sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P18010: Agenda cultural (612): Ílhavo, Biblioteca Municipal, domingo, 26 de novembro, 17h00, lançamento de "O Livro das Santinhas de Apegar: textos poéticos", de Ábio de Lápara (pseudónimo literário do nosso amigo José António Paradela, arquiteto)









1. O meu amigo José António Bóia Paradela  é daqueles que eu considero do "peito", um dos "manos" que eu não  tive, já que nasci rapaz, o primeiro, num família de três raparigas. É bom ter amigos do "peito",  manos não pelo sangue mas pelo coração, os afetos, as cumplicidades, a amizade. (*)

Ainda há dias lhe escrevi um extenso (12 páginas) texto poético, celebrando as suas maravilhosas e frutuosas 80 primaveras... Começava assim:

"Tratado sobre a amizade, para o meu amigo do peito
José Paradela, arquiteto, ilhavense,
que tem um “alter ego”, de nome Ábio de Láparo.

Sobremesa literária
em jantar comemorativo de uma bela amizade
que não precisa de pré-textos."


E acabava assim:

Antes de começares o trabalho ciclópico de mudar o mundo,
ao quilómetro oitenta da tua picada da vida,
dá três voltas dentro de tua casa de Miraflores...

E sobretudo não esqueças a lição
sobre a parábola da Sabedoria e da Asneira:
Para os erros alheios temos os olhos do lince;
para os nossos próprios, os olhos da toupeira.

(Com um xicoração fraterno…
Reserva-me um lugar, a mim e à Alice,
na tua festa dos 100 anos,
com vista de mar)

Luís, teu amigo, teu mano.


2. Pois, o meu amigo do peito, o meu mano Zé António vai lançar o seu quarto ou quinto  (já não sei ao certo) livrinho, desta vez sobre as "santinhas de apegar"... Eu sabia que ele era um grande colecionador destas "santinhas de apegar", à laia das decalcomanias do nosso tempo de infância, que usávamos para "personalizar" os nossos cadernos escolares. 

Na introdução do livro ele escreve (, aliás, o seu "alter ego", Ábio de Lápara, vd aqui a sua sempre surpreendente página do Facebook):

(...) "Na Vida, cada um escolhe as suas Santinhas como pode e usa-as para personalizar os cadernos das  contas que ajusta com Ela"...

É um livro, original, de textos poéticos (não "poemas"), muitos deles  audiovisuais,  interativos (alojados no You Tube). É uma belíssima edição de autor, ilustrada, de que foi feita uma tiragem de 300 exemplares. O livro, de 125 pp, teve a execução gráfica de Oficina Digital - Impressão e Artes Gráficas Lda, com sede em Aveiro.

O lançamento do livro é este fim de semana em Ílhavo, na Biblioteca Municipal, às 17h00. O livro é apresentado por Paulo Costa, antigo vereador da cultura da Câmara Municipal de Ílhavo,

Tenho pena de não poder lá estar, no domingo, em Ílhavo. Além do seu imenso talento e da sua vasta cultura, o Zé António é uma pessoa de grande sinceridade, honestidade e encanto.  Estar com ele é sempre um  prazer.  Espero que alguns dos nossos amigos e camaradas da região de Aveiro possam representar a nossa Tabanca Grande na sessão de apresentação de mais este "filho" do nosso Ábio de Lápara...

Do penúltimo livro, lançado em 2015, "A Rua Suspensa dos Olhos", reproduzimos, em três postes, o capítulo 7 ("O mar por tradição"), com a descrição da viagem de seis meses que ele fez aos 17 anos, em 1955, aos bancos de pesca do bacalhau...

Deste último livro, reproduzo, com a devida vénia, o texto "O Verde", que evoca a primeira vez, em 1955, em que o nosso autor se meteu num dóri, num mar de aicebergues...  Tal como na guerra, na pesca do bacalhau também havia uma distinção entre os "verdes" (periquitos, maçaricos, checas) e os "maduros" (velhinhos")... O "verde" era um pescador ou marinheiro da frota do bacalhau que embarcava pela primeira vez...
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Notas do editor:

(*) Vd. 30 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10596: Memória dos lugares (194): Ilhavo, Costa Nova... a terra do meu amigo e irmão mais velho e, porque não ?, meu camarada, o arquitecto Zé António Paradela, que hoje celebra 3/4 de século de existência, antigo marinheiro da pesca do bacalhau, último representante de um povo que tem o mar no ADN!... (Luís Graça)

(...) O Zé António, como bom ilhavense, é, também ele, filho e neto de gente do mar, tendo passado, aos 16 anos, pela pesca do bacalhau, na Terra Nova... Foi verdadeiramente a sua tropa, a sua guerra da Guiné... Uma experiência, duríssima, de seis meses, que o marcou para sempre... Homem de múltiplos talentos, também ele acabou de escrever um livro - a pensar nos amigos - a que deu o belíssimo título Uma Ilha no Nome: Crónica dos Dias Líquidos, e que eu tive a honra e o prazer de prefaciar. (...)

(**) Último poste da série >  22 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18003: Agenda cultural (611): O nosso camarada José Ferreira da Silva, autor dos Volumes I e II de "Memórias Boas da Minha Guerra", vai apresentar os seus livros na sua terra natal, Fiães, concelho de Santa Maria da Feira, no próximo dia 2 de Dezembro

Guiné 61/74 - P18009: Notas de leitura (1017): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (10) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Setembro de 2017:

Queridos amigos,
Com este texto atingimos 10 anos da vida do BNU em Bolama. Tudo I República.
Vale a pena insistir, não existem no Arquivo Histórico do BNU quaisquer documentos entre 1903 e 1915, só escassas imagens que não ajudam a compreender nem a contextualizar o que se passou nesse período que persiste na obscuridade. Não há referências à campanha de Teixeira Pinto, só aparece um documento alusivo à partida de Abdul Indjai para Cabo Verde, onde falecerá. No entanto, esta documentação é riquíssima em elementos económicos e financeiros e na muitíssima turbulência da vida governativa, onde não faltaram revoltas, levantamentos e sedições.
Para meu conforto, entreabriu-se mais uma porta para um melhor conhecimento da Guiné Portuguesa.

Um abraço do
Mário


Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (10)

Beja Santos

Caminhamos para o fim da I República, há uma vertente de modernização na Guiné. Começam-se a cantar hossanas, é patente que a política concebida e executada por Velez Caroço começa a dar os seus frutos.

Em 1925, é dado à estampa uma Memória da Província da Guiné, é seu autor Armando Augusto Gonçalves de Moraes e Castro, funcionário colonial. É um homem esperançado, deslumbrado e não o esconde no prefácio do seu escrito:

“Falar da Guiné é falar da colónia portuguesa que mais caráter possui de terra africana; é falar, dentre as possessões que constituem o nosso domínio colonial, daquela que melhor situação financeira desfruta, daquela que tem mais personalidade, sem mistelas equívocas, sem arremedos bacocos.

A Guiné é, de facto, a mais rica das nossas províncias africanas, nas possibilidades de produção agrícola.

Quem for ativo e inteligente, quem entender que os seus braços devem servir para mais alguma coisa do que roçar malandramente pelo mármore rachado dos cafés, quem tiver na vida o grande sonho de vir a ser rico pelo esforço próprio, aqui encontrará o El Dourado das suas legítimas ambições.
Porque a Guiné, com a quermesse bizarra e multicolorida das suas onze raças, e diversas subraças, formando um bloco notável de aproximadamente 800 mil habitantes; com a maravilha pessoalíssima da sua fauna; com a sua ornitologia, opulenta e variada, em que as cores das aves dir-se-iam fugidas de uma paleta de pintor impressionista, pela diversidade ofuscante dos tons; com a abundância da sua herpetologia; com a variedade dos seus espécimes entomológicos; com a riqueza da sua concheologia; a Guiné com a sua flora variegada até ao impossível; com o sensível incremento que está sendo dado à sua agricultura, transformando em fontes de riqueza o que era até há bem pouco uma desoladora extensão de solo inaproveitado…”.

Tais louvores aparecem mais contidos no olhar do historiador. Na sua "História da Guiné, Portugueses e Africanos na Senegâmbia, 1841-1936", Volume II, Editorial Estampa, 1997, René Pélissier ajuíza a atividade de Velez Caroço. Escreve o seguinte a partir da página 204:

“O primeiro mandato de Velez Caroço conhecerá uma febre de construções no sertão, afetando as sedes da quase totalidade das 14 circunscrições. Porém, este governador manter-se-á, principalmente, como o homem das estradas e das pontes e, como consequência, o do trabalho indígena obrigatório e não remunerado. Infelizmente, o otimismo musculado de Velez Caroço vai ver-se desmentido”.

Para além das estradas, pontes e radiotelegrafia, Velez Caroço ver-se-á envolvido numa nova campanha de Canhabaque, entre Março e Maio de 1925. Deixará a colónia em Dezembro de 1926. Bolama e o gerente da filial do BNU acompanham as questões momentosas de um movimento de desagrado à administração do governador:

“Rompeu hostilidades, em primeiro lugar, ostensivamente, o Capitão de Engenharia João Pedro da Costa, com o relatório dirigido ao Ministro das Colónias, verberando a administração do governador, que classifica de perdulária. Esse relatório, verdadeiro libelo contra Velez Caroço, foi organizado um tanto levianamente, ressentindo-se da falta de provas jurídicas, e por isso, e ainda porque sendo o ministro e o governador democráticos, não sortiu o efeito que o autor desejava: uma sindicância àquilo a que o governador chama a sua obra. Dizem-nos que o governador facilmente destruiu as acusações que lhe foram feitas. O certo, porém, é que o Capitão Pedro da Costa não foi até hoje castigado militarmente. Pouco depois, era o Engenheiro Costa secundado na campanha pela Associação Comercial de Bissau, elegendo como seu representante para o concelho legislativo o Dr. Alçada Padez, advogado naquela cidade e particular amigo do Engenheiro João Pedro da Costa.
Passaram então a revestir certo interesse para o público as sessões do Conselho Legislativo onde o Dr. Padez entrou em franca oposição. Dá-se a Revolta Militar e o governador embarca apressadamente para o seu posto, de cabeça levantada, segundo ele, e sorrateiramente, segundo a oposição”.

Não pararam as acusações e os ataques dos opositores a Velez Caroço.

Chegaram as eleições para o representante da Guiné no Conselho Superior das Colónias, parecia que a campanha anticarocista atingiu o auge. O gerente de Bolama desce aos pormenores:

“O truque da posição foi coroado com êxito raras vezes registado nas colónias. Apesar de todas as trapaças concebíveis em matéria de eleições, da banda dos apaniguados do governador, a lista governamental apenas conseguiu vencer pela ridícula maioria de 60 votos! É de notar que aqui em Bolama, onde o governador reside, e onde a maioria dos eleitores são funcionários, a oposição, habilmente manejada pelo Tenente-Coronel Médico Dr. Monteiro Filipe venceu Velez Caroço por 40 votos!

Isto só por si seria bastante para que o atual governador se convencesse que era de mais na Guiné. Mas não. Ele não o compreende assim e mantém-se à frente da colónia, embora divorciado da opinião política que o detesta, aguardando uma salvadora revolução democrática que lhe dê força que sente faltar-lhe na atual situação.

Parece que o atual ministro as Colónias mantém por tudo quando se está passando na Guiné um desprezo superior”.

 Praia de Ofir - Bolama

O relatório de 1926 tem uma valiosa componente económica e procede à situação da colónia com bastante cuidado. Vejamos agora a situação da colónia deixando para mais tarde o quadro económico e financeiro da Guiné no relatório de exercício de 1926, ver-se-á que é extremamente útil. Estava agora em funções um encarregado do governo, o novo governador será alguém que deixará nome, Leite de Magalhães. Vejamos como o gerente se refere a este período de transição:

“A obra do atual encarregado de governo tem já factos que demonstram bem o acerto e desinteresse com que pretende governar. Empenhado em ressuscitar a Guiné e fazer dela valor seguro e real que representa no nosso Império Colonial, começou por moralizar os diferentes serviços públicos, reduzindo nuns, ao mínimo indispensável os servidores da colónia que pesavam exageradamente no seu orçamento, reorganizou-se o quadro administrativo, começando por uma acertada divisão do território da província em sete circunscrições e dois concelhos, que trouxe como consequência o alijamento de muitos funcionários que nada produziam; extinguiu-se o Corpo da Guarda Fiscal, corpo militar aparatoso mas inútil, composto na sua maioria por cabo-verdianos, sem noção dos seus deveres e que eram sem dúvida dos maiores contrabandistas (…) Estão-se reorganizando os serviços aduaneiros com o mesmo intuito de economia; foram dispensados muitos contratados que para nada prestavam; foram suspensos todos os contratos de empreitadas; paralisam as obras do Estado que vinham absorvendo uma enorme parte das receitas da província, obras em que a fiscalização e os desperdícios eram tamanhos que toda a gente se arrepiava com tão grande desmazelo”.

O gerente não esconde uma profunda animosidade pela administração de Velez Caroço e adianta um episódio onde se insinua que o então governador praticava arbitrariedades e prepotências:
“Um facto queremos ainda salientar a V. Exas., que pela sua importância e significado é preciso ponderar.

No governo passado, há anos, ausentou-se do Forreá um régulo dos mais poderosos daquela região, chamado Cherno Cali. Levou na fuga atrás de si muitas centenas de pessoas e muito gado. As perseguições de um administrador, dos que se recrutam por favor da política, sem conhecimentos e sem a noção da responsabilidade que sobre ele pesava, originaram a resolução do régulo Cali, oficial de segunda linha do Exército por seus bons serviços ao país.

Despovoou-se o Forreá, região rica, abundante de coconote; não se lavraram mais as suas terras; não se justificava já a existência de uma circunscrição naquele território. Várias tentativas se fizeram no sentido de conseguir o seu regresso no governo passado. Tudo inútil, pois desconfiado, como todos os da sua raça, esperava que lhe fizessem pior ou o sobrecarregassem com alguma pesada multa em gado. Pois logo no começo do governo do Capitão Saldanha o régulo Cali pediu licença para regressar à sua terra de onde se exilara forçado pelos vexames e perseguições a que o sujeitaram. Estava certo que a forma vexatória e injustificada como fora perseguido, desaparecera, para não desmentir a maneira branda como sempre tratamos os portugueses filhos dos nossos domínios africanos. Este facto, por si só, quando outros não avultassem já, diz bem do alto conceito em que é tido o encarregado do governo da Guiné entre os próprios indígenas”.

(Continua)
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Notas do editor:

Vd. poste anterior de 17 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17978: Notas de leitura (1015): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (9) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de20 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17991: Notas de leitura (1016): "40 anos de impunidade na Guiné-Bissau", relatório da responsabilidade da Liga Guineense dos Direitos Humanos, publicado em 2013 (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P18008: Parabéns a você 81346): Abel Santos (ex-Soldado Atirador Art da CART 1742 (Guiné, 1967/69) e António Levezinho, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 12 (Guiné, 1969/71)


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Nota do editor

Último poste da série >23 de novembro de  2017 > Guiné 61/74 - P18005: Parabéns a você (1345): José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp do BART 6523 (Guiné, 1973/74)

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P18007: Historiografia da presença portuguesa em África (103): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - V (e última) Parte: (viI) conclusão, agradecimentos, bibliografia e fotos









463



[Fotos, pp. 461-464]




Leiria > Monte Real > 2010 > V Encontro Nacional da Tabanca Grande, Leiria, Monte Real > António Estácio, 

1. Continuação da publicação da comunicação do António Estácio, sobre o contributo da comunidade chinesa na Guiné, para o desenvolvimento da cultura do arroz, nas primeiras décadas do séc. XX.

Temos a autorização expressa do autor, o nosso amigo e camarada António [Júlio Emerenciano ] Estácio, que tem 45 referências no nosso blogue. Eis aqui uma breve nota curriucular sobre ele:

(i) é lusoguineense, nascido em 1947, e criado no chão de Papel, em Bissau, com raízes transmontanas, tendo vivido também em Bolama;

(ii) formou-se como engenheiro técnico agrário (Coimbra, 1964-1967, Escola de Regentes Agrícolas, onde foi condiscípulo do Paulo Santiago), depois de frequentar o Liceu Honório Barreto;

(iii) fez a tropa (e a guerra) em Angola, como alferes miliciano (1970/72);

(iv) trabalhou depois em Macau (de 1972 a 1998);

(v) vive há quase duas décadas em Portugal, no concelho de Sintra;

(vi) é membro da nossa Tabanca Grande desde maio de 2010;

(viii) tem-se dedicado à escrita, dois dos seus livros mais recentes narram as histórias de vida de duas "Mulheres Grandes" da Guiné, a cabo-verdiana Nha Carlota (1889-1970) e a guineense Nha Bijagó (1871-1959);

(ix) o seu livro mais recente (2016, 491 pp.), de temática guineense, tem como título "Bolama, a saudosa", edição de autor;

(x) a comunicação que agora se reproduz foi feita no âmbito da V Semana Cultural da China, de 21 a 26 de janeiro de 2002;



Contracapa. Separata do livro Estudos sobre a China V


In: Estácio, António J.E. (2002) – O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense, in: Actas, V. Semana Cultural da China, Centro de Estudos Orientais, ISCSP/UTL: 431‑66


2. O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - V (e última) Parte: (vii)   conclusão, agradecimentos, bibliografia, fotos [pp.  459-466]






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Nota do editor

Vd. postes anteriores da série:

15 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17974: Historiografia da presença portuguesa em África (99): António Estácio: O Contributo Chinês para a Orizicultura Guineense - Parte I: (i) preâmbulo: (ii) generalidades

Guiné 61/74 - P18006 José Matos: As negociações secretas do acordo dos Açores em 1974: o caso da central nuclear. "Revista Militar", nºs 2581/2582, fevereiro / março 2017

I. Mensagem do nosso amigo Jose Matos, com data de ontem:

Olá,  Luís

Pedia-te para divulgares no blogue o artigo que envio em anexo com link para a Revista Militar, pois tem uma parte sobre a Guiné.

https://www.revistamilitar.pt/artigo/1226

Ab

José Matos

[Investigador independente em História Militar. Tem feito investigação sobre as operações da Força Aérea na Guerra Colonial, principalmente na Guiné. É colaborador da Revista Mais Alto, da Força Aérea Portuguesa, e tem publicado também o seu trabalho em revistas europeias de aviação militar, em França, Inglaterra e Itália. É membro da nossa Tabanca Grande desde 7 de setembro de 2015. Tem cerca de 25 referências no nosso blogue]


II.  AS NEGOCIAÇÕES SECRETAS DO ACORDO DOS AÇORES EM 1974: O CASO DA CENTRAL NUCLEAR

por José Matos 

Revistas Militar, nºs 2581/2582 - Fevereiro/Março 2017


1. Introdução

Nas vésperas do 25 de Abril de 1974, o ministro português dos Negócios Estrangeiros português, Rui Patrício, estava muito próximo de negociar com o Departamento de Estado norte-americano um programa de cooperação na área da energia nuclear, que levaria no espaço de pouco anos à instalação da primeira central nuclear em território nacional. Dois dias antes da queda do regime, o ministro tinha já em mãos um plano português com uma previsão dos investimentos a realizar, a sua discriminação e o seu escalonamento no tempo. 

Patrício pretendia enviar este plano ao embaixador português nos EUA, João Hall Themido, com a indicação de que, nesta área, Themido devia começar por pedir o máximo possível nas negociações em curso, “isto é, a entrega gratuita de todo o equipamento de engineering e combustível que puder ser fornecido pelos americanos e o financiamento, nas melhores condições possíveis, na parte que puder ser produzida pela indústria portuguesa”  (1).

 O programa de execução apontava para 1981, como o ano previsto para a entrada em funcionamento da primeira central nuclear portuguesa. Porém, com o colapso do regime marcelista, o plano nunca chegaria ao seu destinatário e as negociações do acordo dos Açores tomariam um rumo completamente diferente nos anos seguintes.


2. Um país cada vez mais isolado

Antes de mais nada, importa contextualizar as negociações de 1974, que decorreram num clima difícil para Portugal, que estava principalmente interessado no fornecimento de equipamento militar para usar na Guiné, onde a situação militar era desfavorável para as forças portuguesas. Todavia, no contexto internacional, o regime português estava cada vez mais isolado e enfrentava dois problemas na aquisição de novos armamentos: (i) não tinha dinheiro para grandes aquisições de equipamento militar; (ii)  não tinha muitos aliados que pudessem fornecer o armamento necessário. 

Para resolver o problema do dinheiro, Portugal vai valer-se de Pretória, o seu grande aliado na África Austral, que não hesita em conceder-lhe um avultado empréstimo de 6 milhões de contos (150 milhões de rands) para suportar o esforço de guerra e permitir a aquisição de novas armas (2). 

Quanto ao problema dos fornecedores, vai valer-se principalmente das alianças que tem com os EUA e com a França para obter o que precisa. No caso americano, usa o acordo das Lajes como moeda de troca para obter armamento de forma encoberta. As negociações não são fáceis, mas, como veremos mais à frente, o Governo de Marcello Caetano consegue obter as armas mais desejadas (mísseis terra-ar) e ainda a possibilidade de uma central nuclear de oferta.


3. A ameaça aérea na Guiné

Há vários anos que pairava sobre a Guiné a ameaça de um ataque aéreo proveniente da Guiné-Conakry. O país vizinho, governado por Sékou Touré, tinha caças MiG no seu inventário e podia facilmente apoiar com meios aéreos acções da guerrilha contra as forças portuguesas (3). 

Na fase final da guerra, começam também a surgir rumores de que a guerrilha do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) está a treinar pilotos na União Soviética para usar aviões MiG a partir de Conakry. Um jornal que publica esta informação é o inglês Daily Telegraph que, a 2 de Agosto de 1973, traz um artigo da autoria do correspondente em Lisboa, o jornalista Bruce Loudon, em que diz que a guerrilha “está apenas a seis meses de atingir uma capacidade de ataque aéreo com caças MiG russos”. O jornalista escreve ainda que cerca de 40 guerrilheiros estão a receber cursos de pilotagem na Rússia (4). 

Começam, assim, a circular notícias sobre o possível uso de meios aéreos por parte da guerrilha ou do envolvimento da própria Força Aérea da Guiné-Conakry (FAG) em acções contra as tropas portuguesas. Do outro lado da fronteira, os MiG-17F da FAG estão praticamente inoperacionais, mas, com ajuda de militares cubanos, começam a aumentar o seu grau de operacionalidade. Pilotos e técnicos cubanos chegam a Conakry nos primeiros meses de 1973 e incrementam os voos de patrulha na zona de fronteira, de forma a precaver incursões portuguesas em território guineano, embora os caças da FAG nunca constituam qualquer ameaça para as forças portuguesas (5).

No entanto, preocupado com a situação militar na Guiné, Marcello Caetano dá ordens para que a pequena colónia seja dotada de novos meios de defesa aérea (6), usando para esse efeito o empréstimo sul-africano. 

Por essa altura, os militares portugueses já sabiam que o único país ocidental que tinha mísseis terra-ar portáteis à venda era os EUA. De facto, os americanos fabricavam um pequeno míssil portátil, o famoso FIM-43A Redeye, que podia ser disparado a partir do ombro, tal e qual como o Strela-2 (SA-7) soviético, que tinha aparecido, na Guiné, nas mãos dos guerrilheiros. 

Se o Exército Português nas colónias tivesse acesso ao míssil americano podia fazer face a qualquer ameaça aérea vinda dos países vizinhos. Só que, devido ao embargo de armas, Washington não podia vender o míssil directamente a Portugal, sendo preciso encontrar uma solução que contornasse o embargo, algo que o governo americano não mostrava grande interesse em fazer. É aqui que o regime de Caetano joga o seu maior trunfo: a base das Lajes.


4. As Lajes como moeda de troca

Durante a guerra do Yom Kippur, em Outubro de 1973, entre Israel e os seus vizinhos árabes, Portugal tinha sido o único país europeu a conceder facilidades a Washington no apoio a Telavive. Embora sob coacção americana, Lisboa tinha permitido que a base das Lajes, nos Açores, fosse utilizada intensamente pelos aviões americanos no apoio a Israel e Marcello Caetano esperava agora obter dividendos de tal cedência (7). 

O Governo Português tenta assim que a posição americana seja mais flexível em relação à política colonial portuguesa e que Washington autorize a venda de algum armamento a Portugal (8). A intenção portuguesa era comprar os famosos mísseis portáteis Redeye e também mísseis terra-ar Hawk, montando desta forma um sistema de defesa antiaérea na Guiné (9). 

O próprio Henry Kissinger, que estava à frente do Departamento de Estado, acompanha esta questão de perto e, a 9 de Dezembro de 1973, encontra-se com o ministro português dos Estrangeiros, Rui Patrício, em Bruxelas, à margem de uma reunião da OTAN. Kissinger agradece a ajuda portuguesa durante o conflito no Médio Oriente e refere também que os EUA continuam a precisar da base das Lajes e mostra-se compreensivo em relação às necessidades portuguesas de adquirir mísseis terra-ar para a defesa das colónias, mas salienta que o Congresso americano jamais aprovaria uma venda directa a Portugal, sendo necessário encontrar uma forma encoberta para fornecer os mísseis. 

Do lado português, Patrício declara que a situação militar na Guiné podia tornar-se crítica com a utilização de aviação por parte do inimigo e que poderia mesmo evoluir para ataques aéreos contra Bissau, não tendo as forças portuguesas meios eficazes para se defenderem deste tipo de ataques, daí a necessidade dos mísseis. Patrício explicou ainda que “um eventual desastre na Guiné poderia ter no plano interno consequências imprevisíveis”, podendo levar, inclusivamente, à queda do império colonial português e à substituição do Governo de Caetano por um governo esquerdista defensor de uma outra política ultramarina e da saída de Portugal da OTAN. 

Na opinião do governante português, uma derrota militar na Guiné não significaria apenas a perda para o Ocidente da Guiné e de Cabo Verde com o respectivo valor estratégico associado, “mas também dos próprios Açores” e da contribuição do continente português para a OTAN, o que seria negativo para os interesses americanos. Kissinger aludiu então a um encontro recente do embaixador português nos EUA, João Hall Themido, com o Presidente Nixon e às dificuldades em procurar encontrar-se uma fórmula de auxílio por intermédio de países terceiros, para evitar a oposição do Congresso.

A ideia de Kissinger era a de que os mísseis fossem fornecidos por um outro país de forma indirecta, sem envolver os EUA. Israel era uma possibilidade e o governante americano mostra estar a par dos contactos que o Departamento de Estado tinha feito em Washington, para o embaixador português João Hall Themido se encontrar com o seu homólogo israelita, daí a pouco tempo, de forma a discutir o assunto (10). Patrício termina a conversa dizendo que para Portugal “se tratava de uma questão de vida ou de morte e da maior urgência”, enquanto Kissinger replica “insistindo que o problema estava em como fazer os fornecimentos, pois havia a certeza de os fornecimentos directos serem proibidos”. 

Dois dias depois desta reunião, Themido encontra-se com o seu colega israelita na capital americana, seguindo uma indicação dada, alguns dias antes, por William Porter, subsecretário de Estado para Assuntos Políticos (11). O embaixador israelita, Simcha Dinitz, agradece a Themido a ajuda portuguesa prestada durante a guerra contra os árabes, mas é pouco esclarecedor quanto ao fornecimento de mísseis dizendo ao diplomata português que lhe parece que os únicos mísseis que Israel dispõe são os Hawk e que não sabe se Telavive os pode vender a Portugal, pois trata-se de material militar fornecido pelos americanos, mas que vai procurar saber junto do seu Governo (12). 

Pouco tempo depois deste encontro, Themido fala com o encarregado de negócios da embaixada israelita, que lhe confirma que Israel tem mísseis Redeye e Hawk, mas que os mesmos não podem ser fornecidos sem o consentimento americano e que a única coisa que Telavive pode fazer é vender material de origem israelita, caso isso seja considerado útil (13). Themido fica desapontado com a resposta israelita e da capital portuguesa recebe instruções para esclarecer o assunto junto de William Porter, que tinha sugerido o encontro (14).

 A 15 de Dezembro, o diplomata português dirige-se então ao Departamento de Estado para falar com Porter, que lhe diz que tinha apenas sugerido ao embaixador israelita que, em contacto com Themido, averiguasse da disponibilidade de material de guerra e da possibilidade de fornecimento, mas nada mais do que isso. Mais tarde, num telefonema para a embaixada portuguesa, Porter chega mesmo a dizer que nos contactos que tinha tido com Dinitz apenas lhe tinha dito que Portugal estava interessado em adquirir mísseis terra-ar, não admitindo que tivesse sugerido a entrega a Portugal de mísseis americanos, o que deixa Themido decepcionado com a atitude de Porter (15). A diplomacia portuguesa começa então a perceber o desinteresse americano em fornecer os mísseis.


5. A ameaça de ruptura da parte portuguesa

Este desinteresse vai atingir o seu ponto culminante a 8 de Fevereiro de 1974, quando o secretário de Estado Adjunto, Kenneth Rush, chama o embaixador português para lhe comunicar que os EUA não podiam fornecer os mísseis Redeye, por duas ordens de razão: em primeiro lugar, eram contra a proliferação desse tipo de armamento, estando mesmo em conversações com Moscovo para limitar a difusão de armas MANPADS (“Man-Portable Air Defense Systems”) e, em segundo lugar, os mísseis “seriam usados no plano interno na luta contra as guerrilhas, o que era inaceitável”. Em relação aos Hawk teriam de consultar o Congresso, caso Portugal concordasse com essa consulta (16). 

A posição de Rush leva o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa a tomar uma medida drástica: Portugal rompe as negociações com os EUA para a renovação do acordo das Lajes, deixando Washington de usar a base açoriana. Esta tomada de posição é comunicada por Themido a Rush, a 18 de Março, deixando o governante americano estupefacto com tal intento! Apanhado de surpresa, Rush considera a decisão portuguesa extemporânea e promete ajudar Portugal fora do campo militar, pois se, “na parte militar, os auxílios dos Estados Unidos eram necessariamente limitados, na parte económica e técnica certamente haveria possibilidades ainda não exploradas” (17).

É neste encontro com Themido que surge a oferta de cooperação no domínio das centrais nucleares. Esta informação é transmitida a Lisboa, que rapidamente elabora um plano para a instalação de uma central nuclear em Portugal. O plano português previa uma central nuclear com uma potência na casa dos 2100-2300 Mwe brutos e com um valor de custo estimado em 6,75 milhões de contos (270 milhões de dólares) (18). O plano previa ainda a participação da indústria portuguesa na fabricação de uma “parte do equipamento do primeiro grupo nuclear e igualmente uma intervenção de gabinetes nacionais de engenharia no respectivo projecto executivo” (19). O combustível nuclear para os reactores seria enriquecido nos EUA e fornecido depois a Portugal.


6. As vias tortuosas de Kissinger

Como já foi dito, Rui Patrício deu grande prioridade a este projecto, embora não se tenha esquecido da questão dos mísseis, porém, a estratégia portuguesa de romper as negociações surte o seu efeito. A 11 de Abril, o próprio Kissinger escreve ao ministro português reforçando as palavras de Rush quanto a uma cooperação em áreas não militares e pedindo a Patrício sugestões a esse nível e mantendo o interesse americano em continuar a usar as Lajes, o que terá motivado certamente Patrício a dar primazia ao projecto da central nuclear (20).

Embora não faça qualquer referência na carta à questão dos mísseis Redeye, a verdade é que o Secretário de Estado americano cumpre o que prometeu e encontra uma forma de fornecer os mísseis por canais tortuosos. Em finais de Abril, um lote de 500 mísseis Redeye chega à Alemanha Ocidental com destino a Portugal (21).  Os mísseis são fornecidos por Israel através de um intermediário alemão e com a anuência americana (22).  O número de mísseis encomendado mostra que os Redeye não se destinavam apenas à Guiné, onde as forças portuguesas necessitavam de cerca de 200 mísseis, mas também a outros pontos das colónias portuguesas. 

Os mísseis custam 209 mil contos, mas não há qualquer informação de que este valor seja coberto pelo empréstimo sul-africano (23). Rui Patrício tem conhecimento deste desfecho, pois na carta que escreve a João Hall Themido, a 23 de Abril, dá conta dos contactos estabelecidos “por uma entidade privada com o Departamento de Defesa Nacional que se revestem da maior importância”, embora admita que “não temos ainda elementos suficientes para avaliar a origem verdadeira desta iniciativa e a sua efectiva possibilidade de concretização.”

Ainda que seja omisso quanto ao verdadeiro teor da dita iniciativa, tudo indica que se tratam dos mísseis, dado que o ministro dá instruções ao diplomata português para que retome as negociações do acordo das Lajes com o Departamento de Estado, um sinal de que as discordâncias que levaram à suspensão das negociações foram ultrapassadas, embora aconselhe Themido a não fazer qualquer referência aos mísseis nos contactos que venha a fazer. 

Para Patrício, o elemento fulcral das negociações deverá ser a central nuclear e o respectivo plano de investimento, dado não ser possível obter formalmente dos EUA equipamento militar que possa ser usado em África. Mesmo assim, o ministro português considera que Themido deve insistir no fornecimento de quatro aviões de transporte C-130, que devido ao seu raio de alcance podiam facilmente ser usados para transportar tropas e carga para África, embora nada garanta que os EUA concordem com tal pedido. 

Além dos C-130, é também referido o interesse português em quatro aviões de patrulhamento marítimo P-3 Orion, ainda que Patrício considere que os mesmos não são uma prioridade no contexto da guerra colonial (24). 

Dois dias depois desta carta, o regime marcelista desaparecia com a Revolução de Abril e a oferta da central nuclear não voltaria a ser mencionada em futuras negociações do acordo das Lajes.

José Matos

[Revisão / fixação de texto para edição no blogue: LG]
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Notas do autor:

(1) Carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros para o Embaixador de Portugal em Washington, Lisboa, 23 de Abril de 1974, ADN/F3/14/29/4.

(2) Memorial sobre o acordo do empréstimo de 150 milhões de rands firmado com a República da África do Sul. Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), 18 de Setembro de 1975, ADN/F3/20/48/64.

(3) MATOS, José – “La Psychose des MiG dans la Guerre de Guinée”, in Airmagazine. Bagnolet. N.º 61, 2014, pp. 58-74.

(4) LOUDON, Bruce – “Portuguese rebels to get Russian MiGs”, in Daily Telegraph. Londres, 2 de Agosto de 1973, ADN, SGDN Cx. 3500.

(5) HERNÁNDEZ, Humberto Trujillo – El Grito del Baobab. 1ª Edição. Havana: Editorial de Ciencias Sociales, 2008, pp. 110-111.

(6) CAETANO, Marcello – Depoimento. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Record, 1974, p. 180.

(7) THEMIDO, João Hall – “Dez anos em Washington 1971-1981”. 1ª Edição. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995, pp. 100-102.

(8) THEMIDO, op. cit., pp. 128-129.

(9) Telegrama do Ministério dos Negócios Estrangeiros para Embaixada de Portugal em Washington, Secção de Cifra, 13 de Dezembro de 1973, ADN/F3/14/29/4.

(10) Apontamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a conversa do Ministro com o Secretário de Estado Americano, Dr. Kissinger, em 9 de Dezembro de 1973, Lisboa, 10 de Dezembro de 1973, ADN/F3/14/29/4.

(11) Telegrama da Embaixada de Portugal em Washington para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Secção de Cifra do MNE, 4 de Dezembro de 1973, ADN/F3/14/29/4.

(12) Telegrama da Embaixada de Portugal em Washington para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Secção de Cifra do MNE, 11 de Dezembro de 1973, ADN/F3/14/29/4.

(13) Telegrama da Embaixada de Portugal em Washington para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Secção de Cifra do MNE, 13 de Dezembro de 1973, ADN/F3/14/29/4.

(14) Telegrama do Ministério dos Negócios Estrangeiros para Embaixada de Portugal em Washington, Secção de Cifra do MNE, 14 de Dezembro de 1973, ADN/F3/14/29/4.

(15) Telegrama da Embaixada de Portugal em Washington para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Secção de Cifra do MNE, 15 de Dezembro de 1973, ADN/F3/14/29/4.

(16) Telegrama nº 95 da Embaixada de Portugal em Washington para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Secção de Cifra do MNE, 8 de Fevereiro de 1974, ADN/F3/14/29/4.

(17) Nota secreta da Embaixada de Portugal em Washington sobre as negociações para a renovação do Acordo dos Açores, Sessão de 18 de Março de 1974, ADN/F3/14/29/4.

(18) Anexo à carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros para o Embaixador de Portugal em Washington, Lisboa, 23 de Abril de 1974, ADN/F3/14/29/4.

(19) Ibidem.

(20) Carta de Henry Kissinger para o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, 11 de Abril de 1974, ADN/F3/14/29/4.

(21) THEMIDO, op. cit., p. 164.

(22) THEMIDO, op. cit., p. 146.

(23) Nota nº 1229/AF/74 do Estado-Maior General das Forças Armadas para o Director-Geral da Contabilidade Pública, Assunto: Aquisição de conjuntos míssil-lançador “REDEYE”, 31 de Julho de 1974, ADN Fundo Geral Cx. 833/9.

(24) Carta do Ministério dos Negócios Estrangeiros para o Embaixador de Portugal em Washington, Lisboa, 23 de Abril de 1974, ADN/F3/14/29/4.

Guiné 61/74 - P18005: Parabéns a você (1345): José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp do BART 6523 (Guiné, 1973/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 19 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17986: Parabéns a você (1344): Mário Migueis da Silva, ex-Fur Mil Rec Inf (Guiné, 1970/72)

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Guiné 61/74 - P18004: Convívios (833): novo recorde de presenças na Tabanca da Linha: 73 amigos e camaradas marcaram presença, em 16 do corrente, no "Caravela de Ouro", em Algés - Fotos de Manuel Resende: IV (e última) parte



Foto nº 1 > Da esquerda para a direita,Ana Leite, José Manuel Louro e José Leite



Foto nº 2 > Da esquerda para a direita, José António Chaves, José Mamuel Rodrigues e António Duque Marques


Foto nº 4 > Da esquerda para a direita, José Inácio Leão Varela (, grã-tabanqueiro), César Pacheco e  Carlos António Rodrigues


Foto no 5 > Da esquerda para a direita, Hugo Moura Ferreira (, grã-tabanqueiro), Paraíso Pinto e Jorge Ferreira (, grã-tabanqueiro)


Foto nº 6 > Da esquerda para a direita: o  João Pereira da Costa, nosso grã-tabanqueio, ten gen pilav ref José Nico e o  cor inf ref Fernando José Estrela Soares (ex-comandante da CCAÇ 2445, Cacine, Cameconde e Có, julho de 1968 / dezembro de 1970).



Foto nº 7 > Manuela Carronda e Isaura Resende


Foto nº 8 > A Germana, esposa do Carlos Silva e a Alice Carneiro, nossa grã-tabanqueira. Em segundo plano, a Irene, esposa do Luís R. Moreira e a Helena Fitas (por detrás a Germana)


Foto nº 9 > Da esquerda para a direita, Estrela Soares, Manuel Lema Santos e António Duque Marques


Foto nº 10 > Luís Graça (fundador e editor do blogue da Tabanca Grande( e Joaquim Nunes Sequeira (de costas, também grã-tabanqueiro.


Foto nº 11 > Da esquerda para a direita, Jorge Pinto, António Fernando Marques e Gina Marques... O Jorge e o António são membros da Tabanca Grande. A Gina, essa, devia estar no nosso quadro de honra há muitos anos!


Foto nº 12 > Da esquerda para a direita, José Inácio Leão Varela (, grã-tabanqueiro),  César Pacheco e Carlos António Rodrigues


Foto nº 13 > Fernando Chapouto  e José Colaço, dois grão-tabanqueiros.



Foto nº 14 > O José Jesus e o casal Carronda, Carlos e Manuela. O Carlos Carronda Rodrigues é  cor ref, vive em Algueirão.




Foto nº 15 > O Zé Carioca (grã-tabanqueiro) e José Horta Bastos, um dos veterano da Magnifica Tabanca da Linha



Foto nº 16 > O Jorge Ferreira e o Mário Magalhães, dois membros recentes da Tabanca Grande, mas dos nossos mais veteranos de guerra,,,


Tabanca da Linha > 34º Almoço-convívio > Algés > Restaurante "Caravela de Ouro" > 16 de novembro de 2017 > 73 camaradas e amigos/as compareceram à chamada e desta vez bateu-se o recorde de inscrições e presenças... A localização do restaurante (Algés) e a ementa (cabrito no forno...) também ajudaram.


Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Quarta (e última) parte da publicação da reportagem fotográfica do último almoço-convívio da Tabanca da Linha, no passado dia 16, em Algés, feita pelo régulo adjunto, secretário e fotógrafo, Manuel Resende [, ex-alf mil da CCaç 2585 / BCaç 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71].

Faltavam três ou quatro camaradas por identificar, e desta vez esforçámo-nos, nós e o Manuel Resende,  por não deixar ninguém de fora (*).

Já agora acrescente-se que nem todos os membros da Tabanca da Linha são membros da Tabanca Grande, que é a "mãe de todas as tabancas". Claro que todos os camaradas da Guiné são elegíveis: a Tabanca Grande está sempre de portas abertas para todos eles... Não é preciso perguntar: posso entrar ? É só dizer: eu quero entrar!.. (E depois mandar as duas  fotos da praxe  e duas de linha de apresentação, à laia de legendas: sou o fulano de tal, estive no TO da Guiné, no sítio tal, pertencia à unidade tal... Quem não tiver endereço de email, pede a um filho, ou a um neto...).

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Notas do editor:

Postes anteriores da série:

(*) Vd. postes anteriores da série: