quarta-feira, 8 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14448: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de Abril de 2015 (6): Há já 174 inscrições... E o prazo termina domingo, dia 12, às 24h


X Encontro Nacional da Tabanca Grande: Distribuição das incrições pro concelho de residência (n=174)

Observ.

(*) Águeda, Covilhã, Espinho, Figueira da Foz, Loures, Marinha Grande, Óbidos, Oliveira do Bairro, Paredes, Ponta Delgada (RA Açores), Sta. Maria da Feira, Torres Vedras e Viana Castelo 

(**) Almada, Alvaiázere, Aveiro, Barcelos, Cadaval, Cantanhede, Coimbra, Guimarães, Ílhavo, Mafra, Montemor-o-Velho, Nazaré, Ourém, Penamacor, Seixal, Tomar e Vila Real

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015)


LISTA ALFABÉTICA DOS 174 INSCRITOS, ATÉ À TARDE DE HOJE  PARA O X ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE, MONTE REAL, LEIRIA, SÁBADO; 18 DE ABRIL DE 2015.

O PRAZO  DE INSCRIÇÃO TERMINA DOMINGO, DIA 12, às 24H00.



Abel Santos - Leça da Palmeira / Matosinhos
Agostinho Gaspar - Leiria
Albano Costa e Maria Eduarda - Guifões / Matosinhos
Alberto Godinho Soares - Maia
Almiro Gonçalves e Amélia - Vieira de Leiria / Marinha Grande
António Augusto Proença e Beatriz - Covilhã
António Brito da Silva e Isabel - Madalena / V. N. de Gaia
António Dias - Porto
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António Faneco e Tina - Massamá / Sintra
António Fernandes Neves - Setúbal
António Fernando Marques e Gina - Cascais
António Joao Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António José P. Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra
António Manuel Garcez Costa - Lisboa
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
António Maria Silva e Maria de Lurdes - Lisboa
António Martins de Matos - Lisboa
António Osório, Ana e Maria da Conceição - V. N. de Gaia
António Pimentel - Figueira da Foz
António Santos Pina - Lisboa
António Santos e família (6) - Caneças / Odivelas
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho
António Souto Mouro - Paço de Arcos / Oeiras
Arlindo Farinha - Almoster / Alvaiázere
Armando Pires - Algés / Oeiras
Arménio Santos - Lisboa
Artur Soares - Figueira da Foz

Baltazar Rosado Lourenço - Nazaré
Belarmino Sardinha e Maria Antonieta - Odivelas
Benjamim Durães e 5 crianças - Palmela

C. Martins - Penamacor
Carlos Alberto Cruz, Irene e Paulo Jorge - Paço de Arcos / Oeiras
Carlos Alberto Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora
Carlos Vinhal, Dina e 2 amigas- Leça da Palmeira / Matosinhos
Coutinho e Lima - Lisboa

David Guimarães e Lígia - Espinho
Delfim Rodrigues - Coimbra

Eduardo Ferreira Campos - Maia
Ernestino Caniço - Tomar

Fernando Gouveia - Porto

Hernâni Joel Silva e Branca - Lisboa
Hélder V. Sousa - Setúbal

Idálio Reis - Cantanhede

J. L. Vacas de Carvalho - Lisboa
Joao Alves Martins e Graça - Lisboa
Joao Maximiano - Santo Antão / Batalha
Joao Sacoto e Aida - Lisboa
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel
Joaquim Gomes Soares e Maria Laura - Porto
Joaquim Luís Fernandes - Maceira / Leiria
Joaquim Luís Mendes Gomes - Mafra
Joaquim Mexia Alves, Catarina e André - Monte Real / Leiria
Joaquim Pinto de Carvalho - Cadaval
Jorge Araújo - Almada
Jorge Cabral - Lisboa
Jorge Canhão e Maria de Lurdes - Oeiras
Jorge Picado - Ílhavo
Jorge Pinto e Ana Maria - Lisboa
Jorge Rosales - Monte Estoril / Cascais
José Alberto Pinto - Barcelos
José Almeida e Antónia - Viana do Castelo
José António Chaves - Paço de Arcos / Oeiras
José Barros Rocha - Penafiel
José Botelho Colaço - Lisboa
José Casimiro Carvalho - Maia
José Diniz Faro - Paço de Arcos / Oeiras
José Eduardo R. Oliveira - Alcobaça
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos
José Leite e Ana Maria - Sintra
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel
José Marques e Florinda - Paredes
José Miguel Louro e Maria do Carmo - Lisboa
José Nunes Francisco e família (5) - Batalha
José Ramos Romão e Emília - Alcobaça
José Zeferino e Duarte - Loures
Juvenal Amado - Fátima / Ourém

Liberal Correia e Maria José - Ponta Delgada (RA Açores)
Lucinda Aranha e José António - Santa Cruz / Torres Vedras
Luís Duarte - Seixal
Luís Graça e Alice- Alfragide / Amadora
Luís Moreira - Mem Martins / Sintra
Luís Paulino e Maria da Cruz - Algés / Oeiras

Manuel Fernando Sucio - Vila Real
Manuel Joaquim, Alexandra e José Manuel - Agualva / Sintra
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Ramos - Lisboa
Manuel Reis - Aveiro
Manuel Resende e Isaura - S. Domingos de Rana / Cascais
Mario Vasconcelos - Guimarães
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa

Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda

Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Ricardo Figueiredo e Cândida - Porto
Ricardo Sousa e Georgina - Lisboa
Rogé Guerreiro - Cascais
Rui Gouveia e Eulália - Leiria
Rui M. D. Guerra Ribeiro - Lisboa
Rui Pedro Silva - Lisboa
Rui Silva e Regina Teresa - Sta. Maria da Feira

Valentim Oliveira, Maria Joaquina, Cyndia e Carina - Viseu
Victor Tavares - Recardães / Águeda
Virgínio Briote e Irene - Lisboa
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Guiné 63/74 - P14447: Os nossos seres, saberes e lazeres (84): O Leitão da Bairrada - Uma dávida e um milagre da natureza, do Doutor Manuel dos Santos Oliveiros (Vasco Pires)

1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 13 de Março de 2015:

Bom dia Padrinho,
Cordiais saudações,
Como não tenho o talento do Camarada Francisco Baptista, para fazer essas "Viagens na minha terra", peguei emprestado um escrito do meu saudoso Mestre (e do Manuel Reis) Doutor Manuel dos Santos Oliveiros, que era também o Diretor informal, aquele que "descia o cacete" quando necessário.
Não vou falar das outras "maravilhas Bairradinas", porque são demasiado evidentes...
Fica a teu critério a publicação deste escrito.
forte abraço
VP


O leitão da Bairrada
Uma dádiva e um milagre da Natureza*

Dedicatória
Este pequeno trabalho de “saberes” e “lembranças” de um Médico Veterinário rural, que começou a sua actividade em 1 de Outubro de 1936, na Bairrada, é dedicado, com muito apreço à Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada

O seu nascimento e a sua criação, em regime doméstico, ocorria em pocilgas, nas quais, para tal fim existia um “varrasco” de raça Bísara e uma ou várias “porcas criadeiras”.

A alimentação destes animais não diferia em qualidade, da de outros suínos que eram criados com o fim de fornecerem carne e toucinho para o consumo do agregado familiar:
- cereais diversos, com primazia para o milho, em grão ou farinha com farelos, tubérculos, raízes, legumes e verduras, bem como diversos frutos a que nunca faltavam as uvas, daquelas produtoras do vinho da Bairrada;
- água de nascentes, poços ou fontes, todos estes produtos de origem bairradina, semeados, criados e colhidos na região.

A Bairrada (concelhos de Anadia, de Oliveira do Bairro, da Mealhada e uma pequena parte dos de Águeda e Cantanhede) é uma região de solos argilo-calcários, com características muito peculiares, acompanhada de um clima muito especial.
São as características edáficas que explicam muitos factos da vida terrestre, tanto no que respeita à vida animal, como principalmente à vida vegetal, de que depende não só o Homem, como os animais, para seu sustento; são estas características influenciadas pelos microorganismos microscópicos animais e vegetais que nele pululam.
Aliados a estes factores, há a considerar as emanações ou eflúvios que se evolam dos elementos de um clima especial, que se faz sentir pela acção da luminosidade, da temperatura, da humidade, da pressão atmosférica e das brisas e dos ventos, que conseguem fazer da Região da Bairrada, um paraíso terrestre, de pâmpanos verdes na Primavera, doirados aos sóis do Verão e rubros e afogueados pelo sol do Outono.
Tudo isto consegue ser transmitido através do leite das mães aos seus filhos, dando origem ao LEITÃO DA BAIRRADA, que é Uma Dádiva e um Milagre da Natureza.

Eis o “LEITÃO DA BAIRRADA” o qual, depois de assado, segundo os rituais da tradição, apresenta uma mistura de cor doirada e afogueada da terra onde nasceu e que mantém os seus perfumes e os seus sabores, os perfumes e os sabores que a Natureza lhe imprimiu, por mor de uma infiltração e impregnação misteriosa e mágica.
Eis o “leitão assado da Bairrada”, o manjar de deuses e também dos Homens, especialmente dos Homens que, vivendo do espírito, sabem comer.


O porco bísaro – (tipo céltico)

BÍSARO é o nome de uma raça de porcos, autóctones, que povoa todo o Norte de Portugal, acima do Tejo. É um suíno do tipo céltico, longilíneo, mais produtor de carne que de toucinho, ao passo que o porco alentejano pertence ao tipo ibérico e apresenta características bem diferentes. Esta raça existiu largamente representada em toda a Bairrada, em regime de criação doméstica ou caseira. Ao longo dos anos, foi sendo substituída por porcos de raça inglesa, o Yorkshire, Large Wihte – um cruzamento do porco céltico indígena inglês com a raça italiana de Nápoles – raça mais apurada, mais precoce e mais “februda”, na maneira de dizer dos nossos lavradores.

Em 1 de Outubro de 1936, quando comecei o meu trabalho, no concelho de Oliveira do Bairro, como Inspector Municipal de Sanidade Pecuária e, depois em 1937, também em Anadia e Mealhada, esta raça de porcos estava disseminada por casa dos lavradores da região e também por muitas casas particulares de pessoas não ligadas directamente aos trabalhos da terra.
Eram criados e cevados (engordados) para serem abatidos durante os meses de frio (Novembro, Dezembro e Janeiro), com o fim de servirem para o consumo das famílias de harmonia com um ritual festivo que ainda hoje é lembrado e praticado ao vivo em algumas povoações da região, sempre em ar de festa: - as célebres e celebradas “MATANÇAS DO PORCO”.
Todavia, nem todas as famílias tinham as condições necessárias mínimas para criar e engordar um porco por ano, com o fim de ser morto, para servir de governo da casa.
E sendo assim, recorria-se à sua compra em feiras que todos os meses se efectuavam na região: as feiras da Fogueira, de Vilarinho do Bairro e da Moita, com concelho de Anadia; a importante feira da Palhaça, no concelho de Oliveira do Bairro; a feira de Santa Luzia, no concelho da Mealhada e a muito concorridas feira das Almas Santas d’Areosa, no concelho de Águeda, quase no limite do concelho de Anadia; bem como a feira de Cantanhede.

A título de curiosidade, digo que um porco cevado, em condições de ser morto para consumo, custava nesse tempo (1937), a módica quantia de 500 escudos[1], com o peso vivo de seis arrobas, calculadas a olho.
No dia seguinte à matança, depois de ter deixado decorrer o tempo necessário ao “amadurecimento” da carne, procedia-se à operação de desmanchar o porco, operação designada na região por “desmancha”, e as “peças” que daí resultavam eram enterradas em sal marinho cristalizado, em grandes caixas de madeira, as “salgadeiras”, para se conservarem durante um ano e fazerem parte do “governo da casa”.

“Pernalta e esgalgado, focinho comprido e rabo em saca-rolhas” (em dizeres populares), pelagem cerdosa malhada de preto, assim eram os Bísaros da Bairrada. Morfologicamente iguais a todos os suínos de raça Bísara que povoam as regiões das Beiras, do Minho, do Douro e de Trás-os-Montes, mas… …FISIOLOGICAMENTE diferentes de todos, por razões óbvias, já indicadas.
Foram eles que deram origem ao “Leitão da Bairrada”.
Os factores hereditários, os factores edáficos e os factores ambientais, aliados aos factores alimentares, criam o “Leitão da Bairrada”, que assim não é mais do que uma Dádiva e um Milagre da Natureza.


A idade dos suínos

Os Leitões da Bairrada destinados a serem abatidos para a confecção do manjar típico e de grande renome, não só em Portugal, como em todo o mundo gastronómico, o chamado e conhecido LEITÃO ASSADO DA BAIRRADA, devem ser abatidos, de preferência, à data do desmame, quando têm 8 semanas, ou seja 2 meses de idade.
Para tanto é indispensável que se saiba determinar a sua idade, quando se receie fazer fé na informação prestada pelos criadores de leitões.
Anote-se:
- os leitões, ao nascer, têm 8 dentes: - 4 caninos, chamados colmilhos e 4 post-molares posteriores, distribuídos pelas duas maxilas;
- ao mês, com o nascimento de 2 incisivos centrais – os pinças – no maxilar inferior, o leitão fica com 10 dentes;
- aos dois meses, começam a aparecer os 2 pinças do maxilar superior e os 2 incisivos médios no maxilar inferior, apresentando os leitões, nesta idade, 14 dentes. (Tendo nesta idade um peso vivo que oscila entre os 8 e os 9 quilos, está na idade de preferência para o seu abate e preparação do leitão assado).
- Aos três meses, dá-se a erupção dos 2 incisivos médios do maxilar superior, ficando o leitão com um total de 16 dentes e apresentando um peso vivo que varia entre os 9 e os 10 quilos. (A partir desta idade, o leitão deixa de ser leitão, para ser bácoro – porco novo e ainda pequeno, mas um pouco mais do que leitão).

Embora nada tenha a ver com a idade dos leitões, parece-me pertinente, que aqui fique referida as restantes idades dos suínos até aos 3 anos, muito embora a maior parte destes animais não sobrevivam para lá de 1 ano, a idade aconselhável de abate para o consumo das suas carnes e das suas gorduras.
E assim,
- entre os 6 e os 10 meses, os 2 colmilhos e os 2 post-molares posteriores do maxilar superior caem e são substituídos por dentes da dentição permanente;
- ao ano, caem os 2 colmilhos e os 2 post-molares posteriores do maxilar inferior e aparecem os dentes permanentes que lhes correspondem;
- com 1 a 2 anos, caem e são substituídos os 4 incisivos centrais – os pinças – dos dois maxilares;
- com 2 a 3 anos, caem e são substituídos os 4 incisivos médios das duas maxilas. (A partir desta idade é difícil conhecer a idade dos porcos; apenas podemos recorrer ao desenvolvimento dos colmilhos – no estado adulto, o porco apresenta uma dentição permanente de 44 anos: - 12 incinsivos, 4 colmilhos, 16 pré-molares e 12 molares).

Voltemos atrás, aos leitões de 8 semanas (dois meses).
Transportados para o local de abate, é de regra fazerem um repouso de 24 horas, com uma dieta exclusivamente hídrica. Passado este período de repouso são insensibilizados[2] e a seguir abatidos por sangria; depois escaldados e esbolhados; depois de estonados, são abertos pela linha média ventral, eviscerados nas duas cavidades – a torácica e a abdominal; a seguir, lavados interna e externamente e postos a escorrer e a enxugar, para, por último, serem assados em fornos aquecidos com lenha – de preferência de videira – segundo preceitos antigos, com ritual próprio.


A Alimentação do porco de raça bísara (em terras da Bairrada)

A sua alimentação era constituída pelas “lavagens”, nome, com certeza, derivado da composição desses alimentos.
Em vasilhas de madeira, com aduelas – os “baldes”, com capacidade entre os 10 e os 15 litros – despejavam-se as águas das lavagens dos utensílios da cozinha (panelas, tachos, sertãs) e também a água das lavagens da louça usada nas refeições do agregado familiar, bem como os resíduos e as sobras das refeições. Isto numa época em ainda não se usavam detergentes nestas operações de lavagem. Os “baldes” tinham a forma de um tronco de cone, em que o perímetro da base ou fundo do balde era menor do que o perímetro da boca ou abertura. Tinha duas aduelas suficientemente salientes, em posição diametralmente oposta, e furadas por onde passava uma pequena vara cilíndrica, que servia de pega[3].
Às “lavagens” eram adicionados alguns punhados de farinha de milho, obtida nos moinhos das proximidades, com os grãos de milho existentes nas casas, desde a época das colheitas, em grandes caixas de madeira, as “arcas”.
Estas “arcas” faziam parte do mobiliário das adegas, para além do “cincho”, da “dorna”, dos “cântaros de almude”, dos “quartos”, das “pipas” e dos “tonéis” e também de um ou mais bancos de três ou quatro pés.
À água das “lavagens”, engrossada com farinha de milho, juntava-se: talhadas de abóbora porqueira, batatas, nabos, beterrabas, cenouras, tudo cortado em pedaços, umas vezes crus, outras cozidos, folhas de couves, migadas e muitas vezes escaldadas e fruta da época – figos, maçãs e, como não podia deixar de ser, uvas! De notar que as “lavagens” assim compostas, eram, pelos lavradores mais cuidadosos, condimentadas com umas folhas de louro e um raminho de carqueja florida, sem faltar o sal das cozinhas.
Estes alimentos eram levados aos currais dos suínos, nos tais baldes, duas vezes por dia: uma logo pela manhã, à primeira claridade, outra à tardinha, ao escurecer. Como complemento desta alimentação, uma ou duas vezes por dia, eram fornecidos aos animais várias “malgas” de grãos de milho seco ou remolhado e um molho de erva enxuta, ceifada na véspera, e espalhada em pequenos montículos, na cama de fetos e mato que atapetava o chão dos currais.
Na época da ceva ou engorda, eram os porcos alimentados com grandes quantidades de milho e batatas, para além da alimentação normal do ano.


Os currais de porcos ou pocilgas

Construídos sob o signo da poupança, nos atrases da residência dos lavradores da região, em espaços geralmente rectangulares, atapetados de “mato” e designados por “aido” 3 ou “quinteira”, eram construções toscas com paredes feitas em adobos, por rebocar e tetos de telha vã. O chão, geralmente térreo, era atapetado com fetos e mato, este constituído predominantemente por urze e carqueja, para servir de cama aos animais[4].
A “decoração” destes compartimentos era feita de numerosas teias de aranha, uma já velhas e cheias de pó, outras recentes, pendentes das traves do teto e outras das paredes.
As portas eram construídas de tábuas por aparelhar, pregadas umas às outras com o auxílio de traves ou travessas – fasquias de madeira – e fechadas com tramelas, também de madeira, de fácil manejo. Os lavradores mais supersticiosos cravavam, na parte interior da porta, uma grossa cavilha, onde, por vezes, se viam dependuradas umas calças velhas do dono da casa e viradas do avesso, e também um ramo de Rosmaninho ou de Arruda, com “poderes” sobrenaturais, para afugentarem os “maus olhados”, o “mal de inveja”, as “pragas que nos rogam” e as doenças incuráveis (dos animais), a conselho de bruxas e curandeiras que tinham já feito as suas visitas e recitado as suas “rezas” e praticado as suas “benzeduras”.
Em cada curral existiam duas pias, construídas de madeira ou talhadas em pedra (mais recentemente, em cimento), uma das quais servia para as “lavagens” e a outra para estar sempre com água limpa e fresca, diariamente substituída, para os animais beberem. Era também frequente encontrar-se aí uma “telha portuguesa”, arrecadada junto à soleira da porta do curral, para nela se fazerem “defumações”, com pó de enxofre e “erva benta” (pontas de raminhos de alecrim benzidos no Dia de Ramos), isto. Após a visita de curiosos, de bruxas e curandeiros, aquando das doenças dos animais.


Últimas palavras

Para confirmação das informações acerca da raça bísara dos porcos que povoavam, em 1936 e nos anos seguintes, a Região da Bairrada, transcrevo o que escreveram, no Relatório do Chefe de Serviço (da 3.ª Repartição) da Direcção geral dos Serviços Pecuários (publicado em dezembro de 1941 – Porto, Tipografia Leitão, página LVI), o Médico Veterinário, Aldovino Pereira Lucas e o seu colaborador e colega Armando Moradas Ferreira:
“…Uma linha natural – o curso do Tejo – separa nitidamente as zonas de dispersão dos dois grupos porcinos em que no País a espécie está representada. …o porco transtaganao, de tipo românico, que vive em toda a região do Alentejo… todo o resto do território continental mantém o porco bísaro do tipo céltico. Este porco tem sido cruzado com indivíduos de raças exóticas”.

Para terminar, uma curiosidade estaística: em 31 de Dezembro de 1940, existiam na Região da Bairrada (aqui alargada à totalidade dos cinco concelhos), 26.677 suínos, assim distribuídos pelos seus cinco concelhos: Águeda – 6591; Anadia – 6366; Cantanhede – 6761; Mealhada – 2917; Oliveira do Bairro – 4042.

Manuel dos Santos Oliveiros
Publicado na Revista Aqua Nativa N.º 18
Agosto 2000

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[1] NR – De acordo com o coeficiente de desvalorização da moeda, aprovado pela Portaria n.º393/99, de 29 de Maio, a “módica” quantia de 500$00, corresponde hoje (2000) a 63.415$00

[2] NR- O autor refere-se ao processo actual e obrigatório de abate em matadouro industrial. É, neste caso, de preceito legal que sejam inspeccionados sanitariamente, por um Inspector Sanitário – um Médico Veterinário – em vida, quando estão prestes a ser sacrificados, e também post-mortem, quando já estão dependurados em ganchos a enxugar, acompanhados das suas vísceras, em tempo que antecede a sua assadura. Ao serem aprovados para consumo público, são marcados a fogo, com carimbo próprio, na presença do Inspector Sanitário. Como é bem de notar, estes procedimentos não constavam, nem constam dos abates tradicionais, em casas particulares, para consumo familiar.

[3] Estes baldes eram obra artesanal de tanoeiros, uma profissão que parece estar em vias de extinção, na Região da Bairrada, onde chegaram a ser numerosos. Os mesmos baldes ou outros semelhantes serviam, também, para tirar água dos poços, presos à vara da “cegonha” ou “picota”.
NR – Esta designação não era comum a todos os lugares, na Bairrada, pois, por “aido” ou “eido” era geralmente conhecido o quintal, quinteiro ou pátio junto à casa; o mesmo se passa em a expressão “quinteira” ou “quinteiro”, de acordo com uma recolha de vocabulário regional, em tempos levada a cabo pelo Director desta Revista.

[4] Este tapete de mato era substituído periodicamente por mato novo, sendo que o mato retirado ia para uma montueira para, mais tarde estrumar as terras.

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Artigo publicado com a devida vénia a Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14444: Os nossos seres, saberes e lazeres (83): Mau tempo no canal: do Faial ao Pico, ali perto está S. Jorge (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14446: Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (2): Partida para Bolama, IAO e visita do General Spínola

1. Mensagem do nosso camarada António Murta, ex-Alf Mil Inf.ª Minas e Armadilhas da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74), com data de 25 de Março de 2015:

Olá camaradas amigos Carlos Vinhal e Luís Graça.
Em anexo segue mais uma parte das minhas memórias no seguimento do anterior texto, e 2 fotografias.
Para quando der jeito publicar se assim o entenderem.

Abraço fraterno
António Murta


CADERNO DE MEMÓRIAS
A. MURTA - GUINÉ, 1973-74

[Recapitulando: 16-03-1973 – Partida de Lisboa; 22-03-1973 – Chegada a Bissau, pequena incursão na baixa da cidade à noite, primeiras decepções, regresso ao Uíge].


2 - PARTIDA PARA BOLAMA

Deitei-me à 1h30 da madrugada (última noite no navio), para me levantar às 3 horas e preparar a saída para Bolama, com os soldados de duas Companhias, a bordo de uma LDG da Marinha. Pelo menos outra se lhe seguiria com o resto das tropas. Saímos de Bissau às 5 horas da madrugada e chegámos a Bolama às 10 horas. Era uma sexta-feira, 23 de Março de 1973.

[Lamentavelmente não tenho notas nem memória para descrever a viagem que deve ter sido uma experiência única. Pela mesma razão ficará sem registo o desembarque que, para a grande maioria, foi a primeira vez que pisaram solo africano].

Não recordo se a LDG ficou ao largo, se atracou no cais. Essas situações dependiam sempre do estado das marés que, em toda a costa da Guiné, e pelo seu interior adentro, é sempre de alguns metros de altura. O que recordo foi a recepção que nos fizeram dezenas de crianças e algumas mulheres, habituadas que estavam a que à sua terra estivessem sempre a chegar novos contingentes, à medida que outros saíam. E zumbiam à volta dos tropas a oferecer os préstimos das lavadeiras que, sabiam, poucos iriam dispensar. Pediam também dinheiro (patacão) de mão estendida. Eram uns safados e umas safadas, muito batidos naqueles contactos, mas muito bonitos e gentis. Foi o primeiro contacto com o calor humano local, a suavizar angústias, medos indefinidos e dúvidas sobre o futuro.

Faltava instalarmo-nos e fazer o reconhecimento da cidade. Um espanto! Como fora possível que uma cidade daquelas, tão pequena e desprezada, tenha sido a capital da Guiné? Só estou a ver uma explicação: em toda a Guiné não havia outra com melhores condições e infra-estruturas para ser a capital da colónia. Até ao desenvolvimento de Bissau. (Ou seria por estar a bom recato das beligerâncias do interior da colónia? Ou para evitar novas ocupações estrangeiras? Em termos de história, isso foi anteontem, em quinhentos anos de presença portuguesa...). Ainda assim, uma avenida – não asfaltada – leva-nos, subindo, a um grande jardim público abandonado, no topo do qual se apresenta o imponente edifício que fora a Administração da colónia. Lateralmente e não muito distante havia o Hotel Turismo, pequeno mas com alguma nobreza, que fora a filial do Banco Nacional Ultramarino inaugurado em 1903 e que, agora, era a Messe de Oficiais.

Para além dos quartéis, havia as escolas, a igreja, a tipografia, o Clube dos Bombeiros com os seus matraquilhos, ping-pong e bar, onde íamos à civil beber uns copos e observar as senhoras brancas, mulheres dos outros oficiais. Junto ao cais, na baixa, havia uma piscina que só utilizei uma vez por receio daquelas águas. Melhor que tudo era o restaurante de portugueses onde, quando era possível, tirávamos a barriga e a alma de misérias.

Esta pequena urbe empoeirada e quente não é nada do que tinha imaginado mas, nas horas amenas dos fins de tarde, dava-me imenso prazer deambular pelas suas ruas quase desertas, apreciando as suas casas coloniais, muito abandonadas, com as sua varandas típicas, e ir descendo até ao cais onde me sentava sozinho a assistir ao pôr-do-sol, imaginando as praias da minha Figueira da Foz. Depois, lembrava-me que estava sentado ao contrário, virado para o canal de Bolama e para o continente, e que à minha esquerda tinha o norte e não o sul, e levantava-me irritado e virava costas. Para mais, dali de frente, de S. João, é que têm partido os mísseis do PAIGC nos ataques à cidade, segundo nos dizem, para susto dos periquitos. Mas, quando podia, voltava lá.

Nesses entardeceres cálidos e perfumados mas cheios de luz, era um espectáculo apreciar os bandos de morcegos, aos milhares, num esvoaçar barulhento e nervoso. Tudo era novidade. E os abutres (jagudis) com o seu ar decrépito nos ramos secos das árvores? Quando escurecia continuavam a ver-se as suas silhuetas, atentas e diligentes, para bem da salubridade da cidade.

O que para mim foi mais desagradável, quase chocante, foi o primeiro contacto com os habitantes da periferia na zona ribeirinha da cidade, na quase totalidade de confissão muçulmana. Numa das minhas deambulações, passei frente às suas modestas moradias e pude ver como me olhavam quase com hostilidade, tal como em Bissau à chegada, enfiados nas suas enormes roupas brancas, barretes da mesma cor, sentados às portas (parece que nunca tinham nada para fazer...), a mascar qualquer coisa (coca?) e a cuspir para o chão. Quase que não vi mulheres (estariam a trabalhar?) mas tinham que ser muitas, já que cada homem podia ter duas, três, quatro ou mais, segundo a suas posses!... Além disso havia muitas crianças. Pude ver, ainda, nos que caminhavam, como eram muito magros e, alguns, bem altos. Outros, mais jovens, passeavam-se aos pares agarrados pelo dedo mindinho. Se fosse na Metrópole seria um escândalo, mas ali era normal e não tinha nada a ver com o que parecia.

Apesar do registo de algumas notas mais cinzentas, não fora o objectivo que ali nos tinha levado, e poderia dizer que era bom estar em Bolama. De bom grado aqui passaria a comissão, mesmo se o preço fosse ficar sem saber como era o resto da Guiné.


26 de Março a 22 de Abril de 1973 – IAO (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional)

Relata a história do meu Batalhão: «A IAO teve lugar na ilha de Bolama de 26MAR73 a 22ABR73. Foi um período duro de instrução, em que o esforço despendido, não terá talvez correspondido totalmente aos resultados obtidos, mas melhorou substancialmente a sua preparação».

Realmente, ainda antes de irmos para o interior da ilha, ali bem junto da cidade começaram exercícios bem duros, como atravessar na maré baixa zonas de lodo a dar pela cintura, com armas às costas e demais equipamentos. Era até desfalecer. Tive o privilégio de me poupar a parte destes exercícios por ter iniciado um período de aperfeiçoamento da prática com minas e explosivos, a minha especialidade.

Ainda na cidade de Bolama, um dia marcou de forma diferente a rotina dos afazeres da preparação militar. Foi a chegada do General Spínola (Caco-Baldé, como era conhecido), para dar as boas vindas ao Batalhão.


27 de Março de 1973 – (terça-feira)[ou dia 28?] – Chegada do General Spínola

Há muito que todo o Batalhão se encontrava em formatura frente ao edifício da Administração, no topo do grande jardim central de Bolama, aguardando a chegada do General. A meio da manhã já a temperatura começava a tornar-se insuportável, e a exposição ao sol e a quase imobilidade, não tardaria a fazer as primeiras vítimas de insolação. Finalmente ouve-se um helicóptero e não muito depois surgiu o General com o seu séquito. Aguardavam-no individualidades militares e os chefes nativos das tabancas locais. Provavelmente também representantes da Igreja, não recordo.

Enfim, toda a escadaria do edifício da Administração estava repleta de individualidades para assistir à cerimónia que não passava de uma rotina para a maioria deles. Essa rotina compreendia a apresentação do Batalhão a sua Excelência, a passagem de revista às tropas, o discurso de boas vindas e o desfile em parada. Tudo muito solene e rígido como convinha, porque sua Excelência era o Comandante-Chefe de toda a tropa na Guiné e o Governador da Província Ultramarina da Guiné. Todos estavam suspensos dos seus gestos, das suas palavras e do fuzilamento dos seus olhares. Éramos muitos, já enervados, para um só actor: autoritário, arrogante e vaidoso.

Bolama, 27 de Março de 1973 – Desfile perante o General Spínola, da 2.ª CCAÇ do BCAÇ 4513

4.º Grupo de Combate comigo à frente seguido dos dois Furriéis do Grupo

E as coisas começaram a não correr muito bem logo no início, na apresentação do Batalhão. Como era da praxe, o Comandante do Batalhão, TCor C. A. S., colocado na frente das tropas, em continência, apresentou o Batalhão. Para surpresa de todos, com um berro, o General disse:

- Centre-se em relação ao Batalhão!.

Desprevenido, o Tenente Coronel, olhou à esquerda, olhou à direita e deu uns passos laterais tentando centrar-se melhor. Repetiu a continência, repetiu o pedido de apresentação e, o General, no mesmo tom de voz, repetiu a ordem para que centrasse em relação ao Batalhão. Parecia demais para ser verdade, mas era o que estava a acontecer. Puro e gratuito achincalhamento na presença de todos os subordinados de um militar que fora o Comandante do Regimento de Infantaria das Caldas da Rainha, (meu comandante aí), entidade militar de respeito naquela Unidade e em todos os actos públicos da referida cidade, enfim, ali reduzido a um militarzeco desautorizado perante todos os homens que era suposto vir a comandar. (Talvez por isto não tenha comandado nada, porque logo após o final da IAO, mas já em Aldeia Formosa, foi evacuado para a Metrópole por motivo de doença em que nunca acreditei).

Como me tinham prevenido os “velhinhos” de Bolama, com ar de gozo, o discurso que o General faria às tropas, começaria assim: «Conheço-vos a todos! É como se tivesse vindo convosco no barco. Etc., etc.» 

E o General disse-nos do alto da escadaria: «Conheço-vos a todos! É como se tivesse vindo convosco no barco. Também eu sou um soldado como vocês! Etc. etc.». (Por sermos assim uns soldados tão iguais, é que ele tratou o Tenente Coronel daquela maneira...). 

Prosseguiu o discurso e, no final deste, (penso que foi por esta ordem), desceu das alturas e passou em revista as tropas. Também neste caso os “velhinhos” tinham prevenido: «Ele vai deslizar na vossa frente em passo curto e não vai tirar os olhos das vossas caras. A espaços, pára, e fixa com tal profundidade os olhos de quem tem na frente que, não raro, o coitado desmaia e cai-lhe aos pés... Especial atenção aos Alferes!, diziam ainda».

E assim foi. Não recordo se alguém desmaiou, mas foi como me tinham dito. Claro que o estado de quase insolação também ajudava. Por acaso também parou na minha frente, com o caco a brilhar de um lado e do outro lado o olho a vazar-me profundamente, as comissuras dos lábios torcidas para baixo e um semblante tétrico. Não era mais alto do que eu. Mantive-me firme olhando-o com a mesma intensidade, mas evitando ares de desafio que poderiam deixar-me marcado na sua memória. Mas é verdade que me incomodou.
(...)

[A este propósito, talvez venha a calhar um dia, tecer alguns comentários sobre a minha inadequação (intrínseca) ao serviço militar e à sua hierarquia, apesar do respeito que me merecem aqueles que seguem esse modo de vida. Pode ser que até dê uma boa polémica...].

Acabado o discurso seguiu-se o desfile das tropas. Junto uma fotografia e um corte da mesma com o Grupo de Combate a desfilar.

(continua)

Texto e fotos: © António Murta
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Nota do editor

Primeiro poste da série de 16 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14373: Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (1): Embarque para a Guiné, 16 de Março de 1973

Guiné 63/74 - P14445: Imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas a dois militares da CART 1742, no passado dia 27 de Março no antigo RAP 2, em Vila Nova de Gaia (Abel Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Abel Santos (ex-Soldado Atirador da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), com data de 28 de Março de 2015:

Amigo Carlos,
Envio-te para publicação umas fotos de camaradas combatentes que foram agraciados, dois deles pertencentes à minha CART 1742, sendo eles: Manuel Maria Gouveia Lopes, Furriel Miliciano Enfermeiro e António Joaquim Castro Oliveira, 1.º Cabo.
Esta cerimónia decorreu no antigo RAP 2, em Vila Nova de Gaia, no dia 27 de Março de 2015 pelas 11 horas, contando com a presença de vários Oficiais das Forças Armadas, e foi presidida pelo Senhor Tenente-General AGE Carlos Filipe Antunes Calçada.


Monumento ao Combatente

As Forças em Parada

O TGeneral Antunes Calçada ao centro com boina escura

Um grupo de combatentes, com o Oliveira em primeiro plano, e logo atrás o Lopes

A Medalha das Campanhas

O ex-1.º Cabo da CART 1742, António Joaquim Castro Oliveira, no momento em que lhe era imposta a Medalha Comemorativa das Campanhas

Alguns do Combatentes a quem foram impostas Medalhas das Campanhas

O ex-Fur Mil Enf da CART 1742, Manuel Maria Gouveia Lopes, no momento da imposição da sua Medalha

Senhor Tenente-General Carlos Filipe Antunes Calçada na sua alocução aos presentes

O desfile das Forças em Parada

O Lopes à esquerda da foto e o Oliveira à direita, ladeiam o Senhor TGeneral Antunes Calçada

O Oliveira e o Lopes junto ao Monumento aos Combatentes
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Guiné 63/74 - P14444: Os nossos seres, saberes e lazeres (83): Mau tempo no canal: do Faial ao Pico, ali perto está S. Jorge (2) (Mário Beja Santos)

1. Dizia-nos o nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) na sua mensagem de 18 de Março de 2015:

Queridos amigos,
Pela primeira e talvez última vez na minha vida, fui duas vezes numa semana aos Açores.
Aqui vos deixo o relato da ida ao Pico, com mau tempo no canal, a montanha cheia de forro, impossível de fotografar, seria blasfémia reproduzir o que vem nas brochuras turísticas. Havia ventania a rodos, o avião foi parar à Horta, seguimos para a Madalena, passeei ao fim do dia.
Na manhã seguinte, deu para ir a S. Roque, havia luz, parecia que S. Jorge queria que eu lá fosse e eu cheio de saudades pelas férias que lá passei com as minhas queridas filhas.
Espero que gostem.
Estou sempre pronto para regressar àquelas ilhas de que me sinto cativo e nativo.

Um abraço do
Mário


 Mau tempo no canal: do Faial ao Pico, ali perto está S. Jorge (2)



Regressou-se à Madalena, o viandante banqueteou-se com sopa de peixe e polvo panado, uma delícia, e bebericou um vinho translúcido da ilha, um néctar perfumado. Deitou-se a ouvir os ventos uivantes, e tinha a manhã livre, a comemoração do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, ao que veio, é para mais tarde. Vamos então passear pela Madalena e conhecer os seus trunfos, depois da igreja. Aqui está o edifício da câmara, o viandante gosta do escudo nacional com as pombas do Espírito Santo, ao contrário da Terceira os picoenses ou picarotos são pouco dados às cores berrantes, com exceção do vermelho das janelas e portas daquelas casas com adegas que podemos ver nos Biscoitos, na Mirateca, no Cais do Morato ou em Cachorro, povoações que visitaremos mais adiante.


Há aqui uma lembrança do tempo antigo, irresistível, o solar aponta para as águas do canal, o que espevita o fotógrafo amador é a qualquer coisa de quinhentista desta arquitetura vernacular, por isso fotografa-se com gosto.


O Museu do Vinho estava fechado, mas é uma estrutura tão bem disposta e integrada entre currais que tinha que ficar para a história desta viagem com prazos estritamente marcados. E vamos seguir.


Os senhores da associação de consumidores, gentis, conhecedores e amantes destas belezas, induziram o seu convidado a ir até ao lugar do Cachorro, muito procurado na estação balnear, tem recantos que dão para perceber que aqui se passam férias de sonho, e com vista para o Faial e para S. Jorge. O fotógrafo amador bem esperou uma ondulação muito forte, mas não ficou desapontado com o resultado da imagem, a permanente tensão entre as águas revoltas e o que resta do vulcão.


Estamos agora no Lajido, há para aqui muitas casas de Verão e estruturas museológicas do vinho. O turista gostou muito desta casinha, pois vai fazer parte da história da viagem. E agora vamos para S. Roque do Pico, terra de baleeiros e suas lembranças.





Aqui temos S. Roque, vistas amplas, o antigo cais da baleia, a fábrica (hoje museu) e o monumento aos baleeiros. Em 1992, aqui chegou o viandante, vindo da Calheta de S. Jorge, em dia límpido de Verão, com muito bom tempo no canal. Agora, nostalgicamente, o viandante olha para o fundo, para aquele ponto onde está a calheta e tem muitas lembranças.





Correu tudo muito bem em Lajes do Pico, sessão na Biblioteca Dias de Melo. Quando o viandante foi para a Guiné, levava na bagagem o livro “Pedras Negras”, que o José Dias de Melo lhe oferecera em Ponta Delgada, em data incerta, ou 1967 ou 1968. E comoveu-se com as fotografias do escritor e falou desse encontro ao vereador que presidiu à sessão. A grande surpresa foi ter recebido como lembrança um livro de Dias de Melo. O último trabalho foi uma manhã a falar aos jovens da Madalena, o viandante estava inspirado, mas o mais importante foi a captação destas imagens na Filarmónica, recordar o fervor musical dos açorianos, talvez só comparável com as gentes da Figueira da Foz, não há aldeia sem banda, todos os eventos são abrilhantados com fagotes, trompas e trombones. Homenagem a quem põe música nos nossos corações!
Acabou-se o trabalho, do Pico segue-se para S. Miguel para tomar avião para Lisboa. O Viandante já está cheio de saudades, como diz o outro as saudades são só as do futuro. Pois guardo estes Açores como células vivas do que somos como gente do Atlântico, a mística e a bruma.
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Notas do editor

Poste anterior de 1 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14427: Os nossos seres, saberes e lazeres (81): Mau tempo no canal: do Faial ao Pico, ali perto está S. Jorge (1) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 1 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14428: Os nossos seres, saberes e lazeres (82): Berlim, cidade ainda hoje invisivelmente dividida: as marcas da guerra e do terror (Parte II) (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P14443: Parabéns a você (887): José Augusto Ribeiro, ex-Fur Mil Art da CART 566 (Guiné, 1963/65)

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Nota do editor

Último poste da série de 7 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14439: Parabéns a você (886): António Rocha e Costa (Lelo), ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2539 (Guiné, 1969/1971); Fernando Manuel Belo, ex-Soldado CAR do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário de Azevedo, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)

terça-feira, 7 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14442: Agenda cultural (386): Dora Alexandre, jornalista, apresenta “O Outro Lado da Guerra Colonial” (José Saúde)


1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem.

Dora Alexandre, jornalista, apresenta “O Outro Lado da Guerra Colonial”

No próximo dia 21 de abril, terça-feira, 18h30, loja FNAC do Colombo, Dora Alexandre, jornalista, apresentará a sua obra “O Outro Lado da Guerra Colonial”.

O livro tem o prefácio do Prof. Adriano Moreira e a apresentação ficará a cargo de Joaquim Furtado, jornalista, e autor da série televisiva “A Guerra”. José Arruda, presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), estará também na mesa onde debitará a sua versão sobre o conflito nas antigas províncias ultramarinas.

A obra conta histórias da guerra em África e a Dora sublinha que “o lançamento deste livro é uma obra coletiva de 58 pessoas – 57 entrevistados e eu. As histórias são vossas, eu apenas as alinhavei”.

Sendo o momento, mais um, acarinhado pelos antigos camaradas que pisaram o palco da guerrilha de além-mar, atrevo lançar o repto para a vossa presença profícua no lançamento de uma obra que relata instantes que cada um de nós, antigos combatentes, palmilhámos num palanque deveras severo.

Reconheço que o tempo, sempre inacabado, é substancialmente propício a memórias antigas que jamais esqueceremos. O sentir os alaridos de uma peleja com a qual convivemos, lança odores que, naturalmente, partilharemos para um infinito sem retorno.

E é justamente com este eficaz propósito, e como um dos camaradas entrevistados, que deixo o meu alerto para que ninguém falte a um lançamento onde se cruzarão memórias bem como relatos deveras interessantes dos nossos tempos de antigos combatentes em solo africano.

A Guiné, obviamente, estará presente e eu como RANGER lá debito a minha opinião sobre uma especialidade que muito me ensinou. 

Eis a lista de entrevistados:

Ilustrino Alexandre Júnior, Marinha, Guiné 1971-73 / Angola 1974-75 (PAI); Domingos Machado, Exército, Angola 1973-74; Octávio de Matos, Artista; Belmiro Tavares, Exército, Guiné 1964-66; Francisco Nicholson, Artista; Carlos Miguel, Exército (Psico), Guiné 1967-69; Carlos Pereira, Exército, Angola 1964-65; Mário Gualter Pinto, Exército, Guiné 1969-71; Carlos Rios, Exército, Guiné 1965-67; João Paulo Diniz, Exército, Guiné, 1970-72; Manuel Valente Fernandes (Médico) Guiné 1973-74; Farinho Lopes, Exército, Moçambique 1970-72; José Santos, Exército (Enfermeiro) Guiné 1971-73; Fernando Costa, Exército, Guiné 1972-74; José Manuel Lopes, Exército Guiné 1972-74; Rui Neves, Força Aérea, Angola 1970-72; Amílcar Mendes, Comandos, Guiné 1972-74; José António Pereira, Comandos, Guiné 1972-74; Romão Durão, Marinha, Angola 1968-70 / Angola 1971-75; João Maria Pinto, Exército, Moçambique 1969-71; Armando Carvalhêda, Exército, Guiné 1972-73; António Almeida, Exército, Moçambique 1972-74; Alfredo Brás, Marinha, Moçambique 1970-1974; João Mota, Exército, Angola 1965-66; Vítor Oliveira, Força Aérea, Guiné 1967-69; José Pedro Reis Borges, Força Aérea, Angola 1972-74; Hugo Borges, Paraquedistas, Guiné 1972-74; José Avelino Almeida, Exército, Guiné 1970-72; Luís Rolo, Exército (Enfermeiro) Angola 1970-72; António Prates da Silva, Polícia Aérea, Angola 1974-75; Vítor Norte, Exército (Enfermeiro) Guiné 1973-74; Luís Pinhão, Paraquedistas, 1973-74; Carlos Vinagre, Comandos, Angola, 1971-73; Rosa Serra, Paraquedistas (Enfermeira) Guiné 1969-70 / Angola 1970-71 / Moçambique 1973; António Godinho Luís, Comandos, Angola, 1961-63; António Leal, Comandos, Angola, 1961-63; Rui Mendes, Exército, Angola, 1962-64; Raul Patrício Leitão, Fuzileiros, Moçambique 1966-68 / Missão Hidrográfica N.H. «Carvalho Araújo», Angola e S. Tomé, 1970-75; José Paracana, Exército, Guiné, 1971-73; João Dória, Exército (Médico) Guiné, 1968-70; Io Apolloni, Artista; António Vasconcelos Raposo, Fuzileiros, Angola, 1973-75; Nuno Mira Vaz, Paraquedistas, Angola 1963-65 / Guiné 1966-68 / Guiné 1970-72 / Moçambique 1973-74; Rodrigo, Artista; Mário Henriques Manso, Fuzileiros, Angola 1963-65, Angola 1966-68; Nazário de Carvalho, Exército (Capelão) Moçambique 1961-64 / Guiné 1964-66 / Angola 1970-72; José Romeiro Saúde, Ranger, Guiné 1973-74; Joaquim Santos, Exército, Guiné 1967-69; Agostinho Rocha, Exército, Angola 1965-67; Manuel Roque dos Reis, Fuzileiros, Moçambique 1968-70; José Manuel Parreira, Fuzileiros, Guiné 1964-66 / Angola 1966-69; Otelo Saraiva de Carvalho, Exército, Angola 1961-62 / Guiné 1971-73; Manuel Lopes Dias, Exército, Moçambique 1970-71; António Carreiro e Silva, Fuzileiros, Angola 1967-69 / Angola 1972-74 / Guiné 1974; Francisco Guerreiro Soares, Fuzileiros, Angola 1964-66 / Guiné 1969-71 / Guiné 1972-74; Carlos Alberto Acabado, Força Aérea, Angola 1963-65 / Angola 1965-70 / Angola 1971-75; Norberto Cardoso, Exército, Angola 1974-75 e Manuela Maria, Atriz, Angola e Moçambique 1962, Guiné 1967. 

Um abraço camaradas, 
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 


Guiné 63/74 - P14441: (Ex)citações (270): Não confundir a CART 6250/72 (Mampatá, 1972/74) com a CART 6250/73, comandada pelo cap art António Ferreira da Silva (Cumeré, Caboxanque e Ilondé, maio/out 1974) (Luís Eiras / Rui Pedro Silva / Carlos Coutinho)

1. Mensagem do Luís Leiras (ex-alf mil art, CART 6250/73, Cumeré, Caboxanque e Ilondé, mai/ou 1974) (*):

Caros camaradas,

Estive na Guiné e regressei, fez no passado 16 de outubro 40 anos, apesar disso, todos os factos desse tempo estão perfeitamente vivos na minha memória.

O que referi, está perfeitamente correto, todas as considerações tecidas á volta do tema CART 6250/73 são alheias à minha comunicação.

O crachá da CART 6250 a que pertenci pode ser visualizado em http://carloscoutinho.terraweb.biz/Guine_Paginas/CTIG_Artilharia_Companhias.htm que, como podem ver, é diferente daquele que alguém juntou à minha informação e que pertence a outra Companhia, a 6250/72.

A [CART] 6250/73 era comandada pelo Capitão Ferreira da Silva, tinha como Alferes o Saraiva, o Coentre, eu próprio, os três da Arma de Artilharia e o Alferes Pinho, dos Comandos.

Com esta informação espero poder acalmar o "ruído" á volta deste tema e esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto.

Cumprimentos

Luís Eiras

2. Comentário de Rui Pedro Silva (*)

2.1. Camaradas

Confirmo que a Cart 6250/73, comandada pelo cap art António Ferreira da Silva , substituiu, em Caboxanque, em Maio de 1974, a CCav 8352, que eu comandava. A sobreposição teve uma curta duração. Um mês depois do 25 de Abril fomos supreendidos com a nossa rendição e a colocação no Combis,  num processo muito rápido e relativamente ao qual o pessoal da Cart manifestava algum descontentamento e incompreensão. Para não tornar o comentário muito extenso reservo para um futuro poste o relato desta rendição

Um abraço, Rui Pedro Silva

2.2. Camaradas

Chamo a vossa atenção e muito especialmente ao Luis Eiras para este post datado de 10/09/2009 do operador cripto Mascarenhas. Transcrevo o poste:

CART 6250/73 - GUINÉ

Em serviço na Guiné de Absril a Outubro de 1974, com passagem pelo Cumeré, Caboxanque e Ilondé, o objectivo é de reunir os camaradas da companhia para organizar convívio de confraternização.

Contactar o Operador Cripto Mascarenhas - 96 552 46 27

Um abraço

Rui Pedro Silva

3. Comentários de Carlos Coutinho (*)

3.1. Caros camaradas.

Talvez seja do vosso conhecimento, mas tenho um enorme espólio de Guiões e Distintivos do Ultramar. Não estive na Guiné, mas em Angola, mas isso não obsta que não siga o vosso Blog, quase diariamente. Há a CART 6250 de 72 e a CART 6250 de 73, cujos distintivos são totalmente diferentes. (Há mais unidades com o mesmo Némero, só mudando a data de incorporação ).

Creio que o mal entendido reside aqui. Digam-me como enviar as imagens das 2 Companhias. O distintivo mostrado é da CART6250/72, é em metal pintado, o da CART 6250/73, é mais ou menos oval, tem a legenda GUINÉ no topo, em baixo CART6250 e no meio a granada da Artilharia, é em aluminio.

Atenciosamente,  Carlos Coutinho

3.2. Dou como exemplo de Unidades que após deixaram de ter numeração sequencial, na Guiné:

Bart 6520/72 e 6520/73
Bart 6521/72 e 65221/74
Cart 6251/72 e CART 6251/73.

Há mais uma Unidadee de Caçadores e outra de Cavalaria, há em Angola e também em Moçambique. Isto deve-se que a partir de, mais ou menos de 1970,  a numeração das unidades deixou de ser sequencial, e passou a ter o ano de incorporação adstrito para se diferenciarem. Já havia unidades com o numero 9900 e tal. Se falarem com o camarada Marcelino ele poderá esclarecer estas questões pois também esta a par das listas de Unidades do Ultramar.

4. Comentário do editor L.G.:

Camarada Luís Eiras, obrigado pelos teus esclarecimentos... Estive fora de Lisboa, nas miniférias da Páscoa, e acabei, por sem querer, alimentar a confusão à volta da CART 6250/73... Devia ter pesquisado melhor o assunto, mas não tinha tempo nem acesso à Net. Aqui fica o teu esclarecimento e o meu pedido de desculpas Agradeço igualmente o contributo de outros camaradas como o Rui Pedro Silva e o Carlos Coutinho (*).

Entretanto, diz-nos se sempre pensas vir ao nosso X Encontro Nacional, em Monte Real, no próximo dia 18. O prazo para as inscrições termina na sexta-feira, dia 10. Vai lá estar malta que passou por Caboxanque como o ex-cap mil Rui Pedro Silva, da companhia que vocês foram render, a CCAV 8352.

Um abraço. Luis
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Notas do editor:

Guiné 63/74 - P14440: Memória dos lugares (288): Betelhe, Ilha Caravela, região Bolama-Bijagós (Patrício Ribeiro)



Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > 
Bajuda


Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Tabanca


Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe> Fevereiro de 2015 > Celeiros



Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Bijagó, de pé


Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Mulher grande



Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Bijagó sentado


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2015). Todos os direitos reservados.



Guiné-Bissau > Região Bolama - Bijagós > Cortesia de Wikipedia > "Caravela é uma ilha do arquipélago de Bijagós, constituindo um setor da região de Bolama, na Guiné-Bissau. Localizada a 37 km da costa continental, tem 128 km² e é a ilha mais a norte daquele arquipélago, caracterizando-se por densas florestas, vastos mangais e praias de areia branca" (...) Tinah cerca de 10500 habitantes em 2001.


1. Mensagem, com data de ontem, do nosso querido amigo (e camarada) Patrício Ribeiro, empresário na Guiné-Bissau:


Amigos,

Envio algumas das fotos que tirei em Fevereiro na Ilha da Caravela, na tabanca de Betelhe, durante os meus trabalhos.

Como poderão verificar, nada mudou, a cultura Bijagó mantém-se...

Façam os vossos comentários.

Abraço
Patricio Ribeiro

IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau
Tel / Fax 00 245 3214385, 6623168, 7202645, Guiné Bissau
Tel / Fax 00 351 218966014, Lisboa 

[Foto à esquerda: Patrício Ribeiro, português, natural de Águeda,  criado e casado em Angola, com família no Huambo,  ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, 
a viver na Guiné-Bssau desde 1984, fundador, 
sócio-gerentee director técnico da firma 
Impar, Lda.]

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Nota do editior:

Último poset da série > 26 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14409: Memória dos lugares (286): A entrega do Cumeré ao PAIGC