1. Mensagem do nosso camarada e amigo António Graça Abreu, com data de 1 de Dezembro:
Assunto - Ciclo Conferências "A Poesia e a Liberdade" na BMRR
Luís, caríssimo: Podes dar divulgação da minha conferência entre o nosso pessoal ?
Agradeço muito. (...) Forte abraço amigo,
António Graça de Abreu
2. Anúncio do PEN Club Português:
Prezados Consócios,
No final de uma série de conferências que constituíram um verdadeiro exercício de prática poética em numerosas modulações de assinalável qualidade, temos o prazer de anunciar a última intervenção, que nos apresentará esse verdadeiro Outro linguístico e poético, a
descobrir pela mão de quem conhece profundamente a cultura e literatura
chinesas.
Contamos com a vossa presença!
Saudações muito cordiais,
A Direcção do PEN
Conferência: "Traduzir os poetas da China, tradução, reinvenção e fascínios"
Local: Biblioteca Museu República e Resistência
CMLX | DMC | DAC | Divisão de Rede de Bibliotecas
Rua Alberto de Sousa,
nº 10A - 1600-002 Lisboa
Telefone: 21 7802760
http://blx.cm-lisboa.pt
3. O nosso querido camarada e amigo António Graça de Abreu (AGA) [, aqui na foto à esquerda com a esposa, a dra. Hai Yan ] gostaria, mais uma vez, de poder contactar com a presença dos amigos e camaradas da Guiné na sua conferência, no Biblioteca Museu República e Resistência (BRRR)...A entrada é livre.
O nosso AGA é um conhecido sinófilo: ele auto-intitula-se "sínico mas não cínico", e tem vindo a traduzir alguns dos maiores poetas clássicos chineses.
Permitam-me que destaque, entre outros, o seu livro, publicado pelo Instituto Cultural de Macau, Poemas de Li Bai - tradução, prefácio e notas de António Graça de Abreu, 2ª edição (revista e aumentada), 1999. (1ª edição, 1990). Este trabalho mereceu-lhe o Grande Prémio de Tradução da Associação Portuguesa de Tradutores e do Pen Club, 1991.
Teve a gentileza de me oferecer um exemplar autografado desta 2ª edição, com as seguintes simpáticas palavras: "Ao Luís Graça, estes poemas de paz de um homem e chinês do Séc. VIII que, como nós, também conheceu a guerra. A Afmiração, a amizade do António Graça de Abreu, Estoril, Fev. 2010"...
Para que não se diga que estas coisas não têm nada a ver connosco... e com a nossa Guiné, aqui vai um dos poemas, deste poeta maior, universal, em cuja poesia a guerra, a liberdade, a solidão e o amor são referências muito fortes...
Para além da Grande Muralha
Ele monta um cavalo branco junto ao Fortim Dourado,
ela vagueia em sonhos entre nuvens e areias do deserto.
Insustentável tristeza ao pensar
no guerreiro amado, lá longe na fronteira.
Pirilampos, voando ao acaso, invadem sua janela,
lenta, a Lua atravessa o céu, sobre os seus aposentos.
Esfarrapam-se as folhas de paulóvnia verde,
rebentaram, secaram os ramos de vime tenro.
Todos os dias, em segredo, ela chora,
embora saiba que todas as lágrimas são inúteis.
Li Bai
In: Poemas de Li Bai, 2ª ed., 1999, p. 257. (trad. de António Graça de Abreu).
4. Sublime: Todos os dias, em segredo, ela chora,/ embora saiba que todas as lágrimas são inúteis. Isto é poesia, meus amigos, com 14 séculos em cima (neste cantinho à beira mar plantado, no Séc. VIII, já andavam por cá os mouros, com os seus guerreiros mas também com os seus poetas)...
Acrescenta o nosso AGA, em rodapé, no supracitado livro, a seguinte nota erudita:
"O tema da mulher que aguarda, triste, o regresso do seu amado que partiu para a guerra com os bárbaros do Norte, surge com frequência na poesia de Li Bai e de outros poetas da dinastia Tang [618-906]. Com aspectos diferentes encontramo-lo na nossa poesia medieval quando o fossado, as expedições guerreiras contra os mouros, levavam os soldados para longe das suas companheiras".
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Nota do editor:
Último poste da série > 13 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9037: Os nossos Seres, Saberes e Lazeres (38): Palavras de um senhor defunto, um livro de Mário Serra de Oliveira (5)
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