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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7492: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (13): As Tabancas de Matosinhos e de Melros são uma Naçom, juntando cerca de130 à mesa da camarigagem e da solidariedade...



Jantar de Natal de 2010 das Tabancas de Matosinhos e dos Melros (Gondomar) > Restaurante da Quinta dos Choupos > 10 de Dezembro de 2010 >  Uma festa de camarigagem e de solidariedade que juntou cerca de 130 convivas, oriundos dos mais diversos pontos "de Paris ao Algarve", maior peso dos tabanqueiros do Norte que são, só por si,  uma... Naçom!... 


Na impossibilidade (física) de lá ter estado (e tinha obrigação, como sócio nº , reproduzo aqui as palavras, sentidas, inspiradas e transpiradas, desse tabanqueiro da primeira hora, coração de ouro e mãos de fada (para a viola), que é o nosso camaraigo David Guimarães. Foto (acima, com actual de um grupo etnográfico e folclórico local, reproduzida com a devida vénia do blogue  Tabanca de Matosinhos e Camaradas da Guiné).


Parabéns aos régulos, todos eles nossos queridos camarigos (Álvaro Basto, da Tabanca de Matosinhos; Carlos Silva, da Tabanca dos Melros; Gil Moutinho, da Quinta do Choupos e do Choupal dos Melros, que foi o anfitrião) e a todos os demais camaradas, amigos e camarigos que quiseram e puderam juntar-se nesta noite especial... (LG)


Natal feliz, manga de ronco > O discurso pós-prandial do tabanqueiro-mor David Guimarães




Estes dois termos,
Natal Feliz, Manga de Ronco,
bem que se podem aplicar à noite 
da Sexta Feira passada,
10 de Dezembro de 2010,
a propósito a junção das nossas queridas duas tabancas,
a dos Melros e de Matosinhos,
para celebração do Natal:


O NOSSO ENCONTRO SOLIDÁRIO 
QUE GANHOU MAIS FORÇA ASSIM...


Bom é que comecemos a sentir 
a necessidade do encontro,
destas partilhas e abraços,
sobretudo nestes dias
que, enfim,
quer queiramos quer não, 
são especiais...


Se o Natal litúrgico faz sentido,
a celebração do nascimento de um Ser
que nos veio dizer,
para quem acredita,
que sejamos unidos,
que sejamos amigos,
então nós nada mais fizemos senão cumprir
o que o tempo indica ou aconselha,
o ser solidário, o ser amigo 
e celebrar...


SOBRETUDO É A FESTA CONSAGRADA ÀS FAMÍLIA
e é por aí que eu pegaria no assunto:
se por vezes entre irmãoS 
temos as nossas questõeszitas,
mais acaloradas,
sempre nos juntamos debaixo da mesa
na distribuição de prendas,
aproveitando o repasto...


ASSIM FOI NA SEXTA FEIRA,
juntámo-nos
e só nós, os tabanqueiros, 
sabemos porque nos juntamos
e o motivo,
a celebração do NATAL na amizade que nos une
através de algo que um dia aconteceu,
não há dois mil anos,
mas há 40 anos, contas redondas.


Saboreei com prazer,
e creio que isso aconteceu com cada ex-combatente,
a amizade e a fraternidade existentes ali,
entre aqueles que um dia andaram a combater
e que agora fazem as honras,
levando as famílias,
para que partilhem da nossa alegria de estarmos juntos...


E tudo bateu certinho,
estivemos todos unidos 
em volta dos chefes de Tabanca,
a quem tenho de render homenagem 
pelo trabalho que tiveram,
de estarem naquela tarefa
que era o de estarem ali
e serem de entre todos 
os elementos mais aglutinadores,
com caracteristicas diferentes
mas francos e abertos,
trabalho que não invejo
pelo contrário, admiro...


Refiro-me Naturalmente 
ao Álvaro Basto (Matosinhos)
e ao Carlos Silva (Melros).


Foi uma NOITE FELIZ com MANGA DE RONCO
e, claro, com dicas para o futuro,
por tudo aquilo a que afinal assistimos.


A noite foi curta 
mas foi boa,
para o ano estaremos mais, 
aposto,
e seremos ainda mais felizes...


Deixo este Manifesto para publicação,
se fazem o favor,
nos blogues das nossas Tabancas,
Manifesto de protesto de franca alegria
por termos estado todos juntos,
COMO BONS AMIGOS,
COMO BONS CAMARADAS,
COMO BONS CAMARIGOS...


Um abraço do David Guimarães


[ Revisão / fixação de texto: L.G.]





















... E até p'ro Ano e Tchim!, Tchim!,  dizem o Carlos Silva e Jorge Portojo!

(Fotos: Tabanca dos Melros, com a devida vénia...)


Nota de L.G.:


Último poste desta série > 22 de Dezembro de 2010

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7489: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (12): O vinho e a poesia da Quinta de Senhora da Graça à nossa mesa










O José Manuel Lopes e a Maria Luisa Valente,  promovendo os seus vinhos na Porto & Douro Winhe Show 2010, que decorreu no Convento do Beato, em Lisboa, de 27 a 28 de Novembro de 2010. 


No Wine Master Challenge 2009 / XI Word Wine Contest, que decorreu de 26 a 29 de Março de 2010, os seus dois grandes vinhos tintos, criação do enólogo Vasco Lopes, filho de ambos, o Penedo do Barco 2005 e o Pedro Mil Anos 2006 ganharam a medalha de prata e de bronze, respectivamente....Não é a primeira vez, nem será a última, que têm uma distinção que é motivo de orgulho para qualquer vitinicultor, e para mais pequeno,  de 3 hectares... Eles (falamos de um equipa!), pelo seu trabalho, dedicação, competência,  paixão e amor ao seu Douro, Património Mundial da Humanidade, bem merecem esta distinção (e esta humildade nota no nosso blogue, mesmo correndo o risco de o editor ser mal interpretado).


Parabéns, Zé Manel, Luísa, Vasco!  A nossa Tabanca Grande fica orgulhosa de vocês. O meu jantar de Natal, na Madalena, Vila Nova de Gaia (se a crise da ciática me deixar fazer a viagem de Lisboa até lá...) vai ser regada com os vossos néctares mas, para que ninguém pense que o editor do blogue anda a fazer publicidade descarada ou encapotada a um produto comercial camarigo, ele faz questão de aqui dizer, alto e bom som, que os vinhinhos da Quinta da Sra da Graça (*)  foram, são e serão sempre pagos com o seu (dele) patacão !... (Além disso, não estão no mercado, só podendo ser adquiridos em venda directa, o que faz este poste com seja mais confortável, para mim, podendo fazer deles sem quebrar as nossas regras de ética!).


Porque o vinho é cultura (e dupla!!!), e já que estamos na quadra natalícia eu fui repescar ao poemário do nosso José Manuel, o nosso Josema,  dois ou três poemas já publicados em tempos no blogue (lembram-se ? daqueles que foram salvos da fúria autodestruidora do poeta...) mas para se (re)ler agora, OBRIGATORIAMENTE, EM VOZ ALTA (!),  nesta noite de consoada.... COM EMOÇÃO, COM ENTOAÇÃO, para os netos, os filhos, os amigos (**):


(i)  Enviado em 8 de Março de 2008:

O calor húmido nos envolve,
abraça-nos a escuridão
e a noite se faz dia,
c'o  ribombar do trovão
cai a água em catadupa,
numa suave carícia
fecho os olhos,
que delícia,
até sinto um arrepio,
sinto-me bem afinal,
até chego a sentir frio
e penso que é Natal...

Guiné 1972
josema
(ii) Enviado em 8 de Abril de 2008

Até ao nosso regresso...

Porque choram as mães,
mártires,  de coração partido,
desta guerra sem sentido,
porque choram elas?

heroínas anónimas,
sem louvores
nem medalhas,
eternamente esquecidas,
choram porque sofrem,
choram porque temem
as notícias do correio de amanhã,
choram enquanto aguardam
o regresso desejado.

Mampatá
Natal de 1972

josema



(iii)  enviado a 22 de Março de 2008

Calor, cansaço, suor,
saudades de tudo
e de um rio...
mas podia ser pior
pois há ali o Corubal
com sombras e água boa;
nem tudo é mau afinal,
não é o Douro, eu sei,
nem o Tejo de Lisboa,
são outros os horizontes,
falta o xisto e o granito,
as encostas e os montes,
mas diga-se na verdade
há o Carvalho, há o Rosa,
há um hino à amizade,
há o Gomes e o Vieira
a sonhar com a Madeira,
há o Farinha e o Polónia,
gestos e solidariedade,
há o Esteves e o Pinheiro,
amigos e sinceridade,
há o Nina e até amor,
também sofrimento e dor,
há o desejo de voltar
e um apelo à liberdade.

Josema
Mampatá 1974



[ Revisão / fixação de texto / pontuação: L.G.]

Poemas e fotos:  © José Manuel Lopes (2008). / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados 

domingo, 19 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7475: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (11): Boas-Festas da Tertúlia

O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (11)


1. Do nosso camarada António Pimentel, ex-Alf Mil Op Esp da CCS/BCCAÇ 2851, Mansabá e Galomaro, 1968/70:

Para que nos lembremos que o que importa não se embrulha.

____________________


2. Do nosso camarada Luís Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74:

Caro Amigo/a
Desejo-te um Feliz Natal e um Bom Ano Novo, extensível a toda a tua família.
Um abraço
Luís Dias
____________________


3. Do nosso camarada Victor Barata, ex-Especialista da FAP, BA 12, 1971/73:

São os votos sinceros da "malta" do ar.
Victor
____________________


4. Do nosso camarada Benito Neves, ex-Fur Mil da CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67:

Para todos os tertulianos e suas famílias, votos de um Santo e Feliz Natal e que o Novo Ano seja próspero em todos os aspectos, particularmente em saúde.
Benito Neves
CCAV 1484
____________________


5. Do nosso camarada António Paiva, ex-Soldado Condutor no HM 241, 1968/70:



Caro Carlos


Talvez vá um pouco atrasado, mas não quero deixar passar a quadra sem me juntar aos desejos de BOAS FESTAS.
Desta vez mando o presépio cá de casa.
A todos os tertulianos e suas Famílias desejo um FELIZ E SANTO NATAL, que o 2011 nos traga ao menos a esperança para vermos dias melhores.
Um abraço
António Paiva
____________________


6. Do nosso camarada António Barbosa, ex-Alf Mil Op Esp da 2.ª CART/BART 6523, Cabuca, 1973/74:

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7. Do nosso camarada José Belo, ex Alf Mil Inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, actualmente Cap Inf Ref, a viver na Suécia:

Um pouco da Lapónia com votos para os camaradas de um Feliz Natal e Bom Novo Ano. 
(Foto Dagens Nyetter.)
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8. Do nosso camarada Hilário Peixeiro, ex-Cap Mil, CMDT da CCAÇ 2403, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70:

Votos de Santo e Feliz Natal
Com um abraço
HPeixeiro

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9. Do nosso camarada Herlânder Simões, ex-Fur Mil da CART 2771 e CCAÇ 3477, Nova Sintra e Guileje, 1972/74:

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10. Do nosso camarada Aníbal Magalhães, ex-Alf Mil da CCAÇ 2465/BCAÇ 2861, e Bissum-Naga, 1969/70:

Amigo e camarigo Luís:
Para ti e co-editores um Feliz Natal e Bom Ano Novo
Um abraço
Aníbal Magalhães
CCAÇ 2465/BCAÇ 2861
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 19 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7472: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (10): Maneiras distraídas de viver a vida… (José Eduardo Oliveira)

Guiné 63/74 - P7472: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (10): Maneiras distraídas de viver a vida… (José Eduardo Oliveira)


1. O nosso Camarada José Eduardo Oliveira* (JERO) (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66), enviou-nos em 14 de Dezembro de 2010 a seguinte mensagem:
Camarigos,

Como entramos na semana do NATAL votos de Boas Festas. Boa saúde para vós e para os vossos. Com calma e com algum dinheiro para gastos. Mais fornicados do que estamos será difícil. Mas se a amizade que une se mantiver forte teremos sempre alguma coisa a que nos agarrar.

Mando mais um texto dentro do "estilo" Blogando e Andando. Acho que no nosso blogue terá lugar uma "estória" que não seja só relativa a recordações de guerra. Afinal passaram trinta e tal anos... para uns e quarenta e tal anos para outros... Como é o meu caso.
Maneiras distraídas de viver a vida…

O Fernando foi um homem de valor. Trabalhou e subiu na vida graças aos seus méritos. E era bom em tudo que se metia.
Tinha um sentido de humor muito especial e uma maneira um “bocado distraída” de viver a vida que “era mesmo”… só dele.
Conseguiu virar um Volkswagen (de cor verde alface) numa curva a caminho do seu local de trabalho e andou 100 metros – até à porta da Fábrica – de lado…
Sem sofrer uma beliscadura.
Quem se assustou mais foi o porteiro da Fábrica quando viu o carro aproximar-se em… apoio lateral!

Os responsáveis da Volkswagen diziam que este carro era impossível de capotar ou virar-se.

O Fernando conseguiu essa proeza!

Mas não se ficou por aí…

Na encosta de um vale lindíssimo, no sopé da Serra dos Candeeiros perto do local onde terá passado o exército de D. Afonso Henriques quando em 1147 (*), conquistou Santarém aos Mouros, havia (e ainda há) o Restaurante do Carrascal.
O prato forte da casa era um prato de bacalhau.
Quando serviam o seu célebre “bacalhau à Maria Matos”o restaurante enchia até à porta.
E quase sempre havia que esperar um bom bocado para conquistar um lugar sentado frente a “um” Maria Matos…
O Fernando (primeiro nome do protagonista desta história Fernando da Cruz Santos) aguardava esfomeado que chegasse à mesa o “seu” bacalhau.
Em mesa próxima alguém insistia com o Fernando que ele conhecia diversas pessoas da sua família.
O Fernando ia dando o”troco” possível à conversa… sem muito entusiasmo.

Queria mesmo era comer o bacalhau “à Maria Matos”. E o vizinho da mesa insistia.
- O senhor até conhece e minha mulher!
O Fernando conseguiu comer a primeira garfada e respondeu.
- Então o senhor é casado com…?
- Com a minha mulher!
- Ah pois!
E… finalmente, o Fernando conseguiu comer descansado.
O vizinho falador da mesa mais próxima ficou embatocado.
Com a sua maneira um “bocado distraída” de viver a vida o Fernando desarmava o mais “pintado”… e o mais chato.
Esta história verídica terá cerca de vinte anos.
Ainda esta manhã quando falava com um vizinho “chato”, que me tentava explicar quem era uma pessoa de quem eu não me lembrava… que era filha de “beltrano” e casada com “cicrano” eu me safei contando a história do Fernando.
Portanto o tipo era casado com… a mulher!!!
E escapei-me.
Não tem nada que enganar. Resulta sempre.

(*) - Em 1147, a moura renegada Zuleiman apresentou-se nos paços de Coimbra na presença de D. Pedro Afonso, irmão do primeiro rei de Portugal, surpreendendo o infante com a revelação que aquela seria a melhor altura para conquistar Santarém.
Zuleiman despeitada por ter sido abandonada por Muhamed, o alcaide de Santarém, queria vingar-se dando aos cristãos as informações que tinha sobre a defesa do castelo.
Entretanto, D. Afonso Henriques já tinha enviado o seu cavaleiro Mem Ramires a Santarém para estudar o inimigo e a astúcia e a cautela do cavaleiro foram fulcrais para a decisão do ataque.
Conta a lenda que foi na serra dos Albardos (ou dos Candeeiros) que o primeiro rei de Portugal fez a promessa de construir um mosteiro se Deus lhe desse a vitória.
Mem Ramires segurou a escada contra as muralhas por onde entraram os soldados e Santarém amanheceu cristã.
O mosteiro de Alcobaça foi construído em cumprimento de um voto do primeiro rei de Portugal.

Um grande abraço de Alcobaça do vosso irmão na guerra e na paz,

JERO
__________
Nota de M.R.:

Guiné 63/74 - P7471: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (9): Como vejo o Natal (José Corceiro)

O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (9)

1. Mensagem de José Corceiro (ex-1.º Cabo TRMS, CCaç 5 - Gatos Pretos , Canjadude, 1969/71), com data de 18 de Dezembro de 2010:

Caros amigos, Luís Graça, Carlos Vinhal, E. Magalhães.
Natal feliz para todos.
Atendendo à quadra Natalícia, envio este escrito que publicarão se acharem que vale a pena.
Um abraço e Boas Festas


Foi no dia de Natal de 2009, que me foi concedido o passaporte para ingressar na Tabanca Grande. Já passou um ano e tenho a sensação que foi ontem!
Esta noção desfasada da mensuração do tempo, será consequência da força da saudade do ontem? Estarei a ser espicaçado pelo desejo de voltar ao passado da minha meninice? Ou está-me a invadir o sentimento de regresso às origens? Não será este um sinal de que a velhice me começa a rondar?! Pois já tenho dois netos para contar histórias!

Ao fazer uma retrospectiva da apreciação da minha presença, durante este ano, no Blogue, quero exteriorizar o meu apreço por todos os tertulianos, porque duma maneira ou outra, têm-me enriquecido o conhecimento, através da leitura que faço dos vossos artigos, que tenho lido com muito interesse, assim como desejo confessar a minha gratidão por lerem os meus. Permitam-me que divulgue o meu testemunho, do quão benéfico e salutar têm sido os momentos de empenho, que dediquei ao Blogue, pois raro é o dia que passo sem visitá-lo, e alguns dias mais que uma vez. Não posso deixar de manifestar a minha estima por todos os tertulianos, embora só conheça pessoalmente cinco, mas para todos a minha incondicional admiração; pois aceito as qualidades e respeito as opiniões diversificadas de cada um!

Uma vista de parte da minha aldeia, Vale de Espinho.

Estamos na quadra Natalícia, festa de eleição nobre da família! Para mim, o Natal são momentos mágicos, de recordações vividas na minha aldeia durante a minha infância, onde com simplicidade e sem ostentação, na noite de consoada predominava o afecto e a união, em que a família se reunia à volta da lareira a crepitar, pois era frequente que no exterior estivesse a nevar! Nesta noite, na mesa de consoada, não podia faltar o bacalhau cozido com batatas e couves, regado com azeite novo já extraído do lagar, que tinham um sabor muito especial, assim como era obrigatório enfeitar a mesa com filhoses, rabanadas e o arroz-doce decorado com canela. Era hábito, após consoar, as famílias irem assistir à celebração da missa do galo, e ao sair da igreja todo o povo se dirigia ao adro, para degelar as mãos, na fogueira do madeiro que ardia, obra da juventude que organizava e acendia a fogueira do Natal, para louvar e aquecer o Menino Jesus.

Corceiro, há mais de 40 anos na sua terra, Vale de Espinho, no dia de Natal, em que fomos prendados com um forte nevão.

Natal, é sinónimo de amor, em que devemos compartilhar com os irmãos um pouco de ternura, doçura, compaixão e compreensão, para com aqueles que por diversas contingências da vida, vivem num desabitado gélido, triste e sombrio, que já não sabem dar, nem pedir, e vivem num silêncio que os remete à saudade deles próprios e precisam da nossa solidariedade.

Natal, é dar prendas, que as crianças ansiosamente esperam que lhe sejam colocadas no sapatinho, e o nosso gesto é gratificado pelos olhitos das crianças, que mais parecem duas luzentes estrelas.

Natal, é presépio atapetado com os sedosos musgos verdes, serpenteado com os trilhos por onde caminham as figurinhas típicas de barro, a levar os presentes ao Menino.

Natal, são cânticos de louvor alusivos à festa, entoados na missa com muito fervor.

Alegrem-se o céu e a terra/ Cantemos com alegria/ Já nasceu o Deus Menino/ Filho da Virgem Maria… - Oh! Meu, Menino Jesus/ Oh! Meu, menino tão belo/ Logo vieste nascer/ Na noite do caramelo!

Natal, é beijar o Deus Menino no fim da missa, que se reveste dum simbolismo ímpar, não será Natal, sem a acção de beijar o Menino.

Natal, é confraternizar com os amigos, aos quais se deseja felicidade, e na companhia dos quais se bebe um mata bicho.

Natal, é tristeza, lembrando aqueles que já não se sentam connosco à mesa.

Natal, é saudade da nossa meninice, e dos tempos passados.

Natal, foi também sofrimento e melancolia em Canjadude, na Guiné, onde passei o de 69 e o de 70, com os meus camaradas da CCAÇ 5.

Natal de 1970 em Canjadude, Guiné, no refeitório. Lado direito com máquina a tiracolo Corceiro, Viriato, sentado José Carlos Freitas, atrás deste Pinto, com cinturão Faria atirador, atrás deste Pimenta, de óculos Faria de transmissões, Santos, Coias e Almeida.

Natal de 1970 em Canjadude. Cenário que me serviu para fazer o cartão de boas festas de Natal. Neste caso o do Viriato.

Natal, é alegria, ao desejar a todos os membros da Tabanca Grande que sejam bafejados com bênçãos de Momentos de Serenidade, Paz, Compreensão, Tranquilidade, Fraternidade e União. Haja Amor. A Vida sem Amor não tem qualquer sentido! A vida é tão curta e a empreitada de vivê-la é tão difícil, e quando começamos a aprender a vivê-la, já é hora de partir e deixá-la. Vamos caminhar e viver calmamente, porque tudo passa, e se transforma. Haja Espírito de Natal, durante todo o Ano que se apróxima!

Feliz Natal e um Abraço para todos
José Manuel Silva Corceiro
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 18 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7467: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (8): Noite de Natal de 1969 em Bissau (Carlos Pinheiro)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7467: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (8): Noite de Natal de 1969 em Bissau (Carlos Pinheiro)

O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (8)

1. Mensagem de Carlos Manuel Rodrigues Pinheiro (ex-1.º Cabo TRMS Op MSG, Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, 1968/70), com data de 17 de Dezembro de 2010:

Caro Carlos Vinhal
Boas Festas para toda a Tabanca e para todos os Tabanqueiros Camarigos.

Cá vai mais uma pequena "estória", verdadeira como as outras, que procura relatar a Noite de Natal de 1969 no Centro de Mensagens do STM no QG/Bissau.

Se achares por bem a sua publicação, claro que seria para mim muito agradável poder dar a recordar a alguns e a conhecer a muitos outros, um pormenor importante numa noite importante.

Se isto vier a ser publicado, agradeço o teu habitual aviso.

Um abraço
Carlos Pinheiro


Noite de Natal de 1969 em Bissau

Nesta época natalícia há recordações da Guerra que nos vêm mais à memória e o melhor, antes que seja tarde é passá-las para o papel.

Era véspera de Natal de 1969 e, se bem que a guerra por vezes abrandasse, nunca parava. Era talvez a noite do ano em que mais cautelas havia, em que quem estava de serviço estava mesmo operacional, bem desperto, com os olhos e os ouvidos bem abertos não fosse o diabo tecê-las. E havia sítios e posições que nunca podiam ser descuradas. Por exemplo, na minha guerra, no STM do QG de Bissau, que comunicava com o mato, com todos os COPs, todos os Agrupamentos, todos os Batalhões, todas as Companhias e até muita outras subunidades, através das quatro redes de rádio (grafia) existentes, que comunicava com a Metrópole, em grafia e em fonia e às vezes até por teleimpressor 1), com o Batalhão de Telegrafistas na Graça, onde era a Direcção Nacional do STM, que depois encaminhava as mensagens para os destinos, que comunicava com a Marinha e com a Força Aérea através de teleimpressor quando funcionava, ou, na sua falta, pelos estafetas de serviço que levavam as mensagens em mão, mediante protocolo, ao Oficial de Dia à Unidade destinatária, a nossa guerra nunca podia parar. E as antenas colocadas ali bem perto, na Antula, eram o suporte e a garantia de que as mensagens chegavam aos seus destinos.

Também tínhamos já nessa altura o fac-simile, equipamento arcaico e nada funcional mas, que mesmo assim, foi o precursor do fax que apareceu muitos anos depois, e que só servia para fazer explorações esporádicas com o BT em Lisboa. Chegámos a ter, só para vista, na altura da visita do Director da Arma de Transmissões à Guiné, um teleimpressor pretensamente “ligado” ao Batalhão de Mansoa. Mas isso são contas de outro rosário.

Com o nosso macaquito, companheiro de todas as noites.

Nessa noite de Natal, depois de um jantar mais que atribulado que chegou a meter uma marcha até à messe de oficiais e ao "palácio das confusões" (messe de sargentos) onde os senhores estavam numa grande janta e o pessoal de serviço sem direito a nada, (a CCS/QG, vá-se lá saber porquê, tinha-se esquecido de nós) depois deste pequeno incidente se ter resolvido, e sem que a nossa guerra tivesse alguma vez parado, nessa noite que devia ser de paz, recebemos uma mensagem zulu, (relâmpago), duma unidade do mato de que já não me recordo, e que tinha estado a ser flagelada, a pedir somente, vejam bem, um FRAPIL, porque no ataque tinham ficado sem gerador e dentro em pouco ficariam sem comunicações uma vez que as baterias de emergência não aguentariam muito.

Já era tarde, talvez mais de meia-noite, quando isto aconteceu. Eu era o Chefe de Turno do Centro de Mensagens, como fui tantas vezes. Foi só chamar-se o motorista, ainda me lembro, o Mamadu Djaló que mais tarde foi motorista de táxi na cidade, que estava encostado no Unimog e pormo-nos a caminho do Batalhão do Serviço de Material, ali à Bolola, e entregar a mensagem ao Oficial de Dia para providenciar no sentido do solicitado chegar ao seu destino logo de manhã cedo. E assim aconteceu. Lá foi um Allouette III, bem cedinho, cumprir esta missão importante, de que nós tivemos logo o reporte quando o FRAPIL foi instalado e começou a cumprir a sua missão recolocando o rádio no ar.

Situações idênticas à que acabo de relatar, e outras muitíssimo mais graves, eram frequentes, sempre em resultado duma Guerra em que dois lados estavam empenhados. Mas esta, pelo simbolismo do dia, pela solidão da noite, pela saudade de outros Natais, nunca foi esquecida.

Nessa noite, como era habitual, os rádios nunca pararam, mas este caso foi de facto o mais relevante que aqui recordo com nostalgia.

Resta relembrar, quando havia noites calmas, e isso também acontecia por vezes, mesmo assim os rádios nunca paravam, porque de vez em quando, o Posto Director fazia os chamados QTRs, só para confirmar que os Postos estavam permanentemente em escuta. E a CHERET, estava sempre de ouvido bem aberto.

1) Teleimpressor – Equipamento de transmissão de mensagens escritas com teclado e rolo de papel acopulado, com gravador de fita, que foi o precursor do Telex que entretanto caiu em desuso.

Carlos Pinheiro
1º Cabo Op. Msgs.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 18 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7464: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (7): (Joaquim Mexia Alves / José Martins / Mário Migueis da Silva / José Manuel Matos Dinis)

Guiné 63/74 - P7464: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (7): (Joaquim Mexia Alves / José Martins / Mário Migueis da Silva / José Manuel Matos Dinis)

O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (7)

1. Em mensagem do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 16 de Dezembro de 2010:


NOITE DE NATAL NA GUINÉ

Os olhos bem abertos tentam rasgar a noite escura que tem à sua frente.
Ouve o silêncio da mata da Guiné, e aqui e ali o rápido crioulo, que sai de cada tabanca, onde os soldados já recolhidos, põe em dia a conversa.
Tudo naquele ambiente lhe nega o Natal!

As gotas de suor que teimam em descer da sua testa até ao pescoço, fruto do calor e da humidade insuportáveis, que o fazem estar a milhas de distância do frio da sua terra, que tão bem convida à lareira!
O copo de whisky na mão, uma mão cheia de caju, coisas que nada têm a ver com o vinho tinto encorpado da ceia de Natal, a acompanhar o peru recheado, ou o “eterno” e fiel amigo!
O silêncio avassalador da mata que o rodeia, o receio entranhado de que esta noite de Natal seja aproveitada para fazer uma festa, festa que nada tem a ver com a vida, mas apenas com a morte!
E aqueles homens que o rodeiam, “família” agora presente e obrigatória, tão dentro do seu coração como a outra, a sua, (que tão distante está), mas diferente, bem diferente nos hábitos e nas atitudes!

Não, esta não é decididamente uma noite de Natal!

Revolvem-se-lhe as entranhas do pensamento e da memória!
É a primeira vez, nos seus curtos vinte e dois anos, que passa o Natal fora da família.
Um nó apertado toma-lhe a garganta, e uma lágrima teimosa aparece nos seus olhos.

Não, não pode ser!

Que raio de homem seria, que raio de testemunho daria a todos aqueles que com ele vieram e nele confiam, nele vêem a esperança de regressar à família, ou dos outros que agora estão consigo e querem continuar com as suas famílias, nas suas tabancas, nas suas vidas.

Há que encontrar ânimo, razões para festejar a noite de Natal, visto que a fé adormecida, o afasta da espiritualidade em tempos vivida.

E as razões, encontra-as na terra onde está!

Afinal na sua terra agora distante faz frio para lareira, mas verdade é que Jesus Cristo nasceu em Belém, que é um lugar quente e húmido!
E os presépios fazem-se com musgo, o que, se não está enganado, é coisa que não existe onde Jesus nasceu!
E ainda mais, pois Jesus nasceu num curral segundo uns, ou numa gruta segundo outros, o que é bastante parecido com o abrigo em que agora vive!

Ah, afinal não está assim tão longe do Natal!

Um sorriso já lhe baila nos lábios! Já se sente mais feliz, mais em paz, mais em família, mais em Natal!

E depois… depois segundo se diz, “Natal é sempre que um homem quiser”, e ele decide entender isto como um convite a fazer a paz, a fazer o bem, a acolher e a dar-se, pois sempre que um homem assim faz, “faz-se Natal” também.

Sem pensar em mais nada, abraça com força e alegria os que estão ao seu lado, e depois vai de tabanca em tabanca, e grita bem alto lá para dentro:

- Feliz Natal, e paz aos homens de boa vontade!

Monte Real, 16 de Dezembro de 2010

Com esta história agora inspirada, (que não se passou, mas podia ter passado), desejo a todos os meus camarigos um Santo e Feliz Natal!
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2. Mensagem de José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), com data de 15 de Dezembro de 2010:

Desejo de boas festas para todos e um abraço
José Martins

Duarte Martins em inícios de Novembro de 2010.
© Foto e composição de Diogo Martins

O Natal, para a Família Martins, chegou em 5 de Novembro!

É o Natal do Futuro?

No presente, enviamos a todos um Fraterno Abraço, com votos de Bom Natal e, que 2011 ultrapasse as expectativas de todos, mas pela Positiva.

Ano de 2010
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3. Mensagem de Mário Migueis da Silva (ex-Fur Mil Rec Inf Bissau, Bambadinca e Saltinho, 1970/72), com data de 18 de Dezembro de 2010:

Caro amigo:
Uma vez mais fiz uma péssima gestão do tempo e agora, já com os meus filhos à minha volta para o Natal, não tenho disponibilidade para fazer, em tempo útil, a "brincadeira desenhada" que tinha nos meus planos. Vai ter que ficar para o Natal de 2011, esperemos que já sem crise.

À falta de melhor, envio-te meia dúzia de letras e um desenho original, tudo "confeccionado" em Bambadinca, quarenta anos atrás (Santa Maria!!!...), por alturas do meu primeiro Natal longe de casa. É o meu modesto contributo para o mural do nosso querido blogue, que, reconheço, merecia da minha parte um maior empenho.

Fico-me com um grande abraço e os meus votos de Boas Festas.
Mário MIgueis

Natal de 70
Foto: © Mário Migueis da Silva (2010). Direitos reservados.


O GATITO

Uma mesa. E na mesa, um brinquedinho de corda, em forma de gato, que anda e mexe o rabo. E diverte quatro camaradas meus, que se juntaram à sua volta. Riem, falam-lhe quase ao ouvido, tocam-lhe no rabito tremeliques, parecem crianças. E, no entanto, orgulham-se, e com razão, de pertencerem já ao rol da velhice, que dezassete meses de Guiné é muito. Ah, pois é, e então para quem, como eu, acabou de completar o primeiro mês!...
Mas, a verdade é que o gatinho de latão é mesmo giro. É giro e faz-me lembrar as palavras do velhinho Roda, no dia em que cheguei a Bambadinca. Tendo-me encontrado, sentado na cama, a olhar para o tecto, deu-me uma palmada nas costas e disse a sorrir:
- Ouve lá, ó pira, tu, aqui, ou arranjas com que te entreteres ou ficas apanhado num instantinho! Pensar é manga de aborrecido!...
E assim é na realidade. A velhice que o diga. Pensar?... Antes mexer no rabo do gato!...

Bambadinca, 15 de Dezembro de 1970
Mário Migueis
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4. Mensagem José Manuel Matos Dinis* (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 16 de Dezembro de 2010:

Meus Amigos,
Acho que já aqui vos revelei que sou ateu, pelo que o Natal, para mim, devia ser uma prática contínua, de todos os dias, conforme o dito popular. Da maneira como se apresenta perante a sociedade onde vivo, faz-se anunciar como uma trégua nos desfavores da vida quotidiana. Qual trégua? As pessoas esfolam-se em correrias nervosas para comprar, comprar, festejar, festejar, desejarem ao tio, ao primo, ao padrinho, à madrinha, ao colega e à colega, num frémito alucinante do que se tornou um conjunto de obrigações obecessivas, e que nos deixam à mingua de tudo, e, ainda, com o sentimento de termos falhado aqui, ali, em toda a parte.

E tesos... quando não empenhados.

No entanto, agradeço verdadeiramente os vossos votos natalícios, porque, em alguma medida, o Natal faz parte da minha cultura, e tiveram o cuidado de me incluir no lote das vossas referências, além de que é sempre bom receber esse género de votos camarigos, de mensagens optimistas, de propósitos que concorram para a nossa felicidade.

Nesta medida, também gostaria de formular votos de Natal tranquilo, com muitas alegrias, e que o próximo ano nos reserve sorte para nos mantermos à margem dos problemas mundiais que, aqui em Portugal, como na Guiné e em toda a parte, vão acentuar a crise, as relações entre as oligarquias, e as consequências derivantes para os povos, a que talvez possamos fazer frente, se imbuídos de espírito coeso e fraterno.

Abraça-vos o
JD
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 17 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7460: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (6): Uma história de Natal (José da Câmara)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7460: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (6): Uma história de Natal (José da Câmara)

1. Mensagem de José da Câmara (ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Guiné, 1971/73), com data de 17 de Dezembro de 2010:

Meu caro amigo Carlos Vinhal,
Junto encontrarás uma História de Natal. Para ti, para os nossos amigos da Tabanca, para os vossos familiares.

Um abraço do tamanho do oceano que nos une,
José Câmara




O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (6)

Uma história de Natal

Em 1971, o Destacamento de São João foi o palco da meu primeiro Natal passado na Guiné, o terceiro passado fora do aconchego familiar sanguíneo e o segundo entre uma família diferente, uma família militar.

Preparei-me a preceito para aquela noite. Vesti o meu melhor facto multicolorido, adornei a cintura com as melhores jóias que possuía, umas que faziam Pum e outras faziam Pam quando devidamente utilizadas. Acabei por dar o braço à minha companheira de todos os dias que, em abono da verdade, nunca se fazia rogada em me acompanhar e estava sempre preparada para qualquer cerimónia eventual. Foi esse espírito de colaboração que me fez apaixonar por ela.

Quando cheguei à messe de oficiais e sargentos já lá se encontravam alguns graduados. Os outros chegariam logo a seguir. Reparei, com alguma mágoa, que a única praça presente era o militar de serviço. Porque éramos poucos nunca cheguei a perceber os porquês dessas decisões, que não eram minhas.

A minha companheira ao aperceber-se da presença de algumas amigas alinhadas e encostadas à parede entendeu fazer o mesmo. Para que não se sentisse envergonhada perante as amigas, eu coloquei-lhe nos braços os meus adornos. No dizer dela, sentia-se bem e envaidecida com eles junto ao peito.

Entre os convivas do momento, as conversas foram rolando pelas picadas das recordações familiares, de histórias de outros natais na Guiné e não só e das diferentes experiências pessoais de cada um. Tudo em nome de uma sã camaradagem.

Entre o calar de cada história éramos entretidos com o striptease masculino, muito em voga no tempo, providenciado pelo John Walker. As puras donzelas que ajudavam a alegrar a noite, as loirinhas Cuca e Sagres, invejosas do John, não paravam de dar o seu pézinho de dança e retorciam-se sensualmente com as carícias e os beijos que lhes dávamos. Também não faltou quem pedisse um ar de graça ao velho Vinho a Granel que todos os dias se deliciava com banhos de sol ao fundo na parada, sem estragar a pele. Certamente que invejávamos a capacidade do velho amigo, fosse ele Tinto ou Branco, para aguentar, sem queixas, as carícias do astro rei dos trópicos.

A noite já ia um pouco avançada e alegrada de prazeres, ofertas dos deuses bacos, quando soou a hora do jantar.

A ementa especial dessa noite tinha como entrada uma sopa de legumes, à moda da cidade, uma raridade por aquelas bandas e a primeira vez que acontecia desde que eu chegara ao Destacamento, havia várias semanas, e javali assado no forno, à moda do nosso cozinheiro. Para sobremesa tínhamos aquilo que tinha sido um grande chocolate americano, lembrança da minha madrinha de guerra, que chegou feito em papas, obra de sua majestade o calor africano, que ninguém ousou tocar.

Em boa verdade, foi uma delícia de jantar!

A besta suína que nos servia de repasto tivera a infelicidade de perder um ajuste de contas com um militar nativo. Os dentes grandes da fera, sua única defesa, foram insuficientes perante a heroicidade do nosso camarada, gentio da Guiné. Este acto de bravura, bem merecedor do reconhecimento público dos camaradas, foi pago em folhas de serviço apropriadas e medalhas ultramarinas, tantas quanto nos pediu, às quais acrescentamos mais algumas e os nossos agradecimentos.

Destacamento de São João - Militares nativos preparando o Javali que foi servido na Noite de Natal de 1971

O jantar já ia adiantado, quando alguém se lembrou que não tínhamos agradecido as iguarias que devorávamos com apetite e regávamos ainda melhor. Natal não é Natal se não rezarmos ao Menino e agradecermos a Deus as iguarias presenteadas.

A primazia da reza coube ao Furriel Miliciano Teixeira, do Pel Caç Nat 66 que, por ironia das voltas que demos pelo território guineense, eu fui substituir no Palácio do Governador.

O Teixeira era um homem casado e já sabia o que era ser pai. Calmamente, pegou num pedaço de pão e partiu-o em dois bocados sensivelmente iguais. Após este primeiro gesto, próprio de quem está habituado às grandes ribaltas, que espicaçou a curiosidade dos presentes, botou oratória que não ficou muito longe destas palavras:

- Hoje, se em minha casa apenas houvesse este pão para a consoada, era assim que o partia. Dava esta metade à minha filhinha. A outra metade (juntando a palavra ao gesto) partia-a em dois bocados diferentes e dava a parte maior à minha esposa. Nessa altura, como a minha filhinha já tinha acabado de comer o seu pão, eu dava-lhe o bocadinho que era para mim!

O prato do Teixeira não mingava. Pelo contrário enchia-se tal era o caudal das ribeiras que lhe desciam em cascata pela cara. Por simpatia, o Fur Mil João Fevereiro, homem de grande arcaboiço, do mesmo pelotão, também tinha dado o seu nome a uma jovem que o aguardava nas províncias alentejanas, também fazia o mesmo.

Os alferes Cavaqueira (? - a memória falha-me na certeza do nome) e Ribeiro, e os furriéis Carvalho, André e eu eram as outras testemunhas daquela extremosa manifestação de amor.

Ninguém ficou insensível àquela manifestação. Um pouco por todas aquelas caras de meninos, feitos homens à pressa, se viam lagoas, à altura dos olhos, prestes a transbordar.

Levantei-me, dirigi-me à minha companheira e aos meus adornos, peguei-lhes com sensibilidade desusada, dei as boas noites aos meus camaradas e dirigi-me ao encontro da escuridão que pairava sobre o Destacamento de São João. Não fui o único maricas dessa noite!

Com o coração apertado pelas saudades, procurei no firmamento pela estrela Alva.

Naquela noite de Natal de 1971, ela foi a testemunha silenciosa das minhas lágrimas e da minha prece. Pelos meus familiares e pela minha madrinha de guerra. Pelos meus amigos e camaradas. Pela CCaç 3327 e pela minha secção que não conseguia arrancar do coração.

Dei uma volta pelos postos de vigia. Para uma pequena conversa com os sentinelas, todos eles gentios da Guiné. Também eram gente. O Natal pouco ou nada lhes dizia, mas eles já me diziam muito. Senti-me melhor!

Hoje, passados todos estes anos sobre aquele inesquecível Natal de 1971, continuo a olhar para o firmamento e a procurar a estrela que foi minha companheira cúmplice daquela noite e de muitas outras.

Ainda continuo a ouvir aquele sussurrar cálido e suave como a brisa da noite guineense, quando nos despedimos antes de me retirar para o reino de Morpheus:

- O Menino é um presente de amor e carinho, de amizade e compreensão, que se dá com alegria. Mantem-no bem perto do coração como companheiro de todos os dias!

Hoje, com vossa licença, vou parar o meu trenó às vossas portas. Deixem que o meu companheiro, o Menino, entre nas vossas casas e se sente às vossas mesas. Ele precisa de descansar um pouco e nenhum lugar melhor para o fazer, que no seio das vossas famílias.

Dos States, do fundo do coração, para todos vós e famílias Boas Festas e Bons Anos!
José Câmara
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 20 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7149: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (22): Aventuras em terras manjacas

Vd. último poste da série de 17 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7457: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (5): Boas-Festas da Tertúlia

Guiné 63/74 - P7457: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (5): Boas-Festas da Tertúlia

O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (5)


1. Do nosso camarada António Azevedo Rodrigues, ex-1.º Cabo do Agrupamento 2957 (Bafatá, 1968/70)

Amigos e bons camaradas da Guiné, 1968/70, Bafatá. Para reconhecer o tempo passado, e as pesquisas efectuadas, eis-me chegado ao fim do ano D 2010=40 anos depois da nossa (para alguns) chegada à Guine, e depois de termos alguns estado reunidos uma primeira vez, esperando voltar ao ataque à tabanca ou à bagabaga, que ainda não transpus, mas quero "queremos todos" alcançar, que é na próxima Primavera. Juntar realmente todos, para o que estou a fazer tudo que estiver ao meu alcance para o conseguir, fazer no centro do país, para que todos possam comparecer, e se algum tiver que ser rebocado, espero encontrar reforços para o fazer. Sei que não vai ser fácil, mas com a vontade de todos... aguardo novidades... quem é o primeiro a dizer, sim estou aqui, aí vai mais um... ou, não, não encontro ninguém, não vou, não posso e mais nada... quero JUNTAR MESMO TODOS...
Boas Festas para todos.

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2. Do nosso camarada Victor Garcia, ex-1.º Cabo da CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71)

Aos Amigos Tertulianos
Desejo-vos um Feliz Natal e um bom Ano Novo
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3. Do nosso camarada Mário Beja Santos, ex-Alf Mil do Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70)

Feliz Natal e Bom Ano Novo
BOAS FESTAS
Feliz Natal

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4. Do nosso camarada Jaime Machado, ex-Alf Mil do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70)

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5. do nosso camarada José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf.º da CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70)

Pedi emprestado a um poeta amigo, o poema que transcrevo.
Com ele vão os meus mais sinceros votos de SANTO E FELIZ NATAL
Zé Teixeira

Segundo Andamento

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.


José Tolentino Mendonça
12.12.10
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6. Do nosso camarada [José Francisco,] Robalo Borrego, Ten Cor Reformado,  Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau e 9.º Pel Art, Bajocunda (Guiné, 1970/72):

Feliz Natal e Bom Ano Novo
Um abraço do
JB

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7. Do nosso camarada Manuel Alheira, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 19 (Guidaje, 1972/74)

Cumprimentos e votos sinceros de um Bom Natal e Feliz Ano 2011.
Um abraço de
Manuel Alheira

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8. Do nosso camarada Sílvio Fagundes de Abrantes (Hoss), ex-Soldado Pára-quedista da CCP 121 / BCP 12 (Bissalanca, 1969/71)

Olá companheiros de luta.
Antes de mais começo por vos desejar um Feliz Natal e um Ano Novo CHEIO DE PROPRIEDADES. Atenção ao sublinhado. Lembram-se do ano novo cheio de propriedades? Era a cultura ao tempo. Mas... não digo mais.

Ora bem bem: o assunto que aqui me trouxe é uma fotografia que circulou na nossa querida Guiné com uma gibóia que engoliu uma vitela, esta era forte demais para a barriga do glutão, que acabou por rebentar e vê-se a cabeça da vitela fora da barriga do réptil. Eu tenho uma foto dessas, só que não sei onde.

Agradecia aos meus amigos e tertulianos que tenham uma foto dessas façam o especial favor de a enviarem cá para o JE.

Espero que tenham todos um FELIZ ,,, FELIZ NATAL E QUE O ANO NOVO VOS TRAGA TUDO O QUE MAIS DESEJAREM, PARA VOCÊS E OS VOSSOS MAIS QUERIDOS. são os votos sinceros do vosso sempre amigo,
Hoss
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9. Do nosso camarada Sousa de Castro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3404/BART 3873 (Xime e Mansambo, 1971/74)

Prezados amigos editores do blogue “luisgraca&camaradasdaguiné”,
Muito sensibilizado fiquei, com tanto carinho que me presentearam no dia em que entrei para o clube dos xexas, não merecia!... Agradeço profundamente, não só aos que se me dirigiram telefonicamente e através do nosso blogue mas também a todos tertulianos em geral aproveitando para desejar que tenham um óptimo Natal na companhia de seus familiares.
Que o Natal nos traga muita paz, amor e felicidade!
Sousa de Castro

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10. Do nosso camarada Raul Albino, ex-Alf Mil da CCAÇ 2402/BCAÇ 2851 (Có, Olossato e Mansambá, 1968/70)

Nesta quadra de Natal venho desejar-vos, abrangendo toda a vossa família, um Natal muito Faliz e que tenham umas festas natalícias e de fim de ano repletas de tudo aquilo que mais ambicionarem.
O vosso amigo,
Raul Albino

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 17 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7455: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (4): Boas-Festas da Tertúlia

Guiné 63/74 - P7455: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (4): Boas-Festas da Tertúlia

O MURAL DO PAI NATAL DA TABANCA GRANDE 2010 (4)


1. Dos nossos camaradas:
Armando Fonseca, ex-Soldado Condutor do Pel Rec Fox 42, Guileje e Aldeia Formosa, 1962/64
Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (1970/71)


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2. Do nosso camarada Augusto José Saraiva Vilaça, ex-Fur Mil da CART 1692/BART 1914 (Sangonhá e Cacoca, 1967/69)

Nesta noite iluminada
Adoremos o Salvador.
Todos unidos, ao redor
Acordemos, cantemos com emoção,
Louvemos o Menino, JESUS, do coração.
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3. Do nosso camarada José Martins Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux. Enf. CART 2716/BART 2917 (Xitole, 1970/72)

Não se lamentem e desfrutem da vida, porque há muita gente a sofrer.
Um grande e fraterno Abraço de Amizade
Zé Rodrigues
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4. Do nosso camarada Xico Allen, ex-1.º Cabo da CCAÇ 3566 (Empada e Catió, 1973/74)

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante, vai ser diferente. " 
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5. Do nosso camarada António Eduardo Carvalho, ex-Cap Mil da CCaç 3 e CCaç 19

Pois Bem! Aqui vão os meus votos de Boas Festas de 2010!
Basta ir ao Site


Espero que o vosso Natal seja tão alegre e iluminado quanto este e já agora não se esqueçam dos que não têm nada para dar... nem sequer um e.mail para enviar!

Um abraço
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6. Do nosso camarada Manuel Lema Santos, ex-1.º Ten da Reserva Naval da Marinha de Guerra

Feliz Natal 2010 e Bom Ano Novo 2011 com Saúde, Amor, Paz e muita, mas mesmo muita, Sabedoria.
São os nossos votos!
mls
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7. Do nosso camarada Alcides Silva, ex-1.º Cabo Estofador da CCS/BART 1913 (Catió, 1967/69)

Desejo um bom Natal para todos e um grande abraço.
Aproveito e envio o LINK de  um pequeno vídeo para a época, saquei-o da Internet mas o que importa é a mensagem.

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8. Do nosso camarada Alberto Nascimento, ex-Soldado Condutor Auto da CCAÇ 84 (Bambadinca, 1961/63)

Camarada Carlos Vinhal
Alguns camaradas mais antigos, como eu, recordam certamente este aerograma.
Nunca me passou pela cabeça que quase 50 anos depois, o iria utilizar para mandar boas festas.

Um Grande Abraço
Alberto Nascimento

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9. Dos nossos camaradas:
Amílcar Ventura, ex-Fur Mil da 1.ª CCAV/BCAV 8323 (Bajocunda, 1973/74)

e
Francisco Palma, Soldado Condutor Auto da CCAV 2748/BCAV 2922 (Canquelifá, 1970/72)

Quero agradecer-te aquilo que partilhaste durante o ano de 2010, as alegrias e as tristezas e desejar-te um SANTO E FELIZ NATAL E UM PROSPERO ANO NOVO e que 2011 seja um ano da mais Paz, Alegria e Felicidade.
Um grande Bem-haja para ti e tua família.

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10. Do nossos tertulianos Isabel Levy Ribeiro e  Carlos Schwarz  da Silva,  da AD - Acção para o Desenvolvimento

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 16 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7449: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande 2010 (3): Que ricas prendas, Giselda & Miguel...