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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14499: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de abril de 2015 (16): fotos do Miguel Pessoa


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 1 > "Foto de família"...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 2 > O nosso coeditor Carlos Vinhal e o Fernando Súcio (que veio de Vila Real e nos trouxe notícias e "mimos" do nosso camarada ex-Alf Mil Médico Rui Vieira Coelho)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 3 > À direita, o Joaquim Mexia Alves, membro da comissão organizadora e que "jogava em casa" com o camarada José Almeida de Lamego...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 4 > Em primeiro plano, o nosso editor Luís Graça e à esquerda, o António Fernando Marques (Cascais).... Ambos pertenceram à CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) e caíram na mesma mina A/C em Nhabijões, em 13/1/1971...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 5 > O camarada Abel Santos cumprimentando a nossa camarada Enfermeira Paraquedista Giselda Pessoa... Em segundo plano, o José Zeferino (Chamusca e Loures)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 6 >  à esquerda, o José Zeferino e o Artur Soares (Figueira da Foz)... Em primeiro plano o Abel Santos, de Leça da Palmeira...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 7 > Reconheço o Juvenal Amado (Fátima /Ourém), o José Almeida e o João Maximiano (Santo Antão / Batalha), em terceiro lugar. (É um dos sobreviventes da terrível emboscada do Quirafo).


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 8 > Carlos Vinhal, Jorge Picado e Giselda Pessoa. Mais atrás o Francisco Silva


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 9 > Em primeiro plano António Santos Pina... À direita, o nosso fotógrafo Manuel Resende...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 10 > O "ataque" aos aperitivos... À esquerda, de óculos escuros o Belarmino Sardinha que veio do Cadaval com o Joaquim Pinto de Carvalho.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 11 > Um prato variado fotografado pelo Miguel Pessoa.


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 12 > Dois camaradas da FAP, o Gil Moutinho (régulo da Tabanca dos Melros, Gomdomar) e o António Martins de Matos (Lisboa) (o único de nós que chegou a general...)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 14 > Em primeiro plano, o Hélder Sousa (Setúbal) e a seguir o JERO (Alcobaça)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 15 > O Fernando Gouveia e o António Pimentel, dois camaradas da mesma época (1968/70)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 16 > À esquerda, o Manuel Lima Santos (Viseu); à direita o Rui Marques Veiga e a esposa Eulália, que jogavam em casa (são de Leiria)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 17 > A mesa do Benjamim Durães e netos (num total de 7) a que se juntaram mais 3 elementos da família do José Nunes Francisco (Batalha) (, a filha, do lado direito e dois netos)


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > Foto nº 18 >  José Augusto Ribeiro (Condeixa), J. L. Mendes Gomes (Mafra e Berlim) e José Colaço (Lisboa), três veteraníssimos da guerra da Guiné...

Fotos: © Miguel Pessoa (2015). Todos os direitos reservados.
_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 21 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14498: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de abril de 2015 (15): mais fotos, selecionadas e editadas, do Manuel Resende

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12498: Efemérides (148): Bambadinca, messe de sargentos, almoço de Natal de 1969, ao tempo da CCS/BCAÇ 2852 e da CCAÇ 12... Pede-se ao Pai Natal para completar as legendas (Humberto Reis / Luís Graça)


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos >  Almoço de Natal > Maioria dos presentes eram sargentos e furriéis milicianos da CCS do BCAÇ 2852, da CCAÇ 12 e de outras subunidades adidas. Para a malta da CCAÇ 12, o primeiro de dois Natais passados na Guiné... Como se vê, pela mesa farta, não faltavam os espumantes (Raposeira), os rosés (Mateus) e os verdes brancos (Três Marias, Lagosta, Gatão)...

Em dezembro de 1969, estavam ainda em Bambadinca as seguintes subunidades, adidas ao BCAÇ 2852, para além da CCAÇ 12: (i) Pel Caç Nat 52 (vindo de Missirá, comandado pelo alf mil Mário Beja Santos); Pel Rec Daimler 2046 (comandado pelo alf mil Jaime Machado): e Pel Mort 2106 (, que, na altura, era  comandado pelo fur mil Manuel Fernando Rosado Lopes)... A CCAÇ 12, no final do ano de 1969, tinha um secção destacada em Sansacuta... Não me recordo quem era o desgraçado que lá estava desterrado: na foto, parecem faltar os furriéis mil at inf Arlindo Teixeira Roda e José Luís Vieira de Sousa, do 3º Gr Comb da CCAÇ 12.



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe sargentos >  Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

 1= 1º sargento cav Fernando Aires Fragata (CCAÇ 12; deixou-nos ao fim de algum tempo, para seguir o curso de oficiais, em Águeda, ficando o 2º sargento Piça a "comandar" a secretaria da CCAÇ 12; sei que lhe dei explicações de português, e o Humberto Reis, explicações de matemática... Será que ainda é vivo ? Tivemos alguns desaguisados, era um homem de personalidade forte, e para mais de cavalaria);

2= 2º sargento inf José Martins Rosado Piça (CCAÇ 12; vive atualmente em Évora; tem 80 anos; ainda há dias falei com ele, ao telefone; um alentejano castiço de quem ficámos bons e grandes amigos);

6= António Eugénio da Silva Levezinho (Tony, para os amigos, fez parte dos quadros da Petrogal, vive na Ponta de Sagres, com o amor da sua vida, a Isabel, com quem se casou,  nas férias de 1970, tinha ela 17 anos; encontrei-os há dias, no Jumbo de Alfragide, foi uma alegria, para mim e para a Alice estar com eles, na véspera da quadra natalícia);

7= Humberto Simões dos Reis (ex-fur mil op esp, CCAÇ 12; meu vizinho, de Alfragide, engenheiro técnico; reformado; encontro_os agor mais vezes na Lourinhã, "terra de amores na costa"; um alfabravo para ele e a para a Joana);

8= Luís Manuel da Graça Henriques (ex-fur mil armas pesadas inf, CCAÇ 12; vive em Alfragide; foi o fundador deste blogue).




Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos > Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

12= [Se não me engano] Rui Quintino Guerreiro Daniel (2º srgt mecânico auto, CCS/BCAÇ 2852),

13= José Carlos Lopes (ex-fur mil, amanuense do conselho administrativo, CCS/BCAÇ 2852;  vive em Linda a Velha, Oeiras);

16= José Fernando Gonçalves Almeida (ex-fur mil trms, CCAÇ 12; , reformado da RDP, vive em Óbidos);

17= Jaime Soares Santos (Fur Mil SAM, vulgo vagomestre) (formou-se em economia e trabalhou na TAP; nunca mais o vi).



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos > Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

16= José Fernando Gonçalves Almeida (ex-fur mil trms, CCAÇ 12; reformado da RDP, vive em Óbidos);

17= Jaime Soares Santos (fur mil SAM, vulgo vagomestre).




Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos >  Almoço de Natal >


Legenda (incompleta)


17= Jaime Soares Santos (Fur Mil SAM, vulgo vagomestre; formou-se em economia e trabalhou na TAP; nunca mais o vi).

20= João Carreiro Martins (ex-fur mil enfermeiro, CCAÇ 12;  reformou-se como enfermeiro chefe do Hospital Curry Cabral, foi meu aluno, tem dois filhos médicos;: era vítima de "bullying" em Bambadinca: leia-se, brincadeiras estúpidas por parte dos operacionais);

21=  Joaquim João dos Santos Pina (ex-fur mil, CCAÇ 12;  natural de Silves, onde ainda hoje vive; tocava viola, era hipnotizador e ilusionista);

22= Joaquim A. M. Fernandes (ex-fur mil at inf, CCAÇ 12;  foi destacado para o reordenamento de Nhabijões; engenheiro técnico; vive ou vivia no Barreiro):

 23= Luciano Severo de Almeida (ex-fur mil at inf, CCAÇ 12; já falecido; vivia no Montijo).


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) >  1969 > Messe de sargentos > Almoço de Natal >

Legenda (incompleta):

30= António Manuel Martins Branquinho (ex-fur mil, CCAÇ 12; vive em Évora; reformado do Centro Regional Segurança Social; não tenho notícias dele);

31= António Fernando R. Marques (ex-fur mil, CCAÇ 12; DAF, comerciante reformado; vive em Cascais,  na Quinta da Marinha).


Fotos (e legendas): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]

Observações - Mais nomes de sargentos e fur mil do Comando e da CCS/BCAÇ 2852, que poderão nesta mesa do Natal de 1969,. e que eu já não consigo identificar (LG):


Manuel António Rodrigues (fur mil amanuense,  do CA do Comando do BCAÇ 2852, colega do José Carlos Lopes);

José António Lima de Carvalho (fur mil reabastecimentos, Comando do BCAÇ 2852) [, juklgo que já apareceu num ou mais  convívios anuais do pessoal de Bambadinca, 1968/71; falei há tempos com ele, ao telefone]; 

José Duarte Martins Pinto dos Santos (fur mil op e info, Comando do BCAÇ 2852 [, costuma aparecer nos convívios anuais do pessoal de Bambadinca, 1968/71; vive ou tem casa em Resende]; 

João José de Jesus Correia (2º sargento corneteiro/clarim, CCS/BCAÇ 2852)

Silvino Aires Lopes Carvalhal (fur mil, SAM, CCS/BCAÇ 2852); 

Herculano José Duarte Coelho (fur mil mec auto, CCS/BCAÇ 2852);

Henrique Manuel dos Santos (2º srgt mecânico de armas ligeiras, CCS/BCAÇ 2852);

Sérgio Fernandes Velho (fur mil, trms, CCS/BCAÇ 2852);

Carlos Domingos A. O. Pinto (fur mil radiomontador, CCS/BCAÇ 2852);

Alfredo Sebastião Nunes (fur mil enf, CCS/BCAÇ 2852);

António Gonçalves Pereira (fur mil, pel rec info, CCS/BCAÇ 2852);

Fernando Jorge da C. Oliveira ((fur mil, pel rec info, CCS/BCAÇ 2852);

José Manuel Amaral Soares (fur mil, sapador, CCS/BCAÇ 2852) [, costuma aparecer nos convívios anuais do pessoal de Bambadinca, 1968/71].

 Ainda havia um outro  2º srgt inf, na CCAÇ 12, que trabalhava com o Piça, na secrataria... Era o Alberto Martins Videira [, que vivia, há uns atrás, em Vila Real].
______________

Nota do editor:

Último poste da série >16 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12305: Efemérides (147): Dia 9 de Novembro de 2013, data em que se assinalaram os seguintes aniversários: 95 Anos do Dia do Armistício da Grande Guerra, 90 Anos do Dia da Liga dos Combatentes e 39 Anos do Fim da Guerra do Ultramar (José Marcelino Martins)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11143: Para que a memória não se perca (1): Histórias da dobragem do século XIX para o século XX (José Martins)



1. Iniciamos hoje a publicação de mais um trabalho de pesquisa e compilação do nosso camarada José Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), desta feita sobre a História da Guiné na dobragem do Século XIX para o Século XX, que se irá prolongar por quatro postes. Este trabalho foi enviado ao nosso Blogue em mensagem de 13 de Fevereiro de 2013.



Para que a memória se não perca…

Histórias da dobragem do século XIX para o século XX (1)

Brasão da Guiné Portuguesa 
Foto: Portal UTW 

Mesmo muito antes de ser a nossa vez de partir para a Guiné, muitos antes de nascermos e nascerem os nossos pais, talvez, os nossos avós ainda não tivessem nascido, já na Guiné se batalhava, fruto das decisões da Conferência de Berlim, reunião em que Portugal esteve presente e marcou, indelevelmente, uma época e marcaria uma “viagem de não retorno” que só viria a terminar com uma revolução gerada no seio das Forças Armadas que avançaram, primeiro a “dar tempo aos políticos” para uma solução negociada que fracassou, por indecisão politica.

As “palavras” que se seguem são reflexo, como todos os combatentes sabem, retiradas de relatórios, que não mencionam o “sangue, suor e lágrimas” daqueles que “estando no fio da navalha” não deixaram de honrar a seu juramento à Bandeira das Quinas, quer fossem africanos quer fossem europeus.

O Tenente-coronel Bello de Almeida deixou, no seu livro "MEIO SÉCULO DE LUTAS NO ULTRAMAR", muitos “apontamentos” retirados de vários relatórios de várias operações e de vários pontos do Império Português, que aqui se resumem, no que respeita à Guiné. Esta é mais que uma forma de os combatentes honrarem os seus pares, que lutaram num espaço que meio século depois, vieram a palmilhar.
No caso da “nossa Guiné”, abrange o período de 1871 a 1919.

Convém referir aos menos avisados que, até 1937, só existiam duas classes: “Oficiais” e “Praças” sendo que, “Praça de Pré”, era a designação geral para os postos dos sargentos, cabos e soldados.

Nota:
• Ao créditos do texto devem ser atribuídos ao Tenente-coronel Bello de Almeida, que realizou um grande trabalho, porque teve necessidade de consultar centenas, para não dizer milhares de páginas, manuscritas por diversos copistas e de diversas sensibilidades, que além de abrangerem 50 anos da nossa história, referiam-se a todas as colónias portuguesas, não só as de África – Angola, Guiné e Moçambique - mas também da Índia, Macau e Timor. O trabalho foi realizado para uma edição da Sociedade de Geografia de Lisboa, na comemoração da semana das colónias, em 1937.

• Os créditos fotográficos ficam a dever-se, na maior parte, ao fotógrafo José Henriques de Mello, filho de Vítor José de Mello, baptizado em Lisboa em Santos-o-Velho, e de Maria José Henriques de Melo, baptizada na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na ilha cabo-verdiana do Fogo. Sendo José de Mello um entusiasta da fotografia, acompanhou a força expedicionária de Infantaria 13, de Vila Real, na sua ida à Guiné, tendo havido uma colaboração com o jornal O Século que, alem do Jornal publicava o semanário Ilustração Portuguesa. De notar que à época, o equipamento fotográfico era pesado e de difícil manuseamento, para mais em ambiente de guerra. José de Mello esteve na Guiné em 1907 e 1908.

© Imagem: História da Guine, de Américo Campos (2012)

Sublevação do Cacheu em 1871
Os povos do Cacheu sublevam-se e o governador, Capitão Teles Caldeira, manda organizar uma força de Caçadores nº 1 e auxiliares nativos, comandadas pelo Capitão J. A. Marques, tendo a cooperação de navios da Armada, atacando e arrasando a povoação. Foram louvados o Capitão J. A. Marques e o Alferes J. J. Figueiredo

Defesa da Praça de Buba em 1 de Fevereiro de 1880
No primeiro dia de Fevereiro, a praça de Buba foi atacada por inúmeros fulas, tentando conquistar a praça. Dispondo de uma força pequenas, só foi possível evitar a tomada da localidade, com a colaboração da população civil, entre eles alguns civis franceses. Foram louvados os Alferes Manuel Pedro dos Santos, comandante da praça, e os civis César Medina e Henri Galembert.

Operações Militares em Buba em 1882
Em Julho de 1882, na região de Buba, a gente de Manadé-Paté praticou actos rebeldes e devastações na zona. Uma força comandada pelo Tenente-coronel Francisco José da Rosa, foi ao Furreá para castigar os desmandos, tendo destruído várias tabancas, estando entre elas a de Elgui do régulo Bakar-Quidali, que os indígenas julgavam ser segura e inexpugnável. Acabaram por pedir a paz e terem sido obrigados a pagar indemnizações e a pagar despesas de guerra.

Operações em Cacanda em 1884
O Tenente-coronel Eusébio Catela do Vale foi incumbido de organizar uma coluna para se bater contra o gentio de Cacanda, que se havia rebelado contra o governo provincial em fins de Junho de 1884. Conseguiu desaloja-los do seu acampamento, levando-os a internar-se na floresta, onde foram também batidos.

A Conferência de Berlim, que havia de mudar o conceito de “descoberta” no conceito de “ocupação”, o que gerou a “corrida a África”. 
© Foto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Confer%C3%AAncia_de_Berlim

Operações Militares em Geba em 1886 
O filho do régulo Umbuco, em 19 de Junho de 1986, seguido de cerca de 500 fulas, atacou tabancas no território de Sancoria, que estavam guarnecidas por gente de Mussá-Molo. Como represália, este régulo, atacou as populações das imediações do Presídio de Geba, que nada tinham a ver com o que havia acontecido. Para punir estes ataques, o chefe do Presídio organizou uma força de cerca de 200 homens e atacou as tabancas do régulo Umbuco, pondo em fuga os seus defensores, mas não conseguindo consolidar a paz na zona. Assim, recolheu ao presídio e organizou nova força, composta por cerca de 80 militares de 1ª linha e de cerca de 4500 auxiliares das etnias beafadas, mandingas e fulas fiéis. Apesar das operações terem sido realizadas em plena época das chuvas, e quem passou pela Guiné sabe das dificuldades que essa época apresenta, a força atacou as posições fortificadas de Massá-Molo em Fancá, tendo vencido este régulo infringindo-lhe uma derrota e retirando-lhe a “lenda de invencibilidade”.
Distinguiram-se nesta operação o Tenente do Quadro Colonial e Chefe do Presídio de Geba, Tenente Francisco António Marques Geraldes, que foi promovido, por distinção, ao posto de Capitão e atribuída a Condecoração com a Ordem Militar da Torre e Espada, ao Alferes Manuel do Amaral Gomes de Araújo. Foram louvados os negociantes Agostinho Pinto, Domingues Gomes de Araújo, Estevam de Pina Araújo, António Santy, Joaquim António da Costa e Manuel de Barros, assim como os Grumetes João Mendes, João Lopes e Cristóvão e António Pereira.

Operações Militares em Geba em 1889
Corrain, régulo de Canadú propagandeava a sua desobediência ao Governador da Guiné Joaquim da Graça Correia e Lança e às restantes autoridades provinciais, pelo que foi ordenada a prisão do régulo e dos seus conselheiros.
Mesmo com o régulo preso, as suas gentes iniciaram hostilidades de grande violência, obrigando o governador a suspender as garantias na região de Geba, em 12 de Junho de 1889, e organizar uma coluna para bater os revoltosos.
Sob o comando do Capitão António José Machado, e com os subalternos Tenente Joaquim António Pereira e o Alferes Afonso Sebastião Casqueiro, à frente de praças de Caçadores nº 1 e da bateria da artilharia da Guiné assim como de irregulares fulas e mandingas, dominaram os rebeldes.

Diligência Policial em Buba em 19 de Junho de 1890
O Alferes João Moreira do Carmo recebe a incumbência, do comandante militar da praça de Buba, para intimar o régulo Mamadi-Paté, de Furriá, a prestar informações acerca de uma ocorrência, mas o régulo só não se recusou a prestar as informações solicitadas, como tentou matar o oficial. Perante esta tentativa, um 2º Sargento e um soldado, ao tentarem frustrar o acto, foram feridos por Mamadi-Paté que estava muito excitado. Outras praças, perante a tentativa de agressão, abateram o régulo a tiro.
Dado o alarme, foi destacada para o local uma força sob o comando do Tenente Policarpo Augusto da Silva, que dominou os indígenas de Furriá, que pretendiam vingar a morte do seu régulo. Pela sua rápida e enérgica acção, foi louvado o Tenente Policarpo Augusto da Silva.

Operações militares na Circunscrição de Geba, entre 7 de Dezembro de 1890 e 11 de Março de 1891 
Os fulas da região de Geba, sabendo que os papeis se encontravam em escaramuças e ataques à fortaleza de Bissau, ocupando as tropas, resolveram colocar em causa a autoridade portuguesa.
Um dos principais chefes fulas, o régulo Mali-Boiá, auxiliado por outros régulos faz ataques as populações, amigas dos portugueses, e tentam expulsar de Ganadú o régulo Sambol-Serandim, nosso amigo e aliado.
Para evitar a alastramento da rebelião, o Governador mandou organizar uma expedição com as forças disponíveis da guarnição e de irregulares que, com o auxilio das guarnições das canhoneiras “Rio Ave”, “Flecha” e “Zagaia”, castigaram os revoltosos em combates sangrentos nas povoações de Jaladú, Denadú, não conseguindo prender o régulo Mali-Boiá, que conseguiu fugir. A força foi comandada pelo Capitão Zacarias de Sousa Lage.

Composição da força:
• Comando e Estado-maior: 2 oficiais e dois soldados ordenanças;
• Marinha de Guerra: canhoneira Rio Ave e lanchas canhoneiras Flecha e Zagaia, com as respectivas guarnições;
• Bateria de Artilharia da Guiné: 2 oficiais e 28 cabos e soldados e 1 corneteiro;
• Batalhão de Caçadores nº 1: 1 oficial, 2 sargentos, 104 cabos e soldados e 3 corneteiros;
• Destacamento de Bissau: 1 oficial, 1 sargento, 1 corneteiro e 27 cabos e soldados;
• Guarnição do Presídio de Geba: 1 oficial, 2 sargentos, 118 cabos e soldados;
• Serviço de Saúde: 1 oficial, 2 sargentos e três soldados
• 1200 Auxiliares indígenas (grumetes e gentes de Tigili e Sambol Serandi), e
• 30 Civis europeus voluntários.

Foram louvados os seguintes oficiais, praças e civis: 
Marinha de Guerra:
• 1ºs Tenentes Cristiano Sousa Barcelos, Filipe dos Santos Nunes e Policarpo José de Azevedo; 2ºs Tenentes Álvaro Herculano da Cunha, João Baptista Ferreira, António Ernesto da Fonseca Rodrigues, Jorge Fradezo Salazar Moscoso, Benjamim Paiva Curado e Hopfer Xavier Clemente Gomes; Aspirantes António da Câmara Melo Cabral, Henrique Augusto Metzner, António Rafael da Rocha Rodrigues Bastos, José Maria da Silva Estrela, Raul Correia de Bettencourt Furtado e Flávio Monteiro da Fonseca; Facultativo [médico] Dr. Benévolo Luiz da Fonseca; 1º Tenente Administração João Pedro de Andrade Martins; Aspirantes Administração João Gregório Fernandes e José Pereira Diniz; Maquinistas Júlio José dos Santos, António Januário da Silva, Artur Iria Rosa e Francisco Pereira; 2º Marinheiro Porfírio Pereira; Chegador Elísio.

© Mapa da Guiné Portuguesa – inicio da 2ª metade do Século XX (D.R.)

Exército de Terra:
• Capitães Zacarias de Sousa Lage e Heitor Alberto de Azevedo; Tenentes António Jorge de Lucena (morto) e Eduardo Augusto Perfelim; Alferes Gonçalves e António Caetano; Facultativo [médico] Dr. Luiz Caetano Sant’Ana Álvares; 2ºs Sargentos António Maria dos Santos, Francisco Monteiro Barbosa, Camilo Lima da Costa, Máximo José da Costa, Francisco de Barros Cardoso, José Carlos de Almeida, Belmiro Ernesto Duarte Silva; 1º Cabos José Augusto, António Ramos e José Pacheco; Soldados António Ramos, José Leocádio Lança, Bartolomeu Morais Pinheiro, João Maria, Teodoro Mendes, Manuel Afonso, João António, Manuel de Sousa Pedro, Gonçalo Gomes e Félix Agostinho.

Civis Combatentes:
• Zuzimo Morato (juiz); Nicolau Bernardino Monteiro e César da Silva Gonçalves (funcionários da Alfândega); Domingos Gomes de Araújo (ferido mortalmente), João Cabral Avelino, João José Rodrigues Pereira, Luiz de Araújo Ribeiro, Henrique Augusto da Silva e Remecilio de Carvalho (negociantes); Francisco José Rodrigues, António Rodrigues Afonso Santy, Justino Correia, Lino Cardoso, Clarimundo Barbosa Martins, Joaquim da Costa, João Rosa, Nicolau José Timas, Estevão de Pina Araújo, José Duarte Ribeiro, Fidélio José Mendes, Salomão José Monteiro, Pedro da Silva Morais, Luís Cabral de Brito, Maurício Rodrigues Quaresma, Domingos da Silva, Tomé Vieira, Henrique Pegado Gomes, Nicolau Bernardino Monteiro, Rufino Pereira Barreto, João Cabral Avelino e João José Rodrigues Pereira (diversas profissões).

Chefes de guerra indígenas:
• Galona, chefe de mandingas e beafadas; Sambel-Sirandy, régulo de Ganadú e seu irmão Gambú.

Civis não combatentes, valiosos auxiliares da coluna:
• Gentil Maffrá e Benjamim Potin (Franceses); Otto Schacht (Alemão); José Sebastião Sena e Ricardo Barbosa Vicente (Portugueses)

Oficiais da bateria de artilharia da Guiné 
© Foto: José Henrique de Mello

Defesa da Praça de Bissau e sortida sobre Antim e Bandim em Março e Abril de 1891
No mês de Fevereiro de 1891, na ilha de Bissau, havia fortes indícios de uma revolta mas o Governador, Augusto Rogério Gonçalves dos Santos, não queria ser apanhado de surpresa, pelo que mandou reunir em Bissau o Batalhão de Caçadores nº 1 e a Bateria de Artilharia da Província.
O gentio inicia diversos ataques à fortaleza, que origina um alerta permanente, não só pela guarnição da praça, mas também das guarnições das canhoneiras “Zagaia” e “Flecha” que cruzavam fogos com a artilharia da praça.
Para “aliviar a pressão” colocada pelas forças atacantes, a 19 de Abril, sob o comando do Capitão Joaquim António Carmo de Azevedo foi organizada uma coluna composta por 1 oficial e doze praças de artilharia, com uma boca de fogo de 7 c, e uma pequena peça de marinha; 120 praças de infantaria com 8 oficiais e de um oficial de infantaria que se voluntariou. A alguns auxiliares indígenas que acompanhavam a força, foi destinado o flanqueamento e a exploração do terreno.
A força dirigiu-se a Antim e, sem tomar as devidas precauções de segurança e mesmo sem a força de exploração ter avançado previamente, entrou na povoação sendo recebida a tiro pelos habitantes que se encontravam emboscados, sendo a coluna envolvida por grande numero de defensores.
Perante a superioridade dos defensores da tabanca e a fuga precipitada de auxiliares e alguns soldados indígenas, a coluna não tem outra forma de evitar uma chacina, decide retirar, não sem ter sofrido vários mortos e feridos. Da praça de Bissau saiu uma coluna de socorro, composta por oficiais, praças e moradores, sob o comando do Capitão.

Tombaram na operação os seguintes oficiais:
• Capitão Joaquim António Carmo de Azevedo, Capitão Heitor Nozolinho de Azevedo e Alferes José Honorato Moreira

Embarque de auxiliares num batelão 
© Foto: José Henrique de Mello

Foram louvados os seguintes oficiais, praças e civis:
• Capitão de Cavalaria Caetano Alberto da Costa Pessoa; Tenentes Pedro Rogério Leite e Júlio César Barata Feio; Alferes José de Pina, Miguel Lourenço de Carvalho Peres, Carlos Ribeiro Nogueira Ferrão, Manuel de Almeida; os Soldados da Policia de Cabo Verde Pedro Fernandes e Apolinário dos Ramos; e o Farmacêutico Militar Justiniano de Sousa Gonzaga.

(Continua)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9942: Convívios (440): Cerca de 80 bravos de Bambadinca (1968/71) encontram-se este sábado, dia 26, na invicta cidade do Porto, na 18ª edição dos seus reencontros (Manuel Monteiro Valente / Luís Graça)



Bonito puzzle de brazões de unidades e subunidades que passaram por Bambadinca (Setor L1 da Zona Leste) entre meados de 1968 e meados de 1971. Composição do nosso editor Eduardo Magalhães Ribeiro.1. O 18º convívio anual do pessoal que passou por Bambadinca entre 1968 e 1971, vai realizar-se este ano, no Porto, no próximo sábado, dia 26 (*). 


A organização está a cargo do Manuel Monteiro Valente [, foto à direita, em primeiro plano, cambando uma bolanha, ], valente ex-1º cabo do 1º gr comb da CCAÇ 12 (**), ferido com gravidade e evacuado para o HM 241 (Bissau), no decurso da Op Borboleta Destemida (região do Xime, 14 de janeiro de 1970), juntamente com o fur mil at inf Joaquim J. S. Pina, o sold trms José Leites Pereira e o sold at inf Mamadu Au (Ap Metr Lig Hk 21), todas da 2ª secção do 1º gr comb, comandado pelo alf mil op esp Francisco Magalhães Moreira.

Apesar das dificuldades económicas e sociais que atingem muitos portugueses na difícil hora atual, incluindo muitos dos nossos ex-camaradas de armas , o almoço-convívio no Porto vai contar com pelo menos estes cerca de 80 bravos de Bambadinca, uma boa parte deles da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (assinalados a #):

Lista de inscritos até ao dia 24 de maio de 2012, fornecida pela organização:


Abel Maria Rodrigues (1) (#)
Adelino Marques Fernandes (1)

Adélio Gonçalves Monteiro (2) (#) [, foi o organizador do 15º convívio, Castro Daire, 2009]
Alberto dos Anjos Soares (3)
Américo Marques (6)

António de Jesus Marques (1)
António Fernando Rodrigues Marques (2) 
 (#)
António Braga Rodrigues Mateus (2) (#)
António Damas Murta (4) (#) [, organizador do 17º convívio, Cloimbra, 2011]
António Pinto Nunes (2)
Arménio Monteiro da Fonseca (1) (#)
Carlos Alberto Henrriques (2)
Carlos Alberto Teixeira (1)
Domingos Miranda Mendes (1)
Eduardo Tavares (2) (##)
Ferdinando Martins (5)
Fernando Andrade Sousa (2) (#) [, organizador do do 12º convívio, na Trofa, 2006]
Fernando J. Cruz Oliveira (1)
Fernando Resende Santos (1)
Gabriel Gonçalves (1) (#)
Humberto Simões dos Reis (1) (#)
Jaime Machado (4)
João Alves Costa (1)
João Gonçalves Ramos (1) (#)
João Rito Marques (2) (#)
Joaquim João dos Santos Pina (3) (#)
Joaquim Augusto Matos Fernandes (5) (#)
José Augusto Mourão (1)
José C. Rodrigues Lopes (2)
José Eduardo Pinto dos Santos (2)
José Fernando Almeida (2) (#)
 [, organizador do 16º convívio, Óbidos, 2010] 
José Manuel Pimentão Quadrado (2) (#)
Luis R. Moreira (1)

Manuel Alberto Faria Branco (2) (#)
Manuel Alberto F. Gomes (1)
Manuel Borrego da Silva (1)
Manuel Ferreira da Costa (1)
Manuel Joaquim Ferreira (2)
Manuel Monteiro Valente (2) (#)
Otacílio Henriques (2)

Total=79


(#) Ex- camaradas da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, Maio de 1969/Março de 1917)

(##) Pesume-se que seja o nosso ex-1º Cabo Escriturário Eduardo Veríssimo de Sousa Tavares [, até agora com morada desconhecida]. 

2. Comentário de L.G.:

Por razões de agenda familiar, não poderei estar no Porto, este sábado, contrariamente ao que tinha programado e ao meus desejo...

De qualquer modo,   daqui vai, da minha parte, um grande abraço para os bravos de Bambadinca, do tamanho do Rio Geba. E, mais do que um longo abraço, um apertado xicoração. Que seja uma bela jornada de amizade e camaradagem.

Peço ao valente Valente que me faça chegar as fotos do evento, com as respetivas legendas... Ele, por seu turno, pediu-me para mandar um lembrete aos retardatários, como Jorge Cabral, digno representante do Pel Caç Nat 63, que não costuma falhar os convívios do pessoal de Bambadinca... LG
________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 7 de maio de 2012 > Guiné 63/74 – P9860: Convívios (345): 18º Encontro do Pessoal de Bambadinca, 1968/71, em 26 de Maio na cidade do Porto (Manuel Monteiro Valente)


(**) Contacto:

Manuel Monteiro Valente
Rua Joaquim Lopes Pintor nº118 1º dtº
4405-868 Vilar do Paraíso 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7482: Tabanca Grande (256): António Duarte, ex-Fur Mil, da CCAÇ 12, da 3ª geração (Bambadinca e Xime, 1973/74)


Lisboa, Belém, 10 de Junho de 2006 > 13º Encontro Nacional de Combatentes > Um das raras fotos onde se pode localizar o "arisco" António Duarte...Na primeira fila, eu, próprio, Luís Graça (CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71), à esquerda, e a meu lado o Carlos Fortunato (CCAÇ 13, 1969/71); na segunda fila, a contar da esquerda para a direita: o Jorge Cabral (Pel Caç Nat 63, 1969/71), o António Duarte (CART 3493, Mansambo, 1971/73 e CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1973/74), o Mário Dias (Comandos de Brá, 1963/66), o José Martins (CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70), o Francisco Baldé (BCA, 1ª, 2ª e 3ª Companhia de Comandos Africanos, 1969/74) e o João Parreira (CART 730 e Comandos de Brá, 
1964/66).

Foto: © Luís Graça (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

1. Diz o Humberto Reis ter encontrado, no dia do seus anos,  um neto da CCAÇ 12, de seu nome António Duarte (*):


(...) Almocei com a família e uns amigos no Solplay em Linda a Velha, [nos arredores de Lisboa, concelho de Oeiras]. Quando estava a entrar no carro para me vir embora estacionou ao meu lado um Audi A4 e o condutor de imediato me disse: 

- Não eras da CCAÇ 12 ?

Calculem o tamanho da minha boca. Era o António Duarte, ex Fur Mil da CCAÇ 12 dos anos de 73/74. Dizia ele que já não era "meu filho" mas sim "neto" (substituto do substituto).  

Isto só é possível pela grandiosidade do que o Luís criou, o que permitiu que este nosso amigo me viesse a reconhecer. (...).

2. O Humberto já não está recordado mas o António Duarte já está connosco, na nossa tertúlia (hoje, Tabanca Grande) desde inícios de 2006 (**). Tivemos uma primeira notícia dele através do Sousa de Castro [, CART 3494, Xime e Mansambo, 1971/74] (**)

(...) Caro Sousa de Castro: Fui seu companheiro na Guiné. Fui furriel da CART 3493, tendo estado em Mansambo. Antes da companhia seguir para o sul (suponho Cobumba), fui para a CCAÇ 12 onde acabei por passar a rendição individual e regressar [à Metrópole] em Janeiro de 1974 enquanto que o BART 3873 regressou só em Abril.

Quero dar-lhe os parabéns por ser um activista das nossas recordações, quer através do blogue do Luís Graça, quer noutras paragens na Net. Afigura-se-me que nos faz bem.

Da sua companhia [CART 3494] tenho encontrado o ex-furriel Luciano, que trabalha em seguros, na CGD. Recordo também com muita saudade o Bento, que esteve comigo na especialidade em Vendas Novas. Faleceu em 22 de Abril de 1972.

Um abraço, de camarada para camarada,
António Duarte (...)


3. Na altura, eu, L.G.,  comentei o seguinte: 

O António Duarte é o primeiro graduado da CCAÇ 12, da época de 1973/74, que chega até nós. Pessoalmente, fico muito feliz, eu e os demais velhinos (se é que me é permitido falar em nome deles, o Humberto Reis, o António Levezinho, o Joaquim Fernandes, o Fernando Marques, o José Luís...) já que fomos nós a formar a CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71). Vamos ter muito que conversar, Duarte, se estiveres disposto a isso... Pelas minhas contas, ainda passaste nove meses com os nossos queridos nharros [, vocábulo de afceto, não de racismo...], entre Abril de 1973 e Janeiro de 1974... Foi isso ? Nove meses que, imagino, não terão sido fáceis...

Recorde-se que em Abril de 1973, segundo informações do Sousa de Castro, a CART 3493 foi para o sul, a companhia dele, que estava no Xime (CART 3494) foi para Mansambo, sendo substituída no Xime pela CCAÇ 12 até à data da independência. Nessa época o Xime continuou ainda a ser mais atacado. (...).


4. Dois dias depois, a 20 de Fevereiro de 2006, o António Duarte escrevia-me o seguinte (***):


(,,,) Acabei de ler a inserção do meu e-mail, bem como o comentário do Sousa de Castro, no blogue. De facto estive na CCAÇ 12 desde Janeiro de 1973, primeiro em Bambadinca e a partir de Abril no Xime, após as rotações das companhias, geradas pela transferência para Cobumba da Cart 3493 (minha unidade inicial). Regressei à metrópole em Janeiro de 1974.

Numa breve resenha e procurando arrumar os dados por ordem cronológica, diria que a vida em Mansambo [, coma CART 3493,], de Janeiro até Dezembro de 1972, foi com baixa actividade de guerra, no entanto com situações graves e desgastantes.

Accionámos três minas, que custaram três feridos com amputação de membros inferiores. A primeira em Jombocari. [, na região de Biro,] (mina antipessoal), com um ferido (1º cabo Ribeiro,  do 3º Pelotão). Salvo erro em 9 de Maio [ de 1972 ].

No dia seguinte foi accionada uma mina anticarro por um burrinho, que custou a perna a um furriel do 2º pelotão (Ferreira) e mais 2 feridos com alguma gravidade. Este incidente aconteceu aquando do regresso ao quartel da segurança à operação de capinagem, na estrada de Mansambo a Candamã/Afiá (Candamã era à época uma tabanca em autodefesa, com um pelotão de milícias e uma secção da unidade de Mansambo).

Em Agosto [ de 1972] mais uma mina antipessoal accionada em Sanguê Demba (não sei se estará bem escrito) [, está, sim senhor!, ficava entre o Rio Sanguè Bissari, a oeste, e o Rio Jago, a leste], em que ficou ferido um cabo (Silva, do  2º Pel).

Entretanto no mês de Agosto houve um ataque ao quartel sem incidentes.

Quanto ao ano de 1973,  na CCAÇ 12 a acção foi mais animada. Instalados em Bambadinca, naquilo que se classificava de hotel, fazia-se operações sobretudo na zona do Xime. Assim em 3 de Fevereiro tive a primeira emboscada na Ponta Varela,l em que participaram três grupos de combate da CCAÇ 12 em conjunto com 2 pelotões da CArt 3494 (à época aquartelada no Xime). As NT não registaram feridos mas segundo se apurou em informações recolhidas no Enxalé, o PAIGC teria tido baixas.

A 25 do mesmo mês houve uma outra emboscada numa operação na zona de Ponta Varela/Poidom e Ponta do Inglês/Ponta João da Silva, também com forças semelhantes à anterior, em que registámos 7 feridos, felizmente ligeiros. Foi praticamente toda a minha secção (Bazuca do 3º grupo de combate), que foi tocada

Por infelicidade um RPG 7 [, foto à esquerda,] rebentou ainda no ar (com era normal), apanhando o pessoal abrigado. Não participei nesta acção, pois estava em Bissau para vir gozar as minhas segundas férias na Metrópole.

Até final do do ano houve mais 3 emboscadas, tendo sido a mais grave na Ponta Coli (segurança à estrada Xime-Bambadinca) e n ataques ao quartel  [, Xime], felizmente com má pontaria, na maioria das vezes.



Salvo erro em 1 de Dezembro de 1973,  a tabanca do Xime foi atingida e registaram-se-se várias mortes [, sete, ] entre a população. Talvez o José Carlos [ Mussá Biai ] (que já tem participado no blogue e que era criança à época e vivia no Xime) se lembre.

Agora falando aos velhinhos e fundadores da CCAÇ 12, quero dar-lhes nota que o espírito da Companhia era excelente. Registo a boa convivência dos graduados, de origem portuguesa, com todos os militares, que eram na sua maioria muçulmanos.

No meu pelotão (3º), tinha dois cabos que eram uns senhores na arte da guerra. Eram o Malan Turrè (?) e o Sajá (?). Os dois foram graduados furriéis e integraram a CCAÇ 21 do Ten Jamanca, já perto do final do ano de 73. Segundo me foi dito, não tive oportunidade de confirmar, as coisas teriam sido muito feias para eles, no período pós-independência.

Aproveito para perguntar à velhice da CCAÇ 12 se ainda se recorda de alguns dos soldados e cabos da 12. Aqui vão alguns nomes:

Recordo-me do Arfan Jau (Bazuca,  do 3º Gr Comb), Braima Sané (HK 21 do 4º), Mamadu Candé, Iero Jau (3º), Malan Embaló, Mamadu Seidi, João Gerá, Bubacar Colubali, Amadu Baldé, Alfa Sané, Suleimane (Cabo do 4º,  com excesso de peso), etc. (****)
O comandante da CCAÇ 12 no início de 1972 era o Cap Bordalo, homem de grande carisma, seriedade e bravura. Era um líder. Penso que será de (ou viverá em) a  região de Lamego.

Para acabar por hoje, quero dar nota que eu serei vosso neto, pois rendi os que vos renderam. De acordo?

Da próxima vez falarei de outros temas.

Um abraço fraterno para todos,
António Duarte


5. Temos ainda outro mail dele, de 11 de Maio de 2006 (***)

Caro Luís Graça,

Sou o António Duarte, ex-furriel atirador da CART 3493 e da CCAÇ 12. Quero dizer-te que tenho uma 'nova religião', que passa por todos os dias ver o nosso blogue (peço desculpa pelo nosso, mas já o sinto como tal).

Tenho escrito muito pouco, porque o tema ainda me incomoda, mas gostava de dar duas notas [a segunda, a ser publicada noutro post, tendo a ver com a contagem do tempo para a reforma].

A primeira prende-se com o programa [da RTP 1, Órfãos de Pátria, que passou na 3ª feira]. Partilho das opiniões já expressas, traduzidas pela expressão muita parra e pouca uva. Foi pobre na forma e no conteúdo. Foi superficial e não quis ser politicamente incorrecto.

Sem querer alongar-me, gostava de apresentar um exemplo. O programa foca-se exclusivamente nos comandos africanos e, tanto quanto sei, os graduados das CCAÇ africanas, de origem local, foram também fuzilados.

Esta informação foi-me prestada por um estudante guineense, meu contemporâneo no ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão (ex-ISE). Referia esse jovem, que era natural de Bafatá, que grande parte dos graduados da CCAÇ 21 foram fuzilados.

Ora, para nós, ex-militares da CCAÇ 12, esta situação toca-nos profundamente, pois em 1973 esta companhia [a CCAÇ 21], que ficou em Bambadinca,  comandada pelo Ten Jamanca [ex-comando africano], foi constituída, tendo por base furriéis que eram ex-cabos da CCAÇ 12 (na época colocada no Xime).

Com a ausência de referências aos outros fuzilamentos, fica a ideia de que se tratou de uma mera perseguição aos homens dos Comandos Africanos, o que realmente não foi. Foi muito mais do que isso.

Este assunto, para ser tratado num órgão de informação como a TV, merecia mais. Deveria ter uma forte componente política, onde provavelmente os governos de Portugal iriam ser responsabilizados sobretudo pelas omissões.

O comandante da nossa Marinha ainda aflorou o assunto, mas o jornalista não pegou. Acho que mais para a frente poderemos voltar ao tema.

(...) E por hoje deixo-vos com um abraço de camaradagem,

António Duarte

6. Comentário de L.G. [, ex-Fur Mil Henriques, Ap Armas Pes Inf, CCAÇ 12, Bambandinca, Jul 69/ mar 71, foto à esquerda]:

O António Duarte (que foi furriel miliciano na CCAÇ 12 na fase final, depois de transitar da CART 3493, que esteve em Mansambo) vem lembrar que em Bambadinca (e um pouco por todo o lado), os que foram encostados ao trágico poilão por onde passávamos muitas vezes, não foram apenas os comandos africanos mas também os nossos camaradas guineenses da CCAÇ 12 (que foram constituir novas unidades, como a CCAÇ 21), e se calhar outros camaradas do  Pel Caç Nat 52, 53, 54, 63... No nosso tempo já havia ou dois três soldados arvorados por cada grupo de combate da CCAÇ 12... Mais tarde passaram a cabos e, em segunda comissão, foram promovidos a furriéis, ao que parece na CCAÇ 21, comandada pelo comando Jamanca e a que pertenceu também o Alf Comando Graduado Amadu Bailo Djaló, nosso camarigo. (Estamos, eu e o Virgínio Briote, a preparar um poste sobre a última batalha, da CCAÇ 21, na zona leste, em Canquelifá...).

Dos soldados arvorados da CAÇ 12 estou-me a lembrar do Abibo Jau, do Vitor Santos Sampaio (um dos raros que não era fula, era mancanhe, um reguila de Bissau...), o Mamadu Baló, o Alfa Baldé, o Mamadu Baldé, o Braima Bá, o Totala Baldé, o Mamadu Jau, o Sadjo Baldé, o Samba Só, o Quecuta Colubali... (****)

O único cabo era o bom do Zé Carlos Suleimane Baldé, que estudava português que se fartava para chegar a graduado (Dizes-me que terá engordado no teu tempo, ou terás a confundir com o gigante Abibo Jau ? )... O Zé Carlos fora promovido a cabo em Setembro de 1969. É provável que muitos destes homens e nossos camaradas (alguns, ainda putos, quando eu os conheci em Contuboel) tenham sido fuzilados no poidão de Bambadinca...

Esta é a parte feia, macabra e trágica da história da nossa guerra... Ainda hoje os guineenses têm dificuldade em falar disto... As testemunhas, os figurantes, os actores, os executantes, os mandantes... Se calhar todos têm medo de falar, por vergonha, culpa, cobardia ...

Nós, amigos e camaradas da Guiné, temos a obrigação de falar - com emoção, mas também com dignidade moral e elevação intelectual, com serenidade... Até para os ajudar a fazer o luto (individual, familiar, colectivo) e raparar o que ainda for possível reparar... Para o ano, em Maio de 2011, estamos a tentar reunir as três gerações de quadros e especialistas da CCAÇ 12 (1969/74), e inclusive alguns alguns camaradas guineenses, da diáspora ou mesmo a viver actualmente na Guiné-Bissau. António Duarte, por favor contacta-me!
__________

Notas de L.G.:

(**) Vd. poste de 




(****) Vd. aqui a composição orgânica da CCAÇ 12, da 1ª geração (Contuboel e Bambadinca, Junho de 1969 / Março de 1971):
Cabos e soldados arvorados do recrutamento local 
1º Gr Comb  (Alf Mil Op Esp 00928568 Francisco Magalhães Moreira
1ª Secção (s/ Furriel) + 1º Cabo 8490968 José Manuel P Quadrado (Ap dilagrama)
Soldado Arvorado 82107469 Abibo Jau (Fula) [, dado como fuzilado depois da independência, juntamente com o Ten Comando Graduado Jamanca, ambos da CCAÇ 21]
2ª Secção (Fur Mil 04757168 Joaquim João dos Santos Pina? [, natural de Silves, onde ainda hoje vive]

+ 1º Cabo 17765068 Manuel Monteiro Valente (Ap Dilagrama)

Soldado Arvorado 82106369 Vitor Santos Sampaio (Mancanhe, natural de Bissau)
3ª Secção (Fur Mil 19904168 António Manuel Martins Branquinho [, reformado da Segurança Social, Évora  ] + 1º Cabo 18998168 Abílio Soares [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82107169 Mamadu Baló (Fula)
2º Gr Comb (Alf Mil de Inf 13002168 António Manuel Carlã[, comerciante, vive em Fão, Esposende] 
1ª secção (s/ Furriel)Soldado 18968568 Arménio Monteiro da Fonseca [, despromovido como cabo, taxista, vive no Porto]


Soldado Arvorado 82107969 Alfa Baldé  (Fula) (Ap LGFog 3,7)

2ª Secção (Fur Mil Op Esp 05293061 Humberto Simões dos Reis [, engenheiro técnico, Alfragide / Amadora] + 1º Cabo 17626068 José Marques Alves [, vive em Fânzeres, Gondomar]

Soldado Arvorado 82116569 Mamadu Baldé (Fula)
3ª Secção (Fur Mil 17207968 Antonio Eugénio S. Levezinho [, reformado da Petrogal, vive em Marinhal, Sagres, Vila do Bispo] + 1º Cabo 18880368 Manuel Alberto Faria Branco [, morada actual desconhecida]
Soldado Arvorado 82116969 Braima Bá (Fula)
3º Gr Comb (Alf Mil Inf 01006868 Abel Maria Rodrigues [, bancário reformado, Miranda do Douro]

1ª secção (Fur Mil Luciano Severo de Almeida [, margem sul do Tejo, já falecido, morte violenta]  + 1º Cabo 02920168 Carlos Alberto Alves Galvão [, vive na Covilhã]
Soldado Arvorado 82108769 Totala Baldé (Fula)
2ª Secção (Fur Mil 07098068 Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal] + 

1º Cabo 17625368 António Braga Rodrigues Mateus [, morada actual desconhecida]
Soldado Arvorado 82108369 Mamadú Jau (Ap Dilagrama) (Fula)
3ª secção Fur Mil 06559968 José Luís Vieira de Sousa [, natural do Funchal, agente de seguros] + 

1º Cabo 12356668 José Jerónimo Lourenço Alves [, morada actual desconhecida];

Soldado Arvorado 82108469 Sajo Baldé (Ap Metr Lig HK 21) (Fula)
4º Gr Comb (Alf Mil Cav 10548668 José António G. Rodrigues [, Lisboa, já falecido, por doença]
1ª secção (Fur Mil 15265768 Joaquim Augusto Matos Fernandes [, engenheiro ténico, vive no Barreiro]+ 1º Cabo 18861568 Luciano Pereira da Silva [, morada actual desconhecida];
Soldado Arvorado 82115469 Samba Só (Fula)
2ª secção (Fur Mil 11941567 António Fernando R. Marques [, vive em Cascais, empresário,  reformado] + 1º Cabo 17714968 António Pinto [, morada actual desconhecida];
1º Cabo 82115569 José Carlos Suleimane Baldé (Fula) [, vive em Amedalai, Xime, Guiné-Bissau]
Soldado Arvorado 82118369 Quecuta Colubali (Fula)
3ª secção (s/ furriel) + 1º Cabo 00520869 Virgilio S. A. Encarnação [, vive em Barcarena]:
Soldado Arvorado (?) 82116069 Sajuma Jaló (Ap LGFog 8,9) (Futa-Fula)