Mostrar mensagens com a etiqueta O que é feito de ti. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta O que é feito de ti. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15630: O que é feito de ti, camarada ? (5): C. Martins, o último artilheiro de Gadamael, cmdt do 23º Pel Art, 1973/74


Monte Real, Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > 
VI Encontro Nacional da Tabanca Grande > J. Casimiro Carvalho, 
à esquerda,  com  o C. Martins, dois homens de Gadamael... Uma das
raras foto do cmdt do 23º Pel Art (Gadamael, 1973/74). 
Foto: LG (2011)
1. Não sabemos o que se passa com o nosso leitor (e camarada) C. Martins, ex-comandante do 23º Pel Art de Gadamael (1973/74)... 

Deixou de mandar sinais à navegação, ou seja, deixou de fazer comentários no nosso blogue... 

Ele era relativamente assíduo, e tem pelo menos 20 referências no nosso blogue... Nunca quis aceitar o nosso convite para integrar a Tabanca  Grande, por razões da sua vida pessoal e profissional que respeitamos. 

É médico.  Mas já tivemos ocasião, por várias vezes, de estar  e de conviver com ele, nomeadamente nos últimos encontros nacionais da Tabanca Grande. Esteve, inclusive, no último, o X Encontro Nacional, que se realizou em 18 de abril de 2015... Lá está ele na lista, mas sempre avesso à fotografia... 

Apetece-nos perguntar: o que é feito de ti, camarada, C. Martins  ? (*)... 

Esta série é justamente para relembrar alguns de nós que temos andado mais arredados do convívio bloguístico... E vamos começar a perguntar por esses... Devagarinho, como quem não quer a coisa... Naturalmente que respeitamos o silêncio voluntários dos camaradas e amigos/as que, por esta ou aquela, andam mais arredios... Afinal, o blogue vai fazer 12 anos, o que na Net é já uma eternidade...

C. Martins, querido camarada, espero que estejas bem, de saúde. E que a vida profissional esteja a correr o melhor possível, tanto quanto te deixam. Temos saudades das tuas "lições de artilharia para os infantes",  da tua boa disposição, do teu sentido de humor de caserna, da tua saudável irreverência, enfim,  dos teus comentários, por vezes desconcertantes mas sempre certeiros, ou não fosses tu um artilheiro e, para mais, o último artilheiro de Gadamael!...Sei que alguns não te perdoam esse pequeno detalhe do teu currículo, mas a verdade é que alguém tinha que fechar a porta... E em Gadamael coube-te a ti, que nem sequer foste voluntário para a tropa...

Aproveitamos para reproduzir aqui uma das tuas histórias que na altura nos deliciou e que os mais novos, os "piras", nunca leram... Desconfiamos que esta "cena"  passou-se mesmo contigo, que tens um grande sentido de justiça,  e és um camarada de cinco estrelas, um beirão dos quatro costados, mas a verdade é que tu nunca te descoseste. Fica para o teu livro de memórias.

Dá notícias, camarada, se puderes!.. E promete que estás bem...


2. Lições de artilharia para os infantes: quando o oficial de dia fez uma levantamento de rancho (**)

por C. Martins



 (...) A propósito de rancho... Lembro-me de um caso passado num regimento de uma cidade alentejana. O oficial de dia fez um levantamento de rancho !!!

Este tinha por hábito não se limitar a provar a comidinha da bandeja, mas verificar as pesagens dos géneros segundo as NEP. Era vitela à jardineira: tanto de ervilhas, cenouras, batatas e a carne da dita.

Iniciado o repasto, que a bem da verdade o pessoal comia com sofreguidão, o dito oficial, olhando de soslaio para pratos e travessas, repara que havia ervilhas, cenouras, grande quantidade de batatas e, surpresa, a carne praticamente tinha-se evaporado!.
– NINGUÉM COME MAIS, CAR...!!! – berra o gajo com um galãozito transversal no ombro, e enceta uma corrida frenética até à cozinha onde se depara com grandes nacos de carne sobre a bancada.

Transtornado, enfia uma cabeçada no 1º sargento vago-mestre ou lá o que era:
–  Você está preso, seu f... da p...!. E estão todos presos, seus cabr...f...das p..., bandidos, gatunos! ...

Mais calmo, tenta contactar o comandante que não estava, o 2.º também não... Bem, a alternativa era o contacto com o QG da região militar. Atende o oficial de dia da respectiva:
–  ... Fez o quê ?!! Você já desgraçou a sua vida!

Nesse dia almoçou-se só às cinco da tarde.

O sorja f... da p... tinha por hábito gamar a carne e outros géneros que vendia a talhos e estabelecimentos civis, com a conivência dum cabo RD... Os outros elementos da cozinha eram ameaçados para se calarem. A justiça militar atuou com penas exemplares... O aspiranteco teve um elogio verbal e foi mobilizado para o CTIG.

Qualquer coincidência com a realidade não foi mera ficção. (**)

____________

Notas do editor:

(*) Postes da série > 

23 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11140: O que é feito de ti, camarada ? (1): Jorge Canhão, Oeiras (ex-fur mil at inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74)


26 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11870: O que é feitio de ti, camarada ? (2): Afonso M. F. Sousa, residente em Maceda, Ovar, ex-fur mil, trms, CART 2412 (Bigene, Binta, Guidaje, Barro, 1968/70)

2 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12535: O que é feito de ti, camarada ? (3): "Agora estou na trajetória do vôo livre da borboleta, seguindo outros horizontes da memória, despreocupadamente ! Felizmente com saúde"... (Afonso M.F. Sousa, a residir em Ovar, ex-fur mil trms, CART 2412, Bigene, Binta, Guidage e Barro, 1968/70)

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13149: O que é feito de ti, camarada? (4): Abel Maria Rodrigues, bancário reformado, Mirando do Douro, ex-alf mil at inf, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > BCAÇ 28252  (1968/70) > c. 1969 >  Sessão de projeção de "slides" ou diapositivos... Tudo servia para ajudar a passar o tempo, embora não fosse habitual esta mistura de "classes" (oficiais, sargentos e praças)... Recorde-se que o nosso exército era "classista" e, em aquartelamentos como o Bambadinca, com razoáveis e desafogadas instalações, a regra era a da estratificação socioespacial, ou seja, nada de misturas...

O artista principal, neste caso, é o alf mil at cav José António G. Rodrigues, natural de Lisboa, e já falecido, comandante do 4º Gr Comb da CCAÇ 12. Persiste o mistério da natureza e dos objetivos desta sessão...


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852  (1968/70) > c. 1969 > ; Sessão projeção de "slides!" ou diapositivos... O "projecionista", à civil, era o alf mil cav José António G. Rodrigues... Devia ser também o "dono" dos diapositivos, cujas caixas, de plástico, são visíveis à frente do projeto. Não fazemos a mínima ideia do objetivo da sessão... À sua esquerda, tem o alf mil mil Abel Rodrigues.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) e CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (1969/71) > Sessão de projeção de "slides" na sala de convívio e refeitório das praças...  Em primeiro plano à esquerda, os capitães inf Manuel Maria Pontes Figueiras, comandante da CCS,  e Carlos Alberto Machado Brito, comandante da CCAÇ 2590/ CCAÇ 12. Por detrás dos dois, o alf mil op esp Francisco Moreira, da CAÇ 12. Ainda era tudo  "periquito", o pessoal da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, chegado a Bambadinca em meados de julho de 1969. (*)

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: L.G.]


1. Mensagem enviada onntem ao nosso camarada Abel [Maria] Rodrigues, ex-alf mil at inf (CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71) que vive em Miranda do Douro, sendo bancário reformado:

Abel: Estás bom ? Vens ao nosso encontro, dia 14, em Monte Real ? Lembras-te dessa sessão de "slides" ? Porquê tanto interesse da assistência  ? 

Um abraço forte. Luis Graça


2. Resposta,  no mesmo dia, do Abel Rodrigues:

Olá, Luis!

Eu vou andando com mais ou menos ferrugem, mas normal para a idade.E tu como vais, parece-me que percebi que tinhas sido operado, espero que tivesse corrido tudo bem e pelos vistos já estás, aí para as curvas.

Há dois ou tres meses andei a fazer um tratamento ás vias respiratórias nas Caldas da Saúde, pertinho da casa dos pais do Francisco Moreira. Combinei um almoço com o Sousa, Branco, Mateus e Valente [, malta da CCAÇ 12,]  e telefonei ao Moreira,que ficou de aparecer, mas não quis nada connosco. Não sei o que se passa com ele mas é estranho.

Quanto à  reunião [, IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real,dia 14 de junho,] não vou, porque já vou ficando velho e estou para aqui isolado, não tenho quem me acompanhe, pois camaradas não há e minha mulher explora uma loja comercial com empregados e não pode fechar.

Em relação á foto (*) ,não faço a minima ideia, apenas reconheço tambem o capitão Figueiras, que está ao lado do Brito e me lembro dele por ser revolucionario e algarvio.

Um grande abraço
Abel Rodrigues


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > O António Mateus (1º Cabo), que vive hoje em Guifões, Matosinhos  e o seu comandante, o Alf Mil At Inf Abel Rodrigues (3º Gr Comb), um transmontano de Miranda do Douro.

Foto: © António Mateus (2012). Todos os direitos reservados.



Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > Messe de Oficiais > c. 1969/70 > O Abel Rodrigues foi   o primeiro dos quatro oficiais milicianos da CCAÇ 12 a entrar para a nossa Tabanac Grande. Ou melhor, dos três que estão vivos, incluindo o Carlão e o Moreira. (O outro Rodrigues infelizmente já faleceu).

Para mim, foi, na altura, em 2006,  enquanto criador e editor deste blogue (colectivo), uma dupla alegria receber um novo membro da Tabanca Grande, que para mais tinha sido meu camarada de armas (e meu amigo) na mesma unidade, a CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1971). E estive também, por diversas vezes, no seu pelotão, substituindo um ou mais dos seus comandanets de secção. E viemos a Portugal, de férias, em, 1970, no mesmo avião da TAP.

Foto: © Abel Rodrigues (2006). Todos os direitos reservados.


3. Resposta de hoje do  L.G.:


Grande Abel!... É bom saber de ti! (**)...E precisamos de falar mais vezes. Vejo que estás um bocado isolado... De qualquer modo o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Vê lá tu que eu tenho amigos (do Porto) a viver e a trabalhar em Atenor... A minha filha, que é contadora de histórias e ilustradora, esteve aí há dias a trabalhar, durante uma semana... O meu filho, que é músico e psiquiatra, já esteve aí, há tempos, tocar (com o grupo dele,  os Melech Mechaya). A minha mulher, idem, também, já aí esteve...

Falto eu e nessa altura apito-te. Cá em casa apoiamos a AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (uma Associação Não Governamental, sem fins lucrativos, de protecção de raças autóctones de asininos, em particular do burro de Miranda).

Tenho o teu telefone. Será o mesmo ? (...)

Quanto ao me contes e perguntas. Vejo que tiveste com malta da CCAÇ 12... O Moreira, acho que está num  um processo de denegação da guerra...Ainda esteve connosco em 1994, em Fão, Esoposende. Julgo que tu também foste. Depois eclipsou-se. Há muita malta que quer esquecer o passado...Mas isso não faz bem à saúde mental...

Quanto a mim, estou em casa, com baixa, em recuperação de uma artroplastia da anca (perna direita). tenho agora um prótese de titânio e cerâmica... Estou a recuperar bem.

Obrigado pelos teus comentários á foto. Capitão Figueiras, é isso, já não estava lembrado!... Afinal, passámos por tanta gente e tanto sítio. Ou melhor, tanta gente e tanto sítio passaram por nós...

Vou tentar ligar-te. Um alfabravo, Luis

4. Comentário do editor:

Face às informações que o Abel Rodrigues me dá, temos que corrigir a legenda da foto publicada no poste P13142 (*)... 

O cap inf Figueiras (, de seu nome completo Manuel Luís Pontes Figueiras) veio substituir em setembro de 1969 o cap art António Dias Lopes que por sua vez tinha vindo substituir, um mês antes, o cap inf Eugénio Batista Neves, comandante da CC/BCAÇ 2852, "transferido  por motivos disciplinares", segundo reza a  história da unidade).

Em face disto, esta sessão de "slides" em que aparecem 3 alferes milicianos da então CCAÇ 2590 (CCAÇ 12, a partir de18/1/1970) só pode ter acontecido em finais de 1969 ou princípios de 1970, ainda no tempo do BCAÇ 2852, rendido em finais de maio de 1970 pelo BART 2917. Os alferes são:  (i)  José António G. Rodrigues (4º Gr Comb), (ii) Abel Maria Rodrigues (3º Gr Comb; e (iii) Francisco Magalhães Moreira (1º Gr Comb).

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 – P12552: Memórias de Gabú (José Saúde) (37): Que é feito de ti, camarada Rui ?



1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos mais uma mensagem desta sua série.



As minhas memórias de Gabu

Rui, oriundo dos choupais de Coimbra, um afidalgado cavalheiro

Que é feito de ti, camarada?

Mostrava-se um rapaz amigo. Não lhe conheci momentos conflituosos que gerassem mal estar entre os camaradas. A minha cama, durante o tempo de uma comissão que fora entretanto antecipada graças à Revolução dos Cravos que se desenrolou com o 25 de abril de 1974, situava-se mesmo ao lado da sua. Dissecávamos constantemente conversas sobre as nossas vidas. Falávamos das namoradas, dos nossos tempos de escola, dos amigos, do futebol e, como era óbvio, da guerra na Guiné. O Rui era um companheirão. 

Não tenho a certeza da sua verdadeira especialidade, mas julgo que se tratava de um camarada de minas e armadilhas. O outro furriel miliciano desta especialidade era o Santos e disso não me restam dúvidas algumas. Acontece que no momento em que o capitão decidiu atribuir algumas tarefas ao pessoal da Companhia, coube ao Rui abdicar da sua especialidade e ficar como o furriel vagomestre do quartel.

Recordo a azáfama do Rui no princípio da sua novata e primária experiência. A sua roda-viva quotidiana em coordenar a tarefa das compras; na feitura das refeições para o rancho; no cuidar com preceito de todo o material comestível que tinha chegado na coluna do último reabastecimento; se havia, ou não, faltas que obedecessem a uma prévia informação superior; nas suas idas constantes a procurar hortaliças, possíveis, para completar as refeições do rancho, ou na aquisição peças de carne fresca que os militares muito apreciavam; nas contas meteóricas ao dinheiro que o 1º sargento da secretaria diariamente lhe entregava; revejo-o a manusear os pesos (escudos), em notas, para as citadas compras; compras que eram enquadradas com o dinheiro disponível; enfim, um rol de movimentos financeiros, também mentais, que o Rui já tratava com ligeireza.

Esporadicamente deparava-me com o Rui arreliado. O capitão e o sargento imponham-lhe rédeas curtas. Exigiam-lhe o teor das contas tim-tim. Os custos do “material” e o que sobrava das compras. E o meu camarada ficava fulo como uma barata. “Estão a duvidar de mim”, dizia-me um bom do Rui. A dúvida, na minha pressuposta opinião, situava-se nas cúpulas dos comandos da Companhia. Não no furriel miliciano que se limitava a exercer funções para as quais fora chamado já em território guineense. Funções, aliás, que se assumiam como contas de um outro “abastado” rosário, não o dele.

Mas com o evoluir do tempo, o Rui começou a conhecer as manhas do sistema, presumo.   Começou a saber lidar com a “troika” (capitão, 1º sargento e vagomestre) imposta pelos ortodoxos métodos que a guerra ultramarina declarava. Suponho que a sua postura mudou radicalmente. Atravessou um deserto de dúvidas, ergueu-se, iniciou uma peleja de bate-papos com a hierarquia militar e a certa altura a sua voz também se fez ouvir. O toque do clarim que impunha sentido, deixou-o de perturbar.

Com a bandeira branca hasteada no seio da “troika”, o Rui começou a disfrutar de mais tempo para si, deixou de se arreliar com as permanentes chamadas à secretaria para mais um apuro de contas, bem como das possíveis contestações que os profissionais em princípio lhe dirigiam, e eis então o nosso camarada rei e senhor de uma tarefa com a qual se deparou ao longo da nossa comissão.

As minhas memórias de Gabu sugerem momentos irrepreensíveis num território onde a guerra se cruzou, também, com outros pormenores que passavam ao lado do soldado sem medo. Lembro-me da canseira do Rui, e do 1º sargento, a vistoriar à risca a presença de camaradas de outras unidades militares que passavam, ocasionalmente, pelo nosso quartel. Conclui, depois, que cada estadia era faturada e entrava nas contas como uma diária ou como uma meia diária. Dia de partida e de chegada, não obstante a hora constatada, era atribuída a cem por cento para as contas da unidade. Normalmente a presença de um camarada de passagem ser-lhe-ia conferida a percentagem máxima. Era da praxe.

Numa tarde sem stress, e já com as contas de tesouraria feitas, o Rui, homem de Coimbra, pousou para a minha máquina fotográfica Olympus e eis que a sua imagem se mantém inalterável no baú das minhas recordações guineenses. 

Resta concluir e parafrasear o velho fado coimbrão cantado por Fernando Machado Soares: “Gabu (Coimbra) tem mais encanto, na hora da despedida”… Que é feito de ti, camarada?




Um abraço, camaradas 
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
___________

Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em:

19 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 – P12475: Memórias de Gabú (José Saúde) (36): Visita à piscina do QG, em Bissau. Uma ida a banhos.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12535: O que é feito de ti, camarada ? (3): "Agora estou na trajetória do vôo livre da borboleta, seguindo outros horizontes da memória, despreocupadamente ! Felizmente com saúde"... (Afonso M.F. Sousa, a residir em Ovar, ex-fur mil trms, CART 2412, Bigene, Binta, Guidage e Barro, 1968/70)

1. Mensagem, com data de hoje,  do nosso camarada Afonso M.F. Sousa [, ex-fur mil trms da CART 2412 (Bigene, Binta, Guidage e Barro, 1968/70)] [foto à esquerda, em Barro, junto ao centro cripto]:


Caríssimos amigos, Luís Graça e Carlos Vinhal,


A participação ativa nas "narrativas da guerra" (*) foi um momento que se engloba no percurso da memória, na plena liberdade de tempo e de espaço. Seguir adiante não significa indiferença ou menor apreço pelo notável trabalho histórico que emergiu e se consolidou, mas antes uma via de percurso, depois de atingidos os objetivos a que me propus, de dar resposta a algumas interrogações trazidas TO da Guiné.

Agora estou na trajetória do vôo livre da borboleta, seguindo outros horizontes da memória, despreocupadamente !

Felizmente com saúde, ando por aí como soe dizer-se, saboreando o espairecer descontraído da vida e ajudando os meus, sobretudo os mais pequenitos nas suas lides escolares !

Parabéns pelo vosso trabalho num apego entusiasta na construção de tão relevante contributo para a história.

Um bom ano de 2014, com uma luz verde, mesma que pequenina, a brilhar lá ao fundo !


Um grande abraço para ambos.

Afonso M.F. Sousa


2. Comentário de L.G.:

Afonso, em meu nome, e do Carlos Vinhal, bem como de todos os demais editores e colaboradores do nosso blogue e de todos os restantes membros da Tabanca Grande, de que tu és um dos primeiros dez a aparecer (em junho de 2005, se não erro), recebe o meu, o nosso muito obrigado pelo teu cartão de boas festas e sobretudo pelas notícias (boas) que nos dás, a começar pela tua saúde. É bom sabermos que estás "ativo, produtivo e saudável" e que continuas a ter apreço pelo trabalho de reconstituição, preservação e divulgação das nossas memórias, enquanto ex-combatentes no TO da Guiné.

Sei que nunca te esqueces de nos mandar o cartanito de boas festas, e nomeadamente desde 2010, em que decidiste explorar outros caminhos da memória.  Desejo-te boas explorações, espero que estejas agora à altura do teu novo papel de mestre e de avô, e reitero o meu convite para continuares a publicar, no nosso blogue, os teus TPC [leia-se: dossiês...] sobre a nossa guerra e a nossa Guiné, sempre que achares oportuno e conveniente, ou te der a audade da região do Cacheu por onde andaste... Bons augúrios para 2014. Um alfabravo, Luís Graça.
________________

Nota do editor

(*) Vd. poste de 26 de julho 2013 > Guiné 63/74 - P11870: O que é feitio de ti, camarada ? (2): Afonso M. F. Sousa, residente em Maceda, Ovar, ex-fur mil, trms, CART 2412 (Bigene, Binta, Guidaje, Barro, 1968/70)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11870: O que é feitio de ti, camarada ? (2): Afonso M. F. Sousa, residente em Maceda, Ovar, ex-fur mil, trms, CART 2412 (Bigene, Binta, Guidaje, Barro, 1968/70)



Guiné > Região do Cacheu > Barro > CART 2412 (1968/70) > O Furriel Miliciano de Transmissões Afonso M. F. Sousa junto ao centro cripto, cuja entrada é galhardamente protegida por bidões de areia, pintados de branco... Na realidade, o centro cripto era uma espécie de cofre forte dos nossos aquartelamentos, o santos dos santos, o mais misterioso recôndito da pátria lusa naquele pedaço de terra onde flutuava a bandeira das quinas... Neste caso onde só entrava o Afonso e o seu cabo cripto... Mais prosaicamante ele legendou a foto nestes termos: "fotografia deste jovem de então que, como responsável pelo centro cripto, aqui se apresenta de vigília (!) a esse espaço restrito e de seguras (?) confidencialidades ou secretismos".


Guiné > Região do Cacheu > Barro > CART 2412 (1968/70) > Localização do monumento de homenagem ao 1º Cabo Enfermeiro Silva, morto em combate em Bigene, a 21 de Setembro de 1968... O monumento, sob a sombra tutelar de um enorme mangueiro, está sinalizado na foto, com seta e legenda. O  edificio que se vê à esquerda (e hoje desaparecido), era a caserna de soldados e o depósito de
géneros. Repare-se no mangueiro cuja ramagem, à esquerda, atingia toda a largura da estrada (Barro-Bigene), e à direita camuflava todo o edifício da secretaria, comando, oficiais e centro cripto.





Guiné > Região do Cacheu > Barro > CART 2412 (1968/70) > Um monumento erigido à memória do 1º Cabo Enfermeiro Silva e que foi destruído a seguir à independência .

Fotos (e legendas): © Afonso M.F. Sousa (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]


1.  A primeira vez que se falou dos três G - Guidaje, Guileje, Gadamael  (*)- , no nosso blogue, foi há mais de 7 anos atrás, em poste (o nº 41) de 2 de julho de 2005, da autoria de Afonso M. F. Sousa , ex-fur mil trms da CART 2412 (Bigene, Binta, Guidage e Barro, 1968/70), e em que se reproduziu o texto, já sobejamente conhecido,  de Serafim Lobato, jornalista, e antigo fuzileiro especial, "Estamos cercados por todos os lados", editado no Público, 28/12/2003. 

O nosso camarada Afonso Sousa reside em Maceda, Ovar,  e foi um dos tertulianos mais ativos no nosso blogue na I Série (**). De resto, continuou  a colaborar na a II Série do nosso blogue (iniciada em 1 de junho de 2006), tendo organizado diversos dossiês. [Vd. marcador Afonso Sousa.]

Deixou, entretanto,  de dar "sinais de vida", talvez por cansaço, saturação ou desinteresse, por volta de 2010. Continua, todavia,  a ter o endereço de email válido, e mandar-nos as boas festas todos os anos. Espero que ele esteja bem de saúde, que ele continue a ler-nos com prazer  e que se sinta com vontade para voltar a sentar-se, mais vezes,  no nosso bentém, à volta do poilão da Tabanca Grande. Curiosamente, não temos nenhuma atual do Afonso Sousa,  o que pode significar que ele quer manter a sua reserva de intimidade.

Com esta nova série ("O que é feito de ti, camarada ?"), queremos procurar reatar contactos com membros da nossa Tabanca Grande que nos últimos anos têm andado mais arredios do blogue. O Afonso fazia da lista dos 111 magníficos que transitaram da I para a II Série do nosso blogue. Na altura, eram  mais conhecidos como "tertulianos", membros da nossa tertúlia, hoje Tabanca Grande.

Entretanto, reproduzem-se a seguir excertos de alguns postes que o camarada Afonso M.F. Sousa [, ou Afonso Sousa,] publicou na I Série. 

(i) Afonso Sousa, ex-fur mil trms, CART 2412 (1968/70)

A minha companhia fazia parte integrante do COP 3 (com sede em Bigene, onde fizemos o treino operacional entre 31/8/68 e 14/10/68; depois foi a partida para Binta e Guidage).

Entrámos em Guidage em 17/10/1968, a substituir a CART 1648. Mais tarde referirei os dados cronológicos respeitantes à minha CART 2412, que inclui também a sua permanência (até ao termo de missão) em Barro (que o sr. Coronel A. Marques Lopes bem conhece e aonde voltou em 1998).

Porque aqui se fala de COP 3, Guidage e Barro, achei interessante esta crónica, que vocês já conhecem, dos "relatórios secretos sobre a Guiné colonial".

Guidage tinha uma importância extrema tanto para nós como para o IN. Já tínhamos consciência disso quando lá entrámos. E aí está o que se veio a passar em 1973... com a ofensiva do PAIGC contra Guidage (no Norte)e Guileje e Gadamael (no Sul)... Os três G que, na opinião do historiador guineense, Leopoldo Amada, terão decidido "o final do império colonial"...

Publica-se a seguir um texto, do jornalista Serafim Lobato, em que se divulgam pela primeira vez os relatórios secretos sobre a batalha de Guileje e Gadamael, uma peça importante para a compreensão da história da guerra colonial e do seu fim (*). O texto esteve originalmente disponível no sítio do Publico.pt. Está também publicado no blogue História e Ciência > Relatórios secretos sobre a Guiné colonial. Algumas das notas, em parêntesis rectos, são da nossa responsabilidade (A.S., Afonso Sousa) [e/ou do editor].

(ii) COP 3

Um pelotão da CCAÇ 3 (onde também esteve, em 1968, o nosso camarada A. Marques Lopes) reforçou a CART 2412, quando esta se instalou em Guidage. Esse pelotão era comandado pelo Alferes Gonçalves.

Esta CART 2412 integrava-se no COP 3 (comando do Major Correia de Campos, em Bigene).

O COP 3 constituia uma quadrícula militar de vários agrupamentos a norte do rio Cacheu, entre Barro, a Oeste, e Guidage (Farim), a Nordeste. Comportava unidades do Exército e da Marinha, estas estabelecidas na base fluvial de Ganturé (Fuzileiros navais, sob o comando de Alpoim Calvão), junto ao Rio Cacheu, cujo ancoradouro dá saída para Bigene (2,8 Km, para Norte).

O COP 3 tinha por missão fundamental a eliminação ou amputação dos corredores entre a faixa fronteiriça do Senegal e as densas (e quase impenetráveis) matas do Óio, em cujo coração se situava a base do PAIGC, de Morés.

(iii) O gen Spínola que eu conheci

Caríssimo Coronel A Marques Lopes: Foi por uma lista na Net que localizei o Alferes Gonçalves. Como se referia à CCAÇ 3, contactei-o telefonicamente, para lhe perguntar se conhecia Guidage.

Surpreendentemente a resposta dele foi esta: acompanhei a vossa companhia (CART 2412) no trajecto Binta-Guidage, quando vocês se deslocaram para lá pela primeira vez. Comandava um pelotão da CCAÇ 3 que ficou em Guidage como reforço da vossa CART.

Eu (talvez pelos 37 anos que decorreram ?!) não estou a ver a cara dele, mas o facto é que ele e eu estivemos na mesma coluna, rumo a Guidage (1968). Ainda fomos surpreendidos a pouco mais do meio do trajecto, no sítio do Cufeu, por tiros sentidos na floresta de uma e da outra banda do caminho.

Ele sabe da história da perda do nosso comandante (o Capitão Miliciano A...)  logo nos primeiros dias, naquela terra de fronteira com o Senegal. Logo no início aterrou lá de surpresa o Spínola. Depois da rápida formatura na exígua parada, saíram-lhe estas palavras dirigidas ao capitão: "O senhor é indigno de estar à frente destes militares...o senhor prepare-se e vai já comigo para Bissau".

Viria a ser castigado com despromoção (tenente) e eventualmente com outras consequências que não conheci. Isto resultou do envio, por um soldado, de um aerograma para o general Spónola, queixando-se que estavam a passar fome, visto que o capitão se esquecera de solicitar o reabastecimento. O que valia eram as minúsculas galinhas que comprávamos na tabanca.

Por acaso ainda me lembro que, após o destroçar, de forma menos formal o general Spínola me perguntou:
- Meu militar, precisa alguma coisa para transmissões ?

Ao que eu lhe respondi:
- Precisamos de substituir a antena, meu General.

Passados uns dias essa antena lá apareceu.

2. Comentário de L,G., datado de 13/3/2006, sobre as razões que terão levado a população de Barro (ou mais provavelmente as novas autoridades do país)  a destruir, em  Barro, um momento "tuga" aos seus mortos . Na altura, achávamos (e continuamos a achar) que os monumentos aos mortos (mesmo dos meus "inimigos") são sagrados e devem ser respeitados, em toda a parte e em todos os tempos (**):  

(...) " Obrigado, Afonso! Fico a conhecer o artista quando jovem... Espero, por outro lado, que o Marques Lopes, quando lá voltar [, a Barro,] dentro em breve, desvenda o mistério da destruição do vosso monumento... Simples vandalismo ? Revanchismo ? Incúria ? Estupidez ? Maldade ? Iconoclastia ? ... É sempre lamentável: são marcas da história, quer se goste ou não se goste... E que hoje podiam ter alguma mais-valia turística, museológica, cultural, para a própria Guiné-Bissau... Há tugas a fazer milhares de quilómetros só para redescobrir uma simples pedra de um monumento como este...

Creio que na Guiné ainda estão pior do que nós, quanto à(s) memória(s) do passado recente da guerra colonial (ou da guerra de libertação, como se queira)... Não há arquivos, não há escritos, tudo tem sido pilhado, destruído ou branqueado (o que às vezes ainda é bem pior)... E os que fizeram a guerra - a geração dos guerrilheiros - estão a desaparecer sem deixar testemunhos, registados em suporte de papel, digital ou áudio... Alguma coisa está a ser feita em Guileje, pela AD - Acção para o Desenvolvimento, pelo nosso amigo Pepito e pelos seus colaboradores... Nós, também, à nossa modesta escala, no nosso blogue, com o contributo de magníficos e generosos blogadores como tu e o Marques Lopes... Um grande abraço, camarada." (***).

____________

Notas do editor:

(*) Vd. I série, poste de 2 de julho de 2005 > Guiné 69/71 - XCI: Antologia (6): A batalha de Guileje e Gadamael

(**) Vd. I Série, poste de 13 de março 2006 > Guiné 63/74 - DCXXV: Barro, CART 2412, 1968/70 (Afonso M.F.Sousa)

(***) Último poste da série > 23 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11140: O que é feito de ti, camarada ? (1): Jorge Canhão, Oeiras (ex-fur mil at inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11140: O que é feito de ti, camarada? (1): Jorge Canhão, Oeiras (ex-fur mil at inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74)

1. Comentário ao poste 11055, de 4 do corrente, assinado pelo editor L.G., e dirigido ao nosso camarada Jorge Canhão [, foto à direita, em junho de 19690, na LDG, a caminho de Gadamael] , e de quem não tínhamos notícias há uns largos meses.

Recorde-se que ele foi fur mil at inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72 (Mansoa e Gadamael, 1972/74). Vamos, entretanto, dar início a uma nova série  [, O que é feito de ti, camaradas ?], em que se procura saber de novas de camaradas que, por uma razão ou outra, têm andado arredios da nossa Tabanca Grande...

O que é feito de ti,  camarada ?...Estás em boa forma ? Tenho estado a publicar estas fotos tuas que me chegaram através do Agostinho Gaspar... São uma preciosidade. Preciso que as comentes. E já agora, que comentes também o apontamento do AGA, no seu "Diário da Guiné" (Mansoa, 19/5/1973)...

Diz-me se vocês (3ª companhia) sofreram algum ataque ou flagelação em Gadamael, entre 18 de junho e 13 de julho de 1973... Tens ideia de quando é que foi o último ataque ? A tua companhia só levava um alferes, o Rocha ? Tu comandavas o 2º pelotão ? E o Gonçalves, furriel, outro ? Em que consistiu o vosso reforço ? Saíram para o mato ?... De que altura são os principais estragos ? Qual foi a extensão dos estragos, na tabanca e no quartel ?... O que é "o pelotão do ronco" ? ...

Um alfa bravo. Tens os meus contactos (casa, gabinete e telemóvel)

2. Resposta, por mail,  do Jorge Canhão, com data de 19 do corrente:

 Camarada Luís Graça:

(i) Desculpa-me de só agora ter paciência para te responder ao mail que enviaste, mas a situação principal é uma certa calanzice.

Mas também tem a ver com a saúde, pois nos fins de Outubro, tive de ser operado, embora tudo tenha corrido bem... Estou a fazer tratamentos, ainda a meio... A recuperação está a ir de vento em popa, ou não fosse eu um canhão, que dispara...dispara....mas devagarinho.

Espero estar no almoço de 22 de junho, [da Tabanca Grande, em Monte Real,] mas só mais lá para a frente é que terei a certeza.

(ii) Sobre as outras questões,  penso que o maior ataque que sofremos foi num dia da santos populares, embora não saiba a data certa,  estou a tentar saber: foi de 4 a 5 horas, aliás já o documentei no blogue e o camarada Agostinho Gaspar também o fez.

Sobre o comando da companhia: éramos comandados pelo capitão Salgado, militar do quadro; havia vários alferes e furriéis; não sei se nessa altura era eu o comandante de 3º pelotão, porque embora tivesse alferes (o Maia), quando ele se ausentava de férias, ou tinha que  ir a Bissau, ou até substituir o comandante de companhia (pois era o mais "antigo" da companhia), era eu que o substituía (, também pro antiguidade). Esteve em Gadamael quase toda a companhia.S erá uma das coisas que no próximo encontro da companhia (em Outubro) tentarei clarificar.

Sobre o comentário do camarada Arménio Estorninho,  respeitante à  foto em que estou na LDG e em que eu digo que foi tirada  Buba, bom, limiteu-me a referir o  que me disseram. Quando a companhia saiu de Bissau a caminho de Cacine/Gadamael, a LDG fez um desvio para levar mantimentos. Mais que isto não sei

Abraços

3. Resposta  de L.G.: 

Jorge: Força para ti!... Precisas de muita coragem... E isso é meia cura. Foi o Agostinho que me alertou para a tua situação, dizendo-me que estavas a convalescer. Infelizmente vamos ter que saber viver, cada vez mais, com a(s) doença(s), e nomeadamente a(s) crónica(s)... É o preço por vivermos cada mais... Felizmente também que cada vez mais estas merdas  são curáveis... Quero-te dar um grande abraço no dia 22 de junho, se não for antes. Um beijinho para a tua Maria de Lurdes.  Já sei se inscreveram. Fico feliz por isso. É um grande sinal  de esperança, de força, de coragem e de companheirismo. Luís.