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terça-feira, 6 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9568: O PIFAS, de saudosa memória (6): Recebia, via Marconi, a chave do Totobola e transmitia-a depois ao camarada João Paulo Diniz, do PFA (Álvaro Vasconcelos, Centro Recetor do Agrupamento de Transmissões de Bissau, jun 71/jul 72)

1. Mensagem do nosso  camarada Álvaro Vasconcelos,  ex- 1.º Cabo Transmissões do STM (Aldeia Formosa e Bissau, 1970/72)
Data: 4 de Março de 2012 00:10
Assunto: PIFAS



Amigo Luís:

Sou "piriquito" nestas aventuras de escrever mensagens no correio electrónico: mas lá vai...
 

Quando estive no Centro Recetor do Agrupamento de Transmissões  de Bissau (de Junho de 71 a Julho de 72), recebia, via Marconi, a Chave do Totobola. Depois transmitia-a ao camarada João Paulo Diniz, locutor do PIFAS [, foto atual à direita, cortesia de RTP Memória], para ele dar a novidade o mais rapidamente possível aos ouvintes da Rádio no Programa das Forças Armadas (PIFAS). Recebia a dita logo depois das seis da tarde de cada domingo.

Luís, espero não estar a ser inconveniente para com o João Paulo Diniz, mas este camarada é apresentador de um programa da Antena Um, transmitido todas as madrugadas de cada sábado [, das 5h às 7h]. O nome do programa é Emoções, do qual eu sou ouvinte (quando não adormeço!...). Já tive oportunidade de o cumprimentar por esta via e ele teve a amabilidade de o focar no programa. Aconteceu vai para um ano! É um camaradão que certamente estará disponivel para camarigar connosco.

Desafio-te - com o devido respeito-, a, se te for possível, o contactares, aí em Lisboa. Tanto quanto julgo saber, ele é funcionário da RDP.

Luís, não tenho o prazer de te conhecer pessoalmente, mas permito-me solicitar que perdoes o meu infortúnio de não poder comprometer-me em ser mais útil. Nesta, para mim, complicada informática, mesmo a nível de simples utilizador, sou um "cepo" e não há meio de me desenrascar melhor.

Aprecia a minha limitada experiência: já tentei contactar mais de uma vez com o João Paulo e não voltei a conseguir!...

Assim, por favor, se for realmente possível aproveitar a informação que aqui deixo, espero ter contribuido para essa nova realidade da Tabanca Grande.


Um reconhecido agradecimento e Bem Hajas!


Álvaro Vasconcelos
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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9564: O PIFAS, de saudosa memória (5): Quando o Autocarro do Amor fazia escala na Guiné (Augusto Silva Santos)

domingo, 4 de março de 2012

Guiné 63/74 - P9558: O PIFAS, de saudosa memória (2): Depoimentos de David Guimarães, Joaquim Romero e António J. Pereira da Costa


Imagem à direita: O PIFAS - Cartoon, de autor desconhecido, enviado pelo Miguel Pessoa

1. David Guimarães [ex-Fur Mil Art Minas e Armadilhas, CART 2716/BART 2917, Xitole, 1970/72]:

Sobre o assunto em questão [, o PIFAS,]  proponho que procurem o João Paulo Diniz (ainda há dias o vi na televisão), vive por esses lados de Lisboa, creio eu. Ele mesmo foi locutor dos anos de 70/72 nessa rádio que conhecemos... 


Creio que por aí será fácil chegar a ele e ele terá então muitas histórias... E está vivo...


2. Joaquim Rodero [, ex-Fur Mil Trms, STM/QG, 1970/72]: Amigo Luís,  penso que um dos elementos a contactar, para te esclarecer sobre as actividades do PIFAS, será o ex-fur mil Vitor Raposeiro (, muito bom guitarrista!).  Fez parte do conjunto musical das Forças Armadas, que percorreu a Guiné em espectáculos ligados há acção psicológica , e era também elemento ligado à escuta das emissões da rádio Conacri , e que a partir do QG faziam o empastelamento dessas frequências de transmissão.


Também o Hélder Valério de Sousa esteve ligado à escuta, mas creio que não participou no Pifas, mas nada melhor que lhe perguntar. 


Recebe um abraço do Joaquim Rodero, extensivo a todo o corpo redactorial do blogue. 


3. António José Pereira da Costa [,  cor art ref, ex-alf art na CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69,  e ex-cap art, cmdt da CART 3494/BART 3873, Mansabá, Xime e Mansambo, 1972/74] 


 Camarada,  sugiro um contacto com o locutor João Paulo Diniz que foi locutor do PFA-Noctuuuuuurrrrno! em 1971/72/73(?). Ele é capaz de ter bobines ou cassettes do tempo e contar aventuras. Por volta de Jun 72 havia programas dedicados às unidades que eram identificadas pelo nome de guerra e localidade.

Tenho um PIFAS que ainda guincha. Era um boneco de borracha que guinchava quando se apertava, vagamente parecido com [a mascote do programa televisivo] Zip Zip, mas de camuflado, rádio e gravador portátil. (...)



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Nota do editor:

Vd. poste anterior da série > 4 de março de 2012 > Guiné 63/74 - P9557: O PIFAS, de saudosa memória (1): Depoimentos de José da Câmara, Carlos Carvalho e Carlos Cordeiro

Guiné 63/74 - P9557: O PIFAS, de saudosa memória (1): Depoimentos de José da Câmara, Carlos Carvalho e Carlos Cordeiro



O PIFAS - Cartoon, de autor desconhecido, enviado pelo Miguel Pessoa


1. Já tínhamos, aqui no nosso blogue, três ou quatro referências ao PIFAS, acrónimo de Programa de Informação das Forças Armadas, que passava na rádio, na Guiné, no início dos anos 70... 


Alguns postes, avulsos, já foram aqui publicados sobre esse programa: recordo-me, por exemplo, do poste P6106, de 4 de abril de 2010, do Miguel Pessoal, com um história engraçada que envolve a Giselda; e de um outro mais antigo, o poste P3488, de 20 de novembro de 2008, da autoria do António Matos... Também o José Manuel Dinis se refere ao PIFAS, no seu poste de apresentação à Tabanca Grande (Poste P3147, de 24 de agosto de 2008)

" (...) Em Bajocunda criei a jornal Jagudi, que expandia textos de diversos camaradas, bem como, por vezes, transcrevia artigos de orgãos da comunicação social. O Jagudi ganhou alguma notoriedade porque era lido pelo João Paulo Diniz no PIFAS." (...) 

Mais recentemente o PIFAS veio à baila, a propósito do poste P9531 (veja-se o comentário do José da Câmara, a seguir no ponto 2). Tivemos necessidade de saber algo mais sobre esse programa radiofónico. Daí o nosso apelo, através de mensagem de 27 de fevereiro último, enviada pelo correio interno da Tabanca Grande:


Amigos e camaradas: Queremos saber (mais) coisas sobre o PIFAS - Programa de Informação das Forças Armadas... Artigos, notas, memórias, conteúdo dos programas, locutores, responsáveis, músicas que lá passavam... Obrigado pela vossa colaboração... Vamos abrir uma série sobre o PIFAS, se houver material... Um Alfa Bravo. Luis Graça

As respostas não se fizeram tardar, sob a forma de diversos depoimentos, informações, historietas, esclarecimentos, apontamentos, detalhes... Temos já aqui um conjunto interessante de informação que vamos começar a partilhar com todos os nossos amigos e camaradas. A quem já respondeu, o nosso muito obrigado. De quem tiver informação adicional, ficamos a aguardar que no la enviem, para publicação. Obrigado. (LG)

 2. Comentário de José da Câmara ao poste P9531

Caros amigos,

A programação do PIFAS era feita em Bissau, num edifício cercado de muros, que ficava um pouco acima do Clube de Oficiais da Força Aérea. Admito que a memória me falhe no pormenor da localização.

A segurança ao PIFAS, como era conhecida a Estação de Rádio, esteve a cargo da CCaç 3327, nos meses de Fevereiro e Março de 1971.

Nunca estive ligado àquela segurança, pelo que não posso acrescentar muita coisa de útil.
 Julgo saber que, ligados à Rádio na Guiné, durante algum tempo da sua comissão, açorianos foram dois: o Jorge Cabral, micaelense, já falecido, e o Álamo Oliveira que vive na Ilha Terceira.

Por Eurico Mendes, combatente em Angola, locutor e jornalista dos OCS portugueses, de New Bedford, soube que o Álamo lhe dissera que o Gen Spínola gostava de passar algumas horas nocturnas na estação do PIFAS.

A rubrica Discos Pedidos era, sem dúvida alguma, a mais popular entre os militares.

Naquele programa, em 1971/1972, também houve uma voz feminina.

Um abraço amigo,
José Câmara



A mascote do PIFAS, da autor desconhecido - Imagem enviada pelo Carlos Carvalho

3. Carlos Carvalho:

O PIFAS ficava situado em Bissau, tendo como locutor dinamizador nos programas de música pedida, e com concursos, entre 1970/1972, o conhecido locutor da Antena 1, João Paulo Guerra [ou João Paulo Diniz ?]. (*)

Tinha como boneco representativo, um boneco - o PIFAS - cuja imagem anexo.

4. Carlos Cordeiro:

Além do Jorge Nascimento Cabral, que faleceu há cerca de dois anos (na época era já funcionário do Emissor Regional dos Açores da Emissora Nacional),  também o António Lourenço de Melo, antigo locutor do ERA-EN, lá trabalhou (ambos de S. Miguel). Pedi-lhe já para nos fazer uma conferência integrada no ciclo: ainda não se decidiu, mas lá chegará. Julgo que não trabalhavam só na parte militar, mas também na civil, mas não tenho a certeza.

Não sabia que o Álamo de Oliveira também tinha trabalhado no PIFAS. 


Desculpa a minha “suspensão” das lides bloguísticas. Mas, “nesta fase da vida”, meti-me em demasiadas alhadas para as quais a pedalada já vai escasseando – por muito que me queira convencer de que não.

Um abraço do  Carlos (este e não o nosso Vinhal, para quem vai o meu abraço também)

PS - Penso que os dois não trabalharam simultaneamente. O Jorge era mais velho do que o Lourenço. Na altura em que o Lourenço de Melo lá esteve, quem controlava a Emissora era Otelo Saraiva de Carvalho (nada de certezas, pois foi em conversa de há tempos e posso estar a imaginar). 

[Continua]
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Nota do editor:

(*) Sobre o jornaliste radialista João Paulo Diniz [, que tem um programa de música, "Emoções", aos sábados, às 5h às 7h da manhã, na Antena 1]:

(...) "João Paulo Diniz trabalhou cerca de 30 anos da Radiodifusão Portuguesa (RDP), tendo na noite de 24 de Abril de 1974, aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, lançado a música "E Depois do Adeus", de Paulo Carvalho, a senha que fez avançar a revolução que viria a derrubar o regime, então liderado por Marcello Caetano. Depois, na década de 1980, esteve na BBC, em Londres, e, entre Julho de 1997 e Dezembro de 1999, em Macau". (...) Fonte: Lusa, 11 de janeiro de 2008.

Ver também  Camões  - Revista de Letras e Culturas Lusófonas, Número 5 · Abril-Junho de 1999 > Cronologia do 25 de Abril

Dia 22 [de Abril de 1974]


c. 11H00 - O capitão FA Costa Martins contacta João Paulo Diniz, no Rádio Clube Português (R.C.P.), por incumbência de Otelo, que o tivera como subordinado no Comando Chefe na Guiné, com o objectivo de emitir um sinal radiofónico para desencadear o movimento. O radialista, que desconhecia o emissário, desconfia da sua identidade, mas aceita, depois de muito instado, aprazar um encontro entre os três, nessa noite, num bar lisboeta.

Dia 23 [de Abril de 1974] 
00h15 - Otelo Saraiva de Carvalho e Costa Martins, protegidos pelo major FA Costa Neves, avistam-se, no Apolo 70, com João Paulo Diniz. Este esclarece que apenas colabora no programa matutino Carrocel do R.C.P., razão pela qual não poderá emitir a senha pretendida. Obtêm, contudo, a garantia de transmissão do seguinte sinal, entretanto combinado, "Faltam cinco minutos para a meia-noite. Vai cantar Paulo de Carvalho «E depois do adeus»", através dos Emissores Associados de Lisboa (E.A.L), que apenas dispõem de um raio de alcance de cerca de 100 a 150 quilómetros de Lisboa. A limitada potência do emissor torna, assim, necessária a emissão de um segundo sinal, através de uma estação que alcance todo o País.

- Deslocam-se, seguidamente, para junto da Penitenciária de Lisboa, onde aguardam que o ex-locutor do Programa das Forças Armadas em Bissau obtenha informação no Rádio Clube Português sobre a constituição da equipa que entrará de serviço na madrugada de 25. Este apura que o serviço de noticiário estará a cargo de Joaquim Furtado mas, conhecendo-o mal, não arrisca estabelecer contacto.


Dia 24 [de Abril de 1974]:

(...) 11h00 - Carlos Albino adquire na então livraria Opinião o disco «Cantigas de Maio», para garantia, já que, desde Dezembro de 73 havia indícios de que a PIDE se preparava para um assalto aos escritórios do Limite, na Praça de Alvalade.

- O capitão Costa Martins contacta João Paulo Dinis e informa-o que o sinal foi antecipado em uma hora. (...)

22h55 - 1ª senha: a voz de João Paulo Diniz anuncia aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74 «E Depois do Adeus». Era o primeiro sinal para o início das operações militares a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas. (...)

Dia 25 [de Abril de 1974]:

00h00 - João Paulo Dinis conclui o programa nos E.A.L. e regressa a casa, seguindo instruções do chefe militar do MFA.

00h20 – Nos estúdios da Rádio Renascença, situados na Rua Capelo, ao Chiado, Paulo Coelho, que ignora os compromissos assumidos pelos seus colegas do programa Limite, lê anúncios publicitários. Apesar dos sinais desesperados de Manuel Tomás, que se encontra na cabina técnica acompanhado de Carlos Albino, para sair do ar, o radialista prossegue paulatinamente a sua tarefa. Após 19 segundos de aguda tensão, Tomás dá uma "sapatada" na mão do técnico José Videira, provocando o arranque da bobine com a gravação que continha a célebre senha: a canção Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso. (...)

Sobre o jornalista João Paulo Guerra, vd. entrada da Wikipédia.