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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12669: Notas de leitura (559): "Guerra Colonial - Uma História por contar", edição da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Externato Infante D. Henrique (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Agosto de 2013:

Queridos amigos,
É de todos sabido que o silêncio ou indiferença perante uma patranha de contornos revoltantes é manifestação de cobardia ou de espírito acomodatício a quem conhece o fundo e a forma da realidade infamada.
O assunto que vos ponho à reflexão é de como agir e denunciar uma declaração ignóbil, daquelas que serve de rastilho para olhar com preconceito o que foi a vida de um combatente em África.
A indignação, por si só, não leva a ponto nenhum. O que talvez fosse útil debater é como agir perante uma barbaridade como aquela que aqui vos conto.

Um abraço do
Mário


Guerra colonial: dissociar o fidedigno da patranha

Beja Santos

A Biblioteca da Liga dos Combatentes e a sua entusiasta responsável, a Teresa Almeida, é um local de grandes surpresas. Como esta publicação editada, em 1992, pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.

Na época, uma das linhas de modernidade da reforma educativa passava pelos projetos didático-pedagógicos que contribuíssem para cimentar uma relação mais estreita entre a escola e a comunidade.
Como se pode ler na apresentação do Presidente da Câmara:
“A memória de uma comunidade não pode ser apagada. Tem de ser permanentemente redescoberta para que o futuro do progresso e bem-estar que desejamos esteja isento de traumas, dramas… e tragédias”.
O trabalho foi desenvolvido por alunos de Antropologia Cultural do Externato Infante D. Henrique.
O professor diretamente envolvido esclarece:
“Muitos dos alunos são filhos de ex-combatentes que viveram e conheceram situações particulares de verdadeiro drama, são descortinarem com clareza as razões deste corredor cinzento da nossa História (…) Este trabalho traduz uma perspetiva vivida pelos protagonistas e figurantes de um acontecimento que marcou a nossa memória coletiva recente”.

Foram inquiridos ex-combatentes, entregaram aos alunos fotografias das suas vivências e comentaram-nas. Escolhi exclusivamente as três imagens que se referem explicitamente à Guiné.

A primeira tem a ver com a ida de um contingente que ia construir um novo quartel em S. João, em frente a Bolama. No decurso de uma flagelação, um soldado deixou cair o capacete, na ânsia do apanhar desceu da viatura e uma granada de mão feriu-o gravemente da cintura para baixo.


A segunda refere o ataque de 17 de Outubro de 1968 à base de Bissalanca. O inquirido refere que se encontrava no centro de mensagens do quartel-general. Chegara uma mensagem zulu da região de Bafatá, estava ali a decorrer um grande ataque inimigo, foi necessário ir à base de Bissalanca. Quando aqui se dirigiu, assistiu ao forte ataque à base aérea. Refere que houve sete vítimas mortais, do nosso lado, que houve feridos graves.



A terceira imagem reproduz-se na íntegra, tal é o desconchavo do que ali se diz. O inquirido refere que atacaram uma base inimiga junto ao Senegal e que despacharam milhares de inimigos. Como é evidente, num trabalho desta natureza um professor não pode confrontar a verdade das afirmações, se se ia fazer um quartel em S. João, se houve um ataque à base aérea de Bissalanca. Mas, creio eu, não pode ficar insensível à afirmação de “despachámos milhares de inimigos”, coisa que nunca aconteceu em nenhum teatro de operações nem podia acontecer, atendendo à natureza daquela guerra. Vamos supor que ninguém deu pela barbaridade ou aceitou a informação como plausível. É de questionar como tal declaração é percecionada pela opinião pública e os preconceitos que pode suscitar a patranha ou farronca de quem, entrevistado por gente inocente, se julga à vontade para proferir pesporrência. Vamos admitir que se trata de um caso isolado. Mas ninguém leu esta brochura que foi distribuída por uma autarquia, ninguém reagiu, ninguém se consternou com a gravidade da declaração ofensiva?



Assunto que nos devia fazer pensar, tanto quanto me parece.
A quem de direito.
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Nota do editor

Último poste da série de 31 de Janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12659: Notas de leitura (558): "Ideia Geral do Valor Estratégico do Conjunto Guiné-Cabo Verde e da Ilha de São Tomé", por Luís Maria da Câmara Pina (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11284: Convite (11): Museu da Guerra Colonial, a visitar em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão (António Teixeira)



1. Mensagem do nosso camarada António Teixeira (ex-Alf Mil da CCAÇ 3459/BCAÇ 3863 - Teixeira Pinto, e CCAÇ 6 - Bedanda; 1971/73) com data de 15 de Março, dando-nos a conhecer o Museu da Guerra Colonial situado em Ribeirão - Vila Nova de Famalicão:

Caro Carlos Vinhal
Com pedido de publicação
Grande abraço,
Antonio Henrique Teixeira




MGC - Museu da Guerra Colonial

No ùltimo encontro de Bedandenses do Norte que realizamos perto de Famalicão, tivemos a grata surpresa de sermos presenteados por um dos anfitriões, o ex-Fur. Miliciano José Augusto Carvalho, a este espaço fantástico que dá pelo nome de "Museu da Guerra Colonial".

Trata-se de um espaço que continua em constante transformação e que evoca através de diversos temas o que foi a presença portuguesa na chamada guerra de Africa. E tudo isto graças à carolice e boa vontade de uns poucos, que como nós, calcaram aquele chão.

Para além do material já exposto, este Museu tem também mantido um papel fundamental na divulgação daquilo que foi a nossa presença em Àfrica, sobretudo junto das gerações mais novas, que frequentemente em grupos escolares o visitam.

O Museu fica bem perto de Famalicão, na estrada que une esta cidade à Trofa, num local que se chama "Lago Discount", em Ribeirão. Logo à entrada, a presença imponente de uma "Panhard", como podem ver na foto abaixo, que em breve terá a companhia de um "Alouette" (O lugar já lá está reservado).

Quero aqui manifestar o meu reconhecimento a estes verdadeiros "entusiastas", que praticamente sem apoio algum, e sobretudo sem apoio oficial, tanto têm lutado para manter este espaço vivo e em constante evolução. Bem hajam.

Não quero colocar o nome aqui seja de quem for, pois corria o risco de me esquecer de alguém, o que seria uma grande injustiça. Fica no entanto o apelo para todos frequentam este blogue que quando passarem por aquelas bandas, façam uma visita porque garanto-vos que vão apreciar.

Junto algumas fotos do local.

Um grande abraço a todos
António Henrique Teixeira

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 23 DE AGOSTO DE 2011 > Guiné 63/74 - P8700: Convite (10): Os ex-combatentes, as alcunhas e as suas origens, no Programa da Manhã da TVI, dia 25 de Agosto de 2011

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9920: Agenda Cultural (202): No Dia Internacional dos Museus, inauguração e animação do Museu da Guerra Colonial, V. N. Famalicão





Página do portal do Município de Vila Nova de Famalicão




1. Segundo informação que nos mandou o camarada Carlos Pinheiro, através de notícia da Agência Lusa, o concelho de Vila Nova de Famalicão vai inaugurar hoje - Dia Internacional dos Museus -  os museus do Automóvel e da Guerra Colonial.


(...) "O Museu do Automóvel, resultado da parceria entre a Câmara de Famalicão, o Clube do Automóvel Antigo e Clássico daquele concelho e o Lago Discount, contará com cerca de meia centena de veículos, entre clássicos e modernos.  Alguns modelos, como o Fiat 500 e o Carocha, serão apresentados nas suas versões mais antiga e mais recente, com o objetivo de mostrar a evolução do design na indústria automóvel". (...)

Quanto ao  Museu da Guerra Colonial, "com uma área de 1.500 metros quadrados, contará com um auditório e três módulos principais.  Numa primeira fase, apenas abrirão ao público 500 metros quadrados com uma exposição de painéis que relatam a história da Guerra do Ultramar, abordando a cronologia, as operações militares, os horrores e ferimentos de guerra e a correspondência, entre outros temas (...). Numa fase inicial, o centro museológico abrirá mediante marcação prévia para receber visitas de grupo de escolas e outras associações. Posteriormente, abrirá em dias específicos, sempre com entrada livre.(VCP / Lusa)...



2. No portal da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, pode ler-se o seguinte:

"A história do Museu da Guerra Colonial começou a desenhar-se durante o ano lectivo de 1989/90, quando trinta alunos oriundos de várias freguesias dos concelhos de Vila Nova de Famalicão, Barcelos e Braga participaram num projecto pedagógico-didático conjunto a que chamaram 'Guerra Colonial, uma história por contar'.


"Através da metodologia da história contada oralmente, os alunos recolheram o espólio dos combatentes das suas áreas de residência. Surgiram então vários documentos como processos de morte e de ferido, correspondência, diários de companhia, diários pessoais, diários de acção social e psicológica, relatos e processos confidenciais, objectos de arte, fotografias, bibliografias, objectos religiosos, fardamento e armamento, enfim um manancial de fontes que permitiu, entre outras coisas, organizar uma exposição e nela reconstruir o "itinerário" do combatente português na guerra colonial.



"Em 1992, iniciou-se um trabalho de colaboração com a Delegação da Associação dos Deficientes das Forças Armadas de Vila Nova de Famalicão, em que foram efectuados novos estudos regionais com base nos arquivos e membros desta instituição, bem como foi ampliada a exposição com a integração de novos estudos e materiais. Como resultado desta colaboração, a exposição percorreu vários eventos culturais e várias localidades.


"Finalmente, em Maio de 1998, foi celebrado um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Delegação da ADFA de Famalicão e Externato D. Henrique de Ruilhe de Braga, que serviu de acto solene e formal para a criação do Museu da Guerra Colonial.


"O Museu rege-se pela recolha, preservação e divulgação de fontes e estudos, reformulação técnica da exposição permanente, constituição de um centro documental e o alargamento de novos estudos na região".


Fonte: Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão > Museu da Guerra Colonial


Contactos > Centro Coordenador de Transportes, Sala 1
Rua Henriques Nogueira
4760-038 Vila Nova de Famalicão

Espaço Museológico > Parque Lago Discount
Rua do Xisto
4760-727 Ribeirão

Telefone: 252 322 848 / 252 376 323 | Fax: 252376324
E-mail: info@adfa-famalicao.rcts.pt

Horário > Segunda a Sexta-feira: 09h30 - 12h00 e 14h00 - 19h00
Sábados: com marcação prévia.

Ingresso > Entrada Livre

Entidade Gestora >  Associação do Museu da Guerra Colonial



3. Programa do Dia Internacional dos Museus > Museu da Guerra Colonial, V.N. Famalicão


Museu da Guerra Colonial

Dia 18 Maio:

Início da Campanha - “Memória Viva de um Passado Recente”- Recolha de espólio relativo à Guerra Colonial para exposição no museu
Destinatários: Público em geral
Local: Museu da Guerra Colonial
Entrada gratuita

Dia 20 Maio:
38º Aniversário Delegação da ADFA de Vila Nova de Famalicão
- Encontro Nacional de Ex-Combatentes e Deficientes das Forças Armadas

Abertura do Museu ao público 
Destinatários: Público em geral
Hora: 10h30
Local: Museu da Guerra Colonial
Entrada gratuita

Visita ao Museu e homenagem aos ex- combatentes falecidos
Destinatários: Público em geral
Hora: 11h00
Local: Museu da Guerra Colonial
Entrada gratuita
.
Debate sobre o tema “O papel do Museu da Guerra Colonial e as suas perspetivas de futuro.”
Destinatários: Público em geral
Hora: 11h30
Local: Museu da Guerra Colonial
Entrada gratuita
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Nota do editor:

Último poste da série > 17 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9916: Agenda cultural (201): Conversas com Veteranos da Guerra Colonial. Sessões com o tema "Um objeto, um testemunho" (Museu Militar do Porto)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6424: E as Nossas Palmas Vão Para... (4): O Município de Vila Nova de Famalicão no Dia Internacional dos Museus, a que se associaram dez museus, públicos e privados, incluindo o Museu da Guerra Colonial

1. Excerto de notícia publicada no Portal do Município de Vila Nova de Famalicão: 

Cultura > Dez museus celebram Dia Internacional com programa diversificado
13-05-2009

Dez espaços museológicos públicos e privados do concelho de Vila Nova de Famalicão uniram-se para celebrar o Dia Internacional dos Museus, que se assinala no próximo dia 18 de Maio, sob o lema “Museus e Turismo”.

“É o programa de comemorações do Dia Internacional dos Museus mais diversificado de sempre e também aquele que regista a maior participação dos museus de Famalicão”, conforme salientou o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Armindo Costa, na apresentação do programa.

As comemorações, que arrancam já no próximo sábado, dia 16, e decorrem até dia 30, incluem diversas iniciativas como visitas guiadas aos espaços em roteiros de autocarro (serviço gratuito assegurado pelo município), peças de teatro, workshops, recitais de poesia, oficinas de escrita criativa e ateliês para crianças, entre outras.
Para Armindo Costa, “a grandeza e a qualidade das iniciativas previstas não acontecem por acaso”. E explicou: “Acontecem porque os museus famalicenses são espaços de memória viva, com actividade permanente, que fazem de Famalicão um exemplo nacional na preservação e dinamização dos seus espaços museológicos”.

Neste âmbito, segundo o autarca, hoje, Famalicão afirma-se no panorama cultural nacional através do trabalho desenvolvido na Casa-Museu de Camilo, que foi eleito “Melhor Museu Português”, em 2006, mas também através das actividades promovidas no Museu Bernardino Machado, dedicado ao antigo Presidente da República, no Museu do Surrealismo, no Museu da Indústria Têxtil e no Museu dos Caminhos-de-Ferro, entre outros.

“Estamos a falar de espaços de memória viva.” “Espaços que fazem de Famalicão uma terra das artes e da cultura” referiu o edil, salientando o “trabalho realizado pela Câmara Municipal, mas também a capacidade de iniciativa dos agentes culturais locais, de que os responsáveis pelos museus particulares são um bom exemplo”. (...)
 
Esta iniciativa  merece o nosso aplauso (*). Os museus do concelho de Famalicão que participam nas comemorações do Dia Internacional são os seguintes: 

Casa-Museu Camilo Castelo Branco; 
Museu Bernardino Machado; 
Museu Ferroviário; 
Museu da Indústria Têxtil; 
Museu da Fundação Cupertino de Miranda; 
Museu de Cerâmica da Fundação Castro Alves; 
Museu de Arte Sacra de S. Tiago de Antas; 
Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa; 
Museu do Automóvel Antigo; 
Casa-Museu Soledade Malvar; 
Museu Cívico, Cultural e Religioso de Mouquim.

2. Museu Guerra Colonial > Delegação local da ADFA

A história deste museu remonta ao ano lectivo de 1989/90, quando três dezenas de alunos,  oriundos de várias freguesias dos concelhos de Vila Nova de Famalicão, Barcelos e Braga,  participaram no projecto pedagógico-didáctico  "Guerra Colonial, uma história por contar". 

Através da metodologia da história de vida oral,  os alunos recolheram o espólio dos combatentes das suas áreas de residência. Surgiram então vários documentos como processos por morte e ferimentos em combate,  correspondência (cartas e aerogramas), histórias de unidades, diários pessoais, diários de acção social e psicológica, relatos e processos confidenciais, objectos de arte, fotografias, bibliografias, objectos religiosos, fardamento, armamento, etc. enfim todo um rico e diversificado manancial de fontes que permitiu, entre outras coisas, organizar uma exposição e nela reconstruir as "peugadas" do combatente português na guerra colonial (1961/74)

Em 1992, iniciou-se um trabalho de colaboração com a Delegação da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) de Vila Nova de Famalicão.Foram efectuados novos estudos regionais com base nos arquivos e membros desta organização. Foi ampliada a exposição com a integração de nova documentação e  materiais.   A exposição integrou diversos eventos culturais e percorreu várias localidades.
Por fim,  em Maio de 1998, foi celebrado um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Delegação da ADFA de Famalicão e Externato D. Henrique de Ruilhe de Braga, formalizando a criação do Museu da Guerra Colonial.

"O Museu rege-se pela recolha, preservação e divulgação de fontes e estudos, reformulação técnica da exposição permanente, constituição de um centro documental e o alargamento de novos estudos na região".

Localização: 
Centro Coordenador de Transportes, 
Sala 1, 
Rua Henriques Nogueira, 
4760-038 Vila Nova de Famalicão

Ingresso: Entrada Livre 
Horário: De 2ª a 6ª feira,  09h30 - 12h00 e 14h00 - 19h00
(Sábado, só com marcação prévia)
Contactos: Tel. 252 322848 e 252 376323
E-mail: info@adfa-famalicao.rcts.pt 
Sítio: Delegação local da ADFA 

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Nota de L.G.:

(*) Último poste desta série > 24 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 – P5005: E as Nossas Palmas Vão Para... (3): Medalha de Prata de Serviços Distintos, com Palma (José Martins)