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segunda-feira, 24 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24500: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte IV: Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas ZA de Catió e Cabedu: missão

            Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) >Estrada para Príame


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) >  O alf mil João Sacôto  de visita a uma tabanca de Catió.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Tabanca de Príame: eu, à porta da morança do João Bacar Jaló, na altura alferes de 2ª linha (será promovido a tenente de 2ª linha, em novembro de 1964).

Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guião da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72). Cortesia do nosso tabanqueiro Amaral Bernardo, ex-alf mil médico, CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72).

1. Continuação da publicação de alguns  alguns excertos da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72). É mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande.

Foi um antigo aluno meu, pessoa que muito estimo,  o médico do trabalho Joaquim Pinho, da região centro,  que me facultou, há uns anos atrás,  cópia (não integral) desta história da CCAÇ 2792, que era comandada pelo cap inf  Augusto José Monteiro Valente,

Uma cópia da história da unidade  froi oferecida ao Centro de Documentação 25 de Abril, em vida,  pelo então major general Monteiro Valente, ex-elemento do MFA, com papel de relevo nos acontecimentos do 25 de Abril, na Guarda (RI 12) e Vilar Formoso (PIDE/DGS), bem como  no pós- 25 de Abril. (Foi também comandante da GNR, e era licenciado em História pela Univer5sidade de Coimbra.)

Acrescente-se ainda que o cap inf Monteir0 Valente, entre outros cargos e funções, foi instrutor, comandante de companhia e diretor de cursos de Operações Especiais, no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego (1968-1970, 1972-1974). (Foto à direita, cortesia do blogue Rangers & Coisas do MR", do nosso coeditor, amigo e camarada Eduardo Magalhães Ribeiro).

 
História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte IV:

Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970:

colocada nas ZA de Catió e Cabedú; missão

2. Missão

a. CCAÇ 2792 (-)

(1) manter uma atividade operacional permanente na zona de Catió;

(2) assegurar a defesa de Catió e da população civil;

(3) concluir o reordenamento do Ilhéu de Infanda e estabelecer em autodefesa as populações de Quibil e Ilhéu de Infanda;

(4) garantir o funcionamento dos postos escolares militares de Nova Coimbra e Ilhéu de Infanda;

(5)  assegurar a defesa do reordenamenmto do Ilhéu de Infanda, da população de Príame, e das tabancas de Sua, Quitafine e Areia, e o seu socorro em tempo oportuno por forma a manter a confiança das populações nas NT;

(6) desenvolver uma equilibrada e positiva ação psicológica por forma a mnater e consolidar a coesaão das populações sob o seu controlo e criar condiçóes  favoráveis à recuperaçáo de elementos das populaçóes sob controlo IN ou, no mínimo, conseguir a sua passagem ao duplo controlo;

(7) garantir a defesa diurna do itinerário Príame-Ilhéu de Infanda e assegurar a liberdade de movimentos no itinmerário Catió-Cufar, dentro da sua ZA;

(8) assegurar a proteção de trabalhos e colheitas das populaçóes sob o seu controlo;

(9) excercer  o controlo sobre as populaçóes de Ilhéu de Infanda,  Quibil, Catió Balanta,  Areia, Sua e Quitafine, e controlar o tráfego de pessoas e mercadorias dentro da sua ZA;

(10) manter a posse e a livre circulação da pista de aviação, porto exterior e interior de Catió, dando a necessária segurança às aeronaves e embarcações que o utilizam;

(11) prever a  sua atuação em qualquer ponto da ZA do Batalhão;

(12) exercer o controlo operacional das  subunidades da CCS/BCAÇ 2930, quando em atuação  na sua ZA;

(13)  acabar com o IN, aniquliando-o, capturando-o ou, no mínimo, expulsando-o das zonas de não intervenção do Comando-Chefe,

b. Destacamento de Cabedú

(1) manter uma adequada atividade operacional  na zona, nomeadamente emboscadas noturnas, assegurar a defesa de Cabedú e da sua população civil;

(2)  estabelecer  a autodefesa dos aglomerados populacionais sob o seu controlo e asseguar o seu apoio em tempo oportuno;

(3) garantir o funcionamento do posto escolar militar  de Cabedú;

(4) desenvolver uma equilibrada e positiva ação psicológica por forma a manter e consolidar a adesão das populaçóes sob o seu controlo e criar condiçóes  favoráveis à recuperaçáo de elementos das populações sob controlo IN ou, no mínimo, conseguir a sua passagem ao duplo controlo;

(5) assegurar a proteção de trabalhos e colheitas das populações sob o seu controlo;

(6) manter a posse e a livre circulação do porto e da pista de aviação de Cabedú, porto exterior e interior de Catió, dando a necessária segurança às embarcaçóes e meios aéreos  que os utilizem;

(7) excercer  o controlo sobre as populações de Cabedú, e controlar o tráfego de pessoas e mercadorias dentro da sua ZA, em conformidade com as disposições legais em vigor;

8) contactar com as populaçóes do Ilhéu de Melo,  executando patrulhamentos periódficos, recenseamento e controlo das referidas populações;

(9)  criar condiçóes  favoráveis à recuperaçáo  das populaçóes da sua ZA que estão sob controlo do IN;

(10) estabelecer uma rede informações com vista a obter  completo conhecimento das atividades do IN  na sua ZA,

 (Excertos das pp.  20/II e 21/II, História da Unidade)

(Seleção / revisão e fixação de texto / substítulos / negritos: LG)

(Continua)
___________

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24487: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte IV: Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas ZA de Catió e Cabedu: descrição do terreno (aglomerados populacionais e comunicações)


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço  (1943-2010)> Um aspeto parcial do quartel.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço (1943-2'010)  > "Lagoa com nenúfares,  à esquerda na estrada de Catió-Príame"


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Porto Interior > Álbum fotográfico do Victor Condeço  (1943-2010)> "O porto interior de Catió, no rio Cadime, fazia parte dos nossos passeios de Domingo". (O Victor é o primeiro da direita: era camarada discreto, amável, afável, prestável, generoso que a morte levou cedo: foi fur mil mec armamento.)

Fotos (e legendas): © Victor Condeço  (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Tombali > Cachil > CCAÇ 557 (Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65) > A lancha do Cachil, que vinha de Catió... A ligação de Cachil (na margem esquerda do Rio Cobade) a Catió fazia-se de barco, pelo Rio Cobade e depois pelo seu afluente, o Rio Cagopére (em cuja margem direita se situava o porto exterior de Catió)

Foto do álbum do ex-fur mil Victor Neto, da CCAÇ 557, enviada pelo incansável José Colaço, nosso grã-tabanqueiro.

Foto (e legenda): © Victor Neto / José Colaço (2014). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]´


Guiné > Região de Tombali > Carta de Catió (1956)  (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Catió e alguns rios envolventes: Tombali, Cobade, Umboenque, Ganjola, etc.


Guiné > Região de Tombali > Carta de Cacine (1960)    (Escala 1/50 mil)  > Posição relativa de Cabedú, e dos rios Cumbijã e Cacine.

Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Continuação da publicação de alguns  alguns excertos da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72). É mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande.

Recorde-se que embarcou, no T/T Carvalho Araújo, em 19 de setembro de 1970, desfalcada de 3 dos seus oficiais subalternos. Acabou a IAO, em 31 de outubro de 1970, no CIM de Bolama, sem qualquer alferes, sendo os pelotões comandados provisoriamente por furriéis, uam situação anómala e talvez inédita no CTIG. O comandante de companhia era o cap inf op esp Augusto José  Monteiro Valente (1944-2012) (*)

Com base nos elementos de que dispomos (cópia parcial da história da unidade), vamos hoje fazer uma breve caracterização do terreno correspondente à sua Zona de Acção (ZA), na realidade duas zonas, e distintas: Catió e Cabedú, na região de Tombali , Sector S3(*)


História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte IV:

Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas  ZA de Catió e Cabedu: descrição do terreno   (aglomerados populacionais e comunicações)


(22) Caracterização das ZA de Catió e Cabedú:

(222) D
escrição do Terreno:

6. Aglomerados populacio0nais

61. Sob o controlo efetivo das NT:
  • Catió: sede  da administração do concelho, nesta vila encontram-se representantes das várias etnias, predominando contudo os balantas;
  • As tabancas à volta de Catió também são balantas:  Catió Balanta, Nova Comedú, Areia Branca, Suá, Quintafine, Areia...
  • Só fula é Catió Fula;
  • Camitendem é nalu e biafada;
  • Príame é fula e maninga;
  • As tabancas mais afastadas são do Ilhéu de Infanda,  de população balanta.
62. Sob o controlo IN:
  • Na ZA de Catió: Ilhéu de  Cote,  Canturé, Catissame,Dimbissile, Cachanga,b Gansona, Quire e Musna;
  • Na ZA de Cabedú, a Ilha de Melo, com população das etnias balanta, nalu e sosso.
7, Comunicações

71. Itinerários
  • Na ZA de Catió,  Estradas de Catió-Cufar | Catió- Ilhéu de Infanda | Tombali (Cantona - Tombo) | De Catió parte um troço que através do R Ganjola vai entroncar na estrada de Tombali;
  • Na ZA de Cabedú, estrada de Cabedú-Cabanta.
72. Portos
  • Na ZA de Catió: 

(i) Rio Ganjola e afluentes:  Portos interior e exterior de Catió (nos rios Cadime e Gagopere, respetivamente) | Porto de Ganjola | Porto de Comedú | Porto de Cubaque;

(ii) Rio Cumbijã e aflientes: Porto do Ilhéu de Infanda,

  • Na ZA de Cabedú: 
No rio de Cumbijã e afluentes: Porto de Cabedú (no rio Lade).

Estes portos podem ser utilizados por  barcos a motor na praia-mar. Muitos outr0s são frequentad0s apenas por canoas nativas.

73. Pistas de aterragem

(i) Pista de Catió

Ccom um comprimento de 1200 metros, permite no tempo seco a aterragem de avióes do tipo DC.3 (Dakota), T-6 e DO-27. Na estação das chuvas, só as DO-27 fazem serviço com normalidade.

(ii) Pista de Cabedú: 

Com um comprimento de 500 metr0s, só pode ser utilizada, durante todo o ano, por avionetas de tipo DO-27.

74. Meios de ligação:

As características especiais do terreno das ZA (em especial de Catió) (plano, baixo, facilmente alagadiço e muito recortado por braços de rios) conduzem a que as poucas estradas existentes sejam muito sensíveis às chuvas , tornando-se impraticáveis por largos períod0s do ano.

Tal circunstància aconselha a utilização da via fluvial: por ser  bastante densa, torna fácil o acesso por barco a qualquer parte da ZA. A única limitação a este procedimento reside na necessidade de subordinar os movimentos ao período das marés.

Excertos das pp.  3/II - 6/II, História da Unidade)

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24471: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte III: Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas ZA de Catió e Cabedu: descrição do terreno (relevo e hidrografia, solo, cobertura vegetal, clima, agricultura)

 

Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Victor Condeço, ex-fur mil mec armamento  (1943-2010) > Catió -Ganjola > Rio Ganjola visto da margem esquerda, junto da cambança para o Destacamento de Ganjola Porto. Distava cerca de 5 Km do centro de Catió para Norte.

Foto (e legenda): © Victor Condeço (2010).Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Sector de Cacine > Cacine, na margem esquerda do Rio Cacine > 2 de Março de 2008 > Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1-7 de Março de 2008) > Visita ao Cantanhez dos participantes do Simpósio > Rio Cacine, perto do cais de Cacine: Tarrafo...

Fotos  (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de alguns  alguns excertos da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72). É mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande.

Recorde-se que embarcou, no T/T Carvalho Araújo, em 19 de setembro de 1970, desfalcada de 3 dos seus oficiais subalternos. Acabou a IAO, em 31 de outubro de 1970, no CIM de Bolama, sem qualquer alferes, sendo os pelotões comandados provisoriamente por furriéis, uam situação anómala e talvez inédita no CTIG. O comandante de companhia era o cap inf op esp Augusto José  Monteiro Valente (1944-2012) (*)

Com base nos elementos de que dispomos (cópia parcial da história da unidade), vamos hoje fazer uma breve caracterização do terreno corresponde à sua Zona d4e Acção (ZA), na realidade duas zonas, e distintas: Catió e Cabedú, na região de Tombali (*)



História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte III:

Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas  ZA de Catió e Cabedu: descrição do terreno  (relevo e hidrografia,  solo,  cobertura vegetal, clima, agricultura)


(22) Caracterização das ZA de Catió e Cabedú:

(222) D
escrição do Terreno:

1. Relevo e hidrografia

As regiões  atribuídas à Companhia (Catió e Cabedú, no Sector S3) caracterizam-se pelo seguinte:

(i) são ambas zonas baixas, planas e praticamente sem relevo;

(ii) corespondem a planícies aluviais,cortadas por muitos rios onde a maré penetra profundamente;

(iii) estes divagam  através de lodos muito espessos, formando uma apertada malha e tornando em consequència extremamemte penosos e fatigantes  todos os deslocamentos apeados;

(iv) determinadas partes das ZA (Zonas de Acção) só são possíveis de atingir através do recurso a meios de navegação fluvial;

(v) merece especial referència pelo valor que representa como obstáculo o rio Ganjola.

2. Natureza do solo

O solo, normalmenmte lodoso e pouco permeável, na época das chuvas alaga com bastante facilidade, em especial nas áreas mais baixas e junto aos tios, agravando a dificuldade de movimentação das NT.

3. Cobertura vegetal

Constituindo como que colunas vertebrais dos compartimentos de terreno definidos pelos vários cursos de água, exitem manchas de floresta densa com árvores de grande porte à mistura com arbustos de 3 a 5 metros.

Todas as margens de água salobra são cobertas  por tarrafo, tipo de vegetação que penetra até onde chega a maré.

4. Clima

Esta zona sofre a influencia de um clima  de monção com;

(i)  temperaturas médias elevadas; (ii) grande pluviosidade; e (iii) excessiva humidade relativa da atmosfera que chega a atingir quase o ponto de saturação durante os meses de chuva.

Existem  diuas estçóes: (i) a das chuvas, de  junho a outubro; e (ii) a época seca, de novembro   a maio em que a chuva é muito rara.

5. Agricultura e pecuária

A  cultura do arroz é a principal riqueza da região. Outras culturas de menor valor: c0la, mancarra, fruta, etc.

O arroz é normalmente cultivado pelos balantas: transformam as lalas (planícias pantanosas) em bolanhas (extensos arrozais).

As bolanhas são delimitadas com diques (ouriques), construídos pelos agricultores com barro. Fazem  os seus viveir0s juntos às casas de onde transferem o plantio para as bolanhas.

A época das chuvas corresponde a um período de intenso labor agrícola para o antivo que nessa altura faz as suas sementeiras. Aproveitam a época seca para a preparação de novas áreas de cultura (derrube de ãrvores e queimadas)

Na sector da pecuária, tem expressõa significtiva apenas a existència de gado bovino.

(Excertos das pp.  3/II e 4/II, História da Unidade)

(Seleção / revisão e fixação de texto / substítulos / negritos: LG)

(Continua)

___________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 6 de julho de 023 > Guiné 61/74 - P24455: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte II: Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas zonas de acção de Catió e Cabedu

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24455: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte II: Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas zonas de acção de Catió e Cabedu

Guiné > Região de Tombali > Carta de Catió (1956)  (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Catió e alguns rios envolventes: Tombali, Cobade, Umboenque, Ganjola, etc.

Guiné > Região de Tombali > Carta de Cacine (1960)    (Escala 1/50 mil)  > Posição relativa de Cabedú, e dos rios Cumbijã e Cacine.

Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Começámos a publicar alguns excertos da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72), por ser também mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande.   

Por outro lado, chamou-nos a atenção a situação, anómala (e até, se calhar,  inédita) de ser um subunidade que embarcou, no T/T Carvalho Araújo, em 19 de setembro de 1970, desfalcada de 3 dos seus oficiais subalternos. Mas não só: acabou a IAO, em 31 de outubro de 1970, em Bolama, sem qualquer alferes, sendo os pelotões comandados provisoriamente por furriéis (*)

Com base nos elementos de que dispomos (cópia parcial da história da unidade), vamos continuar a destacar aqui alguns dos pontos do seu historial, que nos parecem mais interessantes, para os nossos leitores. Em princípio são resumos feitos por um dos nossos editores. No caso de excertos, virão publicados com aspas ou itálicos.

Guiné > Região de Tombali  >  Catió > CCAÇ 617  (1964/66) >   O quartel

Foto (e legenda): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Vitor Condeço (1943-2010) > Catió > Quartel > Legenda do autor: "Foto tirada de cima do depósito da água do quartel [Jul 1967]. Vista parcial da parte nova do quartel. A parada com o cepo (raiz) do Poilão, à esquerda as casernas nº 1 e nº 2, ao centro o edifício do comando, por detrás deste as camaratas de sargentos e depois destas as novas messes ainda em construção, tal como a camarata de oficiais à direita. O telhado vermelho era a messe e bar de sargentos".


Guiné> Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (Catió 1967/69) > Álbum fotográfico de Vitor Condeço (1943 - 2010) > Catió - Quartel > O Fur Mil Vitor Condeço sentado na raiz do Poilão, tendo por fundo o edifício do comando". [O Vitor, 63 anos, reformado, residente no Entroncamento, foi furriel miliciano mecânico de armamento, CCS do BART 1913, Catió, 1967/69].


Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guiné > Região de Tombali > Cabedú - CCAÇ 1427 (1965-1967) >  Vista aérea do Aquartelamento e pista de aviação. Foto do álbum de Manuel José Janes,  "O Violas" - (Vd.  poste P17336) (Com a devida vénia...)

Foto (e legenda): © Manuel José Janes / Jorge Araújo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte II: 

Período de 1 de novebro a 31 de dezembro de 1970: colocada nas zonas de acção (ZA) de Catió e Cabedu

Depois de mês e meio em Bolama, a CCAÇ 2792, comandanda pelo cap inf op esp Augosto Manuel Monteiro Valente (1944-2012),  marchou em 16 de novembro de 1970 para Bissau a bordo das LDM 310 e 311, devendo seguir posteriormente para Catió e Cabedú, as zonas de acção que lhe foram atribuídos, em 6 de dezembro, no sul da Guiné, região de  Tombali.

A 18 seguiram para Catió, em avião Nord Atlas, o comando e os 1.º e 2.º  Gr Comb. O transporte para Cabedú, dos restantes Gr Comb (3.º e 4.º) só se realizou a 4 de dezembro em LDM. 

Até 17 de dezembro, a CCAÇ 2792 ficou na dependência operacional do BART 2865, data em que o BCAÇ 2930 assumiu a responsabiliddae da ZA do Sector S3 (Sul 3).

"A  divisão dos efetivos da Companhia pelas ZA de Catiõ e Cabedú foi o primeiro golpe para o seu moral.  O espírito de corpo que, apesar das dificuldades de enquadramento, se conseguiu criar, manter  e desenvolver, foi afetado substancialmente,.

Catió e Cabedú são duas regiões distintas,  sem possibilidades de contacto pelo que as forças se separaram sem qualquer dúvida  de que se não voltariam a reagrupar  antes  do final da comissão.  Esta divisão tirou imediatamente à subunidade a sua capacidade ofensiva, pois que os efetivos nas ZA tornaram-se insuficientes para fazer frente ao Inimigo que se encontra instalado  imediatamenmet para lá dos limites das ZA." (pág. 18/II)

(21) Milícias

Dependentes do comando da CCAÇ 2792, estavam as seguintes forças de milícias, constituídas por "voluntários nativos", utilizados  (i) "na defesa local das populações onde não esteja estabelecida autodefesa"; e (ii) em reforço das NT em operações:

- Em Catió (dependência operacional): 

  • Comp Mil  13 (fula), a 3 pelotões; 
  • Pel Mil  272 / Comp Mil 25 (balanta);

- Em Cabedú (dependência total):

  • Pel Mil 274  / Comp Mil 25 (várias etnias).
(22) Caracterização das ZA de Catió e Cabedú:

(221) Terreno:

As duas ZA estavam separadas por um obstáculo natural chamado Rio Cumbijã. Os seus limites são definidos por:

(i) No caso do Catió (Comando, 1.º e 2.º Gr Com da CCAÇ 2792 mais 4 pelotões de milícias)

R Cumbijã |  R Cobade | Foz R Umboenque | R Umboenque | Nascente R Binde | Estrada de Tombali | Catió 8 F0-30 | Nascente R Cantolom |  Catió 8 I5-25 | Bedanda 2 A0-42 | R Carangaque |  R Ganjola | R Catafaque | Canchumane 15 (Bedanda  1 E5 - 66) | Rio contornando a Este os ilhéus  de Cuducó e Infanda até à sua foz. 

(Vd. infografia acima, Carta de Catió)

(ii) No caso do destacamento de Cabedu (3.º e 4.º Gr Comb da CCAÇ 2792 mais 1 pelotão de milícia):  

R Cumbijã desde a foz até Cacine Z 63-81 | Foz R Ualche | R Ualche | Cabanta | R Pachira |  R Cacine até à sua foz. 

(Vd. infografia acima, carta de Cacine).

(Continua)

(Seleção / resumo / negritos / itálicos: LG)

_____________

Nota do editor:

(*) Vd. postes de:

4 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24450: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte I: Mobilização, composição e deslocamento para o CTIG em 19 de setembro de 1970

3 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24447: Casos: a verdade sobre... (34): A CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72), comandada pelo cap inf Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), e depois maj gen ref, que embarcou para o CTIG sem três alferes (que terão desertado) e durante a IAO ficou sem o último, por motivos disciplinares...

terça-feira, 4 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24450: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte I: Mobilização, composição e deslocamento para o CTIG em 19 de setembro de 1970

Guiné > Bissau > Julho de 1973  > Monumento do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, avenida marginal e área portuária.

Guiné > Bolama > Junho / julho de 1973  > Restos dos bons velhos tempos quando Bolama era a capital da Guiné, desde 1879 até 1941. Com a guerra, Bolama passou a ter um CIM (Centro de Instrução Militar) por onde passaram muitas unidades e subunidades em que aqui fizeram a IAO.

Fotos (e legendas): © Luís Mourato Oliveira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

T/T Carvalho Araújo a caminho da Guiné. A 26 de abril de 1970, avistámos à ré o T/T Vera Cruz (a caminho de Angola ou Moçambique, presumivelmente).

Foto (e legenda): © António Tavares (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guião da CCAÇ 2792 Cortesia do nosso tabanqueiro Amaral Bernardo, ex-alf mil médico, CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72); passou também cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6); tem cerca de meia centena de referências no blogue.


1. A CCAÇ 2792 é mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande. Aliás, tem uma escassa meia dúzia de referências no nosso blogue. Tal não impede, antes pelo contrário, que se fale dela e da  sua missão no sul da Guiné. 

Com base nos elementos de que dispomos (cópia parcial da história da unidade) (*), vamos aqui destacar alguns dos pontos do seu historial, que nos parecem mais interessantes, para os nossos leitores. Em princípio são resumos feitos por um dos nossos editores. No caso de excertos, virão publicados com aspas ou itálicos.

Cap I - Mobilização, composição e deslocamento 

para a província da Guiné

A CCAÇ 2792 destinou-se a render a CCAV 2485. A sua unidade mobilizadora foi o RI 16. Todavia a organização da Companhia processou-se no RI 1, no período de 17 a 29 de agosto de 1970.

Como já aqui foi dito, a Companhia era "constituída  por militares naturais de diversas províncias metropolitanas, sendo contudo as maiores percentagens constituídas por militares naturais das regiões a Norte do Rio Douro e a Sul do Rio Tejo" (pág. 3/I).

Ficou pronta para embarque a partir de 16 de setembro de 1970. A cerimónia de despedida e da benção e entrega do guião foi na parada do RI 1, na tarde do dia 10. No dia 19, à meia-noite, iniciou-se a concentração do pessoal para embarque no cais da Rocha Conde de Õbidos, tendo terminado às 9h30. 

Embarcou no T/T Carvalho Araújo, juntamente com a CCAÇ 2791. A viagem iniciou-se às 12h00 do dia 19.

Não compareceram, ao embarque, 3 oficiais subalternos da CCAÇ 2792. A história da unidade omite os seus nomes. O comandante da Companhia era o cap inf op esp  Augusto José Monteiro Valente.

A viagem decorreu sem incidentes. O navio tocou o porto de Angra de Heroísmo para proceder ao desembarque das CCAÇ 2421 e CCAÇ 2422, ambas mobilizadas pelo  BII 17, e que regressavam de Moçambique. 

De seguida foi escalado o porto de Ponta Delgada onde embarcaram as CCAÇ 2789 e CCAÇ 2790, ambas do BII 19. 

Foi ainda feita uma escala técnica, na ilha de São Vicente, Cabo Verde.

O T/T Carvalho Araújo chegou à Guiné em 2 de outubro de 1970, 13 dias depois da partida em Lisboa (normalmente a viagem marítima Lisboa-Bissau demorava cinco dias).

A CCAÇ 2792 foi encaminhada para o CIM de Bolama, onde realizou a IAO, integrada no BART 2924.

No dia 22 de outubro de 1970, ainda em plena IAO, é transferido, por motivos disciplinares, o seu único alferes, de operações especiais (de apelido Quinta). 

Entretanto, são aumentados aos efetivos da Companhia, no último trimesttre de 1970, très alferes milicianos, atitradores de infantaria, um em 10 de novembro, outro em 24 de novembro e um terceiro a 22 de dezembro  (respetivamente, António Carlos Monteiro Martins, Francisco Chaves Moura e Jorge Manuel Gomes Paiva, este último c0mo recomplemento; veio subtituir o alferes mil op esp Quinta),

Em 22 de maio de 1971, há o aumento (complemento) de um quarto alferes, também at inf (José Francisco Alonos).

A Companhia era composta por 5 oficiais, 17 sargentos e 144 praças, num total de 166 militares.

Houve naturalmente outros aumentos (complementos e recomplementos) e abates de pessoal, tanto de praças como de sargentos,  ao longo da comissão, que não detalhamos aqui, porque seria fastidioso, embora essa informação pudesse ter algum interesse estatístico... 

Há pelo menos 24 anexos  (alterações à composição ao capítulo I), indiciando uma elevada taxa de rotação de pessoalInfelizmente, falta-nos cópias de alguns anexos  relativos aos meses de janeiro, março de julho de 1971, bem como ao ano de 1972 (só temos os meses de março, abril, junho e setembro), impossibilitando-nos de calcular o índice de "turnover" do pessoal, a partir do número de efetivos inicias e finais, bem como do número das entradas (aumentos) e saídas (abates) ao longo da comissão. 

As razões dos abates são diversas: transferência por motivos disciplinares, morte,  evacuação para o Hospital Militar Principal por ferimento em combate ou doença, etc. Há um caso, que nos parece pouco vulgar: o de um soldado at inf, que em 20 de novembro de 1970 é abatido ao efetivo por ter sido "desnomeado do Ultramar por despacho de S. Excia. o Secretário de Estado do Exército" (sic) (pág. 39/I).

Em todo o caso, em 16 anexos contámos 23 abates (de 1 alferes miliciano, de 6 furriéis milicianos e os restantes 16, de praças). Mas os aumentos (complementos e recomplementos) são mais: 26, sendo de 4 alferes milicianos, 1 primeiro sargento, 6 furriéis milicianos e os restantes, praças (15).

De qualquer modo, esse problema (a rotação de pessoal) era comum a muitas unidades e subunidades (se não a todas) que foram mobilizadas para a Guiné. No final do capítulo I, da história da CCAÇ 2792, o problema é posto em evidência:

(...) No aspeto de pessoal, a Companhia começou a sua vida na Guiné bastante mal, dada a falta de três oficiais com que embarcou na Metrópole, situação agravada posteriormente por o único subalterno presente ter sido transferido por motivo disciplinar

Em consequéncia a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO) decorreu sem subalternos. Estes só começaram a chegar quando a subunidadaes entrou em Sector.

Felizmente o espírito de corpo e de disciplina das praças era bastante forte e os sargentos chamados ao comando dos Grupos de Combate revelaram-se competentes para o cargo. A Compamhia, apesar das dificuldades por que passou no início, manteve-se coesa e disciplinada.

(...) Ao longo da comissão a Companhia foi sendo privada de furriéis quer, pelas suas suas qualidades, foram colocados em diligência em subunidades africanas. Para ocupar as suas vagas foram chegando furriéis recém-vindos da Metrópole, sem contacto com tropas e que colocados de repente no comando de militares já com meses de comissão, afetariam necessariamente o ritmo da atividade da Companhia. (...) (pág. 61/I).


(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos e itálicos: LG)
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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 3 de julho de 2023 > Guiné 61/74 - P24447: Casos: a verdade sobre... (34): A CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72), comandada pelo cap inf Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), e depois maj gen ref, que embarcou para o CTIG sem três alferes (que terão desertado) e durante a IAO ficou sem o último, por motivos disciplinares...

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24447: Casos: a verdade sobre... (34): A CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72), comandada pelo cap inf Augusto José Monteiro Valente (1944-2012), e depois maj gen ref, que embarcou para o CTIG sem três alferes (que terão desertado) e durante a IAO ficou sem o último, por motivos disciplinares...


Guião da CCAÇ 2792 Cortesia do nosso tabanqueiro Amaral Bernardo, ex-alf mil médico, CCS/BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72), esteve na CCAÇ 2726, uma companhia independente, açoriana, que guarneceu Cacine (1970/72); passou também cerca de um ano (1971) em Bedanda (CCAÇ 6); tem cerca de meia centena de referências no blogue.

1. Quem ler o resumo da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) não se apercebe do "drama" do seu pessoal e do seu comandante... Esta subunidade partiu para a Guiné, no T/T Carvalho Araújo,  em 19 de setembro de 1970,  desfalcada de três dos seus quatro oficiais subalternos: não compareceram ao embarque, por razões que desconhecemos (ou melhor: "desertaram", segundo a cópia da história da unidade que possuímos, com anotações manuscritas, que presumimos serem da autoria do seu antigo comandante, falecido aos 68 anos como maj gen ref, Augusto José Monteiro Valente).

Quando estava a fazer a IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional), no CIM de Bolama  (instrução que terminou a 30 de outubro de 1970), o seu único alferes, miliciano,  e para mais com a especialidade de operações especiais, foi transferido no dia 22 desse mês e ano, por motivos disciplinares.

Quando a companhia estava pronta, em 16 de novembro de 1970, para embarcar em LDM paar Bissau e depois para o sector que lhe foram destinado no sul da Guiné (Catió e Cabedú), não tinha oficiais subalternos... Uma situação anómala e talvezs inédita... Mas os problemas de pessoal  não ficaram só por aqui... Leia-se este excerto da história da unidade, cap I, pág. 61:

(...) CONCLUSÃO:

1.  No aspeto de pessoal, a Companhia começou a sua vida na Guiné bastante mal, dada a falta de três oficiais com que embarou na Metrópole, situação agravada posteriormente por o único subalterno presente ter sido transferido por motivo discxiplinar

En consequéncia a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional (IAO) descorreu sem subalternos. Estes só começaram a chegar quando a subuniddaes entrou em Sector.

Felizmente o espírito de corpo e de disciplina das praças era bastante forte e os sargentos chamados  ao comando dos Grupos de Combate revelaram-se competentes para o cargo-. A Compamhia,apesar das dificuldades por que passou no início, manteve-se coesa e disciplinada.

2. Ao longo da comissão a Companhia foi sendo privada de furriéis quer, pelas suas suas qualidades, foram colocados em diligênnci em subunidades africanas. Para ocupar as suas vagas foram chegando furriéis recém-vindos da Metrópole, sem contacto com tropas  e que colocados de repente no comando de militares já  com meses de comissão, afetariam necessariamente o ritmo da atividade da Companhia.

3. Uma companhyia, se se pretende seja eficiente, não pode ser ser constituída só por 144 praças, 17 sargentos e 5 oficiais; é necesaário, além disso, que estes homens formem uma "unidade, que se conheçam uns aos outros, que se estimem e amem mutuamente, o que náo pode ser conseguido com mudanças frequentes do pessoal que a constitui. (...) (*)

(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos: LG)


2. Ficha  da unidade: Companhia de Caçadores n." 2792

Identificação: CCaç 2792

Unidade Mob: RI 16 - Évora

Crndt: Cap Inf Augusto José Monteiro Valente (**)

Divisa: - "P'rá Frente"

Partida: Embarque em 19Set70; desembarque em 020ut70 | Regresso: Embarque em 08Set72

Síntese da Actividade Operacional

Após ter realizado a IAO, de 05 a 310ut70, e ainda efectuado o treino operacional, de 01 a 15Nov70, no CIM, em Bolama, seguiu, por fracções, em 18Nov70 e 04Dez70, para Catió e Cabedú.

Em 06Dez70, rendendo a CArt 2476, assumiu a responsabilidade do subsector de Catió, com dois pelotões no destacamento de Cabedú, ficando integrada no dispositivo e manobra do BArt 2865 e depois do BCaç 2930, tendo sofrido várias flagelações aos aquartelamentos e executado patrulhamentos, emboscadas e contactos com as populações.

Em 21Ago72, foi rendida no subsector de Catió pela CArt 6251/72, tendo-se deslocado por fracções, em 13Ago72 e 23Ago72, para Bissau, a fim de  aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 87 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 397.

(Seleção / revisão e fixação de texto / negritos: LG)

3.  Cópia da história da unidade que me chegou às mãos com o carimbo do Centro de Documentação 25 de Abril  / Universidade de Coimbra 



Companhia de Caçadores 2792- História da Unidade. Província da Guiné. Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra. Espólio 186. Nº 8165. Oferta do general Augusto Valente.  (Excerto, manuscrito, pág. 3/I)


Nota manuscrita, pág. 4/I: "144 praças | 17 sargentos | 05 oficiais. Â partida faltavam 3 oficiais (que desertaram)". (Segundo informação da história da unidade, a Companhia era "constituída  por militares naturais de diversas províncias metropolitanas, sendo contudo as maiores percentagens constituídas por militares naturais das regiões a Norte do Rio Douro e a Sul do Rio Tejo", pág. 3/I).

Não sei se as notas manuscritas, aqui reproduzidas,  são do punho do maj gen  ref Augusto José Monteiro Valente (1944-2012). Julgo que foi um antigo aluno meu, pessoa que muito estimo,  o médico do trabalho Joaquim Pinho, da região centro,  que me facultou, há uns anos atrás,  cópia (não integral) desta história da CCAÇ 2792. Em 05/08/2022, 14:45, enviou-me, por email,  a seguinte mensagem (de que se transcrevem alguns excertos)
 
Caro Doutor: Aqui estou, sempre que souber algo relevante de ex-combatentes da Guiné...
Em 31 de janeiro faleceu no Porto,  de "doença prolongada" , o Furriel Miliciano Ranger e de Minas e Armadilhas, Licinio Cabral,  da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 70-72)... 

Esta companhia foi comandada pelo falecido capitão Augusto Valente (que vivia em Coimbra) (...) .A 2792 ficou "celebre " pois 3 dos seus alferes "desertaram " na véspera de embarque para a Guiné -Os furrieis "provisoriamente" tiveram que assumir os Pelotões...Mais tarde outro alferes desertou...


Dados da CÇAÇ 2792 foram oferecidos (ao Centro de Documentação 25 de Abril e são de acesso livre),  em vida,  pelo então general Augusto Valente, ex-MFA, com papel de relevo nos acontecimentos do 25 de Abril, na Guarda (RI 12) e Vilar Formoso (PIDE/DGS), bem como  no pós- 25 de Abril, ex Comandante da GNR, licenciado em História pela Univer5sidade de Coimbra, etc. (...).

Acrescente-se ainda que o cap inf Monteir0 Valente, entre outros cargos e funções, foi "instrutor, comandante de companhia e diretor de cursos de Operações Especiais, no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego (1968-1970, 1972-1974)." (Foto à esquerda, cortesia do blogue Rangers & Coisas do MR", do nosso coeditor, amigo e camarada Eduardo Magalhães Ribeiro).

Proximamente o blogue irá reproduzir mais excertos da  história da CCAÇ 2792, de que hão há qualquer representante na Tabanca Grande.
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 16 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23988: Casos: a verdade sobre... (33): Vitorino Costa, o primeiro comandante da guerrilha, formado em Pequim em 1961, a ser morto pelas NT em meados de 1962
 
(**) Vd. nota biográfica: Carlos Barroco Esperança – Major-general Augusto José Monteiro Valente – Militar, Republicano, Patriota e Herói de Abril. Praça Velha : revista cultural da cidade da Guarda. - ISSN 0873-8343 . - Ano XIV, nº 32, 1ª série (Dezembro 2012), p. 121-132. Disponível aqui em formato pdf (9 pp.).

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12082: Os nossos médicos (71): Guiões, brasões e crachás das unidades em que prestou serviço o alf mil méd Amaral Bernardo: BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72) e BART 2924 (Tite, 1970/72)














Guiões, brasões e crachás das unidades (batalhões) e subunidades (companhias) por onde passou o alf mil médico Amaral Bernardo, nosso prezado camarada da Tabanca Grande, que esteve no TO da Guiné nos anos de 1970/72.


1. Este material já nos tinha sido enviado por email de 30 de março de 2011. Por lapso, só agora descobrimos o seu paradeiro: estava numa das nossas caixas de correio, pouco usadas... Pedimos desculpa ao autor e aos leitores.

O Amaral Bernardo esteve ao serviço de dois batalhões: BCAÇ 2930 (Catió, 1970/72) e BART 2924 (Tite, 1970/72), como de resto se infere dos louvores que lhe foram atribuídos:









Fotos: © Amaral Bernardo (2011). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

sábado, 11 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11553: Convívios (520): CCAÇ 2792 (Cabedu e Catió, 1970/72). 25 de maio de 2013, Mosteiro de Leça do Balio, Matosinhos (Fernando Macedo, ex-1º cabo, 15º Pel Art, Cabedu, 1971/72)




Guiné-Bissau  > Região de Tombali > Cabedu > Homens grandes de Cabedu...

Foto: © AD- Acção para o Desenvolvimento (2011). Todos os direitos reservados


2. Fernando Macedo. nosso tabanqueiro,  ex. 1º cabo art, que serviu em Cabedú,  em 1971/1972,  integrando o 5º Pel Art, adstrito à  CAÇ 2792. convida os seus antigos camaradas,  que passaram por Cabedú pelo 5º Pel Art,  sob o  comando do alf mil Nolasco, para comparecerem neste convívio anual.

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Nota do editor

Último poste da série > 10 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11551: Convívios (519): 9.º Almoço de confraternização do pessoal do Pel Mort 4574/72 em Almeirim no dia 1 de Junho de 2013 (António Santos)

segunda-feira, 4 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11192: Tabanca Grande (388): Fernando Macedo, ex-1.º Cabo Apontador de Artilharia Pesada do 5.º Pel Art (Cabedu, 1971/72)

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano Fernando Macedo (ex-1.º Cabo Apontador de Artilharia Pesada (10,5), 5.º Pel Art, Cabedu, 1971/72), com data de 26 de Fevereiro de 2013:

Boa noite Camarada:

Faz tempo que acompanho este blog assim como outros, onde cheguei a lançar pedido no sentido de encontrar camaradas do 5º pelotão de Artilharia que esteve em Cabedu entre 1971/1972, sem sucesso.

Sou Fernando Macedo, ex-1º Cabo Apontador de Artilharia Pesada (10,5), natural de Bonfim, Porto, nascido a 26 de Janeiro de 1949.

Embarquei para a Guiné em Abril, a bordo do Angra do Heroísmo atracando a 1 Junho de 1971.

Nove dias depois, periquito, tive meu batismo, nem queria acreditar, Bissau era atacada pela primeira vez assim como várias localidades próximas da capital. Tinha-me encontrado com um primo, Policia Militar no território há já longos meses, num café na baixa de Bissau.

Bom, foi um desatino completo com o pessoal a recolher aos quartéis.
Apanhei boleia para a minha Unidade, GA7. Era na verdade uma grande agitação, ao fim de não sei quanto tempo, que me pareceram horas, de formaturas e espera, seguiram várias colunas militares com vários destinos e eu fui parar a Nhacra, regressando a Bissau no dia seguinte, 10 Junho.

Duas semanas depois segui de batelão para Cabedu, onde estava sediada parte da CCAÇ 2792. O destacamento era Comandado pelo Alferes Paiva.

Fui em rendição individual substituir um camarada que estava a acabar a comissão, a bateria de obuses era comandada pelo Alferes Nolasco natural de Macau excelente homem.

Poucos meses depois sofri perfuração do tímpano do ouvido esquerdo, agravado com uma infeção na sequência das detonações, tendo dez meses depois  de ter regressado a casa sido submetido a uma operação no hospital de São João, no Porto, em Dezembro de 1972.
Resultado final, surdez completa do ouvido esquerdo.

De momento, sem outro assunto,
Fernando Macedo.


Vista aérea do destacamento e da tabanca de Cabedu
Foto: © Tony Grilo (2009). Direitos reservados.

2. Comentário do editor:

Caro camarada Fernando Macedo, bem-vindo à Tabanca Grande e a esta tertúlia de ex-combatentes da Guiné.

O episódio que contas do ataque a Bissau, que aconteceu exactamente no dia 9 de Junho de 1971, quase o vivia em directo.

Estava programada uma visita de estudo à Capital da Província, como prémio (de consolação) pelo esforço dispendido à protecção da construção do troço de estrada entre o Bironque e o K3, a dois dos pelotões da minha Companhia, precisamente no dia 10 de Junho, que como sabes era o dia em que a guerra parava para festejar o Dia da Raça, como então se dizia. Cumpriu-se apesar de tudo a promessa, e lá andámos nós a fazer turismo numa Bissau acagaçada, desculpa o termo, e deserta porque a malta ainda estava atordoada pelo fogachal do dia anterior.

Estás a ver a diferença, nós vínhamos do mato onde as morteiradas nos caíam no prato da sopa, não a quilómetros das esplanadas dos cafés.

Voltando a ti, já que te apresentaste, sabendo nós que andaste por Cabedu, lá para o sul da Guiné, tens que nos falar das tuas memórias desse tempo. Se tiveres fotos, também as queremos mostrar à malta. Eu tenho especial curiosidade pela paisagem do sul, muito diferente da do norte por onde andei.

Sabes que o principal objectivo do nosso blogue é o registo de acontecimentos e vivências contados na primeira pessoa, para que não sejam os outros a fazê-lo, um dia,  por nós, gente até que nunca pisou aquela terra vermelha, com a qual se fazia lama misturando o próprio suor.

Para terminar a tua apresentação, deixo-te um abraço em nome da tertúlia e dos editores.

O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 19 de Fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11114: Tabanca Grande (387): Carlos Afeitos, professor, ex-cooperante na Guiné-Bissau, agora a viver em Inglaterra, novo grã-tabanqueiro nº 606