sexta-feira, 9 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13119: Notas de leitura (587): "Um Sorriso para a Democracia na Guiné-Bissau", por Onofre dos Santos (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 13 de Novembro de 2013:

Queridos amigos,
O Dr. Onofre dos Santos participou em vários atos eleitorais na Guiné-Bissau, em 1994 e depois no período de 2003-2005. É um amante fervoroso da Guiné e não o disfarça.
Este livro reporta-se às eleições de 1994, são minuciosamente versadas, mostra-se a legislação, os partidos em competição, a estimulante educação cívica desenvolvida no período que procedeu o ato eleitoral, ouvem-se os comentários e os sonhos por quem suspirava por aquela ansiada alvorada democrática, pois pareciam franqueadas as portas da democracia multipartidária. Este livro é um testemunho e um registo e uma referência obrigatória para o estudo do que aconteceu na Guiné-Bissau entre 1991 e 1994.

Um abraço do
Mário


Um sorriso para a democracia na Guiné-Bissau, por Onofre dos Santos

Beja Santos

De Onofre dos Santos já aqui se fez recensão ao seu importante livro “Eleições em tempo de cólera”(*), de 2006, a reunião das suas lembranças do período em que viveu na Guiné-Bissau entre 2003 e 2005. Anteriormente Onofre dos Santos estivera na Guiné-Bissau na Missão de Observação Eleitoral das Nações Unidas a propósito das eleições de 1994 que pareciam marcar definitivamente a entrada da república da Guiné-Bissau no quadro dos países africanos em busca de uma legitimidade democrática fundada na livre escolha dos eleitores. É dessas eleições que ele escreveu o livro “Um sorriso para a democracia na Guiné-Bissau”, edição de autor, 1996.

Como ele escreve à guisa de introdução, a Guiné-Bissau era o penúltimo dos cinco PALOP a adotar um figurino democrático depois de uma década e meia de sistema de partido único. Nas eleições presidenciais houve segunda volta entre Nino Vieira e Koumba Yalá, foi um processo vibrante e com consequências no futuro. Para se chegar a essas eleições, durante três anos e meio decorreu um processo de democratização que começou pelo reconhecimento da democracia multipartidária, foram produzidas várias leis constitucionais, alterou-se a lei da imprensa, o estatuto dos jornalistas, regulou-se o acesso dos partidos políticos aos meios de comunicação social, aprovou-se a liberdade sindical, etc. Entrou em funcionamento uma Comissão Multipartidária de Transição para preparar a realização de eleições. É possível imaginar as polémicas e fricções que este processo de democratização suscitou, tanto na Assembleia Nacional Popular como nos partidos políticos.

Em 1993 foi criada a Comissão Nacional de Eleições, surgiu apoio da comunidade internacional, mormente para o financiamento do recenseamento e montagem de todo o aparelho eleitoral. Onofre dos Santos depois de apresentar este cenário onde iriam decorrer as eleições de 1994, apresentou o país de uma síntese. É desse punhado de reflexões que se retira o que ele escreveu sobre a integração falhada de Cabo Verde: “A falhada experiência de integração, projetada no próprio nome do PAIGC, nascera de um objetivo anticolonial, confirmado por uma luta sangrenta travada nas florestas da Guiné-Bissau, na qual os cabo-verdianos tiveram uma ação relevante.

A experiência colonial conjunta, a unidade cultural e étnica e o imperativo pan-africanista da unidade do continente africano, os laços seculares entre os dois países não foram suficientes para superar o ressentimento latente e profundo em relação aos cabo-verdianos, associados à presença colonial portuguesa de quem ao longo de um século foram os melhores agentes, em consequência do relativamente alto índice de alfabetização no arquipélago, onde todos os habitantes eram arbitrariamente classificados como civilizados e gozavam, pelo menos teoricamente, do mesmo estatuto legal que os portugueses metropolitanos.

De facto, a experiência colonial de Guiné e Cabo Verde, embora conjunta, teve traços de caracterização que as diferenciou, nomeadamente a interiorização pela elite colonial educada e predominantemente mestiça, da maioria dos pressupostos racistas de superioridades veiculados pela função civilizadora portuguesa e tanto bastou para que a clivagem se tornasse num fosse que desde a ascensão às independências respetivas impediu a sua maior aproximação e unificação”.

Onofre dos Santos dá-nos no seu livro um quadro abrangente do leque partidário e respetivos dirigentes, aflora as difíceis alianças a que não seriam alheios os fenómenos da fulanização e da falta de clarificação ideológica. Define depois o trabalho da Comissão Nacional de Eleições, como se processou o recenseamento eleitoral e dificuldades sentidas, como se pôs em prática um programa de educação cívica com a colaboração dos média e de formadores nas tabancas. A rádio teve um papel crucial tanto no recenseamento como na campanha e no acompanhamento minuto a minuto do ato eleitoral. A Comissão Nacional de Eleições produziu banda desenhada intitulada “A decisão está em ti” e que fazia parte do programa de educação física extensivo a todo o país. Segue-se uma apresentação quanto ao modo como a comunidade internacional interveio e apoiou o processo eleitoral. Na sequência desta exposição, o autor apresenta o sistema eleitoral, o controlo e fiscalização dos partidos políticos e o papel dos órgãos jurídicos, a que se segue uma curta abordagem sobre o papel dos observadores no processo eleitoral.

É do maior interesse o conjunto de referências que o autor apresenta sobre comentários dos candidatos como Nino Vieira, Cadogo (Carlos Domingos Gomes), Koumba Yalá, Victor Saúde Maria, François Mendy entre outros, fala-se de incompetência, violação dos direitos elementares, desastre económico, corrupção, promessas de paz e estabilidade, etc.

Entramos nas eleições legislativas e primeira volta das presidenciais, no caso das primeiras surgem reações, torna-se notório o fenómeno Koumba Yalá que procurou juntar todas as forças oponentes ao PAIGC logo que se soube que o PAIGC tivera mais votos que Nino Vieira, exigindo uma segunda volta. O PAIGC teve uma maioria de 62 lugares entre os 100 do parlamento com apenas 37 % dos votos obtidos. A Resistência da Guiné-Bissau – Movimento Bafatá teve 19 lugares e o PRS – Partido da Renovação Social 12. Quanto às presidenciais da primeira volta, Nino obteve 46,20 % e Koumba Yalá 21, 88%. Ia seguir-se o duelo entre Nino e Koumba, o fator étnico entrou em ação, houve mesmo pronúncios de violência e chegou a segunda volta das presidenciais em que as chuvas de Agosto dificultaram o acesso dos eleitores em certas zonas do país. Nino Vieira foi o vencedor com mais de 12 mil votos de diferença. A declaração final de Koumba teve a maior importância para o regresso à calma dos espíritos: “Estou contente, porque finalmente o povo da Guiné vai conquistar a liberdade”. Mas essa declaração não iludia a referência a atos de repressão e intimidação, arbitrariedades e corrupção eleitoral. Num surpreendente agradecimento, elogiou Rafael Barbosa, dizendo que na sua pessoa “está refletida a coragem e decisão dos guineenses na luta por dias melhores, em que não haja repressão, abusos, prisões arbitrárias nem quaisquer outros crimes que violem a dignidade da pessoa humana”. E continuou: “Se em termos de números perdi as eleições, em termos políticos ganhei-as largamente pois se o povo guineense mesmo atemorizado pela Segurança do Estado votou massivamente na minha candidatura, livremente ter-me-ia dado uma larga maioria do seu voto. E é essa vitória política que nos vai permitir a conquista de novas vitórias no caminho da democratização e construção do bem-estar da sociedade guineense juntamente com todos os que me apoiaram no quadro do conjunto da oposição”.

Em 18 de Agosto, tomaram posse os deputados eleitos à nova Assembleia Nacional Popular. Emerge como segunda figura do Estado Malan Bacai Sanhá, elogia-se a transição sem violência e sem ódio, o elevado grau de civismo dos guineenses. Bacai Sanhá comenta: “Esta terá sido a melhor homenagem que podia ser prestada a Amílcar Cabral e a todos os combatentes da liberdade deste país que pode ser pequeno no tamanho e ainda pobre nos seus recursos mas que é muito grande e principalmente rico na unidade que é conseguida na convivência de todos os dias e secular entre guineenses tão diferentes entre si”.

Esta a substância do livro de Onofre dos Santos. Infelizmente, os sonhos de Bacai Sanhá não se confirmaram.


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Notas do editor:

(*) - Vd. postes de:

28 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12908: Notas de leitura (576): "Eleições em tempo de cólera", por Onofre Santos (1) (Mário Beja Santos)
e
31 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12917: Notas de leitura (577): "Eleições em tempo de cólera", por Onofre Santos (2) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 5 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13100: Notas de leitura (586): "O Tráfico de Escravos nos Rios da Guiné e Ilhas de Cabo Verde (1810-1850)", por António Carreira e "Mário Soares e a Revolução", por David Castaño (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P13118: Homenagem póstuma, na sua terra natal, Areia Branca, Lourinhã, 11 de maio próximo, ao sold at cav José Henriques Mateus, da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67), desaparecido em 10/9/1966, no Rio Tompar, no decurso da op Pirilampo. Parte VI: Vinte jovens lourinhanenses morreram na guerra colonial, seis dos quais no TO da Guiné (Jaime Bonifácio Marques da Silva)



Detalhe do cabeçalho do cartaz nº 2,  de uma série de cinco, elaborados por Jaime Bonifácio Marques da Silva, e que vão ser exibidos, no próximo dia 11 de maio, no clube local da Areia Branca Lourinhã, na sessão de homenagem á memória do José Henriques Mateus (1944-1966). Vamos aproveitar alguns elementos dos 5 cartazes, na impossibilidade ténica de os reproduzir na íntegra, de forma legível, e procurando não repetir informação já aqui divulgada. (LG)

1. ENQUADRAMENTO DA HOMENAGEM AO SOLDADO JOSÉ HENRIQUES MATEUS NO CONTEXTO DA EVOCAÇÃO HISTÓRICA DA GUERRA COLONIAL



(Mapa do Império Português existente em todas as Escolas primárias de Portugal até 1974)


1.1 O INÍCIO DA GUERRA EM ÁFRICA


Durante a Guerra em África Portugal mobilizou durante os treze anos do conflito (1961 – 1974) cerca de um milhão de jovens.

Destes, mais de 8 mil tombaram na frente de combate ou em acidentes, cerca de 120 mil foram feridos, 4 mil ficaram estropiados e, estima-se, que cerca de 100 mil ficaram a sofrer de “Stress Pós Traumático de Guerra”.


1961 - ANGOLA: 

Se tem que se apontar uma data para o início da guerra em Angola, a data é 4 de fevereiro de 1961. Nesse dia um grupo de africanos ataca a cadeia de Luanda, matando sete polícias portugueses. Dias depois, a 15 de março, sucedem-se os massacres no Norte levados a cabo pela UPA.

Em Angola as tropas portuguesas tiveram de enfrentar os guerrilheiros de três movimentos nacionalistas diferentes:

- UPA (União da Populações de Angola) que, em 1962, viria a designar-se FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), liderada por Holden Roberto;

- MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola), liderado por Agostinho Neto;

- UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), liderada por Jonas Savimbi.


1963 – GUINÉ: 

Em 23 de janeiro de 1963 inicia-se oficialmente a guerra na Guiné, quando o PAIGC liderado por Amílcar Cabral ataca o quartel de Tite, a Sul de Bissau. Contudo, a primeira ação contra a soberania de Portugal neste território já tinha acontecido em julho de 1961, quando os guerrilheiros do MLG (Movimento de Libertação da Guiné), comandados por François Mendy entraram pela fronteira da GUINÉ com o Senegal e atacaram as povoações de S. Domingos, Suzana e Varela junto à fronteira com o Senegal.

 1964 – MOÇAMBIQUE: 

A 25 de setembro de 1964 dá-se o início da luta armada em Moçambique. A FRELIMO, liderada por Eduardo Mondlane, ataca o quartel de Mueda e proclama a insurreição geral contra a autoridade portuguesa.

A 16 de novembro de 1964 as tropas portuguesas sofrem as primeiras baixas no Norte de Moçambique, na região de Xilama.


1.2 AS CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA PARA OS JOVENS DA LOURINHÃ

Da relação que se anexa verifica-se que, do Concelho da Lourinhã, perderam a vida durante o conflito 20 jovens: 9 em Angola, 5 em Moçambique e 6 na Guiné.

CONCELHO DA LOURINHÃ
RELAÇÃO DOS COMBATENTES FALECIDOS NA GUERRA DO ULTRAMAR
ANGOLA

NOMES
POSTO
FREGUESIA
FALECIMENTO
Joaquim Alexandre Neto Martins
Soldado
Ribamar/C.P. Dinheiro
12.06.1961
João Cláudio Fernandes
Soldado
Atalaia
05.07.1963
Leonel Lourenço dos Santos
Soldado
Marteleira
10.08.1963
João António Fonseca Martins
Soldado
Lourinhã
14.01.1964
Joaquim Domingos Santos Oliveira
Soldado
Reguengo Grande
24.05. 1964
Frutuoso Brás Ferreira
1.º Cabo
Reguengo Grande
30.08.1964
João dos Santos Correia
Soldado
Pena Seca
07.07 1970
Arsénio Bonifácio da Silva
Soldado
Seixal
04.09.1972
Henrique Luís Rodrigues
Soldado
Pena Seca
01.03.1973

MOÇAMBIQUE

NOMES
POSTO
FREGUESIA
FALECIMENTO
Manuel Filipe Henriques
1.º Cabo
Casal das Barrocas
02.10.1967
Henrique Lino Antunes Marques
Furriel
Marteleira
07.02.1968
Avelino augusto Corado
Soldado
Paço
30.10.1969
Jorge Maceira Santos
Soldado
Reguengo Grande
26.09.1970
Israel António Onofre
Alferes
Moita dos Ferreiros
11.01.1972

GUINÉ

NOMES
POSTO
FREGUESIA
FALECIMENTO
José António Canôa Nogueira
Soldado
Lourinhã
23.01.1965
José Henriques Mateus
Soldado
Areia Branca
09.07.1966
Albino Cláudio
Soldado
Ribamar
23.07.1968
Alfredo Manuel Martins Félix
Soldado
Toxofal
26.01.1970
Carlos Alberto Ferreira Martins 
Soldado
Toledo
15.04.1971
José João Marques Agostinho
1.º Cabo
Reguengo Grande
05.05.1973


OBSERVAÇÕES:

Na Guiné, de acordo com este último quadro,  podemos verificar que:

i. Tombaram seis (6) militares: Lourinhã, Areia Branca, Ribamar, Toxofal, Toledo e Reguengo Grande.

ii. De acordo com a lista que consultei no Arquivo Geral do Exército verifica-se que as causas da morte foram: ferimentos em combate, três (3) (José Nogueira, José Agostinho e Carlos Martins); acidente com arma de fogo, um (1) (Albino Cláudio); acidente de viação, um (1) (Alfredo Félix); desaparecido em combate, um (1) (José Mateus).

iii. Quanto à Especialidade e Posto: cinco (5) são atiradores e um (1) é apontador de morteiro – José Nogueira; três (3) são Soldados e um (1) é 1.º Cabo.

iv. Cinco pertencem ao Ramo do Exército e um à Força Aérea – o Paraquedista Carlos Alberto Ferreira Martins.

v. O primeiro militar da Lourinhã a tombar na Guiné foi o soldado José António Canôa Nogueira em 23.1.1965, natural da Vila e o último foi o 1.º Cabo José João Marques Agostinho em 5.5.1973, natural de Reguengo Grande.

Nota:

A este propósito, Luís Graça escreveu: 

“Curvo a cabeça em memória do Mateus e do meu primo Canoa Nogueira, os dois primeiros lourinhanenses a morrer na guerra da Guiné, com um intervalo de ano e meio... E não longe um do outro, na mesma região, Tombali, no mesmo setor, Catió... O Canoa morreu em 23 de janeiro de 1965, em Ganjola, num ataque ao destacamento... Pertencia a um pelotão de morteiros... Era meu primo... E fui ao seu funeral, quatro meses depois... Veio num caixão de chumbo... A sua morte marcou-me muito. Seis dias depois dele morrer, fiz eu 18 anos, a idade de dar o nome para as sortes...
"O Mateus não o conhecia, pessoalmente, embora vivesse a menos de 3 km da Lourinhã...” (In: blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, 21.4.2014).

Guiné 63/74 - P13117: Memória dos lugares (265): Bubaque... e o comandante Pombo, dos TAGP, na Páscoa de 1974 (Luís Gonçalves Vaz)



Guiné > Arquipélago dos Bijagós > lha de Buibaque > "A esposa do coronel Henrique Gonçalves Vaz, os três filhos mais novos e o capitão Pombo, na Pista de Bubaque na Páscoa de 1974... Fotografia de Henrique G. Vaz.

Foto (e legenda): © Luís Gonçalves Vaz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

1. Mensagem do passado dia 7, do nosso amigo Luís Vaz... O texto que a seguir se publica inclui excertos de um conversa que tive com ele, no chat, a propósito do comandante Pombo, dos TAGP:


Data: 7 de Maio de 2014 às 22:24

Assunto: Fotografia com o capitão Pombo


Boa noite: Também gostaria de saber notícias do Sr. Comandante José Luis Pombo (*), pois tive o privilégio de o conhecer e de viajar com ele. Fiz duas viagens entre Bissau e Bubaque, no Arquipélago dos Bijagós, na altura da Páscoa de 1974. (**)

Lembro-me que entre Bubaque e Bissau, tivemos de viajar "rente ao mar" por razões de "segurança de voo" , e deixou-me pilotar (era uma avioneta dos TAGP com dois comandos), apenas não aterrei no Aeroporto, seria bonito! ....

Lembro-me também que a torre de controlo mandou-nos aterrar primeiro, para um Boeing da TAP levantar, que por acaso levava a equipa do Porto que tinha ido jogar a Bissau na altura da Páscoa do ano de 1974.

Tenho uma fotografia com ele, tirada pelo meu pai, junto ao avião, na linda pista de conchas de Bubaque. A forma como ele se fazia à pista, era única e identificava-o logo. Mando de aqui um grande abraço e cumprimentos para este ilustre comandante aviador, conhecido na altura, como "Capitão Pombo". (...)

Ai vai a Fotografia... A legenda é: "A esposa do coronel Henrique Gonçalves Vaz, os três filhos mais novos e o capitão Pombo, na Pista de Bubaque na Páscoa de 1974"... Fotografia de Henrique G. Vaz.

Eu sou o " moreno magrinho do lado esquerdo", ao lado da minha mãe, de óculos escuros. Depois o mano mais velho, a seguir o mais novo e por fim o piloto... O de caracois é o António, tinha 15 anos, e o mais novo o Paulo, tinha 11 anos...

Adorei, estive lá uma semana!, pois a viagem tinha sido adiada, devido á Bomba no QG que feriu o meu Pai... Lembro-me que iríamos a 23 de Fevereiro para Bubaque, passar uns dias, e no fim do dia de 22 de Fevereiro PUM...Passado 20 minutos, o meu pai liga a dizer que tinham posto uma bomba junto ao gabinete dele! Passado uma hora chega a casa, "a rir-se", sem lentes nos óculos, com salpicos de sangue junto aos ouvidos e sangue no camufelado...e disse "ainda não é desta que conseguiram"... 

A  minha mãe abraçou-se a ele a chorar... Nunca me esquecerei destes momentos dramáticos... Claro a "Viagem a Bubaque ficou adiada evidentemente, ficou para a altura da Páscoa naquele ano de 1974.

Nos TAGP, o CEM/CTIG só viajava com este aviador, pois era "seguro",  "muito competente" e "topo de gama"...

Nem imaginas a nossa viagem à Ponta do Biombo, no regresso à noite, passamos no meio do mato, por uma "massa de gente", que eu pensei que ia morrer! ... Mas esta estória irá dar um Artigo, mais lá para a frente, ok?

Guiné 63/74 - P13116: Homenagem póstuma, na sua terra natal, Areia Branca, Lourinhã, 11 de maio próximo, ao sold at cav José Henriques Mateus, da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67), desaparecido em 10/9/1966, no Rio Tompar, no decurso da op Pirilampo. Parte V: Dever de memória e de cidadania (Jaime Bonifácio Marques da Silva)


Detalhe do cartaz nº 1, de cinco,  elaborados por Jaime Bonifácio Marques da Silva, e que vão ser exibidos, no próximo dia 11 de maio, no clube local da Areia Branca Lourinhã, na sessão de homenagem á memória do José Henriques Mateus (1944-1966). Vamos aproveitar alguns elementos dos 5 cartazes, na impossibilidade ténica de os reproduzir na íntegra, de forma legível, e procurando não repetir informação já aqui divulgada. (LG)


Nota introdutória 

A Guerra de África, Guerra do Ultramar ou Guerra Colonial (designação oficial portuguesa até ao 25 de Abril de 1974) ou, ainda, Guerra de Libertação (designação utilizada pelos movimentos africanos independentistas) desenrolou-se entre 1961 e 1974 em África, em três teatros de operações diferentes: Angola (1961), Guiné (1963) e Moçambique (1964).

Poderemos interrogar-nos hoje, cinquenta e três anos depois do início da Guerra em Angola, cinquenta e um na Guiné e cinquenta em Moçambique, da oportunidade de resgatar, sob o ponto de vista histórico, a memória daqueles que foram obrigados a fazer a guerra, sacrificando, muitos deles, a sua própria vida em nome de Portugal, como foi o caso do José Henriques Mateus, nosso conterrâneo.

A Comissão Organizadora e os seus colegas da Escola Primária do Seixal acreditam que esta evocação histórica da memória dos que tombaram em nome de Portugal tem todo o sentido e justifica-se.

Acreditamos que o resgate da memória das causas, consequências e incidências vividas pelos combatentes participantes na Guerra do Ultramar, e neste caso particular, pelos naturais do concelho da Lourinhã, é um ato de cidadania e deve ser uma obrigação das instituições governamentais a nível nacional, regional e local.

Será este, o nosso propósito: o de não fazer esquecer as consequências do flagelo da Guerra Colonial e de lutar contra a cultura do esquecimento que se instalou em Portugal após o final da Guerra Colonial contra “aqueles a quem Portugal tudo exigiu”.

Disse alguém: “Só existe uma coisa mais terrível do que uma guerra, fazer de conta que ela nunca aconteceu”.

Por tudo isto e porque Portugal comemora neste ano de 2014 os quarenta anos da Revolução de 25 de Abril de 1974 que colocou um ponto final nas Guerra em África, estamos certos que o Povo do Lugar da Areia Branca ao homenagear a memória de um dos seus filhos da terra cumpre com o seu dever de cidadania, não só, perante a memória dos que tombaram, mas também, dando um exemplo de solidariedade às gerações mais jovens.

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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13111: Homenagem póstuma, na sua terra natal, Areia Branca, Lourinhã, 11 de maio próximo, ao sold at cav José Henriques Mateus, da CCAV 1484 (Nhacra e Catió, 1965/67), desaparecido em 10/9/1966, no Rio Tompar, no decurso da op Pirilampo. Parte IV: Programa + Cinco Cartazes: "Pior do que a guerra, é fazer de conta que ela nunca existiu" (Jaime Bonifácio Marques da Silva)

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13115: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (28): Caldas da Rainha onde frequentei o 1.º Ciclo do Curso de Sargentos Milicianos até me magoar, baixar ao HMP e regressar a casa com licença registada (António Tavares)

Estação dos combóios da Caldas da Rainha

1. Mensagem do nosso camarada António Tavares (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), com data de 1 de Maio de 2014:

Caro Vinhal,
Junto envio três fotografias e um texto sobre a minha passagem nas Caldas da Rainha.
Abraço de amizade
António Tavares


Foz do Douro – Caldas da Rainha 

Ao ler o Post 12597 recordei a minha primeira viagem de comboio, na qualidade de soldado, com partida da estação de Porto - Campanhã.

A viagem foi atribulada com mudanças de comboio e excesso de mancebos nas carruagens mas tive de aguentar porque tinha sido alistado em 8 de Junho de 1968.

Chegados ao princípio da noite à estação da CP das Caldas da Rainha tínhamos entre outros um senhor, cego de nascença, à nossa espera. Oferecia alojamento.
O dito senhor depois de ter acertado o preço da dormida, naquela friíssima noite de 7 de Janeiro de 1969, conduziu-nos à sua habitação. Na distribuição dos quartos de casal fiquei com um conterrâneo. Ele conseguiu dormir, eu não.

Na manhã de quarta-feira 8 de Janeiro apresentei-me no Regimento de Infantaria nº 5 para a frequência do 1º Ciclo do Curso de Sargentos Milicianos. Deram-me alojamento na 4ª Companhia e o Posto de Soldado Recruta com o número 615/69. O meu primeiro número na tropa.

Desde logo apreendi que um militar da classe Praças era um número. O nome ficava à Porta de Armas. As roupas foram distribuídas ao acaso, isto é, o soldado instruendo em fila recebia dois pares de botas, um par de sapatilhas, uma farda de trabalho, etc… sem olharem às medidas de cada um. As trocas eram feitas entre os soldados mas era difícil acertarmos nas medidas.

A primeira noite passada no quartel foi aterradora para a maioria dos instruendos. Muitos choros se ouviram. Eu cansado consegui dormir menos mal. O ano de 1969 teve um Inverno rigoroso. Foi o ano do terramoto em Fevereiro.

Na manhã seguinte dada a alvorada às 6 horas e feita a higiene pessoal havia a formatura geral da Companhia junto à porta da caserna. Era tão escuro, frio e chuva, na maioria dos dias, que somente os instruendos que estavam na fila da frente tinham de ficar em boa ordem. Os restantes encostavam-se uns aos outros para protegerem-se do frio e da chuva. Esta entrava pelo pescoço, escorria pelo corpo e depositava-se dentro das botas. Os instrutores davam as ordens abrigados e assim não conseguiam ver todos os elementos do pelotão e pouco ou nada se molhavam.

Certa manhã andava o pelotão a apreender a acertar o passo sob uma chuva intensa quando um Major passou num veículo Volkswagen preto, parou, repreendeu o instrutor e mandou abrigar os instruendos. Um determinado dia na instrução aleijei-me. Levado para a enfermaria aí repousei 7 dias ao fim dos quais fui transportado numa ambulância Volkswagen para Lisboa. Fui acompanhado com outros instruendos por motivos idênticos. Do Hospital Militar Principal, à Estrela, fui parar ao Anexo, em Campolide - “Texas” - onde estive internado 6 dias. Nesta viagem os camaradas eram outros, entre os quais um militar da GNR. No dia da alta ao chegar a Santa Apolónia o último comboio com destino às Caldas da Rainha tinha acabado de partir. Telefonei para o quartel a dar conta da ocorrência. Na manhã do dia seguinte apanhei o comboio para as Caldas da Rainha. Ao apresentar-me ao Oficial de Dia, este de imediato deu-me ordem de prisão porque tinha de estar no quartel no dia anterior.

- Eu, preso? Porquê?

Tinha cometido um crime! Não compreendi porque há dias era bem comportado e colocado na 2ª classe de comportamento e naquele dia era um criminoso. Pelo quartel andei, de seca para Meca, até que os senhores me passaram uma licença. Eu disse adeus ao RI 5, que marcou a minha presença, sem qualquer punição. Recebi 2$50 - dois escudos e cinquenta centavos - de pré referente ao período em que fui hóspede do RI 5.

Os oficiais que conheci no RI 5:
- Capitão de Infantaria José Máximo Moncada Oliveira e Silva que era o Cmdt. da Companhia.
- Tenente de Infantaria Hermínio Couto Maçãs era o Chefe da Contabilidade.
- Major de Infantaria Manuel José Morgado era o Director de Instrução.
- Coronel de Infantaria Giacomino Mendes Ferrari era o Comandante do RI 5.

Como a Igreja e a Tropa eram inseparáveis tínhamos o Padre Tomás Marques Afonso com a patente de Tenente Capelão.

Assim começou a minha vida de militar que se prolongou por 38 meses, incluída uma permanência de 23 meses, nas matas do leste do Comando Territorial Independente da Guiné, em Galomaro. Passados uns meses no CISMI, em Tavira, comecei da estaca zero nova instrução e com outras aventuras e histórias.


António Tavares
Foz do Douro, 1 de Maio de 2014
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Nota do editor

Último poste da série de 29 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P13068: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (27): Guardo Elvas e as suas gentes no meu coração (Henrique Cerqueira)

Guiné 63/74 – P13114: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (2): Respondam à nossa sondagem, inscrevam-se já e surpreendam-nos com mais um razão a acrescentar às 10 razões fundamentais por que devemos estar todos juntos, em Monte Real, no próximo dia 14 de junho...

Cartaz comemorativo do 10º aniversário do nosso blogue. Design:
Miguel Pessoa (ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74)
1. Mensagem enviada à toda a Tabanca Grande, pelo correio interno:

Amigos/as e camaradas:

Iniciámos, ontem, de manhã, um sondagem, no nosso blogue, que irá decorrer até ao dia 14... Precisamos de fazer uma estimativa do nº de convivas para o nosso próximo encontro, o IX Encontro Nacional da Tabanca Grande, em 14 de junho próximo, em Monte real, Leiria...

É também o encontro comemorativo dos nossos 10 anos de existência como blogue e como comunidade virtual (e real) de antigos combatentes, camaradas (e amigos) da Guiné... Dez anos são o equivalente a 5 comissões de serviço na Guiné... E a guerra, dizem, não demorou muito mais,. se aceitarmos que começou, em Tite,  a 23 de janeiro de 1963...

Eu sei que os tempos não estão fáceis, se é que alguma vez estiveram, desque nos calhou na rifa nascer neste país à beira mar plantado, no final da primeira metade do séc. XX, uns ou no início da segunda metade do séc. XX, outros. Os progenitores não se escolhem nem, com eles, a Pátria e a língua com que se balbuciam as primeiras palavras, as primeiras, as primordiais, as decisivas. Nascemos em Portugal, num tempo difícil, somos portugueses, falamos português (99 e tal por cento dos nossos grã-tabanqueiros) e temos orgulho nisso...

A Tabanca Grande é o ponto de reunião de uma geração em vias de extinção... Um, dia, o último de nós vai mesmo ter que fechar a tampa do caixão... Metaforicamente falando, claro está. O que diremos então  aos nossos filhos, netos e bisnetos ? Há 10 anos que nos preocupamos com isso, e tentamos falar com eles. Com pudor, com discrição, se calhar sem grande eificácia comunicacional... Ou talvez não: há cada vez mais filhos e netos, a perguntar por pais e avós que fizeram a guerra da Guiné, nos já longínquos anos 60/70...

Fomos melhores ou piores que outros pprtugueses de outras gerações ? A dos nossos pais, avós, bisavós... Nem piores nem melhores, simplesmenrte diferentes, com a vantagem de termos, agora com a Internet (que nasceu no início dos anos 1990), um plataforma de diálogo, comunicação, informação, partilha, interação...

Dez anos da Tabanca Grande merecem ser celebrados, mesmo com sacrifício. Já não há almoços (nem encontros) grátis, avisem-nos os econometristas que mandem neste mundo e na nossa terra. Além das 30 morteiradas, temos que pagar combustível e portagens para chegar ao centro da nossa Tabanca Grande que vai ser, mais uma vez, Montre Real.

Ocorreu-me que, mais uma vez, podíamos partilhar jipes, unimogues, berliês, GMC, mercedes, matadores, daimlers, chaimites... Não faz sentido virem dois camaradas de Faro ou de Braganca, cada um no seu carro. Em tempo de guerra, limpam-se armas e poupam-se munições... Façam o favor de comunicar ao nosso Carlos Vinhal que estão na disposição de partilhar as vossas viaturas. Eu posso dar o exemplo...

Por outro lado, eu sei que a concorrência, nestes meses de maio e junho, é feroz... Não há companhia ou batalhão da Guiné que não se reuna, nesta altura do ano, para o tão esperado e apetecido convívio anual a que já não vão comparecer os doentes e os mortos... Somos cada vez menos, nos nossos encontros, por mil e um razões, a começar pela usura do tempo...

Mas ainda há resistentes, resilientes e crentes no futuro... O António Santos, por exemplo, vem este ano mais a sua cara metade e o resto do clâ... Já o ano passado marcou presença, com pompa e circunstância, em Monte Real... Só para ele reservou uma enorme mesa redonda... É um gesto nobre e generoso, que tem de ser desde já reconhecido por todos nós.... Amigos e camaradas, tragam todos os vossos filhos e netos...


Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 8 de junho de 2013 > VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > Almoço convívio > Parte da  família do António Santos (Caneças / Odivelas): na foto só aparece a Graciela, mais a filha, o genro e as netas. Três gerações!...  Este ano (2014) ele inscreveu nove pessoas!... 

Foto (e legenda): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados.

Mas vamos ao assunto que interessa: precisamos de 50 inscrições para garantir a realização do IX Encontro Nacional das Tabanca Grande. Até agora, desde 2006, nunca falhamos por falta de quorum... Já temos 31 inscrições e queremos chegar às 100.

Não deixem para o fim a vossa inscrição.... Não façam como o Zé Portuga que deixa tudo para o fim: o IRS, o euromilhões, a felicidade, o arrependimento, o perdão, o bilhete de viagem para a vida eterna....

Rspondam, por favor à nossa sondagem (em linha, no blogue, ao canto superior da coluna do lado esquerdo...). Precisamos de fazer as nossas contas (*).  E surpreendam-nos com mais uma razão a acrescentar às 10 razões por que devemos estar todos juntos em Monte real, no dia 14 de junho próximo (*)...

Obrigado pela vossa camaradagem e amizade, obrigado pelo vossa camarigagem.

O editor, Luís Graça
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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 30 de abril 2014 > Guiné 63/74 – P13074: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (1): 10 razões para estarmos todos juntos, em Monte Real, no dia de 14 de junho de 2014, sábado, das 10h às 20h…

Guiné 63/74 - P13113: Blogpoesia (381): Gestor de ausências (António Eduardo Ferreira)

1. Mensagem do nosso camarada António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, MansamboFá Mandinga e Bissau, 1972/74), com data de 1 de Maio de 2014:

Amigo Carlos
Boa saúde e esperança, é o que desejo para ti e para os teus, uma e outra, formam algo que a vida tem de melhor. 
Hoje envio-te algumas frases com que muitas vezes somos confrontados quando os anos começam a deixar as suas marcas e, nos transformam de guardador de sonhos em gestor de ausências, que publicarás ou não.
Recebe um abraço.


Gestor de Ausências 

É o tempo que não volta. 
A saúde que nos abandonou. 
Aquela mulher que um dia nos olhou ternamente, 
mas não deixou o seu contacto.
Alguns amigos que supúnhamos ter, 
ao mais leve estremecer se evaporaram.
Alguém que disse sim com a voz… 
e não com o pensamento. 
O passarinho que todos os dias cantava à nossa janela, 
e o gato um dia, devorou.
O nosso amigo que um dia uma mina destroçou.
O caminho por onde passávamos, já lá não está.
Alguém, que era única, e um dia a morte levou.
Ainda há quem diga, ele já nada faz.

António Eduardo Ferreira 
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 Nota do editor

Último poste da série de 28 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P13060: Blogpoesia (380): Tropeço nas palavras (Juvenal Amado)

Guiné 63/74 - P13112: Convívios (592): XXIX Almoço anual da CART 3494, comemorativo do 40.º aniversário do regresso, dia 7 de Junho de 2014 em S. Pedro de Moel

1. Mensagem do nosso camarada Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74), com data de 7 de Maio de 2014:

Caríssimos amigos,
Agradecia o favor de publicitarem mais um convívio da CART 3494, Guiné – Xime e Mansambo DEC71/ABR74, comemoração do quadragésimo aniversário da nossa chegada.

Saudações cordiais,
Sousa de Castro



XXIX CONVÍVIO ANUAL CART 3494

07 Junho de 2014 São Pedro de Moel

Caros colegas e amigos
Passados quarenta anos do nosso regresso à metrópole, o 29.º Almoço de Convívio da nossa Companhia realiza-se no dia 7 de Junho na linda vila de São Pedro de Moel.

Neste evento revemos velhas amizades, recordamos os maus e os bons momentos passados na Guiné, comentamos os anos que já passaram, a velhice que se aproxima e infelizmente falamos dos colegas que já partiram.
Todas estas questões são mais que suficientes para participares neste convívio.


PROGRAMA
12H00 – Local de encontro, Junto Hotel
13H00 – Almoço “Hotel Mar & Sol”

Para chegar ao Hotel:
Vindos do norte, sul ou interior o destino principal é a cidade de Marinha Grande. Chegados à rotunda do Vidreiro deverão tomar a saída para São Pedro de Moel. 
GPS: 39°45'32.68"N 9° 1'54.74"W 
Ver “croqui” em anexo.


EMENTA
Entradas variadas
Sopa de Peixe/Sopa Legumes
Bacalhau com Broa
“Beijinho” de Vitela
Mesa de Doces e Fruta
Bolo de Aniversário
Café e digestivos


PREÇOS 
Adulto – 25€ 
Crianças (4 anos aos 11 anos) – 50% 
Crianças (Até 3 anos) – Grátis. 

Agradecemos a confirmação de presença até ao dia 30 de Maio. 

Contactos: 
António Pereira: 244 881 788 / 914 737 416 
Gregório Santos: 244 768 368 / 912 838 468 
Francisco Pereira: 244 580 643 / 916 363 368

Os colegas que queiram pernoitar no hotel têm um preço especial. 
Quarto duplo (2 pessoas) e pequeno-almoço 70 €. 

GPS: 39°45'32.68" N 9° 1'54.74"W

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Como nota de rodapé aqui fica a notícia veiculada pelo nosso camarada Sousa de Castro sobre o Convívio do BART 3873 a realizar no mesmo dia, mas em S. Pedro do Sul.

Curiosamente, o BART 3873 irá confraternizar no mesmo dia (07JUN14) em S. Pedro do Sul, onde prestarão homenagem, colocando uma placa no cemitério de S. Cruz Trapa, com os dizeres: "Os militares do BART 3873, na Guiné nos anos 1971 a 1974, homenageiam memória do seu CMDT Cor António Tiago Martins".

Contactos: 
António Sequeira Santos :965 803 103 e 
Manuel Gonçalves: 917 887 423
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Nota do editor

Último poste da série de 6 DE MAIO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13108: Convívios (591): Mais um Encontro da Magnífica Tabanca da Linha, no próximo dia 15 de Maio de 2014, no Oitavos, Estrada do Guincho (José Manuel Matos Dinis)