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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16154: Revisitando o "chão fula", e ligando o passado com o futuro (Patrício Ribeiro, Impar Lda) - Parte III: Canquelifá


Foto nº 1 > > Energia fotovoltaica e água potável, ou seja, o futuro, que chega a Canquelifá, uma terra mártir no final da guerra de libertação, quando o PAIGC a reduziu a cinzas.


Foto n º 2 >  Saltando do passado para o futuro...


Foto nº 3A > Restos do passado... Memorial aos mortos da CCAV 2748 / BCAV 2922 (*)


Foto nº 3 > Restos do passado... Memorial aos mortos da CCAV 2748 / BCAV 2922. Não sabemos se o edifício atrás era de uso militar ou civil (escola, capela,  posto administrativo...).


Foto nº 4 > Memorial da CCAÇ 1623 (1966/68), cujo lema era "Vontade e Valor"


 Foto nº 5 > Memorial da CCAV 2748 /BCAV 2922 (1970-72), visto lateralmente


Foto nº 6 > Memorial ao Soldado Manuel dos Santos Ferreira Reis, da CCAÇ 1623 (**)


Foto nº 7 > Restos do antigo aquartelamento (1)


Foto nº 8 > Restos do antigo aquartelamento (2)


Foto nº 9 > Restos do antigo aquartelamento (3)

Guiné-Bissau > Região de Gabu > Canquelifá > Maio de 2016

Fotos: © Patrício Ribeiro (2016). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Terceira e última parte da fotorreportagem do Patrício Ribeiro, nas suas andanças pelo "chão fula", levando às populações do leste a energia fotovoltaica que simboliza o futuro...

Patrício Ribeiro, foto à esquerda, é um português de lei e de grei, natural de Águeda, criado desde terra idade em Angola, no Humabo (antiga Nova Lisboa)... Por lá casou e fez a  tropa e a guerra. Foi fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, regressou ao "Puto" como retornado, mas teve saudades de África, decidindo montar a sua "morança" na Guiné-Bissau em 1984.

De cooperante passou a empresário, no início dos anos 90, sendo fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda, especializada hoje em energias alternativas, com um portefólio impressionante com mais de 400 instalações. Neste momento a sua empresa leva a energia eléctrica e a água potável (um dos mais elementares direitos humanos!) a quase uma centena de tabancas do chão fula, no leste.

Tem o seu filho a trabalhar com ele e dá trabalho a muita gente. É também conhecido carinhosamente como "pai dos tugas", pelo apoio que tem dado aos jovens portugueses que demandam as terras da Guiné-Bissau. Vive temporariamente em Bafatá, e de vez em quando lembra-se de nós e das suas obrigações como grã-tabanqueiro. Há dias mandou-nos fotos de Bafatá, Piche e Canquelifá. São de Canquelifá as que publicamos hoje.(****)

Um abraço fraterno para ele.
Os editores


2. Legendas complementares (com a preciosa ajuda dos portais Liga dos Combatentes e  Ultramar Terraweb):

(*) Mortos da CCAV 2748 / BCAV 2922 (1970-72)

Guido Ponte Brazão da Silva,  alf mil cav op esp, natural de São Vicente, Madeira, "morto por acidente" [um engenho IN!]  em 22/10/1970: (***)

Alfredo da Silva Amaral, soldado, natural de Ílhavo, morto em combate em 7/08/1970;

Manuel da Conceição Gonçalves, soldado, natural de Vendas Novas, morto por acidente em 5/10/1970

Sajo Baldé, soldado milícia
 
(**) Mortos da CCAÇ 1623 / BCAÇ 1856 (1966-68)

Manuel dos Santos Ferreira Reis, soldado, natural de Vila Nova de Gaia, morto em combate, em 21/12/1966
.


.Guiné > Zona Leste > Canquelifá > CCAV 2748 (1970/72) > O nosso grã-tabanqueiro Francisco Palma, posando junto ao brazão da CCAÇ 1623 (1966/68), na altura em belíssimo estado de conservação. O lema da CCAÇ 1623 era Vontade e Valor, como se pode ler. Confronte-se esta foto com a n.º 4.

A CCAÇ 1623 foi mobilizada pelo  RI 2 - Abrantes, desembarcou em Bissau a 18 de Novembro de 1966 e foi colocada em Nova Lamego a fim de efetuar treino operacional e intervir na zona leste. A 29 de janeiro de 1967 assumiu a responsabilidade do subsetor de Canquelifâ com um pelotão destacado em Dunane. Permaneceu transitoriamente em Fá Mandinga de onde marchou para Bissau para aguardar o regresso, embarcando a 18 de Agosto de 1968

Foto (e legenda): © Francisco Palma (2007). Todos os direitos reservados

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14886: In Memoriam (234): Manuel Pescadinha Lazarino, ex-fur mil enf, CCAV 2748 (Canquelifá, 1970/72)... O funeral foi hoje de manhã, em Valado de Frades, Nazaré (Francisco Palma)




Nazaré > Valado de Frades  > Homemagem a Manuel Pescadinha Lazarino, pessoa querida na terra, treinador de futebol. Foto: Cortesia do blogue de Alberto Latoeiro > Valado Minha Paixão



1. Mensagem de ontem,  às 21h56, do nosso camarada Francisco Palma (ex-soldado condutor auto rodas, CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72):


A CCAV 2748, do  BCAV 2922, cuja comissão decorreu de  agosto de 1970 a maio de 1972, em Canquelifá, setor de Piche,  zona leste da Guiné, está de luto pelo falecimento do seu camarada Manuel Pescadinha Lazarino, hoje [, dia 15,]  pelas 5h00 da manhã.

O funeral realiza-se amanhã, dia 16,  pelas 10h30, em Valado de Frades, Nazaré .

O Lazarino foi furriel ebnferneiro em Canquelifá e,  pelo que sempre fez por todos os membros da sua/nossa companhia, era querido e amado por todos.

Há de ser lembrado por todos nós pela sua capacidade de ajuda piscológica e pelos cuidados que nos prestou, curando as nossas mazelas físicas.

Paz à sua alma!

Descansa em paz, estimado camarada e amigo.

Condolências a toda a família, esposa e filhos.

R.I.P.

Francisco Palma

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14751: Convívios (689): XVII Encontro do pessoal da CCAV 2748 levado a efeito no passado dia 6 de Junho de 2015 nas Caldas da Rainha (Francisco Palma)

1. Em mensagem do dia 8 de Junho de 2015, o nosso camarada Francisco Palma (ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72), fala-nos do último Convívio do pessoal da sua Unidade.


17.º CONVÍVIO DOS EX-COMBATENTES DA CCAV 2748 

TORNADA - CALDAS RAINHA 

06 de Junho de 2015 

Olá Camaradas, boa tarde!
Aqui vai a notícia possível, sobre o encontro acima referido

O Restaurante O Cortiço em Tornada – Caldas da Rainha pela 3.ª vez continua a agradar e a concitar a atenção de uns quantos.

A quantos ao longo dos vários convívios nos têm acompanhado nos eventos acima mencionados o meu bem hajam.

Desta vez para além dos Camaradas da CCAV 2748, contámos com várias presenças: CCS, CCAV 2747 e CCAV 2749, o que fez um total de 85 presenças, combatentes e familiares, os quais já vão na 3. ª geração (netos/as), contámos ainda com representante da MAC (Movimento de Apoio ao Combatente) e seu Guia espiritual Sr. Padre Gonçalves.

 Foi um sem numero de abraços e recontar de lembranças, em que não dava tempo a um acabar para outro iniciar, muita alegria estampada nos rostos de todos os presentes.






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 Nota do editor

 Último poste da série de 12 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14739: Convívios (688): Rescaldo do XIII Encontro do pessoal da CART 2520, levado a efeito no passado dia 30 de Maio em Mira de Aire (José Nascimento)

sábado, 8 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13862: In Memoriam (202): Albino Nunes, CCAV 2748 / BCAV 2922 (Canquelifá, 1970/72)... Que Deus o tenha em bom lugar (Francisco Palma)


O Albino Nunes e a esposa num dos convívios anuais do pessoal  da CCAV 2748 (Canquelifá, 1970/72)


Foto: © Francisco Palma (2014). Todos os direitos reservados.  [Edição: LG]



1. Mensagem do Francisco Palma (ex-sol cond auto, CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72), nosso grã-tabanqueiro e frequentador regular da Tabanca da Linha:


Data: 7 de Novembro de 2014 às 16:30

Assunto: Falecimento do camarada, ex-combatente da CCAV 2748 / BCAV 2922 (Canquelifá



​A CCAV 2748 está de luto: faleceu o Albino Nunes, no passado dia 9 de setembro de 2014. Era ui,m nosso estimado camaradae grande amigo.

Fiquei surpreendido e chocado pela notícia,  que só hoje me  foi comunicada,  pelo nosso camarada Firmino Moreira
.
O Albino era um camarada alegre e  divertido, não só na Guiné como cá entre nós. .Procurava nunca faltar aos convívios onde sua alegria era contagiante.

Que Deus o tenha em bom lugar e, até breve, amigo Albino Nunes.

Francisco Palma

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Nota do editor:

Último poste da série > 4 de novembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13845: In Memoriam (201): Coronel Piloto Aviador Manuel Bessa Rodrigues Azevedo (1938-2014): "Blé, eu sei que, lá por onde andas, estás em boa companhia, com os amigos pilotaços Brito, Moura Pinto, Mantovani, Gil e as enfermeiras Manuela e Piedade" (António NMartins de Matos, ten gen pilav). …

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13320: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (41): Passos à volta da mesa nº 15 (Piche), com reflexões sobre a vida e a morte: findo o IX, viva o X Encontro Nacional, já marcado para o dia 18/4/2015 (Hélder Sousa, ex-fur mil trms TSF, Piche e Bissau, 1970/72)


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Mesa nº 15 (Piche) > Dois homnens que passaram por Piche;: João Moura (que mora em São Martinho do Porto, Alcobaça) e Hélder Sousa (Setúbal). Fica desde já aqui o convite para se sentar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Ao centro, o Hélder Sousa; à esquerda,o Delfim Rodrigues, nosso grã-tabanqueiro de Coimbra (ex-1.º Cabo Auxiliar de Enfermagem, CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73); e à direita, o Fernando Roque (que veio de Sesimbra: é um homem das transmissões que esteve em Bissau com o Hélder, e a quem convidamos para integra a nossa Tabanca Grande).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Mesa nº 15 (Piche):  Francisco Palma, João Moura e Hélder Sousa.  O Francisco Palma , à esquerda,foi Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72, e é DFA (deficiente das forças armadas).

Foto: © Francisco Palma  (2014). Todos os direitos reservados.



IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Mesa nº 15 (Piche): Hélder Sousa, Fernando Roque e José Manuel Matos Diniz,  ex-fur mil il da CCAÇ 2679 (Bajocunda, 1970/71)

Foto: © Miguel Pessoa  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Ainda a mesa nº 15 (Piche): os nossos grã-tabanqueiros Manuel Joaquim  (à esquerda) e Pedro Lomba (à direita). 

nosso camarada Manuel Luís Lomba era um especial destaque por que: (i) foi fur mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66; (ii) é autor de "Guerra da Guiné: A batalha de Cufar Nalu" (Terras de Faria Lda: Faria, Barcelos, 2012, 341 pp.); e (iii) veio ao nosso convívio, pela 2ª vez, se não erro e regressou a Barcelos ainda tempo de ir à festa de anos de uma filha.

Foto: © Miguel Pessoa  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]



IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Francisco Palma e J. Casimiro Carvalho.

Foto: © Francisco Palma  (2014). Todos os direitos reservados,


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > O Hélder, nos aperitivos,conversando com a esposa do Francisco Baptista, Fátima Anjos. O casal que vive Aldoar, Porto, veio pela primeira vez ao nosso ecnontro.  


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 >   > Quatro grã-tabanqueiros de longa data e de épocas diferentes no TO da Guiné: Jorge Rosales, Virgínio Briote, Vasco da Gama e Hélder Sousa


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Mesa nº 15 (Piche): da esquerda para a direita, Hélder, Roque, Zé Dinis e Armando Pires


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Mesa nº 15 (Piche): da esquerda para a direita, Zé Dinis e Armando Pires


IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Mesa nº 15 (Piche): da esquerda para a direita,   Armando Pires, Manuel Joaquim e Manuel Luís Lomba



IX Encontro Nacional da Tabanca Grande > Palace Hotel Monte Real > 14 de junho de 2014 > Mesa nº 15 (Piche): da esquerda para a direita,   Manuel Joaquim e Manuel Luís Lomba


Fotos: © Manuel Resende  (2014). Todos os direitos reservados, [Edição e legendagem: LG]


1. Mensagem do nosso colaborador permanente Hélder Sousa:


Data: 22 de Junho de 2014 às 22:31
Assunto: Ainda o IX Encontro da Tabanca Grande - Reflexões


Caros Editores

Em anexo junto um texto sobre o qual julgarão da sua oportunidade e da sua eventual publicação.

Inicialmente tinha pensado, logo no regresso do nosso IX Encontro, na viagem de volta, conversando com os parceiros de viagem, o Jorge Rosales, o Rogé Guerreiro e o Armando Pires, e ouvindo as suas opiniões e emoções sobre o que se viveu, elaborar um texto que pudesse servir para realçar tudo o que de bom tinha sucedido e apontar pistas para a melhor forma de aproveitar o tempo e as companhias.

Entretanto fui surpreendido pelo falecimento súbito de um amigo de juventude e a vontade ficou perturbada.

Contudo, como continuo a considerar que o IX Encontro foi um êxito, pelas razões que no texto adianto e porque, no plano pessoal, tive a alegria de, para além de rever e conversar com amigos já firmados que contacto menos, e que correndo o risco de cometer o pecado de omissão (de que antecipadamente peço desculpa), posso citar o Vinhal, o Mexia, o Luís Graça, o Juvenal, o António Santos, o C. Martins, o Delfim, o Eduardo Campos, o Ernestino Caniço, o Fernando Súcio, o Xico Allen, o Humberto Reis, o Idálio, o João Martins, o Peixoto, o "Alfero" Cabral, o Jorge Picado, o Barros Rocha, o Zé Carvalho, o Cancela, o "Josema", o Zé Saúde, o Reis, o Lima Santos, o Traquina, o Raul Albino, o Rui "Salpicos" Silva, o Simeão, o Briote e o Vítor Caseiro, valorizo bastante todo o Encontro.

E ainda, para além dos companheiros de mesa, também desenvolvi, com gosto, interessantes novos conhecimentos e conversas com o António Faneco, o Joaquim Luís Fernandes, o Francisco Baptista e o Mário Gaspar que, afinal, embora com mais idade que eu, andou antes por sítios pelos quais também caminhei.

Tudo isto me levou então a escrever o texto que anexo para o qual apenas envio uma foto do meu amigo falecido, sendo que já vi uma foto de grupo da "Mesa 15 - Piche", mas que não consegui localizar.

Saudações e um forte abraço para todos os camaradas.


Hélder Sousa

2. IX Encontro Nacional da Tabanca Grande  > Reflexões sobre a Vida e a Morte 

por Hélder Sousa


Caros camaradas, amigos e outros

Na sequência das emoções vividas no nosso IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, altamente motivador e enriquecedor, as quais me estavam a fervilhar na mente para as exteriorizar, eis que fui confrontado com (mais) uma triste notícia que me refreou as intenções.

Foi o caso de, pela hora do almoço de 2ª feira 16 de Abril,
Tito Baptista Pereira
 ter recebido um telefonema a comunicar-me o falecimento de um colega e amigo, vítima de um problema de coração. Esse amigo de infância foi meu colega em várias Turmas da Escola Industrial e Comercial de Vial Franca de Xira e fomos finalistas do Curso de Montador Electricista em 1964. Fomos também colegas na Machado de Castro, em Lisboa, em 64/65 e 65/66. Fomos depois novamente colegas, embora em cursos diferentes, no velhinho Instituto Industrial de Lisboa. E fomos, finalmente, incorporados ao mesmo tempo em Santarém. 

A partir daqui, com especialidades diferentes, as nossas vivências divergiram. No tempo, no espaço e até, também, no ‘entendimento’ sobre a resolução para os problemas do País e do Mundo. Manteve-se a amizade e a estima mas já não a ‘proximidade’. E foi preciso acontecer o “irremediável” para interiorizar o que, embora já sabendo, se tornou evidente e com sabor amargo: não se deve nunca deixar que as pequenas coisas se agigantem e venham tolher as vontades e se tornem mais importantes que os grandes valores da vida!

Esse amigo chamava-se Tito Baptista Pereira e, para quem é mais avançado na idade e se lembra da sua juventude, perceberá facilmente que era o filho mais novo desse incomparável nadador português, de Alhandra, Baptista Pereira [, 1921-1984], que fez e ganhou a travessia a nado do Canal da Mancha. O Baptista Pereira, pai, está também imortalizado na figura do “Gineto”, um miúdo crescido nos esteiros do Tejo, que Soeiro Pereira Gomes [1909-1949] retratou num  dos seus livros dedicado “aos filhos dos Homens que nunca foram meninos”.

A morte deste meu amigo deixou-me triste e pensativo mas também, agora que já ‘aceitei’ a nova realidade, me avivou a necessidade de dar vida à amizade, de insistir em privilegiar as coisas boas e ultrapassar, resolvendo ou ignorando, as coisas que geram inimizades.

Deste modo, posso voltar a referir o nosso Encontro.

Foi, quanto a mim, e pelo menos para mim, um grande evento. Grande porque, contra todas as expectativas, foi muito significativo o número de pessoas [, 145,] que se reuniram a pretexto dele. Grande também, porque tudo correu bastante bem. Grande ainda porque, mais uma vez, foi possível gerar encontros, conhecimentos e simpatias entre pessoas muito distintas nas suas origens e/ou vivências.

Dum modo geral, aqueles que de alguma maneira estiveram presentes no TO do CTIG, reúnem-se nos Encontros das suas Unidades, Companhias, Pelotões, Batalhões, etc. Nessas ocasiões revivem as suas comuns experiências, as suas recordações, as aventuras, os pesadelos, os risos, as lágrimas. O seu horizonte é o das suas próprias vivências. Vão para esses Encontros sabendo exactamente o que vai acontecer, os camaradas que conhecem e reconhecem e que vão reencontrar, vão reviver as histórias já conhecidas. E isso não tem nada de mal, é até uma forma de ‘contabilizar’ os que vão morrendo e fazer ‘prova de vida’. 

Sabe-se até que, por vezes, é difícil fazer Encontros do Batalhão, pois é frequente as diversas Companhias desse Batalhão terem tido apenas em comum o facto de se terem formado e constituído e, nalguns casos, as viagens de ida e de regresso. A minha experiência com o pessoal do BCAV 2922 mostrou-me que nem numa data “redonda”, os 40 anos da partida comum, foi possível juntar todas as suas Companhias (a CCS e as três operacionais) no mesmo evento. E, compreende-se, pois tirando o período de constituição do Batalhão não houve mais nada em comum.

Estes nossos Encontros são totalmente diferentes.

O que nos move, o que nos impele a estar presentes é apenas a nossa vontade de conhecer e conviver, confraternizar, interagir, com outros camaradas que, sabemos, estiveram naquelas paragens que conhecemos. Em tempos diferentes, em locais diferentes mas que ouvimos falar. Podemos trocar impressões com quem esteve nos mesmos locais que nós, antes, depois e até, por vezes com surpresa, ao mesmo tempo. Camaradas de Unidades e especialidades diversas, ver e falar ‘ao vivo’ com pessoas que tiveram desempenhos relevantes.

E tudo isto por nossa iniciativa. Aliás, será a nossa capacidade de quebrar a timidez que pode tornar o Encontro mais ou menos enriquecedor. Na minha “Mesa 15” tive a companhia do Francisco Palma, condutor vítima de mina e DFA. Já está ambientado a este tipo de ‘grupos’ pois já frequentou a Tabanca da Linha e há muito que é membro do Blogue mas sei que ficou encantado por ter estado à conversa com o José Casimiro Carvalho. Também quem é que consegue não ficar…

Estava também o João Moura, com quem estive em Piche, iniciado nestas ‘lides, com alguma timidez inicial mas que teve oportunidade de falar longamente, entre outros, com o Eduardo Campos e a Giselda Pessoa, sabendo eu que tais conversas ‘lhe encheram a alma’.

Revi também o meu amigo Fernando Roque, das Transmissões mas não TSF, claro, porque nem todos podiam ter tal distinção… vá lá, vá lá, reparar e manter centrais telefónicas e já está bem! Falámos das nossas experiências comuns, do que se passou durante os tempos em que as nossas comissões tiveram sobreposição, das viagens de moto que fizemos a Nhacra para visitar e conviver com outro amigo, do sucedido aquando da inauguração das instalações do Agrupamento de Transmissões, das visitas ao Cupilão, etc., enfim foi um recordar de coisas cheias de momentos notáveis.

Na minha “Mesa 15” estavam também o Manuel Luís Lomba, o Manuel Joaquim e o Zé Dinis que são já habituais e por isso não terão tido dificuldade em ambientar-se. Resta o meu conterrâneo (em termos de Distrito) Armando Pires que espero tenha conseguido obter mais elementos para futuros ‘posts’, pese embora a sua preocupação pela saúde de familiar que o estava a incomodar.

Tal como já foi referido, seriam necessárias várias horas para conversar 5 minutos com cada um dos outros participantes, pelo que tal não é prático nem sequer possível. Mas isso é o mesmo que se passa nos Encontros das Unidades funcionais e até de outra índole, como os encontros da malta da escola, do emprego, etc., pelo que, mais uma vez reafirmo, teremos que tomar a iniciativa, chegar junto de um camarada e perguntar “Onde estiveste? Por onde andaste? Quando foi?” (o nome está no crachá) e depois logo se vê o rumo que a conversa toma. Assim, desse modo, teremos garantidamente um ‘dia ganho’, em conhecimentos, em informação, em amizade.

Esta é a minha “receita” para todos aqueles que tenham a coragem de vir ao próximo, e já marcado para 18 de Abril de 2015, “X Encontro Nacional da Tabanca Grande”.

E agora perguntarão: “e o que é que isto tem a ver com Vida e Morte”, conforme puseste no subtítulo”?

Ora bem, a Vida é o que vivemos e ainda projectamos viver. É, também, a memória vivenciada que, no que diz respeito às nossas experiências militares, recordamos e partilhamos nestes nossos Encontros. A Morte é apenas quando nos resta a recordação, como sucede no caso do meu amigo Tito. Por isso, caros camaradas, abram alas à amizade, não incentivem divergências, resolvam-nas, alimentem este nosso espaço e tenham a coragem de aparecer no próximo ano, em 18 de Abril.

Isso, é Vida!

Um abraço para toda a Tabanca!

Hélder Sousa
Fur Mil. Transmissões TSF (Piche e Bissau, 1970/72)

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Nota do editor:

Último poste da série > 23 de junho de 2014 >  Guiné 63/74 - P13318: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (40): Tanto eu como o meu filho Richard e os meus cunhados Mateus e Florinda Oliveira que vieram da América, adorámos este convívio (Júlio da Costa Abreu, Amsterdão, Holanda)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13241: Convívios (603): CCAV 2748 (Canquelifá, 1970/72), Almeirim, 31 de maio último: as fotos da nossa alegria, 42 anos depois do regresso a casa (Francisco Palma)



Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) > Foto de família


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) > Ao centro, o organizador, o nosso camarada Francisco Palma



Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) > A  alegria do reencontro...


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) >  Camaradas e amigos para sempre...


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) >  A "hora da dolorosa"...


Almeirim > 31 de maio de 2014 >  16º Convívio da CCAV 2748  (Canquelifá, 1970/72) >  O bolo dos 42 anos do regresso a casa

Fotos: © Francisco Palma  (2014). Todos os direitos reservados. (Editadas e legendadas por L.G.)


1. Mensagem de Franscisco Palma [ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72], com data de 2 do corrente


Assunto - 16º Convívio da CCAV 2748

Estimados Camaradas / Tabanqueiros / Bloqueiros,

Mais um ano se passou!

Em 31/05/2014, a CCAV 2748 do BCAV 2922 realizou, com 90 presenças, grande alegria, amizade e camaradagem o seu 16º Convívio, no Restaurante Marisqueira Os Paulos, em Almeirim

A sensação de mais um reencontro de camaradas combatentes de Canquelifá, no leste da Guiné,  1970-72, em que mais uma vez foram ultrapassadas todas as expectativas, 

Compareceram dois camaradas que não víamos desde 1972, data do regresso, o Manuel Correia Graça DFA,  ferido com acidente de estilhaço de obus 14, e o José António Alves, meu camarada de abrigo (eu e ele ripostámos ao fogo inimigo, lado a lado, pelo menos em 10 ataques frente ao Abrigo 12).

Tantas relembranças e histórias/estórias recontadadas de factos vividos e que nos parece aconteceram... ontem!... Com sorrisos de alegria estampados nos rostos, já a começar a enrugar, e com os cabelos já "muito" grisalhos... Na realidade, já se passaram 42 anos do regresso daquele TO.

Na qualidade de organizador, sinto-me honrado e sem conseguir explicar em palavras o que sentimos.
Junto fotos que falam por si.

Um abraço a todos os Camaradas
Francisco Palma
CCAV 2748 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12801: Memória dos lugares (264): Canquelifá, Agosto de 1970 a Maio de 1972, no tempo da CCAV 2748/BCAV 2922 (Francisco Palma)

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Palma (ex-Soldado Condutor Auto Rodas da CCAV 2748 / BCAV 2922, Canquelifá, 1970/72), com data de 25 de Fevereiro de 2014:

Estimados Camaradas e amigos Luís Graça e Carlos Vinhal
A quem peço o favor da divulgação dirigida a todos os camaradas blogueiros e tabanqueiros e a quem mais tiver a curiosidade.

Não tendo grandes dotes para a explanação escrita, mas passados 42 anos do meu regresso, e apesar de ter acionado uma mina anticarro e ser Deficiente das Forças Armadas com 30,58% , não queria deixar de mostrar a muita gente que a Guerra Ultramarina dos Soldados Portugueses no TO da Guiné, não se limitava a passar férias nem tão somente a matar e a morrer e muito menos a estagiar dentro do arame farpado, como alguém já escreveu.
De facto para alem das saídas quotidianas para o mato a patrulhar e zelar pela segurança da população, ao responder aos ataques de aquartelamentos efetuados pelas tropas inimigas e todas as contingências do dia a dia e noites sem dormir, ainda havia tempo para conviver com as populações indígenas, e receber e dar carinhos às crianças e "Bajudas" e conviver com os adultos, os chamados Homens e Mulheres Grandes.

Escolhi algumas das minhas fotos pessoais para demonstrar que o ambiente dentro do arame era bastante amigo e afável entre a população e os militares da CCAV 2748 do BCAV 2922,  no período de Agosto 1970 a Maio 1972, em Canquelifá, Leste da Guiné.

Francisco Palma
Condutor Auto-Rodas







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Nota do editor

Último poste da série de 6 DE FEVEREIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12684: Memória dos lugares (263): O Xime, ao tempo da CART 2520 (1969/71), comandada pelo cap mil António dos Santos Maltez, natural de Aveiro (Renato Monteiro)