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sábado, 28 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20783: Tabanca da Diáspora Lusófona (8): Em quarentena em Nova Iorque, combatendo o coronavirus com "Coronita" mexicana e sardinhas de Peniche... enquanto a Vilma tomou a decisão (corajosa) de aprender português e eu a missão (heroica) de aprender esloveno... (João Crisóstomo)




Nova Iorque > março de 2020 > Vilma e João Crisóstomo, "trancados em casa", por causa da pandemia de COVID-19, decidiarm abancar no quintal e fazer um piquenique: "Sardinhas de Peniche; “coronita” mexicana (, a sério mesmo: é uma "corona”, cerveja mexicana,  em garrafa mais pequena e daí o nome “coronita”); pão português (para comer a sardinha como deve ser à portuguesa), enfim, para fazer esquecer o famigerado coronavírus…

Fotos (e legenda): © João Crisóstomo  (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso camarada e amigo João Crisóstomo, luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes... Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, foi alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque; é casado, desde 2013, com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun]

Date: quinta, 26/03/2020 à(s) 23:01
Subject: Em quarentena em Nova Iorque, batalhando o coronavirus com "Coronita" mexicana e sardinhas de Peniche...


Caro Luís Graça,

Gostei de poder falar ao telefone. Obrigado.   Mesmo meio aquarentenado,  como estás também,   não sei como consegues tempo para tanta coisa… 

Há duas semanas que nós  quase não saímos  de casa: contra a opinião do Senhor Trump que dizia, que graças à sua sábia decisão de ter parado os voos de e para a China,  os 15 casos de coronavirus na altura nos USA  cedo seriam reduzidos a zero e tudo voltaria ao normal...

Logo que os especialistas de saúde começaram a dizer que as pessoas com mais de sessenta anos ( e nós já vamos nos setentas bem entrados) deviam evitar sair de casa, nós  pegamos no carro e fomos ao  armazém. Pelo sim e pelo não   abastecemo-nos para duas ou três semanas. E passados dias,  com as notícias a ficarem mais alarmantes,   voltamos ao mesmo armazém para  reabastecimentos mais prolongados  , mas desta vez já havia fila e  alguns   materiais  a desaparecerem  como era foi o  caso de  sabão para as mãos que  depois  conseguimos   encontrar noutro lugar.

E desde então o  triste   pandemónio e tragédia que  viamos com apreensão  noutros lugares mundo fora  chegou aqui. Ontem as autoridades internacionais de saúde avisavam que o que sucedeu na China, Itália e Espanha pode vir a acontecer brevemente a  Nova Iorque . Infelizmente os números desde então (que as notícias agora não  variam  dia a dia mas de hora a hora) parecem confirmar esse prognósitico.

Como toda a gente, que de boa vontade ou sem ela é obrigada a obedecer a instruções  cada vez mais restringentes, passamos o tempo dentro de casa…  E  como não sou muito de facebook e coisas assim, tenho aproveitado o tempo para falar/ chamar    os nossos amigos— os que ainda respondem ao telefone;  quando este falha vai então uma mensagem por E mail.

Até consegui apanhar e falar com a São, esposa do nosso saudoso Eduardo.  Desta maneira já avisei ---a quem consegui chegar ---que o nosso encontro  da "Tabanca da Diáspora luso-americana" tentativamente programado para 31 de Maio em Newark foi adiado, ainda sem outra data,  possivelmente para fins de Outubro.

Além da televisão  e alguns jornais "on line"  que subscrevo,   o nosso blogue tem sido valioso para "ajudar  a passar o tempo". Sigo:

(i) os  muitos  e bons trabalhos do Beja Santos ; 

(ii) o conselho do  régulo Jorge Araújo  para não perder a validade da "bicha de pirilau":

(iii)  o José Belo e as suas vodkas curativas;

(iv)   o drama do Constantino Ferreira,  apanhado num cruzeiro  no cabo do fim do mundo a querer voltar ao nosso torrão natal; 

(v) as " favas suadas" e o  "butelo com casulas" …   da Alice Carneiro (, sua "malvada" que me deixaste com água naboca !)… ; enfim…

Mas por mais que queiramos não é fácil  deixar de sentir  este forçado  isolamento.

E da mesma maneira que  a necessidade faz o ladrão, este coronavírus   veio tornar realidade o que há  muito tempo desejava  acontecesse , mas  que via nunca suceder: a Vilma  finalmente resolveu fazer um esforço maior para aprender português….mal podes imaginar o quanto sido engraçado… mas o pior é que, " para que ela não esmoreça" eu me senti agora mais  obrigado a aprender mais um pouco de esloveno. E para quem  quem não conhece esloveno… nem pensem em começar. Mas que língua mais complicada!… mesmo para um indivíduo que teve sorte em ter alguns anos de latim como alicerce , depois reforçados com estadias em Franca, Inglaterra e  Alemanha (e por força de inesperadas situações de trabalho e exigências profissionais também   alguma  "experiência" de espanhol e italiano...  isto é problema mesmo sério… Calem-se do grego e do alemão  as dificuldades das declinações; e   do latim e do francês  as sensibilidades  e insinuações.. E se alguém não me quer acreditar… desafio a provarem-me errado nas minhas impressões…

Hoje numa das minhas chamadas telefónicas fui convidado por um amigo a ir passear para a praia de "Jones Beach", ( a uma hora e meia daqui ):. Que não havia problema nenhum pois são muitos quilómetros de praia, agora totalmente deserta. E a Vilma logo se apressou a apoiar a idéia! …  Fiquei sem jeito!  Puxa vida, disse eu para mim mesmo, com a memória duma queda ainda bem fresca , mesmo com um braço ainda meio amarrado, vejam a que ponto chegamos,  só porque  uma possibilidade e  a ideia de sair desta"prisão" de repente apareceu .

 De jeito nenhum, foi a minha resposta imediata. Ando eu com  um frasco de álcol sempre na mão a desinfetar e pulverizar á minha frente, à esquerda e à direita...,  sempre a desviar-me de alguém, conhecido ou não que aparece no caminho como se de um diabo se tratasse … e agora estão-me a falar em ir passear na praia… e de repente pareceu-me a salvação:
- Vilma, está um dia cheio de sol, sem vento... porque não fazemos antes um "almoço picnic" no quintal?

E se  bem pensado... logo  feito: preparei o "fogareiro" a brasas  ( carvão natural,  comprado numa loja portuguesa ), busquei as   sardinhas do congelador; pão português e  até o resto dum frasco de tremoços… e a Vilma logo se lançou, mesmo com o braço meio ligado ainda, a preparar a sua salada… e não se pensou mais em sair de casa, "não vá o diabo ser tendeiro"…

Para  te fazer crescer  a água na boca como me sucedeu com as " favas suadas" aqui te envio umas fotos  para mostrares à tua Alice e outros se assim bem entenderes …

 A Vilma envia um beijinho à Alice (, dá lhe um  outro meu!) e manda outro para ti. 
Um abraço grande para ti,  teus colaboradores mais próximos e todos os nossos  camaradas. 
João e Vilma

Legendas: Sardinhas de Peniche; "coronita" mexicana (. a sério mesmo: é uma "corona", cerveja mexicana, em garrafa mais pequena e daí o nome "coronita"); pão português, para comer a sardinha como deve ser à portuguesa… e para fazer esquecer o famigerado coronavirus…
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sábado, 19 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20258: Tabanca da Diáspora Lusófona (2): In Memoriam: o meu condiscípulo, amigo e camarada de armas Vieira Abreu: os nossos insólitos encontros e desencontros ao longo da vida, do seminário à guerra, de Saint Germain des Prés (Paris) a Fátima, de Queens à Portela (Lisboa)... até que a sua morte, inesperada, nos vem agora separar de vez (João Crisóstomo, Nova Iorque)


Nova Iorque > 6 de outubro de 2019 > João Crisóstomo (1) e Vilma Kracun (Crisóstomo, por casamento) (2) recebem na sua casa em Queens a embaixadora de Timor nas Nações Unidas, Milena Pires (3) e o embaixador de Portugal nas Nações Unidas, Francisco Duarte Lopes (7), bem como o nosso amigo e membro da Tabanca de Porto Dinheiro / Lourinhã, Rui Chamusco (5) e ainda Graça Dinis (4) e Rosa Henriques (6).(LG)


Nova Iorque > 6 de outubro de 2019 > Edgar João é o terceiro  a contar da esquerda, em foto com o João, a embaixadora Milena Pires e a Vilma.  O João passa a ser o nosso régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, mais uma tabanca da Tabanca Grande...De resto, há muito que sabíamos qe o João, para além de ser uma "força da natureza",  é também  um mestre na arte de bem receber, juntamente com a sua/nossa querida Vilma ...

O Rui Chamusco, que acaba de passar um mês na casa do João e da Vilma, e com quem estive há umas horas na Praia da Areia Branca (, com um casal de primos da Malcata, Sabugal, que vieram cá passar o fim de semana), mostrou-me fotos desta festa em que se assaram sardinhas portuguesas e se bebeu seguramente vinho português!... Ao que parece, a fumarada era tanta que a senhora embaixadora de Timor receou que os bombeiros e a polícia de Queens ainda aparecessem... para se juntarem à festa (, que aqui se diz "party"!)...

João, que Deus, Alá, Jeová e os bons irãs da Tabanca Grande, te protejam, e te deem ainda muitos e bons anos de vida com saúde e alegria. A ti,à Vilma e aos vossos amigos. Como sabes, e de acordo com o espírito da nossa Tabanca Grande e a letra do nosso proverbiário, os amigos dos nossos amigos nossos amigos são...(LG)


Fotos (e legendas): Edgar João, página pessoal do Facebook (2019), com a devida vénia...[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Grça & Camaradas da Guiné]






1. Mensagem do nosso amigo luso-americano João Crisóstomo, e nosso camarada da diáspora (EUA, Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), casado com a eslovena Vilma, e destacado ativista social, que liderou campanhas bem sucedidas como a defesa das gravuras rupestres de Foz Coa, a reabilitação da memória de Aristides Sousa Mendes ou o apoio à autodeterminação de Timor Leste.



Data: sexta, 18/10/2019 à(s) 15:13

Assunto: Tabanca da Diáspora Lusófona (*)


Caro Luís Graça,

Porque tens manifestado interesse em saber notícias do pessoal da "Tabanca da Diáspora Lusófona", como um dos alojados nesta Tabanca Grande, creio que são horas de pôr a minha escrita em dia. 


Tenho de te enviar o que tenho em dois E mails separados, dada a sua completa divergência de assuntos. Aliás ando já há bastante tempo para o fazer, mas sempre sucede algo que me leva a adiar; e quando a idade já tem o seu parecer a dar, o tempo passa sem darmos por isso. Sucedeu assim ainda na semana passada com a partida do nosso camarada Abreu.

Não sei se te lembras bem dele, pois pelo que me parece, ele não era visita assídua   das nossas reuniões. Eu convidei-o a vir e um dia ele apareceu, no mesmo dia que o Antunes ( Francisco José Ferreira Antunes da Silva,  antigo comandante-piloto da TAP) também apareceu. [Foi formado pelo ACVT - Aeroclube de Torres Vedras, em 1962, antes de ingressar na TAP.] 


Tanto o Antunes como o Abreu, embora de cursos/anos diferentes, foram meus colegas de Seminário em Montariol e, depois dum "Ano de Noviciado" em Varatojo [, Torres Vedras], estivemos juntos outra vez em Leiria nos chamados "três anos de filosofia". Depois disso, saídos do Seminário, eu perdi o contacto deles, mas mais tarde vim a saber que ambos pertenciam aos que passaram por terras da Guiné. 

O Antunes que, soube depois, foi durante muitos anos piloto da TAP, apesar de ser meu vizinho, natural de (e com uma residência em Ponte do Rol [, Torres Vedras,] onde aparece de vez em quando, quando eu ia a Portugal e o procurava, ninguém me conseguia ajudar: no Seminário chamávamos-lhe Antunes e era por esse nome que eu procurava, mas ninguém o conhecia com esse nome. Eu, teimoso, não desistia e finalmente(, 49 anos passados)  alguém me recomendou falar com o carteiro que reconheceu o nome e nos possibilitou aquele encontro de emoção que sucede sempre em circunstâncias destas.

A história com o Abreu foi bem diferente, mas muito invulgar: estava eu um dia na Guiné, "no meio duma operação" e, cansado, estava sentado no chão de costas contra o tronco de uma árvore a comer não sei o quê, quando vejo ao meu lado uma cara conhecida que não via há muito tempo e que não esperava ali : era o Abreu, também alferes miliciano numa outra companhia que nesse dia se juntou à nossa,   nessa "operação no mato" de que não me recordo mais detalhes. 

Como eu, ele tinha saído do Seminário e, feito o curso em Mafra, ... ali estava... Mas recordo-me bem dos assuntos que o tempo e circunstâncias nos levaram a falar, pois que me surpreendeu com uma mente e visão já mais liberal e mais "arrojada" do que eu, que nessa altura ainda me regia pelo pensar conservador que me tinham encaixado no Seminário.

Depois dissemos "até à próxima" e seguimos cada um para seu lado. Quando, "acabada a tropa",  voltei a Portugal decidi ir passar uns tempos na Inglaterra, França e Alemanha para aperfeiçoar as respectivas línguas, com intenção de me dedicar ao Turismo em Portugal. 

Foi em França que "a próxima vez" se concretizou também de maneira inesperada: estava eu a sair do Metro, subindo as escadas da "entrada" em Saint Germain des Prés, e vejo o Abreu a descer as escadas … Foi outra vez "aquele abraço", ambos satisfeitos por termos sobrevivido e voltado com saúde das terras da Guiné. 

Mais uma vez, dadas as despedidas, separámo-nos já que cada um de nós tinha planos diferentes: ele tencionava ficar em França mais uns tempos e eu estava de partida para a Alemanha onde tencionava melhorar o pouco da língua alemã que  tinha aprendido no seminário. 

Mas, como todos os bons portugueses no estrangeiro, quando surgia uma oportunidade eu ia a Portugal. Uma destas férias ocorreu num mês de Maio e minha mãe, que "há muito queria ir a Fátima comigo",  pediu-me e fez questão que eu a acompanhasse para agradecer à Senhora de Fátima o meu regresso da Guiné são e salvo. E fomos. Estava eu ajoelhado ao lado da minha mãe no meio do recinto, quando olhei ao redor e... outra vez!,  ali estava o Abreu,   de joelhos mesmo a meu lado. E mais uma vez seguimos os nossos separados destinos. 

Passados anos voltei a Portugal e comprei um apartamento na Portela, na mesma rua da minha irmã mais nova, Jacinta, que como eu e comigo tinha calcorreado terras em França,Inglaterra e Alemanha e que, tendo voltado a Portugal mais cedo que eu, me tinha ajudado a encontrar esse apartamento. E um belo dia diz-me ela: 

- Olha, encontrei um senhor que te conhece bem e te quer ver: chama-se Vieira Abreu e tem um apartamento nesta rua…

Voltei de novo aos Estados Unidos. E foi aqui que viemos a estar mais tempo juntos , pois o Abreu,  que tinha trabalhado para a TAP, quis visitar Nova Iorque com sua esposa e filhos e eu tive oportunidade de lhes oferecer hospitalidade em minha casa durante os dez dias que aqui estiveram. 

Sei que foi em Agosto de 2001 pois passadas duas ou três semanas de eles terem voltado a Portugal,   aconteceu o atentado às Torres Gémeas [, em 11 de setembro de 2001].

No ano passado fui a Portugal e fui visitá-lo: ele tinha tido uma grande operação que tinha corrido muito bem e estava muito contente e esperançado na sua completa recuperação.

Infelizmente,  meses depois de repente "teve uma recaída" de que não se conseguiu levantar e foi com pesar que acabo de saber da sua passagem. Junto-me à sua família e a todos os que neste momento elevam as suas preces ao Senhor: Paz à sua alma.


João Crisóstomo
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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12506: Boas festas 2013/14 (14): Merry, Merry Christmas!... Daqui de Brestanica, Eslovénia, a pequena Suiça da União Europeia (João e Vilma Crisóstomo)

1. Mensagem, em inglês, enviada pelo casal João e Vilma Crisóstomo, em 23 do corrente, com tradução (livre) de L.G.:


Assunto: Olá, daqui da Eslovénia!

Saudações de Brestanica, cidade natal de minha Vilma, na Eslovénia

A todos os meus amigos,  com quem eu gostaria de estar,  ou de ter comigo, ou pelo menos poder telefonar : FELIZ,  FELIZ NATAL!

Que todos vocês possam desfrutar desta quadra festiva, tal como nós o fazemos nestes últimos dias. Começámos as nossos três semanas de férias em 13 de dezembro, partindo de Nova Iorque para a Europa. Os primeiros três dias passámo-los em Portugal, onde,  na impossibilidade de fazer visitas, reservámos um dia para uma festa com todos os meus parentes e amigos em Torres Vedras, minha cidade natal.

Foi maravilhoso compartilhar essa tarde com muitos bons amigos, alguns dos quais  tiveram que viajar algumas horas para "um abraço apertado ". Entre eles,  um amigo que eu não via desde o meu tempo de serviço militar em África (1965 /67).

Partimos depois para   Paris onde, como em Portugal , fizemos questão de passar uma tarde com alguns amigos. E agora estamos na Eslovénia, um país bonito,  legitimamente chamado a pequen n Suíça da União Europeia.

Gostaria muito de vos telefonar a todos, em vez de usar o e-mail, mas é quase impossível. Então,  se cada um de vocês está  receber  este e-mail, é porque é  muito especial para nós, já que somos "exigentes" quando se trata de "escolher" os amigos ). A todos e a cada um de vocês, os nossas calorosas saudações nesta quadra natalícia. Queremos que saibam que a vossa  amizade significa muito para nós. Sentimo-nos privilegiados e estamos muito gratos.  Obrigados, mesmo.

Um abraço grande, João e Vilma

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Date: 2013/12/23
Subject: Hello from Slovenia!

Greetings from Brestanica, my Vilma's hometown in Slovenia

to all my friends, whom I would like to be with or have with me or at least be able to call on the phone: MERRY MERRY CHRISTMAS. May you all enjoy this holiday season as much it as we have enjoying the last few days.

We started our three week vacation on Dec 13 and left New York to Europe. First three days in Portugal (where , since we had no time for visits we reserved one day for a party for all my relatives and friends in Torres Vedras, my hometown) . It was wonderful to share that afternoon with many good friends (,some of them had to travel some hours time for "um apertado abraço", among them a friend whom I had not seen since my military service in Africa ( 1965/67).

Then we left for Paris l, where, like in Portugal, we were able to spend a afternoon with some friends. And now we are in Slovenia, a beautiful country rightfully called Europe's little Switzerland.

I would love to be able to use the phone, rather than this E mail, but it is almost impossible. So... (and if you are receiving this E mail it is because you are very special to us as we are "choosy" when it comes to "choosing" friends).... to all and single one of you..., our heartfelt BEST WISHES in this holiday season. We want you to know that your friendship means a lot to us. We feel privileged and are very grateful. Thank you indeed.

Um abraço grande,

João e Vilma.
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Nota do editor:

Último poste da série > 25 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12502: Boas festas 2013/14 (13): Natal em Berlim (J. L. Mendes Gomes)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Guiné 61/74 - P20642: Tabanca da Diáspora Lusófona (4): A história de mil anos de Portugal explicada numa hora à comunidade eslovena em Nova Iorque (João Crisóstomo) - Parte I


Foto do álbum fotográfico de casamento de João Crisóstomo e Vilma Kracuna, Nova Iorque, 20 de abril de 2013.

Foto: © João Crisóstomo (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Vilma Kracun e João Crisóstomo, no 10 de Junho de 2018, Dia de Portygal, em Mineola, Nova Iorque. Cortesia de Henrique Mano Luso-Americano


1. Mensagem de João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), nosso camarada da diáspora, a viver desde 1975 em Nova Iorque, conhecido ativista social (de causas como as Gravuras de Foz Coa, Timor Leste ou Aristides Sousa Mendes); casado com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun; régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona]

Data: sexta, 17/01/2020 à(s) 22:58
Assunto: Abraço!

Meu caro Luís Graça,

Embora (,salvo raras excepções,) eu não seja de estar longo tempo ao telefone, gosto de me manter em contacto com os meus amigos. Por isso estou sempre a incomodar alguns que eu sei conseguem tempo e paciência para apanharem o telefone sem isso lhes transtornar a sua vida de cada dia. A outros, como é o teu caso, não posso fazer isso. E já muita paciência tens em me aguentar de vez em quando… não sei como consegues… eu não tenho um décimo da tua actividade e por vezes fico perdido quando o telefone toca…

Resta-me o E mail… que é coisa que se pode ler quando se tem tempo e apagar logo, quando se vê que é coisa que não merece mais do que isso...

Outras vezes, como é o caso agora… é só para te dizer que estou a pensar em vocês aí em Portugal , lembrando o saudoso Eduardo, o Rui com quem falo frequentemente, a Atalaia ( vi há pouco no blogue uma foto com o nome…)…

E-sei que este não vais publicar pois está em Inglês, mas talvez te ajude a começar a dormir , se como me sucede a mim um livro ou uma leitura ajuda…

O que segue é o que vou ler depois de amanha à comunidade eslovena de Nova Iorque que me pediram para " lhes falar um pouco de Portugal" . Sei que o teu Inglês é mais que suficiente para isto.

Dorme bem!
João


2. Resposta do nosso editor Luís Graça, com data de 9 de fevereiro último:

João:

Bom dia!... Muito interessante esta ideia de tentar explicar a um comunidade estrangeira como a eslovena em Nova Iorque, em largos traços, uma história tão complexa, rica e apaixonante como a de Portugal, com mil anos... Fizeste um belo trabalho, e que te consumiu muito tempo...

Tens alguma foto deste encontro, de 19/1/2020 ?

Já fiz uma tradução / adaptação livre do teu texto, que vou publicar, se mo autorizares, em dois ou três postes...Diz-me só qual a fonte bibliográfica, que usaste, e que citas várias vezes (,indicando inclusive as págínas). Se quiseres, posso aligeirar essas referências... Podemos pôr uma sumária bibliografia e sitografia no fim (os livros ou "sites" que consultaste em inglês e em português)... Posso também manter o teu texto original., no fim, em letra mais pequena...

Estava a pensar editar este material na série "Tabanca da Diáspora Lusófona", de que já se publicaram dois postes... Passa a ser sobretudo a "tua" série", gerida por ti, que és o "régulo"...

Diz-me qualquer coisa na volta do correio... Um xi-coração do Luís para o meu mano João e outro para a mana Vilma


3. Resposta do João, 10/2/2020, 2h59

Caro Luís Graça,

Fiquei surpreso (e, modéstia aparte senti-me lisonjeado), por achares a minha apresentação "um belo trabalho"  e  "interessante esta ideia de tentar explicar a um comunidade estrangeira como a eslovena em Nova Iorque, em largos traços, uma história tão complexa, rica e apaixonante como a de Portugal, com mil anos". Obrigado,  meu caro.

A verdade é que quando ocasião oportuna se proporciona, seja em conversa entre amigos ou seja porque as pessoas já me conhecendo assim me pedem, -- tenho-o feito em outras ocasiões-- nunca deixo de tentar pôr Portugal no lugar que a meu ver merece. E eu acho que se no passado fomos grandes, no presente somos melhores do que aparentemente se vê. Mas sofremos por sermos modestos demais. E isso dá azo a que outros mais ambiciosos se saibam acreditar com valores que a nós pertencem. E a verdade é que nós não precisamos de manusear factos ou aumentar nada: do passado e do presente basta dizer e falar com honestidade e simplicidade, cingindo-nos aos factos, pondo à luz o que por insuficiente divulgação parece teimar querer ficar "debaixo do alqueire”.

Fizeste-me "sentir bem” por dois motivos. Primeiro,  porque este comentário ao meu trabalho vindo de ti tem muito valor para mim. E,  segundo,  porque ele veio-me de alguma “explicar" a boa aceitação que esta minha apresentação teve por parte dos que estiveram presentes, sabendo eu que são sempre um grupo de pessoas com muito mais bagagem intelectual do que eu. 

Desta vez por exemplo entre eles estava Janez Kranjc, um conceituado professor esloveno, que está agora aqui em Nova Iorque por seis meses lecionando numa universidade e que fez o favor de me enviar esta foto (e que por isso mesmo ele não aparece na foto nº 1) 

Esta comunidade eslovena embora pequena, tem uma actividade cultural impressionante e dedica o terceiro domingo de cada mês a alguma "actividade cultural”. Já não foi surpresa para mim pois o mesmo sucede e verifiquei desde a primeira vez que lá fui, na pequena mas muito bonita e muito cultural Eslovénia.

Foi neste contexto que me pediram para apresentar/ falar sobre Portugal. Aliás não foi a primeira vez: Em ocasiões anteriores tive oportunidade de falar sobre Aristides de Sousa Mendes  foto nº 2) e Timor Leste (fotos nºs 3 e 4), conforme podes ver nas fotos que junto.


 Foto nº 1 >  19 de Janeiro 2020, “Palestra sobre Portugal";
foto enviada por Janez Kranjc .


Foto nº 2 >  21 Julho 2019: palestra sobre Aristides de Sousa Mendes : Father Krysolov 
e Dra Fátima Mendes, Consul Geral de Portugal em Nova Iorque, ( que é ainda familiar 
de Aristides de Sousa Mendes) com alguns membros da comunidade eslovena  de Nova Iorque.


Foto nº 3 >  20 de Maio de 2019: palestra e exibição sobre Timor Leste. 
Nesta foto a nossa Consul Geral Dra Fatima Mendes, com membros 
da comunidade eslovena.


Foto nº 4 > no mesmo dia: Nesta palestra [, sobre Timor Leste], além da comunidade eslovena estiveram um elevado número das comunidades portuguesas e timorenses em Nova Iorque. Nesta foto, onde se podem ver alguns painéis da exibição”Timor Leste” como fundo, estamos: eu e a Dra Fátima Mendes, Consul Geral de Portugal em Nova Iorque; o nosso Embaixador em Washington Domingos Fezas Vital e sua esposa; João e Fátima Domingos e Manuel e Angelina Costa (les como eu mordomos de profissão,) e elas também ligadas ao ramo e que desde sempre me têm dado todo o apoio e suporte; a embaixadora Milena Pires, de Timor Leste; Padre Frei Krysolov, pároco da comunidade, coordenador e promotor deste programa ; José Carlos Adão, adjunto coordenador de ensino português nos USA e a minha esposa Vilma [, que é eslovena, como sabes].

Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Sobre o que escrevi e te mandei : este era o meu “guião”, mas de vez em quando eu "saía do trilho" para juntar alguma coisa que de momento achasse relevante, tanto mais que o Guião tinha sido muito cortado por me parecer ser grande demais para o tempo que eu pensava me ia ser disponível. No fim o tempo disponível era mais do que eu antecipava e pude então falar sobre assuntos que tinha eliminado.

Nesse " Guião”que te reenvio agora,   podes ver alguns dos adicionados de que acabei por falar. Escrevi-os agora em português para te facilitar.

A Vilma ficou encantada com o "xi-coração do Luís para o meu mano João e outro para a mana Vilma"-. E envia-te um igual. Outro meu.
João e Vilma

PS - Sobre as fontes bibliográficas, mando-te um texto em anexo, para publicares quando entenderes.

(Continua)
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Nota do editor:

Postes anteriores  da série:

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21631: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (5): De Nova Iorque, Queens, "Merry Christmas" para todas as tabancas e tabanqueiros de boa vontade (João e Vilma Crisóstomo)



Foto nº 1 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro de 2020 > Vilma e João Crisóstomo: "Merry Cristmas" para toda a Tabanca Grande e as suas tabancas federadas!


Foto nº 2 > EUA > Nova Iorque > Queens > Novembro  de 2020 > As tradicionais ilumações de Natal na frente da casa de Mr John & Mrs Vilma Crisostomo 


Foto nº 3 > EUA > Nova Iorque > Queens > Novembro  de 2020 >  Os Crisóstomos no seu quintal 


Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de John Crisostomo / João Crisóstomo [ luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas  que muito dizem aos portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes;  Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona; ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole  e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque; é casado com a eslovena Vilma desde 2013; tem mais de 125 referências  no nosso blogue]

Data . quinta, 10/12/2020, 10:27


Assunto - Natal e Fim de Ano 2020


Caro Luis Graça e bons amigos e camaradas,

Todos os anos a minha casa é a primeira na minha rua a aparecer toda enfeitada com as luzes de Natal.
Tenho-o feito propositadamente como incentivo para que outros façam o mesmo e a vizinhança fique bonita e acolhedora… 

Este ano, quando alguém me disse que, devido à situação pandémica, não ia pôr nenhumas luzes, eu discordei do raciocínio: exactamente,  no meio de tantas razões para tristezas, há que encontrar e aproveitar tudo o que se apresente que nos "ajude a esquecer” essas tristezas e nos levante os espíritos. E que melhor do que a época de Natal e o fim de ano ? 

Por isso a minha época de Natal este ano começou ainda mais cedo do que o costume: no dia 1º de Novembro , "Dia de Todos os Santos”, os enfeites e luzes de Natal na frente da minha casa estavam prontos (Foto nº 2, acima), para deleite de vizinhos e esporádicos passeantes que não deixavam de me manifestar a sua surpresa e satisfação…

Mas é sobretudo na parte traseira da minha casa que encontro maior satisfação  (Foto nº 3, em cima), sobretudo agora que somos obrigados a viver quase isolados. Mas,  se somos obrigados a viver isolados, mesmo daqueles que nos são mais queridos, isso não se aplica a outros amigos de longa data cuja amizade e presença nos alegram desde há muitos anos: esquilos, pardais, rolas, cardeais, pica-paus e outros bichinhos com quem,logo que mudei para aqui,  comecei a fazer amizades.   


Foto nº 4 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro  de 2020 >  
O quintal dos Crisóstomos: o céu da bicharada

Os meus amigos até chamam por vezes ao meu quintal “o céu da bicharada “..,Eu explico: logo desde o início comecei a dar de comida à passarada que sucedia aparecer no meu quintal. E pelos vistos eles começaram a passar a palavra uns aos outros pois cedo o meu quintal parecia ponto de reunião de pequenos alados, especialmente logo de manhã. (Foto nº 4, acima).

E com os alados vieram os esquilos e, de vez em quando,  visitas de outros pequenos animais roedores como raccoons e possums que também não são maltratados. (Fotos nºs 5 e 6).


Foto nº 5 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro  de 2020 >  
O quintal dos Crisóstomos:  refúgio de esquilos e de outros pequenos mamíferos como "raccoons" [, guaxins,]  e "possums" [, gambás]...


Foto nº 6 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro  de 2020 >  
O quintal dos Crisóstomos:  refúgio da passarada...


Porque o quintal é pequeno, sem espaço para plantação de árvores e coisas assim, veio-me à ideia pôr num canto uma pequena árvore seca que trouxe do parque, que servisse para poiso ou fácil "meio de aterragem" para a bicharada. 

Foi um sucesso.  Sabedores de que havia sempre algo para comer, mesmo no Inverno, eles não deixavam o lugar. Crdo reparei que a árvore era pequena demais para tanta demanda e comecei a acrescentar outros ramos para dar mais espaço…


Foto nº 7 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro  de 2020 >  
O quintal dos Crisóstomos: engenho & arte (1)


Foto nº 8 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro  de 2020 >  
O quintal dos Crisóstomos: enegnho & arte (2)

Os meus amigos, que muitas vezes me davam o prazer da sua presença, começaram a chamar a esta geringonça “a árvore frankenstein do João”. E há meses atrás, quando o meu vizinho cortou as várias árvores frondosas que tinha no seu quintal onde a bicharada, sobretudos esquilos,     passavam a maior parte do seu tempo, eu, para que os bichinhos sentissem menos a perca, resolvi acrescentar mais uma e depois mais outras pequenas “árvores geringonças" no meu quintal: simples troncos a que ia acrescentando ramos, sem olhar sequer se condiziam ou não entre si e que fazem agora um engraçado " bosque frankenstein”. (Fotos nºs 7 e 8, acima)

Na falta de outro espaço para “plantar” as árvores,     valeu-me o teto duma “arrecadação” que eu mesmo construi há anos atrás. O nosso “céu da bicharada” que conta agora com seis pequenas árvores, com "pontes aéreas" entre si, é para nós um espetáculo deliciante todas os dias, especialmente de manhã quando todos se apresentam para o rancho geral, o primeiro repasto do dia. 

Que o diga o Rui Chamusco que perante "tanta rola junta, como nunca vi na minha vida”.  não pode resistir e gravou em video o pequeno almoço dos bichinhos no meu quintal no primeiro dia que passou aqui no ano passado.

Que melhor maneira de passar o tempo de confinados? Para ajudar,   montei também um pequeno presépio dentro de casa, que este ano, além de nós, poucos admiradores vai ter, pois não tencionamos convidar ninguém antes que tenha passado esta pandemia. 


Foto nº 9 >Foto nº 1 > EUA > Nova Iorque > Queens > 
Dezembro de 2020 >  João e Vilma com o neto, a filha e o genro

Já o mesmo não sucede com a árvore de Natal que a minha filha montou em sua casa. Para que o meu neto não se sinta traumatizado com o isolamento completo, fomos convidados pela minha filha e aceitámos ir ajudá-lo a enfeitar essa árvore, como temos feito) em anos anteriores. A foto que tirámos então mostra esse feliz momento. (Fot0 nº 9).

A outra foto em que estamos, só eu e a Vilma,  junto do pequeno presépio foi tirada em minha casa (Foto nº 1, em cima).  Na falta de melhor cartão, aceitem este, com as palavras “Merry Christmas” entre nós, como o nosso cartão de Natal para todos os que não terei melhor maneira de contactar.

Como lógico desenvolvimento nesta época, comecei hå muito a chamar os meus amigos por telefone para os tradicionais votos de Natal e ao mesmo tempo para saber deles. Pena é que agora o facebook e outras redes sociais tenham relegado o telefone para segundo ( ou último) lugar. E por isso já fiz cerca de uma centena de tentativas (e muitas mais se seguirão) para os quatro cantos dos mundo do Brasil à Austrália, da Holanda ao Canadá e outros países pelo meio, para aqueles que alguma vez me providenciaram os seus contactos telefónicos e ainda não os mudaram sem me dizer. Entre estes contam-se alguns camaradas da Tabanca Grande, especialmente os da Diáspora. 

Apesar do pouco sucesso numérico, (não chegaram ainda a trinta aqueles a quem consegui falar pessoalmente ) foi para mim uma satisfação muito grande o poder cavaquear com estes meus amigos. 

Uma coisa comum ( além da idade e das mazelas em maior ou menor grau que na nossa idade estão sempre presentes) foi a vontade de partilharem com os outros este sentimento de saudade e de bons desejos.

"Eh, pá, mas que surpresa ouvir a tua voz e ver que te não te esqueceste de mim"...e quando lhes dizia que tento sempre falar pelo telefone e que tinha muitos outros ainda a quem chamar , vinha quase sempre o pedido de uma mensagem : "Olha lá, João, então com que falares, não te esqueças de lhes dar (aos nossos amigos comuns) um abraço meu também".

Portanto, assim como eu na ilha da Madeira, em Portugal, na França, etc,,  eu pedia àqueles a quem falava para partilharem o meu abraço com outros camaradas que eventualmente viessem a contactar e com quem eu não tinha conseguido falar, aqui fica este recado, um abraço de muitos dos nossos amigos comuns com quem falei para todos os que este leiam poste ou deste vierem a ter conhecimento.

Vejo com satisfação pelos postes de todos os dias, dos nossos editores e felizmente de tantos tantos mais ( não vou mencionar nomes pois por falta iria ser terrivelmente injusto como muita gente),     as muitas e variadas contribuições de tantos camaradas e do interesse e intenção evidente de partilharem com outros os seus interesses e até as suas vidas.

Sei que o momento actual quase exige que alguém fale daqui com mais assiduidade. E, de alguma maneira,  como residente em Nova Iorque,  sei que o devia fazer. Tenho pena não saber responder a estas expectativas, que de vez em quando eu sinto existirem . É que ser-me-ia quase impossível falar sem deixar que políticas, crenças e opiniões pessoais, sempre muito subjectivas, mesmo sem eu querer se manifestassem. E eu sei bem que este blogue não é lugar para políticas e similares. 

Mas dentro deste contexto de respeito permito-me partilhar algo que na minha opinião pode explicar e ajudar a compreender o momento em que vivemos, sobretudo aqui nos US. 

A situação actual traz-me à lembrança uma conversa que presenciei, no ano 1977 se me não engano, entre Mrs Jacqueline Kennedy Onassis e o seu convidado de jantar nesse dia, ex-candidato à Presidência dos US em 1972, o   Senador McGovern. Dizia a ex-Primeira Dama, Mrs Onassis,  que a seu ver os Estados Unidos não se podiam comparar com a Europa, onde a acumulação de cultura de muitos séculos tinha resultado numa civilização a todos os níveis extraordinária.  "Nós, os Estados Unidos,  em comparação com a Europa atingimos e estamos já num estado de decadência sem jamais termos atingido uma verdadeira civilização".

Essa conversa ficou-me gravada para sempre. Lembro de na altura me ter dito para os meus botões que não era bem assim. Os Estados Unidos, achava eu, tinham uma civilização essencialmente baseada em valores materiais em que o dinheiro era tudo, muito diferente da europeia, mas de alguma maneira não era caso para se dizer que não tinham uma civilização. 

Verifico agora que estava errado. O decorrer do tempo tem provado que a decadência é um facto real que, com altos e baixos, se tem agravado desde então. A falta em extremo de valores éticos, a existência de um egoísmo muito generalizado e uma ganância desenfreada têm impedido que uma verdadeira civilização tenha florescido nestas paragens, que por outro lado em muitos outros aspectos apresenta 
espetaculares conveniências.

Oxalá esta mentalidade egoísta desapareça em favor de mais senso comum e de maior respeito mútuo. Isto poderá ocasionar que as coisas mudem para melhor. E isso será bem possível, qualquer que seja o partido que traga estabilidade e consiga implantar nos Estados Unidos os valores éticos que estão na base de qualquer comunidade e que possibilitam a existência de uma verdadeira civilização.

De resto foi isso que transmitimos, eu e a Vilma em mensagem de 8 de novembro passado, em mensagem aos nossos amigos e familiares e que tinha por título "Um abraço de alívio de Nova Iorque":

(...) "Não quero deixar de partilhar o que eu e a Vilma sentimos e vivemos neste momento: a grande satisfação por irmos ter brevemente  um novo Presidente. E alívio também, (...) por  sabermos que estamos a chegar ao fim deste confuso e difícil trajecto que temos vivido nestes últimos quatro anos: uma experiência que parece ter tido repercursão e sido vivida de alguma maneira semelhante em muitas partes do mundo. Esperamos confiadamente que todos os habitantes deste nosso pequeno planeta terra que partilhamos, americanos e não americanos pelo mundo fora, possamos entrar brevemente num verdadeiro “Renascimento”, como sucedeu séculos atras após o período negro em que o mundo esteve mergulhado durante grande parte da Idade Média." (...)
 

 
Os meus votos calorosos e um grande abraço (e de minha esposa Vilma também ) para todos.

Nova Iorque, 10 de Dezembro de 2020.
João e Vilma Crisóstomo

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10145: Tabanca Grande (348): Horácio Neto Fernandes, ex-alf mil capelão, BART 1911 (setembro de 1967 / maio de 1969) e BCAÇ 2852 (Bambadinca, maio/dezembro de 1969), nascido Maçarico, natural de Ribamar, Lourinhã, grã-tabanqueiro nº 565...



Lourinhã > Ribamar > Praia do Porto Dinheiro >  Restaurante O Viveiro, de Henrique e Cristina Silvério > 28 de junho de 2012 > O Horácio Fernandes, nascido em Ribamar em 1935... O nosso novo grã-tabanqueiro, registado sob o nº  565...




Lourinhã > Ribamar > Praia do Porto Dinheiro >  Restaurante O Viveiro >  28 de junho de 2012 > O Horácio Fernandes e a Milita, que vivem no Porto... Ela é de Fafe. O casal têm 3 filhos, Ana , Joana e Ricardo (que vive em Inglaterra).


Lourinhã > Ribamar > Praia do Porto Dinheiro >  Restaurante O Viveiro >  28 de junho de 2012 > A Vilma e o João Crisóstomo, oficiosamente noivos (com festa de arromba prometida, para abril de 2013, em Nova Iorque)




Lourinhã > Ribamar > Praia do Porto Dinheiro >  Restaurante O Viveiro > 28 de junho de 2012 > O Luís Graça e a Vilma, falando em francês... A Vilma, que é eslovena, vive em Paris... mas conheceu o João Crisóstomo em Londres, há muitos anos...

Recorde-se que a Eslovénia (capital: Liubliana; superfície: c. 20 mil km2; população: c. 2 milhões; língua oficial: esloveno; moeda: euro) é um país balcânico, do sudeste da Europa, tendo feito parte sucessivamente de: (i) império romano, (ii) império bizantino, (iii) república de Veneza, (iv) ducado da Carantania (o actual norte esloveno), (v) sacro império romano-germânico, (vi) monarquia de Habsburgo, (vii) império austríaco (conhecido mais tarde como Áustria-Hungria), (viii) estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios, (ix) reino da Jugoslávia, e (x) república socialista federativa da Jugoslávia (1945-1991), até finalmente (xi) se tornar independente, em 1991, e passar a integrar a União Europeia (em 2004).




Lourinhã > Ribamar > Praia do Porto Dinheiro > 28 de junho de 2012 > Restaurante O Viveiro, de Henrique e Cristina Silvério, telef. + 261 422 197 > Uma caldeirada que enche o corpo e a alma, diria o nosso gourmet Eça de Queirós, quer dizer satisfaz os seis sentidos: gosto, tacto, olfacto, vista e ouvido (comida ao som do mar)... além do pecado da gula!... Amigos e camaradas: vão lá e digam que vêm recomendados, da parte do professor Eduardo Jorge e da Tabanca Grande...




Lourinhã > Ribamar > Praia do Porto Dinheiro > 28 de junho de 2012 > Convivio > Da esquerda para a direita, (i) em primeiro plano: o Eduardo Jorge Ferreira, nosso anfitrião, guia e cicerone  (apontando o local onde, nas arribas da praia, foram descobertos fósseis da época do Jurássico Superior - c. 150 milhões de anos - que levaram à identificação, em 1999, de uma nova espécie de dinossauro saurópode, o Dinheirosaurus lourinhanensis), e ainda o João Crisóstomo; (ii) em segundo plano, a Vilma, o Horácio Fernandes, a esposa Milita, a Alice Carneiro e a Carmo, irmã do Horácio...


1. O convívio já estava agendado desde 22 de maio de 2012,  altura em que conheci pessoalmente, em Lisboa, o João Crisóstomo (*). Faltou o Beja Santos a este encontro oeste-estremenho e multiétnico, sugerido por mim e entusiasticamente apoiado pelo João Crisóstomo. E faltou porque não usa telemóvel, e desencontrámo-nos na cidade grande, no Campo Grande... Fiquei de lhe dar uma boleia...

Por seu turno, o João cumpriu a promessa, feita a mim, de trazer com ele o seu grande amigo de infância Horácio Fernandes, meu parente, que eu não via há 53 anos, ou seja desde a sua missa nova, em 15 de agosto de 1959 (**)...

De quem estou a falar ? Do antigo padre franciscano e ex-alferes miliciano capelão do BART 1913 (Catió, 1967/69), autor do livro Francisco Caboz: a construção e a desconstrução de um Padre (Porto, Papiro Editora, 2009, 187 pp.).

Na realidade o encontro pretendia atingir três objetivos: (i) conhecermos a noiva do João Crisóstomo, a Vilma, e ao mesmo tempo prima... do Mário Beja Santos (uma história comprida demais para se contar aqui e agora); (ii) abraçar o meu primo Horácio e conhecer a sua esposa e companheira, a Emília (ou Milita),  mãe dos seus três filhos; e (iii) juntar o João e o Horácio, em Ribamar, terra a que os prendem muitas raízes, memórias e afetos... (O Horácio é de lá, o João passava lá férias, na "casa do Ti João Patas").

Os objetivos foram plenamente cumpridos, sob a superior e competentíssima direção do Eduardo Jorge (***), com exceção da apresentação, nesse dia, da Vilma ao primo Mário... Por outro lado, a Vilma teve de seguir para o aeroporto mais cedo - por voltas das 15h30 -  por causa da greve, entretanto, cancelada,  do pessoal da ANA...

Matei as saudades que tinha de matar, adorei falar com a minha nova amiga Vilma, conheci a Milita que é a doçura em pessoa, revi e abracei com emoção o meu primo, amigo e camarada Horácio Fernandes, revi a Carmitas, partilhei a alegria do João, do Eduardo e da Alice.

Foi um dia curto, mas memorável... Além disso, proveitoso para a nossa Tabanca Grande: o Horácio Fernandes aceitou, de bom grado, aceitar o meu convite e entrar pela porta grande da Tabanca Grande, autorizando-me além disso a publicar a parte do seu livro referente à passagem pela Guiné, como capelão militar...

A prova mais espantosa de que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande, fui encontrá-la neste convívio em Porto Dinheiro... Conversa puxa conversa, vim a saber através o Horácio esta coisa espantosa: de setembro de 1967 a maio de 1969, ele está em Catió,  no BART 1913... Em maio de 1969, este batalhão acaba a sua comissão e regressa a casa... Como o Horácio é de rendição individual, e ainda lhe faltam alguns meses para terminar a sua comissão, é colocado em Bambadinca, num batalhão que não tinha capelão... Ora este batalhão não é nem nada mais nada menos o BCAÇ 2852 (1968/70)...

Em 28 de maio de 1969, Bambadinca fica ferro e fogo, o Horácio aguenta, estoicamente, o ataque... Eu e os meus camaradas da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 estávamos a chegar a Bissau no T/T Niassa... Em 2 de junho, passei por Bambadinca a caminho de Contuboel. Menos de dois meses depois, a minha companhia é colocada em Bambadinca, setor L1, como subunidade de intervenção. Nem eu nem o capelão Horácio Fernandes nos haveremos de encontrar nos meses em que estivemos no mesmo sítio, comendo e dormindo a escassos metros um do outro...

Eu por lá ficarei até março de 1971. O Horácio só até dezembro de 1969, altura em que foi acometido pelo paludismo e teve de ser evacuado, de heli, para o HM 241, em Bissau. Razões possíveis para o nosso desencontro em Bambnadinca: (i) eu tive um 2º semestre de 1969 de intensa atividade operacional; (ii) não ia à missa; (iii) já não via o Horácio desde 1959; (iv) o capelão passava boa parte do seu tempo das unidades de quadrícula do setor L1...

Mesmo assim, não me posso perdoar o facto de, a milhares de quilómetros de casa, nunca ter sabido da presença, em Bambadinca, de um conterrâneo meu, para mais meu parente...


O Horácio é hoje um pai estremoso e um avô babado... Tem, além disso,  um CV profissional e humano que o honra, a si e aos seus: (i) padre (franciscano) e professor dos três níveis de ensino (básico, secundário e superior); (ii) orientador pedagógico, (iii) inspetor superior coordenador na Inspeção Geral da Educação: (iv) licenciado em história (Universidade do Porto); (v) mestre em Ciências da Educação (Universidade do Porto); (vii) doutor em Ciências da Educação (Universidade de Santiago de Compostela); (viii) autor de diversos livros didáticos na área das ciências sociais e humanas...

Sinto-me particularmente feliz e honrado por poder ser eu a apresentá-lo à Tabanca Grande e batisá-lo como grã tabanqueiro, sob o nº de registo 565. Sê-bem vindo, camarada! Vamos recuperar meio século de distância...

PS - Eu e o Horácio somos parentes... Porquê ? As nossas bisavós (paternas), Maria Anunciação e Maria Augusta,  eram irmãs, nascidas na década de 1860, em Ribamar, Lourinhã... Os seus pais, nascidos por volta de 1830, eram Manuel Filipe e Maria Gertrudes... Os seus avós, nascidos no virar do séc. XVIII, eram Joaquim Filipe e Rosa Maria, pelo lado paterno, e Joaquim Antunes e Maria Rosa, pelo lado materno...

A nossa árvores genealógica (a grande família Maçarico) remonta à época dos Descobrimentos..., quando os nossos antepassados eram arrebanhados como pau para toda a obra e postos ao serviço das caravelas e das maus que demandavam os novos mundos que Portugal dava ao mundo... Incapazes de viver longe do mar, espalham-se hoje ao longo da costa 
portuguesa, em particular em dois núcleos, Ribamar-Lourinhã e em Mira, para além da diáspora (EUA, Canadá):


 (...) "Ribamar na época dos Descobrimentos era já um importante centro de construção naval, tendo ainda existido até cerca de 1930 um estaleiro que situava no local onde está hoje a escola primária. E já nesses tempos idos os Maçaricos eram reconhecidos como especialistas nessa área tendo acompanhado diversas expedições navais. E provavelmente estabeleceram-se também noutras localidades onde existiam estaleiros, possível explicação para haver outras famílias Maçarico espalhadas pelo Pais, como por exemplo em Mira". (...)

(*) Sobre este nosso primeiro encontro, em Lisboa, escreveu o João Crisóstomo, em férias, o seguinte

(...) 25 de maio de 2012


Meus caros Beja Santos e Luis Graça: Costuma-se dizer que a vida é como um copo, meio cheio/ meio vazio, e que tudo depende de cada um de nós saber e querer escolher como a encarar. No meu caso tem sido bastante fácil escolher.... : Vocês os dois são mais dois elos de ouro que a vida me presenteou a tornar a minha vida numa experiência que eu gostaria pudesse ser de todos. Não seria perfeita (que também tenho comido muitas vezes o pão que o diabo amassou) mas no seu conjunto não me posso queixar, antes pelo contrário.

Os teus livros, e  a tua amizade, meu caro Beja, têm sido como uma droga aditiva.... Leio, releio, vivo.... E quando apanho "mais um"... como este que me ofereceste agora,  "A viagem do Tangomau", não te sei explicar... mas dou muitas graças ao Senhor (eu sei que,  como eu,  tu és crente e portanto sei que compreendes) por te ter encontrado, por seres agora de alguma maneira parte importante da minha vida.

E o mesmo posso dizer de ti,  meu caro Luís Graça... O almoço no dia 22 contigo e com o Beja e as horas que se seguiram foram uma "experiência/vivência" que não vou esquecer . Já te "conhecia" um pouco pelo teu blogue. Os momentos que passei contigo vieram "esclarecer' que és exactamente o que eu gostaria de encontrar/confirmar. E estou-te duplamente grato porque através do teu blogue eu - e creio que muitos outros camaradas  sentirão o mesmo - me fazes recordar, viver e fazer sentir duma maneira tão grande esta irmandade a que a nossa experiencia na Guiné quase nos obriga.

Obrigado, muito mesmo, meus caros. Espero/gostaria - e se tal acontece isso já é recompensa grande para mim - que este seja sentimento recíproco . E não tenho dúdidas que assim sucede pois assim o têm dito e mostrado. Um abraço grande pois de gratidão e muita amizade, sincera e desinteressada do João. (...)




(**) Mail de João Crisóstomo, com data de 24 de maio último:

 (...) Caro Luís Graça: Primeiro: Um abraço grande de gratidão pelos momentos de emoção e satisfação imensa que me proporcionaste há dois dias. Como te expliquei e já sabias, não sou bom em "nets" e todas as coisas de Internet. Mas farei esforço seerio para me familiarizar melhor, especialmente com o teu/nosso blogue com o teu nome e camaradas da Guiné.


Como esperava não foi nada difícil convencer o Horácio a vir a Ribamar no dia 28 de Junho. Podes contactar o camarada  e amigo que me falaste [, o Eduardo Jorge Ferreira,] e que pode começar a organizar..... Parto para Paris dia 29 de Maio, mas estarei de volta bem a tempo para esse encontro...

Não falamos num pormenor importante:  as nossas "caras metades'... Acredito que é pergunta desnecessária, mas.... creio que como eu vocês se sentem mais completos com as nossas metades melhores presentes... Por mim, depois de tudo o que lhes contei,  creio que não duvidam que a minha Vilma vai estar comigo (...)


(***) Mail, com data de 24 de maio p.p., que enviei ao Eduardo Jorge:

Eduardo:

Tenho uma proposta (indecente) para te fazer... Nas tuas costas, propus um encontro em Ribamar, Porto Dinheiro, Valmitão ou arredores, onde  um grupo de amigos e camaradas da Guiné se pudesse juntar para "matar montes de saudades"... Marcámos um dia: 28 de junho, 5ª feira... Lá estarei nem que chova pedras e picaretas...

Tu és um "incontornável", como régulo dessas tabancas todas... Mas a surpresa é juntarmos o João Crisóstomo (que é da tua terra adotiva, e de quem seguramente já ouviste falar) e o Horácio Neto Fernandes, meu primo, que não vejo desde a sua missa  nova (1959)...

Eles os dois - como o mundo é pequeno! - são dois grandes amigos de juventude... De certo que o conheces ou conheces a família... Ele é luso-americano, nova iorquino de gema, um "português das américas", um ser de eleição, e uma figura pública por ter organizado várias campanhas em defesa de boas causas (Foz Côa, Timor, Aristides Sousa
Mendes...). Esteve na Guiné por volta de 65/66, tal como Horácio  (67/69), eu (69/71), tu (73/74) (...)  Aliás, não há ninguém que este homem não conheça no mundo (é amigo pessoal do Chanana, do Ramos Horta, só para citar gente do outro lado do mundo)...

Diz-me se alinhas, qual a tua disponibilidade para esse dia, etc. Ele depois volta para os States... Podes ler aqui tudo sobre ele, J.C.:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Jo%C3%A3o%20Cris%C3%B3stomo

 (...) Viste o poste sobre o Horácio ?

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2012/05/guine-6374-p9941-o-mundo-e-pequeno-e.html


(****) Último poste da série > 4 de julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10111: Tabanca Grande (347): António Borié, ex-1º cabo cripto, Cmd Agrup nº 16, Mansoa, 1964/66, há 40 anos nos EUA... Passa a ser o nosso grã-tabanqueiro nº 564

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21840: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (18): Para uma ocasião especial... Para a Vilma, Paté de campagne (com todos); para mim, Ovas de salmão ou "Caviar vermelho"... Depois "Camarões al ajillo"... Tudo acompanhado com uma garrafa de champanhe geladinha (João Crisóstomo, Nova Iorque)

1.  Resposta, bem humorada de João Crisóstomo, reagindo a um mail nosso, de 20 de janeiro passado,com uma foto do prato lourinhanense de arraia seca 
 com batata raiz-de-cana (*)

[João Crisóstomo, nosso camarada da diáspora (EUA, Nova Iorque), ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), casado com a eslovena Vilma, e destacado ativista social, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona]

 
Date: quarta, 20/01/2021 à(s) 16:00
Subject:Batata raiz-de-cana
 
Meus bons amigos e camaradas:

Quando me mandam uma coisa destas,  o mínimo que eu lhes chamo é "seus malvados"... e  daí para cima!...

Como  vocês sabem que dificilmente podemos igualar, por vezes nem mesmo  sequer  "competir ",  então, tocam de me fazer água na  boca com petiscos destes...

Mas,  olhem, "seus malvados", todos: com muita malandrice também (e com  a mesma amizade e carinho,   que eu sei muito bem de onde isto vem e de boa árvore não sai mau fruto)  oiçam esta:

Esta manhã  levantei-me cedo (,como de costume, pois eu durmo pouco) e pus-me logo a ver a televisão: queria ter a certeza de que tudo estava a correr bem e que o trump  (com letra pequena) ia mesmo sair... E realmente tudo correu bem: vi finalmente o homenzarrão/homenzito, cujos volumes de  cabeça e corpo são indirectamente proporcionais aos seus miolos,  sair da Casa Branca, entrar no helicóptero (...). E  vi-o finalmente entrar, pela última vez, no "Airforce One",  o avião subiu e  lá se foi….

Sem querer infringuir a "política" do blogue, que nos impede de falar de... "política, deixem-me fazer vos  uma confissão:  ficámos tão aliviados (, a Vilma  que entretanto tinha acordado,  estava tão excitada como eu ),  que decidimos "celebrar" a nossa liberdade  (isto foi  antes de receber este vosso e-mail a fazer negaças). 

Ao meio dia, na hora do fim do trump (com letra pequena) e simultânea entrada do Presidente Biden, queria estar com uma garrafa de champanhe na mão.     

O que é que vamos fazer para o almoço?, perguntei eu.   A Vilma ficou espantada,  pois não sou de grandes escolhas e, salvo alguma ocasião especial em que meto a minha colherada,   qualquer coisa que ela faça  está  sempre certo. 

Deu-me então a escolher entre camarões e um bom Burger …  Vamos pois celebrar a entrada do Biden, simultânea   com a " ridículamente gloriosa" saída do trump (com letra pequena)....

Para começar,  para ela, "Paté de campagne" (com todos); e para mim "Ovas de salmão", mais conhecido como  "Caviar vermelho"... Depois "Camarões al ajillo"... 
Tudo acompanhadinho  com uma garrafa de champanhe que eu sabia estar no frigorífico.
   
E,  como vocês estão a comer essa famosa  arraia, grelos, batata raiz-de-cana  e não sei que mais, eu vou pensar em vocês, e desta vez sem inveja…
 
À Alice um beijinho nosso; e aos outros um abraço bem apertado...

João e Vilma, em Nova Iorque, quase na hora da libertação... e aleluias!   
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Nota do editor:
 
(*) Vd. poste de 25 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21808: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (17): Batata raiz-de-cana com 'arraia' seca (Luís Graça)