quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16865: (D)o outro lado do combate (Jorge Araújo) (3): Mário Mendes (1943-1972): o último cmdt do PAIGC a morrer no Xime... Elementos para a sociodemografia do seu bigrupo em 1972: tinha 27.9 anos de idade e 8.9 anos de experiência de conflito...

 
[O nosso colaborador assíduo do blogue, Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Especiais da CART 3494. Xime e Mansambo, 1971/74): tem já mais de 105 referência no nosso blogue; ainda está no ativo, é professor universitário.]

MÁRIO MENDES (1943-1972): 
O ÚLTIMO CMDT DO PAIGC A MORRER NO XIME 

I. INTRODUÇÃO

Durante os últimos anos, particularmente nos momentos que antecedem os actos de passar a escrito as memórias historiográficas do CTIG (1972/74), surgem-nos no pensamento, ao vivo e a cores, algumas das principais imagens daquele palco onde a 22 de abril de 1972, sábado, iniciámos o «jogo da sobrevivência e da superação permanentes», com a sensação de ainda cheirar a pó e a terra vermelha.

Na guerra, a esse episódio chamam-lhe “baptismo de fogo”, e no nosso caso ele teve lugar na Ponta Coli [imagens abaixo], local escolhido superiormente para concentrar os efectivos das NT. Nesse dia a missão estava atribuída ao 4.º Gr Comb, constituído por 20 operacionais, mais 2 condutores e o picador Malan Quité. Após a “conquista diária” desse espaço, cada grupo era dividido em dois subgrupos, um instalado de manhã e o outro de tarde, situação modelo que vinha já da “velhice”, cuja missão era garantir a segurança a pessoas e bens que circulavam na estrada Xime-Bambadinca.

Pelo histórico das Unidades de quadrícula que nos antecederam, e que estiveram aquarteladas no Xime em diferentes períodos, nomeadamente a CART 1746 (1968/69), CART 2520 (1969/70) e CART 2715 (1970/72), sempre considerámos que num futuro mais ou menos próximo teríamos de passar por essa primeira experiência… não estivéssemos nós num contexto de guerra.

E aconteceu mesmo, ainda não tínhamos concluído o terceiro mês.

Em relação a este episódio, a História do Batalhão 3873, a que pertencia a CART 3494, refere na sua p. 59: “em 220600ABR72 grupo IN emboscou a segurança da PTA COLI (01 GRCOMB da CART 3494). As NT e Artilharia do XIME pôs o IN em fuga. Sofremos 01 morto (Furriel), 07 feridos graves e 12 feridos ligeiros”.



Xime (Ponta Coli, maio de 1972) – local do combate com o bigrupo do PAIGC, comandado por Mário Mendes (1943-1972).



A linha vermelha, ligando o Xime (aquartelamento) e a Ponta Coli (local da segurança), na estrada Xime-Bambadinca, era o itinerário diário utilizado pelas NT.

Os desenvolvimentos dos combates travados pela CART 3494 [curiosamente pelo mesmo Gr Comb – o 4.º] e respectivos resultados, quer na primeira emboscada, a 22 de abril de 1972, quer na segunda, a 01 de dezembro do mesmo ano, podem ser consultados nas narrativas: P9698, P9802, P12232 e P14495.

No presente texto, o que nos propomos abordar emerge desse contexto a partir de uma interrogação que há muito formulámos [e certamente o mesmo aconteceu com muitos de vós, ex-combatentes, em relação a experiências semelhantes], e que só agora encontrámos a competente resposta, ainda que parcelar.

E a questão era esta: em cada uma das emboscadas supra [e em todas as outras milhares que aconteceram em diferentes locais do CTIG ao longo dos treze anos do conflito], existia uma nuvem entre quem era atacado e quem atacava, ou seja, estávamos perante uma situação desigual, o que se entende/compreende, pois estas eram as regras do “jogo”, a camuflagem e a surpresa e a consequente aniquilação do opositor no menor espaço de tempo.

Não se sabia quem e quantos estavam do outro lado; os seus rostos, as suas alturas, as suas vestimentas, os seus equipamentos/armamentos, os seus nomes, as suas idades, as suas origens, em suma, nada se sabia no início de cada acção, e só com o desenrolar desta, eventualmente, poderíamos ter alguma resposta a esta curiosidade.

Partindo dessa premissa, seguimos em frente com mais uma investigação tendo por fonte privilegiada a Casa Comum – Fundação Mário Soares, a quem agradecemos.

Ainda que a informação recolhida seja reduzida, considerámo-la suficiente para produzir algum conhecimento que, como é hábito, decidimos partilhá-la(o) convosco.

E a pergunta de partida era: «quem foi Mário Mendes, Cmdt do bigrupo do PAIGC que nos emboscou a 22 de abril de 1972, na Ponta Coli?», da qual resultou a única baixa em combate da CART 3494 durante os cerca de vinte e oito meses da comissão ultramarina, para além de mais dezassete feridos, entre graves e menos graves, em que apenas cinco elementos saíram ilesos, um dos quais fomos nós. Estes são os números fidedignos que tive a oportunidade de os escrutinar naquela ocasião.


II. MÁRIO MENDES – CMDT DO BIGRUPO EM ACÇÃO NO XIME

Soube que Mário Mendes era Cmdt de bigrupo do PAIGC e que actuava no então Sector 2, da Frente Xitole-Bafatá, em particular no triângulo Xitole-Bambadinca-Xime.

A acção mais antiga que se conhece foi comunicada a Amílcar Cabral (1924-1973) pelo Cmdt da Frente Leste, Mamadu Indjai, a 29 de abril de 1969, referindo a esse propósito o seguinte [de acordo com a nota manuscrita apresentada]:
.


Comando Sul

MSG – No dia 20/4/69 os combatentes do Partido realizaram na estrada Bambadinca/Xime [Ponta Coli] onde os inimigos sofreram muitas baixas humanas de feridos e mortos. Por nosso lado não houve nada mal. Foi dirigido por Mário Mendes e Sampui Na Sa – Sector dois – Mamadu Indjai – 29/4/69.


Citação:
(1969), "Mensagem - Comando Sul", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40645 (2016-12-8)




No entanto, a História do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) refere que esta emboscada aconteceu em 18[4]0700 [P15154], não indicando quais as consequências da mesma.



Soube, também, que Mário Mendes nasceu em 1943, na Vila de Bissorã, na Região do Oio. Era casado. Em 1962 aderiu ao PAIGC, com 18/19 anos [desconhece-se o mês de nascimento], a exemplo do Arafam Mané [1945-2004] [P16823], desde quando deu início à sua actividade na guerrilha. Era Cmdt de bigrupo, pelo menos desde 1966, ano que foram elaborados pelo organismo de Inspecção e Coordenação do Conselho de Guerra, as listas [mapas] das FARP referentes à constituição dos bigrupos existentes em cada Frente, conforme demonstra o exemplo abaixo, onde consta o nome de Mário Mendes e de mais trinta e sete elementos.





Citação:
(1966), "FARP - Frente Xitole-Bafatá", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40466 (2016-12-8)

Instituição: Fundação Mário Soares

Pasta: 07068.099.051

Título: FARP - Frente Xitole-Bafatá

Assunto: Listas das FARP emitidas pelo organismo de Inspecção e Coordenação do Conselho de Guerra do PAIGC – Frente de Xitole-Bafatá.

Data: c. 1966

Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Militar

Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral

Tipo Documental: Documentos


A partir dos dados contidos nessa lista [mapa], que consideramos como os casos da investigação ou a “amostra de conveniência”, procura-se compreender melhor quem estava do outro lado do combate, particularmente na primeira emboscada na Ponta Coli [Xime], a 22 de abril de 1972, dando indicadores de tendência para outros casos e outras épocas. Com este propósito, procedemos à organização de alguns desses dados referentes a cada um dos sujeitos constituintes do “bigrupo de Mário Mendes”, sobre os quais pretendemos retirar conclusões.

Para o efeito, esses dados foram agrupados quantitativamente e apresentados em quadros estatísticos de frequências (caracterização da amostra por idade: a de nascimento e a de adesão ao Partido) e de quadros de variáveis categóricas em relação aos restantes elementos (ano de adesão ao PAIGC e idade e anos de experiência cumulativas ao longo do conflito).

Quadro 1 – distribuição de frequências em relação ao ano de nascimento dos elementos do bigrupo de Mário Mendes (n-38)



Da análise ao quadro 1, verifica-se que o ano de nascimento com maior percentagem (maioria relativa) é 1945 (21.1%) com 8 casos (moda), seguido de 1947 (15.8%), com 6 casos, e 1942 e 1943 (13.2%), em terceiro, com 5 casos cada.

Quando analisado por períodos, verifica-se que o maior número de casos (n-16) estão entre os nascidos em 1943 e 1945 (42.2%) (grupo central), enquanto entre 1937 e 1942 e entre 1946 e 1950, os valores são iguais (n-11 = 28.9%).

Quadro 2 – distribuição de frequências em relação à idade de adesão ao PAIGC dos elementos do bigrupo de Mário Mendes (n-38)´



Da análise ao quadro 2, verifica-se que existem três idades com maior percentagem de adesão ao Partido, respectivamente 18, 20 e 21 anos, com 7 casos cada (18.4%), seguida dos 16 anos, com 4 casos (10.6%). As restantes idades não têm significado estatístico.

Quando analisada a adesão ao Partido por períodos, verifica-se que o maior número de casos (n-16) estão entre as idades de 18 e 20 anos (42.2%), seguido pelo grupo de idade superior, entre 21 e 26 anos, com 12 casos (31.5%), e o grupo de menor idade, entre 13 e 17 anos, com 10 casos (26.3%).

Analisada a adesão ao Partido entre os 18 e 21 anos, idades semelhantes ao período normativo da incorporação militar na legislação portuguesa, à época, os valores apontam para uma maioria absoluta com 23 casos (60.5%), seguida por 10 casos nas idades inferiores (26.3%) e, somente, cinco casos nas idades superiores (13.2%).


Quadro 3 – distribuição de frequências em relação ao ano de adesão ao PAIGC dos elementos do bigrupo de Mário Mendes (n-38)



Da análise ao quadro 3, verifica-se que o ano onde se registou maior adesão ao PAIGC, com maioria absoluta, foi 1963, com 21 casos (55.3%), seguido de 1962, com 10 casos (um dos quais Mário Mendes) (26.3%). Os anos de 1964 e 1965 registaram 7 casos cada (7.9%).

Quando analisada a partir da soma dos dois primeiros anos (1962 + 1963), anos de preparação e início do conflito, a percentagem sobe para 81.6% (n-31).

Quadro 4 – distribuição de frequências em relação à idade verificada ao longo do conflito, contados após a adesão individual ao PAIGC, no caso dos elementos do bigrupo de Mário Mendes (n-38)


Da análise ao quadro 4, e partindo da hipótese meramente académica de que o bigrupo se tinha mantido constante ao longo do conflito, pelo menos até 22 de abril de 1972, data da emboscada sofrida pela CART 3494 (algo que não se pode garantir ou confirmar), Mário Mendes teria, então, vinte e nove anos [sombreado castanho]. Os restantes elementos teriam a idade referida na linha [sombreado verde] do ano de 1972.


Quadro 5 – distribuição de frequências em relação ao número de anos de experiência na guerrilha ao longo do conflito, contados após a adesão ao PAIGC, no caso dos elementos do bigrupo de Mário Mendes (n-38)


Da análise ao quadro 5, e partindo da hipótese meramente académica apresentada no quadro anterior, Mário Mendes teria, então, dez anos de experiência na guerrilha [sombreado castanho], bem como de outros nove combatentes. Os restantes elementos teriam os anos de experiência referidos na linha [sombreado verde] do ano de 1972.


III. MÁRIO MENDES – 25 de maio de 1972, o dia da sua morte

Quatro semanas depois de ter organizado e comandado a emboscada à CART 3494 [4º Gr Comb] na Ponta Coli, viria a morrer na acção «GASPAR 5», realizada no dia 25 de maio de 1972, 5.ª feira, por seis Gr Comb [três da CART 3494 e três da CCAÇ 12].

Recupero o que escrevi no P12232, por nela ter participado.

O “encontro” com Mário Mendes aconteceu na Ponta Varela [Xime – mapa acima], tendo-lhe sido capturada a sua Kalashnicov, bem como três carregadores da mesma e documentos que davam conta do calendário das “acções” a desenvolver naquela zona pelo seu bigrupo.

Depois de alguns elementos (5/6) do seu grupo terem sido detectados pelas NT na referida acção, e que não se sabia, naturalmente, de quem se tratava, um daqueles elementos [Mário Mendes] liderou uma estratégia de fuga que não lhe foi, desta vez, favorável, por via de lhe(s) ter sido movida perseguição, obrigando-nos a serpentear várias vezes os mesmos trilhos, entre itinerários de vegetação e clareiras.

Por isso, estou crente que Mário Mendes, a partir do momento em que ficou sem rumo certo e sem portas de saída, movimentando-se em várias direcções, sem sucesso, tomou consciência de que aquele dia seria o último da sua vida. E foi … por intervenção de elementos da CCAÇ 12.


IV.  CONCLUSÕES

Chegado a este ponto, e partindo da análise aos resultados apurados e apresentados nos quadros acima, é possível concluir que durante o combate travado entre os elementos do bigrupo de Mário Mendes e do 4.º Gr Comb da CART 3494, na Ponta Coli, existiram diferenças significativas nas seguintes três variáveis.

1. – Idade: [bigrupo – 27.9] ≠ [4.º Gr Comb – 21.6]

2. – Quantidade de elementos: [bigrupo – ⅔ ] ≠ [4.º Gr Comb – ⅓]

3. – Anos de experiência no conflito: [bigrupo – 8.9] ≠ [4.º Gr Comb – 0.25].

Porque se sabia pouco sobre o Cmdt Mário Mendes, e dos elementos que liderava, este é o meu pequeno contributo para o seu aprofundamento.


O que se pode dizer mais…? Deixo este estudo à vossa consideração.

Obrigado pela atenção.

Um forte abraço de amizade com votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
12DEC2016.
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Guiné 63/74 - P16864: Humor de caserna (40): Granadas, loiras e inofensivas, apreendidas no Aeroporto de Lisboa (José da Câmara, ex-Fur Mil)



Foto: © José Câmara

1. Em mensagem do dia 20 de Dezembro de 2016, o nosso camarada José da Câmara (ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Brá, Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73), enviou-nos esta história de Natal que poderia ter um fim bem diferente se a perigosa carga apreendida no aeroporto de Lisboa tivesse passado dissimulada.


Uma estória de Natal

No Destacamento de São João os serviços primários de assistência na saúde às nossas tropas e civis eram assegurados por dois maqueiros militares. Eles faziam o melhor que podiam.

Um deles, o Mota, do Pel Caç Nat 66, foi de férias ao continente. Nos serviços aduaneiros perguntaram-lhe se tinha algo a declarar. O nosso militar, fazendo jus aos melhores princípios de sinceridade respondeu que sim, tinha algumas granadas de mão.

Para quem transitou pelos aeroportos portugueses na altura pode imaginar a reação do agente aduaneiro, dito Guarda-Fiscal, perante aquela resposta.

Sem alertar as pessoas por perto, pediu ao nosso militar que as colocasse com muito cuidado em cima do balcão, no que foi obedecido de imediato. Nem queria acreditar no que estava a ver. Aqueles despojos de guerra não podiam seguir viagem e foi assim que o nosso maqueiro se viu livre do perigo que aqueles artefactos de guerra representavam para ele e para os seus contactos.

No seu regresso de férias ao Destacamento de São João, desolado pelo acontecido, o nosso maqueiro lá ia contando a sua desventura no Aeroporto de Lisboa. Era evidente que estava psicologicamente muito afectado. Mais que compreensível!

Perante a sua inocência, o Mota também não conseguia compreender como é que aquelas granadas, loiras e inofensivas, um produto da Escócia, devidamente encavilhadas e acondicionadas, podiam representar um perigo para ele e para os familiares e amigos. E rematava que já não havia respeito nenhum para quem dava o coiro na Guiné.

Respeito, ou a falta dele, que mudou desde então?

O Menino Jesus continua a nascer todos os anos no dia 25 de Dezembro.
Com ele o renovar das nossas esperanças em melhores dias.
Do amor, da amizade, da paz, saúde e até material. É humano que assim seja. Mas o que tenho eu, que temos nós, para Lhe oferecer?

Tenham um Feliz e Santo Natal na companhia dos vossos familiares.

Abraço transatlântico.
José Câmara
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14174: Humor de caserna (39): A minha primeira viagem no Batelão Anita (José Brás)

Guiné 63/74 - P16863: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (13): Mensagem de José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf.ª da CCAÇ 2381


1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 20 de Dezembro de 2016:

Meus caros editores. 
Como está a chegar o Natal, é tempo de pensarmos em mudança na nossa forma de ESTAR, para que este Mundo se transforme no Paraíso Prometido - com uma condição em quem ninguém está atento – Tem de ser cada um de nós a construí-lo. 
Junto um pequeno poema que se entenderdes podeis publicar. 

Com os meus melhores votos de um Santo Natal todo o ano. 
Zé Teixeira


PRESENTE DE NATAL

Antes de dar ou receber presentes de Natal, 
Eu quero ser Presente de Natal, 
Junto das pessoas do meu Mundo. 
Presente nos afetos que abrem corações. 
Presente nos sorrisos que dão vida à alma. 
Presente na dor para dar consolo. 
Presente na vida dos que mais precisam. 
Presente no combate à solidão que mata 
Presente nos abraços que transmitem calor. 
Presente em ti meu irmão. 

Este “Ser Presente” não tem custo monetário. 
Não se gasta nem desgasta 
E pode usar-se todos os dias do ano. 

Faz de mim uma pessoa feliz 
Porque recebo sorrisos gratuitos de felicidade. 

UM SANTO NATAL 
Para todos os que ousarem ler esta mensagem e a tentarem pôr em prática. 

José Teixeira
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Nota do editor

Poste anterior de 21 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16862: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (12): Mensagens dos nossos camaradas: Mário Pinto, ex-Fur Mil Art da CART 2519; Jorge Picado, ex-Cap Mil do CAOP 1; Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208; Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 e Luís Fonseca, ex-Fur Mil da CCAV 3366

Guiné 63/74 - P16862: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (12): Mensagens dos nossos camaradas: Mário Pinto, ex-Fur Mil Art da CART 2519; Jorge Picado, ex-Cap Mil do CAOP 1; Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208; Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 e Luís Fonseca, ex-Fur Mil da CCAV 3366

1. Mensagem do nosso camarada Mário Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71):

Caros camaradas, amigos e família
Desejo a todos os camaradas, amigos e suas famílias um Feliz e Bom Natal.
Que o Ano Novo vos traga tudo que mais desejam

Um abraço
Mário Pinto

https://www.youtube.com/watch?v=6bdF8QysDA0

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2. Mensagem do nosso camarada Jorge Picado (ex-Cap Mil na CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e no CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72):

Amigos
Nesta época Natalícia que já se vai vivendo, não me posso esquecer de todos aqueles que fazem parte do meu circulo alargado de amigos.
Desta forma vos endereço os meus desejos de Feliz Natal e um Ano de 2017 bem melhor do que este que se aproxima do seu final.
Muita Saúde, Alegria e tudo de bom para vocês e respectivas famílias.

Com muita amizade
Jorge Picado

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3. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, MansabáMansoa e Bissau, 1970/71):

Caro amigo Carlos: 
Votos de Boas Festas, Feliz Natal e um óptimo Ano 2017, especialmente com muita saúde até ao ano 2100. 
Aproveito o ensejo para anexar os votos Natalícios para todos os camarigos. 

Um abraço 
Ernestino Caniço


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4. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68):

Ao aproximar-se mais uma quadra festiva, para todos nós muito importante, venho desejar a todos os que pelas ruelas da Tabanca Grande, se vão cruzando, e conversando, um Feliz e alegre Natal. 
Desejo que a todos o MENINO JESUS, tão meiguinho, deixe no sapatinho muitas coisa boas. Quanto ao velhote barrigudo, e barbudo, que até já trepa pelas paredes, para entrar pelas janelas, que anda por aí a distribuir prendas enganosas - só coisas de nada - às crianças, não prestem atenção especial. 

BOAS FESTAS
Domingos Gonçalves

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5. Do nosso camarada Luís Fonseca, ex-Fur Mil Trms da CCAV 3366/BCAV 3846, Suzana e Varela, 1971/73, o seu postal natalício:

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Nota do editor

Último poste da série de 21 de Dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16860: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (11): Joseph Josephsson, aliás J. Belo, o régulo (e único tabanqueiro) da Tabanca da Lapónia...

Guiné 63/74 - P16861: Os nossos seres, saberes e lazeres (191): De novo em Bruxelas e a pensar nas Ardenas (4) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 20 de Julho de 2016:

Queridos amigos,
Dia de merecida folga, nada de compromissos para poder vagabundear pelos meus lugares míticos de Bruxelas e confrontar-me com algumas agradáveis surpresas de património até agora inobservado.
A estatuária é magnificente, aquele século XIX em que o rei da Bélgica era o proprietário do Congo refletiu-se em sumptuosidade privada, o rei Leopoldo tudo fez para pôr Bruxelas ao nível de Paris. Poucas capitais podem gabar-se do acervo de obras artísticas como Bruxelas. Mas a cidade tem outras dimensões cativantes de que não me farto de contar: a quinquilharia, a arte urbana, os parques.
É desse dia por minha conta que vos deixo aqui o relato. E nem vos conto o que levo nos sacos, os trastes que me dão tanto prazer.

Um abraço do
Mário


De novo em Bruxelas e a pensar nas Ardenas (4)

Beja Santos

Despeço-me a custo da Abadia de Nossa Senhora de Orval, fundada por monges beneditinos no século XI, a Abadia ganha esplendor no século XII e foi uma referência na vida monástica europeia até ao século XVIII, um caso especial de abadia cisterciense com agricultura desenvolvida, com fabrico de cerveja e queijaria, esta prosperidade foi reduzida a cinzas em 1793, era o tempo da Revolução Francesa. Percorre-se o seu museu e estão ali tesouros de espiritualidade, retive este crucifixo, virá da noite os tempos medievais e não resisti a fotografar um aspeto da farmácia, que foi referência na época. Acabou a visita a Orval. Sigo mais uma vez para a Basílica de Avioth, um caso ímpar, não é por acaso que lhe chamam a basílica dos campos, atravessa-se a floresta, um coberto florestal maciço e imprevistamente soergue-se a esplendorosa basílica, é aqui que se venera a mais de 900 anos a Virgem com o Menino.



Numa outra viagem aparentada com esta, aqui se fez larga referência a este monumento emblemático da arquitetura gótica. Foi edificada em meados do século XIII após o aparecimento considerado miraculoso de uma estátua da Virgem, hoje classificada como monumento histórico. Estamos no condado de Chiny a escassos quilómetros de Orval. No adro da igreja está uma edícula gótica flamejante, não vale a pena traduzir o intraduzível, la Recevresse, é considerada única no mundo, era o espaço que tinha por função receber as oferendas dos peregrinos sob a égide da Virgem com o Menino. Nossa Senhora de Avioth é considerada a patrona das causas desesperadas. O viandante circula emudecido, é uma pedra de areia que reverbera todo o edifício, não terá sido por acaso que todas estas imagens foram polícromas, tudo muito bem proporcionado: o coro, o transepto, o deambulatório, e o viandante vem cá para fora sentir como a luz do céu ensolarado, completamente límpido, doura o edifício da escadaria às agulhas, ali fica a meditar aquela estatuária misteriosa, os belos vitrais, vendo as gárgulas fantásticas. E vamos regressar a Bruxelas, está na hora, o viandante tem amanhã a cidade por sua conta.



 Manhã totalmente pedestre, regista-se em primeiro lugar algo que de há muito anda aprazado no coração do viandante, este conhece esta fachada com brasão de Portugal desde 1977, nessa altura o edifício ainda não estava qualificado. Foi um conceituado armazém de vinhos estrangeiros, a burguesia de Bruxelas, muito provavelmente na altura em que a Bélgica era a quinta potência industrial do mundo, não prescindia do Porto e do Madeira. A fachada foi lavada e os diferentes símbolos dos vinhos portugueses estão bem brunidos. Para que conste este marco do nosso europeísmo vitivinícola. Também era tempo de aqui se deixar registado um monarca por quem o viandante tem um grande apreço, Alberto I. Os alemães, durante a I Guerra Mundial, ocuparam praticamente todo o território belga. Todo? Uma nesga de sol belga resistiu, ali viveu Alberto I a aguentar a fúria alemã. Esta escultura tem dignidade, está prantada na escadaria que leva ao Monte das Artes, que cujo cimo se desfruta uma das mais belas vistas de Bruxelas. Em frente a esta estátua puseram uma miniatura em pedra com a rainha consorte, Elisabete, a senhora que deu nome a um dos concursos musicais mais prestigiosos em todo o mundo. Não me atrevo a mostrar a estátua, quase caricata, pior do que aquilo só o Duarte Pacheco perto da ponte que é um dos seus trabalhos de referência. São bem estranhos os pesos e as medidas com que imortalizamos os nossos ancestrais. E, por último, num quarteirão chique, o Grande Sablon apanhou o viandante uma fachada de recamado floral, vistoso como decorativo. E pumba, fotografia para revelar uma das dimensões da garrulice belga.




Quando se vagabundeia pelo centro da cidade, uma das surpresas são as peças escultóricas que aguentaram a pé firme a derrocada da belíssima arquitetura do século XIX, escultura que se impõe à arquitetura do vidro. Esta luta a cavalo tem proporções titânicas, mete respeito, tivesse o viandante uma máquina fotográfica de alto calibre e o paradoxo entre o classicismo escultórico e a envolvente de escritórios nesta cidade, em que o preço do metro quadrado é fogo, seria ainda mais gritante. Isto para abonar a tese de que a capital da Bélgica tem muito dos pecadilhos da Europa e guarda peças preciosas de património universal. O viandante já está cansado, palmilhou a gosto, se há repouso do guerreiro também há merecimento para o repouso do turista. E a cidade está enxameada de belos lagos, este chama-se de La Cambre, é soberbo nas suas sinuosidades, lagos maiores e lagos menores. Sabe-se lá bem porquê, este entardecer com céu esbranquiçado, um tanto sujo, lembra a pintura de um dos expoentes máximos do surrealismo, René Magrite. O viandante tira-lhe o chapéu, curva-se respeitosamente perante a cidade, antevê um jantar delicioso, amanhã é o último dia, o viandante promete surpresas.



(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16833: Os nossos seres, saberes e lazeres (190): De novo em Bruxelas e a pensar nas Ardenas (3) (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P16860: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (11): Joseph Josephsson, aliás J. Belo, o régulo (e único tabanqueiro) da Tabanca da Lapónia...





Votos de Feliz Natal e Bom Novo Ano para os Camaradas


Um abraço do J.Belo





1. Recebemos, com natural curiosidade,  notícias de um tal Joseph Josephsson. com perfil no Blogger desde novembro de 2016, administador do blogue Merely... Lapland, o que em português quer dizer, Simplesmente... Lapónia.


O misterioso senhor Joseph Josephsson vive em Kiruna, acima do círculo polar ártico... Espantosamente, a temperatuta local às 23h00 de ontem  era de -3º, com céu limpo, . A previsão  para a véspera de Natal,  sábado, 24, era de queda de neve, com temperatura ambiente de -8º.

Eureca!, descascadas as várias camadas de neve que envolvem o tal blogue. descobrimos  que o senhor Joseph Josephsson era, nem mais nem menos, do que o desaparecido lusolapão José Belo, nosso grã-tabanqueiro, capitão de infantria reformado, ex- alf mil, CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70)...

Era ele mesmo, sob disfarce, o nosso José Belo que, tal como Deus, tem o dom da ubiquidade... Para nós, ele estava simplesmente desaparecido desde o seu dia de aniversário, 4 de fevereiro de 2016. Depois disso, imaginávamos que tivesse  "hibernado" como o urso pardo que costima rondar a sua "lappland  trähus", a sua casa de madeira lapã e onde, dizem, fabrica-se e bebe-se o melhor vodka da Lapónia...

Aliás, temos dúvidas que ele tenha chegado a ler as quadras populares que lhe mandámos na altura, na ciaxinha de comentários, e que rezavam asssim:

Não importa onde estejas,
Em dia de aniversário:
Zé Belo… Feliz ? Pois que o sejas,
Muitos anos, até ao cent'nário.

Estocolmo ou Kiruna,
Key West ou Empada ?
Tens no blogue uma tribuna,
E um abraço de camarada.

Tu, José, lusolapão,
Dos vikings, conquistador,
Toma lá xicoração
Do Luís, teu editor.



Vemos agora, com alegria redobrada, que o nosso Zé Belo continua por lá, na sua adorada Lapónia, e na sua tabanca, sempre, sempre em busca, senão da suprema, pelmenos da relativa  felicidade que os deuses consentem aos homens na terra... Agora com o Trump  na Casa Branca, ficamos para ver se ele na próxima primavera sempre voltará a levar as suas renas até Key West...

Para ele, e família, filhos e amigos mais próximos, vão daqui,  de Lisboa (que no sábado, 24, terá  céu limpo, e 17º de temperatura) um xicoração fraterno e festivo, em nome da nossa Tabanca Grande onde se reunem, sob o poilão sagrado e com a benção de todos os  irãs bons, os amigos e camaradas da Guiné. (LG)

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Nota do editor:

Último poste de série > 20 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16858: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (10): Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447, Bissau, 1965/67; vogal da direção e porta-estandarte do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Guiné 63/74 - P16859: Agenda cultural (532): Apresentação do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", da autoria do nosso camarada José Ferreira da Silva, levada a efeito no passado dia 17 de Dezembro, na Junta de Freguesia de Crestuma (Carlos Vinhal)



O Bando do Café Progresso, a Junta de Freguesia de Crestuma e o Centro Associativo Cultural de Crestuma (CRASTUMIA) associaram-se ao lançamento do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", da autoria de José Ferreira da Silva, na sua terra de adopção, Crestuma.

José Ferreira da Silva é natural da freguesia de Fiães (Santa Maria da Feira) mas pelo casamento radicou-se na freguesia de Crestuma (Vila Nova de Gaia), onde se tornou um cidadão socialmente activo. Quer nos Bombeiros Voluntários locais, quer no Crastumia, quer na Canoagem, de que foi fundador do clube local, quer noutras iniciativas, o José Ferreira tem a sua pegada. De salientar ainda que o nosso camarada foi em 1983 eleito Presidente da Federação Portuguesa de Canoagem e é actualmente Sócio Honorário, por aclamação, desta instituição.

A apresentação das "Memórias Boas da Minha Guerra", associada ao Almoço de Natal do Bando do Café Progresso, levado a efeito desta vez em Crestuma, no Salão da Junta de Freguesia, foi a combinação perfeita para esta merecida homenagem ao autor José Ferreira na sua terra de coração.  

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A sessão marcada para as 11 horas do dia 17 de Dezembro, foi aberta pelo Inspector Alberto Guedes de Moura que deu as boas-vindas aos presentes, passando depois a palavra ao Dr. Romualdo Mota e Silva, que enalteceu as qualidades de cidadão interventivo, do José Ferreira, na freguesia de Crestuma. Do livro falou pouco já que havia quem, na sua perspectiva, para o efeito estava mais habilitado.

A Mesa, presidida pelo Inspector Alberto Guedes de Moura, de pé, Presidente da Assembleia Geral da Crastumia (Centro Associativo Cultural de Crestuma), era composta ainda, da esquerda para a direita: por José Ferreira, autor do livro Memórias Boas da Minha Guerra; General Art Manuel de Azevedo Maia, ex-Cap Art ex-CMDT da CART 1689; Dr. Romualdo Mota e Silva, Presidente da Direcção da Crastumia e Carlos Vinhal, em representação do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.


Duas perspectivas do Salão da Junta de Freguesia, onde decorreu a sessão de apresentação do livro

O Dr. Romualdo Mota e Silva falando aos presentes

Em representação da Tabanca Grande, Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, esteve o co-editor Carlos Vinhal, que também na qualidade de editor no Blogue dos textos do José Ferreira, pela segunda vez em pouco tempo, falou deste seu livro de Memórias. Desta vez até deu para ler uma hilariante história em que o nosso amigo Zé levou uns sopapos de um tal Lapin, um tipo franzino, que supostamente não podia com um gato pelo rabo.

Carlos Vinhal, a quem coube a incumbência de, em nome deste Blogue, mais uma vez falar sobre o livro do José Ferreira

Interveio depois o antigo Comandante da CART 1689, General Manuel Azevedo Maia, que fazendo jus à sua experiência militar, falou das guerras que mais directamente afectaram Portugal, nomeadamente a I Grande Guerra e a do Ultramar. Lembrou tempos, companheiros de armas e episódios da CART 1689. Como no dia do lançamento do livro em Vila Nova de Gaia, foi um prazer ouvi-lo.

O senhor General Manuel Maia, falando da sua experiência enquanto militar

Seguiram-se algumas intervenções a partir da assistência, entre elas a do Bandalho Presidente, não confundir com Presidente Bandalho, Jorge Teixeira (jteix), que confessou não ter lido ainda o livro, mas conhecer através do Blogue as histórias publicadas. Com algum humor de bom gosto, dispôs bem quem o ouviu.

O Combatente Jorge Teixeira (jteix), falando na qualidade de Presidente do Bando do Café Progresso

Em tom mais sério, o Combatente Joaquim Coelho, que foi paraquedista em Angola e Moçambique, também ele com livros já publicados, na qualidade de dirigente do Movimento Cívico de Antigos Combatentes, lembrou o quanto foram e continuam a ser ignorados os Combatentes da Guerra do Ultramar, alguns a viver na rua, cheios de mazelas herdadas do tempo em que foram militares.

O ex-Paraquedista, Combatente em Angola e Moçambique, Joaquim Coelho, elemento activo do Movimento Cívico de Antigos Combatentes no uso da palavra

O Combatente Dionísio, protagonista da história "É guerra, é guerra... (será?)", que se pode ler na página 119, também se dirigiu à plateia, não para falar de si, como talvez se esperasse, mas para caracterizar a Guiné quanto à sua geografia, clima e tipo de guerra. Falou das dificuldades que aquela terra, pelas suas particularidades, impunham a quem para lá ia combater e das soluções inexistentes para o fim da guerra colonial, cujo desfecho só podia ser político.
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O Combatente Dionísio falando sobre a Guerra na Guiné.

Também o camarada Ricardo Figueiredo teve uma interessante intervenção, falando do autor do livro, das suas histórias e do contexto em que elas foram vividas e agora passadas a livro.

O Combatente Ricardo Figueiredo falando a partir da assistência

Já toda a gente se preocupava com o leitão que nos esperava no restaurante ali ao lado, quando o José Ferreira da Silva começou a sua alocução. Agradeceu a todos os que antes dele intervieram as palavras que lhe foram dirigidas e que não merecia, e agradeceu mais uma vez à família e aos amigos que o ajudaram a levar por diante a publicação deste livro. Teceu palavras de reconhecimento à Junta de Freguesia pela cedência do salão e à Crastumia pela colaboração na organização desta sessão de apresentação e ainda ao Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, nas pessoas dos editor e co-editor, respectivamente Luís Graça e Carlos Vinhal.

Finalizou o acto, o José Ferreira que agradeceu aos presentes todo o carinho dispensado.

Seguir-se-ia o almoço de Natal do Bando do Cafá Progresso, este ano com muitos mais participantes.

Fotos: Pedro Sousa Photography, com a devida vénia

Texto e legendagem das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 18 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16844: Agenda cultural (531): O novo palácio do Nicolau: espetáculo de multimédia: Lisboa, Terreiro do Paço, fachada do Arco da Rua Augusto, todas as noites até 23 de dezembro, às 19h00, 19h45 e 20h30... O tema das alterações climáticas no planeta... Levem os netos e os bisnetos... porque a terra não é nossa, é deles...

Guiné 63/74 - P16858: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (10): Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", ex-1º cabo carpinteiro, BENG 447, Bissau, 1965/67; vogal da direção e porta-estandarte do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes



O porta-bandeira do Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes, Joaquim Nunes Sequeira, o "Sintra", a ser cumprimentado pelo Chefe Supremo das Forças Armadas Portuguesas, na igreja do mosteiro da Batalha, em 9 de abril de 2016...

Foto (e legenda): © Joaquim Sequeira  (2016). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O "Sintra", ou seja, o nosso camarada e grã-tabanqueiro Joaquim [Nunes] Sequeira, "não brinca em serviço"... Onde se mete é para valer... O seu CV é curto e grosso: 

"Comecei a Trabalhar aos 10 anos e ainda não parei em escola da vida; andei na Escola Secundária de Santa Maria - Portela de Sintra"; vive em (e é natural de) Mucifal,  Sintra; é casado; foi 1º cabo canalizador, BENG 447, Bissau, 1965/67; frequenta com assiduidade a Tabanca da Linha; é membro. nº 608,  da nossa Tabanca Grande desde 8/3/2013; é 1º vogal da direção do Núcelo de Sintra da Liga dos Combartentes, e o seu porta-estandarte...

Ao serviço do BENG 447, conheceu meia  Guiné:  Pelundo, Nhacra, Mansoa, Cutia, Mansabá, K3, Farim, Binta, Lamel, Jumbembem, Canjambari, Bambadinca, Cuntima, Bafatá, Nova Lamego, São João, Bolama, Jabadá, Tite, Enxudé, Fulacunda, Ilha das Galinhas, Ilha das Cobras, Nova Sintra, Olossato, e Bissorã...

Mandou-me há dias uma mensagem, com votos natalícios: "Luis graça, vai a foto para publicar no blogue, um abraço para toda a malta".





2. Cópia de areograma enviado pelo Joaquim Nunes Sequeira para efeitos da sua apresentação na Tabanca Grande, em 8/3/2013:  

"Primeiro uma explicação, o aerograma foi para ver se há mais companheiros que tenham outros pois até hoje só vi este que guardo religiosamente e que me foi enviado por um conterrâneo da Força Aérea que já não está entre nós. Transcrição do teor do aerograma:


"Bissalanca, 27 dez 65

Caro amigo: 

Com os meus votos de felicidades, quero-lhe participar que já tenho em meu poder a encomenda que fez o favor de trazer de Colares [, Sintra].

Terei muito prazet em conversar consigo, mas não sei onde está, pois ignoro onde é o SPM 1588, mas  se for perto [?] de Bissau, escreva-me para saber como está. Todas as 3ªs, 5ªs, sábados e domingos estou à noite no Café Universal.

Até breve, Teves Costa."





Folha de rosto do aerograma enviado ao 1º cabo Joaquim Nunes Sequeira, [BENG 447, Bissau]. SPM 1588, pelo 1º sargentyo MMA (?), Teves Costa (?), [BA 12, Bissalanca], SPM 0078 (?).

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Nota do editor:

Último poste da série > 20 de dezembro de 2016 >  Guiné 63/74 - P16857: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (9): Liga dos Combatentes - Núcleo de Torres Vedras, Delegação do Núcleo na Lourinhã

Guiné 63/74 - P16857: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (9): Liga dos Combatentes - Núcleo de Torres Vedras, Delegação do Núcleo na Lourinhã


3. Logo Liga Combatentes

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Liga dos Combatentes - Núcleo de Torres Vedras
Rua 9 de Abril, 8 – 1º

2560-301 Torres Vedras

Telf 261 096 496

Delegação do Núcleo na Lourinhã

Av. Dr. Catanho de Menezes, 30-B

2530-117 Lourinhã

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Nota do editor:

Último poste da série > 19 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16854: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (8): António Carvalho (ex-fur mil enf, CART 6250/72, Os Unidos de Mampatá, Mampatá, 1972/74)