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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14030: A minha máquina fotográfica (12): Ainda tenho, operacional, a minha Fujica Compact S, comprada em finais de 1972, em Bissau (Armando Faria, ex-fur mil, MA, CCAÇ 4740, Cufar, 1972/74)

















Guiné > Região de Tombali > Cufar > CCAÇ 4740 (1972/74) > Fotos, sem legenda, do álbum do Armando Faria

Fotos: © Armando Faria (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



1. Mensagem de Armando Faria   [ex-fur mil, MA, CCAÇ 4740, Cufar, 1972/74]



Data: 9 de dezembro de 2014 às 20:02
Assunto: A minha máquina fotográfica


Boa tarde,  camaradas e amigos.

Ao vosso desafio junto hoje um pouco das minhas memorias neste tempo que nos é dado viver, FELIZ NATAL.

Esta minha máquina [, Fujica Compact S, lançada por volta de 1970, ] foi comprada em Bissau, em dezembro de 1972, e completada depois com os restantes acessórios.

A ela foi dado muito uso, pessoal, centenas de fotos e slides que ainda hoje fazem parte das minhas memórias, são eles "local" de visita.

Foi com ela que registei momentos de muita alegria e outros menos bons, os acontecimentos de 2 Março de 1974, em Cufar, dois rolos de slides que nunca me foram devolvidos.

Ainda hoje está apta a desempenhar o seu papel e tenho em reserva um rolo para tal fim, talvez venha a ser usada num encontro de "velhos" combatentes.

Hoje envio, como as fotos "dela",  algumas fotos e slides que deixo ao vosso critério a sua publicação.



Galhardete da CCAÇ 4740 (Cufar, 1972/74) cuja duvisa era !"Antes morrer livres que em paz sujeitos"


Com os votos de um FELIZ NATAL daqui vai um abraço do tamanho do Cumbijã.

Armando da Silva Faria
Furriel Miliciano da CCAÇ 4740
Cufar – Guiné 1972/74

domingo, 14 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14024: A minha máquina fotográfica (11): Tive uma Olympus Pen FT, comprada nos Açores, a meio da comissão (J. Crisóstomo Lucas, ex alf mil op esp, CCÇ 2617, "Magriços de Guileje", Pirada, Paunca, Guileje, 1969/71)


A Olympus Pen FT lançada no mercado em 1966 (Foto: cortesia da Olympus)


1. Mensagem de José Crisóstomo Lucas [. ex alferes mil op esp,  CCAÇ 2617, Magriços de Guileje, Pirada, Paunca, Guileje, 1969/71]


Data: 8 de dezembro de 2014 às 11:38

Assunto: Sondagem: Tinhas máquina fotográfica no TO da Guiné ?


Meu Caro:

Máquina fotográfica só tive a meio da comissão,  mais propriamente em Guileje,

Um dos furriéis trouxe-me uma Olimpus Pen FT dos Açores. Tenho fotos para enviar,  mais propriamente umas centenas de slides e o que tenho a preto e branco fomos nós que revelámos, ou seja muito preto e pouco branco!!!!

Uma aventura com papel comprado no Técnico e um ampliador feito por nós com uma máquina de fole comprada na Feira da Ladra ! No fim de um mês conseguimos revelar uma foto, Grande festa! .

Por ex., ninguém tinha a noção dos tempos de revelação... A partir deste feito /(mais importanet que o ataauye a Conacri) o pessoal passou a ter revelações à borla

Mais uma aventura no TO,  a nossa 1ª foto !

Um abraço

J. C. Lucas
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Nota do editor:

Último poste da série >13 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14021: A minha máquina fotográfica (10): Cerqueira, a Olympus Pen D3 que tens há 40 anos para entregar a um furriel da CCAÇ 13, a pedido do libanês Alfredo Kali, de Bissorã, deve ser do Alberto de Jesus Ribeiro, de Estremoz ( Carlos Fortunato, ex-fur mil trms, CCAÇ 13, Os Leões Negros, Bissorã, 1969/71; presidente da direcção da ONG Ajuda Amiga)

sábado, 13 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14021: A minha máquina fotográfica (10): Cerqueira, a Olympus Pen D3 que tens há 40 anos para entregar a um furriel da CCAÇ 13, a pedido do libanês Alfredo Kali, de Bissorã, deve ser do Alberto de Jesus Ribeiro, de Estremoz ( Carlos Fortunato, ex-fur mil trms, CCAÇ 13, Os Leões Negros, Bissorã, 1969/71; presidente da direcção da ONG Ajuda Amiga)


1. Mensagem que mandei ontem ao Carlos Fortunato, com conhecimebto ao Henrioque Cerqueira, a propósito de uma Olympus Pen D3,  de um furriel, Guerreiro, da CCAÇ 13:

 Carlos:

Saúde!... Dá uma vista de olhos a este mail e vê se podes ser útil ao nosso camarada Cerqueira, que também esteve na tua CCAÇ 13, em Bissorâ, na parte final da guerra...

Ele anda à procura do fur mil Guerreiro, algarvio, que veio antes dele... Tem uma encomenda para lhe entregar, há 40 anos... Pode ser que tu tenhas alguma pista, já que vais a Bissorã todos os anos e conheces muita malta da CCAÇ 13...

Entretanto, como estão as coisas este ano ? O contentor sempre vai seguir ? Dispõe do blogue para dar notícias da Ajuda Amiga...

Bons augúrios para 2015. Luis



2. Resposta de hoje de manhã do Mensagem de Carlos Fortunato  [ ex-fur mil trms, CCAÇ 13, Os Leões Negros, Bissorã, 1969/71, e presidente da direcção da ONG Ajuda Amiga]  ao Henriqu Cerqueira, com conhecimento ao editor LG, em resposta aos mails que me mandei ontem;

 De: Carlos Fortunato 

Data: 13 de dezembro de 2014 às 06:26

Assunto: Máquina Olympus de Furriel da CCaç 13

 Cerqueira: O Luís Graça deu-me a conhecer o teu email sobre a Olympus
 do furriel Guerreiro, mas não existia nessa altura nenhum furriel
Henriqiue  Cerqueira
 Guerreiro, existiam 2 furriéis do Algarve,  o Eduardo Coelho Silva, mais conhecido por Eduardo, e o José Teodoro Cabrita Vieira, mais conhecido pelo "Russo".

Se a memória não me falha (e às vezes falha nalgumas coisas), o único que tinha essa máquina era o furriel Alberto de Jesus Ribeiro, mais conhecido por Ribeiro, era uma máquina excelente, creio que a comprou em Bissau, tirava melhores fotos que a minha que era mais sofisticada, e que até tinha um sistema reflex, comprei-a em 2º mão em Lisboa.

Infelizmente o Ribeiro perdeu as fotos que tirou.

No último almoço da Ccaç 13 a que fui,  até perguntei ao Ribeiro pela máquina fotográfica, mas já não me lembro bem da resposta, mas creio que foi que ela se avariou.

Não me lembro de ninguém com o nome Guerreiro na CCaç 13 (qualquer que fosse o posto), nem nas minhas listas da CCaç 13 tenho alguém com esse nome.

Por isso tens a minha hipótese de que essa máquina é do Ribeiro (o som do nome até é parecido), mas ele não é do Algarve, creio que é de Estremoz, no entanto o "Russo",  que também era furriel no mesmo pelotão (1º pelotão da Ccaç 13), era do Algarve e talvez na conversa que tiveste com o Alfredo [Kali] ela tinha ido parar ao Algarve.

O fato de ele a dar ao Alfredo faz sentido, pois o Alfredo ia frequentemente a Bissau, coisa que nós não podíamos fazer, e como ela tinha sido comprada em Bissau, o Ribeiro teria tentado acionar uma eventual garantia ou reparação.

O comerciante Alfredo [Kali] continua vivo, quando lá fui este ano em Março/Abril, disseram-me que estava em casa, ele não está lá sempre, tinha lá ido por causa do negócio do cajú, fui a casa dele à tarde [, em Bissorã,] mas disseram-me que estava a fazer a sesta, e depois não tive tempo de lá voltar outra vez, pelo que não falei com ele.

Não tenho email do Ribeiro,  nem dos restantes, mas fica aqui o telefone (919 364 941). Nos emails que trocámos anteriormente,  não sei se ficaste com o do Adriano Silva, que era do pelotão do Eduardo, por isso vou encaminhar este email também para ele, pois ele pode esclarecer se o Eduardo tinha alguma máquina Olympus, é ele quem organiza o próximo almoço da CCaç 13.

Lembro-me de me dizeres que estiveste pouco tempo na CCaç 13, mas aparece no próximo almoço da CCaç 13 e podes falar com o Ribeiro, e entregar-lhe a máquina, ele costuma aparecer.

O almoço da CCaç 13 é sempre no último sábado do mês de Maio.

Um abraço

Carlos Fortunato
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Nota do editor:

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14018: A minha máquina fotográfica (9): a minha "arma de recordações" era uma Chinon M-1... E também tenho uma Olympus Pen D3, à espera, há 40 anos, de ser entregue ao seu dono: o ex-fur mil Guerreiro, da CCAÇ 13, algarvio de Boliqueime, tanto quanto sei... Ele por favor que me contacte... Foi o libanês Alfredo Kali que me encarregou da encomenda... (Henrique Cerqueira, ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, e CCAÇ 13, Bissorã, 1972/74)



Esta foto foi tirada pelo Guerreiro, ex-fur mil, CCAÇ 13, que terminou a sua comissão antes do 25 de abril de 1974, e cujo paradeiro o Henrique Cerqueira desconhece (, presumindo-se que viva no Algrave, takvez em Boliqueime). Esta foto tem como centro a máquina do Henrique Cerqueira, a Chinon M-1, e as fotos por ela tiradas... muitas delas já publicadas no blogue. Destaque para a esposa, Maria Dulcineia (NI) e para o filho Nuno que estiveram alguns meses na Guiné com o nosso camarada...


Uma Olympus Pen D3, igual à do Guerreiro...  Uma máquina lançada em 1965. (Fonte:Cortesia da Wikipedia)


Chinon M-1, japonesa, de c. 1972 (segundo informação da Camerapedia Wiki). 


Foto: © Henrique Cerqueira (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]


1. Mensagem, com data de 8 do corrente, do  Henrique Cerqueira [ex-fur mil, 3.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/72, Biambe e Bissorã, e CCAÇ 13, Bissorã, 1972/74; casado com a Maria Dulcinea (NI), também nossa grã-tabanqueira]



Camarada Luís Graça.

Não resisti enviar umas fotos da minha “arma” de recordações da Guiné e ao mesmo tempo fazer a minha “prova de vida”, tal como solicitaste .

Mando assim em anexo duas fotos da minha máquina que ainda hoje a preservo com muito carinho e tentei compor um pouco a imagem com algumas fotos tiradas na altura . Por tal espero assim contribuir um pouco para o relembrar os nossos feitos fotográficos que cada um o ia fazendo conforme as possibilidades que tinha no terreno.

Luís,  foi muito bom que trouxesses este tema porque tenho que te pedir se é possível publicar neste poste um apelo que tem tudo a ver com o tema.

Então é assim: No final da comissão e talvez em junho de 1974,  quando nos preparávamos para regressar, o Alfredo Kali, m comerciante libanês que estava em Bissorã (parece que ainda está), veio pedir-me que trouxesse uma máquina fotográfica “ Olympus” para entregar a um ex-camarada que tinha regressado á metrópole mais cedo e tinha deixado essa máquina a reparar no Alfredo,  com a esperança que ele a enviasse por correio. Mas, e segundo o Alfredo, naquela altura do 25 Abril e com alguma confusão á mistura,  ele  recebeu a máquina de Bissau (por sinal sem reparação da avaria) e, como havia alguma amizade entre nós, ele me pediu se a entregava quando chegasse a Portugal.

Entretanto ficou de me dar a morada desse meu camarada e nunca a deu . Regressei e nunca consegui entrar em contacto com o meu camarada .

Hoje temos o nosso blogue e o Facebook... Na esperança que leia um destes meios e com este tema tão a propósito eu te peço que,  se possível,  publiques este meu pedido .

Bom,  falta pelo menos tentar identificar o meu ex-camarada, dono da Olymopus Pen D3:

Era:

(i) furriel miliciano na CCAÇ 13;

(ii) regressou á Metrópole antes de Abril de 74 (já não me lembro quando…);

(iii)   o seu nome é GUERREIRO (só o conhecia por este nome);

(iv)  natural do Algarve;

 e (v) penso que vivia em BOLIQUEIME.

Ei sei que estes dados são muito escassos, mas a ideia é que se o próprio conseguir ler este apelo e estabelecermos contacto, as coisas se tornarão mais claras.

Gostaria tanto de,  ao fim de 40 anos,  conseguir entregar a máquina ao eu dono. Em anexo envio a foto da máquina que é a Olympus Pem D3. A outra é uma Chinon é a minha.

Luís um abraço e obrigado. Henrique Cerqueira

Nota: a foto P1010311 é a do Guerreiro.

2. Comentário de L.G.:

Henrique, obrigado. A tua história merece ser divulgada. Vamos fazer tudo para encontrar o Guerreiro. És um homem do norte, de grande nobreza de carácter. Um bom Natal e um melhor ano, para ti, a Ni, o Nuno e demais família. LG

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P14012: A Minha Máquina Fotográfica (8): A minha era uma AGFA Silette I que comprei em Bissau antes de me ir cobrir de glória na região de Cacine, corria o auspicioso ano de 1968 (António J. Pereira da Costa, cor art ref, ex-alf art, CART 1692, Cacine, 1968/69; ex-cap art, CART 3494, Xime, e CART 3567, Mansabá, 1972/74)



Guiné > Região de Tombali > Cameconde > 1968 > O disparo do obus 8.8, à noite




A alemã AGFA Silette I, introduzida no mercado em 1962


Foto: © António J. Pereira da Costa (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]




1. Mensagem doi nosso camarada António J. Pereira da Costa


[foto à esquerda com a enf para Ivone Reis em Cacibe, 1968; cor art ref, ex-alf art, CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art, CART 3494/BART 3873, Xime eMansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74]

Data: 9 de dezembro de 2014 às 14:58

Assunto:  A Minha Máquina Fotográfica


Olá, Camaradas. Tenho estado a ver as vossas "máquinas" e, sinceramente, sinto-me muita pobrezinho.

A minha era uma AGFA Silette I que comprei em Bissau antes de me ir cobrir de glória na região de Cacine, corria o auspicioso ano de 1968.

Não me lebro do nome da loja nem onde ficava e, mais tarde vim a saber que a Olympus Pen (japonesa) é que era a tal...

Tinha um flash que funcionava a lâmpadas de magnésio (uma para cada foto) e era accionado por uma pequena pilha. Fazia boas fotos como podem ver.

Fazia fotos entre 1m e 8m e, depois era o infinito.

Tinha uma opção especial para a cara.


Um Abraço do

António J. P. Costa

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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14009: A minha máquina fotográfica (7): Comprei a um gila em Teixeira Pinto, em 2/11/1973, uma Minolta SRT 101, por 5850$00 (António Graça de Abreu, ex-alf mil, CAOP1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14009: A minha máquina fotográfica (7): Comprei a um gila em Teixeira Pinto, em 2/11/1973, uma Minolta SRT 101, por 5850$00 (António Graça de Abreu, ex-alf mil, CAOP1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)



Minolta SRT 101, c. 1968. (Imagem reproduzida com a devida vénia do portal Camerapedia Wikia)


1. Um excerto do livro de memórias do nosso camarada António Graça de Abreu, enviado por ele no passado dia 8:


[Foto à direita: O alf mil António Graça de Abreu CAOP 1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74), de G3 e máquina fotográfica, Minolta,  na estrada Mansoa-Porto Gole, 1973. Foto de António Graça de Abreu, ]



Teixeira Pinto, 2 de Novembro de 1972


Comprei uma máquina fotográfica. Ontem ao fim da tarde vinha eu a entrar no quartel de jipe – tinha ido levar um piloto à pista – e os soldados que estavam de guarda mandaram-me parar. À porta encontrava-se um tipo preto à espera do alferes Abreu, com uma máquina fotográfica para vender. A notícia de que eu queria comprar uma máquina já havia chegado lá fora. O rapaz mostrou-me o aparelho, era uma Minolta SRT 101, uma das câmaras mais completas da Minolta. 

Indaguei a sua proveniência. Fora trazida da Gâmbia por um “jila”. Os “jilas” são uns indivíduos de tez mais clara, rosto triangular e túnicas brancas que fazem comércio, uma espécie de contrabando legal entre a Gâmbia – um pequeno país encravado no Senegal, – e a Guiné. A máquina fotográfica parecia impecável, ainda metida nos estojos abertos por mim. 

O homem pediu-me 6. 500$00. Disse que ia já resolver o assunto, peguei na máquina e vim aqui ao quartel falar com um furriel e com o Tomé, mais entendidos em aparelhos fotográficos do que eu. Miraram, remiraram e disseram-me “compra, vale a pena, isso é novíssimo e em Lisboa custa mais de dez contos.” 

Voltei ao africano, ofereci-lhe 5.750$00, ele começou a descer, 6.300$00, 6.200$00, 6.000$00. Disse-lhe que lhe dava 5.850$00, era pegar ou largar. Acabei por comprar a máquina fotográfica por este preço, agora estou equipado com um autêntico canhão para tirar as fotografias que quiser. Não só palavras para o retrato do quotidiano, vou ter mesmo os outros retratos, a imagem, o testemunho impresso do olhar.


Em Diário da Guiné, Lisboa, Guerra e Paz Editores,, 2007, pag. 62 e 63 [, imagem da capa, à esquerda]. [Fixação de texto: LG]



Guiné > Região de Tombali > Cufar > CAOP1 > 1973  > O António Graça de Abreu, no aeroporto de Cufar, em Dezembro de 1973, posando junto a umn heli, Allouette III. No mês anterior, o aquartelamento de Cufar tinha sofrido uma flagelação com foguetões 122, e um ataque com RPG [lança-granadas foguete] e armas automáticas, nas proximidades do arame farpado... Dezete meses depois do início da sua comissão, o nosso camarada recebia finalmente o seu baptismo de fogo.  

Foto: © António Graça de Abreu (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]

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Guiné 63/74 - P14008: A minha máquina fotográfica (6): (i) levei da metrópole um "caixote" Kodak; e (ii) em Bafatá comprei uma Franka Solida Record, alemã (José Colaço, ex-sold trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)




A Kodak Brounie Reflex, "made in England" (c.1946)


Franka Solida Record, uma câmara fotográfica alemã dos anos 50

Foto: © José Colaço (2014). Todos os direitos reservados [ Edição: LG]


1. Mensagem, com data de 8 do corrente,  de José Colaço [ex-sold trms, CCAÇ 557,
CachilBissau e Bafatá, 1963/65]


Caro Luís.

Quem possuía uma máquina fotográfica nos anos 60,  nessa altura 1963/65.  de certeza que tem estórias para contar que davam para escrever um livro. Vou-me abster dessas estórias e tentar apresentar um pouco das fotografias que essas máquinas me deixaram como recordação.

Da primeira que levei da Metrópole,  não tenho a foto dela mas recorri ao site da Kodak e reproduza acima um modelo, a Kodak Brownie Reflex,  com a devida vénia foto. Creio que era esta,  se não é,  era uma prima irmã,  como dizem na minha terra.

Junto envio, em anexo, mais de um dúzia de fotos do "caixote" Kodak. [A publicar, em poste aparte, oportunamente].


Castro Verde > 1963 > Uma foto do "caixote" Kodak:  "Eu,  o segundo de fato e gravata,  e os meus três amigos, no jardim de Castro Verde,  nossa terra natal, os quatro  mobilizados para a guerra, eles para Angola e Moçambique, eu para a Guiné...  Foi na altura de gozar a semana de férias e despedida da  família e amigos."


Guiné > Região de Tombali > Cachil > CCAÇ 557 (CachilBissau e Bafatá, 1963/65) >  Oura foto fo "caixote" da Kodak: "Eu no posto rádio do Cachil".

Fotos (e legendas): © José Colaço (2014). Todos os direitos reservados [ Edição: LG]
 
Por último a [Franka] Sólida Record que comprei em Bafatá com a colaboração de um amigo que arranjei em Bafatá,  era o chefe do serviço meteorológico e que,  como amigo,  também me fez a proposta de venda da sua pistola 6,35. Dizia-me ele "se eles têm metralhadoras, para que é que isto serve ?";  e comentava a seguir: "eu tenho é que me dar bem com Deus e o Diabo".

Sei que era uma compra barata,  tendo em conta o valor do mesmo mas, como o dinheiro não é nem era de elástico, tive que refrear as compras. Além disso também pensei que o pessoal vinha todo um pouco cacimbado,  outros mais apanhados do clima e eu não iria fugir à regra,  com uma pistola no bolso ainda me passava e dava um tiro em alguém por dá aquela palha e arranjava problemas de difícil resolução.

Quanto à publicação o critério é vosso,  é mais para arquivo do blogue.

Um abraço

José Colaço

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14006: A minha máquina fotográfica (5): (i) comprei a minha Yashica Linx 5000 em Bissau por 3 contos; (ii) e que tal criar-se um museu de máquinas fotográficas de guerra? (Manuel Coelho, ex-fur mil trms, CCAÇ 1589, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68)


 A Yashica Linx 5000 que apareceu no mercado em 1962


Fotos: © Manuel Caldeira Coelho (2014). Todos os direitos reservados [ Edição: LG]



1. Mensagem de Manuel Coelho (ex- fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68) 



Data: 9 de dezembro de 2014 às 17:03

Assunto: máquina fotográfica


Quando cheguei a Bissau adquiri (com a "massa" que me adiantaram para fardamento), uma Yashica Linx 5000 na firma Soda Freres, máquina já relativamente evoluída, com regulação manual de abertura, velocidade e telémetro. Preço = 3.000$00;

Com ela tirei algumas centenas de fotos muitas das quais já constam do blogue nos postes de  CC1589 e Madina do Boé.

Infelizmente durante uns meses esteve avariada com o diafragma encravado pelo que teve de ir ao Japão para reparação.

Mesmo em Madina do Boé, quando fora da época das chuvas permitia aterrar a DO, enviava os rolos para revelação ao laboratório Iris em Bissau.

 Será má ideia pensar em museu das máquinas fotográficas de guerra?

 Abraço, bom Natal para todos.






Guiné > Região de Gabu > Madina do Boé > CCAÇ 1589  (1966/68)  > (i) os dois irmãos; (ii) o "menino-soldado"... Duas das mais fantásticas fotos do álbum do Mnauel Coelho, o fotógrafo de Madina do Boé...


Fotos: © Manuel Caldeira Coelho (2014). Todos os direitos reservados [ Edição: LG]

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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13995: A minha máquina fotográfica(4): (i) Comprei em Cabo Verde uma Yashica Electro 35 a um primeiro srgt que se dedicava ao contrabando; e (ii) improvisei um estúdio de fotografia (José Augusto Ribeiro, ex-fur mil da CART 566, Cabo Verde, Ilha do Sal, outubro de 1963 a julho de 1964, e Guiné, Olossato, julho de 1964 a outubro de 1965)

Guiné 63/74 - P14001: Inquérito online sobre máquinas fotográficas e fotografia: resultadios finais (n=135): mais de metade comprou um máquina durante a comissão... Mas só 12% dizem que têm "bastantes slides" (um luxo para a época)... Em contrapartida, não há ninguém que não tenha uma foto daquela terra verde-rubra...





Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)


A. SONDAGEM: "CAMARADA, TINHAS MÁQUINA FOTOGRÁFICA NO TO DA GUINÉ ? (RESPOSTA MÚLTIPLA)

1. Nunca tive máquina no CTIG  > 32 (23,7%)
2. Já levei uma, da metrópole > 33 (24,4%)
3. Comprei lá uma >  70 (51,9%)
4. Às vezes emprestavam-me uma máquina ou tiravam-me fotos >  13 (9,5%)
5. Tínhamos um "fotógrafo de serviço"  > 29 (21,5%)
6. Tenho bastantes fotos a preto e branco > 49 (36,3%)
7. Tenho bastantes “slides”  > 16 (11,9%)
8. Tenho algumas fotos e/ou "slides" > 61 (45, 2%)
9. Não tenho fotos e/ou "slides"> 0 (0,0%)

Votos apurados: 135
Período de votação: de 2 a 8 de dezembro de 2014


B. Comentário de LG:

Esta é provavelmente a última "sondagem" do ano.

O termo (do francês "sondage", ato ou efeito de sondar, pesquisar, procurar, explorar, através de uma sonda...) nem sempre é bem entendido. Na realidade, trata-se de um inquérito ("survey", em inglês) a uma amostra  da população que lê o nosso blogue, com destaque para os ex-combatentes da guerra colonial na Guiné. 

Trata-se de um funcionalidade posta à nossa disposição pelo servidor, o "Blogger", onde está alojado o  nosso blogue. A "sondagem" é usada para conhecer sobretudo opiniões, intenções, perceções, mas também obter informações, conhecimentos,  factos, etc. 

O problema (metodológtico) desta técnica da investigação é que não sabemos, com rigor,  quem são os elementos que respondem, e muito menos qual é a nossa "população". A "sondagem" só permite a formulação de um pergunta,  e esta tenm de ser de resposta fechada. O respondente escolhe um ou mais respostas de um lista que é lhe apresentada... 

Temos dito, mais de um vez, que o nosso propósito não é "científico" e que não é "legítimo" extrapolar-se os resultados apurados para a "população" dos nossos leitores e, muito menos ainda, para o "universo" dos antigos combatentes da guerra colonial na Guiné...

Dito isto, estas "sondagens" não deixam de ter a sua utilidade, na medida em que nos permitem identificar problemas e desenvolver temas, pouco ou nada tratados no nosso blogue... E sobretudo são um meio de incentivar, de tempos a tempos,  a participação dos nossos leitores, fazendo apelo à sua memória... Claro que não podemos "usar e abusar" da sua santa paciência e boa vontade... Embora a "sondagem" seja pública, aberta a todos/as os/as nossos/as leitores/as, há um primeiro convite que é feito através de mail enviado, internamente, a todos os membros da Tabanca Grande, com endereço de email atualizado e ativo (mais de seis centenas)...

Foi o caso da pergunta da semana anterior sobre as máquinas fotográficas que tínhamos ou não no TO da Guiné... Desta vez tivemos um total de 135 respostas à pergunta "Camarada, tinhas uma máquina fotográfica no TO da Guiné ?".... A perguna era de resposta múltipla,,,

 A meio deste  processo de auscultação , costumamos fazer sempre um apelo  à participação dos nossos camaradas que,  em princípio, são os únicos elegíveis. O teor do nosso apelo procura ser empático e mobilizador:

 (...) "É importante para todos nós que respondas à nossa sondagem. E se tens fotografias, a preto e branco, ou a cores, contacta-nos. Queremos conhecê-las e divulgá-las. Não deixes que as tuas recordações vão para o lixo. Não deixes que te tratem como lixo. Manda, além disso, uma mensagem, aproveitando para fazer a tua prova de vida. Podes mandar, em anexo, uma ou mais fotos do teu álbum, digitalizadas" (...)


Atendendo à época do ano (estamos já no início da época natalícia), o nº de respondentes não é desencorajador... Mas os resultados  também não nos surpreenderam... Quem participa, quem responde, é quem tem algo a dizer sobre esta matéria, quem tem fotos, quem se interessa fotografia, quem já publicou fotos no blogue, etc.

Neste caso, mais de metade dos respondentes (cerca de 52%) dissseram-nos que tinham comprado um máquina fotográfica já no TO da Guiné (ou, nalguns casos, a bordo do navio que os levou até ao território)...

Recorde-se que a malta começava a gastar o "patacão da guerra" ainda antes de embarcar nos Uíges, Niassa, e outros gloriosos navios da nossa marinha mercante, requisitados e adaptados como T/T (transporte de tropas)... Comprava-se roupa e outros géneros de uso pessoal que nos poderíam ser úteis num destino deconhecido, e a alguns milhares de quilómetros de distância de casa...

Já na Guiné, havia,  nalgumas das principais povoações (Bissau, Bafatá, Nova Lamego, Mansoa, Teixeira Pinto...),  um comércio florescente, em geral nas mãos de libaneses, mas também de vendedores ambulantes, djilas, de etnia futa-fula, onde era possível adquirir diversos artigos de importação, incluindo máquinas fotográficas, para uso amador,  dos últimos modelos e de marcas de prestígio (Olimpus, Yashica, Canon, Pentax, Kodak...), a preços imbatíveis (quando comparados com os da metrópole).

Um em cada quatro dos respondentes já trazia máquina de casa... Afinal, embora a viagem à Guiné não fosse propriamente um cruzeiro turístrico, sempre era um destino "exótico"... Tiravam-se fotografias, em geral a preto e branco, para "mais tarde recordar" e para ir alimentando a saudade...

Outros tantos (c. 24%) responderam, que nunca tiveram máquina fotográfica no TO da Guiné... Na realidade, eram a maioria e estão subrerrepresentrados nesta amostra de conveniência. Mas têm fotografias, tiradas pelos outros ou compradas ao "fotógrafo de serviço" que havia sempre em todas as unidades ou subunidades... (Foi , de resto, um negócio para alguns que, inclusive, revelavam fotos no mato, em estúdios improvisados).

Mais de um terço dos respondentes (36%) tem "bastantes fotos a preto e branco"... As fotos a cor ainda eram um luxo, ficavam caras, e a qualidade não era famosa. O mesmo se passava com os diapositivos ou "slides" que tinham de ser enviados para o estrangeiro (Suécia,  por exemplo)...  Só cerca de 12% dos respondentes diz que tem "bastantes slides" guardados em casa...

O mais importante é que não há ninguém que diga que não tem nehuma foto do tempo da Guiné... Quando mais fosse, compravam-se e escreviam-se "postais ilustrados"...

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13995: A minha máquina fotográfica(4): (i) Comprei em Cabo Verde uma Yashica Electro 35 a um primeiro srgt que se dedicava ao contrabando; e (ii) improvisei um estúdio de fotografia (José Augusto Ribeiro, ex-fur mil da CART 566, Cabo Verde, Ilha do Sal, outubro de 1963 a julho de 1964, e Guiné, Olossato, julho de 1964 a outubro de 1965)

1. Mensagem de José Augusto [Miranda] Ribeiro, ex-fur mil da CART 566, Cabo Verde (Ilha do Sal, Outubro de 1963 a Julho de 1964) e Guiné (Olossato, Julho de 1964 a Outubro de 1965):


Data: 8 de dezembro de 2014 às 00:19

Assunto: Sondagem: Tinhas máquina fotográfica no TO da Guiné ?


Sim, já tinha máquina fotográfica quando entrei no serviço militar. Essa máquina era um pequeno "caixote".

Em Cabo Verde comprei uma Yashyica Electro 35, a um primeiro sargento que se dedicava ao contrabando. Paguei 1750 escudos, equivalente ao meu ordenado mensal, como professor, no ano anterior em Portugal. Entrei na Guiné com a máquina (em punho) numa mão e a G3 na outra.

Na Ilha do Sal um soldado tinha encontrado à beira mar uma boía de vidro. Fiz-lhe um pequeno orifício, no local onde terá partido uma espécie de argola.Enchi-a de água para fazer de condensador. Claro, sem ferramenta nem material adequado foi difícil fazer um ampliador. Mas fiz. Com as tábuas de um caixote de sabão e o serrote e o martelo que fui pedir emprestado ao nosso pescador, lá ajeitei o dito ampliador. Pedi à minha irmã mais nova para comprar, em Coimbra, e me mandar um dispositivo para revelar as películas e o pó que misturei com água para fazer o líquido revelador de películas. Pedi também duas tinas uma para revelar o papel que teria de mergulhar por breves segundos no líquido revelados de fotografias e logo em seguida, na outra tina, teria de mergulhar por mais tempo as fotografias no líquido fixador. Dentro do ampliador tinha um espelho e uma luz branca que projectava raios difusos, um condensador (feito com a boia já referida) que transformava os raios difusos em raios paralelos. Em seguida ficava a película (negativo do filme).

Mais à frente um tubo que tinha a objectiva da velha máquina de fotografar e por fim o papel de fotografia que segurava na parede.A focagem era feita andando com o tubo para dentro ou para fora do caixote, só com a luz vermelha. Quanto mais longe estivesse da parede maior era a fotografia, mas mais imperfeita ficava. Depois apagava a luz vermelha e acendia a branca, por breves segundos, que iria marcar o preto da fotografia.

Fiz centenas que vendi barato, porque também não eram muito perfeitas.

JRibeiro



Foto  206 > Passagem por uma tabanca no mato



Foto 216 > Antes de dormir, uma cachimbada



Foto 218 > A máscara do feiticeiro


Guiné > Região do Oio > Olossato > CART 566 (Julho de 1964 a Outubro de 1965) > Algumas das muitas fotos do álbum do José Augusto Ribeiro.


Fotos (e legendas): © José Augusto Ribeiro  (2013). Todos os direitos reservados [Edição: LG]

2. Comentário de L.G.:

Meu caro José Augusto, é bom ver-te por estes lados, da Tabanca Grande. O nosso poilão continua frondoso e acolhedor.

Sabes, tão bem como eu, que recordar é viver. E apraz-me registar a tua paixão pela fotografia. Adore o detalhe e o carinho com que falaste do teu "estúdio fotográfico" da Ilha do Sal...

[Foto à esquerda, a Yashica Electro 35. Fonte: Wikipedia, com a devida vénia].


Entretanto, peço-te que me confirmes o mês ( ?) e o ano em que compraste a tua Yashica Eletroc 35. Segundo o portal Camerapedia Wikia, este modelo foi lançado em 1966, já tu devias estar de regresso a casa.

Outra coisa: a tua série "História da CART 566 (Bravos e Sempre Leais)" aguarda a continuação... Só se publicou um poste, salvo erro...

Sei que há outras coisas mais divertidas e seguramente mais importantes para fazer quando se tem 70 e picos... Mas tu és de uma geração de combatentes em que a literacia (funcional e informática) é baixa... Não te peço que escrevas pelo resto do pessoal do caqui amarelo, mas a história da vossa passagem pela Guiné interessa-nos, a todos, incluindo os nossos netos e bisnetos...

Um xicoração natalícia. Muita saúde e longa vida. Luis

PS - Tens magníficas fotos que eu preciso de revisitar e reeditar para melhorar as valorizar... Se quiseres mandar mais (, incluindo as de Cabo Verde), agradeço... E a mandar, manda sempre com boa resolução (c. 1 MB ou mais).
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13990: A minha máquina fotográfica (3): (i) A Kodak Brownie Fiesta foi, depois da G3, a minha segunda companheira do mato (Vitor Garcia, ex-1º cabo at cav, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71); (ii) tive uma Olympus Trip 35 (António Murta, ex-allf mil inf, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)

1. Comentário de António Murta [ex-Alf Mil Inf  Minas e Armadilhas da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513. Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74]

Camarada Mário Gaspar (*)

Tive uma Olympus Trip35 com características muito parecidas com as da tua Canon Canonet. Quando tive que a substituir foi um grande desgosto. Mas ainda a guardo.

A mítica Olympus Trip 35, de que se terão vendido
10 milhões de unidades entre 1967 e 1984...
Ideal para se tirar fotos em férias (daí o nome
do modelo, "trip"),  despreocupadamente

Dizes que a tua tinha «um erro de paralaxe». Vou fazer-te uma correcção,
se me permites, não para armar aos cucos porque os meus conhecimentos são modestos, mas porque sei que vais ficar ainda mais admirador da tua Canon. É o seguinte: a Canon tinha um erro de paralaxe, porque todas as máquinas compactas tinham esse erro, mesmo a lendária Leica dos grandes fotógrafos (ou dos ricos). Isto devido a que o visor por onde víamos a imagem estar afastado do eixo da objectiva que, por sua vez, está a "ver" uma imagem diferente. O ângulo entre o eixo da nossa visão e o eixo da objectiva para o mesmo alvo, é que é o tal erro. Isto, para distâncias curtas (os manuais informavam), porque a partir aí de 1,5 m esse fenómeno não se verificava. Por isso é que quase todas tinham uma "moldura" brilhante no visor para nós corrigirmos o enquadramento.

Isto não se passa nas Reflex porque a imagem que nós vemos pelo visor "entrou" pela objectiva e chegou-nos através de um espelho e de um prisma. Portanto, só há um eixo de visão.

Esperando que não te melindres com este atrevimento, deixo-te um abraço com muita estima.
António Murta (o Periquito)




Máquina Kodak Brownie Fiesta
Fotos: © Victor Garcia (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



2. Mensagem de  Victor Garcia [ ex-1º cabo at cav, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71]

Caros camaradas

No seguimento da vossa sondagem sobre a máquina fotográfica na Guiné, há qual já fiz o meu voto no vosso Blog, aproveito para vos enviar duas fotos tiradas á momentos, da minha segunda companheira na Guiné (a principal companheira era a minha G3)

Foi com esta máquina a qual ainda hoje a guardo com muita estima, e que embarcou comigo no dia 22/10/1969,  no Paquete Uíge, rumo á Guiné, que tirei praticamente a totalidade das fotografias que constam na minha página pessoal, que os camaradas amigos já conhecem, disponível em:

http://www.vitor-garcia.com/2639Guine.php

Espero com este meu testemunho ter contribuído para o sucesso da vossa sondagem e despeço com um fraterno abraço a todos vós e os votos de um Bom Natal.
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Guiné 63/74 - P13989: A minha máquina fotográfica (2): (i) a minha velhina Yashica Yashinon 1: 2.8 f= 4.5cm, comprada no T/T Uíge: e (ii) os calotes dos trabalhos fotográficos em Empada (Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68)




A velhinha Yashica Yashinon 1: 2.8 f= 4.5cm, do Manuel Serôdio


Fotos: © Manuel Serôdio (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem, de hoje, do Manuel Serôdio [. camarada que vive em Rennes, Bretanha, França: ex-fur mil CCAÇ 1787 / BCAÇ 1932, Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68]  [foto à direita]




Amigo e camarada, aqui vai umas fotos da minha velhinha YASHICA, que ainda hoje guardo como uma relíquia, comprada a um tripulante do Uíge em Outubro de 1967 durante a viagem de ida para a Guiné. Minha companheira de tantas patrulhas, emboscadas, operações, e de lazer, quase todas reveladas num "laboratório improvisado" pelo amigo Sargento Santos,  do quarto pelotão.

Fui o "ajudante" do Santos em tirar fotos seja a militares ou civis. Como a máquina do Santos era de qualidade superior à minha, quando eu saía para o mato, levava-a tal como um "jornalista de guerra". Ainda hoje guardo dezenas de fotos reveladas nesse "laboratório de mato". 

Por vezes acontecia que o trabalho do "fotógrafo" não era recompensado, como a provar esta história passada em Empada. Um africano, Beafada, milícia meu conhecido, pediu certo dia para eu fazer um álbum com uma série de fotos que eu faria durante uma batucada familiar. Com a aprovação do "mestre" Santos, o trabalho foi feito, as fotografias coladas num ábum comprado em Bissau, e entregue ao milícia, que se prontificou a pagar dias mais tarde, quando recebesse a "solde" [o pré], 

Os tempos passaram, o pagamento nunca foi feito, eu fiquei sem o dinheiro da película, o Santos sem o dinheiro das revelações, e o milícia ganhou um álbum de fotografias. 

Havia uma folha dividida em duas categorias, de um lado os CERTOS, e do outro os CALOTEIROS. Ai ai ai, a segunda lista era muito completa, mas enfim......tempos difíceis num país cheio de más intenções.

Um abraço amigo a todos os antigos combatentes.