sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9211: Parabéns a você (354): Francisco Santos, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557 (1968/70) - Agradecimento


1. O nosso camarada José Colaço* (ex-Soldado Trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65), reenviou-nos a seguinte mensagem de agradecimento do Francisco Santos, ex-1º Cabo Radiotelegrafista, da CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65.


Camaradas, 

Reenvio-vos o e-mail que o nosso camarada e poeta popular Francisco dos Santos me fez chegar, com os agradecimentos dos parabéns que lhe foram prestados no blogue, no seu último festejo aniversariante.


Com os desejos a todos de muitos anos de vida e com saúde.

Um abraço.
José Colaço Sol Trms da CCAÇ 557
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

16 DE DEZEMBRO DE 2011 > Guiné 63/74 - P9206: Parabéns a você (354): António Paiva, ex-Soldado Condutor Auto Rodas no HM 241 de Bissau (1968/70)

Guiné 63/74 - P9210: (De)caras (9): Ainda a fatídica emboscada de 14/6/1973, na estrada Ponte Caium-Piche (ex-Fur Mil Ribeiro / ex-Sol Cond Auto Florimundo Rocha)






Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Foto do álbum do Jacinto Cristina... Julgamos que esta foto  é do 3º Gr Comb a que pertencia o Jacinto... Não conseguimos ainda identificar os camaradas... Não se descortina, entre eles, nenhum graduado, chefe de secção, muito menos o comandante de pelotão... Alguns destes homens poderão não ter regressado a casa, tendo morrido na terrível emboscada de 14 de Junho de 1973...

Fotos: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (Piche, Ponte Caium e Camajabá, 1972 / 1974) > Destacamento da Ponte Caium > 3º Grupo de Combate > 1973 > Álbum fotográfico do Florimundo Rocha> Antes duma partidinha de futebol no campo pelado anexo à Ponte... A legenda é do Carlos Alexandre, de Peniche: "Temos o Rocha ao centro, à direita o José Alberto, à esquerda o Pinto. Em cima, à direita, o Barbeiro, o furriel Barroca, o Santiago que tem a fita na cabeça, e o furriel Ribeiro, [o único que está de camisola, branca]".


Foto: © Florimundo Rocha (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Comentário do ex-Fur Mil Ribeiro, que vive hoje em Braga, e que pertencia ao 3º Gr Comb ("os Fantasmas do Leste")  da CCAÇ 3546 (Piche e Ponte Caium, 1972/74),  ao poste P8061 (*):


Caro amigo Florimundo Rocha, gostava de fazer algumas correcções ao teu comentário sobre a fatídica emboscada de 14/6/1973:


Ponto nº 1: 


(…) “O Rocha já se lembra do número de viaturas que seguiam na coluna, nesse dia fatídico, de 14/6/1973. Ele ia à frente a conduzir o seu Unimog 411, o ‘burrinho do mato’, que lhe estava distribuído. A seu lado, de pé, ia o Charlô (alcunha do Carlos Alberto Graça Gonçalves, natural de Lisboa) . E atrás, sentados nos bancos, os restantes camaradas do pelotão que haveriam de morrer nesse dia e hora, numa curva da estrada para Piche, a escassos 3 quilómetros da sede da unidade, a CCAÇ 3546/BCAÇ 3883… A saber: o Torrão, o Fernandes e o Santos” (…) (FR).


Quem ia de pé ao teu lado era eu, Furriel Ribeiro; atrás, sentados do lado esquerdo (da morte), ia o Fernandes, o Torrão, o Charlô e o Santos, todos estes camaradas morreram; e do lado direito ia o Rolo, o Algés, o Silva e não me lembro quem era o outro que falta. 


Ponto nº 3 : 

(…) “Já não tem a certeza, mas atrás de si, devia vir uma Berliet, com restos de materiais de construção ou madeiras. Também não se lembra se havia mais viaturas. Tem ideia que ‘malta de Buruntuma [, CCAÇ 3544, ], ou de Camajabá [, outro destacamento de Piche, CCAÇ 3546]’ também vinha atrás, numa terceira viatura… O Wolkswagen (alcunha de um camarada que ficará ferido) vinha atrás, numa outra viatura. O Rocha não o deixou vir com ele. Nessa altura as relações entre ambos não eram as melhores” (…) (FR).



Nós fomos a Piche porque já não havia mantimentos, o alferes Afonso, do 1º pelotão, chegou à Ponte Caium e pediu-me para eu lhe disponibilizar uma secção e um Unimog para ir a Piche buscar alguns mantimentos. Não vinha ninguém de Buruntuma, apenas vinha uma Berliet de Camajabá.

Ponto nº 4:

(…) “A distância entre a primeira viatura (o 411) e a segunda (talvez a Berliet) deveria ser de ‘80 metros’. Ele, Rocha, não ia a mais de 70 km, que era o máximo que o ‘burrinho’ dava, em estrada alcatroada. O asfalto ia até à Ponte. Trabalho da Tecnil, cujas máquinas chegaram a ser atacadas e algumas incendiadas pelo PAIGC. As bermas estavam limpas, o capim cortado. Estamos no início da época das chuvas. E foi ‘na curva’ que o Rocha começou a ver cabeças, de gente emboscada. ‘Eles tinham-se entrincheirado nos morros de terra deixados pelas máquinas da Tecnil’… Pelo número de efectivos (falava-se no fim ‘em mais de 200’), está visto que a emboscada ‘não era para eles’, mas sim para o pessoal de Piche. (…)  (FR).



A emboscada não era para nós mas sim para uma coluna de grande reabastecimento de munições para Buruntuma que, não se sabe porquê!, foi anulada em Nova Lamego.


Ponto nº 5: 

(…) “Quando o 411, conduzido pelo Rocha, entrou na ‘zona de morte’, na curva, os primeiros tiros (ou roquetadas) furaram-lhe os pneus. A malta foi projectada. A viatura capotou. O Rocha ficou caído no lado direito da estrada. Os tipos do PAIGC estavam do lado esquerdo. O fogachal foi tremendo. Ele ainda conseguiu proteger-se atrás da viatura que ficou a trabalhar, de pernas para o ar. Lembra-se de ter pegado em duas ou três G3, dos camaradas feridos, e de ter respondido ao fogo do IN. (…) (FR).



O nosso burrinho foi atingido com um RPG 7 na parte de trás do banco do condutor na chapa da carroçaria e com outro RPG 7 no gancho do reboque, foi isto que fez com que o Unimog saltasse, e o pessoal foi cuspido e perdemos as G3 mas tu apanhaste 2 ou 3 e uma delas era a minha, obrigado Rocha. Ponto 7: 

(…) Ainda se lembra da chegada das chaimites de Piche, que fizeram fogo contra as forças inimigas, que ripostaram, já no final dos combates. Talvez meia hora depois do início da emboscada. Ainda se lembra, dos 3 ou 4 feridos que foram evacuados, de heli, em Piche. Houve alguém que sugeriu que ele aproveitasse a boleia e se fizesse maluco. Mas ele recusou. Nesse mesmo dia regressaria à Ponte Caium. Não se lembra de ter tido o conforto de nenhum superior hierárquico. Uma simples palavra, muito menos um louvor. Voltou para a ponte e dormiu, como ‘dormia todos os dias, como ainda hoje dorme’ (sem pesadelos ?..., não me respondeu à pergunta)…  (FR).



Ó Rocha, não tiveste o meu conforto porque eu não to pude dar, visto eu ter sido evacuado para o hospital em Bissau, com o Algés, o Silva e o Rolo, e todos nós estávamos tão chocados como tu. 


Ponto 13:

(…) “Os furriéis só iam um de cada vez para ponte: o Cardoso, que foi vítima da explosão de uma armadiha; o Ribeiro, de Braga; o Barrroca, alentejano… No dia da embocada, estava o Ribeiro na ponte. Mais o Cristina, municiador, do morteiro ‘grande’, o 10,7” (…) (FR).



Os Furriéis estavam sempre juntos na ponte, primeiro foi o Furriel Cardoso que foi tomar conta da passagem do destacamento do 4º para o 3º pelotão; passada uma semana foi o pelotão com o Furriel Barroca para a Ponte Caium e eu Furriel Ribeiro fui uma semana mais tarde porque fiquei a aprender a fazer e a ler […] (codificar e descodificar mensagens ). Estivemos sempre juntos e no dia da emboscada quem estava na Ponte Caium era o Furriel Barroca.


Um abraço para todos os camaradas,


Furriel Ribeiro


2. Comentário do editor:

Não temos qualquer contacto do Ribeiro (telemóvel, telefone, email...), a não ser este comentário. Dizem-nos que vive em Braga. Mas sabemos que é leitor do nosso blogue. Aproveitamos para lhe agradecer os esclarecimentos adicionais que veio trazer sobre esta emboscada de que ele felizmente escapou,  embora ferido com gravidade. Não é fácil "voltar ao passado" e reviver momentos terríveis como este. Mais um razão para o Ribeiro se juntar aos 531 membros desta Tabanca Grande, a grande maioria deles camaradas da Guiné, de diferentes épocas da guerra, de 1961 a 1974, e de diferentes lugares, de norte a sul, de leste a oeste... Fica aqui formalizado o convite. Um grande Alfa Bravo. L.G.



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Notas do editor:

Guiné 63/74 - P9209: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (40): Em Civitavecchia, Itália, com veteranos de guerra (António Graça de Abreu)





Itália > Civitavecchia > 12 de Novembro de 2011 > António da Graça Abreu, um antigo combatente, português,  da guerra da Guiné, emocionado com a homenagem local aos veteranos de guerra... No mural acima, pode ler-se, em italiano:  "Aos soldados de terra, ar e mar, que caíram nas guerras de África, alargando as fronteiras da Pátria, ressurgida no seio das nações" (tradução livre do editor).

Fotos: © António Graça de Abreu (2007-2011). Todos os direitos reservados



1. Texto do nosso António Graça de Abreu:

Civitavecchia, uma cidadezinha a 60 quilómetros de Roma, é o porto de mar que há muitos séculos serve a capital de Itália.

Chego a 12 de Novembro deste ano de graça de 2011, de manhã cedo pelas águas do Mediterrâneo, com um céu azul onde apetece deslizar e um mar sereníssimo. Desembarco e deambulo ao acaso por mais um burgo que não conheço. As muralhas, os fortes, as igrejas, as casas antigas dos grandes senhores, o mercado, os barcos pequenos, os navios.

No passeio marítimo, à distância, vejo um magote denso de pessoas. Aproximo-me. Muitos jovens com a bandeira italiana, uma banda de música, gente e um grupo de militares já idosos, homens do exército, força aérea e marinha, mais uns poucos políticos da terra. Ao lado, separados dos restantes militares, perfilam-se ainda garbosos e aprumados uma dezena de velhos veteranos da marinha, alguns já pendurados em bengalas mas ostentando ainda com orgulho as suas condecorações.

Trata-se de uma cerimónia de homenagem a estes combatentes do passado, homens do mar da cidade de Civitavecchia e também aos soldados de terra e do céu. Louvar os vivos, honrar, exaltar a memória dos mortos.

O corneteiro toca a silêncio. Todos em recolhimento, o sangue latejando nas veias, a lembrança presente dos camaradas e amigos mortos. A banda avança para o hino de Itália. Saltitante, galopando a brisa. Rapazes e raparigas agitam bandeiras italianas, no mastro o pendão tricolor da pátria sobe, os velhos veteranos em sentido, a emoção a borbulhar na alma, fazem continência à bandeira e cantam as estrofes do hino.

Olhei o mar azul, imenso, a ocidente. Portugal, nós, também velhos veteranos de guerra, a Guiné. As lágrimas caíam como chuva.

António Graça de Abreu

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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9131: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (39): A poesia e a liberdade: Conferência de António Graça de Abreu, 2ª feira, 5 de dezembro, às 18h30, na BMRR, Lisboa

Guiné 63/74 - P9208: Agenda cultural (178): Convite para o lançamento do livro Tempos Sem Remissão, de Diamantino Gertrudes da Silva, dia 17 de Dezembro de 2011, pelas 15h30, no Auditório da Escola Superior de Viseu (Rui Alexandrino Ferreira)

1. O nosso camarada Rui Alexandrino Ferreira (ex-Alf Mil na CCAÇ 1420, Fulacunda, 1965/67 e ex-Cap Mil na CCAÇ 18, Aldeia Formosa, 1970/72, actualmente Ten Coronel Reformado), fez chegar ao Blogue o seguinte Convite para assistir ao lançamento do livro "Tempos Sem Remissão" de autoria de Diamantino Gertrudes da Silva, a realizar no Auditório da Escola Superior de Viseu, amanhã, sábado, dia 17 de Dezembro de 2011, pelas 15h30.



2. Conjuntamente recebemos esta carta onde Rui Alexandrino fala, ao que se julga, aos seus camaradas da CCAÇ 1420 e a um convívio a ter lugar também amanhã no Regimento de Infantaria 14 de Viseu.

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 13 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9191: Agenda cultural (177): Apresentação do romance histórico de Paulo Aido, A Primeira Derrota de Salazar, que teve lugar no dia 1 de Dezembro de 2011 (José martins)

Guiné 63/74 - P9207: Notas de leitura (312): Arquitectura Sustentável na Guiné-Bissau (Manual de boas práticas) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Novembro de 2011:

Queridos amigos,
Ocorreu-me uma recensão deste livro a propósito das expectativas que o nosso camarada Jorge Cabral tem na sua casa em Finete, pode muito bem dar-se a circunstância de outros camaradas querem construir na Guiné uma habitação que se paute pelos sábios princípios da arquitectura sustentável.
Este manual de boas práticas é um bom registo do que existe e sobretudo tece recomendações que os camaradas interessados deverão ter em atenção antes de projectarem casa própria na Guiné.
Caso se registem dificuldades em descarregar o ficheiro de 8MB, segue abaixo o link directo.

Um abraço do
Mário


Arquitectura sustentável na Guiné-Bissau

Beja Santos

“Arquitectura Sustentável na Guiné-Bissau – Manual de boas práticas”, é uma edição da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, com coordenação do Prof. Arquitecto Manuel Correia Guedes, dada à estampa este ano.

A finalidade é de propor medidas básicas para a prática de uma arquitectura sustentável, tendo em conta o clima, os recursos naturais, o contexto socioeconómico; traçam-se, de forma simplificada, estratégias de boas práticas de projecto. O documento foi elaborado no âmbito do projecto europeu SURE – África (Sustainable Urban Renewal, Energy Efficiente Buildings for Africa).

No prefácio, o presidente da União dos Arquitectos da Guiné-Bissau, Domingos Fernandes, recorda que não havia arquitectos no período colonial mas os chamados “desenhadores” da Câmara Municipal de Bissau. Com o advento da independência, começaram a surgir arquitectos de formação. Para entender a intervenção dos arquitectos é indispensável, no que toca à Guiné-Bissau, saber olhar à volta, ter em conta o clima, a falta de recursos e não esquecer que cerca de dois terços da população vive com menos de 2 dólares por dia. Em traços muito grossos, a Guiné-Bissau tem elevados níveis de temperatura e humidade, défice habitacional provocado pela falta de planeamento urbano, degradação do património edificado e carências energéticas.
Os edifícios designados adequados para a sustentabilidade são construídos e operados para minimizar todos os impactos negativos nos ocupantes (em termos de saúde, conforto e produtividade) e no ambiente (uso de energia, recursos naturais e poluição).

Neste manual de medidas básicas dão-se sugestões para a concepção de uma casa confortável que respeite a natureza, com custos reduzidos de construção e manutenção. É lembrado que acções como a radiação solar, chuvas intensas e a humidade do ar desafiam arquitectos, engenheiros e urbanistas para a criação de soluções mais sustentáveis na procura de segurança e conforto em edifícios. Na observação ao que mais recentemente se tem construído, e dando exemplos, refere-se que há intervenções desadequadas no que tem a ver com a arquitectura tradicional e há mesmo fachadas de tipologia importadas que contrastam com os objectivos da sustentabilidade; além disso regista-se em número elevado um conjunto de habitações com falta de identidade urbana, seguramente devido à construção livre e espontânea.

Os autores escalpelizam o que de essencial existe na arquitectura vernacular (casas de palha com paredes de taipa ou adobe), na arquitectura colonial (construções do período da administração portuguesa no centro das cidades de Cacheu, Bolama, Bissau e Gabu), na arquitectura de tendências contemporâneas, com elementos estruturais de betão armado. No que toca à arquitectura vernacular, os autores procedem a uma apreciável descrição das habitações, Balanta, Bijagó, Fula, Manjaca e Mancanha.

Indirectamente para os factores da sustentabilidade, os autores passam em revista as técnicas de dissipação do calor, sombreamento, isolamento, ventilação e arrefecimento por evaporação. Em sequência, referem as virtualidades dos materiais de construção: zinco, taipa ou adobe, madeira, bambu e pedra. Centram do mesmo modo a sua atenção nas energias alternativas (caso dos painéis fotovoltaicos) e nos grandes problemas da água e saneamento. Dizem claramente que para o clima da Guiné, a melhor forma de dissipação do calor é através da ventilação, seguindo-se medidas de protecção por sombreamentos. O recurso a espaços exteriores arborizados, com árvores altaneiras, também se revela importante.

O documento finaliza com recomendações gerais do seguinte tipo: predomínio da fachada principal a Norte; varanda exterior; envolventes arborizadas; coberturas inclinadas; construção de forro ou tecto falso; cores claras nas fachadas para reflectir a radiação solar.

Este livro foi-me amavelmente enviado, em formato digital, pelo Prof. Arquitecto Manuel Correia Guedes. Quem quiser proceder ao seu descarregamento pode fazê-lo através do seguinte link:

https://www.wetransfer.com/dl/7qubvvpk/6a3884f43c4a6bd55dc207fc4b017c2ad583e6211b6ee71417c865f458d317932a2f9a311919d26
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 12 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9183: Notas de leitura (311): Uma Jornada Científica na Guiné Portuguesa, de António Mendes Corrêa (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P9206: Parabéns a você (354): António Paiva, ex-Soldado Condutor Auto Rodas no HM 241 de Bissau (1968/70)

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 15 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9204: Parabéns a você (353): Dia 12 de Dezembro de 2011 - Luís Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Guiné, 1971/74) - Agradecimento

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9205: In Memoriam (100): O pessoal da CAÇ 1686 do BCAÇ 1912 está de luto (Aires Ferreira)


 

1.   O nosso Camarada Aires Ferreira, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 1686/BCAC 1912 – Mansoa -, 1967/59, enviou-nos uma triste mensagem.

O pessoal da CAÇ 1686 do BCAÇ 1912 está de luto

Camaradas,

É com  grande tristeza que participo o falecimento do  Sr. Ten.Cor./GNR  JOSÉ DE MATOS CORREIA BARRADAS, ocorrido no passado dia 9.12.2011.

Foi o Comandante da CCAÇ 1686/BCAC 1912 desde Abril de 67 até Maio de 69, em Mansoa.

Comandou a sua Companhia em cerca de 50 operações na zona do Oio (Sara-Sarauol, Locher-Changalana, Morés, Cubonge, etc.).

Cumpriu com valentia as missões que lhe foram atribuídas e pelo seu bom senso granjeou grande amizade e respeito junto de todos os seus subordinados.

Perdemos o nosso COMANDANTE, mas acima de tudo perdemos um AMIGO.

“QUE DESCANSE EM PAZ COMANDANTE… ATÉ SEMPRE”

Aires Ferreira
Alf Mil At Inf da CCAÇ 1686/BCAC 1912

Emblema de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados. 
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


Guiné 63/74 - P9204: Parabéns a você (353): Dia 12 de Dezembro de 2011 - Luís Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Guiné, 1971/74) - Agradecimento

1. Mensagem do nosso camarada Luís Dias (ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74), com data de 13 de Dezembro de 2011:

Caros Editores
Incluso um pequeno agradecimento pelas palavras que muitos camaradas se dignaram endereçar-me pelo meu aniversário, bem ainda como duas fotos de convívios em Galomaro e no Dulombi, que se acharem de interesse postar, agradeço.

Apenas uma pequena correcção que, por lapso, ficou no post. Estive na Guiné entre Dezembro de 1971 e Março de de 1974 e não entre 1970 e 72.

Um abraço.
Luís Dias


AGRADECIMENTO EM DIA DE ANOS

Caros Camaradas, Caros Amigos
Venho agradecer a todos aqueles que, quer através do nosso blogue, quer através de mails, SMS, mensagens no Facebook e por telefone, decidiram perder algum do seu precioso tempo e enviar-me os parabéns pelo meu aniversário, nomeadamente: Luís Graça, Carlos Vinhal, Virgínio Briote, José Martins, Vasco da Gama, Hélder Sousa, Luís Borrega, António Tavares, António Pimentel, Manuel Marques, António Dâmaso, Santos Oliveira, B. Sardinha, Zé Manuel Cancela, Manuel Marinho, José Saúde, Joaquim Mexia Alves, César Dias, Adriano Moreira, Arménio Estorninho, Felismina, Rui Silva, Torcato Mendonça, Manuel Reis, Manuel Maia, Luís Faria, José Câmara, António Paiva, José Dinis, Manuel Passos, Manuel António, Carlos Filipe e Manuel Joaquim. Estais todos no meu coração.

Das mensagens recebidas uma tocou-me e sensibilizou-me muito particularmente, refiro-me à do camarada Juvenal Amado, reproduzida aqui no blogue. De facto, fruto da diferença hierárquica ou outros circunstancialismos existentes naqueles tempos não tivemos a possibilidade de conhecer melhor muitos daqueles que connosco operavam, combatiam ou serviam de apoio. Estas diferenças eram, no meu ponto de vista, mais acentuadas nas sedes de Batalhão, onde o peso da hierarquia mais se fazia sentir. Nos quartéis das Companhias a rigidez militar era menos acentuada e havia mais convívio e as pessoas conheciam-se melhor. Por exemplo, no quartel do Dulombi (CCAÇ 3491), a zona das messes de graduados estava dividida em duas salas (uma para oficiais e outra para sargentos), contudo, rapidamente, se sensibilizou o nosso capitão para que a sala de sargentos fosse usada como messe para todos e a outra sala para convívio e jogos. Esta só seria usada como messe quando vinham em visita ao quartel alguém de Bissau ou o Comando do Batalhão e assim se fez até de lá sairmos. O próprio refeitório dos praças estava separado da messe dos graduados, unicamente pela cantina. Na Companhia todos se conheciam e sabíamos os nomes de toda a gente, praticava-se o que hoje se chama de uma política de proximidade. Os graduados percorriam com muita frequência as instalações atribuídas aos praças, quer fossem as camaratas, quer fossem os abrigos, como forma de se certificarem das condições das mesmas. Quando, em Março de 1973, por imperativos operacionais, a nossa CCAÇ foi colocada na sede do Batalhão (Galomaro), onde já se encontrava a CSS, produziu-se grandes alterações na forma como nos relacionávamos. As messes eram separadas e o Comandante não era lá muito dado a convívios.

Caro Juvenal, com certeza que fizemos acções conjuntas, que me transportaste mais o meu Grupo de Combate inúmeras vezes para emboscadas nocturnas, que nos foste buscar ao Dulombi, ou levar e buscar a outros locais, como Piche, Nova Lamego, Pirada ou mesmo ao Saltinho. Cruzámos juntos, efectivamente, aquelas perigosas picadas e coube ao destino que regressássemos ilesos e que não tendo tido oportunidade de, naquelas quentes terras, te conhecer melhor, tenha sido através desta Tabanca Grande, daquilo que escreves e pensas, ter quase a certeza que, afinal, nos conhecemos há muitos anos. Éramos e somos feitos da grande massa humana que teve de arrancar para o ultramar, viveu perigos, criou amizades para a vida e mesmo fazendo a guerra, consegue, passados estes anos todos, ter a capacidade de não ter ódio pelos inimigos, e gostar daquelas gentes que também connosco sofriam a mesma guerra.

Juvenal, obrigado pelas tuas palavras, pela tua amizade. Lamento não nos termos conhecido melhor, aquando da nossa comissão, eu, de certeza, fiquei a perder, porque és um excelente ser humano e a tua amizade ter-me-ia enriquecido.

Um abraço a todos do tamanho das tabancas reunidas de Dulombi e Galomaro.
Luís Dias

Convívio na messe do Dulombi, em 1972, estando do lado direito e de óculos escuros o nosso Capelão

Convívio na messe de Galomaro, com diversos oficiais e furriéis, em 1973. Em 1º plano e do lado direito o Alf. Mil Dias e em 2º a contar da esquerda o Cap. Pires da CCAÇ 3491
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Nota de CV:

Vd. poste de 12 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9182: Parabéns a você (351): Luís Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Guiné, 1971/74)

Guiné 63/74 - P9203: O último Chefe do Estado-Maior do CTIG, Cor Cav Henrique Gonçalves Vaz (Jan 1973/ Out 74) (Parte III) (Luís Gonçalves Vaz): Set / Out 1974


Guiné> 1974 > Cor_CEM Henrqiue_Vaz com o major Aragão, em visita a uma tabanca [, possivelmente na zona leste: receção festiva].

Guiné > Zona leste > Nova Lamego > Setembro de 1973 >  Cor CEM Henrique Vaz  com o Brigadeiro Banazol [, Comandante Militar,], perante o desfile de um pelotão de Milícia, no âmbito do encerramento da instrução. [ Trata-se de Alberto Banazol, irmão do Ten Cor Luís Ataíde Banazol, que fez parte do MFA; havia ainda  um outro Banazol, Jaime Tavares Banazol, Ten Cor, que comandou o Agrupamento B da famosa Op Lança Afiada, m leste, e 8 a 18 de Março de 1969] 



Guiné > Mapa


Fotos: © Luís Gonçalves Vaz (2011). Todos os direitos reservados


III (e útima) parte de alguns dos registos pessoais, manuscritos,  do Coronel do CEM, Henrique Manuel Gonçalves Vaz (1922-2001), relativos ao ano de 1974, e ao  Teatro de Operações da Guiné Portuguesa (*). Recolha e transcrição do seu filho Luís Gonçalves Vaz, membro da nossa Tabanca Grande 

Bissau, 9 de Setembro de 1974

“… Estive até às 20 00h no meu gabinete com o Tenente-Coronel Virtuoso  [?]  e o Capitão (S)Lomba, a finalizarmos o 'Estudo da Comissão Liquidatária do QG/CTIG em Lisboa' e dos elementos que ficam em Bissau de 30 de Setembro a 31 de Outubro. …”

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG


Bissau, 21 de Setembro de 1974

"... Acabei o célebre trabalho de saber quantos militares estão em Bissau até 31 de Outubro. Mérito mais que o desejado. ..."

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 23 de Setembro de 1974

"... Tive muito que fazer hoje! consegui fazer a 'Carta sobre a Redução de Efectivos e Comissões Liquidatárias'. Às 20h 30m fomos ao Aeroporto receber o Ministro da Coordenação Interterritorial [,António Almeida Santos] ..."

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 3 de Outubro de 1974

"... Quando regressava a casa, cerca das 23h 30m, ao cruzar-me, em Sª Luzia com o Lemos, soube, por este, que o Brigadeiro Fabião tinha sido escolhido por maioria para Chefe de Estado-Maior do Exército. ..."

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 4 de Outubro de 1974

"...Soubemos hoje que o nosso regresso se efectuaria a 15 deste mês! Novos planos, novas missões e novos aspectos de vários problemas a encarar! ..."


“… O Morgado soube que estava indicado para CEM [,Chefe do Estado-Maior,] da Região Militar de Évora. Reagiu logo e o Brigadeiro Figueiredo mandou fazer [...] considerando-o indispensável na Comissão Liquidatária em Lisboa. …”

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 5 de Outubro de 1974

"... Dia de trabalho derivado da antecipação da nossa saída em 15 deste mês (pois passou para 14 de Outubro) ...

 Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 5 de Outubro de 1974


"... Trabalhei no Quartel General de manhã e de tarde. Só amanhã saberemos se virão os dois navios, Uige e Niassa, ou só o primeiro! ..."

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 9 de Outubro de 1974

"... Fui convidado pelo Comodoro Ricou para ir às 19h 00 a casa do Comodoro Almeida D`Eça, festejarmos 'as suas primaveras'. Estiveram os Comandos da Marinha, o Brigadeiro [Carlos] Fabião e o Big [Galvão] Figueiredo, o Coronel M. Lopes, Majores Capela e Mourão e  [...]"


"... Tenho andado muito ocupado com a organização das 'Cargas dos aviões', pois por despacho escrito do nosso Brigadeiro, determinou que eu me responsabilizasse pelo assunto. Tenho assim trabalhado muito nestes últimos dias, o que me tem dado satisfação ..."


Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 10 de Outubro de 1974

 "... Ao fim do dia o Major Mourão veio perguntar-me se tenho pronto o 'Plano de Entrega dos Aquartelamentos' para o levar ao Brigadeiro Fabião ..."

“… Fui ao QG  'fazer os últimos avisos'. Ao fim da tarde um dos dois aviões TAM de 13, por proposta da FA [Força Aérea Portuguesa], passou para 12 !!! ÀS 14h00m iniciei a organização apressada das malas, que [ …].”


“… Às 16h 30m vieram visitar-me a casa, o Dr. Silva B. e mais um pessoal do PAIGC, acompanhados pelo Major Aragão. Recebi-os com atenciosa referência. …”

Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Bissau, 11 de Outubro de 1974

"... Tivemos às 15H00, na Amura,  uma reunião com os comandantes do PAIGC . Gazela (**), B. Qiuto [, ou Queta ?] e [...]... C [...]  sobre a entrega dos quartéis de Sta Luzia e outros. ..."

"... Fomos jantar ao Palácio, julgo que todos ou a maioria dos oficiais do Quadro Permanente presentes na Guiné. Jantar volante, simpático e descontraído, num ambiente alegre e [...] . Anedotas contadas pelo Coronel Lemos e pelo Major Lemos Alves. ..."


Coronel Henrique Gonçalves Vaz
(Chefe do Estado-Maior do CTIG)

Nota1,  de Luis Gonçalves Vaz (LGV):


 Sobre os “Planos de Evacuação da Guiné” (Abril/Outubro de 1974)

“…Noutro documento, sem data, que surge aparentemente anexo a este “Plano de Evacuação” são listadas um total de 77 unidades. O extenso documento inclui várias páginas com uma grelha onde estão listadas, da esquerda para a direita o nome da unidade, o trajecto (localidade onde está, percurso e destino, Bissau), e outros pormenores, como data de saída da localidade, chegada a Bissau, aquartelamento, partida para Lisboa, etc. etc. Este segundo documento tem, no final, o nome do Comdt Militar, Brigadeiro Galvão de Figueiredo, mas não está assinado por este. Está, sim, autenticado pelo Chefe de Estado-Maior, Henrique Manuel Gonçalves Vaz, Coronel do CEM. … “

Paulo Reis (Jornalista) in:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2006_06_04_archive.html 




Nota2 (LGV):

Peço desculpa se ao transcrever algumas notas pessoais do meu falecido pai, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, troquei ou alterei o nome de algum militar português, interveniente nestes últimos meses, no Teatro de Operações da Guiné, pois foi sem intenção e devido à dificuldade de ler algumas passagens nos seus registos pessoais .
Luís Gonçalves Vaz


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13 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9190: O último Chefe do Estado-Maior do CTIG, Cor Cav Henrique Gonçalves Vaz (Jan 1973/ Out 74) (Parte II): Agosto de 1974: rebelião da CCAÇ 21 (Bambadinca) e do BCAV 8320/72 (Bula)

(**) Nota do Luís Gonçalves Vaz: 

"Gazela, comandante muito importante do PAIGC na altura, e (segundo o Coronel Matos Gomes ) ao contrário do 'Quebo Mané', que era um comandante de uma grande violência. Segundo a tradição, teve na altura, sempre más relações na zona de operações dele com tropas portuguesas. Com o Comandante Gazela (Cabral de Almada) já houve relações melhores, daí estar presente em mais encontros"...

 Segundo informação do nosso camarada A. Marques Lopes, o comandante Gazela morreu eu 2006.

Guiné 63/74 - P9202: Efemérides (79): A invasão por tropas indianas dos territórios de Goa, Damão e Diu, em 18 de Dezembro de 1961




1. Chegou às bancas no passado dia 7 de Dezembro mais um número temático da VISÃO História, desta vez  "inteiramente dedicado à invasão de Goa, Damão e Diu, há 50 anos, que marca o princípio do fim do império colonial português". 


(...) "A Índia marchou a 18 de Dezembro sobre Goa. Salazar exigiu às forças portuguesas o 'sacrifico total' e que aguentassem, sem meios, durante uma semana, uma desproporção de dez para um.


(...) "Perdida a joia da coroa, o regime não baixou os braços. E pretendeu mesmo levar a cabo uma guerra clandestina em Goa e na Índia que incluía subversão, sabotagem e atentados terroristas.


(...) "O último governador do Estado Português da Índia, Vassalo e Silva, cometeu a ousadia de desobedecer a Salazar, não permitindo que as tropas portuguesas fossem chacinadas. A decisão fez do ditador seu inimigo". (...) Para saber mais clicar aqui.







2. Entretanto, ontem, Carlos Matos Gomes, historiógrafo da guerra colonial,  romancista e amtigo combatente, evocou em conferência, em Lisboa,  o caso da Sirus.  Infelizmente a notícia do evento chegou-nos tarde, não podendo ser oportunamente divulgada. Aqui fica  um excerto da mensagem que o Carlos Matos Gomes nos remeteu, com data de 13 do corrente:


(...) "O resumo da história da Sirus encontra-se no anexo (Revista Visão). O navio afundado pelo seu comandante após o ataque da armada indiana ter inutilizado o Afonso de Albuquerque. A fuga da tripulação para Carachi num navio mercante. O regresso a Lisboa e o que aconteceu ao comandante e à tripulação.


"Amanhã [, dia 14,] vou falar sobre este caso, sobre as questões éticas e deontológicas que ele levantou e levanta para um militar (...).


"A sessão é organizada por Manuel Barão da Cunha (Livraria Verney de Oeiras) e pela Liga dos Combatentes, no ambito de uma série de conferências intitulada Fim do Império. Contará com a participação do comandante da Sirius, engenheiro Manuel Marques da Silva.


"Dia 14 (amanhã, quarta-feira), às 16 horas, no Palácio da Independência [, Largo de São Domingos, 11, Lisboa]. Os meus amigos serão bem vindos. Carlos Matos Gomes". (....)
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Nota do editor:


Último poste da série > 3 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 – P8987: Efemérides (57): Excursão a Lisboa, a propósito do 88.º aniversário da Liga dos Combatentes e do 93.º aniversário do Armistício (Carlos Vinhal)

Guiné 63/74 - P9201: Parabéns a você (352): Francisco Santos, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CCAÇ 557 (Guiné, 1963/65) e Sousa de Castro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873 (1971/74)


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 12 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9182: Parabéns a você (351): Luís Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Guiné, 1971/74)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9200: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (5) (José Martins)

1. Publica-se hoje a quinta e última parte de um trabalho sobre a região norte de Lisboa (Loures e Odivelas) sugerindo razões para a construção de um Monumento aos Mortos na Guerra do Ultramar (1961-1974) do então concelho de Loures, de autoria do nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviado ao blogue em 26 de Novembro de 2011.


UM NOVO MONUMENTO AOS QUE TOMBARAM PELA PÁTRIA!

Sem utopias e com os pés
Assentes em terra

“Que o sonho comanda a vida…”, este verso da Pedra Filosofal do poeta Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (24 de Novembro de 1906 † 19 de Fevereiro de 1997), professor de Física e Química do Ensino Secundário, sob o pseudónimo de António Gedeão, dá-nos a dimensão do que o homem, querendo, pode comandar a vida, pode sonhar livremente, porque é tão livre como os pássaros do campo.

É utópico, pensará muito boa gente, que o país estando na crise que está, venham estes “velhos”, passados mais de 37 anos do fim da guerra, querer gastar dinheiro, que custa tanto a ganhar, para erguer monumentos com o “nome dos mortos”.
Só que, “estes mortos, são os nossos mortos”. Eles saíram do povo a que, todos nós, pertencemos. Eles deixaram os pais e os irmãos, nalguns casos a mulher e os filhos. Abandonaram os campos e as fábricas; abandonaram os escritórios e as escolas. Vestiram a farda militar, tomaram as armas nas suas mãos e partiram para África.
Eles foram/são aqueles que, connosco, os seus camaradas, formaram uma nova família, tão unida, que nem a morte nos conseguiu fazer esquecer a sua existência e o seu altruísmo. Altruísmo, dignidade e honra, porque levaram ao extremo o seu sacrifico e a palavra jurada sobre a Bandeira da Pátria, de a defender até à última gota de sangue.

Poderão vir dizer que agora, nesta altura de crise financeira, não é a melhor altura para obras, para melhoramentos, para memórias.
Mas, também, se pode pôr a questão: há algum período da nossa História Pátria, em que não houvesse períodos de crise?
Não, porque aqui e agora, não falamos de crise mas de crises. Não há só a crise financeira, que obriga a repensar procedimentos e o “apertar do cinto” na expressão popular; há a crise de valores, que pode ser uma das razões para que o Monumento aos Combatentes do Ultramar, ainda não exista; há crises de “querer” e crises de “crer”.

Esta ano, em que lembramos que foi há 50 anos que as Campanhas de África, a Guerra do Ultramar começou, existem muitas autarquias, mesmo ao nível de freguesia, que levantam memoriais, mesmo que singelos, lembrando os “Filhos da Terra” para que o futuro não os esqueça.

Poderia ser sentido como insensibilidade, dos Municípios aqui referidos (Loures e Odivelas), para com os “Seus Filhos” se, dentro de algum tempo, breve necessariamente porque a vida não pára, um grupo de Combatentes ou cidadãos solicitasse autorização para colocar, num local público, uma lápide que recordasse “aqueles que por obras valorosas, como a defesa da Pátria, se libertaram da lei da morte”. Passariam a ser, por ausência dos seus nomes, mais soldados nascidos nestas terras, cujos nomes seriam olvidados, tendo oferecido a sua juventude à Pátria e vendo os seus camaradas tombarem em nome dela.

A cerimónia sugerida no capítulo anterior, não será, obrigatoriamente, o tipo de cerimónia a ter lugar na altura da inauguração. Basta que, ainda que limitado em número, haja uma força militar que preste as Honras de Ordenança, e um clarim que execute a Marcha da Continência, em louvor dos Tombados em Campanha.

Cabe aqui, como nota final, um poema de António Botto (1897-1959).

Ó Pátria mil vezes santa,
- Meu Portugal, minha terra,
Onde vivo e onde nasci

Na tua História me perco,
e nela tudo aprendi.

Mesmo que fosses pequena
E eu te visse pobre e nua,
- Ninguém ama a sua Pátria por ser grande,
Mas sim por ser sua!

José Marcelino Martins
Fur. Mil. Trms. Infantaria
Combatente na Guiné
Junho de 1968 a Junho de 1970
josesmmartins@sapo.pt

Loures 10 de Abril de 2011 > Homenagem junto ao Monumentos aos Mortos da Grande Guerra > Toque de “Mortos em Combate”.
© Foto Hugo Gonçalves (LC)
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Nota de CV:

Vd. postes da série de:

6 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9143: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (1) (José Martins)

8 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9156: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (2) (José Martins)

10 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9174: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (3) (José Martins)
e
12 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9187: Um novo Monumento aos que tombaram pela Pátria, aos que construíram uma terra (4) (José Martins)

Guiné 63/74 - P9199: O Nosso Livro de Visitas (119): João Gabriel Sacôto Martins Fernandes, ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66)

1. Mensagem enviada ao nosso Blogue em 6 de Dezembro de 2011 por João Gabriel Sacôto Martins Fernandes (ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66):

Boa noite Luís:
O meu nome é João Gabriel Sacôto Martins Fernandes. Em vários ambientes profissionais e institucionais o mais usado é Sacôto.

Estive na Guiné, Catió e Ilha do Como Cachil, entre 1964 e 1966, com o posto de alferes miliciano, CC 617 BC 619.

Terminei a minha actividade profissional em 1998, como Comandante da TAP.

Acabei de ter conhecimento do vosso Blog, através de informação dada por um amigo, camarada furriel miliciano que serviu na minha Companhia.

Só tive ocasião de passar os olhos muito rapidamente pelo blog e o sentimento que me despertou, levou-me imediatamente a enviar-lhe este e-mail para num primeiro grito dizer-lhe estou aqui e também quero ser um camarada da Guiné.

Cumprimentos,
João Sacôto


2. Comentário de CV:

Caro camarada João Sacôto, incumbiu-me Luís Graça de dar resposta à tua mensagem.

Não estranhes o tratamento informal por tu, mas é o usual entre a tertúlia deste Blogue, também conhecido por Tabanca Grande. Uma vez que somos uma comunidade  de camaradas ex-combatentes que fez a sua guerra na Guiné, não nos pode diferenciar o antigo posto militar, as habilitações, a profissão, a idade e qualquer outra classificação social. Qualquer tertuliano que tenha pisado aquele chão africano, atravessado as mesmas bolanhas, sentido aquele calor húmido e pegajoso, sofrido na pele e no estômago as mesmas privações, está ao nível dos demais.

Posto isto, perante a tua mensagem, o Luís sugere que te juntes a nós, pois todos seremos poucos para contar às próximas gerações a guerra que travámos, com mais ou menos convicção, mas com grande espírito de sacrifício, como provam as estatísticas. Quase uma dezena de milhares de mortos e centenas de milhares de feridos e doentes crónicos.

Para formalizares a tua adesão à tertúlia, envia-nos uma foto do teu tempo de Guiné e outra actual, tipo passe de preferência, em formato JPEG. Fala-nos da tua Unidade, quando foi formada, datas de ida e regresso, locais por onde andaram, etc. Podes contar uma pequena história de apresentação e/ou falares um pouco mais de ti.

No lado esquerdo da nossa página tens alguma leitura de ordem informativa onde poderás encontrar as nossas normas de conduta, o que se pretende deste Blogue e esclarecimentos úteis diversos.

Ficamos a aguardar o teu próximo contacto, já com o envio das fotos da ordem.

Em nome da tertúlia e dos editores fica aqui um abraço para ti.
Carlos Vinhal
Co-editor
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8956: O Nosso Livro de Visitas (118): Cândido Filipe da Cunha, ex-Fur Mil da CART 11 (CART 2479) (Canquelifá)

Guiné 63/74 - P9198: Tabanca Grande (311): Adriano Lopes dos Santos Neto, ex-Fur Mil da CART 3521 (Piche) e CCAÇ 11 (Paunca), 1971/74

1. No dia 30 de Novembro de 2011 chegou ao nosso Blogue este primeiro contacto do nosso novo tertuliano Adriano Neto:

Caro Luis,
Desde 2009 que sou um visitante assíduo do blogue criado e editado pela tua pessoa.
Também como combatente, de 29/12/1971 a 22/01/1974, vivi nessas terras da Guiné, minutos, horas e dias que pareciam não mais ter fim.

Chegou o dia de também querer fazer parte dessa Tabanca Grande, para tal gostava de saber; como e o que devo fazer para me registar no blogue.

Aguardo com expectativa a tua resposta.
Um abraço
Adriano Neto
Ex-Furriel Miliciano


2. No dia 4 de Dezembro foi enviada resposta ao nosso novo camarada:

Caro camarada Neto
Muito obrigado pelo teu contacto e por seres nosso atento visitador.
Chegou a hora de te juntares a nós e de contares à tertúlia as tuas memórias e mostrares as tuas fotos.
Que precisamos?
Manda uma foto tua do teu tempo de Guiné e outra actual, de preferência tipo passe, para encimarem os teus postes.
Diz-nos o teu antigo posto, especialidade, Companhia e Batalhão se for o caso, datas de ida e volta, os chãos que palmilhaste e outros pormenores que julgues que possamos saber de ti.
Escreve para já uma pequena história de apresentação sobre ti ou sobre a tua unidade, junta alguma foto se tiveres. Não esqueças que as fotos devem trazer sempre a respectiva legenda para sabermos quem está nela, local, situação, etc.

A tua correspondência dever ser sempre enviada para luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com e para um dos editores, a saber:
Carlos Vinhal - carlos.vinhal@gmail.com
Eduardo Magalhães - magalhaesribeiro04@gmail.com

Vamos então ficar à espera do teu novo contacto.
Recebe desde já um abraço em nome dos editores.
O teu camarada e novo amigo
Carlos Vinhal


3. No dia 12 de Dezembro recebemos este mail do nosso camarada Adriano Lopes dos Santos Neto, ex-Fur Mil da CART 3521 (Piche) e CCAÇ 11 (Paunca), 1971/74:

Camarada Luis,
Obrigado pela rápida resposta.
Passo à apresentação:

Adriano Lopes dos Santos Neto
Posto - Ex-Furriel Miliciano
Especialidade - Atirador de Artilharia
Companhia - CART 3521 e CCAÇ 11

Depois de ter terminado a 26 de Junho de 1971 o 2.º ciclo de Sargentos Milicianos de Artilharia (Atirador de Artilharia) na EPA Vendas Novas, fui colocado no GACA 2 Torres Novas. Foi nesta Unidade que me chegou a informação do destino africano que me foi atribuído.

Em Agosto/Setembro foi-me passada a guia de marcha para o RAP 2, Serra do Pilar, Vila Nova de Gaia, cujo objectivo seria a formação da CART 3521 e a preparação para o melhor desempenho nas bolanhas da Guiné. Tudo isto se passou até 21/12/1971.

No dia 22/12/1971, depois de cumpridas todas as formalidade que eram obrigatórias, eu bem como todo o pessoal da CART 3521 e do BART 3873, fomos metidos no navio NIASSA rumo à Guiné, onde chegámos no dia 29/12/1971.

A CART 3521 não fazia parte do BART 3873, pois foi formada e mobilizada como uma Companhia Independente, contudo, se a memória não me falha, logo que chegámos a Bissau o destino foi o mesmo, apanhar uma LDG direitinhos a Bolama onde durante um mês fizémos o IAO.

Findo o IAO e de novo de LDG, à data o melhor meio de transporte, rumámos até ao Xime. Daqui o BART
3873 seguiu para Bambadinca e a CART 3521 para Piche, onde passa a fazer o seu Quartel General.

Como já disse, a CART 3521 foi mobilizada como uma Companhia Independente (intervenção), deste modo estava à disposição do Batalhão de Piche e Nova Lamego, sendo o Leste toda a nossa zona de acção, melhor dizendo, estaríamos onde fosse preciso.

Foi assim que de Piche efectuámos colunas, operações, patrulhas nas zonas de Buruntuma, Canquelifá, Nova Lamego, Bafatá, etc, etc., não esquecendo a segurança diária à Tecnil (empresa que construía a estrada para ligar Piche a Buruntuma). Foi esta a actividade da Companhia até ao dia em que recebi a informação que iria ser destacado para a CCAÇ 11, Paunca.

Nestes meses árduos e brutalmente desgastantes já a Companhia tinha duas baixas. A primeira por acidente com arma de fogo, a segunda vítima de ataque de abelhas na Operação Topázio Maior, (já identificados pelo camarada Henrique Castro também da Companhia).

Finais de Junho meados de Julho de 1972, (não tenho a data registada), deixo a CART 3521 e rumo para os chãos de Paunca, passando a integrar a Companhia de Africanos CCAÇ 11, onde permaneci até ao fim da comissão. Na CCAÇ 11, bem como em todas as Compahias Africanas, todo o pessoal à excepção dos graduados e especialistas, eram de origem Guineense. Com este pessoal contruí uma camaradagem sã, tenho saudades de alguns momentos, pese embora também tenha tido alguns conflitos que pontualmente foram resolvidos. Após a Independência não sei o que lhes aconteceu, mas lamento que possam ter sido abandonados.

Nos meses em que estive na CCAÇ 11 a Companhia sofreu três mortos, 01/02/1973 Mamadu Embaló, acidente com viatura NT, que ia socorrer o grupo de combate que tinha sido flagelado, 15/06/1973 Boido Baldé e Saliu Baldé rebentamento de minas anti-carro quando faziam a picagem do trilho.

Em Dezembro de 1973 deixei as terras de Paunca e regressei a Bissau, sem mais voltar à CART 3521, Companhia a que pertencia. Para trás ficavam os chãos onde vivi noites e dias de boas memórias, mas também episódios que jamais esquecerei. Apenas vou referir um; não tenho o dia registado, mas de manhã cedo saímos em coluna militar e civíl de Paunca para Bafatá, via Nova Lamego, na ida tudo bem, no regresso e já bem perto de Paunca 2 a 3Km, uma viatura Berliet, penultíma da coluna, bem carregada de sacos de areia, que era comum, e de arroz que tinhamos recolhido em Bafatá, rebenta uma mina anti-carro de uma potência brutal. Eu e os camaradas que seguíamos na viatura saímos ilesos de quaisquer ferimentos, milagre, pois a viatura ficou com o rodado esquerdo literalmente destruído.

Em Bissau aguardei ansiosamente pelo regresso, prometido para o dia 19/01/1974, em vôo da FAP.
No dia 19/01/1974 de manhã cêdo eu e outros camaradas fomos direitinhos a Bissalanca, cêdo porque se podia fazer tarde, para apanhar um Noratlas que iria chegar de Lisboa. Iria chegar mas não chegou! Depois de 2 horas de espera fomos informados que por motivos técnicos não levantou de Lisboa e não se sabia o dia em voltaria a fazer a viagem.

Desespero total, mais tempo na Guiné não, apanhei um táxi popular que só parou em frente aos escritórios da TAP, onde fiz a reserva para o 1.º voo que saísse de Bissau.

Foi assim, pagando a minha viagem, que no dia 22/01/1974 deixei as terras da Guiné com destino a Lisboa, com um desvio e aterragem em Faro por não haver condições na Portela.

Termino com um abraço do tamanho da Guiné, para todos os ex-combatentes da Guiné e um do tamanho do Mundo para a Tabanca Grande.
Ex-Furriel Neto

CART 3521 > Desfile em Bolama no fim do IAO

Tabanca nos arredores de Piche > Trabalho de Psico

Em Piche, sensação de proteção. Estas Chaimites eram temidas pelo IN

Aquartelamento de Canquelifá. Eu do lado direito, Furriel Ribeiro e pretinho que ficou orfão de pais num ataque ao quartel

Burumtuma eu e o Furriel Ribeiro. São visíveis os estragos provocados pelo ataque do IN uns dias antes da nossa chegada. Daí a necessidade do nosso apoio na zona

Capelinha em Buruntuma. Eu depois de um agradecimento à Virgem Maria

Já estou em terras de Paunca, mas não sei o que estou a fazer. Será que vimos da caça!

Em Paunca Natal de 1972. A refeição não é de bacalhau, mas sim leitão preparado pelo pessoal

Paunca > Alguns furriéis da CCAÇ 11. O único que é da Guiné (cabo-verdiano) é o Reis Pires primeiro lado direito


4. Comentário de CV:

Caro Neto, só duas palavras para te dar as boas vindas ao Blogue, a esta Tabanca, ou Caserna virtual, onde o que nos une é muito, porque todos pisámos aquela terra vermelha, atravessámos bolanhas, suamos debaixo do mesmo sol escaldante, sofremos privações semelhantes e deixámos por lá o nosso suor e alguns até o sangue.

Aqui não conta a idade, o sexo, as habilitações literárias ou posição social/profissional. Tratamo-nos todos por tu, porque a amizade e camaradagem assim o impõem. Não impede isto, o respeito e a aceitação da diferença de opinião. Discutir sempre que se julgue oportuno e necessário, evitando o confronto directo e de tom agressivo e provocatório.

Esperamos a tua regular colaboração de acordo com a tua disponibilidade.

Em nome da tertúlia e dos editores, deixo-te um abraço de boas vindas.
Carlos Vinhal
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 13 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9194: Tabanca Grande (310): Luís Gonçalves Vaz, professor, filho do Cor CEM Henrique Vaz (1922-2001)