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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16205: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (103): O Paul McCartney do Grupo Coral do CISMI... Afinal, o Luís Jales de Oliveira, poeta, músico, ex-fur mil trms, Agr Trms Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael, 1972/74)



Tavira > CISMI > Igreja de São Francisco > Grupo coral do CISMI > c. 1972 > "Não foi assim tão mau [, o CISMI,] e na verdade até se tornou agradável pertencer ao dito coro. Só lamento de não me lembrar dos nomes da malta, talvez com exceção de um guitarrista de farto bigode, que acho se chamava Jales. Poderá ser que apareça algum nosso Tertuliano que se lembre desta foto" .(*)

O guitarrista Jales [, à direita], com aquela guedelha e bigode (!), de repente pareceu-nos mesmo um sósia do Paul McCartney, um dos famosos Beatles que incendiaram o imaginário da nossa geração e ajudaram o mundo a pular e a avançar... (LG)

Foto © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.  Comentário. de  9 de outubro de 2014 , do Luís Jales de Oliveira ao poste  P12784, do Henrique Cerqueira, publicado em 1/3/2014 (*):


[Foto à esquerda: o Luís Manuel Jales de Oliveira, mais conhecido por "Ginho", em Mondim de Basto, sua terra natal, por onde corre o Tâmega, o seu "rio sagrado" e a sua "fonte de inspiração",  a par do Monte da Senhora da Graça, um antigo vulcão  foi  fur mil trms inf, Agrup Trms de Bissau e CCAÇ 20 (Bissau e Gadamael Porto, 1972/74), companhia africana onde serviu  às ordens do tenente comando graduadoTomás Camará,  que foi ferido em combate e, depois, às ordens do capitão comando graduado Sisseco (ambos oriundos da 1ª companhia  do batalhão de comandos africanos); poeta e escritor, tem já obra vasta, e é membro da Academia Luso-Brasileira de Letras]

 
Meu caro Henrique Cerqueira:

Só hoje descobri esta tua publicação [, com data de 1/3/2014] e confesso que fiquei emocionado. Por várias razões: porque revivi, recordei e evoquei momentos adormecidos nas catacumbas da memória, porque confirmei que já tive uma profusa e escurecida cabeleira (hoje completamente esbranquiçada para mal dos meus pecados) e, também, um pujante bigode, coisa rara e provocatória, à época, aqui no teatro militar metropolitano; e, por fim e principalmente, porque passados 42 anos ainda conseguiste, no meio daquela angelical composição de "querubin"  fardados, identificar-me e arriscar que eu me chamaria "Jales". 

Pois foi na mouche, sim senhor. Notável, meu caro Henrique, a tua pontaria evocatória!

Direi, respondendo também à pergunta do nosso caro "comandante" Luís Graça, que comentou, com muita graça, que eu, de repente, até parecia ser o sósia de um dos Beatles, que sou o Luís Jales de Oliveira, mais conhecido, na tropa, como Luís Jales e que publiquei o P2467 na “Tabanca Grande (54)”, em 21 de Janeiro de 2008.  (*)

Como deves calcular arranjei uma caterva de “imbróglios" por ostentar aquela trunfa exuberante durante todo o meu serviço militar. Em Tavira aconteceu uma coisa muito engraçada: Era forçoso que quando eu estivesse na formatura de revista para sair, e por mais que tentasse esconder, com a boina, o raio daquele excesso capilar, o oficial de dia parava, irremediavelmente, nas minhas costas, batia-me no ombro e mandava-me, em passo de corrida, para a caserna. Mas, naquele dia, depois de me mandar às malvas, voltou para trás e perguntou, pelo sim, pelo não 
–Por acaso o menino não toca no conjunto do senhor abade, pois não?

Eu respondi:
– Toco, toco, meu alferes – e ele imediatamente: 
– Pois então faça o favor de regressar à formatura. A porta d’armas, para si, está escancarada.

Isto serve bem para demonstrar o poder que tinha o nosso capelão de Tavira. Coitado daquele oficial que retivesse um de nós, nos dias marcados para os ensaios da Missa Dominical…

Resta-me dizer que não sou Açoriano, mas genuíno Transmontano de Mondim de Basto, a cerca de 100 km do Porto e que faço questão de te abraçar um dia destes.

Ao nosso caro Luís Graça prometo, agora que sempre consegui a reforma, que começarei a enviar montes de textos com lembranças e evocações:

(i) sobre a revista “ZOE”,  do Agrupamento  de Transmissões  de Bissau onde fui “correspondente de guerra”;

(ii)  sobre “Os Reactores” e “Os gloriosos malucos da aparelhagem electrónica”, onde tocava e que, para além doutras actuações, animavam os fins de semana do Clube de Sargentos de Santa Luzia; 
e, com muito mais interesse julgo eu,

(iii) sobre a “realidade” de Gadamael Porto que sorvi, bomba a bomba, durante 365 intermináveis dias.

Obrigado pelas emoções que me provocaste. O meu contacto é luis.jales.oliveira@gmail.com.
Grande e reconhecido abraço.


2. Comentário do editor LG:

Ao Jales (, afinal "meu vizinho", já que também tenho casa por ali perto, Marco de Canaveses, que integra a bela e nobre região do Vale do Tâmega,  berço da Nação,com o Vale deo Sousa ...), já pedi desculpa, por mail,  por na altura não me ter apercebido do seu comentário (de 9/10/2014) ao poste do Cerqueira (de 1/3/2014)... Não me apercebi ou já não me lembro...

De facto, ninguém tem a pedalada dos 20 anos para acompanhar tudo, fazer tudo, alinhar em tudo... É até por falta de tempo. Houve um desfasamento de vários meses, entre o poste e o comentário,  não conseguindo os editores ir com a devida regularidade à nossa caixa de comentários (que já vai em cerca de 64 mil comentários, alguns extensos e, muitos, interessantes).

Tínhamos prometido recuperar este, integrando-o num poste autónomo e justamente para provar, mais uma vez, a propriedade e a justeza da nossa máxima: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!" (***)...

Os pedidos desculpa são extensivos ao Henrique Cerqueira, sempre leal e generoso greã-tabanqueiro... Ao Jales desejo boa continuação da merecida reforma e das pescarias no rio Tâmega e no mar das letras!.. Quanto às prometidas colaborações, elas serão sempre bem vindas, em prosa ou em verso...

Um abraço do tamanho do Tâmega e do Cacine... 

____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 1 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12784: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (18): Tavira, o CISMI e o meu "santo sacrifício da missa dominical"... Fazia parte do coro [da Igreja de São Francisco] para ter direito a uns "desenfianços" (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, 1972/74)

(**) Vd. poste de 21 de janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2467: Tabanca Grande (54): Luís Jales, ex-Fur Mil Trms (Agr Trms Bissau e CCAÇ 20, Gadamael Porto, 1973/74)

(***) Último poste da série >  8 de junho de 2016 >  Guiné 63/74 - P16175: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (101): no convívio deste ano, do pessoal do BCAÇ 3872, quem é que eu vou reencontrar? O meu antecessor, o hoje ilustre prof Pereira Coelho, bem como o Ussumane Baldé que estagiou comigo quando eu era subdelegado de saúde da zona de Galomaro-Cossé (Rui Vieira Coelho, ex-alf mil médico, BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518, Galomaro, 1973/74)

sábado, 7 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16062: Convívios (740): VII Encontro de Os Ilustres TSF, ocorrido no passado dia 20 de Abril em Viseu (Hélder V. Sousa, ex-Fur Mil TRMS TSF)

Viseu - 20 de Abril de 2016 - VII Encontro de Os ilustres TSF

 
1. Mensagem do nosso camarada Hélder Valério de Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), com data de 6 de Maio de 2016:

Meus caros amigos e camaradas
Já faz algum tempo que não tenho tido contribuição com textos ou notícias para o Blogue, limitando-me, aqui e ali, a enviar os parabéns aos aniversariantes, e um ou outro comentário. Tem sido assim, mais ou menos como 'prova de vida', mas pouco mais.

E tem passado por aqui muita coisa.
Com interesse, e susceptível de promover comentários mais desenvolvidos ou textos complementares ou de réplica. São caso disso, por exemplo e sem ser exaustivo, os artigos do Tony Borié, do Jorge Araújo, do José Teixeira, do Francisco Baptista, do António Tavares e também do José Dinis, com os seus textos subtilmente apolegéticos dos valores do '24 de Abril', da diabolização do MFA e sobre a 'decadência nacional', no entendimento que tal ocorre fruto da 'descolonização' e como corolário dos outros dois "pecados" referidos.

Mas o que me impulsionou agora a escrever, foi outra coisa. Foi a 'morte', ou melhor, a 'vida'!
Há alguns dias, um comentário do António Graça de Abreu, verberava o tom por vezes 'lamechas', de sofrimento, (no seu entender) que alguns camaradas impregnavam nas suas recordações e que melhor do que isso seria celebrarmos a vida, a alegria de estarmos vivos e podermos usufruir disso.
Ele tem razão!
Não tanto porque os sentimentos que perpassam pela esmagadora maioria dos que estiveram em "missão de soberania", em "policiamento de fronteiras", etc., e de suas famílias, não possa ser o da lembrança dos sacrifícios, das angústias, dos sofrimentos, dos desgostos, ao invés da extrema alegria por terem podido participar na defesa da integridade do solo pátrio, mas sim porque, de facto, com o (pouco) tempo que nos vai restando é a "Vida" que devemos celebrar.

Isto tudo, em conjunto, reforçado pela notícia do falecimento desse generoso e empenhado camarada José Eduardo Alves e também ainda 'tocado' pelo falecimento do meu cunhado ('jovem' de 72 anos e que fumou muito quando isso era corrente e socialmente bem aceite...), lembrei-me de vos enviar duas manifestações de "viver a Vida" com a alegria dos reencontros e do gosto e satisfação que isso sempre proporciona e que, nestes dois casos, se referem aos 6º e 7º Encontros dos "Ilustres TSF".

Não sei dizer como, quando e quem começou a chamar "Ilustres TSF" aos jovens que depois de fazerem o 1.º Ciclo do CSM no 3.º Turno de incorporação em 1969, lhes calhou em sorte essa especialidade (TSF), tirada a partir do final de Setembro desse ano no então BT à Graça/Sapadores, em Lisboa.

Isso agora não importa, o que para o caso deve ser notado é que esse grupo foi constituído por 15 'jovens mancebos', de locais muito dispersos do País e que hoje ainda persistem em manter os laços, fortes e indestrutíveis, que então os uniu e que os motiva a procurar materializar estes Encontros.

Acontece que os problemas de saúde também vêm atormentando os seus membros. Dos 15, tanto no 6.º Encontro no ano passado, no Porto, como no 7.º Encontro, este ano recentemente ocorrido em Viseu, foram 9 os presentes. Um já faleceu (vítima de doença 'incurável'...), um outro anda travando batalhas sucessivas com uns 'bichinhos' desse tipo, outro (meu padrinho) está incapaz de se juntar a nós com problemas originados pelo "senhor alemão", outros têm outros tipos de problemas, pelo que a consciência que temos vindo a tomar de que é imprescindível manter esta chama (da amizade, do convívio) viva tem conseguido vencer obstáculos.

No Porto, o ano passado em 27 de Maio, conseguiu-se com que, ao fim de décadas, nos reencontrássemos nessa cidade. Foi bastante bom, o dia estava quente, o 'Porto turístico' lá estava para nos mostrar o que evoluiu (com os ganhos e perdas que isso acarreta). Envio duas fotos ilustrativas desse evento, uma tirada na Ribeira, com Gaia ao fundo e a outra, clássica, no restaurante, que é afinal o local onde se reúnem as memórias.

Como tudo correu bem e como nos apercebemos de que este tipo de Encontros nos fazem bem, nos 'rejuvenescem', decidimos logo ali não deixar passar muito tempo para que novo Encontro ocorresse e desse modo ficou aprazado que este ano de 2016 seria em Viseu.

E assim foi. Lá estivemos novamente 9, sendo que esta ano o A. Calmeiro não teve possibilidade de participar por motivo dos tratamentos que anda a fazer mas no lugar da sua falta apareceu o J. Fanha, o que muito nos alegrou.

Como seria de esperar, correu bem. Muito bem. A alegria esteve presente, o rememorar episódios passados em comum (como o caso das "bolachas de m... e de que já relatei aqui no Blogue), outros passados entre as diferentes experiências dos diversos locais por onde se esteve.

O E. Pinto que nos recebeu e organizou os momentos do Encontro surpreendeu-nos com uma visita particular e irrepetível ao "Bar de Gelo" no "Palácio do Gelo", uma visita guiada à "Cava de Viriato", outra ao Clube Viseense visitar o espaço que esse Clube dedicou ao local da estreia de "Os Tubarões" e, para 'memória futura', ainda fomos contemplados com uma garrafa de vinho do Dão rotulada especialmente para o efeito.

Como seria de esperar, a alegria foi grande, a satisfação também e, não menos importante, manteve-se e consolidou-se a amizade entre nós.

Devemos, como diz o AGAbreu, celebrar a Vida e foi o que fizemos e pretendemos continuar a fazer.

Abraços
Hélder Sousa

As fotos:

Ribeira do Porto - 27 de Maio de 2015 - Em baixo o C. Lã. De pé, da esquerda para a direita: A. Calmeiro, M. Rodrigues, E. Pinto, J. Reis, H. Sousa, M. Martins, F. Cruz, e F. Marques.

Ribeira do Porto - 27 de Maio de 2015 - A mesma equipa num Restaurante local

Viseu - 20 de Abril de 2016 - À mesa

Viseu - 20 de Abril de 2016 - No "Bar de Gelo", por ser talvez mais difícil reconhecer as personagens, temos, da esquerda para a direita. M. Martins, E. Pinto, J. Reis, H. Sousa, M. Rodrigues, C. Lã, F. Cruz, J. Fanha e F. Marques.

A Garrafa comemorativa. Um presente inestimável.
____________

Nota do editor

Último poste da série de Guiné 63/74 - P16058: Convívios (739): XX Encontro do pessoal da CCAÇ 2660, dia 4 de Julho de 2016 em Paredes

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Guiné 63/74 - P15948: Notas de leitura (825): "A Descolonização da Guiné-Bissau e o Movimento dos Capitães", de Jorge Sales Golias (a lançar na 5ª feira, dia 14, em Lisboa): pré-publicação de um excerto por cortesia do autor: A perda da supremacia aérea – Março de 1973


Guiné > Pós 25 de abril > Primeiro encontro entre as NT e o PAIGC > O Cap Silva Ramalho, companhia de Saré Bacar [, na fronteira com o Senegal, a 39 km a nordeste de Contubole], sentado à direita, de óculos escuros, a falar com um representante do PAIGC, através de um intérprete.

Foto (e legenda): © Jorge Sales Golias (2016). Todos os direitos reservados



Capa do livro de Jorge Sales Golias, "A descolonização da Guiné-Bissau e o movimento dos capitães" (Lisboa, Edições Colibri, 2016), a ser lançado no próximo dia 14 deste mês, 5ª feira, às 18h, na CPHM - Comissão Portuguesa de História Militar, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, 11, Lisboa. (*)


1.  Mensagem de Jorge Sales Golias, do dia 5 do corrente:

Boa noite, camarada Luís,

Agradeço-lhe as suas palavras e, bem assim, toda a explicação detalhada sobre a perfomance do blogue.

Não lhe vou prometer grande colaboração porque estou envolvido numa teia de compromissos que me esgotam os tempos livres. Mas quem corre por gosto não cansa.

E para prestar a minha homenagem a este site extraordinário que o camarada  coordena.  vou então mandar-lhe para pré-publicação um extracto do texto do  livro "A Descolonização da Guiné-Bissau e o Movimento dos Capitães". 

Mando  também uma foto não publicada sobre o 1º Encontro NT-PAIGC.

Abraço do Jorge Golias,

Jorge Sales Golias,  transmontano de Mirandela, nascido em 1941, ex-cap eng trms, licenciado em engenharia electrónica pelo IST - Instituto Superior Técnico, membro do MFA, Bissau, adjunto do CEME, gen Carlos Fabião em 1974/75, cor trms ref, administrador de empresas].



2. Excerto do livro "A Descolonização da Guiné-Bissau e o Movimento dos Capitães" (Lisboa, Edições Colibri, 2016).  Cortesia do autor (**)


(...) A perda da supremacia aérea – Março de 73

As comunicações mais críticas no TO eram, sem dúvida, as de pedido de apoio aéreo (APAR). A rede de APAR de VHF funcionava nas frequências exclusivas de 49,0 e 51,0 MHz. Em combate, as ligações faziam-se entre os E/R AVP-1 e os E/R ARC-44 do aéreo (59).

Esta ligação era dificultada pela não total compatibilidade dos rádios do Exército e da Força Aérea, mas sempre se fazia satisfatoriamente, o que era vital, pois em situações de combate, nomeadamente de emboscadas, o apoio aéreo era prestado em poucos minutos, dadas as curtas distâncias em jogo.

Tal status garantia às NT que as situações de confronto eram relativamente curtas, pois os guerrilheiros do PAIGC sabiam que rapidamente ficavam sob fogo aéreo dos aviões T-6 e Fiat G-91 e retiravam, dispersando antecipadamente.

Outro apoio vital era o das evacuações por helicóptero (Allouette) directamente do mato para o Hospital Militar de Bissau (HMB). Os pedidos de apoio aéreo feitos para a Base Aérea Militar eram em HF, com os AN/GRC-9 (60) e os RACAL TR-28.

No entanto, o status da supremacia aérea, determinante para as NT desde o início da guerra em 1963, viria a perder-se em 1973, dez anos depois, com a introdução no campo de batalha, pelo IN, dos mísseis terra-ar SAM-7 (STRELA), de fabrico soviético. Estes eram portáteis a dorso e actuavam orientados por raios infravermelhos e visando a fonte quente do aéreo.

Registo a este respeito os primeiros abates no TO de FIAT G-91, em Março de 1973, um com o tenente Miguel Pessoa em Guileje (61)  que se ejectou e foi recuperado pelas NT (através de uma operação especial no dia seguinte) e outro, dias depois, pilotado pelo tenente-coronel Almeida Brito, no Sul, que foi a primeira vítima desta nova arma.

Dos vários aviões alvejados, cito o do capitão piloto aviador Pinto Ferreira, do meu curso da AM [, Academia Militar], que viu sair o míssil e através de uma acrobacia o conseguiu despistar.

O comandante da Zona Aérea era o coronel piloto aviador Lemos Ferreira, que nesta altura, em face da recusa de alguns pilotos em voar, ele próprio desempenhou algumas missões. (...)

______________


Notas do autor:


(59) Também havia pedidos de APAR pelas redes de HF, High Frequency, Alta Frequência, de 3 a 30 Mhz, que permitia uma comunicação a maiores distâncias, mas cuja ligação na Guiné nem sempre era possível.

(60) Army Navy/Ground Radio Communications, de origem Americana.

(61) O PAIGC usou aqui pela 1ª vez o Strela. Para tal atacou de dia a guarnição para a obrigar a pedir apoio de fogos. Apoio pedido, foi o avião atacado logo que chegou e deu-se o 1º abate no território.




de que o Jorge Sales Golias é coborador


3. Nota do editor:

Agradecemos a gentileza do camarada Jorge Sales Golias, que não conhecemos pessoalmente, e a quem saudamos pelo lançamento do seu livro. Oportunamente, será feita a  devida "nota de leitura" ou recensão bibliográfica a cargo do nosso colaborador permanente Mário Beja Santos ou por iniciativa de qualquer outro dos leitores do livro que o queiram comentar publicamente, aqui no nosso blogue.

Apraz-nos registar que os camaradas da Guiné, independentemente da época em que lá estiveram, da sua condição militar (arma, especialidade, posto, etc.) têm vindo a escrever e a publicar livros sobre os acontecimentos em que participaram, nesta antiga província (ou colónia) portuguesa, entre 1961 e 1974. 

Nunca é demais recordar  que o nosso blogue não tem nenhum bandeira, a não ser a da camadaragem e da verdade. Somos um blogue de memórias e de afectos. E é importante que todos os camaradas da Guiné  se sintam aqui tão confortáveis, neste espaço plural, a Tabanca Grande,  onde todos cabemos com tudo aquilo que nos une e até com aquilo que nos pode separar.  

Jorge, parabéns, boa sessão de lançamento e boa sorte para o livro. LG

 ______________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de 


3 de abril de 2016 > Guiné 63/74 - P15932: Agenda cultural (472): sessão de lançamento do livro de Jorge Sales Golias, "A descolonização da Guiné-Bissau e o movimento dos capitães" (Lisboa, Edições Colibri, 2016, 385 pp.), dia 14 de abril de 2016, 5ª feira, às 18h, na Comissão Portuguesa de História Militar, Palácio da Independência, largo de São Domingos, 11, Lisboa. Prefácio: cor Carlos Matos Gomes; apresentação: cor Aniceto Afonso

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14919: Inquérito online: Resultados preliminares (n=115) a dois dias de encerrar a votação: menos de metade da malta (47,8%) utilizou os CTT para telefonar para a casa (leia-se: metrópole). Mesmo assim, parece que era mais fácil em Bissau, capital do território, do que no mato...

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Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Quartel > Foto 32 >

"Cerimónia militar em fevereiro de 1968, por ocasião da imposição à CART 1689 da Flâmula de Honra (ouro) do CTIG, atribuída em julho de 1967. Edifício do comando. Presença de militares, civis da administração, correios e comerciantes locais."


Da esquerda para a direita, e segundo indicação do fotógrafo:

 (1) de costas, o cap médico Morais que está a falar com um outro um militar, de camuflado, não  identificao;

(2) o comandante do BART 1913, ten cor Abílio Santiago Cardoso; 

 (3) quatro funcionários dos Correios e Administração; 

(4) o comerciantes sr. José Saad [, libanês,] e filha (pequena); (4) o comerciante, sr. Mota: 

(5) o comerciante Sr. Dantas  de fato escuro, e a filha; 

(6) o comerciante sr. Barros; 

(7) o electricista civil Jerónimo: 

(J) e, por fim, o alf graduado capelão Horácio [Neto Fernandes].



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Quartel > Foto 32 A > Pormenor; quatro funcionários dos correios (à esquerda), seguidos de quatro comerciantes; o libanês José Saad (e filha), o  Mota, o  Dantas (e filha) e  o Barros.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Vila > Foto 16 > "Uma vista tirada da Rotunda, onde se vê uma DO-27 sobrevoando a zona do quartel, à direita a zona da antiga messe de oficiais e a antena dos Correios à esquerda."



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Vila > Foto 17 > "Foto tirada da torre da Igreja no sentido do Quartel, vendo-se o depósito de água deste, a torre dos Correios, em baixo a rua das Palmeiras."

Fotos (e legendas) de Catió: Victor Condeço (1943/2010) / © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Todos os direitos reservados




I. Resultados preliminares da sondagem desta semana (que termina 6ª feira, dia 24,  às 14h45). Até às 19h00 de hoje tinham votado 115. 

(i) menos de metade da malta (47,8%) utilizou os CTT para telefonar para a casa (leia-se: metrópole);

(ii) mesmo assim, parece que era mais fácil conseguir uma ligação telefónica em Bissau, capital do território, do que no mato, nalgumas (poucas) povoações mais importantes, sedes de concelho  e postos administrativos,  onde havia estações dos CTT:

(iii) as ligações para a metrópole, a partir das estações dos CTT,  tinham dia e hora marcada (,mesmo em Bissau);

(iv) já ninguém se lembra do tarifário: quanto custava uma chamada (, julgo que via Marconi,) para a metrópole, por minuto ? 

(v) e, já agora que falamos de CTT... qual era a via normal para o envio e receção das encomendas postais ("slides", livros, jornais e revistas, fumeiro, bacalhau. etc.) ? Era o SPM (servço postal militar) ou os CTT ?...

(vi) e as grandes antenas de telecomunicações que viamos nalgumas destas povoações (por ex., Bambadinca, Catió)... eram civis ou militares ? quem as montou ? e quando ? quem as explorava ? quem fazia a sua mautenção ?

Se alguém souber e quiser falar sobre os serviços prestados pelos CTT na Guiné, tem o blogue à sua disposição... 

SONDAGEM: "NA GUINÉ, DURANTE A COMISSÃO, UTILIZEI OS CTT PARA TELEFONAR PARA CASA"

1. Sim, em Bissau > 30 (26,1%)

2. Sim, fora de Bissau > 15 (13,0%)

3. Sim, em Bissau e fora de Bissau > 10 (8,7%)

4. Não, nunca utilizei >  59 (51,3%)

5. Já não me lembro > 1 (0,9%)

Mude o seu voto
Votos apurados: 115 
Dias que restam para votar: 2 

_______________________

Nota do editor:

Vd. poste de 29 de julho de 2015 > Guiné 63/73 - P14901: Sondagem: Mais de 54% do pessoal nunca telefonou para a metrópole, durante a comissão, usando os CTT... Resultados preliminares (n=81), quando faltam 4 dias para "encerrar as urnas"...

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14905: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (10): Não, nunca percebi para que serviam os CTT no CTIG... Notícias de Alhandra, da minha família, por ocasião da tragédia, as grandes inundações, de 25 para 26 de novembro de 1967, que atingiram a Grande Lisboa, recebi-as através de telegrama militar... (Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)






As notícias, mesmo censuradas, da tragédia que se abateu sobre a grande Lisboa na noite de 25 para 26 de novembro de 1967... Capas do Diário de Lisboa. Cortesia da Fundação Mário Soares > Fundo:  DRR - Documentos Ruelle Ramos



1. "Bate-estradas" do Mário Gaspar (*)


[ Mário Gaspar, foto atual à direita; ex-fur mil at art, minas e armadilhas, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68; e, como ele gosta de lembrar, Lapidador Principal de Primeira de Diamantes, reformado; e ainda cofundador e dirigente da associaçºao APOIAR]:



 Data: 18 de julho de 2015 às 01:04

Assunto: Os CTT para Telefonar

Comrades:

Nos dias 19 e 20 de Novembro de 1967, participei na "Operação Raiana. Missão: Executar um golpe de mão ao acampamento de Boror. Não se chegou a descobrir o objectivo. No dia 26 de Novembro, dormindo na cama ao lado do Furriel Mecânico José Manuel Guerreiro Justo, e tendo este comprado um rádio onde ouvíamos somente Guiné Conacri, mexendo por mero acaso nos botões, oiço uma rádio portuguesa, dando notícias da nossa terra.

Contente, mas logo amargurado quando tenho conhecimento não existirem notícias animadoras. Pelo contrário acontecera uma tragédia, as inundações da Grande Lisboa, com indicações de muitos mortos e feridos e o dramatismo de algumas povoações terem sido tragadas pelas enxurradas e inundações (**).

Tudo se iniciara por volta das 19 horas. Parecia mais tratar-se de um milagre, estar a escutar, e com nitidez notícias de Portugal, nós escondidos naquele recanto no sul da Guiné – ouvi falar em Alhandra – povoação em que vivia, portanto terra onde viviam os meus pais e igualmente um irmão. Falavam para além de Lisboa escutava os nomes das vilas, entre outras de Odivelas, Loures, Alenquer, Vila Franca de Xira, Povos, e muito mais.

Parecia estar a ser atacado pelo PAIGC. Então escutava o nome de Alhandra. Recordava os anos passados, em que as cheias levavam água ao interior da vila. Cheguei a andar de botins altos e alguns barcos percorrem as ruas mais encostadas ao Tejo. Durante anos acostumei-me à ideia de ver todas as portas dos rés-chão tapadas com tábuas seguras com lama. Falava-se em enxurradas de lama que soterraram terras.

Fiquei atordoado, e resolvi falar com o Comandante da Companhia o Capitão Miliciano de Infantaria Manuel Francisco Fernandes de Mansilha. Fiquei admiradíssimo depois de contar o que se passava, tendo dito não ter notícias da família e saber que Alhandra tinha alguns mortos, o Capitão disse para ir com ele e enviámos um telegrama para os meus pais. Desconhecia essa possibilidade. Mas foi verdade.

Depois de sofrer,  recebo então um Telegrama onde a minha mãe dizia para estar sossegado por a água não ter chegado a atingir a casa. Na Praça 7 de Março em Alhandra está marcada a altura das águas neste dia fatídico para inúmeros portugueses. Portanto a minha casa, embora não tenha chegado ao 1.º andar, esteve muito perto. Curioso, nunca perguntei como a minha mãe se deslocou aos Correios,  se era uma zona inundadíssima. Recebi o tal telegrama, desta vez o sistema funcionou. O rádio de plástico do meu amigo algarvio, de Loulé,e Furriel Miliciano Justo, foi justo em informar-me desta tragédia. Ainda o ouvimos, mas depois voltam músicas de Guiné Conacri e muitas mornas e coladeras.

Notícias? O correio atrasado. Muito atrasado sem justificação. Isolados, com o mato à vista, paliçadas, abrigos e arame farpado. Telefonar? Telefonava na esquina da morança do Mamadu? Ou no Baldé? O meu telefone era a cerveja, falava dela, falava com ela e palava por causa dela. O que ingeri devia dar inundação se o seu líquido colocado numa piscina Olímpica.

Tive azar e sorte também. O azar é para esquecer, a sorte foi ter dinheiro para gozar licença na minha terra. Gozei mesmo, gastei bem, não me arrependo. Para mim a licença de Setembro/ Outubro de 1967 foi uma coroa de glória. Já estava em guerra, sabia o que ela era. Para mim era a despedida. Aproveitei aqueles 35 dias como os derradeiros dias da minha vida. Chegado a Bissau, escrevi quando se falava já naquela que seria a "Operação Revistar", para alguém – possuo essa carta mas não lhe toco mais – pois escrevi isto: – "Estou farto de Bissau, aqui só se fala em guerra". O que significa que antes desejava a guerra do que falar dela. Fui, entrei em Gadamael numa avioneta, mas nem vi os Correios, nem muito menos o telefone. O único privilégio que gozei, nos domingos ia até o Posto Rádio saber notícias do futebol em Alhandra. Na Aldeia Formosa estava o meu amigo Cordeiro, era radiotelegrafista e sabia o resultado do Alhandra.

Acho que fomos muito maltratados por não haver vontade de dar uma resposta adequada a nós que estávamos desterrados nos confins do mundo, antes, no cu do mundo. Muito pouca vontade, depois com a agravante de sermos obrigados ir buscar o Correio a Sangonhá para nos castigarem com patrulhas, quando nas vésperas tínhamos patrulhado a zona. Éramos uns imbecis e com a agravante de não termos a equivalência à tropa de elite – "Os Especiais". Olha porra! Mas sou também "Especial", "Tropa Especial", até tinha uma treta que se lia: – "Minas e Armadilhas".

Lembro-me dos Correios de Bissau, existia de facto a possibilidade de se pernoitar na cama de uma das suas funcionárias. No guiché assustei-me e desisti dessa noite entre lençóis. Foram poucos os dias de Bissau. E mesmo na cidade nunca fiz um telefonema. Fui ameaçado de castigo. Em Setembro de 1967 um Senhor Coronel disse-me após dois ou três dias seguidos no Café Benfica, estava fardado:
– Onde está, em que quartel?

Respondi-lhe que estava "no mato, em Gadamael Porto". Insistiu:
– Quem é o seu Comandante de Companhia?

Como não havia telefone em Gadamael, só respondi que era o Capitão Mansilha. Respondeu conhecê-lo e enviou cumprimentos. E se não fosse da Companhia… Estava tramado. Logo de seguida, na Agência de Viagens Sagres, estava eu e o meu amigo Jorge a tratar da documentação para entrarmos de licença, era no dia seguinte. Entraram três Capitães, passado algum tempo, berrou um deles:
– Os nossos Furriéis desconhecem os postos! Não cumprimentam? – Respondi:
– Então bom dia!

O meu amigo Jorge, a uns dias de concluir a comissão, após o almoço de despedida, trazia um garrafão de 5 litros de verde. Mesmo defronte do Hotel Portugal, completamente embriagado, agarra nas divisas e pisa-as. Aparece a Polícia Militar, comandada por um Furriel Miliciano. Segue na nossa direcção. Olho para o Jorge e para o Furriel da PM e digo-lhe:
– Vai-te embora, nada vistes, vira as costas.

Olha para mim… Respondo:
– Olha para a esquerda! – E à esquerda, e na esplanada, toda a CART 1659 se colocou de pé. A PM desandou. Não usávamos o telefone, que no mato não existia.

Cumprimentos aos Camaradas Combatentes.

Mário Vitorino Gaspar

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(**) Vd. entre outros recortes de imprensa:

DN - Diário de Notícias > 25 de novembro de 2007 

Nunca choveu tanto como em 67
por KÁTIA CATULO

(...) Cheias de 1967 - Memória. Mais de 700 pessoas terão morrido nas cheias que, no dia 25 de Novembro de 1967, apanharam desprevenidas as populações que viviam na região da Grande Lisboa. DN ouviu os relatos dos sobreviventes que têm memórias tão vivas como há 40 anos.

Cinco horas de chuvas torrenciais mergulharam a Grande Lisboa na maior inundação que a região alguma vez conheceu. Faz hoje 40 anos que as cheias de 1967 provocaram mais de 700 mortos e cerca de 1100 desalojados em Lisboa, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Alenquer. A enxurrada matou famílias inteiras, arrastou carros, árvores e animais e destruiu pontes, estradas e casas.

A chuva atingiu entre as 19.00 e a meia- -noite do dia 25 de Novembro as zonas baixas dos quatro concelhos da Grande Lisboa, mas só na manhã seguinte é que os portugueses se depararam com a verdadeira dimensão da tragédia. Urmeira, Póvoa de Santo Adrião, Frielas - povoações da bacia do rio Trancão-, e a Quinta dos Silvados, em Odivelas, foram os aglomerados urbanos mais atingidos. As casas eram de madeira e centenas de moradores foram engolidos pelas águas.

Lisboa, por seu turno, ficou irreconhecível. A Avenida de Ceuta, em Alcântara, esteve submersa e o mar de lama desceu até à Avenida da Índia. A água entrou em todas as bifurcações, subiu e desceu escadarias, derrubou as portas de tabernas, lojas e rés-do-chão, arrastando mesas, cadeiras, bilhas de gás, contentores e bidões da estação ferroviária.

Perto das 23.00 a chuva caiu ainda com mais força e as enxurradas atingiram um carro que circulava na Rua de Alcântara, encurralando os três ocupantes. O repórter do DN que na altura acompanhou as inundações, em Alcântara, conta que um soldado mergulhou nas águas e conseguiu retirar os três passageiros, minutos antes de o carro ser arrastado. Interrupções no trânsito sucederam-se desde a Avenida 24 de Julho ao Campo Pequeno, da zona do aeroporto da Portela à Avenida Almirante Reis, da Baixa a Santa Apolónia. Na Praça de Espanha e na Avenida da Liberdade, só se passava de barco e, na estação de caminhos-de-ferro, centenas de pessoas ficaram retidas nas carruagens porque a água submergiu as linhas.

O regime salazarista tentou minimizar os impactos das chuvas, mas as suas repercussões atravessaram fronteiras e desencadearam um movimento de solidariedade internacional. Chegaram donativos dos governos britânico e italiano, do Principado do Mónaco e até o chefe do Estado francês, o general De Gaulle, contribuiu com uma "dádiva pessoal" de 30 mil francos (900 euros, no câmbio da época). O apoio em meios sanitários veio de França, Suíça e sobretudo de Espanha, que ofereceu mil doses de vacina contra a febre tifóide. (...)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13873: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (17): Maria Turra, por qué no te callas ?... Radiolocalização e empastelamento das comnunições do IN

1. No passado dia 8, pedi um "parecer ténico" ao Hélder Sousa, antes de publicar um poste do José Belo, sobre a akuda sueca ao PAIGC, e mais concretamente sobre uma estação de ráio, móvel, que os suecos montaram, em duas viaturas, e que operaria a partir do "norte da Guiné" (*)... Eis o teor da minha mensagem:

Helder: Antes de publicar, e para não causar "brotoeja", preciso do teu parecer "técnico"... Onde é que poderia estar localizado este rádio (móvel) ? No Senegakl, naa base de Cumbamori ? No "norte da Guiné" seria arriscado", por causa da aviação... Ainda é do teu tempo... Tiveste conhecimento ?... Um abraço, Luis

Sobre io tema, o Hélder, especialista em transmissões TSF, produziu um texto que seria pena perder-se e onde também histórias da sua e da nossa guerra (**)... Aqui vai, inteirinho, o texto, com os meus agradecimentos, pela rápida e competente resposta. (LG)


2. Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (17): Maria Turra, por qué no te callas ?... Radiolocalziação e empastelamento das comnunições do IN

por Hélder Sousa

(ex-fur mil trms TSF, Piche e Bissau, 1970/72); membro da nossa tabanca Grande, desde 11 de abril de 2007; nosso colaborador permanente)   [ foto atual à direita]


Olá Luís.

Ora bem, relativamente à grande pergunta, "onde poderia estar" esse rádio móvel, a resposta é simples. "Não sei. E existiria mesmo?",,,

No que diz respeito às actividades do "centro de escuta", nas quais participei, havia a indicação para a busca permanente de comunicações que pudessem ser entendidas como úteis ou mesmo do próprio IN.

Isso fazia-se 'batendo' sistematicamente as várias frequências e servia para a 'fonia', a 'grafia', os 'telégrafos' e também as emissões rádio.


«No que diz respeito à 'fonia', sem ter já a certeza, tenho a ideia de ter sido muito esporádica, se é que isso é mesmo real, e sem grande utilidade prática, apenas para confirmar que havia a utilização de 'castelhano'. A ideia que retenho é que, nesse aspecto, imperava a "disciplina rádio".


Guiné > s/l > c. 1970/72> Algures, Hélder Sousa, fuir mil trms TSF, em funções de radiolocalização...


Foto: © Hélder Sousa (2007). Todos os direitos reservados




No que diz respeito à 'grafia' a verdade é que se tinham conseguido 'identificar' vários 'emissores-receptores' e tentava-se captar as suas breves e concisas comunicações, não sabendo eu se depois se conseguiu, ou não, decifrar o que se captava.

Um exemplo do que digo tem a ver com o E/R ET55 do IN.

Para quem conhece 'morse' sabe que a identificação deste 'operador' seria feita por um sinal curto, um sinal um pouco mais longo e 10 sinais curtos brevemente separados 5 a 5. Na prática, o 'tempo de antena' gasto na identificação aquando da entrada em rede deste Posto era curtíssimo.

Em determinada altura ficou-se com a ideia que operava mais insistentemente na região de Mansoa. Fez-se uma operação de tentativa de radiolocalização mais 'afinada'. Fiquei no 'posto coordenador' indo um aparelho de radiolocalização para a zona de Antula, outro para Bissorã e um terceiro para Mansoa, onde foi colocado no fundo da pista.

Aquando da 'entrada em rede' na exploração do IN das 09:00 todos se identificaram (dando assim sinal da sua existência e da operacionalidade) e um ou outro comunicou qualquer coisa breve. Por essa altura o aparelho de radiolocalização de Mansoa ainda estava a ser posicionado. Mais tarde, aquando de nova 'chamada geral', curiosamente o ET55 não se apresentou. E isso sucedeu também na parte da tarde. Ficámos com a 'quase certeza' de que realmente operaria perto de Mansoa mas não se conseguiu tentar traçar alinhamentos dos quais resultassem os cruzamentos que pudessem indicar a maior proximidade do seu posicionamento.

Confirmámos a suspeita da sua zona de actuação mas não a localização (que seria certamente móvel, mas o mais provável seria dentro de um determinado raio de acção). Ficámos também com a certeza de haver uma forte 'disciplina rádio' na exploração das comunicações.

Outro 'passatempo' era o dos 'empastelamentos', ou seja, a tentativa de colocar uma qualquer emissão de rádio em cima da mesma frequência de operação que já existia.

Assim, fazia-se essa acção sobre as emissões da "Maria Turra" em ondas curtas e ondas médias. Estávamos atentos ao início das emissões (eles publicitavam as frequências e as emissoras donde emitiam) e informávamos os três locais que tínhamos para fazer os 'empastelamentos', ou seja, o nosso posto emissor de Antula (***), a Marinha e a DGS.




Guiné > Bissau > Antula > Centro Emissor >  1962 > Os tempos heroicos das telecomunicações militares no CTIG >   A montagem das torres de suporte da antena rômbica no Centro Emissor (militares no alto, procedendo às ligações)"... [O centro emissor de Antula ficava a 3 km do QG do CTIG]

Foto e legenda do gen Garcia dos Santos. Fonte: blogue História das Transmissões Militares (***).

[Com a devida vénia... Edição: LG]



Normalmente conseguia-se ter algum êxito sobre as ondas curtas, nem sempre, dependendo das condições atmosféricas. Sobre a emissão em onda média, de mais difícil cobertura, até porque, dizia-se, partia de um emissor 10 vezes mais potente que o nosso, quase não havia êxito, tendo eu próprio comprovado isso quando,  saindo de Santa Luzia a pé até ao "Enfarta Brutos" em hora de emissão da Rádio Bombolom,  percebia claramente a audição sem atropelos que se fazia em algumas tabancas ali ao lado da estrada.

Não sei ao certo donde emitiam mas ocorrem-me nomes como Ziguinchor e Tambacounda. Também me recordo de St. Louis mas acho estranho, já que fica a norte da Dacar, cerca de 200 km, perto da fronteira com a Mauritânia, embora mais em frente a Cabo Verde.

Voltando ao assunto "camiões com estação de rádio", considero altamente improvável, para não dizer impossível, dadas as relações no terreno e as características do desenvolvimento das acções, que esses veículos pudessem ser utilizados no interior da Guiné. Sei que isso não é dito, mas adianto-me já.

Dado o que se diz ter sido o tipo de relações entre o PAIGC e o Senegal (pouco 'envolventes', digamos assim) seria mais provável que essas viaturas, a existirem, pudessem circular mais à vontade na Guiné-Conacri, mas tudo depende da real finalidade da sua existência. Podia muito bem ser no Senegal se o objectivo era 'educacional' e nesse caso já 'casa' com o informação de que "operariam no norte da Guiné" (aqui é que está o busílis - é o norte a norte da 'nossa' Guiné e nesse caso lá está Ziguinchor, Tambacounda e mesmo St. Louis - ou é o norte da 'outra Guiné' e nesse caso já seria para lá da nossa fronteira sul).

Não tenho nenhum motivo para duvidar dessa ajuda sueca. Inclino-me para a operação a partir do Senegal, com melhores condições para propagação das comunicações.

Abraço

Hélder S.


3. Troca de mensagens entre José Belo e Hèlder Sousa;:


(i) José Belo: 

Atenção ao que está escrito nos documentos do livro citado neste poste. No texto sueco original está escrito:"Programas transmitidos desde o Norte da Guiné-Bissau". Creio que deste modo se estariam a referir a programas transmitidos não dentro do Norte da Guiné mas...a Norte da Guiné.
Foi essa a ideia que,como tradutor,tive desde o início. (*)

(ii) Hélder Sousa:

O que eu disse é que não seria era "dentro da 'nossa' Guiné". Realmente o mais provável seria a 'norte dela', logo no Senegal. Aliás, também como referi, a propagação era mais favorável a partir daí.

Entretanto li novamente e há um pormenor que só agora reparei e é importante. Trata-se da data. 19 de Setembro de 1972. Ora, para mim já era quase o fim da comissão, cerca de mês e meio antes de vir embora. Por essa época as atenções estavam mais centradas nas acções que tinham a ver com os esforços para colocar instalações nossas (forçando assim a 'soberania') na margem esquerda do Geba na confluência do Corubal. Deste modo não tenho lembrança de acções no sentido de se tentar 'apurar' essa novidade.

Mas a data de Setembro de 72 é já bem próxima (seis meses de distância) das acções sobre Guidaje e 'arredores', altura em que se 'entende' que o Senegal já era mais 'colaborante' com o PAIGC.  E,  dadas as melhores condições para propagação das ondas rádio,  acredito então, como escrevi, que seria no Senegal que tais equipamentos poderiam estar.

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de  9 de novembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13865: Da Suécia com saudade (45): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte VI): Para além de meios de transporte automóvel (camiões e outras viaturas Volvo, Gaz, Unimog, Land Rover, Peugeot, etc.), até uma estação de rádio completa, móvel, foi fornecida ao movimento de Amílcar Cabral, sempre para fins "não-militares"... (José Belo)


(...) Em 1971 Amilcar Cabral pediu o fornecimento de uma estação de rádio montada em dois camiões Mercedes Benz... também fornecidos pela Suécia. Em 19 de Setembro 1972, dois transmissores (e o material de estúdio respectivo) começaram a funcionar desde o Norte da Guiné, com programas também para Cabo Verde. Os técnicos responsáveis por estas transmissões foram treinados na companhia sueca Swedtel. (...)


(***) Vd.  História das Transmissões Militares: um blogue da CHT (Comissão da História das Transmissões) > Poste de 3 de junho de 2012, > A Primeira Delegação do Serviço de Telecomunicações Militares (STM) na GUINÉ [, pelo gen Garcia dos Santos]

domingo, 28 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13661: Convívios (632): Encontro de 4 magníficos Especialistas das Transmissões em Grilo, Baião (Manuel Dias Pinheiro Gomes)

Vasconcelos, Carneiro, Gomes e Acipreste


1. Mensagem do nosso camarada Manuel Dias Pinheiro Gomes (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do STM / Agrupamento de Transmissões da Guiné, Catió e Bissau, 1970/72), com data de 24 de Setembro de 2014: 

Camarigo Luís Graça As minhas saudações e os desejos de uma boa recuperação da tua anca.

Sou Manuel Dias Pinheiro Gomes, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do Agrupamento de Transmissões do STM do CTIG de 07/1970 a 08/1972, Catió e Bissau.

Se achares conveniente, gostaria de publicar um grande encontro entre 4 ilustres das Transmissões. Há 42 anos, 1 Mês e 5 dias que não sabia nada do Fernando Lopes Acipreste e do Joaquim Fernandes Carneiro.

Todos tivemos o mesmo destino, Recruta no RI 8, Especialidade no Regimento de Transmissões do Porto. Terminamos a Especialidade e lá fizemos o Estágio de Radiotelegrafistas. Eu e o Acipreste embarcámos e regressámos no mesmo dia com mais 3 camaradas, o Tino, já falecido, o Correia e João Abreu.

Este grande acontecimento teve lugar na freguesia de Grilo, em Baião, através do grande amigo Vasconcelos e de sua Esposa Lourdes. Além deles, de mim e da minha esposa, estiveram presentes o Carneiro, o Acipreste e o Gomes.

Foi um dia muito Grande para todos, que nunca mais vamos esquecer. Ficou combinado que na minha próxima viagem a Portugal nos vamos encontrar novamente.

Fiz uma linda viagem da Régua a Mosteiro de comboio, durante a qual pude admirar as lindas paisagens do Douro, recordando os velhos tempos de quando andava na tropa.

Momento de diversão
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Nota do editor

Último poste da série de 25 de Setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13648: Convívios (631): Rescaldo do Encontro comemorativo dos 43 anos após o regresso da Guiné, do pessoal da CCAÇ 2615, realizado no passado dia 20 de Setembro de 2014, em Leiria (Manuel Amaro)

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13249: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (16): A Carta de Condução

1. Mensagem do nosso camarada Hélder Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), com data de 25 de Maio de 2014:

Caros camaradas Editores
Em anexo envio uma pequena história que se passou comigo sendo realmente uma "Histórias em Tempos de Guerra".
Envio também em anexo documentos e fotos que podem ajudar a ilustrar o texto que, naturalmente, terá o destino que melhor entenderem.

Abraços
Hélder Sousa


HISTÓRIAS EM TEMPO DE GUERRA




16 - A CARTA DE CONDUÇÃO

Caros camaradas, amigos e outros…
Aqui vai uma pequena história que vou partilhar convosco esperando que seja suficientemente ‘leve’ para vos provocar um sorriso compreensivo. Certamente muitos de vós ainda se devem lembrar de uma expressão, agora já caída em desuso, e que era “eh pá, parece que tiraste a carta na tropa!”, quando alguém cometia erros de condução ou mesmo condução perigosa ou “pé pesado”. Isso era assim porque se dizia que ‘na tropa’ se tirava a carta com muita facilidade, sem rigor, sem exigências, tudo muito facilitado. Acho que havia aqui algum exagero de julgamento mas que esta expressão era um tanto corrente, lá isso era.

Tirei a minha carta de condução automóvel durante o ‘tempo da tropa’. Foi em Bissau, em Novembro de 1971.

Numa escola de condução ‘civil’, a “Escola de Condução Manuel Saad Herdeiros, Lda,” que se situava na Rua Tenente Marques Gualdes. À séria, com aulas de código e de condução pelas ruas de Bissau e também, já nas últimas lições, na estrada até ao aeroporto. O mais difícil era arranjar local para fazer “ponto de embraiagem”….

Quase tudo plano, havia três ou quatro sítios onde isso se fazia. Ensaiava-se em todos esses locais e um deles calhava de certeza no exame. A mim foi na pequena rampa de acesso à então “Praça do Império”, vindo do lado do aeroporto. Foi a última manobra e após isso, ficando aprovado, lá se foi comer uma ‘sanduiche’ de queijo da serra na “Pastelaria Império”. Com o examinador, claro!

Para comprovar, junto cópia do “cartão da escola”, do talão do pagamento de 610$00 e também da “requisição de carta”, com todos os elementos identificadores necessários e confirmados pelo Comandante do Agrupamento de Transmissões onde eu estava incorporado, Major João Silva Ramos (o “Raminhos”, como lhe chamávamos, devido à sua pequena altura) e pelo então Chefe da 1ª Rep., Tenente-Coronel Augusto Silveira Reis.

Talão de Caixa no valor de 610$00 (Pesos)

Boletim de inspecção

Até aqui, nada de especial, apenas o facto de ainda não ter visto no Blogue nenhum relato semelhante, embora tenham havido referências a problemas e acidentes de condução. O que tem de mais curioso é que esta questão de tirar a carta não era, para mim, naquele tempo, naquela época, nenhuma obsessão, ainda não havia a ‘pressão social’ de se ter que ter um carro para ‘melhorar’ o seu estatuto social. Recordo mesmo que naqueles momentos de folga, entre turnos de serviço “Escuta”, tinha já, uma vez ou outra, conversado com o meu amigo e camarada de curso e serviço, Nelson Batalha, de que já aqui falei e que é meu padrinho de casamento, da vantagem de tirar a carta numa escola de condução que pudesse ministrar formação mais rigorosa. Lembro-me de se ter concluído que seria essa a decisão que ambos tomaríamos e que de facto aconteceu.

Foto da esplanada do Ronda. (Publicada por Francisco Carrola,  Facebook.)


Vista exterior da esplanada do Ronda. (Publicada por Francisco Carrola, Facebook.)

A parte caricata tem a ver com uma situação que ocorreu talvez em Setembro de 1971, na esplanada da Pensão/Café Ronda, de que junto umas fotos que retirei da ‘net’, apresentadas no “Facebook” por Francisco Carrola. Não me recordo como tudo começou mas a certa altura estávamos para aí uns catorze ou quinze em várias mesas juntas, com muita cerveja e algumas coisas para comer, sendo que quem estava ali era o amigo do amigo do amigo, de que apenas conhecia dois ou três deles.
A certa altura, também já não me lembro a que propósito, a conversa chegou até à parte dos “exames de condução” e de “tirar a carta na tropa”. Foram-se dando opiniões, palpites, etc. e tal, e quando me perguntaram o que é que achava, em vez de ser assertivo e dizer o que realmente pensava, que estava determinado a fazer e que realmente fiz, entrei numa de “maria-vai-com-as-outras” entrando na onda do tom geral das observações que se faziam e disse mais ou menos isto:
- “Eh pá, eu também tinha pensado em tirar a carta na tropa mas parece que há por lá no Serviço de Transportes um Alferes que dizem ser um grande filho “da mãe” que tem a mania que é rigoroso e anda a ‘chumbar’ a malta toda e não estou para isso”….

Nessa ocasião, o camarada ‘à civil’ que estava ao meu lado esquerdo “amigo do amigo do amigo”, disse:
- “Olha lá, esse Alferes sou eu e achas que faço mal?”

Acreditam que ia jurar que me pareceu que alguma coisa ‘caiu aos pés’? Claro que tratei de ensaiar uma ‘retirada estratégica’, balbuciando umas tretas, do tipo de “não era bem isso que queria dizer”, “realmente tens razão”, “é verdade que é preciso evitar que o pessoal vá para a vida civil mal preparado” (afinal tudo o que na verdade acreditava) e outras coisas do género.

Não aconteceu mais nada de especial. Houve compreensão, ficámos amigos e cerca de mês depois estava de facto a frequentar a Escola de Condução.

Sempre que sou tentado em rodear uma questão em vez de a enfrentar de forma séria lembro-me deste episódio, que me marcou verdadeiramente. Até por ter sido uma situação desnecessária.

Um abraço para toda a Tabanca!
Hélder Sousa
Fur. Mil.
Transmissões TSF
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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P12957: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (15): O meu amigo Fur Mil Bento Luís, ou a amizade através dos tempos

sábado, 3 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13089: Convívios (589): Concentração do pessoal do Agrupamento de Transmissões do CTIG, dia 24 de Maio de 2014 nas Caldas de Aregos - Resende (Álvaro Vasconcelos)

1. Mensagem do nosso camarada Álvaro Vasconcelos (ex-1.º Cabo Transmissões do STM, Aldeia Formosa e Bissau, 1970/72), com data de 2 de Maio de 2014:

Boa noite. Amigo Vinhal,
Espero que estejas bem, na companhia da Dina.
Já anotei que o próximo Encontro Nacional (IX) será a 14 de Junho, em Monte Real. A seu tempo informarei se posso estar presente, assim como a Lourdes.
Entretanto, queria pedir se é possível publicar no Blogue da "Tabanca Grande" o Convite para a concentração da rapaziada do AGRTMS do CTIG, o qual tomo a liberdade de anexar.
No ano passado o encontro foi na Lagoa Santo André, Santiago do Cacém. Este ano será em Arêgos, nas Caldas com o mesmo nome, Concelho de Resende.
Em 2013, não havendo quem assumisse a organização, para a trazer ao norte, fiz-lo eu!...
Desta forma e para que os Camaradas da Tertúlia, do STM e/ou do AGRTMS do CTIG sejam informados, faço a solicitação devida.

Um abraço,
Álvaro Vasconcelos


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Nota do editor

Último poste da série de 29 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P13063: Convívios (588): XXIII Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Caç Nat 52 e 54 e Morteiro 81, dia 10 de Maio de 2014 em Almeirim (José António Viegas)

terça-feira, 29 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13069: Em busca de... (241): Manuel Gonçalves da Conceição, ex-Soldado de TRMS do CMD AGR 2952/COMBIS (1969/70), procura os seus camaradas


1. Por intermédio do seu genro José Costa Nunes, chegou até nós um pedido de Manuel Gonçalves da Conceição, natural da Fontinha, Pombal, ex-Soldado de TRMS, para publicarmos a sua vontade de contactar com os seus camaradas de quem perdeu o rasto, tendo em vista participar em próximos convívios.

Boa tarde 
Peço desculpa, mas após varias pesquisas na internet estes foram os únicos contactos que consegui. 
O meu sogro esteve na guerra em Bissau e só fala em reencontrar os camaradas ou de almoços que se possam vir a fazer e ele não sabe. 
Ele esteve lá em 68/69 e era radiotelefonista ou algo assim parecido, ele chamas-se Manuel Conceição Gonçalves e é da Fontinha em Pombal, gostava muito de reencontrar os camaradas dele e lhe fazer uma surpresa, será que me podem ajudar??
José Costa Nunes

Manuel Gonçalves da Conceição [foto à direita] foi Soldado de Transmissões e embarcou no navio Uíge, em 10 de Janeiro de 1968, desembarcando em Bissau no dia 15. 
Regressou em 3 de Novembro de 1969.

Terá ido em rendição individual, mobilizado no RAL 1, com destino ao Comando de Agrupamento 2952, que em 7 de Janeiro de 1969 se extinguiu para dar origem ao Comando de Agrupamento de Bissau.

Na expectativa de algum dos seus camaradas o quiser contactar aqui fica o endereço do seu genro José Nunes: jose.nunes@baustahl.pt
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Nota do editor

Último poste da série de 8 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P12949: Em busca de... (240): À procura dos Artilheiros de 1969 em Gadamael (Manuel Vaz)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12233: Historial das Escolas Práticas do Exército (José Marcelino Martins) (5): Escola Prática de Transmissões do Porto




1. Historial da Escola Prática de Artilharia, localizada em Vendas Novas, trabalho de compilação do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), integrado na sua série Historial das Escolas Práticas do Exército.











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Nota do editor

Último poste da série de 29 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12218: Historial das Escolas Práticas do Exército (José Marcelino Martins) (4): Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12112: Álbum fotográfico do Luís Nascimento, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71 (Parte I): RI 14 (Viseu), RAL 4 (Leiria), BRT (Trafaria), T/T Niassa...



1. Começamos hoje a publicar uma seleção de fotos do álbum do nosso camarada, Luis Nascimento,  o ex-1º Cabo Operador Cripto Nascimento (também conhecido, na tropa por Assassan, +provavelmente do francês "assassin", assassino...) da CCaç 2533, Canjambari / Farim, 1969/71. As fotos foram-nos enviadas pelo email da sua neta, Jessica Nascimento em 1/10/2013. É um exemplo a registar, a aplaudir e a seguir.







2. O Luís Nascimento  está aqui "atabancado" desde finais de dezembro de 2008 (*). Continua a ser o único representante da CCAÇ 2533, companhia da qual de resto não temos tido notícias.  As fotos que hoje publicamos são-nos mandadas pelo email de Jessica Nascimento,  alguém familiar do Luís, camarada sobre o qual, de resto, não dispomos de informação sobre a sua vida na tropa... Pelas fotos (minimamente legendadas), sabemos que fez a recruta em 1968, no  RI 14, Viseu, e que passou  depois por outras undiades:  RAL 4 [ Regimento de Artilharia de Leiria] e depois BRT na Trafaria... (Parece que os nossos 1ºs cabos criptos parassavam, por estas duas unidades: o RAL 4 em Leiria, onde faziam o curso de escriturário; e depois o BRT - Batalhão de Reconhecimento de Transmissões,  na Trafaria, Almada, onde tiravam  o curso operador cripto teleimpressor... Ou não era assim ? ).

Presuno que em 24/5/1969, no mesmo dia que eu, o Luís Nascimento tenha embarcado no T/T Niassa com destino ao TO da Guiné, tendo nós desembarcado em Bissau em 30/5/1969... (e provavelmente viemos no mesmo navio, o T/T Uíge, em 17/3/1971)... Se assim for, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. É muita coincidência, camarada Luís Nascimento!

Ficam aqui alguns elementos informativos sobre a CCAÇ 2533, retirados, com a devida vénia, da página do nosso camarada e amigo Carlos Silva > Guerra na Guiné 63/74:

(i) Unidade Mobilizadora: BC 10,  Chaves
(ii) Comandante: Cap Inf Sidónio Martins Ribeiro
(iii) Partida: Embarque em 24/5/69; desembarque em 30/5/69

(iv) Regresso: Embarque em 17/3/71.

Síntese da Actividade operacional:

(v) Em 10/6/69, seguiu para Canjambari, a fim de realizar o treino operacional, de 3 a 17/6/69, sob a orientação do COP 3.

(vi) Em 19/6/69, assumiu a responsabilidade do respetivo subsetor de Canjambari, em substituição do pessoal restante da CArt 2340 e ouros efectivos ali colocados, temporariamente em reforço, ficando integrada no dispositivo e manobra do COP3 e depois BCaç 2879.

(vii) Para actuação nos corredores de Sitató e Lamel, destacou, por períodos variáveis, dois pelotões para;  (a) Cuntima, de 25/11/69 a 3/12/69 e 27/12/69 a 15/2/70;  e (b) Jumbembem, de 19 a 27/12/69, 23/3/70 a 10/4/70 e de 23/4/70 a 4/9/70, ambas no mesmo setor.

(viii) De 16 a 21/11/70, efecuou a rotação do seu efctivo com a CCaç 2681, deslocando-se para Farim, no mesmo setor, com a missão principal de contra penetração na linha de Lamel.

(ix) Em 20/2/71, foi substituída pela CCaç 14 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.












Fotos (e legendas) : © Luís Nascimento (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

(Continua)
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Nota do editor:

(*) Vd.poste de 20 de dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3656: Tabanca Grande (105): Luís Nascimento, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71)