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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7746: Blogues da nossa blogosfera (41): Blogue e Nova Tabanca de Avintes (Antero Santos)

1. O nosso Camarada Antero Santos (ex-Fur Mil Atirador/Minas e Armadilhas da CCAÇ 3566 e da CCAÇ 18 - - Empada e Aldeia Formosa -, 1972/74), enviou-nos, em 5 de Fevereiro de 2011, notícias da nova Tabanca de Avintes e do respectivo link para o seu blogue:


Combatentes de Avintes

Caro Amigo Luís Graça,
O nosso blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné, para além de todas as notas positivas que nos transmite quase diariamente, serviu-me de incentivo para me atirar de cabeça na criação de um blogue sobre os Combatentes de Avintes. Baseado na filosofia do LG e Camaradas da Guiné, espero conseguir fazer uma "mesa redonda" com todos os Combatentes da minha terra.
Para a "inauguração" consegui que o primeiro militar de Avintes que partiu para África contasse uma pequena estória.
Estou a tentar conseguir o mesmo do único militar que tivemos na Índia - o João Marques de Oliveira - e que acabou feito prisioneiro.
Solicito a divulgação deste blogue no vosso/nosso LG e Camaradas da Guiné:




Obrigado
Abraço
Antero Santos
Fur Mil da CCAÇ 3566 e CCAÇ 18

__________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:

6 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 - P7391: Blogues da nossa blogosfera (40): Amadu Bailo Djaló, agora em Londres: Guineense, Comando, Português (Idriça Djaló)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Guiné 63/74 – P5009: Efemérides (24): Em 24 de Setembro, Independência de jure da Guiné-Bissau (Osvaldo Colaço - CCAÇ 3566)







1. Mensagem do nosso Camarada Osvaldo Colaço Pimenta, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3566, Empada e Catió, 1973/74, com data de 24 de Setembro de 2009:






24 de Setembro, data da independência de jure da Guiné-Bissau.


Capa do panfleto propagandístico PAIGC Actualités, publicado no poste P3905, em 17 de Fevereiro de 2009


Camaradas,

Mais uma vez obrigado por me receberem tão bem na Tabanca Grande.

Não quero deixar passar este dia 24 de Setembro, sem lembrar da data da independência de jure da Guiné-Bissau.

Um abraço para todos vós do,
Osvaldo Colaço

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre:

«o PAIGC, em 24 de setembro de 1973, declarou unilateralmente a independência, reconhecida nos meses que se seguiram por vários países, sobretudo comunistas e africanos. A antiga metrópole colonial só a reconheceu em 1974, após a Revolução dos Cravos, ela própria devida em larga medida ao impasse em que caíra o esforço bélico português na pequena colónia.»
__________
Nota de MR:

Vd. poste anterior desta série em:


Vd. também sobre a mesma matéria em:

17 de Fevereiro de 2009, Guiné 64/74 - P3905: PAIGC Actualités (Magalhães Ribeiro) (4): O nº 54, Outubro de 1973, dedicado à proclamação da independência: pp. 7-8

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Guiné 63/74 - P4970: Tabanca Grande (174): Osvaldo Colaço Pimenta, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3566 (Empada e Catió, 1973/74)

1. Mensagem de Osvaldo Colaço Pimenta, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3566, Empada e Catió, 1973/74, com data de 17 de Setembro de 2009:

Boa tarde camaradas:
Tive conhecimento do site através dum camarada comum.

Sou: Osvaldo Colaço Pimenta
Ex-Furriel Miliciano de Infantaria
Fiz comissão na Guiné entre 1973 e 1974 em Empada e Catió na CCAÇ 3566, "Metralhas".

Tenho algum espólio fotográfico que tive oportunidade de trazer da Guiné.
Algumas histórias, como todos os camaradas, também fazem parte do meu espólio pessoal.

Quero partilhar convosco tudo aquilo que todos merecemos!

Actualmente sou Quadro Técnico na Saint-Gobain Mondego, empresa líder na produção de embalagens de vidro, situada na margem direita do Mondego, junto à foz, na Figueira da Foz.

Um abraço
Viva a Guiné


2. Comentário de CV

Caro Pimenta (para não confundir com o José Colaço), bem-vindo ao Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Muito obrigado por quereres vir fazer parte desta Tabanca, Caserna Virtual de ex-combatentes da Guiné, que querem fazer alguma catarse, escrevendo as suas memórias, deixando ao mesmo tempo algo para os nossos vindouros, daquilo que foi a guerra naquele pequeno território, hoje Guiné-Bissau.

Tudo o que tiveres sobre a estadia e actividade da CCAÇ 3566 e de ti na Guiné, será bem-vindo ao nosso espólio. As fotos também, a começar por uma tua fardado, na época, em formato tipo passe, de preferência, para fazer parte dos nossos arquivos e encabeçar os teus textos futuramente.
Fotos que queiras enviar, devem vir sempre acompanhadas de legendas para melhor compreensão das situações representadas.

No lado esquerdo da nossa página tens tudo o que podes e deves saber de nós. O que (não) somos e as normas de conduta a seguir pelos tertulianos. Afinal regras normais de boa cidadania que se resumem ao respeito mútuo e à aceitação das diferenças de opinião.

Para tua informação, caso não saibas, temos três tertulianos da tua Companhia, a saber: Antero Santos que vive em Avintes, Joaquim Pinheiro da Silva que vive no Brasil e Xico Allen que vive em Vila Nova de Gaia.

Esperando de ti a melhor colaboração, ficamos à espera que comeces a dar-nos trabalho. Entretanto recebe de toda a tertúlia um abraço de boas-vindas.

C. Vinhal
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 15 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4957: Tabanca Grande (173): Manuel Marinho, ex-1.º Cabo da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4512, Farim e Binta (1972/74)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3551: Brasões, Guiões ou Crachás (4): CCAÇ 728; CCAÇ 2617; CCAÇ 3566; PEL CAÇ NAT 63; CCAV 677 e CCAÇ 2402 (José Martins)

COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 728

CCAÇ 728 - Guiné 1964/64 - Divisa: Os Palmeirins

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 16 - Évora

Embarque em 08Out64
Desembarque em 14Out64

Regresso em 07Ago66

Divisa – Os Palmeirins

Faz uma curta estadia em Bissau, realizando a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional em Nhacra.
Segue para Cachil (Ilha do Como) em 27Nov64, onde assume a responsabilidade do subsector.
Desloca-se em 22Set65 para Catió como unidade de intervenção e reserva do escalão superior ali estacionado.
Foi colocada em Bissau para colaborar na segurança e defesa das instalações e populações em 18Jun66, até à data do seu embarque.

É Companhia independente.
____________


COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2617

CCAÇ 2617 - Guiné 1969/71 - Divisa: Sempre Excelentes e Valorosos

Mobilizado no Batalhão de Caçadores n.º 10 - Chaves

Embarque em 15Nov69
Desembarque em 20Nov69

Regresso em 25Set71

Divisa – Sempre Excelentes e Valorosos

Em 02Dez69 assume a responsabilidade do subsector de Pirada, com um destacamento em Paunca.
Assume o subsector de Guileje em 24Mar70 até 07Fev71.
Em 23Fev71 segue para Quinhamel, destacando forças para Ponta Vicente da Mata, Ome e Ondame.
Segue para Bissau em 30Ago71, onde fica a aguardar embarque.

É uma subunidade orgânica do BCaç 2893
____________


COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 3566

CCAÇ 3566 - Guiné 1972/74 - Divisa: Os Metralhas

Mobilizado no Batalhão de Caçadores n.º 10

Embarque e desembarque em 23Mar72

Regresso em 18Jun74

Divisa – Os Metralhas

De 27Mar72 a 22Abr72 realizou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional em Bolama, no CIM.
Assume a responsabilidade do subsector de Empada em 17Mai72.
Em Abr73 destaca dois pelotões para reforço de Catió, onde ficam até 23Jan74.
Desenvolve uma acção ofensiva na área de Ingoré em 19Out73, com bons resultados.
Regressa a Bissau em 14Jun74 para aguardar embarque.

É Companhia independente.
____________


PELOTÃO DE CAÇADORES NATIVOS N.º 53

PEL CAÇ NAT 53 - Guiné 1966/74 - Divisa: Continuaremos

Mobilizado no Comando Territorial Independente da Guiné

Criado em Setembro de 1966

Desactivado em Agosto de 1974

Divisa – Continuaremos

Colocado inicialmente no Xime, foi transferido, sucessivamente, para Bambadinca (Jan69), Canjambari (Abr69), Bambadinca (Jul69) e Saltinho (Set69), onde se manteve até ser extinto.

Pequena unidade da guarnição normal.
____________


COMPANHIA DE CAVALARIA N.º 677

CCAV 677 - Guiné 1964/66

Unidade Mobilizadora: Regimento de Cavalaria 7 – Lisboa

Embarque: 08Maio64
Desembarque: 13Mai64

Regresso: 26Abr66

É colocada em Tite com a função de intervenção e reserva do Batalhão de Caçadores 599 em 14Mai64, com um pelotão destacado em Fulacunda.

Realizou operações nas regiões de Jufá, Bária, Budugo, Gamol, Jabadá e Brandão, e destacou pelotões para reforço das guarnições de Jabadá e Enxudé.

Assumiu, em 24Abr65, a responsabilidade do subsector de S. João.

Voltou a Tite em 06Abr, seguindo para Bissau para efectuar o regresso.

Foto - Página Guerra Colonial, com a devida vénia
____________


COMPANHIA DE CAÇADORES N.º 2402

CCAÇ 2402 - Guiné 1968/70 Divisa: Se É Impossível Há-de Fazer-se

Mobilizado no Regimento de Infantaria n.º 1 - Amadora

Embarque em 24Jul68
Desembarque em 29Jul68

Regresso em 04Mai70

Divisa – Se é impossível, há-de fazer-se

Em 30Jul68 segue para e assume a responsabilidade do subsector.
A 19Mar69 inicia o deslocamento para Mansabá, para reforço do seu batalhão.
Assume a responsabilidade do subsector de Olossato a 10Abr69.
Transferida para Bissau em 25Abr70, colabora na segurança e protecção das instalaçõese população até ao embarque.

É uma subunidade orgânica do BCaç 2851.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 22 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3501: Brasões, guiões ou crachás (3): CAOP 1: BCAÇ 2885; CART 2732 e CCAÇ 5 (Jorge Picado/Carlos Vinhal/José Martins)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2850: III Encontro Nacional da Nossa Tertúlia (7): Não podia perder este convívio (Antero Santos, CCAÇ 3566, Empada, e CCAÇ 18, Quebo)

Guiné > Região de Tombali >
Aldeia Formosa >
CCAÇ 2381 (1968/70) >
O Maioral Zé Teixeira,
1º cabo enfermeiro,
junto ao obus 14
que batia a zona fronteiriça...

Quem lá esteve, no último ano de guerra (Junho de 1973/Junho de 1974) foi o Antero Santos.


Foto: © José Teixeira (2006). Direitos eservados.


1. Mensagem do Antero Santos, residente em Avintes, com data de hoje:

Caro Luis Graça

No passada semana, a convite do José Teixeira que eu não conhecia, participei pela primeira vez no almoço que todas as semanas o grupo do Norte faz em Matosinhos (1) e fiquei admirado com o espírito de camaradagem deste pequeno grupo; naturalmente falou-se do encontro de Monte Real e senti que não podia perder este convívio.

Como tal no próximo Sábado também quero estar neste encontro e aqui estou a fazer a minha inscrição e da minha mulher Maria Fernanda.

Peça desculpa por só agora estar a fazer esta inscrição.

Vamos ultrapassar a meta dos 100. Dos inscritos conheço o Xico Allen e a Zélia (CCaç 3566) e ainda o Rui Alexandrino Ferreira que foi Cmdt da CCaç 18 antes de eu lá ter estado e de quem os meus soldados diziam maravilhas (conheci-o pessoalmente num jantar da CCaç 18 realizado há cerca de 4 anos).

Um abraço e até Sábado.

Antero Santos
Ex-Fur Mil

CCaç 3566 - Empada (Mar 72/Dez 72)
CCaç 18 - Aldeia Formosa (Jan 73/Jun 74)

___________

Nota de L.G.:

(1) 18 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCX: O Cherno Rachid da Aldeia Formosa (Antero Santos, CCAÇ 3566 e CCAÇ 18)

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Guiné 63/74 - P1320: Humor de caserna (1): O soldado paga com sangue a fama do capitão (Maria Gonçalves, viúva de Rosa Gonçalves, CCAÇ 3566)


Emblema da CCAÇ 3566 e carta manuscrita de Maria Clarinda e Venâncio Gonçalves, viúva do nosso camarada António Joaquim Rosa Gonçalves, que pertenceu àquela, conhecida por Os Metralhas (Empada/Catió, 1972/74) (1).

1. Entre outras coisas, a viúva do Rosa Gonçalves - conhecido por Alentejano, entre os seus camaradas Metralhas - escreveu-me o seguinte, em carta enviada pelo correio:


(...) "Claro que não vejo inconveniente em fazer parte da vossa lista de amigos, será um prazer. Só mostra que a guerra onde vocês, ex-combatentes, estiveram envolvidos, deixou algo de muito bom, a amizade, [a qual] mesmo com o passar do tempo ainda perdura.

"Envio fotocópia de crachá dos Metralhas e de um papel que o meu marido trouxe da Guiné (uma determinação), o que mostra que, apesar de tudo, ainda havia tempo para brincar com coisas sérias... Como deve imaginar, guardo-o religiosamente.

"Como já tinha dito, o que faço em memória do meu marido, é uma forma de manter viva a sua memória, fazendo o que sei o que ele faria" (...)

[Alcácer do Sal,] 10-11-06

2. A nossa amiga Maria mandou-me também, no mesmo correio, um exemplar da Voz do Sado, com um depoimento sobre a guerra na Guiné. A fotocópia do papel do seu marido que ela guarda religiosamente, e que teve a gentileza de me mandar, não é mais do que uma lista de figuras de caserna a que estão associados títulos de filmes da época...

Era então uma forma de os nossos soldados criticarem a instituição militar, denunciando, caricaturando ou ridicularizando alguns dos aspectos mais sinistros, opressivos, cruéis e negativos da sua organização e funcionanamento, através do uso de trocadilhos com recurso a nomes de filmes comerciais (Carecada: E tudo o vento levou; Levantamento de rancho: a revolta dos escravos; Sargento da guarda: o Pai Tirano; Oficial de dia: Gringo não perdoa, etc.).

O emblema dos Metralhas é já, só por si, um tratado de humor castrense! Não sei como passou aos vários controlos da pesada hierarquia militar!

Reproduz-se a seguir a lista com alguns dos ditos de caserna, ditos esses que ao fim e ao cabo remontam a uma tradição popular, muito mais antiga que a guerra colonial... De facto, o nosso povo tem uma amarga experiência secular destas coisas, originando provérbios, de uma grande sabedoria, como:

- Bem parece a guerra a quem não vai nela;
- Da fome, da peste e da guerra... e do bispo da nossa terra, libera nos, Domine [livrai-nos, senhor];
- Em tempo de guerra, mentira é como terra;
- Nem todos os que vão à guerra são soldados;
- O bom soldado tira-o do arado;
- O soldado paga com sangue a fama do capitão...


Regimento de Infantaria nº 14 > Ordem de Serviço nº 5391

Determino e mando publicar:

Cabo Clarim – Trovador maldito
Cabo de Rancho – Ali-bá-bá e os 40 ladrões
Cabos chicos – Os miseráveis
Capelão – Cantiflas, o bom pastor
Carecada - E tudo o vento levou
Caserna – Casa dos infelizes
Comandante – O mais poderoso
Corte de fim de semana – O destino marca a hora

Depósito de géneros – Mercado negro
Desfile militar – Escândalo ao sol
Dia de pronto – O dia da vergonha
Dias de licença – O mundo maluco
Dias de instrução – Sangue, suor e lágrimas

Faxina ao refeitório – O dia mais longo
Fim de semana – Dias e dias no paraíso

Hospital militar – Cemitério dos vivos

Ida para o Ultramar – Que importa morrer
Ir para a Prisão – Os rebeldes

Levantamento de rancho – A revolta dos escravos

Médico de serviço – A morte veste-se branco
Messe de oficiais – Grande hotel
Messe de sargentos – Zona proibida
Meter o Chico – Pacto com o diabo
Mobilização – Passaporte para a eternidade

Oficial de dia – Gringo não perdoa

Passar à Peluda – A maior história de todos os tempos
Piquete – Todos morrem calçados
Plantão na caserna – Cabeça a prémio
Polícia militar – Espionagem maldita
Porta de armas – Cortina de ferro

Rancho melhorado - A grande mentira
Receber correio – De ilusões também se vive
Receber o pré – O dia da vergonha
Reforço ao quartel – Uma morte na escuridão

Sargento da guarda – O pai tirano
Secretaria – A caixa das surpresas
Soldados casados – Sarilhos de fraldas

Tirar o IAO – Aprender a matar
Toque de ordem – Música no coração
Toque de silêncio – Sinfonia incompleta

Uma noite deitado – Os assassinos atacam
______________

Nota de L.G.:

(1) Vd. posts de

19 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1087: Rosa Gonçalves, o alentejano (CCAÇ 3566, Os Metralhas, Empada, 1972) (Quim Pinheiro)

7 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1054: Agradecimento da viúva do Rosa Gonçalves (CCAÇ 3566, Os Metralhas, Empada/Catió, 1972/74)

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Guiné 63/74 - P1087: Rosa Gonçalves, o alentejano (CCAÇ 3566, Os Metralhas, Empada, 1972) (Quim Pinheiro)


1. Texto e foto do Joaquim Pinheiro da Silva (CCAÇ 3566, Os Metralhas, Empada/Catió, 1972/74):

Amigo Luís, boa tarde!

Fiquei muito sensibilizado com a mensagem da Sra. Maria Clarinda, esposa de um ex-militar CCAÇ 3566, infelizmente já falecido (1).

Peço o favor, se possvel, de publicar a foto anexa, onde aparece o Antonio Joaquim Rosa Gonçalves, mais conhecido pelo Rosa, o alentejano.

Esta foto esta tirada num patrulhamento rotineiro pelas matas de Empada, no ano de 1972: à direita, estou, o Joaquim Pinheiro, o brasileiro; e à esquerda, o Rosa, carinhosamente chamado de alentejano.

Antecipadamente agradeço com um abraço
Joaquim Pinheiro da Silva


2. Resposta da viúva do Rosa Gonçalves ao recente convite para integrar a nossa tertúlia:

Será para mim um prazer fazer parte do vosso blogue, mas de momento não me é
possível enviar fotos do meu marido (António Joaquim Rosa Gonçalves) para
que todos vocês se recordem melhor dele.

Tudo o que faço - podem crer - é porque tenho a certez de que se ele estivesse entre nós assim o faria! E mais uma vez lhes digo, o vosso colega (Rosa Gonçalves), deixou-me um gosto muito grande por todos vocês, os amigos da tropa como ele se referia a todos.

Sinto que o devo de fazer, os anos passam e as lembranças do tempo que passamos sem estarmos juntos porque o dever tinha de ser cumprido, é hoje recompensado com boas e más recordações... Sinto ao mesmo tempo alegria
envolta com muita tristeza junta... Mas algo me diz que em memória dele o devo fazer.

Bem hajam a todos OS METRALHAS
Maria Clarinda (Lina) e Venâncio Gonçalves
___________

Nota de L.G.

(1) Vd. post de 7 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1054: Agradecimento da viúva do Rosa Gonçalves (CCAÇ 3566, Os Metralhas, Empada/Catió, 1972/74)

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Guiné 63/74 - P1054: Agradecimento da viúva do Rosa Gonçalves (CCAÇ 3566, Os Metralhas, Empada/Catió, 1972/74)


Guiné-Bissau > Região de Quínara (Buba) > Empada > Abril de 2006 > De novo, o pai, Xico Allen, e a filha, Inês, juntos na pesquisa de vestígios da presença dos Metralhas (CCAÇ 3566) nos já idos tempos de 1972/74.


Foto: © A. Marques Lopes (2006)


1. Mensagem que me foi enviada, em 26 de Agosto último por Maria Clarinda Gonçalves, viúva de um camarada nosso, da CCAÇ 3566 (Empada/Catió, 1972/74)

Viúva de um ex-combatente dos Metralhas

Lembram-se certamente do António Joaquim Rosa Gonçalves, também ele pertenceu à vossa companhia, também ele foi um metralha... Pois eu sou a viúva dele, que era grande amigo do Xico Allen (1) e do Joaquim P. Silva, o brasileiro (2), e mais outros (3).

O meu marido falava tanto dos amigos, tinha tanta coisa para contar de Empada, o meu filho andava sempre a pedir ao pai para falar dos amigos da tropa e, claro, lá vinham mais histórias.

Por curiosidade fui à Internet e dei comigo a pesquisar sítios sobre a Guiné e a CCAÇ 3566. Gostei do que li e vi, lembro-me perfeitamente do meu marido falar de alguns nomes de vocês, senti que o meu marido deixou em mim o gosto pela vossa companhia, OS METRALHAS.

Agora quero que todos vocês, OS METRALHAS, fiquem a saber que, a quando da doença do meu marido, recebi apoio que da parte do Xico Allen e do Joaquim Pinheiro da Silva , o brasileiro (este mesmo estando do outro lado do Atlântico, as dezenas de vezes que telefonava para saber do amigo Rosa!).

Não me esquecerei também de um colega vosso que apareceu no hospital para saber como o meu marido se encontrava, e como a situação era muito complicada, prontificou-se a nos apoiar, a mim e ao meu filho. Nunca mais o vi para lhe agradecer pessoalmente.

Agora passados 7 anos após a morte do meu marido, quero agradecer a todos por terem sido tão amigos dele, não deixando de sublinhar o quanto é grande e bonita a amizade que vos une, amizade essa que transmitiram para nós, mulheres,como é bom saber que ao longo dos anos ainda mantêm bem vivas as lembranças, a amizade.

Sendo mulher de um dos vossos e já não o tendo junto de nós, ele e outros colegas que já partiram deste mundo continuarão a estar sempre nos nossos corações. A todos OS METRALHAS espero que se mantenham sempre unidos porque uma amizade como a vossa já é uma raridade nos dias de hoje. Além disso, quantas lembranças há ainda em cada uma de vós!

Maria Clarinda (Lina) e Venâncio Gonçalves.

2. Comentário de L.G.:

É uma mensagem singela mas que nos toca a todos, esta da Maria Clarinda Gonçalves que já viu o seu companheiro partir, precocemente, e que vem agora, através deste espaço que é o nosso blogue, agradecer as provas de amizade e solidariedade que recebeu, ela e a sua família, por ocasião da doença e da morte do nosso camarada da CCAÇ 3566, o Rosa Gonçalves. Aqui fica o convite para ela se juntar à nossa tertúlia, se assim o entender, e partilhar connosco as memórias da Guiné, do nosso Rosa Gonçalves (aerogramas, fotos, etc.).
_________

Notas de L.G.

(1) Vd. post de 1 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P831: Do Porto a Bissau (23): Matando saudades de Empada (A. Marques Lopes e Inês)

(2) Vd. post de 15 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLIV: Que maravilha de trabalho (Joaquim Pinheiro, CCAÇ 3566, Empada/Catió, 1972/74)

(3) Sobre outros camaradas da CCAÇ 3566 - Os Metralhas, vd os posts de:

16 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXXVI: O Xico de Empada, grande amigo dos guinéus (Albano Costa)

18 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCX: O Cherno Rachid da Aldeia Formosa (Antero Santos, CCAÇ 3566 e CCAÇ 18)

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Guiné 63/74 - P754: O Nosso livro de visitas: Joaquim Pinheiro (CCAÇ 3566, Empada/Catió, 1972/74) - Que maravilha de trabalho

Texto do Joaquim Pinheiro (CCAÇ 3566, Os Metralhas, (Empada/Catió, 1972/74) (1):

Olá, amigo Luís!

O Xico Allen já me havia falado do seu blogueforanada, mas como foi por telefone, penso que tenha deixado de anotar algo, pois não consegui acesso.

Ontem [7 de Maio de 2006], fazendo uma pesquisa sobre Empada [na região de Tombali, Catió], eis que me deparo com este seu maravilhoso trabalho! Me emocionei, pois logo á entrada reví a foto e a história da morte de um soldado na cagadeira que eu tão bem conheço (2)... e cuja história, logo que eu cheguei a Empada, uns amigos que arranjei da Companhia, Os Catedráticos, me contaram.

Juro que, como periquito, fiquei muito impressionado. Ao ponto de sempre me conscientizar que, em caso de ataque, jamais correria pra lá...

Bem.... o importante, é que agora eu conheço melhor (estou conhecendo) o seu trabalho. Muito obrigado. Pois coisas como estas, nos fazem retornar a tão longínquos tempos.... É como se, por magia, o tempo voltasse e a memória se rejuvenesce, fazendo-nos lembrar de tantos amigos, de tantos momentos (bons e ruins) e acima de tudo, fazer aflorar o sentimento que penso todos nós, independentemente da patente carregamos nos nossos corações...A SAUDADE!!!!

Vou tomar a liberdade de enviar algumas fotos que possuo, da malta da CCAÇ 3566, Os Metralhas (Empada/Catió, 1972/74).

Um abraço deste seu fã,
Joaquim Pinheiro da Silva (o brasileiro)

(Cidade de Itanhaém - S.Paulo/Brasil)
_____________

Notas de L.G.

(1) Sobre outros camaradas da CCAÇ 3566 - Os Metralhas, vd os posts de:

16 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXXVI: O Xico de Empada, grande amigo dos guinéus (Albano Costa)

18 de Abril de 2006 > Guiné 63/74 - DCCX: O Cherno Rachid da Aldeia Formosa (Antero Santos, CCAÇ 3566 e CCAÇ 18)

(2) Vd. post de 11 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXXIV: Estórias do Zé Teixeira (2): o Conceição ou o morrer de morte macaca

(...) "O Conceição era uma camarada de Lisboa, que tanto quanto eu sabia, não tinha pais e vivia com a avó. Era um moço muito alegre e passava o dia a cantar.

Já perto do fim da comissão, em Empada (...), estava na retrete ... e a cantar. Não ouviu as saídas de morteiro que nos foram enviadas do cimo da pista e controladas via rádio por alguém lá dentro ou junto ao arame farpado. Uma das primeiras rebentou no telhado da retrete e projetou-o para trás, esmagando parte da nuca contra a parede.

"Eu, logo após o ataque, dei uma volta pelo quartel. Fiquei assustado, pois cairam várias lá dentro e gritava de contente. Não havia aparentemente feridos e muito menos mortos. Nesse momento, o Furriel Pedro (actualmente muito doente, com um derrame celebral) grita-me:
- Teixeira vem aqui ! - Fiquei horrorizado com o que vi. Mais uma vez chorei de raiva" (...).

Vd. também post de 2 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DC: Poema em memória do Conceição (Zé Teixeira)

terça-feira, 18 de abril de 2006

Guiné 63/74 - P700: Tabanca Grande: O Cherno Rachid da Aldeia Formosa (Antero Santos, CCAÇ 3566 e CCAÇ 18)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Quebo > 2005 > O Zé Teixeira de visita aos seus amigos de Aldeia Formosa (ou Quebo). (O Teixeira foi 1º cabo enfermeiro na CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá, Empada, 1968/70).

© José Teixeira (2006)


1. Texto de Antero Santos (ex-furriel miliciano da CCAÇ 3566 e da CCAÇ 18, 1972/74):

Por curiosidade fiz uma pesquisa sobre Aldeia Formosa e encontrei um conjunto de notícias sobre a Guiné e a Guerra Colonial. Não imaginava que pudesse encontrar tanta informação.

Cheguei à Guiné em 23 de Março de 1972 e fiz parte de CCAÇ 3566 - Os Metralhas [a mesma unidade a que pertenceu o Xico Allen, agora em digressão pela Guiné, juntamente com outros camaradas do Porto e de Lisboa]; a partir de 4 de Janeiro de 1973 e até ao fim da comissão passei a fazer parte da Companhia Africana CCAÇ 18 - Aldeia Formosa (Quebo para os africanos), tendo regressado [ à Metrópole] em 24 de Junho de 1974.

De momento pretendo somente acrescentar uma nota acerca do chefe religioso Cherno Rachid que também conheci pessoalmente: faleceu em 1973 (dentro de dias informo a data exacta) durante o período em que estive em Aldeia Formosa (1).

Na realidade o poder deste chefe religioso era enorme: a guerra parou para que um conjunto de autoridades religiosas dos países vizinhos se deslocasse a Aldeia Formosa para participar no seu funeral.

Antero Santos
Ex-furriel miliciano

2. Comentário de Luís Graça:

Saúdo o nosso camarada Antero e faço votos para que se junte, rapidamente, à nossa tertúlia de amigos e camaradas da Guiné. Na realidade, ele pode ser o ilustre representante de duas unidades de que ainda sabemos pouco: a CCAÇ 3566 (Os Metralhas) e a CCAÇ 18.

Por outro lado, ele pode dar-nos o testemunho da sua vivência dos dias passados em Aldeia Formosa e do seu conhecimento pessoal do Cherno Rachid, uma figura que era respeitada, segundo creio saber hoje, tanto pelas autoridades portuguesas como pelo PAIGC (Provavelmente o que escrevi sobre ele em 10 de Janeiro de 1970 não era inteiramente justo, podendo estar enviesado pelo meu parti-pris político-ideológico da época).
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Nota de L.G.

(1) Vd post de 15 de Junho de 2005 > Guiné 69/71 - LVII: O Cherno Rachid, de Aldeia Formosa (aliás, Quebo)

(...) "Excertos do diário de um tuga. L.G.

"Bambadinca. 10 de Janeiro de 1970:

"0 Cherno Rachid é a autoridade máxima do Islão na Guiné. De etnia futa-fula, vive em Aldeia Formosa [Quebo], rodeado duma auréola de lenda e santidade: a sua simples presença, asseguram os meus soldados, faz malograr qualquer ataque dos guerrilheiros àquela povoação onde aliás esta sediado um batalhão, e os seus mezinhos (amuletos ou talismãs) imunizam os homens-grandes, quer dizer, aqueles que praticam os preceitos do Alcorão, contra as balas do inimigo.

"0 ascendente que ele tem sobre a população islamizada da Guiné, confere uma dimensão política à sua personalidade de mauro (sábio). E o general Spínola reconhece-o, chegando ao ponto de ir expressamente a Aldeia Formosa para visitar o Cherno Rachid e consultá-lo sobre problemas que obviamente nada terão a ver com a exegese do Déftere (Alcorão).

"Pode dizer-se que ele é o chefe ideológico (e não apenas religioso e espiritual) da casta feudal que se aliou ao colonialismo português contra o movimento nacionalista de libertação.

"Tive hoje, aliás, a oportunidade de conhecer pessoalmente o Cherno Rachid e constatar o seu carisma e o poder de atracção que ele exerce sobre os africanos islamizados. Esteve vários dias em Bambadinca, de visita ao chão fula. Com avioneta ou helicóptero, às ordens, claro!

"Sentado numa esteira, de pernas trançadas, recebia nos seus aposentos privativos os fiéis que, descalços como na mesquita, o iam cumprimentar, trazendo-lhe presentes, sobretudo em dinheiro (às vezes mesmo somas importantes!) em troca duma oração, dum conselho ou dum objecto cabalístico.

"Como seria de esperar, o Cherno Rachid, acompanhado da sua comitiva de servos e discípulos, foi depois por seu turno apresentar cumprimentos às autoridades militares locais (comando do batalhão)... Noblesse oblige!" (...)