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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20648: Tabanca da Diáspora Lusófona (5): A história de mil anos de Portugal explicada numa hora à comunidade eslovena em Nova Iorque (João Crisóstomo) - Parte II


O nosso camarada João Crisóstomo, luso-americano, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes... 




Conversa sobre Portugal: 19 de janeiro de 2020, Comunidade eslovena em Nova Iorque 


por João Crisóstomo 


[ O autor tinha preparado um guião original, já com cortes, para uma comversa de meia hora (*); como o tempo disponível acabou, entretanto,  por ser maior - cerca de uma hora - ele passou a ter liberdade  para introduzir notas e comentários extra;   a versão original está disponível em inglês, no final deste poste; o editor Luís Graça fez a tradução e adaptação livre para o blogue, com a devida autorização do autor](**)



Dada a impossibilidade de uma conversa abrangente e detalhada sobre Portugal, limito-me aqui a uma descrição muito breve e concisa, apontando o que considero mais relevante e interessante para se dar a cohecer.(*)

E, claro, não se esqueçam de que sou português: mesmo sem ter essa intenção, terei tendência a dar opiniões subjetivas e parciais. Como vocês bem sabem, uma moeda sempre tem duas faces.

Embora a criação e a fundação de Portugal sejam datadas dos séculos X e XI, sabemos que o 'Homo Sapiens Sapiens' deambulou  por aquela região ocidental da península ibérica há 35 a 40 mil anos atrás. 


Entre as evidências existentes, eu gostaria de chamar a atenção, não sem uma pontinha de vaidade,   para uma descoberta arqueológica ainda recente na qual eu também estive envolvido: em 1994, durante o processo de construção de uma barragem hidroelétrica, foram descobertas  gravuras rupestres ao longo do vale do rio Coa, no norte de Portugal. 


Isso foi assunto de um longo artigo no "New York Times". Ao perceber a importância dessas descobertas para Portugal e para o mundo, iniciei uma campanha nos EUA para salvar essas gravuras, uma campanha que imediatamente se espalhou pelo mundo inteiro. 


Após uma intensa e feroz campanha, a construção da barragem foi suspensa [, em 1994], por António Guterres, agora Secretário Geral da ONU, quando ele era então o Primeiro Ministro de Portugal.

Hoje, esse sítio, Foz Coa,  é a maior galeria artística 
do mundo, ao ar livre, da Idade da Pedra, um Patrimônio Mundial sob proteção da UNESCO[, desde 2 de Dezembro de 1998; em 10 de Agosto de 1996 é aberto oficialmente o Parque Arqueológico do Vale do Côa]





Vila Nova de Foz Coa > Museu do Côa > 3 de setembro de 2013 >  Conteúdos: reprodução de gravuras rupestres


Fotos (e legenda): © Luís Graça  (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Voltando à História de Portugal: No final do século X, a Península Ibérica  era formada alguns reinos, muçulmanos e cristãos. Portugal nasceu de um deles, o reino de Leão e Castela, quando seu rei decidiu criar e dar a um dos seus súbditos uma grande região na parte norte do seu reino. 


Tendo recebido esta região, o governante Afonso Henriques, primo de Bernardo, da família Borgonha, que governava uma grande parte da Europa e que queria criar um moderno estado cristão na Península Ibérica, decidiu-se pela independência completa do Condado Portucalense e assim  nasceu Reino de Portugal.

Para expandir o seu reino, Afonso Henriques, 
não podendo nem mem querendo expandir-se à custa de terras cristãs, decidiu invadir e conquistar as regiões ao sul, sob o domínio islâmico, o que fez, com a ajuda significativa dos Cruzados que vinham da Europa transpirinaica para libertar Jerusalém,  com um paragem, ao que parece propositada,  no novo reino cristão. 


Foi o que aconteceu com a conquista de Lisboa, uma cidade de 150 mil  habitantes, na época uma cidade grande em comparação com Paris, que tinha apenas 50 mil  e Londres com 30 mil.


Com a conquista do Algarve, a sul, Portugal obteve as fronteiras geográficas que manteve até hoje, tornando-se Portugal o país mais antigo da Europa, no que diz respeito às fronteiras permanentes. 


Para uma compreensão sumária, a história de Portugal pode ser dividida em quatro períodos: 


1 - De 1128 a 1580: Fundação, expansão e exploração, que também foi para Portugal a Idade de Ouro; 


2 - Nos 60 anos seguintes, de 1580 a 1640, que se tornaram a História da Idade das Trevas de Portugal, sob o domínio espanhol [, monarquia dual, dinastia filipina]; 


3 - 1640 a 1755: A libertação da Espanha e a retomada por Portugal de seu lugar no mundo como um país importante; 


4-1755 até hoje: A destruição de Portugal, especialmente Lisboa, pelo terrível terremoto de 1755; e logo depois o tumulto e a destruição adicional durante as invasões dos exércitos napoleónicos [1807-1811],  que causaram danos irreversíveis a Portugal até os dias de hoje, não mais  recuperando o páís a posição relevante que deteve no mundo no Séc. XVI.


Algumas palavras agora em cada um desses períodos da nossa história: A primeira e a mais importante: como a Europa era asfixiante, ameaçada pelas invasões dos mongóis, Portugal não tinha alternativa senão experimentar o mar em busca de sobrevivência e possível expansão. 


Os custos de mercadorias, como a seda, as especiarias e outros produtos vindos do Extremo Oriente por terra [, "pela rota da seda"], eram proibitivos e estavam disponíveis apenas para alguns. Os únicos que ganharam com essas atividades foram a cidades-estado de Génova, Veneza e outros na Itália. Enquanto essas cidades-estado controlavam o Mar Mediterrâneo, no Extremo Oriente, foi o Império Muçulmano Otomano, especialmente a Turquia, que controlou os mares da Índia, China e outras nações asiáticas e todas as suas atividades. 


Portugal primeiro tentou expandir-se para a África do Norte,  conquistando a cidade de Ceuta, em Marrocos; mas os sonhos portugueses de conquistar Marrocos foram interrompidos quando uma segunda invasão para conquistar Tânger se provou um desastre.


Para os portugueses, então, ir mais longe pelo mar para alcançar e explorar o sul do que era então conhecido na África e descobrir se havia outras terras habitadas era uma obrigação. Algumas pessoas esclarecidas, lideradas pelo infante Dom Henrique, o Navegador [, um dos filhos de Dom João I e da inglesa Filipa de Lencastre], decidiram fazer exatamente isso. 


Os seus esforços mostraram-se frutíferos: logo os portugueses, especialistas em pesca,  e que costumavam ir cada vez mais longe da costa (até ao mar do Norte e até porventura à Terra Nova, para a pesca do bacalhau, por exemplo), haviam inventado um novo sistema de navegação, usando um pequeno barco com três velas a que chamavam  caravelas; esse novo sistema de navegação permitia-lhes viajar em todas as condições, mesmo navegando contra o vento. E era manobrada, a caravela,  por um simples leme, dispensando remadores, tornando possível tomar provisões maiores por longos períodos no mar. Esse foi o grande salto. 


Essas caravelas e a melhoria do astrolábio pelos portugueses (, que passou a ser fabricado em metal em vez de madeira), possibilitaram viagens longas como as de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão de Magalhães, Cristovão Colombo e tantas outras. 


Para ser justo, é preciso ressaltar que nem tudo era 'ouro puro': foi no início da exploração europeia de África que a escravidão se intensificou  e os portugueses são geralmente apontados  como os primeiros europeus traficantes de escravos na África [, depois dos árabes e seus aliados norte-africanos e subsarianos, entre os séc. VIII e XIV].


(Continua)

________________


Bibliografia que consultei;

1. O livro de onde faço várias referências é o livro:” The First Global Village"- How Portugal changed the world , da autoria do escritor Inglês Martin Page, 12a edição. " Casa das Letras" ( comprei este aí em Portugal).


Outros livros que li e que “consultei" agora:


2. "Encompassing the World” Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries. Um daqueles livros grandes em todo o sentido, de se lhe "tirar o chapéu, pelo seu conteúdo fabuloso em todos os aspectos. Publicaçao da “Arthur M.Sacckler Gallery( da Smithsonian Institute em Washington)


3. Lisbon - War in the shadow of the city of light, 1939-1945 da autoria de Neil Lochery


4. The First World Sea Power—1139-1521; volume 1o. Autor: Saturnino Monteiro


5. 1494 How a Family Feud in Medieval Spain Divided the World in Half . Autor:Stephen R. Bown ( St Martins Press, New York)


6. 1808 (5a edição) Autor: Laurentino Gomes ( jornalista brasileiro). Editora Planeta. Brasil


7. Os Pioneiros Portugueses e a Pedra de Dighton, do Dr. Manuel Luciano da Silva


8. Magellan autor ; Stefan Zweig,( version française) par Alzir Hella; Bernard Grasset- Paris


Jornais e revistas:


1. “ Luso-Americano” uma série de artigos sobre esta exposição, da autoria do jornalista /escritor/editor principal do" Luso Americano" . Publicadas neste jornal de 27 de Abri29 de Junho de 2007.


2. New York Times, Friday, June 29 2007


3. Washington Post, June 24 2007 e July 20 2007


4. "Portuguese in the making of America” da autoria de James H.Gill


5. Military History, July/August 2006, artigo do historiador Michael D. Hull, capa e artigo (páginas 24 a 31).

____________

Notas do editor:


(*) Último poste da série > 12 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20642: Tabanca da Diáspora Lusófona (4): A história de mil anos de Portugal explicada num hora à comunidade eslovena em Nova Iorque (João Crisóstomo) - Parte I


(**) Primeira versão do texto, em inglês:

January 19, 2020; Slovenian community :Talk on Portugal…


Given the impossibility of a comprehensive and detailed talk on Portugal, I limit myself to a very brief and concise description, pointing out what I consider more relevant and interesting to know.


And of course, do not forget that I am Portuguese: even without my meaning to do so, I am prone to give subjective and partial opinions. As you well known, a coin has always two faces.


Though the creation and foundation of Portugal is dated to the 10th and 11th centuries, we know that Homo Sapiens was roaming this region 35 to 40, 000 years ago. Among the existing evidence I like to point out, very selfishy I must admit, a still recent archaeological discovery on which I was involved: In 1994 , in the process of building a dam for electric energy, engravings were discovered in stones along the valley of the River Coa in Northern Portugal. 

This was the subject of a lengthy article in the New York Times. As I realized the importance of these findings for Portugal and the world I started a campaign in US to save these engravings, a campaign which immediately spread around the world. After an intense and fierce campaign the construction of the dam was stopped by Mr Antonio Guterres, now the Secretary General to the UN who was then the Prime Minister of Portugal. This site is today the largest stone age open air gallery in the world, a World Heritage under Unesco protection.

Going back to the History of Portugal:


At the end of the 10th century the Iberian Peninsula consisted of a few kingdoms, of Muslim and Christian faiths. Portugal was born of one of these, the kingdom of Leon and Castille, when its king decided to create and give to one of his subjects a large region in the northern part of his kingdom. Having received this region, the ruler, Afonso Henriques, cousin of Bernard of the Burgundy family who ruled then a large part of Europe and who wanted to create a modern Christian kingdom state in the Iberian Peninsula, decided for complete independence and the Kingdom of Portugal was born.


In order to expand his kingdom Afonso Henriques, unable and not willing to expand into Christian lands, decided to invade and conquer the regions south, under Islamic rule; this he was able to do, with significant help from crusaders of Europe en route to liberate Jerusalem and who seems purposely stopped in the new born kingdom.


So it happened with the conquest of Lisbon, a city of 150,000 people, at the time a big city in comparison to Paris which had only 50,000 and London 30,000.


With the conquering of Algarve in the south, Portugal obtained the geographical borders which he kept until today, making Portugal the oldest country in Europe, as long as permanent borders are concerned.

The history of Portugal for a simple understanding can be divided in four periods:

1--From 1128 to 1580: Foundation, expansion and exploration, which was also for Portugal its the Golden Age.


2— The following 60 years, 1580 to 1640, which became the Dark Ages of Portugal History, under Spanish rule.


3— 1640 to 1755: The liberation from Spain and the retaking by Portugal of his place in the world as an important country.


4- 1755 to today: The destruction of Portugal, specially Lisbon , by the terrible earthquake of 1755; and soon afterwards the rampage and further destruction during the invasions by the Napoleon forces, which caused Portugal to our days, never to be able to regain the relevant position in the world it held for so long.

A few words now on each of these periods of our history:


The first and the most important: As Europe was asphyxiating, threatened by the invasions by the mongols, Portugal had no alternative but to try the sea for survival and possible expansion. The costs of merchandise, such as silk, spices and other goods coming from the Far East by land were prohibitive and available to just a few. The only ones gaining from such activities were the city/states od Genoa, Venice and others in Italy. While these city/states controlled the Mediterranean Sea, in the Far East it was the Muslims/Ottoman Empire specially Turkey who controlled the seas of India, China, and other nations and all their activities.


Portugal first tried to expand into Africa by conquering the town of Ceuta in Morocco; but the Portuguese dreams of conquering Morocco were cut short when a second invasion to conquer Tangier proved a disaster.


For the Portuguese then, to go farther by sea to reach and explore the south of what was then known of Africa, and find out if there were other inhabited lands, was a must. A few enlightened people, led by Prince Henry the Navigator, one of the kings sons, decided to do exactly that. Their efforts proved to bear fruit: soon the Portuguese, experts in fishing and used to go farther and farther from the coast, had invented a new system to navigate, by use of a little boat with three sails which they called "caravelas"; this new system of navigation allowed them to travel in all conditions, even sailing against the wind. And it was maneuvered by a simple rudder, dispensing oarsmen, making it possible to take larger provisions for longer durations at sea. This was the great leap. These caravelas and the improvement to the astrolabe by the Portuguese, namely making them in metal instead of wood, made possible long trips such as the ones by Vasco da Gama, Fernão de Magalhaes, Cristovão Colombo and so many others.


For fairness a point must be made though as not all was pure gold: it was with the beginning of Africa exploration that slavery exploded and the Portuguese are usually credited with the first captures of slaves in Africa. (...)


(to be followed)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20642: Tabanca da Diáspora Lusófona (4): A história de mil anos de Portugal explicada numa hora à comunidade eslovena em Nova Iorque (João Crisóstomo) - Parte I


Foto do álbum fotográfico de casamento de João Crisóstomo e Vilma Kracuna, Nova Iorque, 20 de abril de 2013.

Foto: © João Crisóstomo (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Vilma Kracun e João Crisóstomo, no 10 de Junho de 2018, Dia de Portygal, em Mineola, Nova Iorque. Cortesia de Henrique Mano Luso-Americano


1. Mensagem de João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), nosso camarada da diáspora, a viver desde 1975 em Nova Iorque, conhecido ativista social (de causas como as Gravuras de Foz Coa, Timor Leste ou Aristides Sousa Mendes); casado com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun; régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona]

Data: sexta, 17/01/2020 à(s) 22:58
Assunto: Abraço!

Meu caro Luís Graça,

Embora (,salvo raras excepções,) eu não seja de estar longo tempo ao telefone, gosto de me manter em contacto com os meus amigos. Por isso estou sempre a incomodar alguns que eu sei conseguem tempo e paciência para apanharem o telefone sem isso lhes transtornar a sua vida de cada dia. A outros, como é o teu caso, não posso fazer isso. E já muita paciência tens em me aguentar de vez em quando… não sei como consegues… eu não tenho um décimo da tua actividade e por vezes fico perdido quando o telefone toca…

Resta-me o E mail… que é coisa que se pode ler quando se tem tempo e apagar logo, quando se vê que é coisa que não merece mais do que isso...

Outras vezes, como é o caso agora… é só para te dizer que estou a pensar em vocês aí em Portugal , lembrando o saudoso Eduardo, o Rui com quem falo frequentemente, a Atalaia ( vi há pouco no blogue uma foto com o nome…)…

E-sei que este não vais publicar pois está em Inglês, mas talvez te ajude a começar a dormir , se como me sucede a mim um livro ou uma leitura ajuda…

O que segue é o que vou ler depois de amanha à comunidade eslovena de Nova Iorque que me pediram para " lhes falar um pouco de Portugal" . Sei que o teu Inglês é mais que suficiente para isto.

Dorme bem!
João


2. Resposta do nosso editor Luís Graça, com data de 9 de fevereiro último:

João:

Bom dia!... Muito interessante esta ideia de tentar explicar a um comunidade estrangeira como a eslovena em Nova Iorque, em largos traços, uma história tão complexa, rica e apaixonante como a de Portugal, com mil anos... Fizeste um belo trabalho, e que te consumiu muito tempo...

Tens alguma foto deste encontro, de 19/1/2020 ?

Já fiz uma tradução / adaptação livre do teu texto, que vou publicar, se mo autorizares, em dois ou três postes...Diz-me só qual a fonte bibliográfica, que usaste, e que citas várias vezes (,indicando inclusive as págínas). Se quiseres, posso aligeirar essas referências... Podemos pôr uma sumária bibliografia e sitografia no fim (os livros ou "sites" que consultaste em inglês e em português)... Posso também manter o teu texto original., no fim, em letra mais pequena...

Estava a pensar editar este material na série "Tabanca da Diáspora Lusófona", de que já se publicaram dois postes... Passa a ser sobretudo a "tua" série", gerida por ti, que és o "régulo"...

Diz-me qualquer coisa na volta do correio... Um xi-coração do Luís para o meu mano João e outro para a mana Vilma


3. Resposta do João, 10/2/2020, 2h59

Caro Luís Graça,

Fiquei surpreso (e, modéstia aparte senti-me lisonjeado), por achares a minha apresentação "um belo trabalho"  e  "interessante esta ideia de tentar explicar a um comunidade estrangeira como a eslovena em Nova Iorque, em largos traços, uma história tão complexa, rica e apaixonante como a de Portugal, com mil anos". Obrigado,  meu caro.

A verdade é que quando ocasião oportuna se proporciona, seja em conversa entre amigos ou seja porque as pessoas já me conhecendo assim me pedem, -- tenho-o feito em outras ocasiões-- nunca deixo de tentar pôr Portugal no lugar que a meu ver merece. E eu acho que se no passado fomos grandes, no presente somos melhores do que aparentemente se vê. Mas sofremos por sermos modestos demais. E isso dá azo a que outros mais ambiciosos se saibam acreditar com valores que a nós pertencem. E a verdade é que nós não precisamos de manusear factos ou aumentar nada: do passado e do presente basta dizer e falar com honestidade e simplicidade, cingindo-nos aos factos, pondo à luz o que por insuficiente divulgação parece teimar querer ficar "debaixo do alqueire”.

Fizeste-me "sentir bem” por dois motivos. Primeiro,  porque este comentário ao meu trabalho vindo de ti tem muito valor para mim. E,  segundo,  porque ele veio-me de alguma “explicar" a boa aceitação que esta minha apresentação teve por parte dos que estiveram presentes, sabendo eu que são sempre um grupo de pessoas com muito mais bagagem intelectual do que eu. 

Desta vez por exemplo entre eles estava Janez Kranjc, um conceituado professor esloveno, que está agora aqui em Nova Iorque por seis meses lecionando numa universidade e que fez o favor de me enviar esta foto (e que por isso mesmo ele não aparece na foto nº 1) 

Esta comunidade eslovena embora pequena, tem uma actividade cultural impressionante e dedica o terceiro domingo de cada mês a alguma "actividade cultural”. Já não foi surpresa para mim pois o mesmo sucede e verifiquei desde a primeira vez que lá fui, na pequena mas muito bonita e muito cultural Eslovénia.

Foi neste contexto que me pediram para apresentar/ falar sobre Portugal. Aliás não foi a primeira vez: Em ocasiões anteriores tive oportunidade de falar sobre Aristides de Sousa Mendes  foto nº 2) e Timor Leste (fotos nºs 3 e 4), conforme podes ver nas fotos que junto.


 Foto nº 1 >  19 de Janeiro 2020, “Palestra sobre Portugal";
foto enviada por Janez Kranjc .


Foto nº 2 >  21 Julho 2019: palestra sobre Aristides de Sousa Mendes : Father Krysolov 
e Dra Fátima Mendes, Consul Geral de Portugal em Nova Iorque, ( que é ainda familiar 
de Aristides de Sousa Mendes) com alguns membros da comunidade eslovena  de Nova Iorque.


Foto nº 3 >  20 de Maio de 2019: palestra e exibição sobre Timor Leste. 
Nesta foto a nossa Consul Geral Dra Fatima Mendes, com membros 
da comunidade eslovena.


Foto nº 4 > no mesmo dia: Nesta palestra [, sobre Timor Leste], além da comunidade eslovena estiveram um elevado número das comunidades portuguesas e timorenses em Nova Iorque. Nesta foto, onde se podem ver alguns painéis da exibição”Timor Leste” como fundo, estamos: eu e a Dra Fátima Mendes, Consul Geral de Portugal em Nova Iorque; o nosso Embaixador em Washington Domingos Fezas Vital e sua esposa; João e Fátima Domingos e Manuel e Angelina Costa (les como eu mordomos de profissão,) e elas também ligadas ao ramo e que desde sempre me têm dado todo o apoio e suporte; a embaixadora Milena Pires, de Timor Leste; Padre Frei Krysolov, pároco da comunidade, coordenador e promotor deste programa ; José Carlos Adão, adjunto coordenador de ensino português nos USA e a minha esposa Vilma [, que é eslovena, como sabes].

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Sobre o que escrevi e te mandei : este era o meu “guião”, mas de vez em quando eu "saía do trilho" para juntar alguma coisa que de momento achasse relevante, tanto mais que o Guião tinha sido muito cortado por me parecer ser grande demais para o tempo que eu pensava me ia ser disponível. No fim o tempo disponível era mais do que eu antecipava e pude então falar sobre assuntos que tinha eliminado.

Nesse " Guião”que te reenvio agora,   podes ver alguns dos adicionados de que acabei por falar. Escrevi-os agora em português para te facilitar.

A Vilma ficou encantada com o "xi-coração do Luís para o meu mano João e outro para a mana Vilma"-. E envia-te um igual. Outro meu.
João e Vilma

PS - Sobre as fontes bibliográficas, mando-te um texto em anexo, para publicares quando entenderes.

(Continua)
___________

Nota do editor:

Postes anteriores  da série:

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20431: Feliz Natal de 2019 e Bom Ano Novo de 2020 (1): João Crisóstomo e Vilma Kracun (Nova Iorque)




João Crisóstomo & Vilma Kracun: o lindo par luso-esloveno-americano que nos escreve de Nova Iorque, desejando boas festas à Tabanca Grande

Foto: © João Crisóstomo (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de João Crisóstomo, fazendo "prova de vida" e desejando-nos boas festas de 2019/2020:

De: João Crisóstomo
Date: sábado, 7/12/2019 à(s) 09:44
Vilma Kracun e João Crisóstomo,
no 10 de Junho de 2018, Dia de Portygal,
em Mineola, Nova Iorque. Cortesia de
Henrique Mano Luso-Americano

Subject: Mensagem de Natal (e mais...)

[ João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), nosso camarada da diáspora, a viver desde 1975 em Nova Iorque, conhecido ativista social (de causas como as Gravuras de Foz Coa, Timor Leste ou Aristides Sousa Mendes); casado com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun; régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona]



Meus caros camaradas,

Gostaria de poder  enviar um abraço individual e directo de Boas Festas  a cada um de vocês, via E mail ou mesmo por telefone se o tivesse!  É que... um  presente de  Natal que  "que    me exijo e me ofereço   a mim  mesmo" é um contacto quanto possível  pessoal e directo com os  que me concedem o favor da sua amizade. 

Se  não houvessem mais razões, esta seria  suficiente para eu   esperar  sempre com muita antecipação esta feliz quadra do ano.  E, embora  eu evidentemente nem conheça pessoalmente  a maior parte dos "camaradas da Guiné", o facto de termos vivido igual ou semelhantes experiências em terras africanas,  leva-me a sentir que, sem olhar a diferenças de opiniões e outras que existem sempre entre membros de qualquer família,  mais do que camaradas,  todos eles são meus irmãos.

E irmãos não se esquecem de dar um abraço nesta época festiva.    
E portanto , e só  porque a distância e outras razões não me permitem  fazê-lo pessoalmente, associo-me a  todos  os familiares e amigos de cada um  nos votos de que tenham um Natal e um Ano Novo tão bons quanto possam desejar. E a minha esposa  Vilma que nunca esteve  na Guiné, mas porque é a melhor metade de mim mesmo e faz sempre questão de ser e agir como tal,   junta-se a mim neste  grande abraço de amizade.

Permito-me esta ocasião  para uma explicação àqueles a quem por vezes devo uma resposta que fica sem ser feita: 

Para os que não me conhecem ainda esta infeliz faceta,  eu tenho muita dificuldade em tudo o que é de natureza digital, sejam eles os novos telefones, facebooks, blogues e outras redes sociais…  até parece que tudo o que é máquina  agora tem de ser digital senão "não presta"... (Até o raça do automóvel agora tem de ter meia dúzia de coisas  digitais que me  leva a pedir à  minha  Vilma, que até gosta de o fazer, que seja quase sempre ela a conduzir …). 

E isto sucede-me mesmo neste  nosso querido  blogue, "Luís Graça & camaradas da Guiné", onde eu  por vezes "me sinto perdido",  embora seja uma das poucas coisas que, salvo raras excepções alheias à minha vontade, eu  tento seguir religiosamente todos os dias.

Recentemente enviei uma informação ao Luis Graça (,um dos muitos camaradas como o saudoso Eduardo Jorge, o Rui Chamusco, o Horácio Fernandes, a "Helena do Enxalé", o  Henrique Matos   e outros "irmãos  de coração" que    me concedem o privilégio de os poder contactar pelo telefone  frequentemente),  sobre um "Monumento das Descobertas" que fui visitar. 

Dias depois o Luís Graça pelo telefone disse-me que a ia publicar. E fiquei esperando, mas não vi esse "poste"  e não insisti: " outras coisas mais  relevantes apareceram e este vai ter de esperar pela sua ocasião"  dizia  eu para os meus botões. E ontem de repente deparei com um comentário, relacionado com o monumento,  endereçado a mim pelo camarada Alberto Branquinho, de há umas três semanas atrás que merecia uma resposta. Intrigado,  comecei a  procurar uma e muitas vezes até que de repente vi o poste, publicado  no blogue quase logo a seguir ao seu recebimento,mas que eu nunca cheguei a ver..., até ontem.

Agradeço a vossa compreensão para estes meus lapsos, bem mais frequentes do que eu desejaria fossem. Aliás eu pergunto-me de vez em quando se esta minha falta de capacidade para isto ou aquilo, esta falta de  organização e concentração  de que muitas vezes  com pesar me apercebo, são  só por causa da idade ou se vêm de há muito tempo  já, talvez  como resultado das muitas experiências duras que como muitos de vocês eu passei na Guiné; se é o caso… ainda me posso considerar muito feliz pois vim de lá  são e salvo, e muitos dos nossos camaradas tiveram pior sorte e quantos deles infelizmente nem de lá  voltaram.  Coração ao alto portanto ! 

Deixo aqui os meus  endereços de  E mail (tenho dois):

crisostomo.joao2@gmail.com
jcrisostomo@earthlink.net

João Crisóstomo, Lourinhã, Porto das 
Barcas, 1 de julho de 2017.
Foto:  Luís Graça (2017)

A minha vontade  é de compartilhar também a minha morada, telefone e tudo o mais (  como já fiz no passado ! ), mas fui fraternalmente avisado de que não é aconselhável deixar toda esta informação no facebook ( que quase não uso) , blogues etc.  E portanto deixo aqui só os meus endereços de E mail, com a promessa  de os  enviar àqueles que me quiserem contactar directamente por E mail, se assim o desejarem, como já faço com  vários  camaradas em Portugal, Brasil, Holanda, Canadá…

Um importante PS - Uma outra ocasião em que gosto de chamar  os meus amigos (por telefone, quando possível)  é no dia do seu aniversário. e por   facebook … não é a mesma coisa!  só mesmo na   falta de outra e  melhor maneira.  

A quem me quiser dar essa informação, eu, quando possível (, pois por vezes não dá mesmo), gosto de corresponder com um abraço nesse dia.  

Um outro fraternal abraço,

João C.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19039: Convívios (875): Paradas Party, do João Crisóstomo: 16 de setembro de 2018... Foi bonita a festa, pá!


Foto nº 1 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João Crispim Crisóstomo e Vilma Kracun,  casados em segundas  núpcias em 2013... Ele, luso-americano, ela, eslovena.


Foto nº 2 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e Vilma.


Foto nº 3 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e Vilma.


Foto nº 4  > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e Vilma.


Foto nº 5 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e Vilma.


Foto nº 6 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e Vilma.


Foto nº 7 >  Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e familiar.


Foto nº 8 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e  e familiar.


Foto nº 9 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 >  Amigo do João, o António Rodrigues, mordomo reformado, de Nova Iorque, hoje a viver em Aljubarrota, Batalha. Companheiro de causas, como Foz Coa, Timor, Aristides Sousa Mendes... "O meu braço direito"...


Foto nº 10 >  Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 >  Três grandes amigos: João, Rio Chamusco e António Rodrigues.


Foto nº 11 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 >  O Rui, exímio tocador de acordeão,  exibindo um recorte de jornal onde se fala da recente homenagem dos correios israelitas ao João Crisóstomo, o português nascido em Bombardeira, A-dos.Cunhados, Torres Vedras, em 1943...


Foto nº 12 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João e Rui, tocando e (en)cantando.


Foto nº  13 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João cantando.


Foto nº 14 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > João  cantando em grupo. Na ponta, direita, a nossa grã-tabanqueira Alice Carneiro.


Foto nº 15 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > Dois camaradas da Guiné: no lado esquerdo, o régulo da Tabanca de Porto Dinheiro, Eduardo Jorge; no lado direito, um camarada de Achada, Mafra que esteve com o João no Enxalé e 1965/67  (, pertencia ao Pelotão de Morteiros, era 1º cabo apontador do morteiro 81; um grande contador de histórias, a quem já convidei para integrar a Tabanca Grande; de seu nome completo, Manuel Calhandra Leitão; não se lembrava do nº do Pel Mort, que estava sediado em Bambadinca; falou-me de homens "lendários" como o Luís Zagallo e Abna Na Onça).


Foto nº 16  > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > O camarada do Enxalé,  o Manuel Calhandra Leitão, o "Ruço" (, será o organizador do próximo encontro, em Mafra, da malta que esteve no Enxalé, entre 1965/67,  incluindo o seu Pel Mort e a CCAÇ 1439)... Ausente, com pedido de desculpas, foi a nossa amiga Helena Carvalho (mais o marido, Álvaro), a nossa Helena do Enxalé...


Foto nº 17 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 >  A esposa do Eduardo, a São, que viveu parte da infância e adolescência na Guiné, filha do chefe dos correios de Bissau.


Foto nº 18 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 >  O nosso camarada Carlos Silvério, próximo grã-tabanqueiro nº 783.


Foto nº 19> Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 >  O Carlos Silvério, ao centro, a esposa Zita, do lado direito, a Alice, do lado esquerdo.




Foto nº 20 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 >  Uma festa de família a que não faltaram crianças, aqui a dançar, sob o olhar ternurento do tio-avô ou tio-bisavô João... (Como estão de costas, na foto, fica protegida a sua identidade.)



Foto nº 21 > Portugal > Torres Vedras > A-dos-Cunhados > Paradas > 16 de setembro de 2018 > Uma amiga do João, que veio de propósito de Leiria... Não fixei o nome. Sei que trabalhou em tempos no CIDAC e na causa de Timor... Está deliciada a comer caracóis com o Eduardo...Estes "moluscos gastrópodes terrestres", muito nutritivos e ecológicos, foram trazidos da Achada, Mafra, pelo "Ruço"...

Fotos: © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Paradas Party: 
Soneto da amizade e do amor

É a lição da festa de cada ano:
Não há passaporte para a amizade,
Diz o João, o luso-americano,
Nem fronteiras para a liberdade.

Não se escolhe ser Kacrun ou Crispim,
Nem a terra onde se vai nascer,
Mas é bom ter uma família assim,
Bem como estes amigos poder rever.

Querido João, estás em casa em toda a parte,
Na Eslovénia, nos States, em Timor,
E sabes repartir com engenho e arte,


Com a Vilma, que é doce e querida,
O tempo da amizade e do amor.
Prós dois, muita saúde e longa vida!

Paradas, 16 de Setembro de 2018,

Festa da família Crisóstomo e Crispim e amigos

Luís Graça
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Versão em inglês, livre:

Paradas Party: Sonnet of Friendship and Love

It is the lesson of the feast of each year:
There is no passport for Friendship,
Says João, the Portuguese-American,
Neither frontiers for Freedom.

You don't' choose to be Kacrun or Crispim,
Neither the land where you’re  going to be born,
But it's good to have such a family,
As well as these friends to welcome.

Dear John, you are at home everywhere,
In Slovenia, in the States or in Timor,
And you know how to share with hard work and art,

With Vilma, a darling, sweet lady,
The time of Friendship and Love.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19012: Convívios (874): João e Vilma Crisóstomo convidam-nos para a sua festa de família, domingo, dia 16, às 15h00, em Paradas, A-dos-Cunhados, Torres Vedras... Porque a amizade não tem pátria nem exige passaporte!







Vilma e João Crisóstomo, ela, eslovena, enfermeira, reformada, ele nosso camarada da diáspora, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), luso-americano, mordomo reformado,  ativista de causas sociais e humanitárias.

O casal vive em Queens, Nova Iorque. O João nasceu em 22 de junho de 1944, em Paradas, Torres Vedras. Depois da Guiné, emigrou para  o Brasil e, em 1975, para os EUA. Tem um curso superior em gestão hoteleira, Em Nova Iorque fez parte d: a elite portuguesa dos mordomos que serviam a elite nova-iorquina. Principais causas humanitárias e sociais pelas quais ele se tem batido: defesa das gravuras de Foz Côa, autodeterminação de Timor Leste, e reabilitação da memória de Aristides Sousa Mendes...


João Crisóstomo (com a a esposa Vilma Kracun, 4º e 5º lugares,  respetivamente, a contar da esquerda, de pé), com a nova família eslovena...

Foto de cronologia do Facebook do João Crisóstomo. Foto de Vlasta Knapic, amiga do casal, sobre o qual escreveu (em esloveno): "Prelepa ljubezenska zgodba, ki je obšla svet, se srečno nadaljuje. Vilma Kracun in Joao Crisostomo iskrene čestitke"... Em português quer dizer mais menos isto: "Uma linda história de amor que deu a volta ao mundo, e  que continua, felizmente. Vilma Kracun e João Crisóstomo, os meus  sinceros parabéns"...


1. Recordo um dos convívios destas famílias Crispim e Crisóstomo, no mesmo local, em 15 de outubro de 2013... 

Além da família e amigos do João e a Vilma, "just married", recém-casados, estiveram presentes diversos camaradas nossos, gente da Tabanca de Porto Dinheiro (representada pelo régulo Eduardo Jorge Ferreira e  sua esposa, São, pelo Jaime Bonifácio Marques da Slva e a Dina, pelo Joaquim Pinto Carvalho e a Maria do Céu, e ainda pelo Luís Graça e a Alice Carneiro).

Esteve também presente um camarada de armas do João Crisóstomo, que veio do Norte (, Recarei. Paredes, distrito do Porto), com a esposa, expressamente para lhe dar um abraço de parabéns e conhecer a noiva... Há quase 50 anos que não se viam... Estamos a falar do Júlio Martins Pereira, soldado de transmissões da CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67),  e nosso grã-tabanqueiro desde então. (Infelizmente, não passa bem de saúde, segundo informação do João Crisóstomo.)

Desta vez, em 2018, vão falhar o casal Pinto Carvalho, os "duques do Cadaval", O nosso Joaquim está hospitalizado, em Lisboa, mas felizmente em franca recuperação. A família e os amigos não ganharam, todavia,  para o susto. Daqui vai um grande alfabravo para ele e ela, os "duques do Cadaval", que este ano falharam alguns momentos importantes da vida social da Tabanca de Porto Dinheiro, como as festas da Atalaia e do Seixal... da Lourinhã.

2. Na ocasião, e em nome dos "amigos do Oeste", o nosso editor disse uns versinhos ao casal Crisóstomo, de que se recordam aqui algumas quadras (, bem ao gosto popular):

(,,,) 

É o João um senhor,
Que faz o culto da amizade,
E amanhã comendador
Da Ordem da Liberdade.

Mordomo de profissão,
Portugal nunca esquece,
No verde e rubro coração
Onde a Pátria não esmorece.

Fez a guerra, coisa má,
Lá nas terras da Guiné,
Finete e Missirá,
Porto Gole e Enxalé,

Animador libertário,
Foi de causas defensor,
Do Cônsul Humanitário [, Aristides Sousa Mendes, ]
A Foz Côa e a Timor.

P’ra um casal, lindo como este,
P’rá Vilma e p’ró João,
Dos amigos do Oeste
Vai um grande… xicoração! (...)

Estes convívios das famílias Crispim e Crisóstomo, alargadas aos "amigos e camaradas da Guiné", são organizados pelo João, desde há mais de duas décadas... As últimas foram em 2009,  2013, e  2015.  Cinco anos depois, iremos de novo participar, com o gosto,  neste saudável convívio. Lá estaremos no próximo domingo, na Associação para o Desenvolvimento de Paradas. E esperamos lá encontrar mais algumas caras novas da Tabanca Grande, e os demais amigos  e familiares do João e da Vilma.

Relembra-se aqui que, para os "amigos camaradas da Guiné" (e de Timor), não é preciso... nem convite nem "farda nº 1"...  O João e a Vilma ficarão muito felizes com a vossa/nossa presença!

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Nota do editor:

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Guiné 61/74 - P18810: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte III: Novos aliados para Timor: O cardeal e diplomata do Vaticano, Dom Renato Martino




Capa do livro
1. Extratos do livro de João Crisóstomo - LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste, edição de autor, Nova Iorque, 2017, 162 pp. (*)

Vamos continuar a reproduzir, com a devida autorização do autor, partes do livro, dando início ao capº 2 (Novos alaidos para Timor: D. Renato Martino, Elie Wiesel e outros. pp. 31-42) 

É um documento para a história, ou pelo menos, para "memória futura", este  livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67).

No poste anterior (*), ficámos a saber como tudo começou, com o autor, com António Rodrigues, com Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996. O João Crisóstomo, nascido no concelho de Torres Vedras, é um luso-americano, radicado em Nova Iorque desde 1975. Tem formação superior em gestão hoteleira. Aprendeu a fazer "lobbying" social (**), com a sua ex-patroa, a senhora Jacqueline Kennedy Onassis, de quem foi mordomo.

Embora em atividade desde o início de 1996, a oficialização do LAMETA [Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste] demorou o seu tempo e só foi registada junto do Internal Revenue Service (IRS) em 23 de setembro de 1997. Para além de uma ofensiva nos meios de comunicação social, ainda em 1996 o LAMETA manteve contactos pró-Timor com o gabinete do congressista Patrick Kennedy, de Rhode Island, com o presidente Biil Clinton, a quem enviou petições com centenas de assinaturas em 6 e 22 de junho de 1996 e em 10 de junho de 1997.

O movimento chamou igualmente a atenção do National Geographic Magazine para um mapa que publicara com Timor-Leste integrado na Indonésia (p. 23). Em 2 de março de 1996 foi dirigida uma carta ao presidente Suharto, da Indonésia, ainda com o cabeçalho do "Save the Coa Site Movement". Alguns documentos (como os das pp. 23 e 24) não foram  reproduzidos para não sobrecarregar o poste (e o blogue).

O mesmo se passa com os excertos de hoje, que são apenas os das pp. 31, 32, 34 e parte da 35, e dizem respeito ao papel do cardeal Renato Raffaelle Martino, italiano nascido em Salerno em 1932, hoje presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz, e que de 1986 a 2002 desempenhou o cargo de Observador Permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque. É, portanto, um diplomata do Vaticano, que se tornou um grande aliado e amigo da causa de Timor-Leste. O João Crisóstomo conta como foi (***).  (LG)









 Fotos e texto: © João Crisóstomo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. Blogue Luís Graça / Camaradas da Guiné]

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 2 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18037: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte II: Como tudo começou com o autor, com António Rodrigues, com Anne Treserer e outros ativistas luso-americanos, em 1996

(**) Em português, lóbi

lóbi | s. m.
ló·bi
(inglês lobby)
substantivo masculino

1. Pressão, exercida geralmente por um grupo organizado, para atingir determinados objectivos ou para defender determinados interesses. = LOBISMO

2. Grupo que exerce essa pressão.

Palavras relacionadas:

lobby, lobista, lobístico.

"lóbi", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/l%C3%B3bi [consultado em 04-07-2018].

(***) Vd. postes anteriores >

10 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17340: Dossiê LAMETA - Movimento Luso-Americano para a Autodeterminação de Timor-Leste: um documento para a história, um livro do nosso camarada da diáspora, João Crisóstomo (Nova Iorque)... Parte I: a documenrtação original vai ser entregue dentro de dias em Dili... Uma cópia é entregue hoje, pessoalmente, ao Presidente da República Portuguesa

15 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17246: (De)Caras (71): João Crisóstomo acaba de publicar, em Nova Iorque, o livro "LAMETA: o desconhecido contributo das comunidades luso-americanas para a independência de Timor-Leste"...Vem a Portugal, para umas férias, no próximo dia 20, 5ª feira.