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terça-feira, 2 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17306: Inquérito 'online' (109): avaliação da satisfação dos participantes do Encontro Nacional da Tabanca Grande, deste ano e anos anteriores, que tem sido no Palace Hotel Monte Real, desde 2010... Prazo de resposta: até 9 do corrente, 3ª feira, às 13h49.


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > "Foto de família"

Foto: © Abel Santos  (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

I. Mensagem do nosso editor LG:
Camaradas, amigos, camarigos: 

De regresso a casa, está na altura de manifestar a vossa opinião sobre a organização e o funcionamento do nosso XII Encontro Nacional, desde a comissão organizadora até ao acolhimento dos "periquitos" por parte dos "velhinhos", das instalações hoteleiras até às refeições (entradas, almoço e lanche) na ótica qualidade / preço ou custo/benefício, incluindo a acessibilidade.

Desde o V Encontro Nacional, em 2010, que temos escolhido o mesmo sítio (Monte Real, no concelho de Leiria, bem servida por autoestradas, desde a A17 à A1) e o mesmo hotel (Palace Hotel Monte Real), que entretanto mudou, recentemente, de propriedade e de gerência (pertencia desde 2005 ao Grupo Lena).

Pela primeira vez, este ano alterámos o preço de inscrição para 35 € (era de 30€), por cada adulto.

Todos os anos há camaradas novos que participam neste evento. Outros há que já por lá passaram duas, três, quatro ou mais vezes. Estamos a falar de centenas e centenas de camaradas e amigos/as.

Em 12 encontros nacionais anuais, da Tabanca Grande, desde 2006 tivemos  cerca de dois mil cento e quarenta inscritos. Fizemos o 1º encontro na Ameira, Montemor-o-Novo (2006); o  2º em Pombal (2007); o 3º (2008) e o 4º (2009) na Ortigosa, antiga freguesia da Ortigosa, Leiria; e os restantes em Monte Real, Leiria (desde 2010 até 2017). A opinião dos que foram a este ano e/ou em anos anteriores, em Monte Real,  é muito importante para a comissão organizadora, tendo em vista a preparação do XIII Encontro Nacional, em 2018. 

Está, por isso, na altura de fazer um inquérito de avaliação da satisfação dos participantes (deste ano e/ou de anos anteriores).

Respondam,  por favor, à sondagem, "on line", em direto, ao canto superior esquerdo deste blogue. O prazo de resposta termina no dia 9, deste mês, 3ª feira, às 13h49.

P'la comissão organizadora, Luis Graça

II. Questionário (escolher uma das 7 hipóteses de resposta):

"ESTOU SATISFEITO COM O HOTEL ESCOLHIDO COMO LOCAL PARA O NOSSO ENCONTRO ANUAL"

1. Totalmente satisfeito

2. Em grande parte satisfeito

3. Satisfeito

4. Assim-assim

5. Não satisfeito

6. Em grande parte não satisfeito

7. Totalmente não satisfeito
______________

Nota do editor:

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17285: Inquérito 'online' (108 ): "Vão sem mim, que eu vou lá ter"... Só pouco mais de 1/3 dos respondentes vai ao nosso encontro a Monte Real... no próximo sábado, dia 29... Quem não vai (60%), alega: (i) ter outro convívio ou festa (14,7%); (ii) ser uma despesa grande e falta de transporte (11,8%); e (iii) falta de saúde /e de interesse (10,4%); e (iv) outras razões (23,5%)...


Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > 16 de Abril de 2016 > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande. Foto de família © Miguel Pessoa (2016)


I. INQUÉRITO DE OPINIÃO:


"ESTE ANO VOU AO NOSSO ENCONTRO, EM MONTE REAL, EM 29 DE ABRIL..."


Total de respostas > 68 (100,0%)



Sim, vou > 24 (35,3%) 
Não, não vou > 41 (60,3%)
Ainda estou indeciso > 3 (4,4%)
Total > 68 (100,0)

Razões para não ir:

(i) outra festa  ou convívio nesse dia > 10 (14,7%) 
(ii) ser uma despesa grande > 7 (10,3%)
(iii) problemas de saúde  > 4 (5,9%) 
(iv) falta de interesse > 3 (4,5%) 
(v) falta de transporte > 1 (1,5%) 
(vi) outras razões > 16 (23, 5%) 


O prazo terminou no dia 25 de abril, às 23h40 . 


II.  Vem, talvez,  a propósito citar (e reproduzir) aqui a letra de uma das canções, mais  conhecidas,  do
s Deolinda (... com a devida vénia ao sítio Letras):



Movimento Perpétuo Associativo



Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!

-Agora não, que é hora do almoço...
-Agora não, que é hora do jantar...
-Agora não, que eu acho que não posso...
-Amanhã vou trabalhar...

Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!

-Agora não, que me dói a barriga...
-Agora não, dizem que vai chover...
-Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...

Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!

-Agora não, que falta um impresso...
-Agora não, que o meu pai não quer...
-Agora não, que há engarrafamentos...
-Vão sem mim, que eu vou lá ter...



__________

domingo, 23 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17270: Inquérito 'online' (107): Camarada, não sejas "dinossauro", responde à nossa pergunta: "Este ano vou ao nosso encontro, em Monte Real, em 29 de abril"... As 53 primeiras respostas: mais de metade dos respondentes (58,5%) este ano não vai ou não pode ir


Lourinhã > 22 de abril de 2017 > Frente à igreja do convento de Santo António (séc. XVI), uma réplica de "Stegosaurus" (7 m de comprimento, 3,4 de altura)... Este e outros dinossauros da Lourinhã sabemos, de certeza, que não vão ao XII Encontro Nacional da Tabanca Grande em Monte Real, no próximo sábado, dia 29... porque foram extintos há muitos e muitos milhões de anos (cerca de 150)... (Este bicho passeava-se entre a Lourinhã e Nova Iorque quando ainda não havia o oceano Atlântico a "separar-nos")... Também à geração vai acontecer-nos o mesmo, devendo por isso aproveitarmos os anos que nos restam para nos encontrarmo-nos, de vez em quando, à sombra do nosso "poilão"...




Lourinhã > 22 de abril de 2017 > Frente ao edifício da Câmara Municipal da Lourinhã > ... E quem não responder apanha com um dentada do temível "Tyrannossaurus Rex" (13 m de comprimento, 4,2 de altura)...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



I. INQUÉRITO DE OPINIÃO:


"ESTE ANO VOU AO NOSSO ENCONTRO, EM MONTE REAL, EM 29 DE ABRIL..."



As 53 primeiras respostas (até à meia noite de ontem):


Sim, vou = 20  (37,7 %)
Não, não vou = 31 (58,5 %
Indeciso = 2 (3,8 %)
Total = 53 (100,0 %)


Razões invocadas para não ir (n=31):


(i) Não vou, porque tenho outra festa 
ou convívio nesse dia  > 9 (17,0%)

(ii) Não vou, por razões de saúde  > 3 (5,7%)

(iii) Não vou, porque é uma despesa grande  > 5 (9,4%)

(iv) Não vou, por falta de transporte  > 1 (1,9%)

(v) Não vou, por falta de interesse  > 2 (3,8%)

(vi)  Não vou, por outras razões  > 11 (20,7%)

Total > 31 (58,5%) 


II.  O inquérito termina no dia 25 de abril, às 23h40.

A resposta ao inquérito deve ser dada, "on line", diretamente, no canto superior esquerdo do deste blogue. E é importante que os nossos leitores respondam:  queremos saber: (i) se vão  ao XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, a realizar em Monte Real, no próximo sábado, dia 29; e (ii) se não vão, porque razões não vão...

Em mais de metade dos casos (31 em 53), sabemos que os respondentes não vão ou não podem ir ao encontro, a Monte Real, fundamentalmente pelas seguintes razões: 

conflito de agendas (17,0%);
despesa elevada e falta de transporte (11,3%);
razões de saúde (5,7%);
falta de interesse (3,8 %);
outras razões (20,7 %).


O inquérito também ajuda a promover a nossa festa anual. Recorde-se que este ano celebramos os nossos 14 anos de existência enquanto blogue. O nº total de membros da Tabanca Grande, registados, é de 742 (dos quais, infelizmente, 54 já morreram).


Este ano só pudemos utilizar o  blogue e a nossa página do Facebook para divulgar o nosso encontro anual, que se tem realizado todos os anos, desde 2006. Não utilizámos o email.

Recorde-se que o prazo de inscrição no XII Encontro Nacional da Tabanca Grande termina hoje, domingo, no final do dia. (**).

Estávamos,  ao fim do dia de ontem, com 129 inscritos, ainda longe do pleno: a lotação da sala de almoço, no Palace Hotel Monte Real, são 200 lugares.

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Notas do editor

(*) Último poste da série > 20 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17264: Inquérito 'online' (107): "Este ano vou ao nosso encontro, em Monte Real, em 29 de abril"... As 35 primeiras respostas: 60% não vai este ano...


(**) Vd. poste de 7 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17112: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (2): Abertura das inscrições que terminam: (i) a 23 de abril; ou (ii) ou quando se atingir a lotação da sala (200 lugares)

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17264: Inquérito 'online' (107): "Este ano vou ao nosso encontro, em Monte Real, em 29 de abril"... As 35 primeiras respostas: 60% não vai este ano...


Palace Hotel Monte Real (Termas de Monte Real) > 16 de Abril de 2016 > XI Encontro Nacional da Tabanca Grande...

Foto de família © Miguel Pessoa


I. INQUÉRITO DE OPINIÃO:

"ESTE ANO VOU AO NOSSO ENCONTRO, EM MONTE REAL, EM 29 DE ABRIL..."


As 35 primeiras respostas (*):


Sim, vou  > 12 (34,3%)
Não vou > 21 (60,0%)
Ainda estou indeciso > 2 (5,7%)

Total > 35 (100,0%)



Razões invocadas para não ir (n=21):


(i) ter outra festa ou convívio nesse dia  > 6 (17,1%)

(ii) razões de saúde  > 2 (5,7%)

(iii)  ser uma despesa grande  > 2 (5,7%)

(iv) falta de interesse  > 2 (5,7%)

(v) falta de transporte  > 1 (2,9%)

(vi)  outras razões  > 8 (22,9%)


II. O inquérito termina no dia 25 de abril, às 23h40.

Queremos conhecer a intenção dos amigos e camaradas da Guiné relativamente à ida (ou não) ao XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, a realizar em Monte Real, no próximo sábado, dia 29.

A resposta ao inquérito deve ser dada, "on line", diretamente, no canto superior esquerdo do blogue.

Como acontece todos os anos, há camaradas que se inscrevem pela primeira vez, e serão recebidos, como sempre, de braços abertos... Outros não costumam falhar, mas este ano têm conflitos de agenda, ou problemas de saúde ou outros motivos para não poder ir. Outros haverá ainda que não tiveram conhecimento do realização do encontro... Por fim, há sempre os indecisos e os que guardam a inscrição para a última hora...

A lotação da sala de almoço, no Palace Hotel Monte Real, são 200 lugares.

O inquérito também ajuda a promover a nossa festa anual. Recorde-se que este ano celebramos os nossos 14 anos de existência enquanto bloguue. O nº total de membros da Tabanca Grande, registados, é de 742 (dos quais, infelizmente, 54 já morreram).



Convém informar os nossos leitores que deixámos de poder contactar por email, em BBC, todos os membros, registados, da nossa Tabanca Grande... Os servidores de email (Gmail, Outlook...) consideram essas mensagens como SPAM (publicidade indevida e correio indesejável), e corremos o risco de nos cancelarem as contas.

Recorde-se que o prazo de inscrição no XII Encontro Nacional da Tabanca Grande termina no final do dia 23, domingo. (**). 


Estamos, no dia de hoje, ao fim da tarde, com 124 inscritos, ainda longe do pleno (200 lugares).
______________

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17259: Inquérito 'online' (106): "Este ano vou ao nosso encontro, em Monte Real, em 29 de abril"... SIM ou NÃO ?... Resposta até 25 de abril, às 23h40



Infogravura: Miguel Pessoa (2017)


I. INQUÉRITO DE OPINIÃO:


"ESTE ANO VOU AO NOSSO ENCONTRO, EM MONTE REAL, EM 29 DE ABRIL..."

Oito hipóteses de resposta:


1. Sim, vou 

2. Não vou, porque tenho outra festa ou convívio nesse dia 

3. Não vou, por razões de saúde 

4. Não vou, porque é uma despesa grande 

5. Não vou, por falta de transporte 

6. Não vou, por falta de interesse 

7. Não vou, por outras razões 

8. Ainda estou indeciso 




 II. O inquérito termina no dia 25 de abril, às 23h40. Queremos conhecer a intenção dos amigos e camaradas da Guiné relativamente à ida (ou não) ao XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, a realizar em Monte Real, no próximo sábado, dia 29.

A resposta ao inquérito deve ser dada, "on line", diretamente, no canto superior esquerdo do blogue.

Sabemos que há camaradas que se inscrevem pela primeira vez, e serão recebidos, como sempre, de braços abertos... Outros não costumam falhar, mas este ano têm conflitos de agenda,  ou problemas de saúde. Outros haverá ainda que não tiveram conhecimento do realização do encontro... Por fim, há sempre os indecisos e os que guardam a inscrição para a última hora...

A lotação da sala de almoço, no Palace Hotel Monte Real, são 200 lugares.

O inquérito também ajuda a promover a nossa festa anual. 

O prazo de inscrição no encontro termina no final do dia 23, domingo. (**)

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 9 de fevereiro de  2017 > Guiné 61/74 - P17035: Inquérito 'online' (105): "Estás reformado? E sentes-te bem?"... Total de respostas: 114. Resultados: 93% (n=106) estão reformados; e destes, cerca de 38% (n=40) sente-se "muito bem" e cerca de 45% (n=51) sente-se "bem"...

(**) Vd. poste de  7 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17112: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (2): Abertura das inscrições que terminam: (i) a 23 de abril; ou (ii) ou quando se atingir a lotação da sala (200 lugares)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17035: Inquérito 'online' (105): "Estás reformado? E sentes-te bem?"... Total de respostas: 114. Resultados: 93% (n=106) estão reformados; e destes, cerca de 38% (n=40) sente-se "muito bem" e cerca de 45% (n=51) sente-se "bem"...


Viseu > Rua Formosa (frente ao antigo mercado municipal 2 de Maio) > Escultura do escritor Aquilino Ribeiro (Sernancelhe, 1885 - Lisboa, 1963) >  O monumento, em bronze, de homeagem ao escritor beirão, autor de Terras do Demo (1919), A Casa Grande de Romarigães (1957) e Quando os Lobos Uivam (1958), entre outras obras relevantes da literatura portuguesa da 1º metade do séc. XX  O trabalho é da autoria de Yuraldi Rodríguez Puentes (2013). Na foto, o nosso editor Luís Graça e a sua cunhada Nitas, ambos da mesma colheita de 1947... O nosso editor acaba de se reformar...mas eapera poder continuar a ser um artesão da palavra e da imagem...


Foto (e legenda): © Luís Graça 2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


A. Inquério 'on line':


"Estás reformado ? E sentes-te bem ?"


Respostas definitivas (n=114)


1. Estou reformado e sinto-me muito bem > 40 (35,1%)

2. Estou reformado e sinto-me bem  > 51 (44,7%)

3. Estou reformado e sinto-me assim-assim, 
nem bem nem mal > 8 (7,0%)

4. Estou reformado e sinto-me mal  > 5 (4,4%)

5. Estou reformado e sinto-me muito mal  > 2 (1,8%)

6. Ainda não estou reformado  > 8 (7,0%)

Total de respostas > 114 (100,0%)


O inquérito terminou em 9/2/2017, às 7h52


2. Comentários dos nossos leitores:

(i) Henrique Cerqueira (*):

Então é assim: Eu estou reformado e na maior parte das vezes eu não me sinto bem.
Explicando: Para mim a situação de reforma foi das piores coisas que me aconteceu .Isto porque quando estava na situação de trabalho eu tinha muita actividade e embora eu não tivesse necessidade de grande actividade e devido ao meu feitio era muito presente junto do meu pessoal visto que estava a chefiar e administrar uma equipe de manutenção industrial multidisciplinar (Electricidade, mecânica e serralharia mecânica). 

Inicialmente a minha actividade estava ligada à industria da biotecnologia e nos últimos anos da minha carreira passei a laborar na industria da fundição de ferro.Nesta ultima actividade todo o equipamento era de alto desgaste a todos os níveis e daí muito exigente em termos técnicos. Por esse motivo eu acompanhava muito de perto o meu pessoal.

Ora assim sendo,  quando me vi na situação de reforma, eu fui afastado de toda essa actividade e ainda hoje eu não sei o que fazer ao tempo extremamente longo que é o dia a dia . Já experimentei muitas actividades de ocupação de tempo mas nada tem sido capaz de me dar o gosto pelo dia a dia que tinha quando estava no activo.
Bom e para já fico por aqui na esperança que este sentimento de inutilidade passe um dia destes . Até lá vou me arrastando "feliz e contente por ainda estar vivo".
Um abraço e ainda fico a pensar qual o propósito deste tema.

PS - Na realidade eu não tive grande tempo de planear a minha reforma,porque de certo modo fui empurrado para essa situação, já que fui obrigado por insolvência da firma onde trabalhava a optar por essa situação de reforma antecipada.
No aspecto monetário até que não tenho que me queixar muito, pese embora o facto de ser mais um dos reformados que tem contribuído principescamente com os desaires económicos do nosso "pobre"país.
Na verdade eu até ia pensando nos meus devaneios enquanto estava no activo o que gostaria de fazer um dia que fosse reformado,mas,como bom Português que sou,  fui deixando esses planos para a última da hora. Até que mais ao menos de um momento para o outro a "crise" instala-se na empresa e foi uma "pressinha" a tomar decisões de reformas-te ou não. E as opções foram :então vamos lá e logo se vê.
Alguns planos que eventualmente tinha foram por água abaixo e a vontade de reagir demora a aparecer e vai-se sempre arranjando desculpas para adiar algumas das opções e que até coincidem um pouco com as que descreveste. No entanto eu creio que virá o dia que se há-de dar a volta.

(ii) Beja Santos (**):

Queridos amigos, percebo a inquietação do Luís Graça, de um dia para o outro quebraram-se rotinas, desapareceram horários, compromissos, estabeleceu-se uma nova relação entre o passado e o presente, procuram-se novas continuidades e incomodo as recentes descontinuidades.

No meu caso, preparei cenários com uma certa previsão: quis manter-me ativo num trabalho que fazia há várias décadas, com um elevado sentido de realização, na política dos consumidores. Ofereci-me para voluntário, dão-me uma sala e um computador, todos os dias viajo por muitíssimos sites em vários continentes para saber se ainda existem consumidores organizados e reivindicativos; mantive os meus compromissos com uma organização ligada à saúde e aos direitos dos doentes, continuo a aprender muito, até porque é indispensável procurar atualização sobre o que se passa em novos conhecimentos quanto a envelhecimento bem-sucedido nos quadro da multimorbilidade; não abrandei o meu interesse pelos estudos guineenses, a minha presença no blogue atesta-o, continuo um infatigável devorador de papel, alavanca para um conjunto de livros que já escrevi e outros que quero escrever; na atualidade, introduzi elementos novos, uns que chagaram com um enorme acolhimento, estou a escrever um romance, outros que andam associados ao apoio a familiares que subitamente adoeceram e que precisam do meu amparo, é o caso da aminha única irmã. Quanto ao resto, zelo para que não se degrade a saúde, convive com os amigos, sempre que posso invisto aos sábados na Feira da Ladra, e com assinaláveis sucessos.

E olho para o meu passado sem remorsos, procuro comportar-me dentro dos princípios do Cristianismo onde mantenho a minha fé, procuro respeitar a dignidade de toda a gente, não molestar ninguém, não denegrir ninguém e não perder tempo a comprar guerras. É assim que eu vivo, e estou feliz porque não vivo em desacordo com o que penso, tendo ainda o privilégio, após 50 anos de trabalho, de ter feito concursos para subir na carreira, de não ter atropelado ninguém, de ter uma reforma condigna em que posso ajudar os meus.

Não sei se me exprimi bem, é este o depoimento que vos entrego com o mesmo abraço de estima de sempre.

_______________

Notas do editor;

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17021: Inquérito 'online' (104): "Estás reformado? E sentes-te bem?"... As primeiras 54 respostas até hoje de manhã: mais de 90% do pessoal está reformado... 4 em cada 5 sente-se bem ou muito bem...


Os nossos veteranos da guerra da Guiné... estão bem e recomendam-se!



A. Inquérito 'on line' (vd. canto superior direito)::

"Estás reformado ? E sentes-te bem ?"


Respostas preliminares (até hoje de manhã) >54 (100%)



1. Estou reformado e sinto-me muito bem  > 16 (29%)

2. Estou reformado e sinto-me bem  > 27 (50%)

3. Estou reformado e sinto-me assim-assim, 
nem bem nem mal  > 3 (5%)

4. Estou reformado e sinto-me mal  3 (5%)

5. Estou reformado e sinto-me muito mal  > 1 (1%)

6. Ainda não estou reformado > 4 (7 %)



Responder ao inquérito até 5ª feira, dia 9, às 7h52



B. Comentário do editor:

54  respostas até hoje de manhã. é muito bom...  E os resultados apontam já tendências: mais de 90%  dos respondentes já está reformado... E 80% sente-se bem ou muito bem...

Eu suspeito que os antigos combatentes têm formas, mais ou menos engenhosas, de "sobreviver" à pancadona da reforma e à crise que também levou à quebra do poder de compra... Antigamente, os nossos pais, avós e bisavós (que não chegávamos a conhecer) diziam: "Teme a velhice, que ela nunca vem só"... Leia-se: com a velhice, vem a solidão, vem a doença vem o abandono, vem a demenência, vem a morte

O que faz hoje a maior parte dos antigos combatentes que andaram por bolanhas e matas da Guiné ?. Encontram-se, convivem, recordam, escrevem, animam blogues, vão ao Facebook.. O nº de "tabancas" têm proliferado por esse país fora, e organizam-se dezenas e dezenas de convívios anusus... 

O convívio, saudável, regular, é importante para todos nós... Bem como o exercício físico, todas as semanas, duas vezes por semana: não é preciso gastar muita guita, apenas "solas"... E, claro, a alimentação frugal, a dieta mediterrânica...

E depois há as viagens, cá dentro,  mais do que lá fora, que as reformas não permitem grandes luxos... Há ainda tanta coisa para ver, aprender, saborear, conhecer, fotografar, partilhar... Este país é como a sardinha, é lindo...

E há ainda os filhos e os netos e os bisnetos, o voluntariado, a solidariedade para com os outros que precisam de nós... Sem esquecer o Facebook e o Blogue... Escrever faz muito bem aos neurónios... Mas não basta  carregar na tecla "gosto/não gosto" do Facebook... De qualquer modo, é uma geração que está a ultrapassar, com sucesso,  a barreira da iliteracia informática...

Camaradas, amigos, respondam ao nosso inquérito e escrevam- nos, digam lá o é que é andar por essas picadas fora a partir dos 70, "fintando" as minas e as armadilhas da vida e do mundo... Digam lá como se sentem... E qual é vosso segredo para um envelhecimento ativo, produtivo e saudável... Vamos chegar às 100 respostas, até 5ª feira, dia 9. E não se esqueçam: até aos 100 anos é sempre em frente!
___________

Nota do editor:

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17017: Inquérito 'online' (103): Um novo desafio aos nossos leitores: "Estás reformado? E sentes-te bem?"... Resposta até ao dia 9, às 7h52.. Precisamos de, pelo menos, 100 respostas... É para o nosso Livro Branco sobre a Reforma dos Ex-Combatentes....






Uma amiga minha, e minha doutoranda, que eu muito estimo, e com quem já trabalhei num projeto de investigação, ofereceu-me por ocasião dos meus 70 anos, um livro de atas com a seguinte etiqueta: "Sociologia da reforma"... A Rosa P (omito o apelido, por razões óbvias...) não só define o conceito de reforma, como me propõe um plano de trabalho, incluindo a exaustiva revisão de literatura, desenho metodológica e trabalho de campo, que seguramente me vai dar água pelas barbas: vou estar ocupado pelo menos durante três anos, que é o prazo normal que a universadade  dá para se realizar uma tese de doutoramento... O livro só tem duas folhas escritas... o resto é para o sociólogo da (e não na...) reforma.

Por se tratar de uma prenda muito original, bem humorada, inteligente e  irreverente, não posso deixar de partilhá-la aqui, com os nossos leitores do blogue... Acho que só vou conseguir  escrever esta "tese" com o contributo..., empenhado, ativo, produtivo e saudável de todos vocês, a começar pelos mais velhos, os veteranos... Acabo de chegar aos 70, ainda sou "perito"... 

Para a Rosa P vai um beijinho fraterno: adorei o desafio, a prov(oc)a(ção)... Daqui a até ao fim do verão, quero a sua (dela) tese de doutoramento pronta para eu a poder ler, rever, criticar e eventualmente melhorar...Afinal, estou jubilado, mas trouxe TPC (trabalho para casa)... Ainda tenho doutorandas para acompanhar, o que farei com todo o gosto... E uma delas é a Rosa P... Boa sorte, Rosa. (LG)

Infogravuras: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017)


A.
Novo inquério 'on line', no nosso blogue 

(vd. canto superior direito)::

"Estás reformado ? E sentes-te bem ?"

6 hipóteses de resposta (escolher só uma)



1. Estou reformado e sinto-me muito bem 
2. Estou reformado e sinto-me bem
3. Estou reformado e sinto-me assim-assim,
nem bem nem mal
4. Estou reformado e sinto-me mal 
5. Estou reformado e sinto-me muito mal
6. Ainda não estou reformado

Resposta até ao dia 9, às 7h52



Agora aqui está uma pergunta a que toda gente, os nossos leitores (basicamente, os camaradas e amigos da Guiné), podem responder... Quase toda a gente, da nossa Tabanca Grande, pelo menos os ex-combatentes, já deve estar reformada, ou em vias de atingir  a idade da reforma...Também  quem que nos lê, está em condições de emitir a sua opinião sobre este tema (delicado)...

Precisamos, peço menos, de 100 (cem) respostas, nº redondo...


B. Reflexões/comentários sobre o tema da reforma



(i) Juvenal Amado (**):

Luís,  ninguém gosta de fazer 70 anos,  dizes a certa altura. Mas convirá que não os fazer será pior
Agora que os fizeste, estás melhor ou pior? Felizmente não somos como os iogurtes, que são retirados do consumo no dia que ultrapassam a data limite.


(ii) Joaquim Luís Mendes Gomes (**)

Luís, com muito gosto te dou as boas vindas ao meu clube de reformados. Acabaram-se as obrigações exógenas. As seguintes brotarão da tua vontade. Senhor total do teu tempo. Sei que não vais ter problema algum em gerir esta boa responsabilidade. Tens muitas capacidades. Nos diversos domínios. Agora é que vais poder chegar ao cume delas, conforme te aprouver. Quero desejar-te que os tempos que aí vêm sejam repletos de saúde e muita paz.

(iii) Jorge Picado (**)

Luís, com grande surpresa acabo de tomar conhecimento do teu aniversário, em que comemoraste a bonita soma de 70 anos e a consequente entrada para o Clube dos Aposentados. Espero que me perdoes esta falta, que não é de educação, mas apenas como refiro foi involuntária, já que desde uns certos tempos venho sendo um visitador menos assíduo da Nossa Tabanca. Não a abandonei, nem muito menos reneguei e não a esqueci, mas apenas outras ocupações diárias me roubaram algum tempo.

Desde que se me meteu na cabeça "conhecer as minhas origens", passo a maior parte do "tempo livre" a cansar a vista mergulhado nos registos paroquiais de Ílhavo existentes, referentes a baptismos,casamentos e óbitos, que anteriores a 31 de Março de 1911 já se encontram no Arquivo Distrital de Aveiro e a maioria de consulta até na Net. 

Esta a razão da minha passagem apenas, uma ou outra vez por semana, pelo Blogue. E assim me passou essa tua efeméride. Desejo-te as maiores felicidades nesta tua nova etapa da vida, mas sei que agora vais ter muito mais tempo para novos afazeres, sobre os quais até aqui não podias debruçar-te.

PS - Espero voltar a encontrarmo-nos primeiro em Monte Real. Quanto aos antepassados, já descobri até ao casamento do meu tetravô, mas isso agora já me obriga a deslocar-me ao Arquivo.

(iv) Luís Graça: 

(...) A reforma é, para muitos, também a perda de estatuto,
de referências, de colegas de trabalho,
e sobretudo de trabalho.
Em contrapartida, ganha-se a ilusão
de se ser dono do tempo,
das 24 hora do dia
a que se resume a nossa vida,
já que somos seres circadianos. (...)


(v) Tony Levezinho (***):

Quem assim ultrapassa o Km 70 só tem boas razões para continuar a viagem com aquele sorriso de quem sabe que não é viajante solitário.


(vi) Francisco Baptista (****);

Um abraço de parabéns, bem forte, grande camarada, e que a tua vida se prolongue por muitos e bons anos. Tu com a tua lucidez, a tua energia, a tua criatividade, a tua arte e a tua solidariedade nunca serás velho por muitos anos que vivas. Além da tua família próxima tens também esta grande família, fora de portas, de amigos e camaradas que tu criaste, a quem tens dado ânimo e voz que te estima muito e que não pode dispensar o calor da tua amizade e do teu incentivo. Ergo o meu copo à saúde do grande homem que tu és, Luís Graça!


(viii) Hélder Sousa (****)

Muitos comentários fazem referência à bondade da iniciativa que tiveste em criar condições para a existência e desenvolvimento do que chamamos a "Tabanca Grande". Com ela, e por ela, já milhares de fotos, de recordações, de memórias, de textos, de reconciliações, de conhecimentos foram feitos.
Dezenas, ou centenas, de amizades foram criadas. Reencontros foram possíveis. E isto não é de somenos. Isto é "obra"!


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Guiné 61/74 - P16986: Inquérito 'online' (102): resultados definitivos: num total de 89 respostas, mais de 76% nunca votou antes do 25 de Abril


Marcelo Caetano (Lisboa, 17 de agosto de 1906 — Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1980) > Últmo governante do Estado Novo,  foi presidente do conselho de ministros, substituindo Salazar, entre 27 de setembro de 1968 e 25 de abrill de 1974.

No seu "consulado", houve duas eleições legistaltivas para a Assembleia Nacional, em 26 de outubro de 1969 e 28 de outubro de 1973. Nessa época estavam recenseados cerca de 1,8 milhões de eleitores. Estas foram as únicas eleições em que  a nossa geração de antigos combatentes da guerra do ultramar puderam, teoricamente votar, além das duas anteriores, na época de Salzar: as eleições legislativas de 1965, e eventualmente,  as eleições para a Presidência da República de 1958  a que concorreu o "general sem medo", Humberto Delgado (1906-1965). Nenhuma  destas eleições eram "livres", no sentido que damos hoje ao termo... Os nossos filhos e netos que nasceram com a democracia têm dificuldade em perceber o que era isto de "eleições que não eram livres"... Em 1958 e depois em 1969, foi a única vez em que o regime abriu um bocadinho de anad a "tarraxa"... Ficou tão escaldado com a mobilização popular, conseguida por Humberto Delgadom, que nunca mais quis repetir a brincadeira... Em 1965 e em 1973, o regime foi às urnas a falar sozinho, como se tratasse de uma partida de futebol em que o campo, a bola, os jogadores e o árbitro vestiam todos a mesma camisola...

 (Foto: cortesia da Wikipedia).

I. INQUÉRITO DE OPINIÃO:

"ALGUMA VEZ VOTASTE
EM ELEIÇÕES LEGISLATIVAS,
ANTES DO 25 DE ABRIL DE 1974?"


Resultados definitivos (n=89)


1. Não estava recenseado, pelo que nunca votei  > 61 (68,5%)

2. Estava recenseado, mas nunca votei  > 7 (7,9%)



3. Estava recenseado e votei, pelo menos uma vez  > 16 (18,0%)



4, Não sei / não me lembro  > 5 (5,6%)

Total de respostas  > 89 (100,0%)


A votação terminou ontem às 11h34.


II. Comentários (*):

(i) João Sacôto:

[aqui, em 1965, em Ganjola, Catió]

O primeiro ano em que votei,  foi em 1958, e votei  no General Humberto Delgado. Daí até hoje, exerci sempre esse direito (que também considero dever de cidadania). Essas eleições estão muito na minha memória por terem correspondido ao meu primeiro acto eleitoral. Foram em 8 de junho de 1958, dia em que eu comemorei os meus 20 anos e pude votar, por ter sido emancipado em 1956, aos 18 anos.


(ii) Torcato Mendonça


Eu, obviamente, não tinha direito a votar. Razões de ordem pessoal fazem-me ser lacónico.

Recordo esse "acontecimento eleitoral" [, o de 1969,] pois recebia a Vida Mundial e, quando havia colagem recebia a Time ou NewsWeeek (se não erro), a "alertar" qualquer envio. Bons tempos e, mesmo lá sabia alguma novidade.

Quando das Eleições estava destacado em Candamã e Áfia [, subsetor de Mansambo, foto à direita]. Substituíram-me a meia dúzia de homens do meu Grupo que iam votar. Eles sempre me perguntaram quem era o sr James Pinto Bull... eu dizia que era bom eles saírem dali por dois ou três dias. Era lugar quente. Estiveste lá depois do ataque de fins de julho de 69 e viste a brutalidade... creio que tenho isto em escrito publicado no blog.

Recordo agora e estou a sorrir. Quando fomos para lá, creio que em finais de setembro de 69 fizemos 5 ou 6 fornilhos a rodearem cerca de metade de Candamã. Disparo eléctrico e os 5 ou 6, numerados, vinham para o meu abrigo e três iam também para o Furriel Rei. Foi carga demais e um raio de forte trovoada accionou aquela marmelada em simultâneo... nunca tinha ouvido tamanho estrondo...

À cautela agarramos em armas etc. Felizmente só o rádio ficou preto, as granadas da bazuca estavam demasiado encharcadas e não rebentaram. Ficaram dois ou três militares atordoados e, o mais grave, era o "cozinheiro". Depois de duas colheradas de azeite e um forte apertão estomacal vomitou bastante chispe de porco holandês e recuperou... Enfim, vidas...

Só votei em 1975 e estava bastante nervoso. Votei no mesmo Partido onde hoje voto. Infelizmente este Mundo ainda está uma trampa e custa a "endireitar"... um dia melhora.
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Guiné 61/74 - P16973: Inquérito de 'online' (101): Resultados preliminares: em 70 respondentes, só 1 em cada 4 estava inscrito nos cadernos eleitorais... E só 14% votou, pelo menos uma vez, em eleições legislativas, antes do 25 de Abril... Prazo de resposta: 3ª feira, dia 24, às 11h34... Queremos chegar às 100 respostas!


1ª página do "Diário de Lisboa", 26 de outubro de 1969, 4ª edição, a da noite.  O título de caixa alta revela alguma euforia, própria de um jornal diário, conotado com a oposição, dando destaque,  no próprio dia das eleições de 26/10/1969, à "grande afluência de votantes, considerada mesmo excecional em alguns pontos do País"... Pela primeira vez as mulheres, maiores ou emancipadas, sabendo ler e escrever, podiam votar, sem restrições, desde que recenseadas. No distrito de Lisboa, estavam recenseados mais de 350 mil eleitores.  E  pela primeira vez havia listas da oposição democrática em quase todos os distritos do país. Nas "províncias ultramarinas", penso que só existiam as listas da UN - União Nacional. (LG)

Cortesia da Fundação Mário Saoers | Casa Comum | Diário de Lisboa & Ruella Ramos  Pasta: 06606.144.24135 Título: Diário de Lisboa. Número: 16829,.Ano: 49. Data: Domingo, 26 de Outubro de 1969.

Citação:
(1969), "Diário de Lisboa", nº 16829, Ano 49, Domingo, 26 de Outubro de 1969, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_7627 (2017-1-20)


1. Às 00h15 de hoje, a 4 dias e meio de fecharmos o nosso inquérito desta semana, temos um já razoável número de respostas: 70. A tendência da votação dos nossos leitores mantém-se: mais de 2/3 da malta, da "nossa malta" (ex-combatentes da guerra colonial na Guiné), não estava inscrita dos cadernos eleitorais, não recebia o boletim de voto para votar e, portanto, também não votava...

Muitos de nós tínhamos idade (e demais condições) para votar nas eleições legislativas de 1969 e de 1973... Não falo já da anterior, 1965..., a primeira de que me lembro.

Um em cada dez de nós, mesmo recenseado, nunca votou antes do 25 de Abril, é uma das conclusões que já se pode tirar deste "inquérito de opinião".

A verdade é que, com a morte política de Salazar e a "primavera marcelista",  houve uma onda de ar fresco que percorreu, saudavelmente, a sociedade portuguesa, ou pelo menos alguns dos segmentos da população mais esclarecida, informada e consciente das grandes mudanças que se estavam a operar (em Portugal e no mundo)... O país estava em guerra... lá longe, e essa realidade não chegava aos jornais, à televisão e à rádio... No entanto, o país dos 3 Fs (Fado, Futebol e Fátima) mexia como um vulcão adormecido...

A malta nova começou a interessar-se pela "coisa pública", pela política, ou mesmo é dizer, pelo exercício da cidadania, daí ter  havido campanhas da(s) oposição(ões) democrática(s) para os portugueses se recensearem, nomeadamente nas cidades e vilas mais importantes...

A abertura política, com o marcelismo, era um incentivo à participação cívica, de há muito bloqueada com o salazarismo. Desde que se fosse cidadão português, maior (ou emancipado) e se soubesse ler e escrever, qualquer um, homem ou mulher, podia doravante inscrever-se no recenseamento. "Bastava", para tanto, fazer um requerimento, em papel comum, de 25 linhas, dirigido ao presidente da comissão de recenseamento eleitoral do concelho (ou bairro) de residência...

Mas foi sol de pouca dura, mesmo que em 26/10/1969 tenham sido eleitos alguns deputados reformistas que irão constituir a "ala liberal" da União Nacional (rebatizada logo a seguir, em 1970, como  ANP - Acção Nacional Popular), na Assembleia Nacional, entrando em choque com os ultraconservadores, como o Casal Ribeiro, por exemplo.

A "questão do ultramar" foi, de resto, um dos temas fracturantes da campanha eleitoral. Alguns cartazes de propaganda da União Nacional são, a esse respeito, elucidativos:

(i) "Portugal repudia o abandono do Ultramar apoiando os que defendem a integridade da Pátria. Vote na acção de Marcello Caetano, vote na lista da UN";

(ii) "Mulheres, mães de Portugal dizei não aos que querem vender o nosso ultramar"...

2. O que me surpreende, na resposta ao nosso inquérito desta semana, a avaliar pelos resultados preliminares, é a proporção de malta que estava recenseada (24%)...

Se calhar, o processo era também feito por "via administrativa", já não me recordo bem: os funcionários públicos e os militares do QP [, Quadro Permanente,], pelo menos, deviam ser inscritos "automaticamente"... Seria assim?

Tanto quanto me lembro, eu inscrevi-me na comissão de recenseamento eleitoral concelhia, que funcionava, se não erro, na câmara municipal, com 21 anos, em 1968, antes de ser chamado para a tropa e depois mobilizado para a Guiné, com 22 anos...

Daí ter recebido o boletim de voto em Bambadinca, para votar em 26/10/1969... É verdade, o "patrão" sabia onde eu estava... E a lei "cumpria-se" naquele tempo... Os burocratas lá encaminharam o meu boletim de voto, que  deve ter andado uns bons quilómetros até chegar ao meu SPM, o pioneiro código postal militar!... Não faço ideia onde foi impresso o boletim, se em Lisboa, se em Bissau...

Eis a desagregação das 70 respostas (resultados preliminares, às 00h15 do dia 20/1/2017):


1. Não estava recenseado, pelo que nunca votei > 48 (68%)


2. Estava recenseado, mas nunca votei > 7 (10%)


3. Estava recenseado e votei, pelo menos uma vez > 10 (14%)


4. Não sei / não me lembro > 5 (7%)


Total de respostas (provisórias) > 70 (100%) 


II. Espero que apareçam mais relatos sobre o que se passava a nível de companhia no que diz respeito à participação dos militares nas eleições legislativas... 

Até agora só se falou de duas companhias africanas: a CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) e a CCAÇ 5 (Canjadude, 1968/70)... Na CCAÇ 12, havia 3 inscritos; na CCAÇ 5, nenhum... Mas estas companhias tinham um número reduzido de pessoal metropolitano (só os graduados e os especialistas, cerca de 1/3 do total, sendo as praças oriundas do recrutamento local)...

Esperamos também às 100 respostas, na terça-feira, dia 24, até às 11h34.




1ª página do Diário de Lisboa, 29 de outubro de 1973, no dia seguinte
à realização das eleições para a XI Legislatura da Assembelia Nacional. A única lista candidata foi a da ANP - Acção Nacional Popular. As oposições retiram-se. O tom do jornal já não é de euforia... O regime endureceu e a repressão abateu-se sobre as oposições...  (LG)

Cortesia da Fundação Mário Saoers | Casa Comum | Diário de Lisboa & Ruella Ramos 
Pasta: 06819.169.26526 | Título: Diário de Lisboa. Número: 18265,.Ano: 53. Data: Segunda, 29 de Outubro de 1973.

Citação:
(1973), "Diário de Lisboa", nº 18265, Ano 53, Segunda, 29 de Outubro de 1973, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_5340 (2017-1-20)
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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16968: Inquérito de 'online' (100): Resultados preliminares: em 52 respondentes, só 15 estavam recenseados, mas só 10 votaram pelo menos uma vez, antes do 25 de Abril, em eleições legislativas

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Guiné 61/74 - P16968: Inquérito de 'online' (100): Resultados preliminares: em 52 respondentes, só 15 estavam recenseados, mas só 10 votaram pelo menos uma vez, antes do 25 de Abril, em eleições legislativas


Foto: Assembleia da República / Palácio de São Bento (cortesia do sítio da CM Lisboa) (Edição: Blogue Luís Graça & Caamradas da Guiné)



I. INQUÉRITO DE OPINIÃO: 



"ALGUMA VEZ VOTASTE 

EM ELEIÇÕES LEGISLATIVAS, 
ANTES DO 25 DE ABRIL DE 1974?"



Resultados preliminares até hoje de manhã (n=52)

1. Não estava recenseado, pelo que nunca votei  > 33 (63%)

2. Estava recenseado, mas nunca votei  > 5 (9%)

3. Estava recenseado e votei, pelo menos uma vez  > 10 (19%)

4, Não sei / não me lembro  > 4 (7%)

Total > 52 (100%) 



Votos apurados: 52 


Dias que restam para votar: 5 
Prazo termina a 24, 3ª feiras, às 11h34

II. Comentários dos nossos leitores:



(i) José Marcelino Martins (*):


Nunca estive recenseado,pelo que nunca votei. Recordo-me que, em 1969, quando estava em Canjadude [, na CCAÇ 5,] , houve eleições, tendo o destacamento sido sobrevoado por um heli a partir do qual informavam, com insistência, de que o presidente da assembleia de voto se devia deslocar à pista com a urna de votos para lhes ser entregue. Não havia urna, porque ninguém se tinha apresentado manifestando a intenção de votar.

(ii) Luís Graça (*):

Patriótico paradoxo: um português podia morrer pela Pátria mas podia não ter direito de voto nas eleições para a Assembleia Nacional... Na CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), só havia três camaradas recenseados (inscritos nos cadernos eleitorais, ans eleições legislativas de 26/10/1969), incluindo o capitão (que era do quadro permanente), um furriel um 1º cabo... Nem os sargentios QP!...



(iii) Luis Lima  (**) 

Se não estou em erro parece-me que decidiram que o meu voto era para o deputado [James] Pinto Bull que desapareceu no crasch do heli em [26 de julho de] 1970.



(iv) Julio Pereira (**)

Sim, é verddae. Quando eu casei, em 65,  nas eleições seguintes [, em 1969,] a minha esposa teve direito a votop mas eu não. Os [boletins de] votos eram entergues em casa.



(v) Tabanca Grande (*):



Em 1969, o representante da Guiné na Assembleia Nacional é o James Pinto Bull (Bolama, 15 de Julho de 1913 – Bissau, 26 de Julho de 1970). Foi provavelmente eleito também com alguns dos nossos  votos... em branco, entrados nas urnas (poucas) que haveria nos nossos quartéis, no TO da Guiné, em 26/10/1969.

Alguns dados biográficos do James Pinto Bull (fonte:  adapt. de Wikipédia e Assembleia da República):

(i) licenciado Ciências Sociais e Política Ultramarina pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (ISCPU) da Universidade Técnica de Lisboa

(ii) foi político e administrador de empresas, ocupou duversos na administração colonial;

(iii) foi deputado na VIII Legislatura, entre 1961 e 1965, na IX Legislatura, entre 1965 e 1969, e na X Legislatura, entre 1969 e 1973, tendo sido eleito pelo Círculo Eleitoral N.° 26, da Guiné;

(iv) ocupou os lugares de vogal da Comissão do Ultramar, de 1961 a 1970, e de Membro da Comissão Eventual para estudo da Proposta de Lei de Alterações à Lei Orgânica do Ultramar Português, nomeada na Sessão Legislativa de 1962-1963; 

(v) fez intervenções no Parlamento que se concentraram "na defesa dos interesses da Guiné, participando assiduamente nos debates das Contas Gerais do Estado, nos quais apresentou relatos circunstanciados da situação económica daquela Província"; além disso, "chamou, amiúde, a atenção dos seus pares para as carências do Círculo Eleitoral que representava, apelando, sobretudo nos debates do Plano Intercalar e do III Plano de Fomento, à realização de mais avultados investimentos na região."

(vi) foi eleito deputado à Assembleia Nacional em 1969, tendo sido membro da chamada Ala Liberal, que defendeu reformas políticas do regime;

(vii) morreu na Guiné em 26 de julho de 1970, num acidente de helicóptero, quando viajava de Teixeira Pinto para Bissau com outros três deputados, um dos quais era o líder da Ala Liberal, José Pedro Pinto Leite.

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Guiné 61/74 - P16964: Inquérito de 'online' (99): "Alguma vez votaste, em eleições legislativas, antes do 25 de Abril de 1974 ?"... Precisam-se pelo menos 100 respondentes até 3ª feira, dia 24, às 11h34


Foto: Assembleia da República / Palácio de São Bento (cortesia do sítio da CM Lisboa)


I. INQUÉRITO DE OPINIÃO: 

"ALGUMA VEZ VOTASTE 
EM ELEIÇÕES LEGISLATIVAS, 
ANTES DO 25 DE ABRIL DE 1974?"


1. Não estava recenseado, pelo que nunca votei 
2. Estava recenseado, mas nunca votei 
3. Estava recenseado e votei, pelo menos uma vez 
4, Não sei / não me lembro


Resposta.  até 24/1/2017, 3ª feira, até às 11h34, diretamente no blogue, ao canto superior esquerdo (*).


II. É a pergunta desta semana: quantos de nós, camaradas, estavam incluídos no tal milhão e oitocentos mil recenseados, que constavam dos cadernos eleitorais do Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974, podendo exercer o "direito de voto" nas eleições legislativas para a Assembleia Nacional (e apenas nestas) ?... Ou seja, apenas um em cada cinco portugueses!

Depois das eleições para a Presidência da República de 1958, por sufrágio universal, a Constituição (de 1933) foi alterada, passando a lei a prever que que o supremo magistrado da Nação passasse a ser eleito por um colégio eleitoral restrito de 602 membros.

Esses membros eram os seguintes: (i) deputados da Assembleia Nacional; (ii) membros da Câmara Corporativa;  (iii) representantes das estruturas administrativas dos territórios ultramarinos;  e (iv) representantes das câmaras municipais.

Lê-se no sítio oficial da Presidência da República Portuguesa, na nota biográfica de Américo Tomás: "O Colégio Eleitoral é o resultado das eleições de 1958. Foi criado para evitar situações problemáticas para o regime, como a hipótese de vir a ser eleito um candidato da oposição".

Recorde-se que em 1958, em eleição fraudulenta, Américo Tomás foi eleito com 75% dos votos (contra 25% do general Humberto Delgado), o que correspondia a 758 998 votos e 236 528 votos, respectivamente, para cada um dos candidatos....

O total dos recenseados nos "cadernos eleitorais" do Estado Novo, nas últimas eleições, as de 1973 eram cerca de 1 milhão e 800 mil para uma população de  pouco mais de 8,6 milhões, ou seja, pouco mais de 20%.

Compare-se esse número com o total de recenseados, para as primeiras eleições livres, em 25/4/1975, as eleições para a Assembleia Constituinte: mais de 6,7 milhões de eleitores (numa população de pouco mais de 8,7 milhões), o que equivale a 88,5% do total.

Nas eleições legislativas de 26/10/1969, eu estava há já cinco meses na Guiné  e exerci o meu direito de voto... Votei em branco mas não sei o que fizeram ao meu voto...

Recorde-se (para os mais novos...) que ante do 25 de Abril, o direito de voto era muito restrito, não era "um homem, um voto": só podiam votar: (i) os chefes de família (excluindo-se as mulheres e os filhos maiores que viviam com os pais); (ii) os indivíduos  com um grau de instrução igual ou superior a 4 anos e proprietários (excluíam.se  os analfabetos e os pobres...). O  recenseamento era administrativo e prestava-se a grandes arbitrariedades. Eram excluídos, administrativamente, dos cadernos eleitorais, muitos dos opositores ao regime... Enfim, a campanha eleitoral era de um mês, com muitos constrangimentos e intimidações para os da "oposição"... As assembleias de voto e as urnas eram controladas e manipuladas, não havia fiscalização, não havia partidos, não havia "tempos de antena"..
.
Em suma, um português podia morrer pela Pátria mas podia não ter direito de voto nas eleições para a Assembleia Nacional... 

No TO da Guiné, numa  companhia como a minha (a CCAÇ 2590/ÇÇAÇ 12), com de cerca de 60 militares metropolitanos graduados e especialistas, creio que só havia três camaradas inscritos nos cadernos eleitorais e, portanto, com direito de voto, ou seja 5%:  (i) eu (fur mil armas pesadas inf); (ii) o cmdt da companhia (o capitão de infantaria Carlos Brito, hoje cor ref);  e (iii) o  1º cabo apontador de armas pesadas inf, que pertencia ao 1º Gr Comb, o  José Manuel Quadrado (infelizmente já falecido), o "Alentejano", como era conhecido na caserna. Quantos aos restantes 100 portugueses, as praças guineenses, da CCAÇ 12, nem pensar, não tinham, capacidade eleitoral; eram todos analfabetos, com exceção do 1º cabo José Carlos Suleimane Baldé (o único que, teoricamente, poderia votar, se estivesse recenseado...).

Na CCAÇ 2590, em 60 homens (metropolitanos)  só 3 estavam  recenseados nos cadernos eleitorais, o que é mais baixo (5%) do que a média nacional (20%). Pode ser que noutras companhias a proporção fosse maior.

Posso, por outro lado,  estar aqui a cometer uma injustiça, omitindo mais alguém, mas julgo que não, embora, para além do capitão QP, os restantes graduados do quadro, os dois segundos sargentos de infantaria, o José Martins Rosado Piça e Alberto Martins Videira também devessem, em princípio, estar recenseados. O 1º sargento de cavalaria Fernando Aires Fragata  ainda estava connosco: irá depois ingressar na antiga Escola Central de Sargentos, sita em Águeda, para frequentar o curso que dava a promoção a oficial do SGE. Alguns de nós, milicianos chegámos a dar-lhe explicações: português, matemática, etc.

Vamos lá responder a este inquérito. Precisamente de chegar pelo menos às 100 respostas.


III. Comentários sobre o tema (**):

(i) Carlos Vinhal

[Nasceu a 27 de Março de 1948 em Vila do Conde; vive em Leça da Palmeira, Matosinhos. aposentado da Administração dos Portos do Douro e Leixões SA; foi Fur Mil Art MA,  CART 2732 Mansabá, entre Abril de 1970 e Março de 1972; é coeditor do nosso blogue]

(...) Confesso a minha pouca importância dada à política de então, e até nem sei quando se adquiria o direito a votar. Seria aos 21 anos, coincidente com a aquisição da chamada maioridade?

Só me lembro do recenseamento no pós 25 de Abril e de ter votado pela primeira vez na minha vida (?) no dia 25 de Abril de 1975, quando até fiz parte de uma mesa de voto como escrutinador, acabando também por secretariar, já que o secretário nomeado me passou a pasta.

Não sei se era "lenda", mas dizia-se que os "votos" dos funcionários públicos que não votavam eram descarregados automaticamente nas listas do regime. De qualquer modo até 1975,  fui funcionário público assalariado de carácter permanente,  logo não devia contar para o número dos ditos "votantes".


(ii) António J. Pereira da Costa

[Coronel art ref, ex-alf art  da CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art  e cmdt  das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74)]

(...) Sobre a inscrição dos militares profissionais no "caderno eleitoral" admito que tenha sido obrigatória. Porém, na década de 60, esse uso terá caído em desuso. Nos períodos eleitorais que apanhei na tropa, fui brindado com "prevenções" e nunca dei que os profissionais saíssem do quartel para cumprir o "dever cívico".

Nunca estive inscrito e nunca fui convidado/obrigado a inscrever-me. Às vezes fico com a ideia de que, para a maioria dos militares daquele tempo, a política era uma coisa menor que se tinha de aturar e mais nada...

(...) Sobre as eleições recordo as "chapeladas" feitas com os votos dos legionários que estavam de prevenção e, por isso, não podiam ir às mesas de voto. Então os comandantes levavam os respectivos votos que entravam para as urnas e depois... era só contar.

Ouvi, outro dia, dizer que o embaixador inglês em Lisboa comentava o dito do Salazar (eleições tão livres como na livre Inglaterra), em relação às eleições portuguesas do pós-guerra, que daquelas só conhecia as da Polónia.

Enfim, passou-se...
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