuras do passado.


QUARENTA ANOS COMEMORAMOS NÓS,

BATALHÃO DE CAÇADORES 2845

Para acesso ao Blogue do Convívio, escreva:

Batcac2845guineteixeirapinto.blogspot.com

Albino Silva
__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 17 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6174: In Memoriam (39): Baixa na CCS/BCAÇ 2845 - morreu no dia 21 de Março de 2010 o ex-1.º Cabo Cardoso (Albino Silva)

Vd. último poste da série de 6 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6325: Convívios (147): Pessoal da CCS do BCAÇ 4612/72, conviveu no dia 01 de Maio de 2010, em Gondomar (Jorge Canhão/Magalhães Ribeiro)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5827: Convívios (187): Ex-militares do BCAÇ 2845, no dia 1 de Maio de 2010 em Buarcos (Albino Silva)

1. Mensagem de Albino Silva* (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de 15 de Fevereiro de 2010:

Caro Camarada Carlos Vinhal
Aqui vou de novo dar-te mais trabalho, mas sei que adoras trabalhar para todos os Tertulianos como eu.

Assim gostaria que adicionasses na nossa Tabanca Grande, a data de mais um Convívio a realizar este ano, e do qual faço parte da Organização.

Como embarcámos para a Guiné no dia 1 de Maio de 1968, decidimos organizar nosso Encontro deste ano, no dia 1 de Maio já que comemoramos 40 Anos do nosso regresso.

O Convívio vai ser realizado em Buarcos, no Restaurante Tamargueira.

Irão estar presentes três Companhias do Batalhão de Caçadores 2845:

CCS, "Armados para a Paz", que esteve em Teixeira Pinto

CCaç 2366, "Periquito Atrevido", que esteve em Jolmete

CCaç 2367, "Vampiros", que esteve no Olossato


Lembramos que a CCaç 2368 não estará presente por terem marcado desde o ano passado o seu próprio Convívio.

Iremos pois estar todos presentes e juntos na mesma sala.
O bolo de aniversário será único com os Emblemas das 3 Companhias.

A Organização para este grande ronco é a seguinte:

Albino Silva e Mário Guerra, da C.C.S.
Jorge Costa da 2366 e
Antero Simões da 2367


Ficha de inscrição - Clicar para ampliar

Brevemente enviaremos cartas a toda a malta, e os que tiverem acesso aqui à nossa Tabanca Grande, desde já podem ir informando outros desta data e Encontro.

Desde já obrigado pela atenção, um grande abraço para toda a equipa, e ainda para todos os Tertulianos.

Albino Silva
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5646: Bibliografia de uma guerra (55): Armados Para a Paz, de Albino Silva

Vd. último post da série de 10 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5800: Convívios (101): IV Encontro dos ex-combatentes da Guiné do Concelho de Matosinhos, dia 6 de Março de 2010 (Carlos Vinhal)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4026: Convívios (100): CCS, CCAÇ 2366 e 2367/BCAÇ 2845, a realizar em Maio de 2009 (Albino Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Guiné, 1968/70, com data de 11 de Março de 2009:

Assunto: Convívios das Companhias do BCAÇ 2845

Caro Carlos Vinhal
Através da nossa Tabanca Grande gostaria que aqui fossem vistos os convívios que se irão realizar no mês de Maio com as Companhias do Batalhão de Caçadores 2845, e que junto envio os Emblemas referentes a cada companhia.

Assim:

A CCS é no dia 9 de Maio em Sintra, e os Camaradas interessados devem contactar com ALBINO SILVA pelo telemóvel 963 297 804 para que o pessoal da zona Norte se desloque em Autocarro, a sair de Braga.

Os interessados devem dar desde já o nome para o efeito.



A CCaç 2367 "VAMPIROS", terá lugar no dia 23 de Maio na Quinta dos Três Pinheiros na Mealhada, como no ano passado.

A Organização é de:
Albino Silva
Rua 25 de Abril, 17
Gandra 4740-472
Esposende
Telemóvel 963 297 804


A CCaç 2366 "PERIQUITO ATREVIDO", é no dia 30 de Maio no Restaurante, TAMARGUEIRA, Av. D. João ll - BUARCOS, Figueira da Foz.

A Organização é de:
Albino Silva e Jorge Costa
Telemóvel 963 297 804
Esposende

Dou Informações a quem as solicitar.

Carlos Vinhal, é tudo, agradeço o vosso empenho e aprecio todo o vosso trabalho nesta Tabanca Grande, a qual visito diariamente, fazendo dela o meu primeiro jornal diário.

Continuem com a mesma força, coragem e empenho, pois tudo isto contribui para que esteja sempre operacional e atento a tudo.

Parabéns
Albino Silva
011004/67
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 12 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4022: Convívios (98): Encontro dos ex-militares do BCAÇ 2885 em Arganil, dia 7 de Março de 2009 (Jorge Picado)

domingo, 6 de abril de 2008

Guiné 63/74 - P2727: Convívios (47): CCS, CCAÇ 2367 e CCAÇ 2366 do BCAÇ 2845, Ofir e Mealhada, Maio de 2008 (Albino Silva)

1. Em 1 de Abril de 2008 recebemos uma mensagem do nosso camarada Albino Silva, dando-nos conta dos diversos convívios do seu Batalhão

Caro Camarada Carlos Vinhal:

Como estamos de novo na época de convívios, cá estou eu com este apelo que é relacionado com o meu Batalhão, ou seja, o BCAÇ 2845, que prestou serviço na Guiné de 1968 a 1970. em Teixeira Pinto.

Como sou o organizador de três convívios, queria que, através da Tabanca Grande, eles fossem divulgados.

CCS do BCAç 2845 - "Armados para a Paz"

2. CCS/BCAÇ 2845

O Convívio desta Companhia é no dia 3 de Maio de 2008 em Ofir, Esposende. A concentração far-se-á em Esposende, junto às Piscinas do Cávado, às 10 horas da manhã.

Organização de Albino Silva


BCAÇ 2845 - "Sempre Excelentes e Valorosos

3. CCAÇ 2367/BCAÇ 2845´

O Convívio desta Companhia é no dia 24 de Maio na Mealhada. Concentração a partir das 10 horas da manhã na Quinta dos Três Pinheiros, na Mealhada, onde será servido o almoço pelas 13 horas.

Este encontro, a nível de Companhia, já não se realiza há 7 anos e por isso apelo à união da mesma para comemorar os 40 Anos da nossa ida para a Guiné.

Organização de Albino Silva e Antero Simões

4. CCAÇ 2366/BCAÇ 2845

O Convívio deste ano é realizado no dia 31 de Maio de 2008, no mesmo local do ano passado, na Quinta dos Três Pinheiros, na Mealhada, com concentração nos jardins da mesma pelas 10 horas da manhã.

O almoço será servido às 13 horas.

Organizaçao de Albino Silva e Jorge Costa

Agradecemos que todos me confirmem até às datas que foram marcadas para o efeito, não deixando tudo para o próprio dia.

Contactos : Albino Silva - Rua 25 de Abril, 17 -Gandra 4740-472 - Esposende
Telemóvel : 963 297 804

Abraços para toda a Tabanca Grande

sábado, 17 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2275: Estórias avulsas (11): Saídas frequentes para o mato (Albino Silva)

Albino Silva,
ex-Soldado Maqueiro,
CCS/BCAÇ 2845
Teixeira Pinto,
Jolmete,
Olossato,
Bissorã,
1968/70


Começaram as saídas frequentes para o mato

Teixeira Pinto era um Sector bastante difícil, porque era de lá que se abastecia quase sempre, e através de Escoltas, vários destacamentos, designadamente, Có, Pelundo, Jolmete, Bachile, Bassarele, Cacheu e Caió.

As colunas faziam-se em itinerários complicados devido à acção do IN que minava as estradas e abria buracos enormes pela acção de rebentamentos, e só com o apoio do Héli-canhão e Bombardeiros é que se conseguia chegar ao destino.

Por isso e devido à escassez de Enfermeiros, a partir de certa altura da comissão, era a CCS do BCAÇ 2845 que fornecia às outras Companhias, sempre que requisitado, o pessoal do Serviço de Saúde. Havia uma Escala na Enfermaria, mas quase sempre me tocava a mim a alinhar, talvez porque o meu número era baixo ou então por começar na letra A, sei lá.

Se foi verdade que durante sete meses nem do Quartel saí, a partir dessa data fui o que mais vezes saiu, na minha Companhia, como já disse a CCS.

Era o apoio de camaradas operacionais que me encorajavam e faziam com que eu fosse perdendo o receio e que aos poucos me fosse habituando a andar pelo mato.

Entre outras saídas, participei em acções de psico com camaradas da CÇAC 2368 que era do meu Batalhão, bem como em outras missões onde tinha contacto com a população no exterior, dando assistência sempre que era necessário e nisso tinha orgulho e até sentia vaidade.

Alinhei com um pelotão da CCAÇ 2313 em missões de reconhecimento, escoltas, picagens de estrada e até na capinagem, na estrada de Teixeira Pinto-Cacheu, logo após a Ponte Alferes Nunes, entre Teixeira Pinto e o Bachile.


Foto 1> Guiné> Ponte Alferes Nunes entre Teixeira Pinto e Bachile

A minha primeira participação em escoltas foi com o pelotão da CCAÇ 2313 aquartelada em Teixeira Pinto, e para o Bachile, com a duração de 7 horas sem problemas.

No dia 11 de Abril de 1969 participei noutra para Jolmete com a duração de 6h30 sem haver contacto nem se ter encontrado vestígios.

Foto 2> Guiné> Jolmete> Aquartelamento

Em 27 de Maio de 1969, participei numa escolta com o itinerário Teixeira Pinto-Jolmete-Teixeira Pinto, que teve a duração de 8 horas e segurança montada pela CCAÇ 2585, recentemente chegada a Jolmete, e por um pelotão da CCAÇ 2313 onde eu ia integrado. Tratava-se de uma escolta de reabastecimento à CCAÇ 2585, em Jolmete desde 17 de Maio 1969, e para transporte da CCAÇ 2366 que deixava Jolmete e regressava a Teixeira Pinto, de onde partiria para Bissau e depois Quinhamel.

Nas primeiras horas, cerca das 9 da manhã, foram encontrados detonadores de minas anti-carro numa curva da estrada e em zona onde já tinham havido emboscadas, mas devido à presença das NT, não chegaram a montar nenhuma mina, tendo o IN refugiado-se na mata, que por acção do Héli-Canhão e Bombardeiros que batiam a zona, a escolta não teve problemas. Tanto a CCAÇ 2366, como a CCAÇ 2313, onde eu me integrava, regressaram a Teixeira Pinto.

Momentos depois e já dentro do Quartel, chega a informação via rádio que na CCAÇ 2585 também já dentro do Quartel em Jolmete, tinha havido um acidente com arma de fogo que causou as seguintes baixas:

Feridos graves evacaudos para o HM 241

1.º cabo - 19983868 - Francisco Inácio da Paz
Soldado - 15606668 - José Martins de Almeida
Soldado - 18119468 - António Antunes Lopes
Soldado - 18457168 - Henrique Pinto Araújo
Soldado - 18450068 - António Fernandes Barbosa, que viria a falecer pouco depois
Soldado Mil - 50/67 - João da Silva - PEL MIL 128

Nós que tínhamos feito a escolta com eles, ficamos muito chocados com este triste acontecimento, pois sabíamos que iria ser bastante difícil levantar o moral daqueles camaradas que choravam a morte do camarada morto, que não sendo em combate complicava mais a situação. Sabia-se que o descuido por vezes era fatal e infelizmante eram muittos os casos.

Lembro-me ainda do dia em que o Comandante do Batalhão visitou o Pelundo.

O Comandante tinha ido ao Pelundo para participar no funeral de um Soldado Milícia. Terminadas as cerimónias, regressou a Teixeira Pinto para logo de seguida lhe ser comunicado que no regresso de uma acção de rotina nos arredores do destacamento de Pelundo, realizada pelo 3.º GCOMB/CCAÇ 2313 se tinha verificado, já no Aquartelamento, um acidente com arma de fogo (LGF 6 cm) de que resultaram as seguintes baixas:

Mortos:

Soldado - 04366267 - Orlando da Silva Lopes - CCAÇ 2313
Soldado Mil - 100/64 - Possu Djabu - Pel Mil 127
Soldado Mil - 104/64 - José Upá - Pel Mil 127

Feridos evacuados para o HM 241:

1.º cabo - 04556567 - Albino de Oliveira Coelho - CCAÇ 2313
Soldado - 04258467 - Custódio Videira Passos - CCAÇ 2313

Este foi o primeiro caso grave que vivi na Guiné em que tive de intervir com muita coragem. Desejei não mais ter de passar por situações semelhantes, pois era doloroso ver partir jovens como eu, na força da vida.

Albino Silva

Fotos e texto: © Albino Silva (2007). Direitos reservados.
________________________

Notas de CV:

Vd. posts de:

3 de Novembro de 2007> Guiné 63/74 - P2236: Estórias avulsas (9): Um soldado que não queria sair do quartel (Albino Silva)

10 de Novembro de 2007> Guiné 63/74 - P2254: Estórias avulsas (10): 8 de Dezembro de 1968 - Dia da Mãe (Albino Silva)

sábado, 3 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2236: Estórias avulsas (9): Um soldado que não queria sair do quartel (Albino Silva)




Albino Silva (1), ex-Soldado Maqueiro, CCS/BCAÇ 2845 (Teixeira Pinto, Jolmete, Olossato, Bissorã, 1968/70)





Foto 1> Teixeira Pinto> Enfermaria e Maternidade


Foto 2> Estrada Teixeira Pinto/Bachile> Ponte e Fortim


Foto 3> Jolmete> Tabancas


Um Soldado que não queria sair do Quartel

Desde a chegada do BCAÇ 2845 a Teixeira Pinto, 6 de Maio de 1968, que me dediquei ao meu serviço naquela Enfermaria onde se dava assistência a militares e civis.

Gostando da missão que me foi confiada, fazia serviço todos os dias por aqueles que o tinham que fazer, mesmo por escala, mas que não gostavam. Eu ficava por eles.

Por um lado gostava do que fazia, por outro não queria sair do Quartel para fora, mesmo com os camaradas a dizerem que era seguro andar naquela Vila. Mas eu não confiava naquela gente de cor diferente e até tinha motivo para isso.
Quando deixei a Escola, em 1958, fui para Angola onde trabalhei até ao dia 15 de Março de 1961, dia em que no Quitexe e arredores começaram as chacinas.

Fui obrigado a vir embora, aterrorizado pelos acontecimentos vividos e passei a desconfiar dos negros a partir daí. Por isso não estava nada interessado em sair do arame farpado para fora, nem tão pouco conhecer Teixeira Pinto, onde parecia não haver guerra.

O tempo ia passando e a 26 de Novembro, com 7 meses de Guiné, encontrava-me de guarda ao Quartel, no Posto 8 que era o da Enfermaria, quando às 9 horas da noite me apareceu o Capitão da minha Companhia (CCS), António Rodrigo Rodrigues Queirós, que me disse que eu ia sair de serviço, pois já vinha a caminho outro camarada para me render, já que no dia seguinte teria de ir com um GCOMB da CCAÇ 2313, também estacionada em Teixeira Pinto, para uma picagem de estrada e montar segurança a uma escolta para abastecer o Bachile.

Depois de sete meses sem sair do quartel, essa saída era para mim um obstáculo transformado em medo, que foi sendo dominado pelas palavras de coragem transmitidas pelos camaradas da CCAÇ 2313, habituados a andar no mato.

Lá fui nessa missão que durou 7 horas. Correu bem e regressei ao Quartel.


Foto 4> O Albino à frente da CCAÇ 2313


Mais tarde, no dia 5 de Dezembro de 1968, alguns camaradas vieram à Enfermaria e convenceram-me a sair para passear pela Vila com eles e até ir à Tabanca, o que eu fiz pela primeira vez. Era um dia em que havia menos tropa no Quartel, porque havia uma escolta para fazer a Jolmete, que envolvia sempre muitos efectivos.

Já com o dia no fim e depois de ter passado bons momentos com os civis, quando regressava ao Quartel, aconteceu o pior.

A escolta que o 3.º GCOMB da CCAÇ 2366 montou segurança durante 9 horas para abastecer Jolmete, terminou mal, pois foram emboscados quando regressavam, próximo do Pelundo, por um pequeno Grupo IN armados de LGF e armas automáticas ligeiras durante 15 minutos. Esse grupo, instalado na berma da estrada, logo no início da acção, atingiu uma AML Panhard que seguia na testa da coluna, com 2 tiros de LGF disparados por um elemento IN que saltou para a estrada, ficando imobilizada com os pneus do lado direito inutilizados, sendo o seu condutor ferido gravemente.

O referido grupo IN também fez fogo de morteiro 60, retirando perante a reação das NT pelo fogo e manobra, com baixas prováveis.

Devido à acção do IN as NT sofreram :

1 morto - 1.º Cabo N.º 10685867 - Manuel Campos Silva - CCAÇ 2366 que faleceu no HM 241 para onde foi evacuado.

Feridos evacuados para o HM241:

Soldado N.º 03642867 - Rui Borges Artilheiro - CCAÇ 2366
Soldado N.º 06513167 - José Pais da Costa - CCAÇ 1683
Soldado N.º 02710267 - David Mendes Rodrigues - 3.º PEL AML - EREC 2454
Soldado N.º 82065266 - Malan Djau - PEL CAÇ NAT 59
Soldado N.º 49/67 - Adulai Djau - Milícia - PEL MIL 127

Feridos não evacuados:

1.º Cabo N.º 05151564 - Manuel Gonçalves Cruz dos Santos - 3.º PEL AML - EREC 2454
1.º Cabo N.º 04746966 - Américo da Cruz Bernardo - CCAÇ 1683
Soldado N.º 03224867 - João José Ramalho Freire - CCS/BCAÇ 2845

Assim ficou bem marcada a minha primeira saída do Quartel.

Com estes acontecimentos fui obrigado a trabalhos extras na Enfermaria e bem desolado ia manifestando a minha raiva para aqueles que aos poucos iam matando a nossa juventude.

Albino Silva
Sold.Maq.
CCS/BCAÇ 2845

Fotos e texto: © Albino Silva (2007). Direitos reservados.

_____________________

Nota de CV:

(1) Vd. Post de 13 de Outubro de 2007> Guiné 63/74 - P2175: Tabanca Grande (36): Apresenta-se Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro (CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70)

Vd. Post de 26 de Outubro de 2007> Guiné 63/74 - P2217: Breve história do BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, Jolmete, Olossato, Bissorã, 1968/70 (Albino Silva)

Vd. Post de 27 de Outubro de 2007> Guiné 63/74 - P2220: Louvores e Punições (4): Louvores atribuídos ao BCAÇ 2845 e às suas Companhias Operacionais (Albino Silva)

sábado, 27 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2220: Louvores e condecorações (4): Louvores atribuídos ao BCAÇ 2845 e às suas Companhias Operacionais (Albino Silva)



Albino Silva (1), ex-Soldado Maqueiro, CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70

BCAÇ 2845 (Teixeira Pinto, Jolmete, Olossato, Bissorã, 1968/70)


Louvores atribuídos ao BCAÇ 2845 e às suas Companhias Operacionais

1. Por Despacho de 22 de Julho de 1968 do Exmo. Comandante do BCAV 1897 é louvada a CCAÇ 2367:

Porque apesar de estar ainda no início de sua Comissão de Serviço e de se encontrar no Olossato apenas à cerca de 3 meses, já se revelou, quer no aspecto operacional quer nos contactos com a população, uma subunidade de Escol, da qual muito há a esperar.

De elevado espírito de corpo que, logo aos primeiros contactos, se sente presente em todos os componentes. Bem preparada na paz para melhor servir a guerra, a CCAÇ 2367 já se revelou uma Subunidade de inegável valor combativo e os seus elementos, sob o comando dum Capitão experiente e decidido, mostraram um profundo desejo de cumprir, em todas as circuntâncias, já comprovado em alguns golpes de mão bem planeados e executados com perícia e determinação.


2. Referência elogiosa à CCAÇ 2366

Feita através da Nota n.º 2788-P.º 331.01 de 5 de Setembro de 1968 pelo Comando do Agrupamento 2951 e dirigida às seguintes Unidades: BCAÇ 1912, BCAV 1915, BCAÇ 1932, BCAÇ 1933, BCAÇ 2845 e BCAÇ 2851 e, enviada para conhecimento ao QG/CTIG.

Assunto: Referências Elogiosas ao comportamento de uma Companhia

a) - A CCAÇ 2366 terminou o seu treino operacional em Junho do ano corrente, sendo portanto uma Unidade com pouca experiência de combate.

Aquartelada em Jolmete, numa área díficil, pessimamente instalada, tem esta Companhia desenvolvido uma acção de tal modo dinâmica e com tão bons resultados que, sem desfavor, merece a honra de divulgação perante todas as Unidades do Agrupamento Oeste.

A busca do IN tem sido incessante, as saídas inopiadas em exploração de notícia regente são de uso frequente, o prolongamento das Operações impostas sempre que surgia uma oportunidade propícia é atitude corrente nesta Companhia.

Dignificante o modo como tem sido comandada, relevante o destemor dos seus Oficiais, grande brio dos Sargentos e altamente meritório o comportamento das suas Praças.

Por duas vezes sua Ex.ª o Comandante Militar prestou justiça e deu o seu incitamento ao pessoal da Companhia, e por uma vez este Comando teve ocasião de felicitar a CCAÇ 2366 pelos mesmos motivos.

b) - As acções em que a CCAÇ 2366 teve sucesso foram (salvo omissão provável, por deficiência de consulta) :

20 de Junho de 1968
Operação Aquiles

Em que com excepcional espírito de decisão, na exploração de informações colhidas durante a Operação, e revelando uma maturidade em experiência de combate que não possuia, fez ao IN 1 morto, vários feridos, apreendeu 1 pistola e mais material.

06 de Julho de 1968

Em Operação de sua iniciativa, após o regresso duma emboscada, destrói 2 tabancas, faz 2 mortos e 4 feridos e, captura munições e apreende 1 espingarda.

20 de Julho de 1968
Operação Alertar

Após captura de elementos desarmados inimigos, do seu interrogatório nasce um prolongamento da Operação, com os seguintes resultados: 1 morto, 3 feridos e captura de vários documentos.

Em observação feita pelo Comandante do Batalhão se declara que o IN está vivendo "num clima de insegurança, motivado pelo espírito de iniciativa e de agressividade mostrado por esta Companhia".

21 de Julho de 1968

Em exploração de notícias fornecidas por 3 elementos na Operação da véspera, foi executado um golpe de mão em Piosse. Acção violenta, enérgica e rápida, na qual foram feitos ao IN 3 mortos confirmados e vários feridos também confirmados.
A Operação foi muito bem planeada e muito bem conduzida e executada, tendo sido capturados documentos vários.

05 de Agosto de 1968

Montada por iniciativa da Companhia a Operação Armamar, fez ao IN 1 morto e 2 feridos, na sequência de uma acção agressiva, movimentada e variada , colhendo vários prisioneiros e obtendo mais informações.

09 de Agosto de 1968

Operação Acepipe, na qual é destruído um acampamento com 24 moranças, são feitos ao IN 6 mortos e vários feridos confirmados, capturada 1 pistola metralhadora e munições. Esta Operação, pelas suas características ousadas na exploração imediata de notícias, mereceu elogios de sua Ex.ª o Brigadeiro Comandante Militar e também deste Comando.

17 de Agosto de 1968

Por iniciativa da Companhia, fez-se um patrulhamento com 3 GCOMB a 8 Km do Quartel. Durante o mesmo, em exploração imediata de notícias, procedeu a um golpe de mão sobre 20 elementos armados IN, fazendo-lhes 4 mortos e 5 feridos, capturando 5 espingardas, 1 bandeira do PAIGC e recuperado 7 elementos.

26 de Agosto de 1968

Em patrulhamento por sua iniciativa, por ter encontrado vestígios de passagem do IN, em exploração imediata detectou um acampamento com 20 elementos armados, aos quais fez 4 mortos confirmados, 5 feridos e 1 preso.

Capturou 2 espingardas automáticas, munições, 9 disparadores de mina, 7 detonadores e um variadíssimo material de propaganda, fardamento e utensílios. Foi destruído o acampamento.

02 de Setembro de 1968

Nova e última acção da CCAÇ 2366, em golpe de mão (acção inopinada) sobre um acampamento IN, causando 3 mortos confirmados e 4 mortos prováveis, capturando 1 espingarda automática, 5 PPSH, 1 PM chinesa, 1 GND, bastantes munições, medicamentos, objectos de enfermagem e fardamento. Foi destruído o acampamento.

c) - Solicito a V. Ex.ª se digne divulgar por todas as Companhias o teor desta Nota.


3. Por Despacho de 8 de Novembro de 1968 do Exmo. Comandante do BCAÇ 2851, é citada a CCAÇ 2368.

Teve este Batalhão sob o seu Comando Operacional, para a Operação "Vamos Ver", a CCAÇ 2368.
A forma altamente consciente da responsabilidade da missão, com que actuou e, que se manteve intacta apesar de ter sido a Subunidade que deparou com o mais forte contacto com o IN, sofrendo baixas, tornam a CCAÇ 2368, credora do apreço que com muita satisfação, este Comando manifesta.
(O.S. N.º 86 do BCAÇ 2851 de 8 de Novembro de 1968)


4. Por Despacho de 2 de Maio de 1969 de Sua Ex.ª o COM CHEFE Interino das FAG é louvada a CCAÇ 2366.

Pela forma notável como sempre actuou ao longo de 11 meses de permanência no Sector que lhe foi atribuido. Inicialmente inexperiente, após um Treino Operacional realizado na Sede do Batalhão em que não teve oportunidade de contacto com o IN, esta Companhia tomou a responsabilidade do Sector de Jolmete em 5 de Junho de 1968.
Com o propósito firme de conhecer a sua área e acabar nela, de vez com o mito de invencibilidade do IN, dando-lhe caça implacável, foi gradualmente a Companhia estendendo a sua acção, irradiando por todos os lados, numa explosão de energia e de vontade.
Se é certo que foi feliz de início conseguindo com a captura de elementos IN a obtenção dos primeiros êxitos, não é menos certo que só à sua audácia se devem os subsequentes. "A Felicidade Ajuda os Audazes".
Ao longo de toda a sua permanência no Sector os sucessos foram-se acumulando: captura de elementos IN e recuperação de população, exploração imediata e inteligente dos mesmos, emboscadas, assaltos e destruição de inúmeros acampamentos e combatentes IN, captura de muito material e munições, etc.
Enquadrada de graduados ousados e desprezando o perigo, é de salientar a valentia , energia debaixo de fogo, entusiasmo contagiante e sem desfalecimentos, astúcia na mata, mentalização profunda de espírito de missão de todo o pessoal combatente, que lhe permitiu resistir ao inevitável desgaste físico consequente de tão grande movimentação.
De realçar também a muito meritória obra de acção psicológica junto das populações dispersas pelo mato e sob controle IN e a este subtraídas num exemplo de dissociação do binário população IN, e as quais uma vez acolhidas à proteção das NT em Jolmete, destas já não se quiseram afastar, sentindo-se amparadas e seguras, e ainda a actividade que, paralelamente à operacional, foi realizada no plano de melhoria progressiva de instalações, conseguindo ao fim do referido período de 11 meses uma remodelação total quase das mesmas o que permitiu ao pessoal um mínimo de conforto e segurança, quase inexistente de início.
Merece assim especial realce e merecido Louvor a actuação da CCAÇ 2366, da qual o seu Batalhão justamente se orgulha e também com justiça altamente conceituada entre todas as Subunidades do TO da Guiné.
A CCAÇ 2366 honra, assim o seu Batalhão, o Exército e a Nação Portuguesa.
(O.S. N.º 17/69 de 28 de Maio de 1969 do C.C. das FAG)


5. Por Despacho de 9 de Maio de 1969 de Sua Ex.ª o Comandante Militar do CTIG é louvado o 3.º GCOMB da CCAÇ 2368, destacado em Bachile

Pelo alto espírito de camaradagem com que efectuaram a evacuação dum Soldado Milícia gravemente ferido por acidente naquele Destacamento, ao ser verificada a impossibilidade de se efectuar a evacuação por meios aéreos, por ter caído a noite e a impossibilidade de transmissões com a Sede.

Conscientes do risco que iam correr, uma vez que não tinha sido feita a picagem do itinerário e dada a gravidade do ferido, com total desprezo pelo perigo, meteram-se a caminho dignificando a sua Farda,a sua Bandeira e a Unidade a que pertencem, resultando deste acto uma materialização da Acção Psicológica na população e de uma igualdade de Soldado Metropolitano e Milícia (O.S. 24 de 5 de Junho de 1969 do CTIG)


6. Por Despacho de 3 de Junho de 1969 de Sua Ex.ª o COMCHEFE das FAG é louvada a CCAÇ 2366

Pela forma de muitos aspectos invulgar como desempenhou a missão que lhe foi atribuída na "Op Aquiles I" a partir de 6 de Fevereiro de 1969, data em que passou a actuar sob Comando Operacional do CAOP.

Actividade operacional constante, espírito marcadamente ofensivo e sobre tudo determinação e audácia, foram carecterísticas salientes da sua actuação onde se destaca ainda, pelo que apresentou de espírito de missão, a permanente procura de contacto de que resultaram constantes inseguranças para o IN e êxitos para as NT, traduzidos pela quantidade de material capturado e pelo elevado número de baixas infligidas.

Todos os seus valorosos elementos não se eximiram nunca do perigo e ao sacrifício demonstrado com frequência ousadia e decisão e sempre comportamento honroso frente ao IN.

A confiança que o CAOP sempre depositou na actuação da CCAÇ 2366 foi uma justa homenagem ao valor desta força, que reitera com o presente Louvor, ao deixar de tê-la sob o seu Comando. (O. S. N.º 25 de 12 de Junho de 1969 do CTIG)

Albino Silva
Soldado Maqueiro
CCS/BCAÇ 2845
___________________

Nota do co-editor CV:

(1) Vd. Post de 26 de Outubro de 2007> Guiné 63/74 - P2217: Breve história do BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, Jolmete, Olossato, Bissorã, 1968/70 (Albino Silva)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Guiné 63/74 - P2217: Breve história do BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, Jolmete, Olossato, Bissorã, 1968/70 (Albino Silva)

Albino Silva (1),
ex-Soldado Maqueiro,
CCS/BCAÇ 2845,
Teixeira Pinto,
1968/70





Breve história do BCAÇ 2845

Depois de ter terminado o IAO em Santa Margarida, no dia 1 de Maio de 1968, o BCAÇ 2845 deixava este Campo Militar cerca da 1h00 da madrugada. Partimos de comboio para Lisboa e chegámos às 6h00 à Gare Marítima de Alcântara, onde já se encontravam muitos familiares e amigos para darem um abraço de despedida.

Depois de realizado o desfile perante as autoridades presentes, o Batalhão entrou no N/N Niassa.

Eram já 9h00 da manhã quando foram soltas as amarras do navio e este começou a afastar-se do cais suavemente, iniciando a descida no Tejo.


Brasão do BCAÇ 2845, cujo lema foi: Sempre Excelentes e Valorosos


Entre lenços brancos e gritos íamos assim deixando nossos familiares e amigos, e pouco tempo depois já em pleno Atlântico, só pensávamos naquilo que nos aguardava que era a Guiné.

Depois de uma viagem de cerca de 5 dias sulcando os mares, na espectativa de chegar breve ao destino, o N/N Niassa, arvorado em T/T, chegou finalmente ao largo de Bissau pelas 20h00 do dia 6 de Maio de 1968.

Após a chegada, o pessoal do Comando da CCS e da CCAÇ 2366 foi transbordado com as suas bagagens para a LDG Alfange que fez o transporte para Teixeira Pinto, onde desembarcou numa manhã cheia de luminosidade, com fé e esperança na alma, no dia 7 de Maio.

Em 8 de Maio de 1968, entrou o BCAÇ 2845 em Sector, tomando à sua responsabilidade uma vasta área situada no Noroeste da Província, designada militarmente por Sector 01A, até então confiada ao BCAÇ 1911. Nesse mesmo dia foram apresentados ao comando os cumprimentos de boas vindas, por parte das autoridades locais e população de Teixeira Pinto.

Recebeu o BCAÇ 2845 as seguintes Subunidades em Sector: CCAÇ 1622, CCAÇ 1681, CCAÇ 1682, CCAÇ 2313, Pel AML 1143, 05 Pelotões de Milícias e o PEL CAÇ NAT 58, localizados conforme o dispositivo adiante referido.

Por sua vez, as CCAÇ 2367 e CCAÇ 2368 do BCAÇ 2845 desembarcaram em Bissau no dia 7 de Maio 1968, ficando a última instalada durante alguns dias no Aquartelamento de Santa Luzia. A CCAÇ 2367 na data do desembarque seguiu em coluna auto para o Olossato a fim de fazer o treino operacional, onde posteriormente entrou em quadrícula.

Junto do Batalhão em Teixeira Pinto, para treino operacional, apenas ficou a CCAÇ 2366 que, em 5 de Junho de 1968, seguiu em escolta para Jolmete a fim de render a CCAÇ 1622.

A CCAÇ 2368 estacionada em Bissau após o desembarque, marchou por via marítima para o Cacheu, onde chegou a 16 de Maio, a fim de iniciar o treino operacional neste Sector, seguindo posteriormente para Bissorã.

De referir que não houve período de sobreposição para o Comando do Batalhão, tendo o BCAÇ 1911 regressado a Bissau em 8 de Maio, utilizando o mesmo transporte que nos trouxe até Teixeira Pinto, ou seja a LDG Alfange.

Para efeito de controle operacional o Batalhão ficou subordinado ao Agrupamento 2952, instalado em Mansoa.

Limites: O Sector 01A, foi confiado à responsabilidade do BCAÇ 2845 em 7 de Maio.
Situado na parte Noroeste da Província, é delimitado a Norte pelo Rio Cacheu, a Leste pelo limite do Sector 01 (Rio Ponate-Limite de Regulado-Rio Cajagal-Rio de Có-Rio Mansoa) e a Sul pelo Canal do Geba (Ilha de Bissau) e Rio Mansoa e a Oeste pelo Oceano Atlântico.
As Ilhas de Jeta e Pecixe fazem parte da Z.A. atribuída ao BCAÇ 2845, embora nelas não se encontre tropa estacionada.

Comando do BCAÇ 2845

Ten Cor José Martiniano Moreno Gonçalves - Comandante
Ten Cor Aristides Américo de Araújo Pinheiro - Comandante
Major Inf Guilhermino Nogueira Rocha - 2.º Comandante
Major Inf José Pedro Milheiriço Eitor Marques - Of Op Inf
Cap Inf Nelson João dos Santos - Of Pes Reab
Alf do QSG Manuel Joaquim Paulo Dias - Chefe de Secção
Alf Mil Médico Fernando António Maymon Martins
Alf Mil António dos Santos Ferreira - Of Transm
Alf Mil José Manuel Bessa Leite Faria - Of Man Mat
Alf Mil Mário Moreira da Silva Lamares - Chefe da Cont
Alf Mil Dinis Eduardo Lemos V. Corais - Tesoureiro do CA
Alf Mil Máximino José Vaz da Cunha - Médico
Alf Mil José Luis Pinto Bessa de Melo - Médico
Alf Grad Francisco da Costa e Silva - Capelão
Sarg Ajud António Maria Mano - Aux.Secret.

Distribuição da População por Etnias

Sem existir um censo rigoroso da População, os habitantes do "Chão Manjaco", distribuem-se mais ou menos, como se segue:

Manjacos...46.000
Brames (Mancanhas)...6.000
Balantas ...5.000
Felupes...500
Outra Etnias...2.500


Área de maior concentração demográfica (Habitantes)

Costa de Baixo - Teixeira Pinto - 15.000
Caió - Pecixe - 10.000
Canhobe - Tame - 8.000
Bassarel - Calequisse - 6.000
Có - 5.000
Pelundo - 4.000

Albino Silva
Ex-Sold Maqueiro
CCS/BCAÇ 2845
_______________

Nota do co-editor CV:

(1) Vd. Post de 13 de Outubro de 2007> Guiné 63/74 - P2168: Tabanca Grande (36): Apresenta-se Albino Silva, ex-Soldado Maqueiro (CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70)

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Guiné 63/74 - P216: Em busca de: CCAÇ 2366, Jolmete (1968/70)

Guiné-Bissau > O Rio Cacheu, margem sul. Em frente, Farim. 1996.

© Humberto Reis (2005)

1. O Vasco Andrade (também conhecido no tempo da tropa por "cabo maluco", a expressão é dele próprio) contactou a nossa tertúlia, a mim e ao João Tunes, mandando-nos a seguinte mensagem:

"Camaradas, preciso de encontrar um grande amigo meu que esteve na Guiné, em Jolmete (1) nos anos de 68, 69 e 70, chamado António Manuel Feio, pertencente à Companhia [de Caçadores] 2366, os 'Periquitos atrevidos'... Digam-me também se conhecem algum algum site em que eu possa pesquisar o contacto dele e de outros camaradas.

Muito agradecido"
Vasco Andrade


2. Resposta da tertúlia:

(i) No ponto de encontro da ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas há uma referência à CCAÇ 2366 – BCAÇ 2845 (Guiné) > "Convívio na Mealhada. Contacto - Albino Silva: 96 329 78 04".

(ii) No livro de visitas do sítio dos Kimbas (Companhia de Cavalaria 3378, Olossato, Brá, Safim e João Landim, 1971/73 ) foi encontrada uma mensagem do Alfredo Gaspar, com data de 2 de Outubro de 2002:

"Fui furriel miliciano na CCAÇ 2366 - Periquitos Atrevidos. Estive na Guiné entre 1968/1970. Em Jolmete. Um grande abraço. Hoje vou inscrever-me na Associação".

Infelizmente o Gaspar não deixou nenhum endereço de e-mail, endereço postal ou nº de telefone. Nem disse em que associação se ia inscrever: presumo que seja a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, com sede em Braga.
__________

(1) Jolmete fica a nordeste de Teixeira Pinto / Canchungo, acima do Pelundo, junto ao Rio Cacheu, antes de Farim. Vejam a nossa carta da Guiné, velhinha, já com 40 anos... Eu nunca aprendi tanta geografia da Guiné, como agora. L.G.