Mostrar mensagens com a etiqueta Tabanca Pequena (ONGD). Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tabanca Pequena (ONGD). Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12508: Ser solidário (156): Assembleia-Geral Ordinária (Eleitoral) e Almoço de Reis da Tabanca Pequena, ONGD, dia 4 de Janeiro de 2014 na Cantina da Refinaria de Matosinhos da Petrogal, em Leça da Palmeira

1. No próximo dia 4 de Janeiro de 2014, a Tabanca Pequena-Grupo de Amigos da Guiné-Bissau, ONGD vai realizar dois eventos nas instalações da Cantina da Refinaria da Matosinhos da Petrogal, sita na Rua Belchior Robles, em Leça da Palmeira, com entrada junto ao Farol da Boa Nova.

O primeiro, a ter lugar pelas 12,00 horas, é a Assembleia-Geral Ordinária (Eleitoral) com um ponto único, a eleição dos Órgãos Sociais para o biénio 2014/2015.

O segundo, pelas 13,00 horas, é o Almoço de Reis, cujo programa se publica mais abaixo.


CONVOCATÓRIA PARA A ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA (ELEITORAL)



CONVITE PARA O ALMOÇO DE REIS

______________

Nota do editor

Último poste da série de 29 DE NOVEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12363: Ser solidário (155): Tabanca Pequena de Matosinhos apoia Associações de Costureiras da Guiné-Bissau (José Teixeira / AD)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12363: Ser solidário (155): Tabanca Pequena de Matosinhos apoia Associações de Costureiras da Guiné-Bissau (José Teixeira / AD)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 28 de Novembro de 2013:

Carlos.
Junto link da AD com mais um projeto da Tabanca Pequena.
Agradeço que seja publicado no nosso blogue se julgares de interesse.
De notar que o objetivo principal deste projeto é fixar as jovens bajudas á sua terra através da criação de associações locais de costureiras que fomentem a aprendizagem e o fabrico de roupa, para as necessidades locais e eventualmente comercializarem para os grandes centros.
Atualmente estão criadas e em pleno funcionamento as Associações de Iemberém, Catesse e Cabedú, onde colocamos no principio deste ano 7 máquinas de costura.
(http://www.adbissau.org/tabanca-pequena-apoia-associacoes-de-costureiras)

José Teixeira


TABANCA PEQUENA APOIA ASSOCIAÇÕES DE COSTUREIRAS

A ONGD portuguesa “Tabanca Pequena” de Matosinhos, Portugal, acaba de conceder novo apoio para reforçar ou criar associações de costureiras na Guiné-Bissau.

Chegaram a Bissau 20 máquinas de costura que serão afetadas a diversas tabancas do litoral sul e norte do país, nomeadamente Iemberem, Catés, Colbuiá, Cacheu, Mata e para o Centro de Formação Rural de S. Domingos.

Realizar-se-ão cursos de formação para iniciadas, de reciclagem para as costureiras com alguma experiência, bem como o apoio à consolidação organizativa das mulheres para a produção de roupa, artesanato e objetos domésticos, que lhes permitirão obter mais recursos financeiros.

Esta metodologia de trabalho é integralmente apoiada pela Tabanca Pequena, que equaciona a possibilidade de vir a conceder ajuda a estas associações para a produção de lençóis, toalhas, fronhas, etc. para as zonas de ecoturismo.





____________

Nota do editor

Último poste da série de 21 DE NOVEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12324: Ser solidário (154): Já corre água na Tabanca do Poilão do Leão (José Teixeira)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12324: Ser solidário (154): Já corre água na Tabanca do Poilão do Leão (José Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, QueboMampatá e Empada, 1968/70), com data de 20 de Novembro de 2013:

Caríssimo amigo Carlos Vinhal.
Mais uma boa notícia para colocares no blogue.
Há mais uma tabanca na Guiné em festa.

Abraço
J.Teixeira


Já corre a água na Tabanca do Poilão do Leão

A tabanca do Poilão do Leão fica a norte do Rio Cacheu, numa região extremamente isolada. Tem cerca de 370 habitantes na sua maioria da etnia cobiana ou caboiana e 97 crianças frequentam a escola construída recentemente pelo Comité do Estado sediado em S. Domingos com o apoio da Associação  ELX. A água para beber e cozinhar, iam buscá-la, como infelizmente é muito comum na Guiné-Bissau,  a cerca de 3 quilómetros de distância.

A etnia cobiana muito próxima da etnia cassanga, com os mesmos usos e costumes e com muitas parecenças linguísticas, é das que atualmente tem menos população e corre o risco de desaparecer a curto prazo. Em 2002 eram cerca de 650 pessoas.

Dado o isolamento em que se encontra, com difíceis condições de acesso, falta de água potável para beber e para desenvolver horticultura, a falta de assistência à saúde, etc, acentua-se a tendência da juventude para a fuga com destino às grandes cidades.

Uma das formas de combater o êxodo é melhorar as condições de vida, sobretudo na saúde, sendo a água um dos fatores fundamentais.

A Tabanca Pequena, com o apoio de ex-combatentes, seus familiares e outros amigos da Guiné-Bissau,  juntou o capital necessário para mandar abrir,  junto à escola, um poço equipado com bomba de imersão movida a energia solar, cujo painel solar foi oferecido pela ONG Alemã Tabanka.

A água já corre em jato, para alegria da população local e subúrbios. O fontenário que via ser construído vai facultar água de melhor qualidade a cerca de 700 pessoas, da tabanca e redondezas. Este é o sexto poço de água que a Tabanca Pequena com a ajuda de ex-combatentes, construiu na Guiné-Bissau.

Completado um projeto, pensa-se no seguinte. O próximo poço será aberto em Colibuia,  na Mata do Cantanhez, por onde andou o nosso amigo e camarada Vasco da Gama.

A Tabanca Pequena – Grupo de Amigos da Guiné-Bissau apela à colaboração dos camaradas que passaram pela Guiné para que contribuam para este projeto.

Texto e fotos: José Teixeira (2013)




____________

Nota do editor

Último poste da série de 28 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12214: Ser solidário (153): Expedição solidária Dakar Desert Challenge arranca de Coruche, em 26/12/2013, e apoia a AD - Acção para o Desenvolvimento, com sede em Bissau. Inscrições até 31 do corrente.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12155: Ser solidário (151): I Encontro Portugal-Guiné-Bissau, promovido pela Tabanca Pequena e a Associação EducÁfrica, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro (José Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira, um dos principais animadores da Tabanca Pequena ONGD, com data de 7 de Outubro de 2013:

Caríssimos editores.
A Tabanca Pequena organizou um encontro com guineenses a viver em Portugal.
Solicitmaos o especial favor de publicarem este texto em que se dá conta da forma como decorreu a Festa.
Muito obrigado.
Zé Teixeira




1.º ENCONTRO PORTUGAL-GUINÉ-BISSAU

A Tabanca Pequena ONGD e a Associação EducÁfrica ONGD ambas envolvidas em ações de apoio ao desenvolvimento das populações da Guiné-Bissau tomaram a iniciativa de organizar o I ENCONTRO PORTUGAL-GUINÉ-BISSAU, no passado dia 5 de Outubro, dia em foi assinado o Tratado de Zamora em 1143 no qual Portugal se assumiu como Pais independente.

Objetivos:
- Promover um encontro convívio entre pessoas de Portugal e da Guiné
- Promover mostras de danças típicas da Guiné-Bissau e cantigas populares de Portugal
- Angariar fundos para o desenvolvimento dos projetos que uma e outra Associação estão a desenvolver na Guiné-Bissau.

Além das associações organizadoras, aderiram ao evento a Associação Mon na Mon de Aveiro, a Associação de Amizade Matosinhos / Mansoa e a Associação de Guineenses do Porto.

A dinâmica da organização do evento foi conduzida pela Tabanca Pequena com o apoio da EdicÁfrica.

Como “Ordem de Trabalhos”, tínhamos.
- Almoço
Sardinha do mar português de Matosinhos
Frango de Xabéu elaborado por experiente cozinheira guineense residente no Porto

- Tarde Recreativa
Grupo de Danças típicas da Guiné-Bissau – MON na MON
Cantigas de Portugal pelo conjunto Nuvem Azul do Grupo Desportivo da GALP Norte.

Os participantes começaram a chegar cedo. Se é verdade que a maior parte dos portugueses na sua maioria ex-combatentes e família já se conheciam nomeadamente da Tabanca de Matosinhos, os guineenses que aderiram eram à partida caras estranhas, mas… felizmente parece que já nos conhecíamos desde o tempo em que por lá andámos. Logo nos misturamos. Abraços e beijos não faltaram, umas “arranhadelas” de crioulo e até de línguas nativas. O “Na pinda e o Djarama anani , ou o curame bianda” soltou-se das nossas bocas o que provocou naturalmente gargalhadas de boa disposição.

A Sardinha bem assada pelo nosso especialista e sua equipa, um camarada que nunca esteve na Guiné, o Emílio Silva, foi procurada até acabar. Seguiu-se o Xabéu, o prato mais esperado. Estava uma delícia e como não podia deixar de ser, ficou o fundo do tacho.

Para completar, o Grupo de danças Típicas Mon na Mon com as tão esperadas danças que puseram a sala em delírio. Foi um gosto (re)viver outros tempos e ver os presentes a extravasar a sua alegria e porque não juventude dançando com os jovens e com as “mindjeres” que nos quiseram brindar com as suas danças tão conhecidas dos companheiros que por lá passaram.

Foram na sua forma de estar, comunicar e dançar e extravasar a sua alegria, um verdadeiro espelho daquele povo que nós tão bem conhecemos.

A emoção tomou conta de muitos dos presentes num regresso a um passado que apesar de tantos momentos de sofrimento que nos trouxe, também nos proporcionou momentos muito bons e que hoje foram revividos nesta festa convívio entre agente de dois povos que em cada dia que passa se sentem mais unidos.

O Grupo Nuvem Azul encerrou esta bela tarde com música popular portuguesa e para admiração de alguns de nós, foram as mulheres guineenses presentes que mais participaram, com as suas vozes e danças, demonstrando que conhecem bem a música popular em Portugal, porque não, amam Portugal tanto quanto a sua terra natal.

Com o cair da noite, a festa chegou ao fim. Abraços e beijos não faltaram e sobretudo a expressão de uma vontade comum de nos voltarmos a encontrar.

A recepção

As indjers garandi no palco

O petisco. Frango de Xabéu



Quem não se lembra desta forma de dançar?



A alegria contagiante dos guineenses


Um aspeto da assistência


O Conjunto Nuvem Azul do Grupo desportivo da GALP em atuação.

Quem nos faz lembrar estes rostos?


Agradecimentos

A juventude guineense que nos fez regressar ao passado.


Outro aspeto da sala.


O Vídeo, originalmente inserido,  está agora indisponível

Este vídeo foi eliminado do Facebook ou não está visível devido às definições de privacidade.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 3 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12113: Ser solidário (150): Padre de Viana assaltado com violência dentro de casa durante a madrugada (Sousa de Castro)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12013: Ser solidário (148): I Encontro/Convívio Portugal - Guiné-Bissau, dia 5 de Outubro de 2013 no Complexo de Ténis da Maia (José Teixeira)




1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira, um dos principais animadores da Tabanca Pequena ONGD, com data de 5 de Setembro de 2013:

A Tabanca Pequena em parceria com a Associação EducÁfrica e a participação das Associações de Guineenses – NAOUNI – Associação de Amizade Matosinhos / Mansoa-, MON NA MON – Associação dos Filhos e Amigos da Guiné-Bissau e a Associação dos Guineenses no Porto, vão organizar no próximo dia 5 de Outubro o 1º ENCONTRO CONVÍVIO Portugal / Guiné-Bissau, com um almoço e tarde cultural abrilhantada com a participação do Grupo Musical Nuvem Musical composto na sua maioria por ex-combatentes da Guiné e pelo conjunto MON NA MON formado por filhos de guineenses com danças tradicionais da Guiné-Bissau.

Este Evento tem como finalidade: 
- Aprofundar as relações entre pessoas dos dois países, nomeadamente com os guineenses que se fixaram em Portugal. 
- Promover a angariação de fundos para os seus projetos de desenvolvimento que as Associações organizadoras têm junto das populações da Guiné-Bissau.

Tomamos a liberdade de juntar o Convite e o Cartaz


CONVITE 

As ONGDs Tabanca Pequena e Associação EducÁfrica, são duas Associações que têm por objetivo apoiar e promover o desenvolvimento das populações africanas dos PALOPs, muito em particular da Guiné-Bissau. 
Para atingir os seus objetivos vão promover o 1º Encontro/Convívio Portugal-Guiné-Bissau no próximo da 5 de Outubro.

Pretendem com este Encontro/Convívio: 
- Aprofundar as relações entre pessoas dos dois países, nomeadamente com os guineenses que se fixaram em Portugal. 
- Promover a angariação de fundos para os seus projetos de desenvolvimento junto das populações da Guiné-Bissau.

Assim sendo, têm a honra de convidar todos os amigos da Guiné-Bissau para participarem no referido evento, com o seguinte programa e do qual juntamos um Cartaz elucidativo:

EVENTO – 1º ENCONTRO / CONVÍVIO PORTUGAL – GUINÉ-BISSAU 

ALMOÇO: Sardinha Assada e Frango de Chabéu (Prato típico guineense)

TARDE CULTURAL: Canções tradicionais portuguesas pelo conjunto NUVEM MUSICAL do Clube GALP Norte Danças tradicionais da Guiné-Bissau pelo GRUPO CULTURAL MON NA MON

DATA: Dia 5 de Outubro de 2013

LOCAL: Complexo de Ténis da Maia, Av. Luís de Camões - Maia

Custo do almoço (por Pessoa) 15,00 pesos

As inscrições para o almoço podem ser feitas até ao dia 30 de Setembro para: 
- tabancapequena@gmail.com 
- projetos@educafrica.pt 
- Telm. 966238626 – José Teixeira 

Não se aceitam inscrições pelo Face Book
____________

Nota do editor

Último poste da série de 22 DE JULHO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11861: Ser solidário (147): Na última viagem ao Cacheu encontrei a minha amiga Mary doente e a precisar de ajuda (Carvalhido da Ponte / Sousa de Castro)

sábado, 10 de agosto de 2013

Guiné 63/74 - P11923: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (12): Djufunco, a hospitalidade felupe, a solidariedade portuguesa



Guiné-Bissau > Região de Cacheu >  A caminho de Djufunxo > 9 de maio de 2013 >  Fotp nº 1 > O deserto do Cacheu



Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº 2 >  O Centro Materno-Infantil, construído pelo Instituto Marquês de Vale Flor com apoio da Comunidade Europeia



Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº 3 >  O Centro Materno-Infantil: a sala da maternidade


 Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº 4 >  O Centro Materno-Infantil: a sala de espera (1)


 Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº 5 >  O Centro Materno-Infantil: a sala de espera (2)


Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº 6 >  Aspeto exterior  do antigo espaço onde as mulheres davam à luz.


Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº 7 > Aspeto interior do antigo espaço onde as mulheres davam à luz.


Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº 8  > Aglomerado de pessoas junto à escola para receber os visitantes.



Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  9 > Aspeto da dança guerreira efetuada pelas crianças da escola (1)





Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  10 > Aspeto da dança guerreira efetuada pelas crianças da escola (2)



Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  11 > Aspeto da dança guerreira efetuada pelas crianças da escola (3)

Fotos (e legendas): © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: LG]



1. Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau  (30 de Abril - 12 de maio de 2013) - Parte XII

por José Teixeira

O José Teixeira é membro sénior da Tabanca Grande e ativista solidário da Tabanca Pequena, ONGD, de Matosinhos; partiu de Casablanca, de avião, e chegou a Bissau, já na madrugada do dia 30 de abril de 2013; companheiros de viagem: a esposa Armanda; o Francisco Silva, e esposa, Elisabete.

No dia seguinte, 1 de maio, o grupo seguiu bem cedo para o sul, com pernoita no Saltinho e tendo Iemberém como destino final, aonde chegaram no dia 2, 5ª feira. Ba 1ª parte da viagem passaram por Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane Buba e Quebo.

No dia 3 de maio, 6ª feira, visitam Iemberém, a mata di Cantanhez e Farim do Cantanhez; no dia 4, sábado, estão em Cabedú, Cauntchinqué e Catesse; 5, domingo, vão de Iemberém, onde estavam hospedados, visitar o Núcleo Museológico de Guileje, e partem depois para o Xitole, convidados para um casamento ] (*)...

É desse evento que trata a 8ª crónica: os nossos viajantes regressam a Bissau, depois de uma tarde passada no Xitole para participar na festa de casamento de uma filha de um fula que, em jovem, era empregado na messe de sargentos e que tinha reconhecido o Silva, no seu regresso ao Xitole. A crónica nº 7 foi justamente dedicada ao emocionante reencontro [, em 1 de maio, ] com o passado, por parte do ex-alf mil Franscisco Silva, que esteve no Xitole, ao tempo da CART 3942 / BART 3873 (1971/73), antes de ir comandar o Pel Caç Nat 51, Jumbembem, em meados de 1973,

A crónica nº 9, corresponde ao dia 6 de maio: os nossos viajantes foram até Farim e regressaram a Bissau. já que o Francisco Silva, mesmo de férias, teve de fazer uma intervenção cirúrgica, a uma criança que esperava um milagroso ortopedista há mais de um ano! Na crónia nº 10, descreve-se a viagem até Varela, em 7 de maio. No dia 8, o grupo vai, de barco, até Elalab. Estamos em pleno chão felupe.

A crónica nº 12 é penúltima crónica do Zé Teixeira... Corresponde ao dia 9 de maio de 2013, passado na região de Cacheu, numa visita a Djufunco...  Próximas crónicas: 10 maio – Descanso em Varela;  11 maio – Regresso a Bissau e embarque de madrugada.



2. Parte XII: 9 de maiop de 2013, visita a Djufunco:

2.1. O deserto do Cacheu e o chão felupe

Entramos na reta final, nesta viagem de regresso à Guiné. Hoje, nove de maio, enfrentamos uma aventura diferente. Atravessar o areal que separa Suzana de Djufunko a norte do Rio Cacheu. Uma tabanca Felupe, só pode ser pelo seu isolamento, tão característico deste povo.

“Perdidos” entre o Rio Casamansa e o Rio Cacheu, com as suas tabancas construídas em espaços semidesérticos que envolve a região de Suzana e Varela, ou dentro desta região de beleza inconfundível, os Felupes de estatura elevada e grande robustez física, são um povo muito unido, fechado em si próprio, amigo do seu amigo, e de uma fidelidade profunda. Amantes da luta física como um desporto que praticam com paixão e os torna adversários temíveis.

São também conhecidos como peritos na azagaia e flechas como armas de eleição para a caça e defesa das suas comunidades. Se há dois anos atrás, na vista que fiz a Varela tive como segurança um velhinho guarda noturno que usava como arma um perigoso arco e respetivas flechas, o qual dormia a seu lado, toda a noite. Desta vez dispensamos segurança tal é a confiança que este povo nos inspira. Ainda há dias nos cruzamos em Ingoré com outro velhinho, antigo soldado portuguêsm  que vinha da caça com o seu arco, companheiro de muitos anos.

Pela sua forma de estar e ser, unidos e fechados na sua comunidade étnica, em que a honestidade e a seriedade é ponte honra, são vistos como pouco hospitaleiros pelas etnias envolventes, sobretudo a balanta. Não é verdade esta visão do povo Felupe. Trata-se de um povo simples, amante da sua terra que defende com vigor, que sabe acolher quem o visita com carinho e alegria. Aproveita para fazer festa, sem pedir nada em troca. Sentimos bem esta foram de estar em Elalab. Hoje vamos até Djufunko, uma tabanca perdida na areia que até há pouco tempo se servia da água de uma lagoa existente no meio da tabanca para as suas necessidades.

Um povo muito isolado pelo tipo de região em que vive, de acessos difíceis e afastada dos grandes centros. Esquecido e abandonada pelos poderes públicos, onde não existem qualquer infraestruturas de apoio à saúde,  bem-estar e ensino, a não ser as que vão sendo construídas pelas ONGDs locais como a AD e outras em parcerias com as organizações internacionais como a Tabanca Pequena, a Afetos com Letras, a Memórias e Gentes, a Tabanka,  a Plan International e outras. Um povo voltado para si próprio, orgulhoso dos seus princípios e formas de estar, simples e pobre, mas com história.

É acusado de canibalismo em tempos que se foram, mas acima de tudo é um povo trabalhador em que a mulher tem um papel muito importante na gestão das comunidades locais.

Às nove horas da manhã o condutor Bemba e o guia Kissimá esperavam-nos solícitos e preocupados com a água que precisaríamos de levar para matar a sede, porque o calor ia ser muito. Rapidamente nos conduzem até Suzana pela picada cheia de gente. Crianças a caminho da escola que nos dizem adeus e pedem “caneta,caneta” e adultos à porta das moranças ou envolvidos no trabalho diário.

Embrenhamo-nos no “deserto”, sentados, eu e o Francisco na caixa da carrinha aberta, para melhor desfrutarmos do ambiente que nos rodeia. Aliás, as nossas viagens pelo interior foram feitas sentados no descoberto da viatura para saborear tal como nos tempos idos da guerra a paisagem tão rica de beleza natural, pese embora, muito destruída devido à incúria das autoridades que facilitam o criminoso abate da floresta em troca de benesses pessoais, como está mais que provado.





Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  12  > Os Régulos da Tabanca, Alberto Sambú (o mais novo) e o Necolá Djata, com os seus banquinhos que os acompanham sempre.


Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  13 > Uma oferta simbólica das crianças da escola aos visitantes.

 .

Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  14 > A placa do poço construído pela AD com o apoio da Tabanca Pequena e a Câmara Municipal da Maia.




Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  15 > A lagoa de onde se abasteciam de água para consumo.



 .Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  16 >  O poilão sagrado e o altar para as ofertas e rezas ao Irã.




Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  17 > A seca de três qualidade de arroz.




Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  18 > O local sagrado das reuniões da comunidade, que neste dia se abriu pela primeira vez para reunir com a comunidade de brancos que visitou a tabanca, vendo os régulos no lugar que ocupam habitualmente (1) 


Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  19 > O local sagrado das reuniões da comunidade, que neste dia se abriu pela primeira vez para reunir com a comunidade de brancos que visitou a tabanca, vendo os régulos no lugar que ocupam habitualmente (2)


Guiné-Bissau > Região de Cacheu >   Djufunco > 9 de maio de 2013 >  Foto nº  20 >  O local sagrado das reuniões da comunidade, que neste dia se abriu pela primeira vez para reunir com a comunidade de brancos que visitou a tabanca, vendo os régulos no lugar que ocupam habitualmente (3).


Fotos (e legendas): © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: LG]



 2.2. A receção festiva dos felupes de Djufunco

Após cerca de uma hora de marcha lenta no areal, percorrida em potente jeep com tração às quatro rodas, com alguns atolamentos forçadas pelo caminho, vencidos com dos músculos dos turistas e populares que conseguiram uma boleia, chegamos a Djufunko.

Um grupo de mulheres esperava junto ao Centro Materno infantil, construído com o apoio da Comunidade Europeia. Fomos recebidos em festa, como é peculiar das gentes desta linda terra. Aproveitam todos os momentos para nos apresentar o seu folclore tradicional, a dança do batuque, cada etnia a seu jeito, sempre num ritmo contagiante. 

Visitamos de seguida o referido Centro acompanhados pela Comissão de mulheres responsáveis pela sua gestão. Dá prazer entrar dentro destes espaços e verificar a forma cuidada como são tratados. Muito limpo e asseado, com cada coisa no seu lugar. A comparação com o local em céu aberto ali mesmo ao lado, onde as grávidas até há pouco tempo sofriam os trabalhos de parto a diferença é abissal, daí o carinho e respeito que o Centro lhes merece. Elas que apenas queriam um espaço reservado onde pudessem ter os seus rebentos em lugar fechado e longe dos olhares curiosos, foram brindadas com duas salas, equipadas com o material minimamente necessário para facilitar um parto em ambiente reservado, limpo e higienizado. Organizaram-se em comissão para gerir o Centro e acolher devidamente as parturientes. 

As “matronas”, mulheres que adquiriram alguns conhecimentos práticos de apoio ao trabalho de parto expressam a sua alegria por terem agora melhores condições para executarem a sua nobre missão. Cá fora num espaço coberto com capim, espécie de sala de espera as outras mulheres aguardavam a nossa visita ao Centro Materno-Infantil para de seguida nos acompanharem até à escola, onde recentemente a Tabanca Pequena financiou a construção de um poço de água, de modo a garantir qualidade mínima na água de consumo para beber e cozinhar.

E a festa de receção continuou, agora com todas as crianças de escola, cerca de duzentas em festa. Receberam-nos com uma dança guerreira bem ritmada e acompanhado por cânticos a condizer. Espetáculo digno de se ver e apreciar, pelas vestimentas, pelo ritmo, pela alegria e pelos sons instrumentais, tudo isto, aliado à sonoridade dos cânticos e gritos típicos dos Felupes.

Os homens grandes, liderados pelos dois régulos,  estavam presentes para nos darem as boas vindas e agradecer em nome das crianças a construção do poço, junto à escola, pela qualidade da água que agora podem desfrutar. De recordar que até há pouco tempo a água para consumo era retirada de umas grande lagoa que existe no centro da população, sem o mínimo de garantia de potabilidade.

Do discurso do velho régulo Necolá Djata, sentado no seu banco recoberto com pano vermelho,  registei uma frase que me emocionou profundamente – “fostes para nós uma janela que se nos abriu para o mundo, porque nos ajudaram a ver que há outras formas de podermos ajudar o nosso povo a ser mais saudável e feliz”.

Seguiu-se uma visita guiada à tabanca,  tendo como cicerone o régulo Coronganço (Augusto) Sambú, com quem pudemos conversar em português corrente, sobre os usos e costumes do seu povo.

O régulo faz-se acompanhar de um pequeno banco em madeira, onde só ele se pode sentar, sob pena de perda de vida. Mesmo quando nos acompanharam pela tabanca, levavam o banco debaixo do braço e,  quando parávamos, sentavam-se nele. Cada terra tem seus usos e costumes, mas este é, com o devido respeito, deveras estranho.

Pudemos visitar o chão sagrado debaixo do poilão onde o povo simples vai encontrar-se com o Irã, o espírito superior, para implorar proteção e cura dos seus males, bem como o local sagrado onde os homens grandes se reúnem para decidir sobre as grandes questões que afetam o seu povo.

Neste local sagrado, os dois Régulos sentados no seu banco tradicional explicaram como se desenvolvem as reuniões da comunidade, cujas decisões são seladas com um jantar bem regado com vinho de palma e aguardente de cana. Do animal morto para o repasto ficam ali guardados a cabeça ou parte da dentuça como sinal de que houve acordo e o mesmo deve ser posto em prática. Isto fez-me lembrar os meus tempos de criança quando os homens de negócios nesse interior de Portugal selavam os seus acordos com uma caneca de saboroso vinho.

Registemos os seus pedidos. As crianças pediram uma televisão para a escola. As mulheres pediram medicamentos para que o enfermeiro que visita a tabanca uma vez por mês tenha “mezinho” para curar os seus males e os homens na pessoa do régulo Sambú pediram-no para voltarmos mais vezes.

Dá que pensar!

A hora da despedida é sempre a mais difícil. Recordo com saudade o fraterno abraço do régulo Augusto Sambú apelando ao meu ouvido para voltar.

O resto do dia, após o almoço em casa do Pepito e uma repousante sesta, foi passado na bela praia de Varela a saborear o excelente Algarve africano.

_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 2 de agosto de 2013 >  Guiné 63/74 - P11897: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (11): Visita ao Centro de Saúde Materno-Infantil de Elalab, em pleno chão felupe