Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)
A. SONDAGEM: "CAMARADA, TINHAS MÁQUINA FOTOGRÁFICA NO TO DA GUINÉ ? (RESPOSTA MÚLTIPLA)
1. Nunca tive máquina no CTIG > 32 (23,7%)
2. Já levei uma, da metrópole > 33 (24,4%)
3. Comprei lá uma > 70 (51,9%)
4. Às vezes emprestavam-me uma máquina ou tiravam-me fotos > 13 (9,5%)
5. Tínhamos um "fotógrafo de serviço" > 29 (21,5%)
6. Tenho bastantes fotos a preto e branco > 49 (36,3%)
7. Tenho bastantes “slides” > 16 (11,9%)
8. Tenho algumas fotos e/ou "slides" > 61 (45, 2%)
9. Não tenho fotos e/ou "slides"> 0 (0,0%)
Votos apurados: 135
Período de votação: de 2 a 8 de dezembro de 2014
B. Comentário de LG:
Esta é provavelmente a última "sondagem" do ano.
O termo (do francês "sondage", ato ou efeito de sondar, pesquisar, procurar, explorar, através de uma sonda...) nem sempre é bem entendido. Na realidade, trata-se de um inquérito ("survey", em inglês) a uma amostra da população que lê o nosso blogue, com destaque para os ex-combatentes da guerra colonial na Guiné.
Trata-se de um funcionalidade posta à nossa disposição pelo servidor, o "Blogger", onde está alojado o nosso blogue. A "sondagem" é usada para conhecer sobretudo opiniões, intenções, perceções, mas também obter informações, conhecimentos, factos, etc.
O problema (metodológtico) desta técnica da investigação é que não sabemos, com rigor, quem são os elementos que respondem, e muito menos qual é a nossa "população". A "sondagem" só permite a formulação de um pergunta, e esta tenm de ser de resposta fechada. O respondente escolhe um ou mais respostas de um lista que é lhe apresentada...
Temos dito, mais de um vez, que o nosso propósito não é "científico" e que não é "legítimo" extrapolar-se os resultados apurados para a "população" dos nossos leitores e, muito menos ainda, para o "universo" dos antigos combatentes da guerra colonial na Guiné...
Dito isto, estas "sondagens" não deixam de ter a sua utilidade, na medida em que nos permitem identificar problemas e desenvolver temas, pouco ou nada tratados no nosso blogue... E sobretudo são um meio de incentivar, de tempos a tempos, a participação dos nossos leitores, fazendo apelo à sua memória... Claro que não podemos "usar e abusar" da sua santa paciência e boa vontade... Embora a "sondagem" seja pública, aberta a todos/as os/as nossos/as leitores/as, há um primeiro convite que é feito através de mail enviado, internamente, a todos os membros da Tabanca Grande, com endereço de email atualizado e ativo (mais de seis centenas)...
Foi o caso da pergunta da semana anterior sobre as máquinas fotográficas que tínhamos ou não no TO da Guiné... Desta vez tivemos um total de 135 respostas à pergunta "Camarada, tinhas uma máquina fotográfica no TO da Guiné ?".... A perguna era de resposta múltipla,,,
A meio deste processo de auscultação , costumamos fazer sempre um apelo à participação dos nossos camaradas que, em princípio, são os únicos elegíveis. O teor do nosso apelo procura ser empático e mobilizador:
(...) "É importante para todos nós que respondas à nossa sondagem. E se tens fotografias, a preto e branco, ou a cores, contacta-nos. Queremos conhecê-las e divulgá-las. Não deixes que as tuas recordações vão para o lixo. Não deixes que te tratem como lixo. Manda, além disso, uma mensagem, aproveitando para fazer a tua prova de vida. Podes mandar, em anexo, uma ou mais fotos do teu álbum, digitalizadas" (...)
Atendendo à época do ano (estamos já no início da época natalícia), o nº de respondentes não é desencorajador... Mas os resultados também não nos surpreenderam... Quem participa, quem responde, é quem tem algo a dizer sobre esta matéria, quem tem fotos, quem se interessa fotografia, quem já publicou fotos no blogue, etc.
Neste caso, mais de metade dos respondentes (cerca de 52%) dissseram-nos que tinham comprado um máquina fotográfica já no TO da Guiné (ou, nalguns casos, a bordo do navio que os levou até ao território)...
Recorde-se que a malta começava a gastar o "patacão da guerra" ainda antes de embarcar nos Uíges, Niassa, e outros gloriosos navios da nossa marinha mercante, requisitados e adaptados como T/T (transporte de tropas)... Comprava-se roupa e outros géneros de uso pessoal que nos poderíam ser úteis num destino deconhecido, e a alguns milhares de quilómetros de distância de casa...
Já na Guiné, havia, nalgumas das principais povoações (Bissau, Bafatá, Nova Lamego, Mansoa, Teixeira Pinto...), um comércio florescente, em geral nas mãos de libaneses, mas também de vendedores ambulantes, djilas, de etnia futa-fula, onde era possível adquirir diversos artigos de importação, incluindo máquinas fotográficas, para uso amador, dos últimos modelos e de marcas de prestígio (Olimpus, Yashica, Canon, Pentax, Kodak...), a preços imbatíveis (quando comparados com os da metrópole).
Um em cada quatro dos respondentes já trazia máquina de casa... Afinal, embora a viagem à Guiné não fosse propriamente um cruzeiro turístrico, sempre era um destino "exótico"... Tiravam-se fotografias, em geral a preto e branco, para "mais tarde recordar" e para ir alimentando a saudade...
Outros tantos (c. 24%) responderam, que nunca tiveram máquina fotográfica no TO da Guiné... Na realidade, eram a maioria e estão subrerrepresentrados nesta amostra de conveniência. Mas têm fotografias, tiradas pelos outros ou compradas ao "fotógrafo de serviço" que havia sempre em todas as unidades ou subunidades... (Foi , de resto, um negócio para alguns que, inclusive, revelavam fotos no mato, em estúdios improvisados).
Mais de um terço dos respondentes (36%) tem "bastantes fotos a preto e branco"... As fotos a cor ainda eram um luxo, ficavam caras, e a qualidade não era famosa. O mesmo se passava com os diapositivos ou "slides" que tinham de ser enviados para o estrangeiro (Suécia, por exemplo)... Só cerca de 12% dos respondentes diz que tem "bastantes slides" guardados em casa...
O mais importante é que não há ninguém que diga que não tem nehuma foto do tempo da Guiné... Quando mais fosse, compravam-se e escreviam-se "postais ilustrados"...