sábado, 19 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13417: Convívios (614): Rescaldo do último Encontro da Tabanca da Linha, levado a efeito no passado dia 17 de Julho de 2014 em Cascais (José Manuel Matos Dinis / Manuel Resende)

1. Texto chegado ao Blogue em mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 18 de Julho de 2014:

O sol brilhava e transmitia quase tanto calor como aquele que nos aquecia nos matos da Guiné. O céu limpo permitia uma extensão visual, que descia da elevação verde onde está implementado Oitavos, e perdia-se no horizonte em rumos para a Madeira, Açores e Novo Mundo. Uma brisa marítima, fresca e agradável, completava um ambiente harmonioso para conviver. Convívio entre amigos. Amizades consolidadas por tantas incertezas e sacrifícios. Se fosse um cronista oficial, poderia dizer, amizades que medraram pela solidariedade patriótica.

Não vem ao caso, mas naquela época ainda não havia offshores, e a trafulhice não era à descarada. Entre nós, alguns de esquerda, onde comecei a dar atenção à política, todos sofríamos por igual, à parte uns bafejados pela cunha que lhes permitia gozarem as delícias de Bissau e arredores curtinhos. Mas a malta aguentava e alimentava a esperança de felicidades futuras. De um modo geral, e apesar das nuvens negras que se adensam sobre os nossos ares, temos vivido com alegrias, que devem sobrepor-se às tristezas, e dão-nos alento para os apetecidos encontros.

Quando lá cheguei com o Mata, viam-se viaturas no estacionamento amplo, mas do pessoal, nicles! Imaginei o pior, que se tinham antecipado numa desenfreada comezaina, e cheguei a recear pela minha parcela da ração. Acentuou-se o receio quando pus o pé no interior, e logo S.Exa. o Senhor Comandante, de rissol em punho fez avançar a proeminente pança, que isso de proeminências não é para todos, só para quem as merece. Um sorrizinho velhaco, e lá se desculpou, que só ele estava a comer, porque tinha jejuado até então. Em linguagem economicista, acho que se pode dizer, que S.Exa. o Senhor Comandante estava a rentabilizar o negócio. Logo a seguir levava outro rissol numa mão, e passeava um copinho com tinto, na outra, que ele orgulha-se de ser ambidestro. Entretanto eu ia levando uns porradões, que é uma forma simpática de cumprimento entre os veteranos. Agora que já dormi com pomadas milagrosas e as dores já amainaram, vou passar ao breve relato.

Fui conhecendo caras novas, quer de piriquitos, quer das respectivas piriquitas, todos abertos em sorrisos simpáticos e a pensarem que estavam no melhor dos mundos. À medida que se relacionavam, via-se que as conversas fluíam com à-vontade e alegria. Com um certo ar de revivalismo guineense, vieram dizer-me (seria uma queixinha?) que não havia água a bordo, o que é sempre desejável, não vá de acontecer a nau inverter-se de funções. Ainda assim, junto do gerente tomei conhecimento de uma indesejada rotura no percurso de abastecimento, que já durava havia uma hora, mas que o arroz estava garantido com água do Luso.

E tocou a reunir. Fui o último a sentar-me numa mesa quase de veteranos, onde pontificou um jovem casal principiante nestas andanças. A comedoria foi quase da qualidade da anterior, que me pareceu melhor servida. Mas o Esteva portou-se à altura, e foi secundado por um branco de Vale de Barris, em Palmela, adocicado do moscatel, que mereceu grandes encómios de alguns meninos brutos, então rendidos à frescura doce que lhes dava um certo ar... Eu cá não tenho preconceitos, sou como o Jacinto, mas vinho branco só o bebo às escondidas, ou em situações de restrição acentuada, e tem que ser seco. Para doçuras, já chegam as da minha psicóloga.

Com a aproximação das sobremesas, também estas a pedirem rectificação, pois acho preferível menos diversidade, mas melhor qualidade e mais quantidade, já se estrilhava na sala com conversas cruzadas, em correspondência com a descompressão que sucede aos combates. O António Graça de Abreu,  muito atencioso, ia espalhando a sua mensagem, pela amostra de dois dos seus títulos livrescos, e ameaçava que lá para Setembro não sabe se voltará, se vai até à China. Pois se for, que faça boa viagem, e no regresso que traga mais versículos dos eróticos poetas de olhos em bico (se vier a provar-se esse ascendente sedutor sobre o elemento feminino, ainda vamos constatar a realização de plásticas entre alguns dos melhores de nós).

O balcão registava o fluxo daqueles carentes de lubrificações digestivas, e a manta de gente, alargava-se até ao exterior. Entretanto, providenciei a S.Exa. o Senhor Comandante, o incontornável prazer de receber as massas competentes, e certificar-se da boa disposição de cada um. Já no exterior, quedaram cinco "rapazes" à conversa, e como os toldos proporcionavam sombras muito agradáveis, ali nos sentámos à conversa, com o horizonte completo de um mar-chão, que aliciava para cruzeiros livres de Adamastores. O Manel Joaquim mostrava a grande capacidade para a palheta, o Rosales mano mostrava conhecer mais da Guiné que o Mata (estudou muita geografia e domina os azimutes), o Mata mostrava ser um sonhador da produção biológica (se alguém tiver um terrenozinho para horta e uma casa habitável, façam o favor de informar, que ele anda a sonhar com enxadas e outras alfaias), o Carlos Silva mostrava ares de satisfação e gozava o ambiente, e cá o escrevente mostra ser um cabeçudo, incapaz de segurar as ideias da conversa, para delas dar aqui testemunho verdadeiro.

Foto 1 - António Marques em conversa comum camarada náo identificado

Foto 2 - Mário Fitas, Gina (esposa do António Marques),   Maria Helena (esposa do Mário e outra senhora não identificada

Foto 5 - Um trio de respeito: José Rodrigues, Carlos Silva e Francisco Palma

Foto 8 - Mário Fitas, Marcelino da Mata, António Graça de Abreu e José Dinis

Foto 24 - O Comandante Jorge Rosales (à direita) em conversa com Manuel Gonçalves (ao centro) e outro camarada não identificado

Foto 25 - António F. Marques, esposa Gina, António Maria e Jorge Pinto

Foto 26 - Jorge Pinto, Luís Moreira e o casal Fátima e Manuel Gonçalves

Foto 27 -  José Rodrigues, camarada não identificado, Manuel Joaquim e Manuel Lema Santos

Foto 30 - João Martins, camarada não identificado, Marcelino da Mata e João Parreira

Foto 34 - António Graça de Abreu, Armando Pires, Carlos Silva e um camarada não identificado

Foto 36 - José de Jesus, Manuel Resende (fotógrafo oficial da Magnífica Tabanca da Linha) e José Rodrigues

Marcelino da Mata e Manuel Lema Santos conversando, "unidos" pelo amplexo do camarada não identificado

Fotos de Manuel Resende
Texto de JD
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Nota do editor

Último poste da série de 15 de Julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13402: Convívios (613): IX Encontro do pessoal da CART 3521, levado a efeito no passado dia 7 de Junho de 2014 (Henrique Castro)

Guiné 63/74 - P13416: Amigos para sempre (1) : Da Tabanca da Ponta de Sagres - Martinhal, do Tony Levezinho, Piça e Humberto Reis, para o Luís Graça, um abraço de saudade e camaradagem




Vídeo (0 '48'') >  Vila do Bispo >  Martinhal > Julho de 2014 > Saudações por parte do ex-2º srgt inf Piça, José Martins Rosado Piça (de seu nome completo, de batismo)  ao seu ex-camarada e editor deste blogue, Luís Graça, ex-fur mil arm pes inf, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71).



Vila do Bispo > Sagres > Martinhal > Julho de 2014 >  Da esquerda para a direita, o Humberto Reis, o Piça, a  Isabel Leveziuho, a Leonor, a esposa do Pica, e a Joana, companheira do Humberto, minha vizinha da Lourinhã.


Vila do Bispo> Sagres > Martinhal> Julho de 2014> Três "amigos para sempre": da direita para a esquerda,, o Tony Levezinho (anfitrião), o Piça e o Humberto Reis... Brindando ao passado, ao presente e ao futuro.


Vila do Bispo> Sagres> Martinhal> Julho de 2014> A Leonor e a Joana.

Foto: © António levezinho (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. No passado dia 16, o Tony Levezinho mandou-me a seguinte telegráfica mensagem:
A visita dos nossos amigos: http://youtu.be/190Jz4ZZiAM

Mais tarde enviarei algumas fotos [, o que fez hoje, 19]
Só faltaste tu.
Um abraço
Tony
Enviado de Samsung Mobile

2. Comentário de L.G.:

Já lhe agradeci, pessoalmente. Gostei de os ver, aos três, mais as respetivas "caras metade", todos reunidos à volta da mesa, na nova Tabanca da Ponta de Sagres - Martinhal, onde pontifica o régulo Tony Levezinho. Não vem na lista da Boa Cama e Boa Mesa do Expresso, e ainda bem, mas é seguramente um dos sítios algarvios com  5 estrelas para a gente, os amigos, abancarem... Prometo todos os anos passar por lá, mas só consegui cumprir um ou duas vezes...

Quanto ao Piça(*), que já não vejo há anos, confesso que fiquei agradavelmente surpreendido... Conheci-o há 45 anos, tinha ele 38, se não erro... Agora, não é que o nosso amigo de Aldeias de Montoito, Évora,  está na mesma ? O tempo (e as 4 comissões em África) não passou (passaramn) por ele... 

Não é todos os dias que se junta um trio destes, de amigos que não precisam de estar juntos a toda a hora, mês e ano, para que deles se diga que são "amigos para sempre"... Obrigado Tony, Piça e Hunmberto. Obrigado Isabel, Leonor e Joana.

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P13415: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (27): De visita, com o seu neto, ao Museu do Ar, em Sintra, o Vitor Oliveira reencontra o T6, nº 1737, no qual voou no CTIG


O Vitor Oliveira mais o seu neto Alexandre de visita ao Museu do Mar, na Granja do Marquês (Base Aérea nº 1, Sintra) (*)... O T6 era uma bombardeiro monomotor, equipado com lança-roquetes. A sua origem remontava à II Guerra Mundial.

Foto: © Vitor Oliveira  (2014). Todos os direitos reservados

1. Mensagem do nosso grã-tabanqueiro Vitor Oliveira, ex-1º cabo, melec, BA 12, Bissalanca, 1967/68, residente em Caneças, Odivelas:

Data: 17 de Julho de 2014 às 05:16

Assunto: T6 no Museu do Ar Sintra


Ao visitar o Museu do Ar na base de Sintra com o meu neto Alexandre,  deparei com o T6 nº 1737,  no voei!

De facto,. tenho registado na minha caderneta de voo um voo em 17de Maio 1968 e outro a 7 de Janeiro 1969,   todos em Nova Lamego.

O meu neto  ficou muito curioso e lá estive a  explicar -lhe o armamento que o avião levava e tudo o resto.

Víctor [Barata],  já agora quando é que vamos á Guiné ?

Um grande abraço.

Melhores cumprimentos

Vitor Oliveira (**)
CTR, Lda.
Loteamento Industrial da Murteira, Lotes 23/24.
2135-301 Samora Correia – Portugal
Contactos:  +351 263 659 666; 7: +351 263 650 766)

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Notas do editor:


(*) Museu do Ar:

Com a reorganização do Museu do Ar, foi aberto ao público um novo Museu na Base Aérea nº 1 (Sintra),  no final de Janeiro de 2010. A missão  do Museu do Ar  é a de  conservar, restaurar e expor o Património Aeronáutico Nacional. Tem presentemente 3 polos - Sintra, Alverca e Ovar. Em Sintra, conta  com o apoio da Câmara Municipal  e da ANA e acolhe os acervos da TAP e da ANA, "enriquecendo uma colecção que já contava com mais de 100 aeronaves e 9500 peças inventariadas".

A FAP e o seu Museu oferecem agora ao público uma exposição enriquecida com peças raramente vistas, recentemente restauradas e algumas novas incorporações. Fica aqui a sugestão e o convite para uma visita (com filhos e netos), ao Museu do Ar, "o único que salvaguarda a herança aeronáutica Portuguesa".

Contactos
Museu do Ar Granja do Marquês
2715-021 Pêro Pinheiro
museudoar@emfa.pt
www.emfa.pt/www/po/musar/index.php

Telefones:
Director - 219678992 | Subdirector - 219270775
 Conservador - 219678941
Secretaria/ Recepção - 219678984
FAX: 219678938

Horário:
10.00h - 17.00h
Admissão de visitantes até ás 16.30h
Encerra à 2ª feira
Preço: 3€ €

(**) Último poste da série > 14 de julho de 2014 Guiné 63/74 - P13397: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (26): O Honório que eu conheci em Angola e em Cabo Verde (Albertino da Silva, West Palm Beach, Florida, USA, antigo piloto dos TACV, em 1979/80)

Guiné 63/74 - P13414: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte II: Mobilizada pelo RAP 2, a unidade era composta maioritariamente por pessoal do norte (Minho e Douro) e centro (Beiras)



Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Xime > CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/74) > O nosso histórico grã-tabanqueiro (o nº 2) é o Sousa de Castro, na foto o 2º a contar da esquerda...

Foto: © Sousa de Castro (2005). Todos os direitos reservados


Parte II > Mobilização, composição e deslocamento para o CTIG




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Fonte: Excertos da História da Unidade - Cap I, pp. 1-5. Sublinhados a vermelho, estão os nomes de alguns dos camaradas do BART 3873 que integram a nossa Tabanca Grande. Uma cópia digitalizada, em formato pdf, da história do BART foi-nos gentilmente posta à disposição pelo António Daurte.


Observações:  

Seria moroso, pesado e fastidioso editar e publicar as longas listas de todo o pessoal do BART 3873... São cerca de 15 páginas... Nesta relação, acima publicada,  não figuram, por exemplo,   os soldados e os 1ºs cabos, alguns dos quais honram e engrandecem, com a sua presença, a  nossa Tabanca Grande. 

Citando de memória, é o caso do nosso histórico grã-tabanqueiro Sousa de Castro, o nosso tertuliano nº 2, que tem quase 90 referências (ou marcadores) no blogue (II série), e que foi 1º º cabo radiotelegrafista, da CART 3494/BART 3873 (Xime e Mansambo, 1971/74). Tem sido um grande entusiasta do nosso blogue e tem trazido camaradas seus para se juntarem à nossa Tabanca Grande.

Estranhament não encontro o nome do Sousa de Castro na lista dos 1ºs cabos da CART 3494. Mas pdoe erros na transcrição dos nomes: é o caso do fur mil José Luís Carvalhido da Ponte que aparece, na história da unidade, com o apelido Carvalheira Ponte. Corrigi, na lista acima publicada.

Outro nome que é justo referir, porque tem estado ativo no nosso blogue, é o António Eduardo Ferreira (ex-1.º cabo condutor auto da CART 3493/BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga e Bissau, 1972/74).

Outro grã-tabanqueiro que, estranhamente, não consta da lista dos sargentos da CART 3494, é do Jorge Araújo [ex-fur mil op esp, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/1974]. Atenção: a lista de pessoal reporta-se à data de embarque. Todos os meses havia, normalmente, nos batalhões, entradas e saídas...Ou melhor dizendo; "pessoal aumentado, transferido ou abatido"... Para além do "pessoal adido com carater eventual ou permanente"...

 Quem também, por alguns meses (de agosto a novembro de 1972), por esta companhia foi o nosso António José Pereira da Costarecorde-se que ele foi alf art na CART 1692/BART 1914,Cacine, 1968/69; e cap art cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74.

Também o Francisco Silva (hoje cirurgião, ortopedista, foi ele que me fez a artroplastia total da anca) não consta da lista dos alferes milicianos da CART 3492. Recorde-se que ele tamb+em esteve no Xitole, ao tempo da CART 3942 / BART 3873(1971/73), antes de ir comandar o Pel Caç Nat 51, Jumbembem, em meados de 1973,

Há mais camaradas do BART 3873 que fazem parte da nossa Tabanca Grande, nomeadamente trazidos pela mão do Sousa de Castro: por ex. o alf mil António José Serradas Pereira (entrou para a CART 3494, em  setembro de 1972). Preciso de tempo para consultar os nossos arquivos. As minhas desculpas pelas omissões. (Espero que o Sousa de Castro e o Carlos Vinhal me ajudem a identificar as omissões...).

Entretanto, em abril de 1973, a CART 3493 foi transferida para Cobumba, COP 4, deixando Mansambo. A CART 3494 trocou o Xime por Mansambo. Por sua vez, a CCAÇ 12, companhia de intervenção do CAOP 2, é transferida para o Xime, em março de 1973.

Simples curiosidade, em junho de 1973, a CART 3493 é aumentada com o alf mil cav Miguel  V. de S. Champalimaud, nome já aqui  citado no nosso blogue, pelo António Graça de Abreu, como sendo sobrinho do empresário Champalimaud.

Quanto aos médicos que passaram pelo batalhão, identifiquei os seguintes:

(i) Em junho de 1972, adido à CCS, alf mil médico Jorge Luís Caetano;

(ii) Em outubro de 1972, adido à CCS, alf mil médico José António Oliveira Miranda;

(iii) Em fevereiro de 1974, adido à CCAS, alf mil médico Adriano Paim de Lima Andrade (que veio substituir o José António Oliveira Miranda,colocado no HM 241, em Bissau).

Em princípio, o BART 3873, não tínha médicos à data do embarque.




Fonte: Excertos da História da Unidade - Cap I, pp. 18-19

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Nota do editor:

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13413: Agenda cultural (333); Exposição de pintura de Joana Graça (n. Lisboa, 1978), no "Wine Up Lisboa", bar de vinhos e clube social, Rua do Alecrim, n.º 49, Lisboa... Hoje, às 18h00. Apareçam.



Cortesia de © Joana Graça (2014). Todos os direitos reservados


Exposição de Pintura de Joana Graça

Hoje, 18 de julho de 2014, às 18:00

Wine Up Lisboa

Bar de vinhos, clube social, ponto de encontro no coração de Lisboa
Rua do Alecrim, n.º 49, Lisboa
Telem 917 224 296

Transportes públicos: Metro - Cais do Sodre / Baixa Chiado


Vernissage - Entrada gratuita

E para os apreciadores de bons vinhos, não deixem de aproveitar a oportunidade de uma prova do vinho terras de S. Miguel (Dão) com direito a levar uma garrafa e uma lembrança da artista.

Joana Graça:

(i) Contador de estórias na empresa Estórias e se Tirar do Chapéu;

(ii) Ilustradora e artista plastica na empresa A Lua mora aqui

CONVITE:

Se os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são, então os camaradas  da Guiné, que se sentam à sombra do poilão da Tabanca Grande, não precisam de convite para vir hoje à "vernissage" da Joana Graça, às 18h... Era para ir para o Porto, mas assim só vou amanhã... A Joana bem o merece...
LG
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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13375: Agenda cultural (332): Lançamento do livro "Wellington, Spínola e Petraeus: O Comando Holístico da Guerra", do Cor Nuno Correia Barrento de Lemos Pires, dia 16 de Julho de 2014, pelas 18h15, na Academia Militar em Lisboa

Guiné 63/74 - P13412: Blogoterapia (255): Em homenagem a dois transmontanos, bravos soldados, o José Tomás Costa (CCAÇ 2533, Canjambari e Farim, 1969/71), e o Tomás Baptista, meu irmão (Moçambique, 1966/68) [Francisco Baptista, ex-alf mil inf, CCAÇ 2616 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72)]

Francisco Baptista
1. A propósito da figura do José Tomás Costa (*), de quem publicámos dois pequenos textos, e que foi sold at inf da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71), transmontano, que não sabia ler nem, escrever quando foi para a tropa, outro transmontano, o nosso grã-tabanaqueiro Francisco Baptista [, ex-alf mil inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72)] , escrebeu o seguinte:

O José Câmara por algumas intervenções que já li no blogue reconheço que é dos maiores humanistas da
Tabanca Grande.

O Carvalho de Mampatá, fez um comentário tão perfeito que a mim tirou-me as palavras, se eu as conseguisse encontrar. Porém o Carvalho  tem um defeito que é exceder-se ao ouvir falar em Trás-os-Montes. Eu perdoo-te mas os outros camaradas não sei.

 O Luís Graça, já todos o sabemos,  é o santo ou feiticeiro que tem sempre a palavra certa para todas as ocasiões.

Ao Joaquim Luís Fernandes, camarada muito sensível, aplica-se bem o verso da Fado Tropical do Chico Buarque da Holanda: "Sabe no fundo eu  sou um sentimental".

Por mim digo que como transmontano, orgulhoso das minhas origens, por vezes um pouco só nesta Tabanca Grande, senti um grande orgulho ao ler as crónicas e as experiências do José Tomás da Costa.

Tomás, se me leres, quero dizer-te que tu apesar de aprenderes a ler e escrever tarde, aprendeste depressa a lição e sabes expressar-te como poucos. Falas com emoção, quando referes a tua família e com humanidade quando referes as gentes da Guiné. Tomás, gostei muito dos teus textos, tu com outras condições e motivações podias escrever um grande livro.

Conheci outro Tomás, em Brunhoso, na minha aldeia, era três anos mais velho do que eu. Foi um grande amigo, com quem passei bons e maus momentos. Juntos passámos muitos momentos de trabalho e outros de  borga. Ele, como mais velho, apesar das nossas quezílias frequentes, convidava-me sempre para todas as farras que organizava com amigos. Muitas vezes eram linguiças ou salpicões que roubávamos no fumeiro da nossa casa e iamos comer com três ou quatro amigos para uma casa desabitada que tinha sido duns avós. Fumeiro dessa qualidade é muito  difícil encontrar hoje. A minha mãe nunca se queixou da falta deles e lembro-me que uma vez roubamos-lhe o salpicão maior. Os transmontanos do nosso tempo sabem qual é. Eu não o digo porque tem um nome pouco simpático, apesar de normalmente ser também o mais saboroso. Em dias de festa da terra, a mesa em nossa casa estava sempre posta. O Tomás levava sempre, durante a tarde e a noite, muitos amigos das  terras próximas para comerem. Hábitos antigos de hospitalidade que a minha mãe encarava com simpatia e naturalidade 

Era temperamental e excessivo na amizade e na festa que ela podia proporcionar. Um pouco diferente dele e com alguns conflitos, de proximidade e  temperamentos, sei há muitos anos que foi um grande amigo que tive e  que perdi. Em 1966 foi como soldado para o norte de Moçambique, Mocimboa da Praia, na fronteira com a Tanzânia. Escreveu-me alguns aerogramas onde falava da vida difícil que tinha por lá. Falava também duma correspondente brasileira que penso que seria a única que tinha.

Quando regressou, após 28 meses. trouxe muito chá, trouxe um gravador de cassetes, novidade em nossa casa. Trouxe ainda fotos que me mostrou da correspondente do Brasil. Gostei da fotografia, achei que a moça era linda, feita de uma mistura de raças, india, africana e europeia. Leu-me cartas dela, havendo somente uma relação de amizade entre eles, era meiga e sedutora como se isso fizesse parte da sua natureza. Talvez nesse tempo se ele tivesse asas teria ido conhecê-la ao Brasil. As viagens intercontinentais eram caras e não havia dinheiro para  elas. 

Tantos conterrâneos nossos que imigraram para lá e nunca mais voltaram à terra. Nesses tempos de miséria as familias que emigravam para o Brasil despediam-se para sempre, até à eternidade. 

Este Tomás Baptista, como é fácil adivinhar, era meu irmão, o irmão masculino que pela idade tive mais próximo de mim. Tivemos os nossos choques e desentendimentos mas sempre houve uma grande amizade entre nós. Era um homem muito trabalhador, temperamental e folgazão. Porque não estudou, trabalhou muito como lavrador em benefício da comunidade familiar.
Infelizmente, morreu cedo, com 53 anos, há 16 anos, duma doença que o fez sofrer muito, durante meses. Paz à sua alma!

Este texto escrevo-o em homenagem a ele e ao camarada transmontano, José Tomás Costa

Para os camaradas da Tabanca que gostem de fado, descobri um da  Celeste Rodrigues que se chama "Praia de Outono" [,Música de Nóbrega e Sousa e poema de David Mourao Ferreira,] acho-o também  bastante adequado à nossa idade.

A todos um grande abraço,
Francisco Baptista (**)
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Notas do editor:

(*)~Vd. comentário do Francisco Baptista ao poste de 16 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13404: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XVI: A "sorte de um soldado", transmontano, que não sabia ler nem escrever quando foi incorporado (José Tomás Costa, sold at inf, 1º pelotão)

Guiné 63/74 - P13411: Notas de leitura (613): “Wellington, Spínola e Petraeus, o Comando Holístico da Guerra”, por Nuno Lemos Pires (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 16 de Julho de 2014:

Queridos amigos,

O coronel Lemos Pires, traça, neste seu documento académico (prova de doutoramento) hipóteses quanto à teoria do comando holístico da guerra, selecionou três líderes militares de valor indiscutível e questiona até que ponto foram bem ou mal sucedidos no comando holístico, ou seja, na capacidade de fazer convergir as forças militares e paramilitares envolvidas em estreita coordenação com os meios governamentais disponíveis, conseguindo coerência entre a política, as operações e a tática, gerindo todas estas dimensões em tempo oportuno.

Compreensivelmente, escolhi Spínola como a figura de análise.

O que o coronel Lemos Pires nos diz de modo algum nos surpreende: o comando holístico falhou quando Marcello Caetano entrou em conflito aberto com Spínola.

Um abraço do
Mário


Wellington, Spínola e Petraeus, O Comando Holístico da Guerra*

Beja Santos

“Wellington, Spínola e Petraeus, o Comando Holístico da Guerra”, por Nuno Lemos Pires, Nexo Literário, 2014, é um livro que resulta da adaptação da tese de doutoramento do autor em História, Defesa e Relações Internacionais. A questão central é, naturalmente, a defesa que o autor faz do comando holístico da guerra que apresenta sumariamente assim: “Entender uma situação de guerra implica ter uma visão completa e abrangente de todos os fatores envolvidos. Quem recebe a responsabilidade de comandar o esforço de guerra de uma nação, coligação ou aliança deve ter uma visão holística que lhe possibilite usar todos os meios possíveis na implementação de uma política abrangente, global e completa. O comando holístico da guerra desenvolve-se em quatro dimensões principais: a primeira advém da natureza das estruturas das forças envolvidas, armadas e de segurança, militares e paramilitares; a segunda abrange a coordenação entre organizações civis e militares, governamentais, não-governamentais e privadas, entre organizações internacionais e os vários Estados, coligações e alianças; a terceira trata da coerência entre a política, a estratégia, as operações e a tática; a quarta, do tempo, engloba as políticas decididas e as estratégias delas decorrentes, que têm de ser pensadas, concorrentemente, para ou antes, o durante e o pós-guerra”.

Como observa o autor, Wellington tentou, desde o início da Guerra Peninsular, exercer o comando e controlo de todas as foças que combatiam em Portugal. Spínola, como governador e comandante-chefe da Guiné, contou com um abrangente “Estado-Maior” representando variadas áreas da governação e da chefia militar propriamente dita, que lhe permitiu exercer um comando convergente de todas as ações das Forças Armadas, de segurança, das componentes civis e militares do seu governo; Petraeus foi comandante no Iraque e das forças norte-americanas no Afeganistão, buscou a unidade de esforços numa visão holística na condução da guerra. Três comandantes em conflitos sem qualquer ligação e em períodos temporais distintos, mas que visaram de ter o comando do esforço de guerra de modo holístico.

Para o autor, analisando o pensamento e a obra de Spínola, é indispensável, a moldura dos contextos internacional e nacional em que se inseriu a guerra de África para se entender a preparação e o entendimento que o general deu ao comando holístico: os esforços imprimidos junto das populações locais (a ação psicossocial, o apoio às autoridades civis); a africanização, política e militar, da guerra; como, no exercício de governador e comandante-chefe procurou e exerceu a unidades de esforços. Vejamos concretamente o que resultou e aonde falhou o comando holístico na Guiné, ao tempo de Spínola.

O objetivo último do general era o de consolidar a adesão das populações. Desde a primeira hora que chegou à Guiné, em Maio de 1968, que ele verificou que a guerra não podia ser ganha exclusivamente pelas forças das armas. O PAIGC desenvolvera uma estratégia de implantação e intimidação que deixava prever as maiores dificuldades na solução militar, acrescendo que o seu armamento, desde cedo, passou a ser melhor que o utilizado pelos portugueses, basta pensar-se nas metralhadores, nas bazucas e nos morteiros 120. Deu a maior importância à propaganda, contrapropaganda e informação, toda a ação psicossocial revertia para assistência sanitária, educativa e económica. A religião muçulmana em nenhuma circunstância foi hostilizada. Spínola falava constantemente na Guiné para os guinéus, assim abriu fraturas insanáveis entre guineenses e cabo-verdianos. O apoio às populações locais tornou-se um imperativo. Os programas radiofónicos procuravam atingir os guineenses que estavam nos países limítrofes, de modo a abalar as convicções das populações em fuga ou ao abrigo do PAIGC. Os Congressos do Povo foram uma das realizações mais inovadoras de Spínola, garantiam uma ampla participação dos representantes das populações. Foram construídas muitas mesquitas. Procurou-se negociar com fações do PAIGC o seu ingresso nas Forças Armadas portuguesas, operação manchada pelo chamado massacre dos majores em 20 de Abril de 1970.

Spínola e o Secretário-Geral da Guiné, Pedro Cardoso, tinham um excelente entendimento. Fizeram-se escolas, estradas, aldeamentos ouvindo as populações. Foi encorajada a autodefesa dessas mesmas populações e deu-se uma africanização militar com milícias, pelotões e companhias de caçadores, comandos e fuzileiros. E o problema da unidade de comando entre as componentes civis e militares cedo ficou resolvido. Então, o que falhou no comando holístico? As progressivas más relações entre Marcello Caetano e Spínola. Quando Caetano recusou terminantemente que Spínola continuasse conversações com Senghor, caminhou-se paulatinamente para a guerra, Spínola cria uma solução política para a Guiné, Caetano considerava-a de todo inadmissível. 1973 foi um ano decisivo: Amílcar Cabral, o único interlocutor possível de Spínola, foi assassinado em Conacri; entraram em campo os mísseis terra-ar, as forças do PAIGC envolveram-se em operações de cerco que arrasaram o moral das tropas portuguesas. E perdido o comando holístico, a Guiné ficou à deriva, Spínola desforra-se escrevendo as suas teses no livro Portugal e o Futuro, que contribuiu para baquear o regime.

O livro de Nuno Lemos Pires levanta hipóteses que podem estimular o debate sobre algo que tem estado obscurecido entre nós, a teoria geral do comando holístico da guerra, é uma investigação original que assegura uma leitura estimulante e uma reflexão oportuna.
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Nota do editor

(*) Vd. poste de 8 DE JULHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13375: Agenda cultural (332): Lançamento do livro "Wellington, Spínola e Petraeus: O Comando Holístico da Guerra", do Cor Nuno Correia Barrento de Lemos Pires, dia 16 de Julho de 2014, pelas 18h15, na Academia Militar em Lisboa

Último poste da série de 15 DE JULHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13401: Notas de leitura (612): "O Arauto" noticia a primeira ida para o ar da Emissora da Guiné, em meados de Março de 1953 (Lucinda Aranha)

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13410: Dossiê Os Libaneses, de ontem (e de hoje), na Guiné-Bissau (3): A Xerazade de Teixeira Pinto... (António Graça de Abreu, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74)

1. Mensagem do nosso camarada e amigo António Graça de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74] [, foto à direita, em Cufar, c. 1973/74]

Data: 15 de Julho de 2014 às 00:16

Assunto: Libanesa bonita

Meu caro Luís

Está no meu Diário a 1 de Janeiro de 1973, em Teixeira Pinto

Acredito que tenha sido exactamente assim. Não escrevi de memória. Com todo o respeito pelas mulheres libanesas, iguais ou mais bonitas do que as mulheres de todo o mundo, Creio que é de publicar.

Forte abraço,
António Graça de Abreu

2. Excerto de Diário da Guiné - Lama, Sangue e Água Pura, de António Graça de Abreu. Lisboa: Guerra e Paz, Editores. 2007.


[Foto à esquerda,. capa do livro, Guerra e Paz Editores, SA (2007), com a devida vénia]

Canchungo, 1 de Janeiro de 1973

Ontem à noite houve corrida de São Silvestre organizada pela Acção Psicológica do CAOP 1. Às nove e meia da noite, tínhamos noventa figurões equipados, com postura de grandes atletas, a dar três voltas à avenida principal. Fui assistir na companhia do alferes Paiva, da 38ª de Comandos [1].

Mas ele tinha outra ideia, sub-reptícia, fixa. Quase em segredo, queria-me mostrar a sua namorada (?) libanesa, uma mulher solteira, com quase cinquenta anos convencida que tem vinte e dois, e que atrai os homens. Vive no centro da vila, na praça Dr. Oliveira Salazar com a família de comerciantes vindos do Líbano. Como é que esta gente veio parar à Guiné? (*)

A senhora pinta o cabelo – uma tenebrosa cabeleira loira, – pinta os olhos, pinta os lábios, pinta as unhas, pinta tudo. Usa uns brincos de folheta vindos de Salamanca, Espanha – diz ela, – tem a cara envelhecida coberta de cremes e pós. É um mamarracho digno de exposição. O Paiva, pouco mais de vinte anos garbosos e valentes, conduziu-me até casa dela, queria que eu a conhecesse. A mulher recebeu-nos como se tivessem chegado dois príncipes da Pérsia. Cumprimentei-a e vim educadamente embora. O alferes Paiva, Comando, capaz de todos os gestos heróicos, ficou lá a desmaquilhar suavemente a dama libanesa. (**)

À meia-noite, em casa do capitão Pancada abriram-se umas garrafinhas de Magos e de champanhe. O Pancada e o alferes Gamelas têm consigo as esposas, simpáticas, bonitas, ambas de nome Helena. Estavam felizes, dançavam enlaçados, beijavam-se. Na sala havia mais quatro homens casados com as mulheres em Portugal. Olhávamos uns para os outros, mastigávamos em seco, sorumbáticos, tristes. Éramos o alferes Teixeira, um excelente rapaz do Batalhão 3863, o alferes Tomé, meu companheiro de quarto, o furriel Rodrigues também do Batalhão, e eu.

Depois do “réveillon chez Pancada”, o Tomé foi ainda beber com os alferes Comandos – não sei se o Paiva já voltara do seu sortilégio libanês, – e regressou às tantas ao quarto, a gatinhar, a gritar a frase do costume “Tirem-me daqui, tirem-me daqui!”.

[1] Para a história da 38º. Companhia de Comandos, ver Resenha, 7º vol., tomo II, pag. 536.
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Notas do editor:

(**) Xerazade de Teixeira Pinto; o subtítulo, irónico,  é da responsabilidade do editor.

Consulta da Infopédia:

(...) "Xerazade: Filha de um vizir, Xerazade é uma princesa bela e sagaz que, sob ameaça de morte, consegue distrair o rei Shahriyârnarrando-lhe os contos que constituem As Mil e Uma Noites. Esta personagem tornou-se um símbolo do Oriente muçulmano, fantástico e voluptuoso, tal como o imaginou romanticamente a Europa após a leitura da famosa coletâneade histórias. A figura de Xerazade inspirou diversas obras, tais como o ballet oriental de Léon Bakst, em 1908, e o de Michel Fokine, em 1910." [... Sem esquecer a popularíssima suite sinfónica para orquestra, nº 35, do genial compositor russo Rimsky-Korsakov, Scheherazade, de 1888, baseada no livro de As Mil e Uma Noites... Pode ser ouvida aqui, no You Tube... LG].

Fonte: Xerazade. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-07-17].
Disponível em http://www.infopedia.pt/$xerazade,2

Guiné 63/74 - P13409: Lembrete (5): Hoje é dia de encontro da Magnífica Tabanca da Linha, no restaurante Oitavos, estrada do Guincho, Cascais!


1. Hoje,  5ª feira. 17 de Julho de 2014, é dia de marcar presença no encontro da Magnífica Tabanca da Linha,

Recorde-se o anúncio feito em devido tempo, pelo nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679,Bajocunda, 1970/71):
(1) O restaurante, privativo, é o  Oitavos [, foto à esquerda, de Manuel Resende], que fica na estrada do Guincho, Cascais, "um local de extraordinário recorte paisagístico";

(ii) Os magníficos tabanqueiros da Tabanca da Linha podem trazer  os fatos de banho e, se chegarem com antecedência suficiente, podem banhar-se nas águas revigorantes da praia do Guincho;

(ii) Como de costume, os camaradas podem (e devem)  fazer-se acompanhar das suas beldades,  e no intervalo do repasto  espraiar o seu olhar pelos horizontes vastos e inspiradores do Atlântico, fazendo contas à vida; 

(iv) O repasto constará de opulento e divinal arroz de marisco,  tudo ao módico preço de 15 morteiradas, bazucadas, obusadas ou equivalente, sem cargas suplementares, o que em tempo de guerra é de se louvar e tirar o quico ao vaguemestre e o oficial de operações;

(v) A Tabanca Grande saúda o régulo da Magnífica Tabanca da Linha, Jorge Rosales, o seu secretário Zé Manel Dins e os demais camaradas e amigos, hoje presentes no Guincho; infelizmente, o editor-chefe do blogue  e a a sua motorista privativa não poderão, desta vez, sentar-se à mesa da Magnífica Tabanca da Linha, por razões de natureza ainda fisiátricas (dele, não dela): esperam poder fazê-lo na rentrée, em setembro ou outubro.  (A boa notícia é que o nosso editor acaba de ter alta médica, devendo considerar-se doravante apto para retomar a função locomotora, sem ajuda das suas amigas canadianas)... (LG)

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P13408: Parabéns a você (763): Álvaro Basto, ex-Fur Mil Enf da CART 3492 (Guiné, 1971/74) e José Manuel Pechorro, ex-1.º Cabo Cripto da CCAÇ 19 (Guiné, 1971/73)


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Nota do editor

Último poste da série de 13 de Julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13393: Parabéns a você (762): António Tavares, ex-Fur Mil SAM do BCAÇ 2912 (Guiné, 1970/72) e Rogério Ferreira, ex-Fur Mil Inf MA da CCAÇ 2658 (Guiné, 1970/71)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Guiné 63/74 - P13407: (In)citações (67): A Exposição Colonial Portuguesa de 1934 versus A literatura sobre os "impérios europeus" (Mário Beja Santos / Carlos Nery / José Brás)

O belo Palácio de Cristal do Porto (1865-1951) derrubado para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, rebaptizado mais tarde como Pavilhão Rosa Mota

Foto: Com a devida vénia a Skyscrapercity

A propósito da mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos, que encaminhei para a tertúlia, onde se incluía uma ligação ao sítio da Hemeroteca da Câmara Municipal de Lisboa, mais propriamente dito à Exposição Colonial Portuguesa de 1934, levada a efeito no Palácio de Cristal do Porto, salientamos estas duas reacções:



1. Do nosso camarada Carlos Nery, via facebook:

A propósito da chamada de atenção do camarada Beja Santos informo-te de que estive nessa exposição como se pode ver no Album junto...



Sou eu com um ano de idade... Quanto à moça africana ponho a hipótese de ser uma Bijagós. Os Bijagós são uma das mais antigas etnias da Guiné. Vivem ainda numa sociedade matriarcal, como outrora acontecia um pouco generalizadamente em África.

Para se ter uma ideia do que foi esta Exposição e avaliar a capacidade organizativa de Henrique Galvão (mais tarde opositor do regime e protagonista do assalto ao paquete Santa Maria) tem sentido "navegar" no blogue do porto e não só

Carlos Nery


2. Noutro sentido, talvez como contraponto, esta reacção do nosso camarada José Brás de quem não tínhamos notícias há algum tempo:

Carlos, meu amigo
É sempre de grande utilidade ter um documento destes ao nosso dispor como "Memoria" da História Oficia.
Entretanto, porque sabemos que a História Oficial é sempre um produto de homens, escrita pelos vencedores em cada contexto, coisa que a aproxima, no mínimo de verdadeira ficção, ainda que muito duvidoso de que camaradas em número significativo se venham a interessar por isto, aconselharia a dar nota também de pubicações como "Exterminem Todas as Bestas" de Sven Lindqvist, ou o próximo "Racisms: from the crusades to the twentieth century" (Princeton University Press), do português Francisco Bethencourt, radicado em Inglaterra como professor de história, a sair brevemente no Brasil e ainda sem editora em Portugal. A publicação da sua entrevista a Isabel Salema, acho que seria também um bom serviço ao Blogue no alargamento da visão sobre o nosso passado como povo.

Um abraço camarada
José Brás



3. Comentários de Carlos Vinhal

i) Ao camarada Carlos Nery o nosso obrigado por ter "representado", em 1934, no Porto, o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné no evento tão importante, para a época, que foi a Exposição Colonial Portuguesa.

ii) Ao nosso camarada José Brás o nosso obrigado por estar sempre atento ao nosso Blogue e pelas suas intervenções sempre oportunas e construtivas.
Seguindo a sua sugestão, e uma vez que se tinha em carteira, para reenvio à tertúlia, a entrevista que Francisco Bethencourt deu à jornalista Isabel Salema, chegada ao Blogue via Mário Beja Santos, a mesma foi de imediato difundida.
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de Junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13275: (In)citações (66): Sobre o 10 de Junho, Dia da Raça (José Manuel Matos Dinis)