Data: 10 de Janeiro de 2011 17:26
Assunto: Na morte de Vitor Alves
Meus caros [editores]:
Se acharem que é de publicar, avancem. Forte abraço,
António Graça de Abreu
Na morte de Vitor Alves, um dos grandes capitães de Abril, que ainda há poucos anos afirmou que hoje teria feito tudo igual na luta para derrubar o regime de Salazar e Caetano, excepto o pós-25 de Abril, o desastre e vergonha da descolonização, enviei à sua filha, minha amiga, sinóloga, uma das poucas especialistas em assuntos chineses em Portugal, a seguinte mensagem:
Ana Cristina Alves, caríssima:
Quando o teu Pai regressa ao Grande Vazio, apenas duas palavras.
Cumpre-se o Tao, o ciclo da vida e da morte.
O teu Pai, que mal conheci mas que sei, podia ser meu companheiro de tantas viagens pelo mundo, partiu.
Em ti, Ana Cristina, a memória até ao fim dos teus dias, de um Pai que te encaminhou e ajudou a ser quem és, a Ana Cristina Alves, uma extraordinária e excelente pessoa,
mulher de bem, inteligente e amiga.
O Vitor Alves, esse homem de eleição, teu Pai, vai continuar contigo, connosco. Até um dia partirmos, e feitos cinza, terra e pó, nos juntarmos a quem toda a vida amámos.
Um fortíssimo abraço, as condolências do
António Graça de Abreu
____________
Nota de L.G.:
(*) Pequena nota biográfica sobre o Cor Inf Ref Vitor Alves (1935-2011), nosso camarada de armas (embora nunca tenha passado pelo TO da Guiné).
(i) Vítor Alves nasceu em Setembro de 1935 em Mafra;
(ii) Matriculou-se na Escola do Exército [, actual Academia Militar,] em 14 de Outubro de 1954; pertencia à arma de infantaria; e passou à reforma em 1991;
(iii) Tornou-se alferes em 1 de Novembro de 1958, tenente a 1 de Dezembro de 1960, capitão a 14 de Julho de 1963 e major a 1 de Março de 1972;
(vi) Em 1974, fez parte da comissão coordenadora e executiva do Movimento das Forças Armadas (MFA), juntamente com Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, tendo redigido o respectivo programa;
(ix) Foi ministro sem pasta do II e III Governo Provisório (entre 17 de julho de 1974 a 26 de março de 1975) e ministro da Educação e Investigação Científica do VI Governo Provisório (de 19 de setembro de 1975 a 23 de julho de 1976);
Assunto: Na morte de Vitor Alves
Meus caros [editores]:
Se acharem que é de publicar, avancem. Forte abraço,
António Graça de Abreu
Na morte de Vitor Alves, um dos grandes capitães de Abril, que ainda há poucos anos afirmou que hoje teria feito tudo igual na luta para derrubar o regime de Salazar e Caetano, excepto o pós-25 de Abril, o desastre e vergonha da descolonização, enviei à sua filha, minha amiga, sinóloga, uma das poucas especialistas em assuntos chineses em Portugal, a seguinte mensagem:
Ana Cristina Alves, caríssima:
Quando o teu Pai regressa ao Grande Vazio, apenas duas palavras.
Cumpre-se o Tao, o ciclo da vida e da morte.
O teu Pai, que mal conheci mas que sei, podia ser meu companheiro de tantas viagens pelo mundo, partiu.
Em ti, Ana Cristina, a memória até ao fim dos teus dias, de um Pai que te encaminhou e ajudou a ser quem és, a Ana Cristina Alves, uma extraordinária e excelente pessoa,
mulher de bem, inteligente e amiga.
O Vitor Alves, esse homem de eleição, teu Pai, vai continuar contigo, connosco. Até um dia partirmos, e feitos cinza, terra e pó, nos juntarmos a quem toda a vida amámos.
Um fortíssimo abraço, as condolências do
António Graça de Abreu
____________
Nota de L.G.:
(*) Pequena nota biográfica sobre o Cor Inf Ref Vitor Alves (1935-2011), nosso camarada de armas (embora nunca tenha passado pelo TO da Guiné).
(i) Vítor Alves nasceu em Setembro de 1935 em Mafra;
(ii) Matriculou-se na Escola do Exército [, actual Academia Militar,] em 14 de Outubro de 1954; pertencia à arma de infantaria; e passou à reforma em 1991;
(iii) Tornou-se alferes em 1 de Novembro de 1958, tenente a 1 de Dezembro de 1960, capitão a 14 de Julho de 1963 e major a 1 de Março de 1972;
(iv) Durante a sua carreira militar, esteve colocado em várias unidades, incluindo no Ultramar em comissão de serviço, onde permaneceu 11 anos, em Moçambique e Angola [não consta que tenha estado no TO da Guiné]:
(v) Em 1969 é+3he atribuído o Prémio Governador-Geral de Angola pelo trabalho desenvolvido no campo das actividades socioeconómicas em prol das populações africanas;
(vi) Em 1974, fez parte da comissão coordenadora e executiva do Movimento das Forças Armadas (MFA), juntamente com Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, tendo redigido o respectivo programa;
(vii) Foi o responsável pelo comunicado do MFA divulgado à população no 25 de Abril e substituiu Otelo Saraiva de Carvalho, a partir das 16 horas, no posto de comando da Pontinha, passando a coordenar o desenvolvimento da acção;
(viii) Pertenceu ao Conselho de Revolução, do qual foi porta-voz, até à sua extinção (em 1982);
(ix) Foi ministro sem pasta do II e III Governo Provisório (entre 17 de julho de 1974 a 26 de março de 1975) e ministro da Educação e Investigação Científica do VI Governo Provisório (de 19 de setembro de 1975 a 23 de julho de 1976);
(x) Em 1982, foi nomeado conselheiro do então Presidente da República, Ramalho Eanes, ano em que passou à reserva como militar;
(xi) Recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (1983), entre muitas outras distinções dentro e fora de Portugal;
(xii) Foi candidato independente pelo PRD às eleições legislativas (1985), à presidência da Câmara de Lisboa (1986) e ao Parlamento Europeu (1987);
(xiii) Foi um dos fundadores da Associação 25 de Abril;
(xiv) Tinha a patente de coronel desde 2001, tendo morrido de cancro, no Hospital Militar, ontem, domingo, 9 de Janeiro de 2011;
(xv) Será recordado como um homem cordial, afável e criador de consensos, qualidades que os portugueses nem sempre valorizam devidamente. (LG)
Fontes: Diversas, na Web (Público, Expresso, Jornal de Notícias, Wikipédia...)
Foto: Adapt. de Jornal de Notícias (com a devida vénia...)
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