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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Guiné 61/74 - P19436: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (12): António Paulo Bastos, que andou em viagem pelas arábias, ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953 (Teixeira Pinto e Farim, 1964/66)

1. Mensagem do nosso camarada António Paulo Bastos (ex-1.º Cabo do Pel Caç Ind 953, Teixeira Pinto e Farim, 1964/66), datada de 22 de Janeiro de 2019 com a sua prova de vida:

Companheiro Carlos
Não sei se ainda vou dentro do prazo para fazer a prova de vida, mas se não o fiz há mais tempo, o motivo foi que andei pelas Arábias em passeio e depois quando cá cheguei o computador, como não o levei, fez gazeta e não queria trabalhar, só no Domingo consegui que me o reparassem.

Falar sobre o Qatar é uma coisa impossível de explicar, é um mundo.
Então o ex-1.º Cabo 371/64 do Pelotão Caçadores Independente 953, ainda se encontra por estas paragens.

Um Abraço para toda a Tabanca.
António Paulo.





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Nota do editor

Último poste da série de 24 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19331: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (11): José Belo, na terra do Pai Natal e das Auroras Boreais, régulo da Tabanca da Lapónia, ex-alf mil inf da CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19331: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (11): José Belo, na terra do Pai Natal e das Auroras Boreais, régulo da Tabanca da Lapónia, ex-alf mil inf da CCAÇ 2381 (Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70)




Festas Felizes desde a terra do Pai Natal e das Auroras Boreais. [Fotos: Joseph Belo, 2018]

1. Mensagem do José [Joseph] Belo, régulo da Tabanca da Lapónia:


Domingo, 23/12, 13:49



Para Ti e Família,assim como para todos os Amigos e Camaradas, envio desde o extremo do extremo norte da Suécia um grande abraço com votos de Festas Felizes.


(i) tem c. 130 referências no nosso blogue

(ii) ex-alf mil inf da CCAÇ 2381,Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70;

(iii) cap inf ref;

(iv) é jurista, vive na Suécia há 4 décadas, e onde formou família;


(v) reparte o seu tempo entre a Suécia, a Lapónia Sueca e os EUA, onde família tem negócios.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19306: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (4): Jorge Picado (ex-cap mil, CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá, e o CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72)



Ílhavo > Costa Nova > 21 de agosto de 2012 > De costas, o nosso grã-tabanqueiro Jorge Picado, nosso comum amigo, meu e do Zé António Paradela... Ultimamente tenho falhado: por exemplo, este verão não fui "partir mantenhas" com os meus amigos da Costa Nova: o Jorge Picado, o João Vizinho, o Tibério Paradela, o Zé António Paradela & família...


Ílhavo > Costa Nova > 21 de agosto de 2012 > Ao centro, eu e o Zé António Paradela, arquiteto; e à nossa esquerda, a Alice Carneiro e a Matilde Henriques (esposa do Zé António); à nossa direita, o Jorge Picado e o Jorge Paradela, o caçula do casal Zé António & Matilde. A foto foi tirada pelo filho mais velho, o Marco Henriques Paradela, que anda agora na "tropa do bacalhau"...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem, com data de ontem, 18 de dezembro de 2018, às 22:09, de Jorge Picado:

(i) ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72; 

(ii) tem mais de uma centena de referências no nosso blogue; 

(iii) entrou formalmente para a nossa Tabanca Grande há 10 anos; 

(iv) nasceu em 1937, em Ílhavo, e foi dos poucos que não fez a "tropa do bacalhau";

(v) engenheiro agrónomo reformado; avô babado; no verão a sua tabanca é a Costa Nova (*)


Aproveito para fazer a minha Prova de Vida (**), pois que, apesar de pouco "falador", por aqui vou passando quase diariamente e, quanto ao meu "estado", lá me vou aguentando e tenho mesmo de me dar por feliz, já que a saúde vai sendo bastante razoável para "as luas" que carrego.

Por isso, para todos vós, companheiros, amigos e camaradas, os meus Votos de Um Bom Natal, Feliz Ano de 2019, na companhia de todas as vossas Gentes e sobretudo com muita Saúde, Alegria e Poucos Roubos daqueles que parece que só vivem para isso. Vocês entendem.

Jorge Picado
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Notas do editor

(*) Vd. poste de 9 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2736: Tabanca Grande (60): Apresenta-se o Jorge Picado, ilhavense, ex- Cap Mil, CCAÇ 2589, CART 2732 e CAOP 1 (1970/72)

Vd. também postes de:

28 de setembro de  2008 > Guiné 63/74 - P3248: Eu, capitão miliciano, me confesso (1): Engenheiro agrónomo, ilhavense, 32 anos, casado, pai de 4 filhos... (Jorge Picado)

30 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10596: Memória dos lugares (194): Ilhavo, Costa Nova... a terra do meu amigo e irmão mais velho e, porque não ?, meu camarada, o arquitecto Zé António Paradela, que hoje celebra 3/4 de século de existência, antigo marinheiro da pesca do bacalhau, último representante de um povo que tem o mar no ADN!... (Luís Graça)

(**) Último poste da série > 17 de dezembro de  2018 > Guiné 61/74 - P19301: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (3): Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 (Xime, Pte R Udunduma e Mansambo, 1972/74)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19301: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (3): Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494 (Xime, Pte R Udunduma e Mansambo, 1972/74)



Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > CART 3494 (1972/74) > Dezembro  de 1973 > Destacamento da Ponte do Rio Udunduma > "Rotunda da ponte", com o único monumento erigido à companhia, em todo o CTIG.

Foto (e legenda): © Jorge Araújo (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil Op Esp /RANGER, CART 3494
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do nosso blogue.

- BOM NATAL E UM ANO DE 2019 PLENO DE FELICIDADE -
Na presente quadra festiva, onde se inclui o NATAL e a entrada no NOVO ANO, aproveito para enviar a todos os camaradas da tertúlia, e suas famílias, uma MENSAGEM DE BOAS FESTAS, bem como a todos os leitores do nosso blogue, de todas as gerações.
- CURIOSIDADE
Para memória futura, aqui vos deixo mais uma pequena história da História colectiva da CART 3494.

A imagem do postal de "BOAS FESTAS" corresponde ao Destacamento da Ponte do Rio Udunduma, situado a quatro kms de Bambadinca (para leste), na estrada que ligava esta localidade (sede do BART 3873) e o cais do Xime, a sete kms (para oeste). Foi aí que, durante nove meses, esteve instalada a CART 3494, com metade de um GrComb, no período entre Junho'1973 e Fevereiro'1974.

No interior do círculo a vermelho da foto acima foi erigido o único monumento (símbolo) que a CART 3494 deixou no CTIG, durante a sua comissão de serviço ultramarina. Foi inaugurado durante o mês de Dezembro de 1973, fez quarenta e cinco anos, tendo sido baptizado como "ROTUNDA DA PONTE", uma vez que à sua volta o terreno foi preparado - capinado e alisado - para funcionar como rotunda onde se deveria observar as regras de trânsito, com circulação obrigatória em seu redor.
QUE TENHAM UM BOM NATAL
E UM ANO DE 2019 COM MUITA SAÚDE
Com um forte abraço de amizade,
Jorge Araújo.
17DEZ2018

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domingo, 16 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19295: Parabéns a vocês (1541): António Paiva, ex-Soldado Condutor do HM 241 (Guiné, 1968/70)

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Notas do editor:

As últimas notícias que tivemos do nosso amigo António [Duarte] Paiva davam conta de que ele estava muito doente. Chegou a ir à Tabanca da Linha e a outros convívios.  Vivia muito só.  Telefonou em tempos ao nosso editor a pedir ajuda. Agradecemos desde já a quem nos possa actualizar o seu estado de saúde uma vez que não é possível aceder ao seu telemóvel. Talvez o Manuel Freitas, de Espinho, que organiza o convívio anual do pessoal do HM 241 (Bissau), nos possa dar alguma pista. Oxalá tenhamos hoje boas notícias do Paiva, mas o Juvenal Amado diz-nos que o nº de telemóvel que nós tínhamos até 2016, não está atribuído, o que é mau sinal.

Último poste da série de 15 de Dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19292: Parabéns a vocês (1539): Francisco Santos, ex-1.º Cabo TRMS da CCAÇ 557 (Guiné, 1963/65) e Sousa de Castro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3493 (Guiné, 1971/74)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Guiné 61/74 - P19290: Estou vivo, camaradas, e desejo-vos festas felizes de Natal e Ano Novo (2): Mário Lourenço, que vive na Amadora, e foi 1.º cabo radiotelegrafista, CCAV 2639 (Binar, Pete, Bula, Ponta Consolação e Capunga, 1969/71)


Guiné > Região do Cacheu > Pete > CCAV 2639 (1969/71) > O Mário Lourenço no "Bu...rako dos Transmissões". Foto do álbum do Mário Lourenço (*).


Foto (e legenda): © Mário Lourenço (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Mário Lourenço (ex-1.º cabo radiotelegrafista da CCAV 2639, Binar, Pete, Bula, Ponta Consolação e Capunga, 1969/71)


Data - 14 de dezembro de 2018 às 13:42

Assunto - Prova de Vida

 Camaradas, aqui vai a minha prova de vida, com os desejos de um FELIZ NATAL E UM BOM
ANO 2019, para todos os camaradas e familiares. (*)

Com grande abraço,

Mário Lourenço,  tabanqueiro nº 662 (**)

(i) faz anos a 7 de janeiro;

(ii) vive na Damaia-Amadora;

(iii) está reformado de uma firma do sector automóvel onde trabalhou 43 anos;

(iv) é um dos habituais organizadores do encontro anual da companhia;

(v) da CCAV 2639 fazem ainda parte, da Tabanca Grande, pelo menos,  o Victor Garcia (1º cabo at cav) e o  António Ramalho (fur mil at cav)... 

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terça-feira, 8 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15831: Prova de vida (2): Ainda cá estou e continuo de pé!... Mas ainda não resolvi se este ano vou estar presente no XI Encontro Nacional da Tabanca Grande, em Monte Real, dia 16 de abril (José Augusto Miranda Ribeiro, ex-fur mil da CART 566, Ilha do Sal - Cabo Verde, Outubro de 1963 a Julho de 1964, e Olossato - Guiné, Julho de 1964 a Outubro de 1965)

1. Mensagem de 5 do corrente,  do nosso camarada José Augusto Miranda Ribeiro [ex-fur mil da CART 566, Ilha do Sal - Cabo Verde, Outubro de 1963 a Julho de 1964, e Olossato - Guiné, Julho de 1964 a Outubro de 1965; professor do ensino básico, reformado, que vive em Condeixa]

Olá, camarada Luís Graça, eu ainda cá estou e continuo em pé.

Obrigado pela tua mensagem que certamente vai dando ânimo a todos. De vez em quando vou à Tabanca Grande, mas nem sempre tenho tempo para responder. Já sou um pouco velhote para estar atento a tudo. 

Cá em casa continuo a ser o taxista de três netas e da minha patroa que deixou de conduzir e anda sempre doente. Cheguei a convencê-la a ir comigo este ano ao Encontro de Monte Real mas, de repente, teve que fazer uma cirurgia e logo a seguir outra. Por isso ainda não resolvi se este ano vou estar presente.
Em Dia Internacional da Mulher,
mandamos um beijinho para a Adriana,
com votos de boa recuperação. 

Não vamos falar em coisas tristes porque tristezas não pagam dívidas.

No domingo passado fui à Serra da Lousã, que disseste um dia que conheces. Que maravilha! Fui só com a mulher. Vimos neve com abundância e almoçámos num restaurante típico em plena Serra.
Ainda me recordo que ali era um moinho. A moleira dava-nos broa de milho amarelo. As minhas férias eram passadas a caminhar pela serra. O meu pai era professor e com 6 filhos não nos podia levar para a praia. Só me lembro no ano em que acabou a II Guerra Mundial, em 1945, tinha eu 6 anos, que o meu pai foi fazer exames na escola primária da Figueira da Foz e fomos todos para Buarcos durante um mês ou mais.

Noutra ocasião tentarei contar algumas histórias da Guiné.

Bem, Luís Graça, vão aqui dois grandes abraços, um para ti e outro para o camarada Carlos Vinhal, por quem também tenho muita estima.

JRibeiro
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Nota do editor:

Último poste da série > 9 de janeiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15596: Prova de vida (1): Fantasias de Natal... (Manuel Luís R. Sousa)

sábado, 9 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15596: Prova de vida (1): Fantasias de Natal... (Manuel Luís R. Sousa)

1. Porque o Natal é quando o Homem quer e porque o nosso camarada Manuel Luís R. Sousa (ex-Soldado da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4512, Jumbembem, 1972/74, actualmente Sargento-Ajudante da GNR na situação de Reforma), quis fazer a sua prova de vida, aqui temos uma ternurenta Fantasia de Natal enviada ao nosso Blogue ontem, dia 9 de Janeiro de 2015.

Amigo Carlos Vinhal:
Recebi recentemente um e-mail do nosso camarada Luís Graça, que tu também deves ter recebido, manifestando a sua preocupação em chegar ao ponto de recear telefonar para qualquer um de nós, temendo que o seu contacto seja já inoportuno, pedindo para dizermos "Ok, ainda estamos cá", como prova de vida.
Estando a rapaziada toda já "entradota", compreendo a sua preocupação. Pela parte que me toca, aqui estou a dizer "OK, ainda estou por cá", enviando-te em anexo um texto para, se o entenderes, o publicares. É um excerto do meu novo livro autobiográfico, prestes a ser editado, que contém uma mensagem de Natal, embora já um pouco extemporânea, para todos os companheiros.
Agora, amigo Carlos, com a publicação deste texto, ou a rapaziada gosta e vai adquirir o livro, espicaçada que foi, assim, a sua curiosidade, ajudando-me a escoar os livros que as editoras me "obrigam" a adquirir, mesmo sendo o autor, ou não gostam mesmo nada deste naco de prosa e o destino dos livros, além de um ou outro que vou por na estante, é uma pilha a um canto da garagem.
Como vês amigo, ainda cá estou e com algum sentido de humor.
Envio-te também uma fotografia para ilustração.

Um abraço para ti e para todos os companheiros, e respectivos familiares.
Bom Ano de 2016
Manuel Sousa



Fantasias de Natal…

Sempre me disseram, em criança, alimentando a minha fantasia, que o Menino Jesus, que eu via habitualmente num dos altares da Capela de S. Luís, - Folgares, Vila Flor - muito pequenino, de feições angelicais, de cabelo loiro, vestido com umas vestes brancas e resguardado numa redoma de vidro, nos visitava na altura do Natal, entrando pela chaminé, para deixar uns presentes nos sapatos que ali encontrasse.

Como é que aquele ser tão frágil e indefeso, – pensava comigo próprio, embora criança – tinha o vigor físico para, pela calada da noite, ao frio, à chuva ou à neve, subir ao telhado da nossa casa e descer depois ao interior, com a dificuldade acrescida de ali não existir qualquer chaminé? As chamas da fogueira crepitavam livremente até ao tecto, saindo o fumo por entre as telhas.

Mesmo assim, pelo sim e pelo não, na noite de Consoada, à falta de sapatos, lá ia colocando os socos junto à lareira, condição essencial para Ele deixar os presentes, segundo me diziam, na expectativa de que aquele Menino seria mesmo capaz de vencer tais obstáculos e descer através das "lares" para me deixar qualquer coisa – um carrinho, uma gaita. Oh...! Que alegria seria a minha.

No dia seguinte, ansiosamente, bem cedo, ia ver os socos que, para minha decepção e tristeza, continuavam intactos e sem qualquer presente. A explicação dos meus pais era a de que ele não teria brinquedos suficientes para todas as crianças, mas que, provavelmente, no ano seguinte seria a minha vez, ou então, diziam-me, que ele não teria entrado pelo facto de a nossa casa não ter chaminé e de não querer "enfurretar" as suas vestes alvas de neve na fuligem das "lares".

Serviam-me de algum consolo estas explicações e consolidava-se em mim aquela ideia de que o Menino Jesus, tão frágil, correndo o risco de se partir o barro de que era feito, não seria capaz de subir ao telhado da nossa casa. Isto por um lado. Por outro, chegava a pensar que Ele discriminava os meus socos, visto que o habitual, segundo me diziam, era porem-se na lareira na noite de Natal os sapatinhos. Coisa que eu não tinha.

Num desses anos da minha meninice, também por altura do Natal, encontrava-me na aldeia da Carrapatosa, onde passava alguns períodos com a minha avó materna. Mais uma vez, na noite de Consoada, levado pela mesma fantasia, a minha tia Aninhas aconselhou-me a colocar os socos no canto da lareira antes de ir para a cama. Com alguma relutância o fiz, pela experiência anterior e visto que a casa da minha avó também não tinha chaminé.

No dia seguinte, bem cedo, "inspeccionados" os socos, para minha surpresa e alegria, estavam atacados de rebuçados. Como criança que era, rejubilei de felicidade! Perante esta realidade, e não perdendo tempo em trincar e chupar alguns deles, percorrendo com o olhar toda a altura entre o tecto e a lareira, não pude deixar de pensar que o Menino Jesus da Carrapatosa era muito mais audaz do que o da minha terra, e imaginava como as suas vestes teriam ficado negras pela fuligem do cadeado das "lares", por onde ele teria descido feito alpinista.

Logo nesse dia, na ida à missa de Natal com a minha avó, a tia Aninhas e os meus primos, à Capela de Santa Luzia, tive a curiosidade de reparar na sua imagem, supondo eu, pelo que fez durante a noite, que estaria toda enfarruscada de fuligem. Para minha admiração, estava imaculadamente limpa, como era habitual, o que me deixou pensativo, concluindo que aquele menino em nada se comparava a outro qualquer. A mim, por exemplo. Porque se eu fizesse o que ele fez, a minha roupa estaria que nem a de um carvoeiro, impregnada de pó negro da lareira.

Só mais tarde tive a noção de que o Menino Jesus, para não se sujar e não apanhar o frio da noite, fez o cambalacho com a tia Aninhas, que era mordoma da capela, incumbindo-a de ali colocar os rebuçados, que Ele tinha requisitado na taberna, do Eugénio ou do Cassiano de Campelos, para serem debitados na Sua "conta". Aqueles a que eu tinha direito – os socos estavam repletos – em compensação dos anos anteriores que não me tinha trazido nada.

Que Menino Jesus nos abençoe a todos em geral e, especialmente, os ex-combatentes.
Manuel Sousa
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13971: Inquérito online: as primeiras respostas: Máquinas fotográficas e fotografia; prova de vida; votos de boas festas 2014/15




Guiné > Região de Tombali > Setor S2 (Aldeia Formosa) >  CCAÇ 18  > c. 1973/74 > Uma saída para o mato.. Foto de Antero Santos , que têm lá mais 300, (que já mandou digitalizar, para partilhar com a Tabanca Grande... Eis uma bela prenda de Natal!).


Foto: © Antero Santos  (2014).Todos os direitos reservados [Edição: LG]


As primeiras respostas à nossa sondagem, envaidas ontem, e também provas de vinda e votos de bopas festas 2014/15 (*)...


(i) Rui Santos [ex-alf mil, 4.ª CCAÇ, Bedanda e Bolama, 1963/65]

 Luis, meu amigo

Máquina fotografica ?? Que é isso ?? Nunca usei ... granadas defensivas, ofensivas, incendiárias, de morteiro,  de bazuca ... isso sim mas nunca atirei com essa ... máquina, apenas fui "atingido" por máquinas de outrèm.

Mas acho piada a quem foi para o mato ... fotografar.

Bom Natal, mas antes encontramo-nos na "Gala dos galos" [, dia 18 de dezembro, na ADFA].

Abraço, Rui Santos (o verborreico)


(ii) João Lourenço [, vive em Matosinhos; ex-alf mil, PINT 9288, Cufar, 1973/74]

Meu caro Luís,

Foi na Guiné que comecei a fotografar, por causa do comércio de máquinas de boa qualidade a preços razoáveis. A minha foi comprada,  salvo erro,  no TAUFIK SAAD,  em Bissau;   era uma Canon FTb, se não erro.

Tenho algumas fotos a preto e branco, mas poucas,  porque vinham revelar a Lisboa, e nem sempre havia portador do mato para a metrópole.

São memórias que guardo com carinho, dos bons e maus momentos

Um alfabravo, João Lourenço



(iii) Rui Vieira Coelho

[médico reformado, ex-alf mil médico BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518 (Galomaro, 1973/74, e subdelegado de saúde da zona de Galomaro-Cossé [, foto à esquerda, em 1973, em Galomaro, da autoria de Juvenal Amado]

Tinha máquina fotográfica comprada nos Açores onde estive a fazer inspecções militares,  e era uma Aza Pentax Spontamatic II,  semi- profissional

Tenho fotografias a preto e branco. Tenho a cores. Tenho slides a cores

Um abraço do
Rui Vieira Coelho





(iv) Armando Fonseca 


[, ex-Soldado Condutor, Pel Rec Fox 42, Guileje e Aldeia Formosa, 1962/64]



Levei da metrópole uma máquina tipo caixote que era minha e de mais dois camaradas, e que no final foi sorteada e não me calhou a mim, mas na altura , como hoje, o dinheiro era pouco e não dava para investir em muitas fotografias, mas hoje tenho pena de não ter feito mais

Armando Fonseca

(v)  José Manuel [de Melo Alves] Lopes [Josema]

[vitivinicultor, duriense, poeta, ex-fur mil, CART 6250/72, "Os Unidos de Mampatá, Mampatá, 1972/74]


Sim, tinha uma Kodak, prenda de meu pai no natal de 1971. A Kodak, um lápis e um caderno me acompanhavam para todo o lado. Os rolos eram revelados em Aldeia Formosa, eté o batalhão ser rendido em 73. Havia lá um "habilidoso" que percebia da poda. Depois, passaram a ser revelados em Bissau, quando havia portador.


josema


(vi) Ricardo Almeida 

[, ex-1.ºcabo, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, K3 / Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71]

Respondi:

1. Nunca tive máquina no CTIG

4.  Às vezes emprestavam-me uma máquina ou tiravam-me fotos

7.  Tenho bastantes “slides”

(vii) Guilherme Ganança


 [ex-Alf Mil da CCAÇ 1788/BCAÇ 1932,
 CabedúCatió eFarim
1967/69]

Olá, Luís Graça

Em relação à sondagem sobre fotografias: eis as minhas respostas:

1 - Nunca tive máquina fotográfica no TO da Guiné.
5 - Havia um «fotógrafo de serviço».
8 - Tenho algumas fotos a preto e branco.

Desejo-te, desde já, um Bom Natal, bem como a todos os camaradas da Tabanca Grande.

Eu estou recuperado e sinto-me bem. Só tenho de cumprir as «ordens de serviço» emenadas do IPO, atarvés da médica que me acompanha.

Alfa-bravo. Guilherme Costa Ganança


(viii) João [José de Lima Alves] Martins

[ex-alf mil art, BAC1, Bissum, Piche, 
Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69 ]


Respostas:


3. Comprei uma máquina na Guiné


7. Tenho bastantes “slides” [, que partilhei no Facebook e no blogue].


(ix) Antero Santos [ex-Fur Mil Atirador/Minas e Armadilhas da CCAÇ 3566 e da CCAÇ 18 - Empada e Aldeia Formosa -, 1972/74]


 Caros Amigos Luís Graça e demais editores

Relativamente a máquinas fotográficas informo que:

2 - quando parti para a Guiné levei uma máquina da marca Kodak, das mais baratas, toda em plástico.
3 - Comprei depois a um gila, em Empada, uma melhor, da marca Halina, ainda em 72. Em 73, já em Aldeia Formosa, vendi a Halina e comprei ao 1º sargento Pires (da CCAÇ 18, a minha unidade) uma Canon QL 17 (ou 19); esta Canon "foi-se" no Aeroporto Sá Carneiro por volta de 1994; deixei-a numa cabine telefónica e desapareceu. Em 73, numa das idas a Bissau, comprei um projector de slides (que ainda tenho);

6 - tenho algumas fotoa a preto e branco (40 a 50);

7 - tenho slides (cerca de 300) que já mandei digitalizar.

Em 73 comprei em Bissau um projector de slides (que ainda tenho).

Junto uma foto (transferida de um slide) do meu grupo de combate; como sempre saíamos do quartel mais ou menos a granel e quando chegávamos ao posto avançado antes do arame há que agrupar e sair - "vamos a eles antes que eles venham a nós" - frase que eu dizia sempre imediatamente antes de passar o arame farpado. Nos 18 meses que estive em Aldeia Formosa, comandei o grupo de combate por não ter Alferes,

Um abraço

(x) Martins Julião [, empresário, Oliveira de Azxemeis; ex-alf mil inf, CCAÇ 2701, Saltimnho, 1970/72]

Camarada,

Comprei uma no Saltinho, sob encomenda aos gilas, uma Canon,  formidável; no meio da confusão cheguei a Portugal sem ela.

Um furriel da CCaç 2701 era o fotografo de serviço: Furriel Mil Alves.

Uma saudação cheia de tempos idos.

Martins Julião


(xi) Fernando Chapouto 

[ex-fur mil op esp, CCAÇ 1426, Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda, 1965/67]


Quando entrei no Niassa,  a primeira coisa a comprar foi uma garrafa de whisky só para saber como era, não me dei mal com ele, só um bocadinho mais forte do que a minha aguardente de bagaço.

No mesmo dia comprei a máquina fotográfica e foi tirar fotografias sem fim até chegar a Bissau.
Como era fracota quando cheguei ao sector de Bafatá,  comprei uma melhor por dois contos no meu amigo e conterrâneo Eduardo Teixeira, que era o dono da drogaria ao, lado onde se comiam uns bons petiscos e em frente à porta de entrada  do quartel, que passou a revelar-me os rolos, por isso ainda ganhei algum patacon com as fotografias.

È esta a história da máquina fotográfica.

Ficaste elucidado quanto à BOR?

Um forte abraço
Fernando Chapouto