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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17292: Homenagem aos limianos que morreram pela Pátria nas guerras do ultramar (Mário Leitão) - Parte II


Mário Leitão,  farmacêutico reformado, 
residente em Ponte de Lima, ex-fur mil de Farmácia, Luanda, 1971/73. 


De Adelino Pereira de Sousa a Cândido de Abreu Vieira (n=10)

(Continua)

1. Continuação da divulgação do artigo publicado na Revista Limiana (I Série, 2007-2014, nº 37, abril de 2014, director: José Pereira Fernandes), da autoria do nosso camarada e grã-tabanqueiro Mário Leitão,  farmacêutico reformado, residente em Ponte de Lima, ex-fur mil de farmácia, Luanda, 1971/73. 

O Mário Leitão tem-se dedicado, de alma e coração, à indispensável e exaustiva recolha e tratamento da informação relativa aos limianos,  os naturais do concelho de Ponte de Lima, mortos nos TO de Angola, Guiné e Moçambique bem como no continente ou outros territórios, no cumprimento do serviço militar, no período que abarca a guerra do ultramar (1961/74).

A lista (52 nomes no total) é enriquecida com fotos e valiosas notas biográficas. Publicam-se os 10 primeiros nomes. Os camaradas mortos no TO da Guiné vão assinalados a vermelho (sublinhado). Um deles é o António da Silva Capela, sold at, CCAV 2487 (1969/70),  morto em combate no decurso da Op Ostra Amarga, e cuja atroz agonia foi filmada por uma equipa da televisão francesa, de visita ao TO da Guiné.

O vídeo, em francês, "Guerre en Guinée" [, "Guerra na Guiné", com resumo pormenorizado, em português,  no poste P2249 (**)] , está disponível aqui, no portal do INA - Institut national de l'audiovisuel (13' 58''). Foi produzido pela ORTF, em 1969.

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 13 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17240: Homenagem aos limianos que morreram pela Pátria nas guerras do ultramar (Mário Leitão) - Parte I

(**) 8 de novembro de 2007 >  Guiné 63/74 - P2249: Vídeos da guerra (2): Uma das raras cenas de combate, filmadas ao vivo (ORTF, 1969, c. 14 m) (Luís Graça / Virgínio Briote)


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14467: Tabanca Grande (456): Sebastião Ramalho Lavado, ex-sold comando, CCmds do CTIG, Grupo Apaches, Brá, 1965/66... Mais um camarada da diáspora: vive em em França há 45, está reformado.




Guiné > Brá > Comandos do CTIG > &gt4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (1)


Guiné > Brá > Comandos do CTIG  > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (2): O grupo Apaches, aque pertencia o Sebastião Ramalho Lavado.



Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (3)



Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (4) : Cap mil comando Saraiva_impõe os  crachás_ao grupo Apaches



Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (4)


Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos >  Desfile dos novos comandos depois da cerimónia de entrega dos crachás




Guiné > Região do Cacheu > CCmds do CTIG> Novembro de 1965 > Material capturado ao PAIGC pelo grupo Apaches., comandados pelo nosso grã-tabanqueiro, o 2º srgt comando Mário Dias.



Guiné > Brá > CCmds do CTIG > 20 de junho de 1966 >  Fim da comissão


Fotos (e legendas): © Virgínio Briote (2015). Todos os direitos reservados.

I. Mensagem e fotos enviadas pelo Virgínio Briote em 30 de março passado:

Assunto - Sebastião Ramalho Lavado

Boa tarde, Camaradas

Lembro-me do nome do Sebastião Lavado, embora não tenha pertencido ao meu grupo [, que era os Diabólicos]. Anexo alguns nomes, faltam-me 4 ou 5 que ainda não descobri, do Gr Cmds Apaches, comandado na altura pelo então alf mil António Neves da Silva, hoje coronel reformado.

Anexo também algumas fotos daquele tempo, em que o Sebastião pode ver alguns dos seus camaradas de então e talvez se possa rever em uma ou outra imagem. A maior parte refere-se à imposição dos crachás em 4 de setembro de 1965, em Brá, com a presença do gen Schulz e do cmdt militar de então,  cor Monteiro Guerra (?). 

Duas outras das fotos que envio  referem-se ao grupo Apaches em Bigene onde, numa acção comandada pelo notável sargento Mário Dias, em que o grupo entrou por um acampamento e capturou as armas que aparecem numa outra imagem.

Para o Sebastião Lavado um abraço e o reconhecimento por se ter lembrado dos camaradas dos comandos do CTIG (Brá, 1965/66).


II. Em 4 setembro de 1965 terminou o 2º Curso de Comandos do CTIG.  Eis a relação dos nomes do Grupo  Apaches:

1. Alf mil António Amadeu C. Neves da Silva / 2º Sargento Mário Dias

2. 2º Sargento Mário Roseira Dias (ex-”Camaleões”)

3. Furriel mil Carlos Alberto Correia da Silva (ex-”Camaleões”)

4. Fur mil João Severo Parreira (ex-“Fantasmas”)

5. Fur mil Fernando José Gomes Cordeiro

6. 1º Cabo José Maria Branco

7. 1º Cabo António Jacinto Rosário Moreira

8. 1º Cabo Manuel Xarepe (ex-“Fantasmas”, substituiu o Moreira)

9. 1º Cabo Carlos Alberto M. Messias

10. 1º Cabo Alberto Alves

11. Soldado Lifna Cumba (ex-“Camaleões”, morto em 19/10/66, ao serviço da 3ª CCmds)

12. Soldado Reinaldo Ângelo de Oliveira

13. Soldado Mário B. Henrique Dias

14. Soldado Rolando da Costa Martins

15. Soldado Jacinto da Conceição Venâncio

16. Soldado Sebastião Ramalho Lavado

17. Soldado Idílio Lourenço Filipe

18. Soldado José Alfredo Martins (ex-“Camaleões”)

19. Soldado Carlos Manuel Soares

20. Soldado Ilídio Manuel Faria Coelho


III.  O nosso editor Luís Graça deu, de imediato, em 31 de março,  conhecimento desta mensagem ao filho do Sebastião Ramalho Lavado e convidou o nosso camarada,  que reside em França,  a integrar o nosso blogue:

Cher ami: Voici des photos envoyées par le camarade Virginio Briote, commandant du groupe "Diabólicos" [Diaboliques], de la même compagnie des comandos de la Guinée portugaise (Brá, 1965/66)... Il est très heureux de savoir de nouvelles du camarade Sebastiao Ramalho Lavado, dont il se souvient bien!...

J'invite ton père à intégrer cette comunnauté virtuelle d' anciens combattants de la guerre en Guinée (1961/74)... J'ai besoin seulement de une photo actuelle de ton pére!...Je pense que ton père et ta famille vivent en France depuis beaucoup de temps... Et quelle est l' origine de ton père, au Portugal ? Tu pourrais nos renseigner un petit peut sur son histoire de vie... Bonne santé. Luis Graça


IV. O filho do Sebastião Ramalho Lavado respondeu-nos ontem, nestes termos:

Bonjour, monsieur, je vous envois une photo actuelle de mon pére,  monsieur Ramalho Lavado Sebastião. Mon père vive en France depuis 45 ans. Il est marié depuis 47 ans à Rosa Maria Saraiva Lavado. Nous sommes 4 enfants,  3 garçons qui ont 44 ans, 41  ans, 42ans, puis une fille de 29 ans de la même épouse. Il est à la retraite depuis 3 ans, il a été maçon à son compte durant 42 ans. Il a 6 petits enfants entre 18 ans et 2 ans pour le plus petit. Merci beaucoup bonne journée.

Ramalho Lavado Sebastiao








Duas fotos recentes do novo membro da Tabanca Grande, Sebastião Ramalho Lavado, ex- sold coamndo, da CCmds do CTIG (Brá, 1965/66). Foram enviadas por um dos seus filhos que já há dias nos tinha contactado (*). 

Vive em França há 45 anos., em Le Barcarès [ município situado no departemento dos Pirinéus Orientaos, região de Languedoc-Roussillon], ou seja, no sudeste, junto ao Mediterrâneo. Está reformado, foi pedreiro por conta própria durante 42 anos. É casado com Rosa Maria Saraiva Lavado. É pai de 3 rapazes e uma rapariga. Tem 6 netos. O contacto, por email,  é feito através de um dos filhos, que escreve em francês. Temos o endereço postal e o nº de telefone do nosso camarada. Só não sabemos em que parte do nosso país nasceu...

Em nome do nome editor Luís Graça e demais equipa desta blogue, saúdo o nosso novo grã-tabanqueiro, que passa a ser o nº 678 (**). Agradeço igualmente ao Virgínio Briote as preciosas fotos, que nos mandou, dos valorosos comandos do CTIG (Brá, 1965/66).

Sebastião, as regras do nosso blogue constam da coluna do lado esquerdo. Este é um blogue de partilha de memórias (e de afetos) à volta da guerra colonial na Guiné, entre 1961 e 1974. Desejo-te muita saúde e longa vida. E felizes reencontros através do nosso blogue. Felicidades para a família.

À bientôt!

Carlos Vinhal
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Notas do editor:

(*)  Vd. poste de 29 de março de  2015 >  Guiné 63/74 - P14413: Em busca de... (233): Ramalho Lavado Sebastião, comando da CCmds de Brá, grupo Apaches (1964-66) procura camaradas do seu tempo...

(**) Último poste da série > 15 de fevereiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14260: Tabanca Grande (455): José Júlio Dores Nascimento, ex-Fur Mil Art da CART 2520 (Xime, Enxalé, Mansambo, Quinhamel, 1969/71)

domingo, 29 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14413: Em busca de... (255): Ramalho Lavado Sebastião, comando da CCmds de Brá, grupo Apaches (1964-66) procura camaradas do seu tempo...



Ramalho Lavado Sebastião: foto de perfil do Google +  (a imagem tem como nome apenas a palavra francesa "papa")












Guiné > s/l > c. 1964/66 > Fotos individuais e de grupo com o comando Ramalho Lavado Sebastião, que pertenceu à CCmds, grupo Apaches, e que vive hoje em França (presume-se).


Fotos: © Ramalho Lavado Sebastião (2015). Todos os direitos reservados.


1. Do nosso leitor Ramalho Lavado Sebastião, recebemos com data de 24 do corrente, a seguinte mensagem em francês:

Suject - Guerre portugaise en Guinée 1963-1966

Bonjours,  je recherche les compagnons de guerre en Guinée 1963-1966.  Vous souvenez vous de Sebastião Ramalho Lavado ?

2. Comentário do editor:


Ramalho Lavado Sebastião (ou Sebastião Ramalho Lavado?) foi um camaradas nosso, que esteve na Guiné entre 1964 e 1966. Quem nos escreve, deve ser o próprio ou alguém de família, provavelmente o seu  filho. Infelizmente não nos dá mais nenhuma pista: a unidade em  que o Sebastião prestou serviço, os locais por onde passou, o seu posto militar... Mesmo assim, publicamos as fotos que nos chegaram, quase todas com fraca ou muito fraca qualidade...

Curiosamente, a única informação que existe sobre este nosso camarada, no perfil do Google + , é a seguinte: "Ramalho Lavado Sebastiao commando apache Guinée 1964-1966"... Isto quer dizer que ele pertenceu à CCmds da Guiné, 1964/66, sediada em Brá, e que tinha quatro grupos de combate: Apaches, Centuriões, Diabólicos e Vampiros...

O nosso camarada João Parreira, por exemplo, foi fur mil comando dos Apaches, em setembro de 1965 [, foto à esquerda], deve lembrar-se muito provavelmente do Ramalho Lavado... Outros camaradas nossos, membros da nossa Tabanca Grande, fizeram parte da Companhia de Comandos de Guiné, sediada em Brá: o nosso coeditor (jubilado), o alf mil cmd Virgínio Briote, o alf mil cmd Luís Raínha, o 1º cabo cmd  Júlio Abreu,  o cap art cmd Nuno Rubim (hoje cor ref), o srgt cmd Mário Dias...

Pode ser que algum deles se lembre do Sebastião Ramalho Lavado (ou Ramalho Lavado Sebastião, à francesa ?).


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Nota de editor:

Último poste da série > 7 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14328: Em busca de ...(254): António Medeiros, que esteve em Guidaje, com o Barata e o Clemente (Ana Medeiros)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9775: Tabanca Grande (331): António Mateus, de Guifões/Matosinhos, ex-1º Cabo At Inf, CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71), nosso tabanqueiro nº 550


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > O António Rodrigues (1º Cabo) e o seu comandante, o Alf Mil At Inf Abel Rodrigues.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > Malta da CCAÇ 12: julgo que o 1º da esquerda, é o 1º Cabo José Manuel P Quadrado (que era apontador de armas pesadas de infantaria; pertencia à 1ª secção do 1º Gr Comb, comandado pelo Alf Mil Op Esp  Francisco Magalhães Moreira). 

O Quadrado vive na Moita e já nos temos encontrado em convívios do pessoal de Bambadinca (1968/71) (A propósito, o próximo vai ser no Porto, em 26 de maio de 2012, e está a ser organizado pelo Manuel Monteiro Valente; vai sair em breve, no blogue, a notícia do convívio; contactos: telef 22 493 2060; telemóvel: 912 700 544 ou 968 849 886).

Na foto acima, o 1º Cabo António Mateus é o quarto... Talvez o Gabriel Gonçalves (ex-1º Cabo Op Cripto, e companheiro de noitadas)  me ajude a completar a legenda...O 5º, de pé, parece-me ser o sold cond auto  Alcino Carvalho Braga (que vive em Lisboa).


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Missirá >  1969 (?) > O 1º Cabo António Mateus, com um camarada que não consigo identificar (condutor ou transmissões), numa altura em que o 3º Gr Comb da CCAÇ 12 esteve em reforço do Pel Caç Nat 52 - Os Gaviões (Deve ter sido no tempo do Beja Santos, ou terá sido depois, já em  meados de 1970?)


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Contuboel > c. junho/julho de 1969 > uma secção do 3º Gr Comnb da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12), durante a instrução de especialidade do pessoal de recrutamento local. Em primeiro plano, os 1ºs cabos Carlos Alberto Alves Galvão [, vive na Covilhã] - 1ª secção - António Braga Rodrigues Mateus [, durante muito tempo sem morada conhecida, hoje sabemos que vive em Guifões - Matosinhos] - 2ª secção.  

A 1ª secção era comandada pelo saudoso Fur Mil Luciano Severo de Almeida, natural do Montijo, enquanto a 2º secção tinha comandante o nosso querido amigo Arlindo Teixeira Roda [, natural de Pousos, Leiria; professor em Setúbal, reformado, e grande damista]... Os soldados africanos reconheço-os todos, mas tenho dificuldade, de momento, em identificá-los pelos nomes. Parecem-me ser os da 1ª secção que era constituída pelos seguintes elementos: Soldado Arvorado 82108369 Mamadú Jau (Ap Dilagrama) (Fula);  Soldado 82109369 Malan Jau (Ap Mort 60) (F): Sold 82100769 Amadú Candé (Mun Mort 60) (F); Sold 82108869 Quembura Candé (F); Sold 82109769 Sherifo Baldé (F); Sold 82115369 Ussumane Jaló (Futa-fula);  Sold 82110169 Madina Jamanca (F)...

Talvez o nosso camarada Abel Rodrigues, ex-Alf Mil, e comandante deste 3º Gr Comb nos possa ajudar... Ou o Carlos Galvão, que não nos lê... nem nos ouve. (LG)

Fotos: © António Mateus (2012). Todos os direitos reservados.


1. Tomo a liberdade de apresentar à Tabanca Grande o meu camarada da CCAÇ 12, António Mateus , de seu nome completo António Braga Rodrigues Mateus, de quem não tinha notícias desde 1971... Mora em Guifões, Matosinhos  [, foto à esquerda]. Esteve emigrado em França. Tem hoje o seu negócio próprio. Nasceu em 18 de novembro de 1947. É casado, tem uma filha. E fez-nos chegar, através do email do seu genro, Emanuel Azevedo (mais conhecido por Tito), as fotos da praxe. Está a dar os primeiros passos na Net...

O António Mateus foi gravemente ferido na Op Pato Rufia, em 7 de setembro de 1969, e evacuado para o HM 241. No meu caso, foi o meu batismo de fogo. Eu estava perto dele. 

 Ele aparece, entretanto, na baixa de Bissau, a passear, com a perna esquerda toda engessada, ao lado de mais dois militares portugueses, no célebre vídeo Guerre en Guinée, feito por uma equipa da televisão francesa (o vídeo tem cerca de 14' e o António aparece por volta do 1' 49''; esse vídeo foi originalmente exibido no programa da ORTF, Point contrepoint. em 11/11/1969; faz hoje parte do fabuloso arquivo do INA, Instituto Nacional Francês do Audiovisual.

Já falei com o António ao telefone, duas ou três vezes, recordando os nossos velhos tempos da CCAÇ 2590/CCAÇ 12. Vou finalmente revê-lo e abraçá-lo em Monte Real, dia 21. Ele inscreveu-se com a esposa,  Laura. Ao ver as suas fotos da Guiné, reconheci-o de imediato. Infelizmente, o Abel Rodrigues, seu antigo comandante, não está inscrito este ano no nosso encontro. Mas o António  vai concerteza encontrar, no próximo sábado, mais camaradas do seu/nosso tempo de Contuboel e Bambadinca (junho de 1969/março de 1971). Depois de regressar do hospital, em data que já não posso precisar (talvez finais de 1969), o António Mateus foi integrado na força que defendia o destacamento do reordenamento de Nhabijões, composto por militares da CCAÇ 12, da CCS do BCAÇ 2852 e outros. Creio que ficou lá o resto da comissão. Estava lá quando acionámos duas minas A/C à saída de Nhabijões, no fatídico dia 13 de janeiro de 1970. Ele terá muito que falar com os nossos camaradas António Fernando Marques (CCAÇ 12) e Luís R. Moreira (CCS/BART 2917), que estarão presentes no VII Encontro Nacional, em Monte Real.

Feita esta apresentação, só tenho que lhe dizer, ou repetir o que já lhe disse ao telefone, que é uma honra e um prazer tê-lo aqui na nossa Tabanca Grande. O António Mateus passará a ser o tabanqueiro nº 550. Haveremos de conversar mais, com tempo e vagar.
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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de abril de 2012 >  Guiné 63/74 - P9768: Tabanca Grande (330): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Inf Op, COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 - P7415: (Ex)citações (118): A propósito do vídeo da ORTF sobre a Op Ostra Amarga: "As imagens que vi, foram uma espécie de murro no estômago e cimentaram a admiração que nutro por todos aqueles que sentiram o silêncio bem no meio do capim" (Miguel Sentieiro)

1. Miguel Sentieiro, professor de educação física, em Torres Novas, filho de um camarada nosso (o ex-Cap Cav, hoje coronel reformado, comandante da CCAV 2485, José Sentieiro) enviou-nos, em tempos (9 de Fevereiro de 2007),  o seguinte comentário, inserido no poste P2249 (*), e que achámos oportuno agora divulgar...  Aliás, é estranhamente o único comentário que lá consta, ao fim destes 3 (três) anos...
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Guiné > Região do Cacheu > Bula > BCAV 2862 (1969/70) > 18 de Outubro de 1969 > Imagem da reportagem Guerre en Guinée, que passou na televisão francesa, a ORTF,  em 11 de Novembro de 1969, no programa Point Contrepoint [, Ponto Contraponto].

Foto: INA - Institut National de l' Audiovisuel (2006) /  Cópia pessoal de Virgínio Briote 
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Na altura,  o detalhadíssimo relato do making of deste vídeo, da ORTF, sobre a Op Ostra Amarga (um poste meu e do Virgínio Briote, que custou muitas horas de trabalho, de pesquisa, de contactos com alguns dos protagonistas,  e de edição), passou completamente despercebido por parte (ou pelo menos não mereceu a devida atenção) dos nossos camarigos e demais membros da nossa Tabanca Grande (*)... 

Estranhamente, têm-nos chegado à nossa caixa de correio, se não todos os dias, pelo menos com alguma regularidade, nestes últimos meses, mails de tipo Spam com avisos do tipo "Vídeo nunca visto sobre a guerra colonial na Guiné, feita por uma equipa da televisão francesa" ou "Guiné - Guerra colonial - Vídeo nunca antes divulgado"... 

E depois acrescenta-se mais detalhes, incompletos, imprecisos ou até errados: "Cenas arrepiantes... É o único filme feito na Guiné que apanhou uma sequência real de guerra. Os jornalistas franceses que seguiam nesta patrulha, mandada executar para que eles tomassem conhecimento com o dia a dia das NT estacionadas em Bula [, CCAV 2487, pertencente ao BCAV 2862, Bula, 1969/70], um pouco a N do Rio Mansoa, apanharam um 'cagaço', mas registaram algo que mais nenhum registou. Se não estou errado, ia também uma jornalista" [,Geneviève Chauvel,]  (...). 

E acrescenta o autor do último mail que recebi: (...) "A emboscada que as NT sofreram, não estava 'no programa', mas isto era o que podia acontecer sempre que se saía para o mato (...). O Spínola, com a seu ajudante de campo (era ainda o Almeida Bruno) e o Cmdt do Batalhão de Bula [, ten cor Morgado,] foram lá, mal tiveram conhecimento do que tinha acontecido" (...).

Na altura, em Fevereiro de 2007, eu e o Virgínio Briote fizemos a tradução da sinopse do filme (que é falado em em francês), de cerca de 14 minutos (mais exactamente 13' 58''), e incluímos um link para o sítio onde está alojado, o INA: Guerre en Guinée  [ Guerra na Guiné]: Carregar aqui para ver o filme; estamos autorizados pelo INA  a inserir um link do filme mas não a disponibilizá-lo directamente no blogue; o Virgínio pagou, do seu bolso, o direito a télecharger o filme, para uso pessoal...). Já revi este notável documento várias vezes e sempre com a mesma emoção... No sítio do INA, este vídeo tem mais de 37 mil visualizações...





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Foto à direita: De costas, o Capitão de Cavalaria José Maria Sentieiro, comandante da CCAV 2485, que por impedimento do comandante da CCAV 2487, foi encarregue de dirigir a Op Ostra Amarga. Imagem obtida momentos após a emboscada que custou dois mortos à CCAV 2487. Cópia da imagem do Paris-Match, nº 1071, de 15 de Novembro de 1969 .
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2. Comentário do Miguel Sentieiro (*)
Caro Luis Graça:
Não sou um camarada da Guiné, mas graças a si consegui decifrar melhor o video que o meu pai (José Sentieiro) me facultou há pouco tempo. Tenho 39 anos e não tinha nem tenho a perfeita noção do que todos vocês passaram na guerra colonial. 
O DVD que vi, facultou-me provavelmente a imagem mais esclarecedora que algum dia vi da guerra. Os grandes planos das caras dos homens após a emboscada e o silêncio entrecortado por gritos de dor, não surgem nas grandes produções americanas sobre a guerra do Vietname que todos estamos habituados a ver. 
As imagens que vi, foram uma espécie de murro no estômago e cimentaram a admiração que nutro por todos aqueles que sentiram o silêncio bem no meio do capim. 





Um abraço, Miguel Sentieiro






Os 2 Gr Comb da CCAV 2487, comandados pelo Cap Cav José Sentieiro sofrean uma emboscada do IN na região de Pecuré, a noroeste de Bula,sofrendo 2 mortos e 1 ferido. (**)


[ Revisão / fixação de texto / bold a cor / título: L.G.]
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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de  8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2249: Vídeos da guerra (2): Uma das raras cenas de combate, filmadas ao vivo (ORTF, 1969, c. 14 m) (Luís Graça / Virgínio Briote)

Vd. também os postes relacionados:

 8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2250: Vídeos da guerra (3): Bastidores da Op Ostra Amarga ou Op Paris Match (Bula, 18Out1969) (Virgínio Briote / Luís 

Graça)

15 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2351: Vídeos da Guerra (6): Uma Huître Amèrepara a jornalista francesa Geneviève Chauvel (Virgínio Briote / Luís Graça)

(**) Sobre este Batalhão, BCAV 2868:

Mobilizado pelo RC 7, partiu para a Guiné em 23/2/1969 e regressou a 30/12/1970. Esteve em Bissau e Bula. Era comandado pelo Ten Cor Cav José Machado Alves Morgado. Unidades de quadrícula:  CCAV 2485, 2486 e 2487.

A CCAV 2485 esteve em Cacheu, Bula, Ponta Augusto  de Barros, Bula, Pete e Bula. Era comandado pelo Cap Cav  José Maria de Campos Mendes Sentieiro.

A CCAV 2486 passou por Teixeira Pinto, Bula, Pete e Bula.  Foi comandada pelo Cap Cav João Soares de Sá e Almeida e pelo Alf MIl Inf  JoséManuel Duarte Fernandes.

Por fim, a CCAV 2487  esteve em Cacheu, Bula, Ponta Augusto  de Barros, Bula, Ponta Augusto  de Barros e Bula. Comandantes: Cap Mil Cav  João Caetano de Almeida de Lima Quintela e Cap QEO José António Caiomoto Duarte

sábado, 8 de maio de 2010

Guiné 63/74 - P6341: Antropologia (18): Elogio ao nosso blogue em comunicação sobre Régulos, almamis e mouros durante a guerra colonial, do Prof Eduardo Costa Dias

 Cortesia do amigo e colega Eduardo Costa Dias, grande especialista da cultura e da história da Guiné-Bissau, professor de Estudos Africanos, Departamento de Sociologia, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) (foto à direita, Bissau, 2008).


1. Resumo de uma comunicação científica, em francês [, com a respectiva tradução, em português, ] do nosso amigo Eduardo Costa Dias, professor e investigador no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, e em que se faz uma elogiosa referência ao nosso blogue.


Colonial auxiliaries or advocates of colonial subjects? A comparative view on chiefs and ‘traditional rule’ during the colonial period

Régulos, Almamis et Mouros pendant la guerre coloniale dans l’ex- ‐Guinée portugaise: à chacun son rôle, ses convenances et ses fidélités 


Eduardo Costa Dias
ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa


L’avènement de la guerre coloniale, en 1963, dans l’ex- ‐Guinée portugaise non seulement a profondément transformé le modus vivendi des populations africaines et européennes, comme, un peu partout, a basculé les relations tissues entre les autorités traditionnelles et l’administration coloniale.

En effet, les autorités traditionnelles ont été confrontées, en plus de l’exigence de « faire vite » allégeance à un des deux belligérants, avec le besoin de composer presque inopinément avec de nouveaux interlocuteurs coloniaux. Plus la guerre s’étendait à de nouvelles zones du territoire guinéen et les combats regagnaient d’intensité, davantage, localement, les commandants militaires remplaçaient de facto et de jure, comme interlocuteurs des autorités traditionnelles, les administrateurs civils (administradores de circunscrição, chefes de posto, etc.). Dans plusieurs sens, pendant la guerre coloniale, dans la majeure partie du territoire, « l’ (vraie) autorité portugaise » était l’armée.

Dans l’étude de cas qu’adosse cette communication – le cas des autorités mandingues et, surtout, peuls des cercles administratifs de Bafatá et de Nova Lamego (Gabú) – , toutefois, plus que le renforcement « rayonnant » ou la rupture brutale de la très ancienne collusion stratégique entre les chefs musulmans et l’État colonial, on a assisté principalement à la multiplication, en nombre et en « qualités », des interlocuteurs locaux des autorités portugaises et, naturellement, à une plus grande diversité des prises de position des dignitaires politiques e religieux mandingues et peuls.

Un almami ou un mouro (marabout) n’avait nécessairement, par rapport aux autorités portugaises ou au PAIGC, le même positionnement que « son » régulo, même si celui- ‐ci, en plus de musulman et mandingue/peul comme lui, était son frère. Au contraire, parfois, il y’ avait même grands avantages en aménager des positions différentes dans une même famille, tabanca (village) ou zawiya (délégation locale d’une confrérie); dans des situations complexes comme celles vécues pendant la guerre coloniale pour beaucoup de peuls et mandingues de Bafatá et du Gabú, la bonne utilisation de la réinterprétation ouest- ‐africaine de l’institut du muwalat – « accommodation sur réserve avec l’infidèle »/ « acceptation d’un compromis provisoire avec l’infidèle » - presque le prescrivait!

Dans l’essentiel, l’information travaillée pour cette communication a été obtenue à partir des entrevues faites dans les années 1990 et 2000 à des dignitaires musulmans des régions de Bafatá et du Gabú, de la compulsation de documentation dans des archives portugaises (AHM, AHU, ANTT) et de la lecture systématique d’un blog d’anciens combattants portugais dans l’ex-Guinée portugaise.

Le blog « Luis Graça & Camaradas da Guiné », en plus de sa « mission » fondatrice, est actuellement, malgré le caractère « témoin personnel » de la plupart des posts, un important répertoire des activités des militaires portugais en Guinée, entre 1963 et 1974.





Guiné- Bissau > Região de Bafatá > Contuboel > 16 de Dezembro de 2009 > O almami local...  Foto do médico e músico João Graça, membro da nossa Tabanca Grande.

Foto:  © João Graça (2009). Direitos reservados





2. Tradução de L.G.:


Auxiliares coloniais ou advogados dos súbditos coloniais ? Uma análise comparativa dos chefes e do sistema de autoridade tradicional durante o período colonial  [Título em inglês]


Régulos, Almamis e Mouros durante a guerra colonial na ex-Guiné-Português: a cada um a sua função, sua conveniência e sua lealdade

Eduardo Costa Dias
ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa

O advento da guerra colonial em 1963, na ex-Guiné Portuguesa, não só mudou o modus vivendi das populações africanas e europeias, como, um pouco por toda parte, mexeu com as relações mantidas entre as autoridades tradicionais e a administração colonial.

Com efeito, as autoridades tradicionais,  para além da exigência de rapidamente se posicionarem ao lado de uma das duas partes beligerantes, foram confrontadas com a necessidade de lidar, quase inesperadamente, com novos interlocutoers coloniais.

Quanto mais a guerra se estendia a novas zonas do território guineense e os combates aumentavam de intensidade, mais, a nível local, os comandantes militares se substituíam, de facto e de direito, aos administradores civis (administradores de circunscrição, chefes de posto, etc.) como interlocutores das autoridades tradicionais.

Em diversos sentidos, durante a guerra colonial, na maior parte do território, “a (verdadeira) autoridade portuguesa ", foi o exército.

No estudo de caso a que se reporta esta comunicação - o caso das autoridades mandingas e, sobretudo, fulas, dos círculos administrativos de Bafatá e de Nova Lamego (Gabu), no entanto, mais do que o reforço “fulminante” ou a ruptura brutal da velha coligação estratégica entre os chefes muçulmanos e o e Estado colonial, assistiu-se principalmente à multiplicação, em número e em "qualidades", dos interlocutores locais das autoridades portuguesas e, naturalmente, a uma maior diversidade das tomadas de posição dos dignitários políticos e religiosos mandingas e fulas.

Um almami ou mouro (marabú) não tinha, necessariamente, em relação às autoridades portuguesas ou ao PAIGC, a mesma posição que o “seu” régulo, mesmo se este, para além de ser muçulmano e mandingo / fula como ele, fosse seu irmão.

Pelo contrário, às vezes, havia mesmo grandes benefícios em tomar posições diferentes numa mesma família, tabanca (aldeia) ou zawiya (delegação local duma confraria); em situações complexas, como aquelas vividas durante a guerra colonial por muitos dos fulas e mandingas de Bafatá e do Gabu, o uso adequado da reinterpretação oeste-africana do instituto da muwalat – "acomodação, sob reserva, com o infiel” / “aceitação de uma compromisso provisório com os infiéis” –  que obrigava a isso!

No essencial, a informação tratada nesta comunicação foi obtida a partir de entrevistas realizadas nos anos de 1990 e 2000 a dignitários muçulmanos das regiões de Bafatá e Gabu, da consulta de documentação em arquivos portugueses (AHM, AHU, ANTT) e da leitura sistemática de um blogue de antigos combatentes portugueses na ex-Guiné Portuguesa.

O blogue "Luis Graça  & Camaradas da Guiné ", para além da sua “missão" fundadora, é hoje, apesar do carácter de “ testemunho pessoal" da maior parte dos postes,  um importante repertório das actividades dos militares portugueses atividades, na Guiné, entre 1963 e 1974.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Guiné 63/74 - P6216: Ser solidário (64): Teixeira Pinto (actual Canchungo). Manjaco Francês (Fabien Gomis)


1. O nosso Amigo e leitor guineense, a viver actualmente em França, Fabien Gomis, em 21 de Abril de 2010, enviou-nos um e-mail a solicitar-nos ajuda no seguinte:

Teixeira Pinto

(actual Canchungo)

Manjaco Francês

Bom dia.

Gostaria de agradecer ao blogue pelos “uploads” de imagens do meu país. Mas, mais importante para mim, é que o site permite-me compreender melhor as condições de vida dos soldados na guerra, bem como as dos povos indígenas nessa fase.

Mas primeiro quero me apresentar.

Eu sou francês de origem da Guiné-Bissau (Manjaco de Canchungo), nascido em 1973, em Paris, e secretário de uma Associação de Assistência às Aldeias Manjacas da Guiné.

Também organizamos muitos eventos guineenses na diáspora, em particular em França, onde estamos presentes em eventos culturais, em especial nos “Dias da Cultura”.

Para ser breve, eu solicitava 2 serviços:

Se me poderiam enviar fotos e tudo o que têm, sobre a região de Teixeira Pinto (actual Canchungo), e a devida autorização, a fim de expô-las durante o nosso “Dia Cultural”.

Queria também pedir ao Jorge Picado se me enviava o máximo possível de fotos, sobre os estágios de vida das pessoas, paisagens, casas...

Os meus pais contaram-me que, antes de eu nascer, o meu tio (irmão do meu pai), morreu durante um ataque entre Bachile e Cacheu...

A única informação certa que temos é que ele pisou/accionou uma mina.

O seu nome era Fara Gomes e foi aposentado um dia, mas decidiu regressar à tropa para junto dos seus antigos camaradas, quando foram convidados.

A morte ocorreu durante o 1º trimestre de 1968. Mas eles não sabem mais nada, porque estavam na França, naquele tempo, e as únicas pessoas que podiam adiantar mais alguns dados já faleceram.

Além das fotos, se tiverem notícias ou qualquer documento daquele tempo… tudo seria bem-vindo.

O meu e-mail pessoal é:
mandjako@free.fr

Atenciosamente,
Muito Obrigado.
Fabien Gomis

2. Tradução em francês do e-mail:

Manjaco Français

Bonjour.

Je tiens d'abord a vous remercier de mettre en ligne des images de mon pays. Mais surtout, le site me permet de mieux comprendre la les conditions de vie aussi bien des soldats que celles des autochtones durant la guerre.

Mais tout d'abord je tiens a me presenter.

Je suis un francais d'origine Bissau guinéenne (manjaco de Canchungo ) né en 1973 a Paris et secretaire d'une association d'aide aux villages manjacos de Guinée.

Aussi nous organisons beaucoup d'evenements ou la diaspora guinéenne de france est tres presente notament lors des journées culturelles.

Pour etre bref, j'ai 2 services a vous demander:

Serait-il possible de vous emprunter des clichés sur tout ce que vous avez concernant la region de teixeira pinto afin de les exposer durant notre jornée?????
A defaut, est-il possible de demander à Jorge Picardo s'il est possible de lui emprunter un maximum de clichés sur les scènes de vie de la population, les paysages, les édifices....

Mes parents m'ont dit qu'avant ma naissance le frere de mon pere est decede durant une attaque entre bachile et cacheu... C'etait durant le 1er trimestre 1968. Mais ils n'en savent pas plus car ils étaient en France a cette epoque et les seules personnes à meme de fournir des details sont aujourd'hui décédées.

Aussi, si vous aviez des infos, une photo, un quelconque document qui pourrait m'aider serait le bienvenu.

La seule info que l'on a est qu'il aurait marché sur une mine.

Pour info, mon oncle s'appelait Fara Gomes, il était à la retraite au moment des faits, mais il a décidé d'aller se battre avec ses anciens camarades lorsqu'ils furent appelés.

Merci beaucoup,
Fabien Gomis
_________
Nota de MR:

Vd. último poste da série em:

1 de Abril de 2010 >
Guiné 63/74 - P6086: Ser solidário (63): Gente feliz... com lágrimas: a Cadi e a sua filha, a Maria Alice do Cantanhez (Pepito / Luís Graça)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5478: Blogpoesia (61): À distância no tempo... (JERO, Ex-Fur Mil Enf, CCAÇ 675, Binta, 1964/66))

1. Mensagem do JERO (aquele rapaz de Alcobaça, que na outra encarnação foi Fur Mil Enf , CCAÇ 675, Binta, 1964/66)(*), com data de 7 do corrente:


Assunto - Página de um Diário de Guerra (Memória)

Caro Comandante:

Na esperança de te dar um abraço ainda este ano - conto estar uns dias por Oeiras a partir de 16 deste mês - lembrei-me de te escrever hoje depois de ler a arrepiante viagem do Alouette II até ao HM 241 (P5420) (**).

Também nos meus tempos passei pela complicada experiência de meter feridos da minha CCaç 675 nesses assustadores "caixões" que ladeavam os helis [Al II]. Um deles foi o Capitão Tomé Pinto, Comandante da Companhia,  ferido numa patrulha a Santacoto no longínquo dia 5 de Agosto de 1964.

Há uns anos atrás escrevi um poema que nunca tive a "lata" de mostrar a ninguém. Com a idade perde-se a vergonha e aqui vai o dito.

Para ti, caro Luís,  votos de boa saúde e de calma. Fico preocupado contigo quando te vejo a "combater" em tantas frentes...

Um grande abraço e até breve.
Assim o espero.
JERO





À distância no tempo... recordo sons!
Numa selva de imagens
recordo militares agitados...
Lembro a floresta, o caminho estreito.
À distância no tempo... os ruídos esbateram-se!
Ficaram imagens...
Deitado na viatura da "Breda" está ferido o capitão,
Pálido, de camuflado rasgado... mas comandando.



Ordens e gritos... Militares disparando...correndo,
lutando à voz do seu capitão exangue...
Saindo da floresta
que para trás ficava de novo silenciosa!


Na distância do tempo... volto a ouvir
Algures vindo do céu, antes da vista o ter visto,
O barulho inconfundível das pás, das hélices do helicóptero.



O sangue deixou de correr,
a palidez das faces atenua-se,
e aparecem os primeiros sorrisos.

Estão nítidos na minha memória
os companheiros
que ficaram para a vida, toda a vida.




À distância no tempo... Do inimigo de então
que tantas vezes ouvimos e não vimos,
sem ódio, sem ressentimento, quase nada recordo.

À distância no tempo... recordo homens, irmãos!

JERO

[Revisão / fixação de texto : L.G.]

Fotogramas do vídeo:  Guerre en Guinée (ORTF, 1969) (c. 14') (cortesia do Virgínio Briote)  (***)

_______________

 Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 14 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4686: Tabanca Grande (162): José Eduardo Oliveira, ex-Fur Mil, CCAÇ 675, Binta, 1965/66

(**) Vd. poste de 7 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5420: FAP (38) : O helicóptero Alouette II ou uma arrepiante viagem na 'montanha russa' até ao HM 241 (Jorge Félix)

(***) Vd. poste de 8 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2249: Vídeos da guerra (2): Uma das raras cenas de combate, filmadas ao vivo (ORTF, 1969, c. 14 m) (Luís Graça / Virgínio Briote)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3795: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (1): O princípio do fim, a história do Soldado António Rodrigues

Capa do livro de Benigno Fernando, O Princípio do Fim. Porto: Campo das Letras. 2001. 78 pp (Campo da Memória, 6).

"Benigno Femando nasceu em Massarelos, Porto, em 1960. Começou a trabalhar aos dez anos de idade. Em 1975, iniciou a prática de futebol no Sport Comércio e Salgueiros, prolongando esta actividade durante treze anos em diversos clubes amadores.Durante a década de 90, colaborou na secção desportiva dos jornais O Primeiro de Janeiro e O Portuense. Trabalha nos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento do Porto desde 1979. Reiniciou os estudos no final dos anos 80 e em 2001 estudava na Escola Secundária Alexandre Herculano. O Princípio do Fim é o testemunho de um militar (o soldado condutor auto Rodrigues, da 1ª Companhia do Batalhão nº 8323) que esteve na zona leste da Guiné durante a Guerra Colonial"...

Sabemos que o António Rodrigues é de Braga, e vive no Porto (*)


1. Mensagem do José Martins, de 25 de Janeiro último:

"Boa tarde. Apesar de já ter comprado e lido o livro há dois anos, feitos no dia 9 do corrente, quase de imediato iniciei as minhas habituais pesquisas mas, não sei qual a razão de ter ficado em arquivo.
"Segue o texto, com os parabéns ao Benigno Fernando pela forma como conseguiu passar ao papel, e à posteridade, as memórias do nosso camarada de armas António Rodrigues.
 

Um abraço. 
José Martins"


2. Copá , na fronteira com o Senegal (1965-1974) - Parte I: a história do Sold Condutor Auto António Rodrigues, contada por Benigno Fernando

“Chegava a noite; os que tinham começado a enjoar deitaram-se mais cedo, a maioria só foi para as camaratas perto da meia-noite e a essa hora ainda se conseguia ver luzes na costa portuguesa. Essa vista começou a provocar-lhe uma nostalgia, e foi nesse momento que o Rodrigues começou a pensar: 'É o princípio do fim.' *

(...) Há terras maravilhosas,
De certeza que não minto;
Se duvidam, vão visitar
Copá e Teixeira Pinto. (...)

In Turismo na Guiné,

de Florêncio Oliveira da Silva
Furr Mil, QG, Bissau, 1972



(i) Uma história igual a tantas outras

A frase saída da memória do António Rodrigues e da pena de Benigno Fernando, numa edição da Editora Campo das Letras, recorda-me outra frase, muito semelhante, O fim do principio atribuída como título a um dos textos que compõem a colectânea Refrega, de minha autoria e não editada, e que pretendem recuperar a minha memória dos tempos que passei na Guiné, assim como a fase que os antecedeu e alguns comentários posteriores.

Poder-se-á dizer, durante ou mesmo no final da leitura de O princípio do fim que se tratar de uma história igual a tantas outras.

Todo o percurso daqueles, a grande maioria, que vieram a cumprir o serviço militar obrigatório nas fileiras do Exército, começa com o dia das sortes, sortes essas que já são previsíveis: o apuramento para todo o serviço.

Depois, como o António Rodrigues, a espera pela incorporação, a entrada no quartel com toda amalgama de emoções, muitas das vezes não reprimidas, a aversão à farda, a recruta, a especialidade… tendo de permeio todos os obstáculos que são desde a disciplina militar, nova e despropositada para todos, os pequenos poderes, os fins de semana “à Benfica” (castigo com perda do direito ao passaporte e, algumas vezes a acumular serviços) ou mesmo o contar dos tostões que não chegam para a camioneta para ir à terra ver a família e os amigos.

Depois vem o “formar batalhão” e, quando completo, a ordem de embarque.

No teatro de operações de destino há que cumprir, ainda, o IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional) e a sobreposição com a unidade a render.

Depois há que [re] iniciar tudo aquilo que os que nos procederam fizeram, fazendo cada um de nós, e todos em conjunto, a história de cada unidade e a história deste país cuja Bandeira juramos defender.

Ao António Rodrigues coube-lhe a sorte de cair num destacamento, semelhante a muitos que existiram na Guiné, numa tabanca em que se misturava a tropa e as populações, duma povoação atravessada por uma estrada/caminho de terra batida, mas, na realidade é a história de alguém, a história que revela uma vivência única, porque única é a história de cada um e na história dum povo.

O autor adverte de que a “narrativa é baseada em acontecimentos verídicos”. Assim é. Há nomes, locais, datas ou factos que, validados com a versão oficial, não podem ser mais coerentes.


(ii) Copá: de 11 de Março de 1965 a 14 de Fevereiro de 1974

Copá [ou Kopá, como escrevem hoje os guineenses] foi o local que, a partir de 11 de Março de 1965, passa a ser guarnecido, em permanência, por uma força do exército constituída ao nível de pelotão reforçado e, portanto, uma unidade em quadricula, de pequeno efectivo, mas que se tem de desdobrar para fazer face à vida que se vivia em qualquer destacamento, fosse de que escalão fosse.

O livro é um texto que se lê de uma vez só. Só se consegue parar na última página, mas que obriga, quase de imediato, a regressar ao início, para uma leitura mais pausada. Mais pausada e com outros olhos, colocando, sobretudo, no que foi aquele pedaço de chão e no que se tornou.

A zona, desde o início das hostilidades, era uma zona relativamente calma, dado que era lá para o sul que a guerra se desenrolava, bastando ter na zona apenas um pelotão da unidade que pontificava no distrito de Nova Lamego – a 3ª Companhia de Caçadores Indígenas.

Porém, quando a guerra se estendeu ao Leste, foi necessário ir reforçando a presença militar que, acabando por serem criadas outras estruturas de comando, incluindo o destacamento em análise, que acabaria por ser abandonado em 14 de Fevereiro de 1974. Este abandono foi justificado não só pela ausência dos civis na povoação, mas porque com o evoluir da situação, desfavorável para o lado português, deixou de ter interesse estratégico. Não era o primeiro destacamento/ aquartelamento a ser abandonado. Muitos mais, e em breve a totalidade, seriam alvo do chamado movimento de retracção das NT que, após o Acordo de Argel, teria início.

Situado, sensivelmente, nas coordenadas 13º 55” Oeste e 12º 38” Norte, por lá passaram centenas de homens que, na impossibilidade de se obterem relações nominais, nos levaram a pesquisar as unidades que por lá estiveram, não só actuando directamente no terreno, quer em quadrícula quer em patrulhamentos, mas também nos escalões de comando e coordenação, embora mais afastados do local de acção. Tentou dar-se uma informação sucinta de cada unidade, dando destaque à sua passagem por Copá ou na área em que este destacamento se inseria.

(Continua: Parte II - Unidades que passaram por Copá) (**)
_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes de:

8 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1409: Bibliografia de uma guerra (16): Pirada, Bajocunda, Canquelifá, Copá: o princípio do fim (Beja Santos)


8 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1410: Antologia (57): O Natal de 1973 em Copá (Benigno Fernando)

Vd. também poste de 10 de Novembro de 2008 >
Guiné 63/74 - P3430: Bibliografia de uma guerra (36): No ocaso da Guerra do Ultramar, de Fernando Sousa Henriques (Helder Sousa)

(**) Sobre Copá (aquartelamento abandonado pelas NT em 14 de Fevereiro de 1974), vd. ainda o postes de:

27 de Outubro de 2006 > Guiné 63/74 - P1216: A batalha (esquecida) de Canquelifá, em Março de 1974 (A. Santos)

30 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P3004: PAIGC: Op Amílcar Cabral: A batalha de Guileje, 18-25 de Maio de 1973 (Osvaldo Lopes da Silva / Nelson Herbert)

13 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2937: A guerra estava militarmente perdida? (16): António Santos,Torcato Mendonça,Mexia Alves,Paulo Santiago.

Vd. ainda o poste de 16 de Julho de 2007 >Guiné 63/74 - P1958: Vídeos da guerra (1): PAIGC: Viva Portugal, abaixo o colonialismo (Luís Graça / Virgínio Briote)

(... ) Referência ao vídeo da televisão francesa, a antiga ORTF, disponível em INA - Institut National de l' Audiovisuel

GUINEE : LA GUERILLA AU GRAND JOUR MAGAZINE 52 ORTF - 04/07/1974 -

Video 12m 32s / DVD 3 €

Sinopse (em francês)

On est plus de 2 mois après la 'révolution des oeillets' au Portugal, le gouvernement Caetano est tombé après un coup d'Etat d'officiers portugais engagés dans la guerre coloniale en Afrique, le mouvement des "forces armées", le pouvoir a été rendu aux civils et le général Spinola, membre de la junte militaire qui a pris le pouvoir le 25 avril à Lisbonne est désigné pour mener à bien la décolonisation en Afrique après avoir été gouverneur militaire de Guinée Bissau et des îles du Cap Vert et avoir combattu les militants du PAIGC.

Abouchar est parti dans les maquis du mouvement en Guinée Bissau sorti de la clandestinité. - meeting du parti dans le maquis acclamant les peuples de Guinée et du Cap Vert et celui du Portugal passé aux mains de l'opposition de gauche - discours d'Antonio Borges en créole et portugais, trad off par Abouchar "la négociation est dans l'impasse avec le Portugal" - discours d'un commissaire politique du PAIGC en portugais - itw Manuel Santos alias Manecas, commissaire politique du Front nord, en français, parlant du combat contre le tribalisme et la lutte anti colonialiste - entraînement des guerilleros équipés par l'Union soviétique.

Camp portugais de Copa détruit et incendié, Manecas fait visiter les lieux à un journaliste portugais Manuel Batoreo, le premier admis dans une zone contrôlée par le PAIGC - itw Manuel Batoreo en français, sur le point de vue du PAIGC - suite itw Manecas sur l'indépendance du Cap Vert qui interviendra seulement le 5 juillet 1975 "le PAIGC est une organisation qui lutte pour l'indépendance de la Guinée et du Cap Vert, ce sont 2 pays différents, dans notre programme c'est très clair, ce sont 2 pays différents mais le PAIGC estime qu'il y a toutes les raisons pour unifier ces 2 pays parce que nous avons des origines ethniques, oui je suis capverdien, le PAIGC n'a pas d'action directe au Cap Vert mais nous avons une organisation clandestine au Cap Vert qui travaille, il y a des manifestations au Cap Vert en faveur du PAIGC, de l'indépendance...le Cap Vert a un intérêt stratégique pour leurs lignes de communication" - dans les marais guinéens, militants débarquant dans une zone très peu accessible, jambes nues et chaussures à la main.

Suite itw Manecas "nous estimons que ce n'est pas une mauvaise chose que d'avoir des contacts avec les militaires portugais mais nous ne pouvons pas arriver à un accord sur place sur un cessez le feu qui n'a pas été encore déterminé entre le gouvernement portugais et les autorités de notre parti" - suite itw Manuel Batoreo "selon moi, le gouvernement est intéressé à accorder l'autodétermination comme premier pas vers l'indépendance mais au bout ce sera effectivement l'indépendance pour toutes les colonies, c'est pour bientôt oui l'indépendance" - arrivée ravitaillement dans zone libérée, la une du journal indépendantiste "PAIGC Actualités" avec la photo d'Aristides Pereira leader du parti, vente de vivres par des magasins ambulants aux villageois.

Itw Batoreo "ce qui m'a le plus marqué ? la conscience collective de la lutte que les gens ont dans les différents rangs de l'armée, des civils, l'organisation, conscience de faire un pays vraiment nouveau, adapté aux besoins des gens exploités toutes ces années par un colonialisme que le monde connaît bien" - itw Manecas "les Portugais ont laissé le pays dans un état on ne peut plus arrièré, il n'y a rien, avant le déclenchement de la lutte armée il y avait au moins 90 % d'analphabètes, la seule école secondaire ouverte en Guinée date de 1956" sur des images d'alphabétisation dans le maquis - la popote et l'ouverture des boîtes de conserves pour les maquis - suite et fin Manecas "le PAIGC se sent prêt pour l'indépendance, nous avons sur place une administration et je crois qu'il faut sur place l'agrandir un peu, ça va fonctionner, nous aurons un régime nationaliste, de parti unique, démocratique, y a t il un pays indépendant africain pour servir de modèle ? nous, on ne croit pas beaucoup aux modèles"
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Resumo em português (tradução e adaptação de LG)

Passaram-se mais de dois meses após a "Revolução dos Cravos" em Portugal, o governo Caetano caiu após um golpe de Estado levado a cabo por oficiais portugueses envolvidos na guerra colonial em África, o movimento das "Forças Armadas". O poder foi entregue a civis e o General Spínola, membro da Junta Militar que tomou o poder em 25 de Abril em Lisboa, é encarregado de levar a bom termo processo de descolonização em África após de ter sido governador militar da Guiné-Bissau e das ilhas de Cabo Verde e de ter ter combatido os militantes do PAIGC .

Abucar partiu para a Guiné-Bissau, para as regiões controladas pelo PAIGC, saído da da clandestinidade. - Reunião do partido no mato, dão-se vivas aos povos da Guiné e Cabo Verde e de Portugal, país que agora passou para as mãos da oposição de esquerda - Antonio Borges fala em crioulo e Português, tradução de Abucar em voz off, "as negociações com Portugal estão num impasse" - discurso dum comissário político do PAIGC, em Português – entrevista em francês com Manuel Santos, ‘Manecas’, comissário político da frente frente, em que fala do combate contra o tribalismo e da luta anticolonialista – treino dos guerrilheiros equipados pela União Soviética.

Copá, aquartelamento português, destruído e queimado e queimadas, Manecas faz uma visita guiada, acompanhando jornalista português, Manuel Batoreo, o primeiro admitido numa zona controlada pelo PAIGC – entrevista com Manuel Batoréo, em francês, em que se aborda o ponto de vista do PAIGC – continuação da entrevista com Manecas sobre a independência de Cabo Verde, que terá lugar somente em 5 de Julho de 1975, "o PAIGC é uma organização que luta pela a Independência da Guiné e Cabo Verde, são 2 países diferentes, no nosso programa é muito claro, são 2 países diferentes, mas o PAIGC acredita que há todas as razões para unificar estes 2 países, porque temos origens étnicas comuns, sim eu sou caboverdiano, o PAIGC não nenhuma ação directa em Cabo Verde mas temos uma organização clandestina em Cabo Verde que trabalha, há manifestações em Cabo Verde a favor do PAIGC, a independência ... Cabo Verde tem um interesse estratégico para as suas linhas de comunicação " - nos pântanos da Guiné, militantes desembarcam numa área muito pouco acessível, descalços, as botas na mão.

Continuação da entrevista de Manecas, "Nós achamos que isto não é mau, manter contactos com os militares portugueses, mas não podemos chegar, no terreno, a um acordo sobre um cessar-fogo que ainda não foi estabelecido entre o Governo Português e direcção do nosso partido "- prossegue a entrevista com Manuel Batoréo, "Acredito que o governo está interessado em conceder a auto-determinação como um primeiro passo para a independência, mas o final do processo é a independência para todas as colónias, em breve sem dúvida é a independência "- chegada de reabastecimento a uma zona libertada, a primeira página do jornal nacionalista “PAIGC Actualités”, com a foto do líder Aristides Pereira, vende de alimentos aos camponeses pelas lojas ambulantes do PAIGG.

Entrevista de Batoréo, "O que me surpreendeu mais? a consciência colectiva da luta das pessoas nos diferentes escalões das forças armadas do PAIGC, nos civis, a organização, a consciência de se estar a um país verdadeiramente novo, adaptado às necessidades das pessoas exploradas durante todos estes anos por um colonialismo que o mundo conhece bem” – entrevista de Manecas, "os Portugueses deixaram o país num estado que não podia ser de menor atraso, não há nada, antes do início da luta havia pelo menos 90% de analfabetos, a única escola secundária aberta na Guiné data de 1956 ", imagens de alfabetização no mato – o rancho e a abertura de caixas de conserva para os guerrilheiros – continuação e final da entrevista com Manecas, "o PAIGC sente-se pronto para a independência, temos uma administração montada no terreno, creio que é só preciso aumentá-la um pouco, isto vai funcionar, teremos um regime nacionalista , de partido único, democrático, há algum país africano independente Africano para servir de modelo ? nós, não acreditamos muito nos modelos”.