Suécia >Sápmi [Lapónia] > s/d > O José Belo com as seus "canitos" de estimação"... "a caminho da praia". (Chamei-lhes "renas", dou um "lapsus lingau
Suécia >Sápmi [Lapónia] > s/d > A "praia"... [Há dias estavam por lá 48º graus abaixo de zero...]
Suécia >Sápmi [Lapónia] > s/d > "Home sweet home" ou a "minha alegre casinha" (na versão dos "Xutos & Pontapés")... A morança, que funciona como sede da Tabanca da Lapónia, de que o José Belo é régulo e, por enquanto, o único membro vivo e registado.
Suécia > Sápmi [Lapónia] > s/d > "Laponas", diz o régulo [Samisk kvinna]...
Fotos do arquivo do José Belo / Tabanca da Lapónia (2018). Cortesia do autor.[Edição e legendagem complementar : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do José Belo, português "assuecado",
que vive na diáspora:
[Foto acima à direita: José Belo, ex-alf mil inf da CCAÇ 2381,Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70; cap inf ref, é jurista, vive na Suécia há 4 décadas, e onde formou família: reparte o seu tempo entre a Suécia, a Lapónia Sueca e os EUA, onde família tem negócios; tem 125 referências no nosso blogue]
Data: 6 de fevereiro de 2018 às 02:14
Assunto: Respostas às tuas perguntas quanto à Lapónia
Desde os finais de 1700 o termo "lapão" foi usado tanto na Suécia como na Noruega e Finlãndia, como um termo profundamente depreciativo para com os locais. Ao mesmo nível do que o termo "negro" é hoje encarado nos Estados Unidos.
Lapão em Sueco diz-se "Lapp", que também significa exatamente "remendo". Com conotações facilmente associadas a "pobres remendados",e também tendo em conta as roupas tradicionais fabricadas com tecidos de cores separadas que, a querer-se ir por aí, pode dizer-se aparentarem ser feitas por diferentes "remendos".
Facto é que o termo "Lapp" e "Lapónia" não é hoje usado pelos locais, nem pela maioria dos suecos mais jovens. Isto apesar de o termo continuar a ser usado a nível administrativo central (!) como referência geográfica à zona.
Lapónia para os lapões é... Sápmi.
Lapöes é... Samer
Um Lapão é... Same
Mulher da Lapónia é... Samisk kvinna.
Os lapöes estão divididos em vários grupos e subgrupos, sendo 4 os principais, dispondo também de dialectos próprios.
Os que vivem nas zonas mais ao sul da Lapónia têm as suas renas guardadas em currais,enquanto os do centro norte mantêm os animais em liberdade total e integrados em vastas manadas, mas imediatament reconhecidos pelos donos por marcações efectuadas à faca nas orelhas que,e por muito que possa parecer incrível, todas são diferentes.
As tiras de cores diverssas existentes nas mangas e colarinhos dos vestuários tradicionais ( usados em festas familiares, festas locais,cerimónias oficias, festas religiosas, funerais, e em todos os trabalhos ligados à criação de renas) indicam todas as referências familiares, geográficas e de grupo ou subgrupo, tornando obviamente fácil a identificação imediata de toda a "história" do indivíduo.
Quanto à criação de renas em grandes números, a mesma só é permitida (por lei da administração central sueca) aos indivíduos de origem lapónica.
Suécia >Sápmi [Lapónia] > s/d > A "praia"... [Há dias estavam por lá 48º graus abaixo de zero...]
Suécia >Sápmi [Lapónia] > s/d > "Home sweet home" ou a "minha alegre casinha" (na versão dos "Xutos & Pontapés")... A morança, que funciona como sede da Tabanca da Lapónia, de que o José Belo é régulo e, por enquanto, o único membro vivo e registado.
Suécia > Sápmi [Lapónia] > s/d > "Laponas", diz o régulo [Samisk kvinna]...
Fotos do arquivo do José Belo / Tabanca da Lapónia (2018). Cortesia do autor.[Edição e legendagem complementar : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do José Belo, português "assuecado",
que vive na diáspora:
[Foto acima à direita: José Belo, ex-alf mil inf da CCAÇ 2381,Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70; cap inf ref, é jurista, vive na Suécia há 4 décadas, e onde formou família: reparte o seu tempo entre a Suécia, a Lapónia Sueca e os EUA, onde família tem negócios; tem 125 referências no nosso blogue]
Data: 6 de fevereiro de 2018 às 02:14
Assunto: Respostas às tuas perguntas quanto à Lapónia
Desde os finais de 1700 o termo "lapão" foi usado tanto na Suécia como na Noruega e Finlãndia, como um termo profundamente depreciativo para com os locais. Ao mesmo nível do que o termo "negro" é hoje encarado nos Estados Unidos.
Lapão em Sueco diz-se "Lapp", que também significa exatamente "remendo". Com conotações facilmente associadas a "pobres remendados",e também tendo em conta as roupas tradicionais fabricadas com tecidos de cores separadas que, a querer-se ir por aí, pode dizer-se aparentarem ser feitas por diferentes "remendos".
Facto é que o termo "Lapp" e "Lapónia" não é hoje usado pelos locais, nem pela maioria dos suecos mais jovens. Isto apesar de o termo continuar a ser usado a nível administrativo central (!) como referência geográfica à zona.
Lapónia para os lapões é... Sápmi.
Lapöes é... Samer
Um Lapão é... Same
Mulher da Lapónia é... Samisk kvinna.
Os lapöes estão divididos em vários grupos e subgrupos, sendo 4 os principais, dispondo também de dialectos próprios.
Os que vivem nas zonas mais ao sul da Lapónia têm as suas renas guardadas em currais,enquanto os do centro norte mantêm os animais em liberdade total e integrados em vastas manadas, mas imediatament reconhecidos pelos donos por marcações efectuadas à faca nas orelhas que,e por muito que possa parecer incrível, todas são diferentes.
As tiras de cores diverssas existentes nas mangas e colarinhos dos vestuários tradicionais ( usados em festas familiares, festas locais,cerimónias oficias, festas religiosas, funerais, e em todos os trabalhos ligados à criação de renas) indicam todas as referências familiares, geográficas e de grupo ou subgrupo, tornando obviamente fácil a identificação imediata de toda a "história" do indivíduo.
Quanto à criação de renas em grandes números, a mesma só é permitida (por lei da administração central sueca) aos indivíduos de origem lapónica.
Actualmente só cerca de 14% dos Lapões vivem da criação de renas apesar de a carne ser vendida a preços muito elevados em toda a Escandinávia e na Alemanha que é o maior importador. (Felizmente que a minha dúzia de renas de trenó e "estimação", não é número a ser abrangido por lei!)
É erro tradicional, cometido por turistas ou mesmo visitantes de outras zonas da Escandinávia, o perguntarem ao criador de renas quantos são os animais que constituem a sua manada. A resposta sempre brusca e irónica é do tipo :"Olhe lá! Eu perguntei-lhe quanto dispõe na sua conta bancária?"
O criador paga imposto ao Estado por cada uma das renas da manada; daí não estar interessado num número "exacto"....impossível de ser verificado por as renas viverem em estado totalmente livre todo o ano, por montes,vales, estepes e florestas. Só há possibilidade de as contar (sempre mais ou menos!) quando as mesmas são anualmente reunidas para abate ou venda.
Há sempre um número considerável de renas ,tanto adultas como jovens, que são mortas pelos númerosos lobos, ursos e outros predadores locais, assim como ao atravessarem linhas dos caminhos de ferro que dia e noite transportam o minério local.
É erro tradicional, cometido por turistas ou mesmo visitantes de outras zonas da Escandinávia, o perguntarem ao criador de renas quantos são os animais que constituem a sua manada. A resposta sempre brusca e irónica é do tipo :"Olhe lá! Eu perguntei-lhe quanto dispõe na sua conta bancária?"
O criador paga imposto ao Estado por cada uma das renas da manada; daí não estar interessado num número "exacto"....impossível de ser verificado por as renas viverem em estado totalmente livre todo o ano, por montes,vales, estepes e florestas. Só há possibilidade de as contar (sempre mais ou menos!) quando as mesmas são anualmente reunidas para abate ou venda.
Há sempre um número considerável de renas ,tanto adultas como jovens, que são mortas pelos númerosos lobos, ursos e outros predadores locais, assim como ao atravessarem linhas dos caminhos de ferro que dia e noite transportam o minério local.
As estradas e autoestradas são também uma armadilha mortal por serem diariamente preparadas com sal e areia para facilitarem o tráfego no gelo. O sal é irresistível para estes animais e, nos nevões e neblinas locais, pode-se dispor nos SUV dos faróis mais modernos e potentes...os resultados....
De qualquer modo, o Estado paga ao criador o custo dos animais perdidos. Como em toda a parte,as tentativas de fraudes e as histórias à volta delas são infindáveis.
A Lapónia (a vermelho). Infografia: José Belo (2018) |
As estatísticas quanto a estas perdas estão registadas desde há cerca de noventa anos,tornando-se fácil para os responsáveis administrativos pagarem somas...mais ou menos certas...para números de animais também...mais ou menos certos. (No fundo, o Estado Sueco tem uma boa economia que permite algumas destas "brincadeiras").
Existem cerca de 80.000 lapões na "Sameland" que engloba os extremos norte da Noruega, Suécia, Finläândia e Rússia Europeia.
Na Suécia-20.000
Na Noruega-58.000
Na Finländia-6.000
Na Rússia o número é indeterminado ao nível administrativo local.
Um abraço.
Existem cerca de 80.000 lapões na "Sameland" que engloba os extremos norte da Noruega, Suécia, Finläândia e Rússia Europeia.
Na Suécia-20.000
Na Noruega-58.000
Na Finländia-6.000
Na Rússia o número é indeterminado ao nível administrativo local.
Um abraço.
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Nota do editor:
Último poste da série > 7 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18297: Da Suécia com saudade (56): por não ter existido anteriormente um único "luso-lapão", sobrevivendo quatro décadas no Círculo Polar Ártico, e duvidando fortemente que outro venha a surgir, sinto-me obrigado a responder às vossas dúvidas sobre a Lapónia, os lapões... e o colonialismo sueco (José Belo)
Vd. também poste de 7 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14228: Da Suécia com saudade (48): (Sobre)Viver na Lapónia (José Belo / Miguel Pessoa)